diariamente, aos presidentes das províncias, tudo quanto occorrer, pelo que respeita á ordem e tranquillidade publica, na capital e naquellas partes da província de que tiverem noticia. Além disto lhes communicaráõ, immediatamente que che- guem á sua noticia, os acontecimentos graves e notáveis que occorrerem, e lhes requererão as providencias e auxílios de que necessitarem. i 134 CAPITULO vn. Das aadienciai (88). Art. 193. Os chefes de policia, delegados, subdelegados e juizes municipaes farão uma ou duas audiências cada semana, segundo a maior ou menor af-fluencia de negócios, observando-se a respeito delias o que dispõe o Código do Processo Criminal, arts. 58, 59 e 60 (86). Art. 194. Os juizes municipaes farão as audiências, pelo que pertence ao desempenho de suas attribuições policiaes e criminaes, em differentes dias daquelles que forem destinados para as audiências (85) Diz o art. 77 do Reg. n. 4824 de 22 de Novembro de 1871: Todos os juizes que preparão os feitos ou nelles cooperão, darão audiência em dias certos e determinados, uma ou doas vezes na semana, conforme a affluencia de trabalho. Os juizes substitutos darão suas audiências nos mesmos dias em que as derem os effectivos, antes ou depois destes, conforme for mais conveniente e de accôrdo combinarem. (86) Vide notas aos arts. 58, 69 e 60 Código do Pro cesso Criminal. / 135 dos feitos eiveis; 6 quando, por algum motivo justo, se fizerem nos mesmos dias, sempre serão de modo que sejão intei- ramente separadas e distinctas umas das outras. Art. 195. Haverá nas audiências da- quellas autoridades, e nas dos juizes do oivel e orpnãos, assentos collocados á di- reita do juiz, unicamente destinados para os advogados (87) e bacharéis que as fre- quentarem. (87) Consultado o governo sobre se era licito advogarem oo foro de um termo bacharéis em direito que no mesmo termo não fossem domiciliários, declarou no Àv. n. Ú81 de 12 de Novembro de 1866 que não sendo a advocacia um emprego publico, pôde ser exercida pelos ditos baebareis, cumprindo aos juizes exigir, dos que se apresentão no sen foro, para advogar, os seus títulos de habilitação, e reco- nhecidos estes legítimos, mandar lançar no protocollo das audiências. Sobre este assumpto, expedio o presidente da Relação da cCrte em 18 de Junho de 1868 a seguinte circular : Mm. Sr.—Nos auditórios de qualquer termo do districto da Relação do Rio de Janeiro podem advogar quantos ba- charéis em direito ahi tiverem interesse em estabelecer- se, sem dependência de juramento, que já prestarão, uma vez que facão registrar suas cartas nos protocollos das audiências, como determina o Av. n. 681 de 12 de No- vembro de 1866, visto como sem titulo (Ord. L. Io, T. 48 136 prlnc. mutatis mutandis, e art. 5*, § 7* do Reg. de 3 de Janeiro de 1833) a ninguém é licito exercer a advocacia, que ao estrangeiro é defesa pelo Av. n. 206 de 29 de Maio de 1866. Mas se em algum termo não houver bacharéis, que advo- guem, é permittido conceder-se licença a homem não for- mado para abi advogar, habilitando-se previamente com certidão de exame, folha corrida, informação do juiz ter- ritorial e mais documentos que abonem a sua capacidade e morigeração. Um de meus antecessores, entendendo ser conveniente limitar, quanto razoável fosse, o numero dos advogados não formados, estabeleceu uma tabeliã marcando para a mór parte dos termos o de 3, que augmentou nos mais populosos á k, 5 e 6. É pois intuitivo que esta tabeliã não entende com os advogados da 1° categoria, que são os verdadeiros inter- pretes da lei, mas somente com os da 2", que, não pas- sando de meros suppridores de uma falta, embora tenhão algum merecimento, muito menor confiança inspirSo. Do exposto segue-se que: 1^, advogando barbareis for- mados em numero correspondente ao da tabeliã, ou que o