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@eu.lusantos | 1 Semiologia 1 – @eu.lusantos Temperatura e Pulso Arterial Inserido no Exame Físico Geral (EFG) na parte de sinais vitais (temperatura, pulso, pressão arterial e saturação do O2). • Os sinais vitais possuem sua apresentação variada, pois podem estar escritos na primeira porção do EFG ou no exame de cada sistema avaliado. Temperatura Corporal (TC) • Só é possível afirmar a temperatura do paciente mediante ao uso de um termômetro. Apesar da suspeita de uma alteração térmica, clinica sugestiva ou prescrição da enfermagem, só é possível afirmar com o uso do termômetro. • Se o paciente chegou ao atendimento se queixando de febre, porem ele não aferiu a temperatura com o termômetro, collocar (SIC): segundo informações colidas, significa algo importante que o paciente relatou, mas não há como ter certeza. • Variação interna de temperatura de até 0,6°C. Ainda, pode ocorre uma variação externa associada as trocas com o ambiente. Alterações fisiológicas da TC: • Menor temperatura na segunda metade da noite até o início do dia. • Maior temperatura durante as refeições, atividades físicas, gravidez e na ovulação. Podemos perder calor para o ambiente por 3 mecanismos: • Irradiação: maior parte da perda. • Condução: contato com algum objeto. • Evaporação: no aumento da TC ativa a sudorese. Condução do calor externo para o corpo A condução do calor para a pele depende do grau de constrição das arteríolas e das anastomoses arteriovenosas. Redução da perda de calor: • Temp. corporal <36°C. • Vasoconstrição da pele: reduz condição e convecção. • Piloeresão: reduz sudorese. • Os vasos contraídos se afastam da pele e, isso diminui a troca de calor com o ambiente externo. Aumento da perda de calor: • Temp. corporal >37°C. • Vasodilatação: a fim de otimizar a troca de calor com o meio. • Estimulo a sudorese. Tipos de Termômetros • Termômetro de mercúrio: retirado do mercado devido a toxidade do metal (35-42°C). • Termômetros eletrônicos (32-43°C). • Termômetro timpânico: afere a temperatura central (SNC). Locais de Aferição da Temperatura Locais: axilar, oral, retal, arterial pulmonar (cateter especifico para inserir na artéria), esofágico (endoscopia especifica), nasofaringeano e vesical. Locais comuns: • Axila: (35,5-37°C). @eu.lusantos | 2 • Boca: até 37,4°C. • Reto: até 37,5°C (mais restrito a pediatria). Preparo: • Termômetro conservado. • Limpeza do oco axilar (cuidado com desodorante, cremes, etc). • Cavidade oral: região sublingual. • Reto: ampola retal (bulbo redondo). Tempo da aferição: 3 a 5 min. Febre • Temperatura corporal acima da normalidade, pode ser acompanhada de outros sintomas, como: astenia, inapetência, cefaleia, mialgia, sudorese, náusea, delírio, confusão mental, convulsão, taquipneia, taquicardia, taquisfigmia, oliguria. • Os sintomas podem estar associados a causa de base ou serem provocados pela condição de hiperemia. Causas: • Aumento da produção de calor (hipertireoidismo) • Bloqueio da troca de calor (insuficiência cardíaca ou ausência de glândulas sudoríparas). • Lesões teciduais ou mecânicas (cirurgias, esmagamento). • Infecção (fúngica, bacteriana, viral...) • Neoplasias malignas (lise tumoral) • Doenças hemolinfopoiéticas • Alterações vasculares (IAM, AVE, trombose). • Distúrbios imunológicos (colagenoses, doença do soro, uso de medicamentos). • Doenças do SNC (sistema de termorregulação corporal). Fisiopatologia da Febre Quadros inflamatórios: proteínas ou produtos de hidrolise ou toxinas bacterianas -> levam a liberação de pirogênicos por neutrófilos -> estimulam o SNC através da liberação de prostaglandinas -> aumento do ponto de ajude do termostato hipotalâmico -> eleva a produção de calor e dissipação compensatória do calor (pct relata sudorese intensa). Características Semiológicas da Febre 1) Início: súbito/gradual. 