de falso, e todos os do- cumentos e esclarecimentos obtidos com os indiciados delinquentes, ao juiz competente para a formação d i culpa. Art. 365. Formada a culpa da falsidade, 280 « feita a remessa do processo e dos de- linquentes na forma dos arts. 318, 319, 320 e 321 do presente Regulamento, e no caso de que a decisão da causa principal tivessej&cado suspensa, será ella decidida conjunctamente por novo conselho de jurados (no qual não poderá entrar nenhum dos membros que formarão o primeiro), com a causa da falsidade arguida, na mesma sessão do jury, se chegar a tempo, ou na immediatamente seguinte. Art. 366. Em todos os casos, achando-se a causa em estado de ser decidida, por parecer aos jurados que nada mais resta para examinar, o juiz de direito resumirá, com a maior clareza possível, toda a matéria da accusação e da defesa, e as razões expendidas pró ou contra, e depois proporá aos jurados sorteados as questões de facto necessárias para poder fazer appli-eação do direito, da maneira indicada nos c p. u 19 m 290 arts. 59, 60, 6-1,. 62, 63 e 64 da Lei de 3 de Dezembro de 1841 (201), Art. 367. Quando o juiz de direito, com referencia ao libello, tiver de. propor a questão nos termos do art. 59 da lei citada, e entender que alguma circumstancia exposta no dito libello não é absolutamente connexa e inseparável do facto, de maneira que não possa este existir ou subsistir sem ella, dividirá em duas a mesma questão (202): (201) Vide art. 269 do Cod> do Proc, e 58 o se- guintes da Lei de 3 de Dezembro de 1841. O juiz de direito deve propor quesitos a respeito de todos os crimes mencionados no libello. — Acc. da Rela- ção da corte de 2 de Setembro de 1848. Não se pôde propor questões a respeito de crimes não mencionados no libello, embora dos debates resulte o seu conhecimento. —Acc. da mesma de 30 de Julho de 1850. no quesito a respeito do crime não se deve incluir circumstancias aggravantes ou outras, que na forma dos arts. 367 e seguintes do Reg. n. 120 se devem separar. — Acc. da mesma de 28 de Setembro de 1852. (202) Í nnllidade o propoMe o quesito da complici- dade em termos vagos e indeterminados: o réo concor- reu; directamente, etc—Sup. Trib., Accj de 30 de Abril de 1864, Revista, n. 179S. O juix de direito deve propor tantas questões quantas 291 1'." O réo praticou o facto (de que con- star o libello) ? 2.* O réo praticou o facto mencionado com a circumstancia tal? Art. 368. No caso do dito artigo 59 e do art. 60 da mesma lei, o juiz de direito repetirá a questão tantas vezes quantas forem as circumstancias aggravan- forem as circumstancias mencionadas no libello.—Relação da corte, Ãcc. de 23 de Março de 1847. No Acc. de 3 de Setembro de 1859 o Supremo Tribunal declarou que se deve primeiro formar quesitos sobre o facto material, que constitue o crime principal, com os elementos que o compõem, ou circumstancias elementares que o caracterisão, para depois propor aos juizes se o criminoso, praticando tal facto, tentou contra o paciente, com vistas de consummar o crime, e isto manifestado por actos externi s e principio de execução, que não teve efteito por circumstancias albeias á sua vontade. B por Acc. de 30 de Novembro do mesmo anno declarou nuIIidade manifesta não baver o juiz de direito sobmettido á decisão dos jurados a questão de facto puramente, pois que, em vez de, etc, propôz como pri- meira questão: se P. tínlta tentado matar X. , violando assim o disposto no art. 50 da Lei de 3 de Dezembro de 18/rl, e submcttendo aos jurados a questão de clas- sificação do crime de tentativa de morte, que por ser de direito não lhes compelia decidir. Ne primeira Revista IbrSo recorrente João Adrião Cbaves e recorrida D. Luiza Maria Angela de Brito; e na segunda forão recorrentes Sabino Lins de Araújo, Félix de Araújo Lins e Herculano Dias Corrêa, e recorrida a Justiça. 