de ordenarem a prompta sahida do estrangeiro, se assim o exigir a natureza das informações. 1 Art. 85. Os commandantes e mestres das embarcações mercantes, ou de outra qualquer classe, á excepção somente das 74 de guerra, declararão, em relaçã > por elles as-ignada a bordo, no porto em que entraram, o numero, nomes, empregos, occu-pações e naturalidade dos passageiros que trouxerem com passaporte, ou sem elle, ou de quaesquer pessoas que não perten-çâo á matricula de' suas embarcações, e não consentirão* que algum dos mesmos passageiros, ou outra qualquer pessoa, desembarquem sem ordem da visita da policia, sob pena de serem multados de trinta a cem mil réis por cada pessoa (63). Art. 86. Os presidentes das províncias, que confinarem com paizes estrangeiros, deveráõ organizar e sujeitar á approvação do governo os Regulamentos especiaes que convierem sobre passaportes, tendo muito em vista as circumstancias peculiares das localidades (64 . (63) Vide nota anterior. W (6lt) O imposto das legitimações é geral e extensivo a lodo o Império. — Ord. de 17 de Fevereiro de 4852. Por Aviso de 29 de Setembro de 1855 foi approvado 75 <o Regulamento expedido pelo presidente da província de Matto-Grosso, relativo aos passaportes necessários para o transito entre esta província e a Republica da Bolívia, substituindo a penalidade do art. 11 pela do art. 80 do Reg. n. 120 de 31 de Janeiro de 18<Ví, com excepção do facto de ser o passaporte falso, porque neste caso deve ser o réo processado e punido pêlo crime de fal- sidade. Este é o Regulamento: Sendo que as instrucções desta presidência de 7 de Julho de 1837, relativas aos passaportes necessários para o transito entre esta província e a Republica da Bolívia, têm-sc tornado susceptíveis de dilllculdade e duvidas na sua execução, por causa da posterior organisação militar e policial do districto de Malio-Grosso, o presidente da província, em virtude do art 86 do Reg. n. 120 de 31 de Janeiro de 18A2, e ulteriores ordens do governo imperial, ha por bem que provisoriamente se observe o seguinte REGULAMENTO. Art. 1.° Continua/ a ficar probibida toda a communi- cação entre esta provinda e a Republica da Bolívia, por outra via que não seja a estrada publica, que passa- por Casabrasco, no districto de Matto-Grosso. Art. 2.* Qualquer viajante, nacional ou estrangeiro» que venha da .Bolívia, apresentará seu passaporte ao commandantede Casabrasco, que escreverá nelle—Visto.— -Casabrasco, tantos de tal mez e anno, e rubricará* — Seguirá o mesmo viajante em direitura e com a possível .brevidade para a cidade de Matto-Grosso, onde apre- sentar-se-lia logo ao commandanie geral do districto, que ■porá o—visto — no seu passaporte ; e depois â primeira autoridade policial da dita cidade, afim de preencherem-se as formalidades prescriptas pelas leis e regulamentos poU- ■ciaes. Art. 3.* Se o viajante tiver de seguir sem demora. 76 mater d* quinze dia* para outro qualquer poeto dar provinda, servirá o mesmo passaporte para continuar » vleeem. »tpr.fimirt.^-ih«» novo tto somente no fato de ter excedido » dito prato. Art. 6.* Se • viajante appareeer em Casabraico sen* passaporte, o respectivo coaimandame fa-Io-ha seguir para a cidade de Mailo-Orosso munido de uma pita, com a qual apresentar-sr-ha ao cnmmandanu* geral do dls- trkto. O mesmo praticara o commandante de Casabraseo «pnndo o passaporte parecer falsificado, ou houver du- vida sobre a legitimidade da autoridade estrangeira que • deu, on sobre a Identidade de quem o trouxer. Art. i." O estrangeiro procedente da (tolhia, contra a> qnat houver motivo de suspeita, ainda mesmo qne tenha» vtado com passaporte, será examinado peio commandanle geral e pela primeira autoridade policial, e posto sob a vigilância da policia: e se isto nao for Julgado bastante, o eommamfaRte geral marcará um prazo breve para que volte para Bolívia, ou siga para esta capital. Art. 6.