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CODIGO DE PROCESSO I IMPERIO - VOL 2

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de Almeida e recorrida 
a Justiça, o Supremo Tribunal julgou nulla a cansa, porque, 
não respondendo o jury conforme manda este artigo, e 
sim somente que bavia circumstancias attenuantes, e 
fazendo o juiz de direito voltar o conselho á sala secreta 
para corrigir, negou este a existência das circumstancias, 
« que levou o juiz a condemnar o réo no gráo máximo. 
296 
conferenciarão sobre cada processo que 
fôr submettido ao seu exame, pela ma 
neira seguinte (207): I 
(207) Não se deve julgar quebrado o preceito da ín-
commnnicabilidade pelo facto de se ministrar alimento 
aos jurados. — Relação da corte, Acc. de 22 de Maio 
de 1868, em nota ao art. 61 da Lei de 3 de Dezembro. 
Vide a Revista n. 1878 de 12 de Maio de 1866. 
... Accresce ainda mais, que o jury de fl. 170 a fl..J é 
inteiramente nullo, por isso que o próprio official que 
deu a certidão de fl..., é aquelle que a fl... assevera que, 
apenas terminada pelo escrivão a leitura do processo, o juiz de direito, interrompendo a sessão, entrara com o 
mesmo escrivão, promotor e jurados para a sala secreta, 
onde jantarão todos, fechando a porta o outro certiGcante 
de fl...; vê-se de fl... que o substituto do escrivão, f.r 
assevera o mesmo, dizendo que nessa sala bavia duas 
bandejas com comida, e que por não ter estado eflecti vã-
mente nella não sabia pôr onde Unhão entrado, etc, etc. 
Ora, taes factos concluem que os mesmos jurados não 
estiverão incommunicaveis, etc, etc. — Sup. Trib., Acede 
21 de Agosto de 1861, recorrente Pedro Mariano dos 
Santos Garcia e recorrida a Justiça. 
A Relação da Bahia, em seu Acc. de 2 de Setembro 
de 1862, em revisão do feito supra, concordou e con-
firmou o que disse o Supremo Tribunal. É nullidade ter havido communicações de fora com. 
om membro do conselho.—App. n. Al38 ; Acc. de a de 
Agosto de 1863. 
Ainda por Acc. de 3 de Novembro de 1871, na App. 
n. 7185, a Relação mandou submetler o appellado a 
novo jury, pela nullidade resultante de ter o juiz de di-
reito mandado entrar para a sala secreta o medico para 
examinar o jurado que tivera um ataque. 
A não observância da nomeação, por escrutínio se-
creto, etc, do presidente e secretario produz nullidade* 
—Revista n. 1387 ; Acc de li de Julho de 1866. 
297 
Art. 374. O secretario fará a leitura do 
libello, da contrariedade de qualquer outra 
peça do processo que o presidente julgar 
conveniente, ou algum dos membros re 
querer, e das questões propostas pelo juiz 
de direito. fk* 
Art. 375. Finda a leitura, admittidas as 
observações que cada um dos membros tiver 
para fazer, e ultimada a discussão, o 
presidente porá a votos separadamente, e pela 
ordem em que se acharem escriptas, as 
questões propostas pelo juiz de direito, para o 
que estará sobre a mesa o escru-tinio, e terão 
os membros do jury uma porção de pequenos 
cartões, em que estarão escriptas as palavras 
— Sim—Não. 
Art. 376. Começando o presidente pela 
primeira questão declarará que vai pôr á 
votação: — Se o réo F. praticou tal facto ? —
e immediatamente lançará no escrutínio, com 
toda a cautela, o cartão indicativo do seu 
voto, e o mesmo farão o secretario 
298 
e todos os mais membros pelos quaes correrá 
o escrutínio. 
Ari. 377. Quando todos tiverem votado, o 
presidente tomará o escrutínio, e, verificada a 
votação pelo conselho, conforme o resultado 
delia, mandará escrever pelo secretario (208) 
a resposta, por uma das maneiras seguintes: 
No caso de ser affirmativa. — O jury 
respondeu á primeira questão:—Sim, por 
unanimidade, o réo F. praticou tal facto. 
O jury respondeu á primeira quest âo;— 
Sim, por tantos votos, o réo F. praticou tal 
facto. 
No caso de negativa. — O jury respondeu 
á primeira questão: — Não, por unanimidade, 
o réo F. não praticou tal facto. 
O jury respondeu á primeira questão: — 
Não, por tantos votos, o réo F. não praticou 
tal facto. 