2) Intensidade: • Leve ou febrícula: até 37,5°C. • Moderada: 37,6-38,5 °C. • Alta: >38,6°C. 3) Duração: • Resfriado: melhora entre 7-10 dias. • Tuberculose: febre vespertina com duração de muitas semanas. • Prolongada: BK (tuberculose), sepcemia, malária, endocardite bacteriana, febre tifoide, colagenosa, linfoma, pielonefrite, brucelose e esquistossomose. 4) Evolução (quadro térmico): • Continua: permanece acima do normal com pouca variação (1°C). Ex.: pneumonia. • Irregular ou séptica: picos altos intercalados com temperaturas baixas ou apirexia (sem febre). Ex.: sepse, abcesso pulmonar, BK, malária. • Remitente: variação >1°C sem períodos de apirexia. • Intermitente: variação >1°C com períodos de apirexia. • Recorrente ou ondulante: períodos de temperatura normal interrompidos por períodos de temperatura elevada. 5) Término: • Crise/lise da febre, ou seja, qual o contexto de termino da febre (espontânea, antitérmico, alguma atividade, etc.). Hipotermia Temperatura corporal axilar <35,5°C ou retal <36°C. Pode ser: • Induzida: cirurgia de transplante. • Espontânea: congelamento acidental, choque, sincope, doenças consumptivas, hemorragias graves e súbitas, coma diabético. Atenção ao idoso! O sistema de termorregulação é diferente, pois a temperatura geralmente é mais baixa (choque séptico sem febre). Hipotermia: o idoso tem redução da sensação de hipotermia, capacidade de percepção da temperatura, termogênese, calafrios e resposta vasoconstritora estão reduzidos. Hipertermia: aumento do limiar de temperatura, reduz sudorese, percepção de calor, resposta vasodilatadora afetada e reserva cardiovascular reduzida. Pulso Arterial • Importante para exame de doenças cardiovasculares, coleta de gasometria. • Aferição do pulso: através da palpação e inspeção. • O exame do pulso está muito relacionado ao exame do sistema cardiovascular, ao avaliar a pulsação o objetivo é identificar se está passando sangue adequadamente pelo vaso sanguíneo. Inspeção: • Paciente em pé ou deitado. @eu.lusantos | 3 • Observar a coloração da pele. • Exame da perfusão capilar (patológico >3 segs.). Eritrocianose: coloração vermelho arroxeada nas extremidades dos membros com isquemia – pré- gangrena. Tromboangilite obliterante avançada: palidez do membro quando altera posição pendente para horizontal. Gangrena: a pele está com a coloração enegrecida, tecido necrótico. Na inspeção do pulso é preciso avaliar: • Assimetria (lado contralateral sempre). • Alterações ungueais (má perfusão arroxeamento da unha). • Ulcera (insuficiência vascular periférica). • Calosidade (ponto de pressão que pode evolui para ulcera – cuidado com diabéticos). • Gangrena. • Micoses interdigitais (importante em pacientes diabéticos – infecção). • Batimento arterial. Palpação: • Também é preciso comparar o lado contralateral. Na palpação do pulso é preciso observar: a. Temperatura. b. Elasticidade. • Quando diminuída, suspeita-se de doenças que vão afetar a parede arterial como as autoimunes ou isquêmicas crônicas. c. Umidade da pele: • Hiperidrose: distrofia simpático reflexa, o pct soa muito nas palmas das mãos, plantas dos pés e oco axilar. • Ausência de umidade: hanseníase. d. Frêmito: • Sistólico: devido estenose ou aneurisma. • Sistodiastólico (continuo): fistulas arteriovenosas em pacientes que fazem hemodiálise. O que é frêmito? É um tipo de tremor, sente-se a artéria vibrando. O frêmito é auscultado com o estetoscópio quando se realiza a fistula arteriovenosa para o pct que necessita de dialise, se o frêmito estiver 4+/4 ele está pronto para iniciar a hemodiálise. Com o estetoscópio tem como