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REALIZAÇÃO ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO ASSESSORIA TÉCNICA SEGUROS AERONÁUTICOS FRANCISCO ROGÉRIO COSTA MARTINS – 2019 GUSTAVO TAVARES DA CUNHA MELLO – 2018 SEGUROS DE CASCOS MARÍTIMOS JORGE ANTÔNIO LOPES – 2020/ 2019/ 2018 DIAGRAMAÇÃO ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DA ESCOLA VIRTUAL PICTORAMA DESIGN Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola. 3ª EDIÇÃO RIO DE JANEIRO 2020 E73s Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros aeronáuticos e cascos marítimos / Supervisão e coordenação metodológica da Diretoria de Ensino Técnico; Assessoria técnica de Francisco Rogério Costa Martins e Jorge Antônio Lopes. -- 3.ed. -- Rio de Janeiro: ENS, 2020. 132 p. ; 28 cm 1. Seguros Aeronáuticos. 2. Seguros de Cascos Marítimos. I. Martins, Francisco Rogério Costa. II. Lopes, Jorge Antônio. III.Título. 0020-2468 CDU 368(072) A ENS, promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito educacional, que contribuem para um mercado de seguros, previdência complementar, capitalização e resseguro cada vez mais qualificado. Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem sólida trajetória acadêmica. A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a competitividade é cada vez maior. Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros. SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS INTERATIVO SEGUROS AERONÁUTICOS 1. INTRODUÇÃO 12 O MERCADO AERONÁUTICO BRASILEIRO 13 REGULAMENTAÇÃO DO SETOR 15 SAC – Secretaria de Aviação Civil 15 ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil 15 DECEA – Departamento de Controle do Espaço Aéreo 15 CENIPA – Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos 16 SEGUROS AERONÁUTICOS 16 2. GARANTIA CASCOS AERONÁUTICOS 18 O SEGURO AERONÁUTICO – GARANTIA CASCOS – ADITIVO A 19 Riscos Cobertos 20 Riscos Excluídos 20 A SUBSCRIÇÃO DE RISCOS AERONÁUTICOS 21 Perfil dos Segurados 22 Tipos de Aeronave 22 Avaliação da Aeronave/Valor em Risco/Importância Segurada 25 Idade da Aeronave 25 Franquia 26 Tipos de Utilização da Aeronave – Utilização 26 SUMÁRIO SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS DESCONTO DE FROTA 27 MODALIDADES DE CONTRATAÇÃO 27 Quanto ao Valor 27 Quanto à Forma 28 PERDA TOTAL 28 PERÍMETRO DE COBERTURA 28 SEGURO DE GUERRA, SEQUESTRO E CONFISCO 29 Garantia 23 – Guerra 29 Garantia 24 – Sequestro 30 Garantia 25 – Confisco 31 OUTRAS COBERTURAS ADICIONAIS 31 FIXANDO CONCEITOS 2 33 3. SEGURO RETA 36 O SEGURO OBRIGATÓRIO RETA 37 COBERTURAS 38 COBERTURAS BÁSICAS 38 COBERTURA ADICIONAL 38 A OBRIGATORIEDADE DO SEGURO RETA (EXIGÊNCIA LEGAL DE CONTRATAÇÃO) 38 DETALHAMENTO DAS COBERTURAS E SEUS LIMITES SEGURADOS NA APÓLICE DE SEGURO RETA 39 Coberturas Básicas Nº 1 (Passageiros) e Nº 2 (Tripulantes) 39 Cobertura Básica Nº 3 (Danos Pessoais e/ou Danos Materiais, Causados a Terceiros Não Transportados, na Superfície) 40 Cobertura Básica Nº 4 (Abalroamento) 40 Cobertura Básica Nº 5 (Danos à Carga e/ou à Bagagem de Passageiros Despachadas) 41 Cobertura Básica Nº 6 (Responsabilidade Civil por Cancelamento de Voo, Atraso ou Preterição de Embarque) 41 A ATUALIZAÇÃO ANUAL OBRIGATÓRIA DOS VALORES DE COBERTURA 42 VIGÊNCIA 42 SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS FRANQUIA E PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA 43 RISCOS NÃO COBERTOS E EXCLUSÕES DAS CONDIÇÕES GERAIS DA APÓLICE 43 EXCLUSÕES PARTICULARES 46 COBERTURA ADICIONAL DEFESA EM JUÍZO CIVIL (Nº 201) 47 OBRIGAÇÕES DO SEGURADO 47 DRONES 48 Regulamentação dos Drones, Seu Uso e a Necessidade do Seguro 48 OBRIGATORIEDADE DE SEGURO RETA PARA DRONES 50 CARACTERÍSTICAS DOS SEGUROS RETA PARA DRONES 50 FIXANDO CONCEITOS 3 51 4. RESPONSABILIDADE CIVIL A 2º RISCO 53 DEFINIÇÃO E OBJETIVOS DO SEGURO DE RESPONSABILIDADE CIVIL A 2º RISCO DO RETA 54 EXCLUSÕES DO SEGURO DE RESPONSABILIDADE CIVIL A 2º RISCO 55 CLÁUSULA DE EXTENSÃO DE COBERTURA DE RESPONSABILIDADE CIVIL AERONÁUTICO PARA EVENTOS DE GUERRA, SEQUESTRO E CONFISCO (CLÁUSULA ADICIONAL 33 OU AV-52E) 56 COBERTURA ADICIONAL DE DANOS MORAIS (CLÁUSULA 42) 57 FIXANDO CONCEITOS 4 59 5. OUTROS SEGUROS 60 CONDIÇÕES DA COBERTURA DE RESPONSABILIDADE CIVIL DE HANGARES E OPERAÇÕES AEROPORTUÁRIAS 61 Objetivo da Cobertura 61 SEGURO DE PEÇAS, MOTORES E ACESSÓRIOS SOBRESSALENTES 64 Objetivo da Cobertura 64 Principais Riscos Excluídos 64 FIXANDO CONCEITOS 5 66 SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS 6. REGULAÇÃO DE SINISTROS 68 GARANTIA CASCOS (ADITIVO A) 69 Sinistros 69 Indicação de Perito/Regulador de Sinistros 69 Perdas Totais 70 Perdas Parciais 70 Salvados 71 Remoção dos Bens Sinistrados 71 Reposição do Bem 71 Participação do Segurado para Pousos em Pistas Não Homologadas 72 GARANTIA RETA (ADITIVO B) E COBERTURA DE RESPONSABILIDADE CIVIL A 2º RISCO 72 COBERTURA DE RESPONSABILIDADE CIVIL DE HANGARES 73 FIXANDO CONCEITOS 6 74 7. CLÁUSULAS IMPORTANTES PARA O SEGURO AERONÁUTICO 75 ADITIVO A – GARANTIA CASCOS 76 ESTUDOS DE CASO 80 GABARITO 81 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 82 SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS SEGUROS DE CASCOS MARÍTIMOS 1. INTRODUÇÃO E BREVE HISTÓRICO 84 INTRODUÇÃO 85 HISTÓRICO 88 O TRANSPORTE MARÍTIMO 88 EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO 89 MERCADO NÁUTICO 89 CLUBES DE P&I 90 FIXANDO CONCEITOS 1 92 2. ASPECTOS GERAIS DOS SEGUROS DE CASCOS MARÍTIMOS 93 FINALIDADE DO SEGURO DE CASCOS MARÍTIMOS 94 Informações Básicas para a Contratação do Seguro de Cascos Marítimos 94 OBJETO DO SEGURO 95 Classificação das Embarcações 95 Causas de Acidentes Aquaviários 96 Efeitos de Acidentes Aquaviários 96 ACEITAÇÃO DE RISCOS 97 VISTORIAS PRÉVIAS 97 INTERATIVO SUMÁRIO SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS BENS SEGURÁVEIS 97 Alguns Tipos de Navios e Embarcações 98 SEGURADOS 100 Beneficiários 100 VALOR SEGURADO DA EMBARCAÇÃO 100 INDENIZAÇÃO 101 PRÊMIO 101 PARTICIPAÇÃO DO SEGURADO 101 FRANQUIA DEDUTÍVEL 102 REINTEGRAÇÃO DO VALOR SEGURADO 102 SOCIEDADES CLASSIFICADORAS 102 PERDA TOTAL 103 AVARIAS 103 SINISTROS 106 FIXANDO CONCEITOS 2 107 3. CONDIÇÕES GERAIS E COBERTURAS BÁSICAS DO SEGURO DE CASCOS MARÍTIMOS 109 RISCOS COBERTOS 110 Exemplos de Acidentes Envolvendo os Riscos Cobertos pelas Condições Gerais 111 RISCOS EXCLUÍDOS 113 PRAZO DO SEGURO 114 Início e Término de Cobertura 114 PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES DO SEGURADO 115 MUDANÇA DE PROPRIEDADE 115 COBERTURAS BÁSICAS DO SEGURO DE CASCOS MARÍTIMOS 116 Cobertura Básica nº 1 116 Cobertura Básica nº 2 117 Cobertura Básica nº 3 117 FIXANDO CONCEITOS 3 119 SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS 4. COBERTURAS COMPLEMENTARES ESPECIAIS E ADICIONAIS 121 COBERTURAS COMPLEMENTARES 122 Cobertura Complementar nº 4 – Desembolso 122 Cobertura Complementar nº 5 – Responsabilidades Excedentes 122 Cobertura Complementar nº 6 – Valor Aumentado (VA) 123 COBERTURAS ESPECIAIS 123 Cobertura Especial nº 7 – Seguro de Construtores Navais (Builder’s Risks) 123 Cobertura Especial nº 8 – Responsabilidade Civil Complementar (P&I) 125 Cobertura Especial nº 9 – Guerra e Greves 126 COBERTURAS ADICIONAIS 127 FIXANDO CONCEITOS 4 128 ESTUDOS DE CASO 130 GABARITO 131 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 132 12 UNIDADE1 SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS ■ Compreender o tamanho da indústria aeronáutica e o tamanho do mercado de Seguros Aeronáuticos. ■ Compreender a divisão dos Seguros Aeronáuticos entre Cascos e o obrigatório RETA. