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pre- cedente não têm, porém, lugar a respeito dos processos de formação de culpa e de desobediência, em que os juizes não podem ser dados de suspeitos (140). não podem estar comprehendidos nos arts. 61 do Cod. do Proc e 247 do Reg. de 31 de Janeiro de 1842.—AT. de 1 de Agosto de 1859. O Av. n. 512 de 7 de Novembro de 1861 decidio : 1*, que não ha inconveniente em que o corregedor tome conhecimento e proveja em processos onde tenhão inter- vindo, como advogados on procuradores, os parentes e cunhados, de que tratão as Ord., porque elles de facto não procurarão perante o corregedor, mas perante juiz dislincto, e para com quem erão desimpedidos; 2°, que nas appellações, recursos e aggravos, em que trabalhem esses parentes, deve o juiz de direito dar-se de suspeito, porque a Ord. do L. 1°, T. 48, § 29 o prohibe expres- samente, não fazendo distincção alguma; e bem assim quando elles defendão ou accusem perante o jury, por- que neste tribunal também é considerado julgador quem applica a lei ao facto; 3*, que se os recursos não forem escriptos ou assignados por advogados impedidos, poderá conhecer delles, salvo se souber que taes recursos são obra dos advogados seus parentes, em fraude da lei, porque, em tal caso, é obrigado á dar o exemplo de fidelidade á mesma lei; 4°, finalmente, que as Ord. do L. Ia, T. 48, 8 29 e T. 79, g 45, e os Avs. de 12 de Novembro de 1833, 106 de 29 de Setembro de 1845, 266 de 3 de Dezembro de 1853 e 115 de 27 de Abril de 1855 só comprehendem pai, irmão e canhado do julgador. (140) Os juizes de paz no exercido e cumprimento de suas attribuições policiaes não podem ser averbados de 204 Art. 249. Quando qualquer das sobre- ditas autoridades se houver de declarar suspeita, o fará por escripto, declarando o motivo, e firmando-o com juramento (141); e immediatamente fará passar o processo ao juiz a quem competir o seu conhecimento, com citação das partes (142). suspeitos, por não ter lagar a suspeição nos casos em que só se praticão actos meramente fiscaes a bem da po- licia. E não obste o que dispõe o art. 65 no § a°, quando a taes juizes conferiu a attribuição de obrigar a assignar termo de bem-virer, porque o processo que então ins- taurão, concluindo pela assignatnra do termo e commi- nação da pena, é bem equiparado com o da formação da culpa. —Av. de 16 de Novembro de 1849. Os juizes não podem ser dados por suspeitos nos pro- cessos de formação da culpa, ainda mesmo no caso de recurso.—Av. de IA de Novembro de 1850. (1/kl) Ord. do L. 3*, T. 21, § 18. E si n3o jurar, motivo de nullidade.—Sup. Trio., Acc. de 22 de Julho de 1849, recorrente A. F. de Carvalho Júnior e recorrido- João de Mello Azedo; de 5 de Agosto de 1851, recorrente Manoel António Gomes Ribeiro e re- corrido José Ignacio de Barros Leite; e de 30 de Abril de 1852, recorrente Francisco de Siqueira Dias e recor- ridos Manoel José Ferreira Braga e Irmãos e Manoel do Nascimento Malta. (1&2) O que é suspeito a qualquer parte, na qualidade de juiz municipal, também o é, e com maior razão, na qualidade de juiz de direito*, visto que o defeito ou o 205 Ãrti 250. Quando alguma das partes pretender recusar o juiz, deverá declara-lo em audiência, por escripto por ella assig-nado, ou por seu procurador, deduzindo as razões da recusação por artigos as— signados por advogado, e annexando-lhes logo rol das testemunhas (que não poderão ser accrescentadas, mudadas ou sub-stituidas por outras), todos os documentos que tiver, e o conhecimento do deposito da caução respectiva, a qual é, para os subdelegados e delegados, da quantia de doze mil réis; para os juizes municipaes, impedimento de suspeição é só próprio da peuoa, e não do cargo.