auscultar o frêmito bem forte, como se fosse um sopro cardíaco. Obs.: para a palpação dos pulsos é importanteque o paciente esteja relaxado e bem posicionado e o ambiente silencioso. É preciso para que possamos diferenciar a pulsação dos nossos dedos do pulso do pct. Os Principais Pulsos: 1. Pulso radial: artéria radial. • O que palpamos primeiro, principalmente nos pacientes lúcidos e orientados. • 2º e 3º quirodáctilo explicando o procedimento para o pct (necessário pct tranquilo, ambiente calmo e pedir ao paciente para não falar naquele momento). • É preciso que o ambiente permita a concentração para podermos diferenciar o pulso do paciente da nossa pulsação interdigital. Pois, muitas vezes o paciente possui o pulso muito fino e a nossa percepção não será muito boa, então com tumulto ou com o paciente se mexendo muito as vezes você não irá conseguir fazer da forma como gostaria. 2. Pulso carotídeo: artéria carótida comum. Palpação: @eu.lusantos | 4 • Paciente em pé ou sentado na beira do leito. • Sempre no lado contralateral (pulso carotídeo direito – polpa do polegar ou mão esquerda). • Há 2 maneiras de palmar o pulso, figura abaixo. Na palpação analisamos: • Amplitude: diminuída ou aumentada (estenose ou oclusão arterial). • Frêmito: se possui (estenose, oclusão arterial ou estenose da aorta). Inspeção: • Pulsação visível: exercício físico, emoções, hipertensão arterial. • Dança artéria: insuficiência aórtica e hipertireoidismo. Ausculta: coloca a campânula abaixo do ângulo da mandíbula, pode ser que haja a presença de um sopro nos casos de estenose aórtica (não é muito comum). O que vamos auscultar? Pulso mais cheio (4+/4) e é semelhante a ausculta do coração, vamos ouvir os batimentos cardíacos. 3. Pulso temporal superficial: • Paciente sentado, em pé ou decúbito dorsal. • Examinador com indicador acima da articulação temporomandibular. 4. Pulso subclávio/ Pulso axilar: • São mais complicados, principalmente, o subclávio porque a clavícula esconde a artéria. • O pulso axilar é mais fácil de identificar na criança do que no adulto. 5. Pulso cubital/ Pulso braquial: Tudo isso temos que avaliar de acordo com a extremidade, do proximal p/ o distal. Pois, é preciso identificar até onde estamos percebendo que aquela vascularização está boa. Então, se temos presença de pulso subclávio, axilar, braquial, cubital, radial, na palma da mão e até nas polpas digitais. Isso, significa que a vascularização de todo o membro superior está satisfatória. Mas, quando já começa com o p. axilar um pouco fraco, o p. braquial 1+/4+ e os p. cubital, radial e ulnar ausentes, isso significa que não está chegando sangue a partir do antebraço do paciente. 6. Pulso aórtico abdominal: Só vamos auscultar quando temos um contexto de aneurisma de aorta ou um pct muito magro com quase nada de tecido adiposo na parede abdominal - está inserido no exame físico abdominal. @eu.lusantos | 5 7. Pulso ilíaco: é um pouco mais complicado de sentirmos, esta presente na bifurcação das ilíacas (ilíaca comum em externa e interna). Só em paciente muito magro que talvez você perceba. 8. Pulso femoral: Palpação com 4 dedos afundando abaixo do ligamento inguinal. • Geralmente é o pulso de escolha para colher a gasometria, pois é uma artéria calibrosa, diferente da a. radial ou a. ulnar que são menores e há mais risco de complicações. 9. Pulso poplíteo: paciente em decúbito dorsal e joelho fletido, os 2 polegares do examinador sobre a paleta e os outros dedos vão entrar atrás do joelho. É um pouco mais complicado de sentir, por isso precisa de silêncio no local. 