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ■ Conhecer os segmentos de ramos conforme a SUSEP. O MERCADO AERONÁUTICO BRASILEIRO REGULAMENTAÇÃO DO SETOR SEGUROS AERONÁUTICOS TÓPICOS DESTA UNIDADE INTRODUÇÃO 01 UNIDADE 1 13SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS O MERCADO AERONÁUTICO BRASILEIRO Em um país continental como o Brasil, no qual a mobilidade não é uma das melhores características, o transporte aéreo consolida-se como solução cada vez mais presente na vida dos brasileiros. Os números divulgados, em 2018, no Anuário do Instituto Brasileiro de Aviação, revelam aumen- to de 1,1% em operações, com o maior crescimento verificado na aviação Geral e redução de somente 2% na aviação comercial, entre 2016 e 2017. O mesmo estudo do Instituto informa, ainda, que até maio de 2018 foram registradas 22.022 aeronaves civis, sendo 15.406 na categoria geral, 675 de nível comercial e 5.941 do tipo experimental. Existe, a propósito, regis- tro de crescimento relevante em número de aeronaves experimentais em operação no país. Essa realidade, portanto, ratifica o incremento de opor- tunidades em negócios no segmento de Seguros aeronáuticos. As estatís- ticas nacionais e internacionais chancelam essa tendência favorável, como é possível confirmar nas informações listadas a seguir: ■ O Brasil possui a 2ª maior frota mundial de Aviação Geral (Brasil com 22.022 , seguido dos EUA); ■ A aviação executiva Brasileira representa 50% da América Latina; ■ O País trabalha com a 4ª frota mundial de helicópteros (Brasil com 2.006, EUA com 12.000, Canadá com 2.776 e Austrália com 2.025); ■ Maior frota mundial de helicópteros em operação em um gran- de centro urbano (São Paulo, com cerca de 500 helicópteros); UNIDADE 1 14SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS ■ Utilização expressiva de aeronaves no segmento de produção de petróleo e gás; ■ Operação efetiva de aeronaves no segmento agrícola; ■ O Brasil consolida-se como sede de dois grandes fabricantes de aeronaves (Embraer e Helibras); ■ Empresas regionais em expansão; e ■ Construção de aeroportos, além de expressiva tendência de privatizações no setor. DISTRIBUIÇÃO DE AERONAVES POR ESTADO Frota Brasileira – Aeronaves Registradas por Estado QUANTIDADE DE AERONAVES Mais de 1.200 700 até 1.200 200 até 699 Menos de 200 UNIDADE 1 15SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS REGULAMENTAÇÃO DO SETOR No Brasil, a Aviação Civil é regulada pelas seguintes instituições: — SAC – Secretaria de Aviação Civil Com status de ministério e ligada à Presidência da República, a Secretaria de Aviação Civil foi criada em 2011 pela Lei 12.462/2011 com o propósito de coordenar e supervisionar ações voltadas para o desenvolvimento estraté- gico do setor de aviação civil e de infraestrutura aeroportuária e aeronáutica no Brasil. Dentre as atribuições dessa pasta estão o planejamento do setor aéreo, a coordenação de fundos de desenvolvimento de infraestrutura – em especial o Fnac (Fundo Nacional de Aviação Civil) – e a coordenação dos órgãos e entidades do sistema de aviação civil brasileiro – como a ANAC e a Infraero –, em articulação, no que couber, com o Ministério da Defesa. — ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil Vinculada à SAC, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) é responsá- vel pela normatização e fiscalização das atividades de aviação civil e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária. Seus atos administrativos visam cumprir a legislação e as políticas governamentais definidas para o setor, zelar pelo interesse de usuários, além de desenvolver a aviação no país. São competências da ANAC: outorgar e regular as concessões de serviços e infraestrutura do setor; aprovar os planos diretores de aeroportos; com- por a arbitragem administrativa de conflitos de interesse entre prestadores de serviços aéreos e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária; esta- belecer o regime tarifário de exploração da infraestrutura aeroportuária; e regular as atividades de administração e exploração de aeródromos. — DECEA – Departamento de Controle do Espaço Aéreo Subordinado ao Ministério da Defesa e ao Comando da Aeronáutica, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) é o órgão do Comando da Aeronáutica responsável pelo planejamento, gerenciamen- to e controle do tráfego aéreo brasileiro. Competem ao órgão atividades relacionadas à proteção ao voo, ao serviço de busca e salvamento e às telecomunicações do Comando da Aeronáutica. Competem ainda ao UNIDADE 1 16SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS DECEA, por meio da Portaria 913/GC3, de 21 de setembro de 2009, prover os meios necessários para o gerenciamento do espaço aéreo e o serviço de navegação aérea, de modo seguro e eficiente, conforme estabelecido nas normas nacionais e nos acordos e tratados internacionais dos quais o Brasil faz parte. — CENIPA – Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos O CENIPA é o órgão central do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – SIPAER. Possui como atribuições a supervisão, o planejamento, o controle e a coordenação de atividades de investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos. Essas ações são realizadas num universo que envolve as três Forças Armadas (Marinha, Exército e Força Aérea Brasileira), Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Empresa Bra- sileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO), empresas aéreas, entre outros representantes. SEGUROS AERONÁUTICOS Vamos iniciar os estudos sobre os seguros aeronáuticos, indicando os prin- cipais ramos que são disponibilizados aos segurados e que podem ser oferecidos pelos corretores de seguros: ■ Aditivo A – Aeronáuticos – Garantia Cascos Cobertura idealizada para resguardar o bem do segurado, isto é, a aeronave. Não é obrigatória, mas de relevante importância na proteção do patrimônio de proprietários de aeronaves. ■ Aditivo B – Garantia RETA – Responsabilidade do Explorador e Transportador Aéreo Cobertura de Responsabilidade Civil de caráter obrigatório (Lei 7.565, de 19/12/86 – Código Brasileiro de Aeronáutica). Garante o pagamento de indenização por danos causados pela aeronave a tripulantes, passageiros, pessoas e bens em solo, abalroação com outras aeronaves e responsabilidade civil por atraso em voos. UNIDADE 1 17SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS ■ Responsabilidade Civil – Facultativo para Aeronaves – Res- ponsabilidade Civil a 2º Risco do Seguro RETA Esse seguro representa ampliação às garantias do seguro obriga- tório RETA. A contratação fica a critério do segurado. ■ Responsabilidade Civil de Hangares Garante ao segurado o reembolso pelos pagamentos a que for responsabilizado por danos causados ao hangar, à aeronave e a bens de terceiros. ■ Seguro de Peças, Motores e Acessórios Sobressalentes Garante os bens como motores, peças sobressalentes e equipa- mentos armazenados pelo segurado. Nas unidades a seguir, haverá o detalhamento de cada um desses seguros. O volume total de prêmios diretos, nos ramos da família de Seguros Aero- náuticos, excluindo satélites, evoluiu conforme a tabela abaixo, em mais uma evidência de ótima oportunidade para os negócios envolvendo seguros. ANO VOLUME DE PRÊMIOS DIRETOS 2011 R$ 314.536.551,00 2012 R$ 356.193.874,00 2013 R$ 372.913.580,00 2014 R$ 418.013.193,00 2015 R$ 445.462.896,00 2016 R$ 300.863.912,00 (até 09/2016) 18 UNIDADE 2 SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS 02 ■ Compreender a operação do Seguro de Cascos Aeronáuticos e sua aplicação. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS DESTA UNIDADE GARANTIA O SEGUROAERONÁUTICO – GARANTIA CASCOS – ADITIVO A A SUBSCRIÇÃO DE RISCOS AERONÁUTICOS DESCONTO DE FROTA MODALIDADES DE CONTRATAÇÃO PERDA TOTAL PERÍMETRO DE COBERTURA SEGURO DE GUERRA, SEQUESTRO E CONFISCO OUTRAS COBERTURAS ADICIONAIS FIXANDO CONCEITOS 2 CASCOS AERONÁUTICOS UNIDADE 2 19SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS O SEGURO AERONÁUTICO – GARANTIA CASCOS – ADITIVO A O Seguro de Cascos Aeronáuticos, conhecido também como Aditivo A, refere-se à cobertura do avião em si, do seu corpo – chamado de célula – e dos seus motores e demais equipamentos – chamados aviônicos. O Seguro de Cascos Aeronáuticos é contratado na modalidade all risks, que significa todos os riscos, ou seja, garantia total e ampla para tudo o que possa acarretar danos à aeronave, exceto para os riscos expressamente excluídos na apólice. Apesar de a contratação não ser obrigatória, a hipotética condição de uma aeronave desprotegida significaria – para o proprietário – assumir risco muito alto, considerando os valores envolvidos, sempre mensurados em milhões de dólares. O objetivo do Seguro Aeronáutico – Garantia Cascos é garantir ao segura- do o pagamento de indenização por perda e danos causados à aeronave na vigência do seguro e até o valor limite contratado, reembolsos, despe- sas e responsabilidades legais que lhe forem impostas. O preço de peças de aviões e dos próprios aviões é cotado em dólar. Essa situação é justificada em razão de a fabricação – em grande parte – ocorrer no exterior, em países da Europa e nos EUA. Os seguros são contratados, por essa mesma situação – na grande maioria dos casos, em moeda estrangeira (dólar), e o prêmio do Seguro, consequen- UNIDADE 2 20SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS temente, é calculado e pago pelo segurado também em dólar. A variação cambial, poderá, refletir nos custos de resseguro. O preço do seguro leva em conta a sinistralidade mundial (acidentes aéreos no mundo). — Riscos Cobertos Consideram-se riscos cobertos aqueles expressamente convencionados na apólice de seguro contratada. Deve-se conhecer bem a operação e as necessidades do cliente/segurado, portanto, para que haja a contratação do seguro aeronáutico, pois os riscos são analisados em conjunto, isto é, corretores, seguradores e resseguradores escolhem as coberturas neces- sárias e incluem na apólice as cláusulas de modo a atendê-lo. São riscos cobertos pela apólice do Aditivo A – Garantia Cascos (cobertura básica): ■ perdas ou danos às aeronaves em decorrência de acidentes. Esses eventos podem ocorrer durante os voos ou em solo, quando as aeronaves estiverem estacionadas ou mesmo rebocadas; ■ atos danosos praticados por terceiros; ■ furto ou roubo total da aeronave ou seu desaparecimento; e ■ as despesas de socorro e salvamento da aeronave sinistrada, quando necessárias e devidamente comprovadas. — Riscos Excluídos ■ qualquer perda, destruição ou dano de quaisquer bens materiais, ou qualquer prejuízo ou despesa emergente, ou qualquer dano consequente ou qualquer responsabilidade legal de qualquer natureza, direta ou indiretamente causados por, resultantes de, ou para os quais tenham contribuído material nuclear; ■ perdas ou danos em consequência de terremotos e outras con- vulsões da natureza, salvo quando a aeronave estiver em voo ou manobra; ■ lucros cessantes e danos emergentes, direta ou indiretamente resultantes de paralisação da aeronave segurada, mesmo quando em consequência de qualquer risco coberto por esta apólice; ■ estragos mecânicos e quebras; ■ desgaste normal e depreciação pelo uso; ■ roubo ou furto de peças, acessórios e equipamentos da aeronave; ■ acidentes ocorridos por pessoa sem a devida habilitação para pilotar; ■ tentativas de pouso e decolagem em lugares que não sejam aeró- UNIDADE 2 21SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS dromos ou aeroportos homologados ou registrados, exceto se comprovado que tal operação foi de absoluta emergência; ■ disputas de corridas e tentativas de quebra de recordes em voos de exibição e acrobacias, exceto quando o procedimento for parte integrante de instrução e executado em avião apropriado, obser- vados os regulamentos em vigor; e ■ acidentes causados por excesso sobre o peso máximo da aeronave, indicado na apólice ou sobre o autorizado pela autoridade compe- tente. Salvo se contratadas separadamente as respectivas cláusulas, como coberturas adicionais, também são riscos excluídos: ■ perdas, danos ou responsabilidades decorrentes direta ou indi- retamente de atos de hostilidade ou de guerra, rebelião, insurrei- ção, revolução, confisco, nacionalização, destruição ou requisição decorrentes de qualquer ato de autoridade de fato ou de direito, civil e militar e, em geral, todo e qualquer ato de consequência dessas ocorrências; não respondendo, ainda, por prejuízos direta ou indiretamente relacionados com ou para os quais próxima ou remotamente tenham contribuído tumultos, motins, greve e quais- quer outras perturbações de ordem pública; ■ perdas ou danos em consequência de ventos de velocidade igual ou superior a 60 nós – equivalentes a 111 km/h – salvo quando a aeronave estiver em voo ou manobra, prevalecendo, para a deter- minação de velocidade do vento, a informação do posto meteoro- lógico oficial mais próximo do acidente; ■ transporte de explosivos ou inflamáveis como carga, bem como os respectivos tambores vazios; e ■ quebra de garantia. Essa cobertura adicional evita o cancelamento da apólice – mesmo que por inadimplência – sem o aviso prévio do proprietário da aeronave que, nesse caso, não é o segurado e operador da aeronave. Muito comum em seguros de aeronaves com arrendamento (leasing). A SUBSCRIÇÃO DE RISCOS AERONÁUTICOS Para contratação e aceitação do Seguro, bem como adequada taxação de risco (cálculo do prêmio), corretor, segurado e ressegurador devem bus- car um exame detalhado, considerando a aceitação do seguro bem como UNIDADE 2 22SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS adequada taxação do risco, corretor, segurador e ressegurador, devem buscar, ainda, exame detalhado, considerando aspectos como: perfil do segurado, tipo de aeronave que pretende segurar, idade, preço de merca- do, forma de utilização da aeronave. Descreveremos, a seguir, cada um desses itens que são analisados duran- te o processo de subscrição para aceitação de um risco/seguro de uma aeronave. — Perfil dos Segurados Empresas de