(208) Kallidade, se escrever o presidente mesmo. —I 
Revista n. 1887: Acc. de li de Julho de 1866. 
230 
No caso de empate.—O jmy respondeu á 
primeira questão: — Sim,, o ré*o F. praticou 
tal facto. — Não, o réo F. não praticou tal 
facto. — Por igual numero de votos (209). 
Art. 378. Da mesma maneira se procederá 
a respeito de cada uma das outras questões, 
até que, dadas e escriptas todas as respostas, 
voltem os jurados á sala da sessão, e ahi as 
apresente o presidente da conferencia ao juiz 
de direito, que na conformidade delias 
proferirá a sentença. 
Art. 379, A resposta a cada um dos 
quesitos ou questões, depois de declarar o seu 
numero, como por exemplo—O jury 
respondeu á 1* questão—O jury respondeu á 
2* questão, etc.—começará sempre pelas 
palavras-—Sim— ou —Não, seguindo-se 
(209) Na App. n. 7208, por Acc. de 17 de Novembro 
de 1871, a Relação mandou submetler o appellado a novo jury, pela nullidade de ter o conselho respondido unani-
memente, quando mandado voltar á sala secreta, depois 
de tê-lo feito por empati. 
300 
depois a declaração do numero de voto/t 
vencedores, e depois a repetição das palavras 
do mesmo quesito, com o accrescimo 
unicamente da afirmativa ou negativa, como 
nos exemplos postos em os artigos 
precedentes (210). 
Art. 380. Se a decisão do jury fôr negativa 
o juiz de direito absolverá o ac-c usado, 
ordenando immediatamente a sua soltura, se 
estiver preso (211). 
• Art. 381. Se a decisão fôr affirmativa, 
o juiz de direito condemnará o ré*o na pena 
r correspondente ao gráo máximo, médio 
ou minimo, segundo as regras de direito, á 
vista das decisões do jury sobre o facto e suas 
circumstancias. 
(210) A não observância do modo por que este artigo 
manda responder, é nollidade.—Sup. Trib., Acc. de 7 de 
Julho de 1860, recorrente Domingos Anselmo FontaneUi 
e recorrido Manoel Joaquim dos Santos; e o de 9 de 
Maio de 1863, revista n. 1762. Também os da Relação-
da corte, de 11 de Dezembro de 1866 na App. o. 5571, 
e de 6 de Dezembro de 1867 na App. 5960. 
(211) Vide nota ao art. 271 do Cod. do Proc. Crim. 
301 
Ârt. 382. Se a decisão for empatada por 
igual numero de votos afifirmativos e 
negativos, a sentença será proferida conforme 
a opinião mais favorável ao ac-cusado. 
Art. 383. Quando o delicto fôr daquelles 
em que tenha lugar a pena de morte, somente 
será imposta ao réo, quando a decisão 
affirmativa do jury tiver sido unanime, ou por 
duas terças partes de votos, não somente 
sobre o facto principal, como também sobre 
cada uma das circumstan-cias aggravantes, 
cuja existência a lei requer, aliás se lhe 
imporá a pena imme-diatamente menor pela 
decisão da maioria absoluta (212). 
Art. 384. Todas as decisões do jury 
(212) Para ser imposta a pena de morte nos casos da 
Lei de 10 de Junho de 1835 deve haver doas terços dos 
votos do jury, não só a respeito do facto principal, como 
de todas as circumstancias que a Lei requer para que seja 
applicavel aquella pena, sendo uma delias a. existência de 
outra prova, além da confissão do réo.—Av. de IA de 
Fevereiro de 1851. 
302 
deveráS ser dadas em escrutínio secreto; 
nem se poderá fazer declaração alguma no 
processo por onde se conheça quaes os 
jurados Vencidos e quaes os vencedores. 
(Art. 65 da Lei de 3 de Dezembro de 
1841.) 
Art. 385. Si se tratar de crime por 
abuso da expressão do pensamento, além 
do que fica disposto se observará o que a 
«respeito delle dispõem os arts. 271, 272, 
273 e 274 do Código do Processo Cri-
minal. 
CAPITULO xn. 
Do proceno de contrabando. 
Art. 386. O juiz municipal conhecerá e 
julgará definitivamente o crime de con-
trabando, na forma do art. 17,, § 1° da. 
Ler de 3 de Dezembro de 1841, por via de 
denuncia- dada pelo promotor publico, ou 
qualquer do povoj e revestida 
S03 
das formalidades exigidas nos arts. 78 e 79 do 
Código do Processo Criminal ou exrofficio, 
(213).
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