do art. 160 do Código do Pro- cesso Criminal, o juiz de direito ordenará o processo, fazendo autuar as peças in-| structivas, e procedendo ás diligencia? or- denadas nos arts. 80 e 142 do Código do Processo Criminal, e ás mais que julgar convenientes, segundo o que achar verificado, pronunciará ou não o accu- sado (219). ( (219) Nos processos criminaea contra empregados do thesouro publico nacional é permittldo aos juizes compe- tentes requisitar novos exames ou quaesquer esclareci- mentos.—Dec. n. 512 de 16 de Abril de 1847. Estes exames serão feitos por empregados do thesouro, ou por outros peritos da nomeação do governo, ou pro- posição dos juizes criminaes.— Idem. Nas diligencias que os juizes, a bem da justiça, tenhSo de fazer nas repartições subordinadas ao governo, deverão dirigir-se directamente aos ministros respectivos, ou pre- sidentes de provinda, pcdindo-lhes dia para ellas se pffec- tuarem, e estes, marcaudo-o, ordenarão ás repartições que lhes são subordinadas que a ellas se prestem.—Idem. As testemunhas da formação da culpa nos processos de responsabilidade devem ser inquiridas pelo próprio juiz formador da culpa, mandando-as citar por deprecada para comparecerem no seu juízo, no caso de residirem em diversa comarca.—Av. de 16 de Março de 1854. O Av. de 4 de Fevereiro de 1864 declara que, não tendo effeito suspensivo o recurso interposto pelo juiz de direito (art. 439, g 2o), pôde o juiz municipal supplenteJ 311 Art. 401. Se o indiciado fôr pronun- ciado, o juiz de direito mandará logo dar vista ao promotor publico para este formar o libello; e no caso de haver parte accusadora, poderá ser admittida (220) a addir ou declarar o libello official, com- tanto que o faça no prazo de três dias (221). Art. 402. Offerecido o libello em au- diência pelo promotor, com additamento ou sem elle, o juiz mandará notificar o que teve em seu favor despacho de não pronuncia, exercer ■o cargo. Na revista n. 1925, foi annullado o processo da forma- ção da culpa por se não ter observado este art. úOO. (220) Mas não é á isso obrigada; nem ba lei que de- termine que não posia appellar a parte que não tiver usado dessa faculdade. Sup. Trib., Acc. de 22 de Outubro de 1862, recorrente Henrique Ricardo 0'Reilly e recorrido Caetano Moreira de Carvalho Goytacaz. (221) A. palavra logo que se encontra no art. AOl do Reg. não pôde ser entendida de maneira que exclua o recurso facultado no art A38, § 3°, porque se assim se entendesse aquelle artigo, não só seria illusoria a dispo- sição final do dito g 3, como iria o art. 401 de encontro ás disposições do art. 187 do God. do Proc e dos arts. 69, $ 3o, e 70 da Lei de 3 de Dezembro de 1841.—Av. de 12 de Janeiro de i85ú- 312 réo ou seu legitimo procurador para apre- | sentar a sua contrariedade, produzir os- F documentos de sua defesa, e nomear tes- temunhas no termo de oito dias, que po- • dera ser razoavelmente prorogado (222). Art. 403. Findo este termo, na pro- l xima audiência, presentes o promotor, a. I parte accusadora, o réo, seus procuradores e advogados, o juiz, fazendo lér pelo es-■ crivão o libello, contrariedade e mais peças do processo, procederá á inquirição das testemunhas que tiverem sido apresenta- das, ás quaes poderão também o promotor (222) É nullo o processo em qoe forem preteridas as solemnidades deste artigo.—Acc. da Relação da corte, de 27 de Agosto de 1858. ... Concedem a revista pedida, por nullidade do pro- cesso e consequente injustiça notória; porquanto, ainda qoe estando o recorrente ausente e em província diversa, se lhe pudesse formar culpa, não podia comtudo, sem ter sido notificado, ser accusado, julgado e condemnado, como foi, com manifesta infracção do art. &02 do Reg. de 31 de Janeiro de 1842, e em contravenção ao principio de jurisprudência universal, pelo qual ninguém pode ser con- demnado sem ser ouvido. Sup. Trib., Acc. de 28 de Março de 1863, recorrente o vigário Joaquim Leite de Araújo e> recorrida a justiça. 