Linha Regular de Navegação Aérea São aquelas responsáveis pelos voos regulares de passageiros ou de carga, domésticos ou internacionais, exempo, Avianca, Azul, Gol, Latam, constituídas por aeronaves de grande ou médio porte, merecendo trata- mento tarifário especial e diferenciado. Outros Segurados/Demais Aeronaves (General Aviation) São segurados que operam com categorias variadas de aeronaves, qua- se sempre de pequeno e médio portes, que podem ser utilizadas tal qual indicadas, a seguir. Ressalte-se, pois, nesse segmento, grandes e efetivas oportunidades de negócios para o Mercado de Seguros: ■ na prestação de serviços por demanda, como táxis aéreos; ■ particular, como as aeronaves – de propriedade de empresas – utilizadas para o transporte dos próprios executivos. — Tipos de Aeronave O segmento brasileiro de aviação é reconhecidamente um dos maiores do mundo, tanto em quantidade de aeronaves quanto em movimentação e ope- ração no espaço aéreo. São diversos tipos, modelos e categorias de aerona- ves que compõem a frota nacional, que inclui desde planadores até grandes jatos dedicados ao transporte comercial de passageiros e de cargas. Não é o objetivo deste manual, no entanto, explorar em detalhes as carac- terísticas dos diferentes tipos de aeronaves; entretanto, abordaremos aspectos gerais das aeronaves asas fixas (a pistão, turboélices e jatos) e também de asas rotativas (helicópteros),que são importantíssimos por ocasião de subscrição de riscos. É importante, então, conhecer algumas das particularidades de funcionamento e de uso de aeronaves brasileiras, características de seus proprietários e usuários, a fim de facilitar o processo de contratação de um seguro aeronáutico. UNIDADE 2 23SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS Asas Fixas: Jatos, Turboélices, Convencionais (Motores a Pistão) ■ Aeronaves Convencionais (motores a pistão) As aeronaves pistonadas, na sua maioria, são de pequeno porte, com poucos assentos, e não contam com sistema de pressuriza- ção. Operam a velocidades e altitudes inferiores às aeronaves equipadas com motores a turbinas. Sua operação, no entanto, costuma ser menos custosa do que a de aviões a jato, o que torna a opção por aviões a pistão mais eco- nômicas para o transporte de pequenos grupos ou carga. Esses modelos, em geral, tem valores mais baixos se comparados aos jatos, mas não menos importante, a proteção do patrimônio deve ser buscada com a contratação de um seguro Casco – Aditivo A. ■ Aeronaves Turboélices As aeronaves turboélices têm a característica de possuir turbinas e hélices acopladas diretamente ao eixo de rotação, que funcionam como elementos de tração. De maneira geral, possuem velocidade, capacidade de carga e alcance menores do que os aviões a jato. ■ Aeronaves a Jato Aeronaves com motores a jato são motores a turbina, que geram o impulso por reação ao deslocar o ar diretamente sem o auxílio de hélices. São largamente empregadas em aviões de grande porte que operam em altitudes elevadas e velocidades de cruzeiro. São exemplos de aviões a jato os grandes widebodies, como o Boeing 747, o Airbus A340 e o Boeing 777, que podem transportar centenas de passageiros e várias toneladas de carga, sendo capazes de percorrer distâncias de até 13 mil quilômetros, pouco mais do que um quarto da circunferência terrestre. Existem, no entanto, os aviões a jato de pequeno porte – os jatinhos –, como: Embraer Phenon, Cessna Citation, Bombardier Learjet, Dassault Falcon, Embraer Lineage ou o Gulfstream G650. Essas aeronaves, em geral, são adquiridas por empresas para transporte dos próprios executivos em deslocamentos, passeios etc., e também por artistas e pessoas com alto poder aquisitivo. Trata-se, portanto, de nicho de mercado precioso que precisa ser explorado pelo segmento de seguros, por constituir-se em oportunidade real de negócio. (Fonte: www.aeroflap.com.br e Instituto Brasileiro de Aviação. As figuras a seguir mostram exemplos de aeronaves com esses três tipos de motorização para melhor ilustrar as diferenças entre elas. UNIDADE 2 24SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS Aeronave a Pistão Aeronaves Turboélices Aeronaves a jato Asas Rotativas: Helicópteros A principal vantagem de helicópteros é que eles podem decolar e pousar verticalmente, sem a necessidade de longas pistas de pouso e decolagem das quais os aviões necessitam. Helicópteros, no entanto, são mais len- tos do que os aviões: eles geralmente voam entre 200 km/h e 300 km/h, embora existam helicópteros que alcancem até 400 km/h. Os helicópteros possuem menor autonomia de voo e capacidade limitada de carga quando comparados aos aviões. Dependendo do modelo, os helicópteros podem transportar de dois a 26 passageiros. É perceptível, também no segmento de aeronaves de asa fixa (helicópteros), a efetiva oportunidade de negó- cios para o Mercado de Seguros nas modalidades citadas, Casco Aditivo A, RC 2º Risco e o próprio RETA que é obrigatório. Podemos classificar os helicópteros em modelos turbinados e pistonados. Exemplos de turbinados: Eurocopter EC225, Eurocopter EC145, Sirkorsky S76D, Bell 407. Já os helicópteros Robinson R22, Robinson R44, Safari 400 e Bell 47 são exemplos de helicópteros pistonados. Alguns helicópteros têm equipamentos avançados que aumentam a sua segurança, por exemplo, o EC 225 possui quatro portas, flutuadores de emergência acionados sem redução de velocidade, botes infláveis e assen- tos crashworthly (absorção de impacto). Além disso, conta com piloto auto- UNIDADE 2 25SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS mático, caixa de transmissão que consegue funcionar sem lubrificação por até 30 minutos e uma elevada resistência a choques, além de suportar ondas de até seis metros em caso de pouso no mar, dentre outros recursos. A identificação do tipo de aeronave é importantíssima na subscrição e taxação de riscos aeronáuticos do aditivo A: por isso, você acompanha, a seguir estatística que demonstra a participação do tipo de aeronave no total de acidentes registrados entre 2011 e 2015. TIPO DE AERONAVE PERCENTUAL DE ACIDENTES (%) ASAS FIXAS Avião a Pistão 76,35 Avião Turboélice 6,22 Avião a jato 1,35 Avião Anfíbio 0,68 Planador 0,41 ASAS ROTATIVAS Helicóptero Pistão 8,24 Helicóptero Turbinado 5,14 Helicóptero Biturbinado 1,62 Podemos observar que os aviões a pistão (asas fixas) respondem pela maior parte dos sinistros ocorridos e com relação às asas rotativas, os heli- cópteros pistonados lideram as estatísticas. — Avaliação da Aeronave/ Valor em Risco/ Importância Segurada A importância segurada é fixada: ■ quando a aeronave for nova – desde a emissão da nota fiscal; e ■ quando for usada – a partir da informação do segurado, em con- sonância com pesquisa realizada pelos seguradores/ressegurado- res por meio de publicações especializadas sobre o assunto. — Idade da Aeronave Para fins de taxação de riscos, é levada em consideração, também, a idade das aeronaves. Quanto mais antigo o equipamento, maior será o prêmio a ser pago, e mais cuidadosa a aceitação pela seguradora. Aviões, no entan- UNIDADE 2 26SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS to, são diferentes de automóveis e, quando submetidos à