* Ach ludo-te em Matto-Orosso estrangeiros re- fugiados por occasiao de revolução ou motim occorrido cm Bolívia, se o commandante- geral Julgar que esses es- trang Ir—, peio seu numero. Importância ou comporta- mento, torni» perigosa a continuação de soa residência naquelle dlstriclo, poderá mandar a qualquer ou quaeaquer delira seguir para esta capital, marcando-lhes para isso- prazo rwoa veL Art. 7." Dando-se qualquer dos casos figurados nos três» artigos antecedentes, o commandante geral não deliberara sem ouvir a primeira autoridade policial de Matto-Orosso: ambos darão do que tiver occorrido clrcti instanciada parte, o primeiro a esta presidência, e o outro ao chefe de po- licia da província. Art. 8.° Em regra geral a ninguém deve ser consen- tido sahir desta provinda para a Bolívia sem passaporte dado pelo presidente ou pelo chefe de polida; todavia, occorrendo motivo urgente de viagem, ou outra razão lalr qne haja greve inconveniente pela demora em impetrar « passaporte das mencionadas autoridades, poderio aquel- les, que se acharem além do. Jaurú, soliciía-Io do com- mandante geral de Matto-Grosso, que o concederá sempre que o solicitante fôr pessoa não suspeita, contra a qual não reclame autoridade alguma, e apresente um attestado do juiz municipal, pelo qual conste que o mesmo soli- citante acha-se livre de qualquer responsabilidade civil ou criminal. Ârt. 9." Pela mesma forma o commandante geral con- cederá passaporte ás pessoas não suspeitas, que, tendo vindo de Bolívia com passaporte, pretenderem regressar .áquella Republica. At*. 10 Os passaportes expedidos pelo commandante geral o serão segundo o modelo junto, e por elles não será exigido emolumento ou direito algum além do do sebo. Art. 41. Todo aquelle que sem passaporte tentar sahir da província, ou apresentar passaporte falso, será preso pelo commandante de Gasabrasco, ou pelo das rondas - ou patrulhas do districto, e remeltido com segurança ao commandante geral de. Matto-Grosso, que o entregará A autoridade policial afim de ser punido como desobediente, e retido até que se recebão as ordens do presidente, ou do chefe de policia, a quem dar-se-ha imme-diatamente parte. Palácio do governo de Matto-Grosso, 7 de Julho de - 1853. — Augusto Leverger. [Vide o modelo do passaporte na pag. 78.) Por Aviso de 25 de Outubro de 1856 se mandou pôr «m execução o Dec n. 1531 de 10 de Janeiro de 1855, a respeito dos passaportes para os uacionaes e estran- geiros entravem, e sabirem da. província de Matto-Grosso pelos rios Paraguay e Paraná, ou- viajarem dentro delia « para as outras províncias; subsistindo, porém, o Regai, de 7 de Julho de 1853, quanto á communicação entre - o Império e a Republica de Bolívia.,— Dec. n. 1729 de 23 de Fevereiro de 1856, relativo a passaportes no Amazonas. 79 Art. 87. Quando em alguma província, comarca ou tenro, fôr por qualquer maneira gravemente compromettida a segurança e tranquillidade publica, ou se tiverem comniettido muitos e graves crimes, ou finalmente quando se achar infe.-tada de grande numero de salteadores e facinorosos, poderá o governo ordenar que temporariamente não se permitia o transito em toda a província, ou em parte delia, a pessoa alguma sem passaporte, sob pena de ser pn so todo aquelle desconhecido que o não trouxer, e remettido á autoridade competente para proceder ás necessárias averiguações (65). Art. 88. Em caso de urgência poderá esta medida ser tomada provisoriamente pelo presidente da província, que a sujeitará á approvaçâo do governo. Art. 89. A mesma medida será annun- (65) A disposição deste artigo comprchende os estran- geiros. — Dcc de 10 de Janeiro de 1855, art. 13. 80 ciada com a possível antecedência, e exe- cutada por modo tal que por ella não venhão a