excedão, não é possível conceder-se provisão a advogados não formados para exercerem esse officio; 2», que, si for deficiente o numero de bacharéis que advoguem, nada obsta a que sejão providos, para o preencherem, advogados não formados; 3*,que se, verificando-se o caso precedentemente figurado, se estabelecerem depois no termo, como advo- gados, bacharéis que preenchão o numero da tabeliã, nem por isso se deverá cassar as provisões dos advogados não formados, não só porque o contrario seria offensivo dos princípios de equidade, que convém guardar-se para com os mesmos, como, principalmente, porque tal procedi- mento poderia causar prejuízos e inrommodos aos seus clientes, que com elles não contavão; a*, que , pre- enchido com advogados que sejão bacharéis o numero da tabeliã, os que não forem formados deverão esforçar-se por ultimar, si for possível, dentro do tempo que ainda lhes restar de suas provisões, as causas que patrocinarem, 187 Art. 196. O governo na corte e os. presidentes nas províncias proveráõ a que se destinem casas publicas para as au- diências das autoridades policiaes e judi- ciarias. Aquella que, havendo casa publica para esse fim destinada, as fizer em outras, será punida com uma multa de lOOflOOO a 150|.000. não recebendo novas, si as não poderem concluir no prazo acima referido; e assim ficarás consultados os seus in- teresses, e, sobretudo, os dos litigantes, por quem elles advogarem; 5% que, não estando completo o numero de advogados formados, podem os que o não forem requerer a reforma de suas provisões, juntando-as, ou pubUca-fórma delias, folha corrida, a indispensável informação do juiz municipal e quaesquer documentos, que mostrem que o seu procedimento, como advogado, foi irreprehensivel no triennio findo. O cego pode advogar e requerer em juizo.—Av. n. 90 de U de Março de 1863. O Av. de 15 de Maio de 1862 diz que aos inspectores de alfandegas e outros exactores da fazenda, quando, fora da sede do juizo dos feitos, forem ás audiências eiveis pro- mover os interesses flscaes, compete o lugar marcado aos advogados. Entretanto o Av. n. Ali de 15 de Setembro de 1865, em resposta ao administrador da mesa de rendas da ci- dade de Angra dos Reis, declarou que, designando a lei quaes os advogados da fazenda, só a esses compete o pri- vilegio da proGssão: os outros são meros procuradores, e devem oceupar esses lugares quando como taes com- pareção em juizo. I 138 |»T' DISPOSIÇÕES CRIMINAES. CAPITULO I. Das autoridade! criminaes. Art. 197. A jurisdicção e autoridade criminal é incumbida, na conformidade das leis e regulamentos: 1,° Aos chefes de policia no município da corte e nas províncias. 2.° Aos juizes de direito em suas comarcas . 3." Aos juizes municipaes nos municí- pios. 4.* Aos delegados e subdelegados nos districtos de sua jurisdicção. 5." Aos jurados. SECÇlO I. Das attríbuiçôes criminaes do chefe de policia (88). Art. 198. Aos chefes de policia, como (88) A Lei n. 2033 de 20 de Setembro de 1871, dispõe : Art. 9.* Fica extincta a jurisdicção dos chefes de 139 policia, delegados e subdelegados no que respeita ao julga- men o dos crimes do art. 12, g 7° do Código do Pro- cesso Criminal, assim como quanto ao Julgamento das infracções dos termos de segurança e bem-vlver e das Infracções de posturas municipaes. § 1." Fica também extincta a competência dessas au- toridades para o processo e pronuncia nos crimes com- muns; saíra aos chefes de policia a faculdade de proceder á formação da culpa e pronunciar no caso do art. 60 do Regulamento de 31 de Janeiro de 1842. Do despacho de pronuncia, neste caso, haverá, sem suspensão das prisões decretadas, recurso necessário, nas províncias de fácil communicação com a sede das Relações, para o presidente da respectiva Relação; nas de difficil communicação, para o juiz