manutenção cri- teriosa e periódica, adquirem condição de uso superior e de vida útil bem maior. Um avião com até cinco anos de utilização é considerado novo. É importante registrar que a idade média da frota brasileira em 2015 era de 22 anos. — Franquia Será sempre obrigatória e dedutível em todos os casos de sinistros de perdas parciais, para todos os tipos de aeronaves (asa fixa ou rotativa). No caso de perda total, é comum aplicar-se a franquia somente para helicóp- teros (asas rotativas) e para os planadores (aeronaves sem motor). — Tipos de Utilização da Aeronave – Utilização Trataremos do uso civil de aeronaves, já que aeronaves destinadas ao uso militar e à guerra não são aceitas para fins de seguro. Estão incluídas na categoria de uso civil as aeronaves que fazem voos regulares de transpor- te de carga e passageiros, jatos executivos e aqueles utilizados para fins médicos, jornalísticos, agrícolas ou mesmo de treinamento. Cada seguradora ou resseguradora utiliza sua própria escala e política de aceitação, agravamento ou descontos, conforme as operações de aviões ou helicópteros, e de acordo com o que a empresa entende ser mais ou menos arriscado na aviação geral. Como exemplo, segue a tabela de uti- lizações disposta na antiga Tarifa do IRB (Circular Presi 006/84 – Aeron 001/84), que se refere aos Seguros de Aviação Geral. ■ utilização I » aeronave pertencente e/ou operada por pessoas jurídicas de qualquer natureza, usada exclusivamente no transporte não remunerado de pessoas; ■ utilização II » aerofotogrametria e prospecção; e » táxi aéreo de empresas organizadas (transporte de pessoas e cargas), considerando-se como tais as que possam comprovar Importante Quanto menor a franquia adotada, maior será a taxa do Aditivo A e vice-versa, ou seja, a franquia varia de forma inversa à taxa da cobertura de Casco. UNIDADE 2 27SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS essa condição, fornecendo cópia de despacho ministerial que autoriza a empresa a funcionar; ■ utilização III » transporte de carga particular ou a frete; »táxi aéreo individual; e » aeronave de pessoas físicas, usadas no transporte não remu- nerado de pessoas; ■ utilização IV » demonstração; » treinamento de piloto; » propaganda com arrastão, fumaça ou prospectos; » inspeção de linhas de transmissão; e » qualquer outra utilização não especificada anteriormente; ■ utilização V » fumigação, polvilhamento ou pulverização agrícola. DESCONTO DE FROTA Considera-se, em geral, frota o conjunto de cinco ou mais aeronaves, em nome de uma mesma pessoa física ou jurídica, segurado sob uma ou mais apólices com o mesmo vencimento. É possível, porém, haver segu- radores e resseguradores que tenham outro entendimento de frota, isto é, poderá ser aceito, também como frota, outro conjunto de aeronaves (três ou quatro aeronaves, por exemplo). MODALIDADES DE CONTRATAÇÃO — Quanto ao Valor ■ valor acordado (cláusula adicional, normalmente contratada para linhas aéreas) – garante o pagamento integral do valor esti- pulado na apólice. É comum para linhas regulares; e Atenção Existem, ainda, outros tipos de uso, que exigem adaptação/ inclusão de equipamentos e acessórios, objetivando atender às necessidades do segurado. Importante O Seguro de Frota dá ao segurado direito a descontos nos prêmios. UNIDADE 2 28SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS ■ valor segurado ou ajustado – o pagamento é feito pelo valor de mercado da aeronave até o limite máximo do valor segurado na apólice. É comum para a aviação geral. — Quanto à Forma ■ full flight risk (FFR) – cobre todo tipo de risco. ■ ground risk only (GRO) – cobre o avião parado no solo. Nessa segunda forma de contratação, se a aeronave permanece em solo, para revisão, reconversão ou reparos, ou por ordem de qualquer autoridade, sua cobertura passa a se limitar às perdas e aos danos verificados, quando estiver: » estacionada em local permitido, devidamente esteiada, calça- da ou ancorada; » em serviço de manutenção, inclusive em testes de motores, em terra; e » em remoção de um lugar para outro, no mesmo aeroporto, sem que estejam sendo utilizados seus próprios meios de pro- pulsão e sendo rebocada por veículo adequado para esse fim. PERDA TOTAL Considera-se perda total, para fins do Seguro de Cascos Aeronáuticos – Garantia Cascos, o sinistro cujos prejuízos e despesas indenizáveis impor- tem, no mínimo, em 75% do valor ajustado. Sendo necessária a substituição de partes ou peças da aeronave que não existam no país, o segurado não poderá argumentar com base nessa ine- xistência para pleitear a perda total da aeronave. PERÍMETRO DE COBERTURA O perímetro de cobertura para os Seguros de Cascos Aeronáuticos no Brasil depende da necessidade de cobertura do segurado. Normalmente é contratado para uma abrangência de cobertura em todo território nacio- nal, ou seja, o perímetro de cobertura é o Brasil. Poderá, no entanto, ser ampliado para: América do Sul, Três Américas e mundo. UNIDADE 2 29SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS SEGURO DE GUERRA, SEQUESTRO E CONFISCO O Seguro de Guerra, Sequestro e Confisco pode ser contratado da seguin- te forma: ■ Guerra para Casco – cobertura para danos às aeronaves; e ■ Guerra para Terceiros – cobertura para danos às pessoas que se encontrarem no interior da aeronave e aquelas que estiverem no solo. O Seguro de Guerra relacionado a Terceiros (danos a pessoas que estive- rem no interior da aeronave ou no solo) será abordado quando tratarmos a respeito do Seguro de Responsabilidade Civil a 2º Risco, na Unidade 4. Nesta unidade, pois, trataremos apenas do Seguro de Guerra vinculado ao Casco da Aeronave, que é incluído mediante contratação das cláusulas 23, 24 e 25. Veja a seguir: — Garantia 23 – Guerra Perdas ou Danos à Aeronave Mediante pagamento de prêmio adicional, a seguradora pagará, substi- tuirá ou reparará a perda da aeronave ou os danos a ela, causados por: a) guerra, invasão, atos de inimigos estrangeiros, hostilidades (haja ou não guerra declarada), guerra civil, rebelião, revolução, insurreição, lei marcial, poder militar ou usurpado ou tentativas para usurpação do poder; b) greves, tumultos, comoções civis ou distúrbios trabalhistas; c) qualquer ato de uma ou mais pessoas, sendo ou não agente de um poder soberano, com fins políticos ou terroristas, seja a perda ou dano dele resultante acidental ou intencional; e d) qualquer ato malicioso ou de sabotagem. Exclusões da Cobertura Esse seguro exclui perda, danos ou despesas direta ou indiretamente decorrentes de: a) guerra (haja ou não guerra declarada) entre quaisquer dos seguintes estados: Reino Unido, Estados Unidos da América, Fran- ça, Federação Russa, República Popular da China. Não obstante, UNIDADE 2 30SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS se qualquer aeronave estiver em voo quando da eclosão de tal guerra, essa exclusão não se aplicará até que a mencionada aero- nave tenha completado sua primeira aterrissagem depois disso; b) qualquer detonação hostil de qualquer arma de guerra que empregue fissão atômica ou nuclear e/ou fusão ou outra reação similar ou força ou substância radioativa; c) confisco, nacionalização, apreensão, sujeição, detenção, apro- priação, requisição