292 tes (203) de que se tiver apresentado revestido o delicto pela maneira seguinte: 1.* O réo commetteu o delicto com tal circumstancia ag-gravante? 2.* O réo commetteu o delicto com a circumstancia aggravante tal? 3.a Etc, etc. '*'* Art. 369. Se o réo apresentar em sua defesa ou no debate allegar como escusa um facto que a lei reconhece como justificativo, e que o isente da pena, o juiz de direito proporá a seguinte questão: O jury reconhece a existência de tal facto ou circumstancia? (Art. 61 da Lei de 3 de Dezembro de 1841) (204). E o jury responderá: — Sim, por una- nimidade, o jury reconhece a existência de tal facto ou circumstancia. (203) Quando evidentemente constarem dos autos circum- stancias aggravantes, se o promotor publico ou o accusador particular não as requerer, ou o juiz não as propuser, fica nullo o julgamento. — Acc da Relação da corte de 6 de Setembro de 1850. (204) Vide Mafra, 3* roL, pag. 391. í 293 Não, por tantos votos, o jury não reconhece a existência de tal facto ou cir- cumstancia. Art. 370. Se o réo fôr menor de 14 annos, o juiz de direito fará a seguinte questão: O réo obrou com discernimento ? (Art. 6 2 da Lei de 3 de Dezembro de 1841.) E o jury responderá:—Sim, por unani- midade, o réo obrou com discernimento. Não, por unanimidade, o réo não obrou com discernimento. Art. 371. No caso do art. 63 da Lei de 3 de Dezembro de 1841, quando o juiz de direito tiver de fazer differentes quesitos, sempre os proporá em proposições simples e bem distinctas, de maneira que sobre cada um delles possa ter lugar, sem o menor equivoco ou amphibologia, a res- posta (205). (305) ... vfi-se dos autos que o recorrente o arrojara ao chio e da queda proriera aquella fractura; o quesito 1* m 2»4 Arfc. 3J2. Para responder ao quesito do art. 94 da Lei de 3 de Dezembro de 1841, a saber: — Existem circumstancias atte- nuantes a favor do réo?—proceder-se-ha da seguinte maneira: O presidente do jury lerá o art. 18 do Código Criminal, e depois proporá á vo- tação : — Se existem circumstancias atte- nuantes a favor do réo. —Se a resposta fôr negativa, fará immediatamente escre- ver esta resposta: — Não existem cir- cumstancias attenuantes a favor do réo.—* Se, porém, fôr affirmativa, não a fará —se o réo fez os ferimentos e offeosas physicas constantes do corpo de delicto, seria admissível se elle empregasse algum instrumento para fazer a offensa physica, fractu- rando a perna ao paciente; mas, não sendo esta a es- pécie, o mesmo quesito deu lugar á resposta amphibo- logica do jury c á absolvição do recorrido, ficando impune o delicto commettido, etc, por não ter sido observado o art. 371 de Reg. n. 120, o qual, se fora devidamente comprido, fazendo-se quesitos em proposições bem dis- tinctas e claras : se o réo lutou com o oftendido, se o fez cahir e se da queda resultou a fractura da perna, outra de certo seria a decisão do jury.—Sup. Trib., Acc. de 16 de Setembro de 1865. Vide Mafra, 2* rol., pags. 330 e 3A*. 295 escrever, mas irá pondo á votação a existência de cada unia das circumstancias • que aquelle artigo menciona, e, quando se decidir que existe alguma, fará escrever:— Existe a circumstancia attenuante de (por exemplo) não ter havido no delinquente pleno conhecimento do mal'e directa intenção de o praticar. —E assim a respeito das mais (206). Art. 373. Propostas as questões pelo juiz de direito, e por escripto nos autos, os jurados se recolherão á sala das suas conferencias e ahi sós e a portas fechadas, • principiaráô por nomear d'entre os seus membros, em escrutínio secreto, por maioria absoluta de votos, o seu presidente e um secretario, depois do que (206; Em Acc de 23 de Maio de 1863, entre partes recorrente Prudencio Rodrigues