313 e^as partes fazer as perguntas que jul- garem convenientes. Art. 404. Findas as inquirições, im- mediatamente se farão os autos conclusos ao juiz, o qual, depois de um bem me- ditado exame, proferirá a sentença defi- nitiva , condemnando ou absolvendo o réo (223). Art. 405. Quando o juiz proceder ex- ofticio, ou em virtude de ordem superior, í223) Os empregados públicos não privilegiados estão sujeitos ás regras geraes do processo criminal, e portanto devem ser julgados pelas provas dos autos em sua au- sência, quando accusados em crimes em que não cabe a denuncia.—Av. de 9 de Julho de 1859. A regra firmada por este Aviso é que o julgamento á revelia de réos empregados públicos ausentes do Império ou em lugar não sabido, accusados por crime de respon- sabilidade, só deixará de effectuar-se quando, na forma do art. 33 do Cod. do Proc Crim., fôr o crime da na- tureza daquelles que não admittem fiança.—Av. de 22 de Setembro de 1863. A sentença condemnatoria, não obstante a appellação interposta, suspende, como a simples pronuncia, o exer- cido das funcções publicas.—Avs. de 18 de Abril e 10 de Mais de 1864. Passando em julgado a sentença produz todos os seus e(leitos, um dos quaes é fazer cessar a suspensão admi nistrativa, sem necessidade de communicação ao presidente que suspendeu e mandou processar.—Av. n. 283 de 6 de Outubro de 1864. ,... . I 314 seguirá a mesma ordem do processo, fa- zendo autuar a ordem ou papeis que hou- ver recebido, ou os traslados necessários e papeis que servirem de base ao proce- dimento. CAPITULO XIV. Da execução das sentenças (224}. Art. 406. Logo que as sentenças con- demnatorias tiverem passado em julgado, serão os réos postos á disposição do juiz municipal respectivo, em virtude de ordem por escripto do juiz de direito (225). (224) Vide o AT. n. 375 de 31 de Agosto de 1861. O Av. n. 348 de 4 de Agosto de 1869 declara que na execução das sentenças crimes no foro commum devem os juizes regular-se pelas disp. deste cap. (225) Na sentença em que fôr o escravo condem nado a açoutes deve o juiz que a proferir também condemna-lo a trazer um ferro pelo tempo e maneira que for designado, conforme o art. 60 do Cod. Crim., não competindo esta attribuição ao juiz executor, ao qual só incumbe a fiel execução das sentenças, não as podendo alterar para mais ou menos. —Av. de 9 de Março de 1850. Pertencem aos escrivães dos subdelegados e dos juizes «de paz as execuções das sentenças de processos puliciaes 315 Art. 407. O juiz municipal, recebendo esta ordem, ordenará que o réo seja re- commendado na cadéa, se já estiver preso, |e criminaes, que sejão da competência delles. —Avs. de 21 de Junho de 18Zi3 e 15 de Dezembro de 1851. Nas subdelegadas deve liçuidar-se a malta segundo as regras estabelecidas nos Regulamentos de 31 de Janeiro de 1842 e 18 de Março de 184», que são gerars e communs a todos os juizos criminaes. —Av. de 15 de De- zembro de 1851. A execução das sentenças proferidas pelos subdelegados compete a elles mesmos, á vista do principio geral, que o juiz que profere a sentença é competente para executa- la, salva a disposição em contrario.—Av. de 15 de-De- zembro de 1851. Logo que a sentença condemnatoria do jury passa em julgado, deve o escrivão fazer o processo concluso ao juiz de direito, que mandará por seu despacho remetter ao juiz municipal a competente ordem por elle assignada para ser cumprida a sentença, devendo este juiz ao recebê-la mandar autua-la para proceder nos termos do art. 607. —Av. de 2 de Agosto de 1859. A pena de suspensão imposta ao empregado publico por crime de responsabilidade não deve ser cumprida senão depois que a sentença do juiz de direito, da qual se ap-