por direito ou uso ou por ordem de qualquer governo (seja civil, militar ou de fato) ou autoridade pública ou local; d) sequestro ou qualquer apreensão ilegal ou exercício indevido de controle da aeronave ou da tripulação em voo por parte de qualquer pessoa ou pessoas a bordo, agindo sem o consentimen- to do segurado, assim como qualquer perda ou dano subsequente a isso; e e) atraso, falta de uso ou qualquer outro prejuízo do qual resulte perda ou dano sofrido pela aeronave. Limites Geográficos As seguradoras excluem da cobertura áreas deflagradas ou onde notoria- mente exista atividade terrorista. Não haverá cobertura para qualquer Estado conhecido como proibido ou perigoso para a aviação por quaisquer motivos, como Afeganistão, Argélia, Angola, Burundi, Camboja, Colômbia, El Salvador, Ilha de Bougainville, Irã, Iraque, Líbano, Libéria, Líbia, Peru, Ruanda, Somália, Sudão, Zaire, Bósnia e os seguintes ex-Estados da União Soviética: Armênia, Azerbaijão, Cheche- no/Ingushskaya, República Federal da Iugoslávia (Sérvia & Montenegro), Macedônia e Albânia. Esses locais podem ser negociados com a segu- radora, exigindo-se do segurado o pagamento de prêmio adicional. Por exemplo, solicitando a inclusão do Peru para o voo das aeronaves brasilei- ras seguradas aqui. — Garantia 24 – Sequestro Para ter a garantia Sequestro é necessária a contratação da cláusula de Guerra. Mediante pagamento de prêmio adicional a seguradora pagará, substituirá ou reparará a perda da aeronave ou os danos a ela, causados por sequestro. Conforme essa cláusula, a cobertura de Casco permanecerá efetiva, até o máximo de 15 dias, a contar do dia do sequestro. A cobertura permanece ainda que os sequestradores desviem o avião para um território diferente do limite geográfico do seguro. UNIDADE 2 31SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS — Garantia 25 – Confisco Para ter a garantia Confisco é necessária a contratação da cláusula de Guerra. O Seguro de Cascos Aeronáuticos, por meio dessa cobertura, passa a incluir perda ou danos à aeronave, diretamente causados por confisco, nacionali- zação, apreensão, sujeição, detenção, apropriação ou requisição, por direito ou uso, ou por ordem do governo (seja civil, militar ou de fato) e/ou autorida- de pública ou local, de país abrangido no perímetro de cobertura da apólice. Essa cláusula não dará cobertura a confiscos no país de registro da aero- nave, salvo se contratada cláusula adicional específica, e mediante paga- mento de prêmio adicional. Não serão cobertas perdas decorrentes de retomada da aeronave por qualquer credor, ou provenientes de qualquer acordo contratual do qual o segurado da apólice possaser parte. OUTRAS COBERTURAS ADICIONAIS Além das cláusulas 23, 24 e 25 – Guerra, Sequestro e Confisco, e das coberturas básicas/riscos cobertos indicados na apólice do Aditivo A – Garantia Cascos, poderão ser incluídas na apólice outras coberturas com o objetivo de atender às necessidades do segurado ou de resguardar algu- ma operação por ele realizada. Acompanhe, a seguir, as principais cláusulas que poderão ser incluídas na apólice: ■ transportes com carga de explosivos e/ou inflamáveis; ■ ventos de velocidade igual ou superior a 60 nós; ■ reintegração automática; ■ extensão de perímetro de cobertura; ■ quebra da garantia Aeronáuticos; ■ voo de traslado para o transporte de aeronaves importadas ou levadas para oficinas; ■ ingestão de objetos estranhos na turbina (cobertura obrigatória para todos os equipamentos jatos e turboélices); UNIDADE 2 32SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS ■ cobertura apenas para perda total; ■ extensão de perímetro do seguro; ■ coincidência de vencimento de apólices para agrupar o vencimen- to de diferentes apólices de um mesmo proprietário segurado; ■ seguro de helicóptero com cláusulas específicas para esse tipo de aeronave; ■ seguro de aviões agrícolas com cláusulas específicas para essa operação, entre elas o pouso e a decolagem em pistas não homo- logadas, desde que especificadas na apólice; e ■ credor hipotecário ou fiduciário para aviões financiados. Atenção O detalhamento das coberturas encontra-se na Unidade 7 FIXANDO CONCEITOS 33SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS FIXANDO CONCEITOS 2 Marque a alternativa correta 1. Sobre a contratação da garantia Cascos, nos Seguros Aeronáuticos, podemos afirmar que: (a) É obrigatória por determinação do IRB-Brasil Re. (b) É obrigatória para companhias que alugam aviões. (c) É obrigatória para poder contratar a cobertura do Aditivo B – RETA. (d) Não é obrigatória. (e) É obrigatória por determinação do Código Brasileiro de Aeronáutica. 2. São riscos cobertos pelo Seguro Aeronáutico do Aditivo A – Garantia Cascos: (a) Exclusivamente danos parciais à aeronave. (b) Danos materiais e pessoais a terceiros. (c) Danos à aeronave em decorrência de acidente e roubo total da aeronave. (d) Desgaste normal e depreciação pelo uso da aeronave. (e) Estragos mecânicos e quebra. 3. Nos Seguros Aeronáuticos do Aditivo A – Garantia Cascos, a franquia é sempre dedutível e obrigatória, exceto nos sinistros de: (a) Perda total, envolvendo aeronaves de asas fixas. (b) Perda total, envolvendo quaisquer tipos de aeronaves. (c) Perda parcial, envolvendo aeronaves de asas fixas. (d) Perda parcial, envolvendo aeronaves de asas rotativas. (e) Perdas parciais e totais, envolvendo quaisquer aeronaves. 4. Dentre os riscos excluídos dos Seguros de Cascos – Aditivo A, pode- mos citar: (a) Desgaste normal; depreciação pelo uso. (b) Roubo total da aeronave; desgaste normal. (c) Extensão do perímetro de cobertura; depreciação pelo uso. (d) Danos materiais causados à aeronave em decorrência de acidente roubo ou furto de peças, acessórios e equipamentos da aeronave. (e) Danos materiais que incorram em perda total; desgaste normal.: FIXANDO CONCEITOS 34SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS 5. Relativamente à contratação do Seguro do Aditivo A – Garantia Cascos, para taxação de um risco, faz-se necessária a análise dos seguintes dados: (a) Tipo de aeronave, avaliação da aeronave (valor em risco), sua utiliza- ção, idade, franquia pretendida e frota. (b) Franquia pretendida, sua utilização e idade, somente. (c) Avaliação da aeronave e sua idade, somente. (d) Idade, tipo de aeronave e franquia pretendida, somente. (e) Utilização e franquia da aeronave, somente. Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e, a seguir, assinale a alternativa correta: 6. São riscos que não se estão amparados pela garantia Cascos – Aditivo A: ( ) Desgaste normal e depreciação pelo uso. ( ) Roubo total da aeronave. ( ) Furto de peças, acessórios e equipamentos da aeronave. ( ) Acidentes envolvendo o casco de aeronaves. Agora assinale a alternativa correta: (a) V, V, F, V. (d) F, V, V, F. (b) F, F, V, F. (e) V, F, V, F. (c) V, F, F, V. 7. Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e, a seguir, assinale a alternativa correta: ( ) Na garantia Cascos, a franquia é sempre aplicável aos sinistros de perdas parciais. ( ) A franquia varia inversamente à taxa da garantia Cascos. Quanto menor a franquia adotada nos seguros, maior o prêmio a ser pago. ( ) Em caso de perda total que envolva helicópteros e planadores, a franquia não é considerada, sendo o valor da indenização equiva- lente à importância segurada. Agora assinale a alternativa correta: (a) F, F, V. (d) V, V, F. (b) V, F, F. (e) V, F, V. (c) F, V, F. FIXANDO CONCEITOS 35SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e, a seguir, assinale a alternativa correta 8. São aspectos que influenciam no cálculo do prêmio da garantia Cascos – Aditivo A: ( ) Tipo de aeronave. ( ) Utilização da aeronave. ( ) Número de tripulantes e passageiros. ( ) Idade da aeronave. ( ) Número de assentos da aeronave. ( ) Bagagem transportada. ( ) Avaliação da aeronave (valor em risco). Agora assinale a alternativa correta: (a) F, F, V, V, V, V, V (d) V, V, F, V, F, V, V (b) V, F, F, V, V, V, F (e) F, V, V, F, V, V, V (c) F, V, F, F, F, F, V 9. São utilizações consideradas para fins de taxação: ( ) Aerofotogrametria e prospecção. ( ) Helicópteros. ( ) Pulverização agrícola. ( ) Táxi aéreo de empresas organizadas. ( ) Asas fixas. ( ) Helicópteros turbinados. ( ) Asas rotativas. ( ) Treinamento de pilotos. ( ) Aeronaves pertencentes e/ou operadas por pessoas jurídicas de qualquer natureza, usadas exclusivamente no transporte não remu- nerado de pessoas. Agora assinale a alternativa correta: (a) V, V, F, V, F, V, V, F, F (d) F, V, V, F, F, V, F, V, F (b) F, F, F, V, V, F, V, V, V (e) V, F, F, V, V, F, V, F, V (c) V, F, V, V, F, F, F, V, V Marque a alternativa correta 10. Na cobertura de Guerra, Sequestro e Confisco, o item “Confisco” garante: (a) Se um terrorista sequestra a aeronave. (b) Se um ladrão rouba a aeronave. (c) Se um Governo de Estado se apropria da aeronave. (d) Se uma companhia aérea aluga a aeronave, mas não a devolve ao final do período. (e) Se uma empresa de leasing resolve tomar de volta a aeronave arrendada. 36 UNIDADE 3 SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS 03 ■ Compreender a operação do Seguro Obrigatório RETA e sua aplicação Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS DESTA UNIDADE SEGURO RETA O SEGURO OBRIGATÓRIO RETA COBERTURAS COBERTURAS BÁSICAS COBERTURA ADICIONAL A OBRIGATORIEDADE DO SEGURO RETA (EXIGÊNCIA LEGAL DE CONTRATAÇÃO) DETALHAMENTO DAS COBERTURAS E SEUS LIMITES SEGURADOS NA APÓLICE DE SEGURO RETA A ATUALIZAÇÃO ANUAL OBRIGATÓRIA DOS VALORES DE COBERTURA VIGÊNCIA FRANQUIA E PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA RISCOS NÃO COBERTOS E EXCLUSÕES DAS CONDIÇÕES GERAIS DA APÓLICE EXCLUSÕES PARTICULARES COBERTURA ADICIONAL DEFESA EM JUÍZO CIVIL (N‘ 201) OBRIGAÇÕES DO SEGURADO DRONES OBRIGATORIEDADE DE SEGURO RETA PARA DRONES CARACTERÍSTICAS DOS SEGUROS RETA PARA DRONES FIXANDO CONCEITOS 3 UNIDADE 3 37SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS O SEGURO OBRIGATÓRIO RETA O seguro obrigatório de aeronaves, equivalente ao Seguro DPVAT – Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores Terrestres (seguro obrigató- rio os automóveis) –, chama-se RETA – Responsabilidade do Explorador ou Transportador Aéreo. O Seguro RETA antigamente era conhecido como Aditivo B nas apólices de Seguros Aeronáuticos. O Seguro RETA é regulado pela Resolução nº 355, de 20 de dezembro de 2017, da SUSEP, atendendo às exigências da Lei nº 7.565, de 1986 (Código Brasileirode Aeronáutica), e da Resolução nº 37/2008 da Agência Nacio- nal de Aviação Civil (ANAC), e suas respectivas alterações posteriores. O seguro obrigatório de uma aeronave deve garantir – nos limites da lei – indenização por danos pessoais a tripulantes, passageiros e suas baga- gens, bem como pessoas e bens no solo. Também deve cobrir reparação por danos materiais por colisão e abalroamento a outras aeronaves. Essas coberturas, até o advento da nova resolução 355/2017, eram divididas em classes, mas agora são todas agrupadas na cobertura básica do seguro. Nos seguros de responsabilidade civil, os riscos cobertos são a responsa- bilização civil do Segurado por danos causados a terceiros, decorrentes de riscos explicitamente previstos na apólice, atendidas as disposições do contrato e a realização de despesas emergenciais, pelo Segurado, ao ten- tar evitar e/ou minorar aqueles danos. Convém recordar, portanto, que o próprio avião não está coberto nesse seguro e que eventuais indenizações determinadas pela Justiça podem superar muito o valor do seguro obriga- tório, sendo mais adequado o seguro de casco com inclusão de cobertura de terceiros a 2º risco para atender a eventuais sinistros vultosos. Importante Equiparam-se a terceiros, na qualidade de passageiros cobertos pelo seguro RETA: I. diretores, administradores, sócios e empregados do Segurado que viajarem na aeronave segurada; II. os passageiros gratuitos; e III. crianças que viajarem no colo de qualquer passageiro. Estão cobertas também as despesas emergenciais realizadas pelo Segurado ao tentar evitar e/ou minorar os danos causados a terceiros acima aludidos. Diferentemente, portanto, do que se prevê em apólices de seguros de responsabilidade civil, sócios e empregados do segurado se equiparam a terceiros. UNIDADE 3 38SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS COBERTURAS A Resolução CNSP nº 355, de 20 de dezembro de 2017, determina as seguintes coberturas subdivididas em básicas e adicional: COBERTURAS BÁSICAS ■ Nº 1 – Danos Pessoais, Causados a Passageiros. ■ Nº 2 – Danos Pessoais, Causados a Tripulantes. ■ Nº 3 – Danos Pessoais e/ou Danos Materiais, Causados a Tercei- ros Não Transportados, na Superfície. ■ Nº 4 – Responsabilidade Civil Por Abalroamento. ■ Nº 5 – Danos Materiais Causados à Carga e/ou à Bagagem de Passageiros Despachadas. ■ Nº 6 – Responsabilidade Civil por Cancelamento de Voo, Atraso ou Preterição de Embarque. COBERTURA ADICIONAL Cláusula 201 – Defesa em Juízo Civil. A OBRIGATORIEDADE DO SEGURO RETA (EXIGÊNCIA LEGAL DE CONTRATAÇÃO) A exigência de contratação das diferentes coberturas do seguro obrigatório RETA varia conforme a operação da aeronave segurada. Por ser seguro obrigatório, deve ser contratado em uma das seguradoras do mercado nacional, e cabe ao corretor instruir os clientes, fundamentado em necessidades pontuais, acerca da melhor modalidade a ser contratada, dentre as que estão demonstradas a seguir: ■ Cobertura Básica Nº 1 (passageiros) – Todas aeronaves, à exce- ção daquelas que possuam assentos exclusivamente para a tri- pulação e das aeronaves não tripuladas (Drones); UNIDADE 3 39SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS ■ Cobertura Básica Nº 2 (tripulantes) – Todas aeronaves, à exce- ção das aeronaves não tripuladas; ■ Coberturas Básicas Nº 3 (pessoas e bens no solo) e Nº 4 (coli- são e abalroamento) – Todas aeronaves; ■ Cobertura Básica Nº 5 (bagagens) – As aeronaves que prestam serviço de transporte aéreo público, regular ou não, doméstico ou internacional, inclusive táxis aéreos, identificadas dentro das Espe- cificações Operativas da Empresa; e ■ Cobertura Básica Nº 6 (cancelamentos e atrasos) – As aero- naves que prestam serviço de transporte aéreo público regular, doméstico ou internacional, identificadas dentro das Especifica- ções Operativas da Empresa. DETALHAMENTO DAS COBERTURAS E SEUS LIMITES SEGURADOS NA APÓLICE DE SEGURO RETA A responsabilidade