10. Pulso tibial anterior: 11. Pulso pedioso: 12. Pulso tibial posterior: Pulso Arterial – Exame Físico No exame físico temos a inspeção, palpação (apenas os dedos indicador e médio para todos os tipos de pulso) e a ausculta (só mesmo a pulsação que vamos auscultar que é normal, pode ter a presença de sopros – sistólico que pode significar estenose ou dilatação das artérias ou sistodiastólico – caso do frêmito, fistulas arteriovenosas). • Na Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) secundária podemos fazer ausculta da região epigástrica e lombar do abdome (estenose da a. renal – caso raro de HAS) – contexto do exame físico do abdome. Geralmente o melhor pulso de auscultar é o carotídeo e o da aorta abdominal (pct magro). Características Semiológicas – Palpação 1. Parede arterial: • Endurecida, irregular e tortuosa – arteriosclerose (placas de gordura na camada intima da artéria). • Arterial radial dura e tortuosa – mediosclerose de Mönckeberg. @eu.lusantos | 6 2. Frequência (60-100bpm): acompanha o batimento cardíaco, mas a classificação é diferente. • <60bmp – bradisfigmia – atletas (normal), tifo, virose, hipertensão intracraniana, icterícia, dist. do sistema excitocondutor (forma sinusal ou bloqueio atrioventricular). • >100bpm – taquisfigmia – gravidez, emoção, exercício físico, hipertireoidismo, IC, taquicardia paroxística, miocardite, hipovolemia. • Déficit de pulso – fibrilação atrial (FA) e extrassístole ventricular. FA: A pulsação é irregular, não temos aquele batimento tum-ta-tum-ta, uma dessa fases pode estar abolida e geralmente o que pulsa não concorda com o batimento do coração. Então, estamos palpando o pulso e auscultando o coração e está discordante podemos pensar em FA. 3. Ritmo: • Regular (bater junto com B1 e B2 – tum-ta). • Irregular – arritmia (conj. De doenças cardiológicas que afetam o sistema condutor, então as batidas não serão como deveriam), extrassístole ventricular (como se houvesse uma 2ª sístole, pode afetar FC e F. de pulso) e FA (déficit de pulso e FC aumentada). 4. Amplitude: • Amplo ou magnus - insuficiência aórtica. • Mediano • Pequeno ou parvus - estenose aórtica e choque (hipovolêmico, séptico, cardiogênico, medular). 5. Tensão ou dureza: quando você comprimir a artéria com o dedo. • Mole • Mediano • Duro – HAS. 6. SEMPRE COMPARAR com artéria homologa (do outro lado). Ondas de Pulso: Tudo que temos em sist. cardiovascular está relacionado com o ciclo cardíaco, então temos a sístole e a diástole, quando as câmaras se enchem e quando ejetam sangue para o corpo, relacionado com o fechamento e abertura das válvulas cardíacas. Então teremos a fase do pulso que é a sistólica logo abaixo – a curva vai descendo – temos a onda de percussão, incisura e onda dicrótica e no final a fase diastólica – que sobe para novamente ter a sístole. • Pressão de pulso normal: 30-40 mmHg. • Contorno do pulso: regular e arredondado. • Escrita no Ex. Físico normal: ritmo regular, pulso de conotação arredondada. Pulso célere ou em martelo d’água (P. Corrigan): palpar por 5 mim o pulso. A incisura da onda de pulso mais abaixada, há varias patologias associadas, é um pulso mais fraco. Pulso Bisferiens: sístole e quase não tem incisura e onda dicrótica e a diástole dele é como se sumisse. Pulso Bigeminado: como se tivessem 2 pulsos em 1, como se tivesse um batimento deflagrado dentro do outro. @eu.lusantos | 7 Pulso alternante: uma hora está cheio e regular, outra hora está com uma amplitude menor e depois sobre novamente. Pulso filiforme: não está chegando sangue na periférica, alguma condição que o sistema está jogando sangue para o coração e cérebro. Pulso Paradoxal: na expiração um momento de aumento e na inspiração uma diminuição, quando na verdade deveria ser o contrário.Semiologia Médica - Celmo Celeno Porto - 7ª Edição. 2013. Editora Guanabara Koogan.
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