—AT. de 28 de Março de 1838. No caso de ser suspeito o subdelegado e seus supplentes para prosegnir no andamento de um processo de formação de culpa, oo de julgamento, deverá este passar ao der legado, e, quando este e seus supplentes forem também suspeitos, ao juiz municipal, e quando occorra a mesma circumstancia neste e seus supplentes, deverão taes pro- cessos passar ao chefe de polida para proseguir no co- nhecimento delles. — Av. de 28 de Julho de 1843. Este Aviso reprova, como inconveniente, a remessa de taes processos ao subdelegado mais vizinho, e fanda-se em ser cumulativa a jurisdicçãó dos subdelegados, dele- gados, juizes municipaes e chefes de policia. 206 de dezeseis mil réis; e pára os juizes de direito e chefes de policia, de trinta e dous mil réis. Art. 251. Apresentados os artigos pela maneira dita, o juiz recusado, suspendendo o progresso da causa, se reconhecer a sus- peição, mandará juntar os artigos aos autos, por seu despacho se lançará de suspeito, e fará remetter o processo ao juiz que deve substitui-lo, na forma do art. 253 do presente Regulamento. Se não se reconhecer suspeito, poderá continuar no processo, como se lhe não fora posta suspeição, e remetterá os ditos artigos ao juiz a quem competir tomar conhecimento delles, com a sua resposta, ou circumstanciada informação, que dará dentro de três dias, que se contarão da-quelle em que os mesmos artigos forem offerecidos. Art. 252. O juiz da suspeição, sem de- mora, assignará termo, dia e hora para o 207 recusante apresentar suas testemunhas, não passando de cinco dias; e, produzidas estas, lhe assignará mais vinte e quatro horas para allegar o mais que lhe convier, e decidirá definitivamente, com-prehendendo na sentença, quando fôr contraria ao recusante, a perda da respectiva caução. Art. 253. No caso de proceder a recu-sação, ou porque haja sido reconhecida, ou porque a sentença a tenha julgado procedente, se o recusado fôr delegado ou subdelegado, ou juiz municipal, será substituído pelo seu supplente, e este pelo seu immediato; e, se fôr chefe de policia ou juiz de direito, pelo juiz municipal. Art. 254. Quando a parte contraria re- conhecer a justiça da.suspeição, poderá, a requerimento seu lançado nos autos, suspender-se o processo até que se ultime o conhecimento da mesma suspeição. Art. 255. Das suspeições postas aos 208 juizes de direito conhecerá o jury, ao qual serão remettidos os artigos com a resposta ou informação de que trata o art. 251, sendo o mesmo jury para este caso pre„ sidido pelo juiz municipal supplente do juiz de direito (143). (143) Ao jury pertence o conhecimento de er suspeições intentadas aos juizes de direito, ainda mesmo em processos de responsabilidade dos empregados públi- cos; porque, tendo o Cod. do Proc. Orim. declarado o jury como único tribunal competente para conhecer das suspeições dos juizes de direito, sem ter feito distincção alguma das causas crimes da competência dos mesmos juizes, não podia o Reg. de 81 de Janeiro de 1842 ter outro fim senão marcar a ordem em as ditas suspeições. — Av. de 18 de Maio de 1843. Pio caso de suspeição do juiz de direito, em processos de responsabilidade, não se achando reunida nem convo- cada a sessão do jury ordinária, deve convocar-se uma sessão especial para o seu julgamento, attenta a natureza do processo, que na forma do art. 252 do Reg. n. 120 de 31 de Janeiro, não admitte demora? Os termos do artigo citado são de tal força que auto- risSo a convocação especial do jury, não se achando este reunido, nem Convocada a sessão ordinária do mesmo tribunal. Neste caso, a quem compete convocar o jury, ao juiz de direito recusado ou ao juiz municipal, como legitimo presidente do mesmo, conforme a doutrina do art. 255 dn citado Regulamento ? O jury deve ser convocado pelo juiz municipal supplente, que o tem de presidir, visto como a doutrina do Aviso de 2 de Julho de 1834, que dava tal attribuição ao juiz de direito arguido de suspeição, caducou .depois