da Seguradora não excederá os LMIs – Limites Máxi- mos de Indenização – estabelecidos para cada respectiva cobertura na apólice. Os valores dos Limites Máximos de Indenização apresentados abaixo, portanto, estão ajustados até agosto de 2008 e devem ser corri- gidos pelo IPCA anualmente. — Coberturas Básicas Nº 1 (Passageiros) e Nº 2 (Tripulantes) Essa cobertura constitui-se de caráter individual, isto é, aplica-se por pes- soa, com os seguintes LMIs: ■ No caso de danos pessoais, morte, invalidez permanente total ou parcial e despesas médico-hospitalares, a apólice garante até R$ 40.950,00 (quarenta mil e novecentos e cinquenta reais), por passageiro ou tripulante. ■ No caso de diárias de incapacidade temporária, garante até 100 diárias de R$ 40,95, ou seja, R$ 4.095,00. Esse valor perfaz-se do resultado da divisão do LMI de R$ 40.950,00 por 1.000 (equivalen- tes a 1/1000 ou um milésimo do LMI). ■ No caso de danos materiais causados à bagagem de mão, além de avarias causadas à bagagem, proprieamente definida, garante, Observação É importante lembrar que, apesar de o teto (LMI) ser de R$ 40.950,00, a invalidez parcial possui sublimite fixado na Tabela de Invalidez, constante de Cláusula Específica na apólice, que indeniza conforme o grau de invalidez constatado. E que as Despesas Médico- Hospitalares (DMH) reembolsam conforme recibos de despesas incorridas, até o LMI. UNIDADE 3 40SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS também, por destruição, perda, furto ou roubo dela, limitados a R$ 1.755,00 (mil e setecentos e cinquenta e cinco reais), por passagei- ro ou tripulante. — Cobertura Básica Nº 3 (Danos Pessoais e/ou Danos Materiais, Causados a Terceiros Não Transportados, na Superfície) Essa cobertura conta com verba única que abrange todos os terceiros pre- judicados, na superfície, que tenham sido atingidos pelo acidente, inclui tanto danos pessoais quanto materiais. Será rateada, portanto, em caso de sinistro. O LMI varia conforme o PMD (peso máximo de decolagem) da aeronave segurada, sendo: ■ R$ 40.950,00 (quarenta mil e novecentos e cinquenta reais), para aeronave segurada de peso menor ou igual a 1.000 (mil) quilogramas; ■ R$ 40.950,00 (quarenta mil e novecentos e cinquenta reais), mais R$ 1,17 (um real e dezessete centavos) por quilograma que exceda 1.000 (mil) quilogramas, no caso de aeronave segurada de peso superior a 1.000 (mil) quilogramas. — Cobertura Básica Nº 4 (Abalroamento) Essa cobertura garante danos pessoais, materiais e financeiros provoca- dos pela colisão com aeronave de terceiros, durante voo ou manobra. O LMI de danos à aeronave de terceiros também varia conforme o PMD (peso máximo de decolagem) da aeronave segurada, sendo: I – R$ 81.900,00 (oitenta e um mil e novecentos reais), por pessoa vitimada. II – R$ 3.510,00 (três mil e quinhentos e dez reais), por passageiro, no caso de danos à bagagem. III – R$ 70,20 (setenta reais e vinte centavos) por quilo, no caso dos danos à carga despachada, salvo declaração especial de carga. IV – R$ 81.900,00 (oitenta e um mil e novecentos reais), para danos a aeronaves abalroadas de peso menor ou igual a 1.000 (mil) quilogramas. UNIDADE 3 41SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS V – R$ 81.900,00 (oitenta e um mil e novecentos reais), mais R$ 2,34 (dois reais e trinta e quatro centavos) por quilograma que exceda 1.000 (mil) quilogramas, para aeronaves de peso superior a 1.000 (mil) quilogramas. — Cobertura Básica Nº 5 (Danos à Carga e/ou à Bagagem de Passageiros Despachadas) Garante danos materiais causados à carga e/ou à bagagem de passagei- ros despachadas, em consequência de acidente ocorrido durante viagem de aeronave operada pelo segurado, conforme os seguintes limites: I – R$ 1.755,00 (mil e setecentos e cinquenta e cinco reais), por passageiro, no caso de danos materiais causados à bagagem des- pachada; eII – R$ 35,10 (trinta e cinco reais e dez centavos) por quilo, no caso de danos materiais à carga, salvo declaração especial feita pelo expedidor e mediante pagamento de taxa suplementar. — Cobertura Básica Nº 6 (Responsabilidade Civil por Cancelamento de Voo, Atraso ou Preterição de Embarque) Aplica-se a Linhas Aéreas. O risco coberto é a condenação do Segurado, por tribunal civil, ao pagamento de reparações a portadores de passagens em voo de aeronave segurada, por: I – cancelamento do voo; ou II – preterição de embarque; ou III – a decolagem ter ocorrido com atraso superior a quatro horas. O valor do Limite Máximo de Indenização dessa cobertura é fixado em R$ 1.755,00 (mil setecentos e cinquenta e cinco reais). UNIDADE 3 42SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS A ATUALIZAÇÃO ANUAL OBRIGATÓRIA DOS VALORES DE COBERTURA Os Limites Máximos de Indenização das Coberturas Básicas deverão con- templar os valores obtidos por aplicação das disposições da Lei nº 7.565, de 1986 (Código Brasileiro de Aeronáutica), e da Resolução nº 37/2008, da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), e suas respectivas alterações posteriores, conforme a seguinte metodologia: I – toma-se o valor expresso em unidades de Obrigações do Tesouro Nacional (OTN), estabelecido em artigo da Lei nº 7.565, de 1986, indicado na tabela abaixo: Cobertura Básica Nº 1 – Arts. 257e 260 da Lei 7.565, de 1986. Cobertura Básica Nº 2 – Arts. 257 e 260 da Lei 7.565, de 1986. Cobertura Básica Nº 3 – Art. 269 da Lei 7.565, de 1986. Cobertura Básica Nº 4 – Art. 277 da Lei 7.565, de 1986. Cobertura Básica Nº 5 – Arts. 260 e 262 da Lei 7.565, de 1986. Cobertura Básica Nº 6 – Art. 257 da Lei 7.565, de 1986. II – multiplica-se o resultado encontrado pelo valor da OTN, refe- renciado a agosto de 2008, conforme estipulado pelo art. 1o da Resolução nº 37/2008 da ANAC; III – o resultado do produto deve então ser atualizado anualmen- te, a partir de agosto de 2008, com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA/IBGE acumulado nos últimos 12 (doze) meses que antecedem a data base; e IV – Para fins da atualização, considera-se o mês de junho como data base. VIGÊNCIA A vigência da apólice de seguro RETA poderá ser anual, plurianual ou por período prefixado de meses. Mas, se houver opção por vigência plurianual, os valores dos LMIs deverão ser atualizados anualmente. A cobertura con- Importante Se a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) majorar, durante a vigência da apólice, os valores exigidos nas coberturas desse seguro, que resultem em valores superiores aos Limites Máximos de Indenização fixados em apólice, por aeronave/viagem, estes últimos serão obrigatoriamente aumentados, de forma a contemplar os novos valores, com consequente cobrança de prêmio adicional. UNIDADE 3 43SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS cedida pelo seguro começa às 24 (vinte e quatro) horas do dia estipulado para o seu início e finda às 24 (vinte e quatro) horas do dia fixado para o seu término. FRANQUIA E PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA Nas coberturas básicas do seguro RETA, não haverá franquia e nem par- ticipação percentual obrigatória do Segurado nas indenizações a serem pagas. A Seguradora poderá, no entanto, instituir franquia e/ou participa- ção obrigatória do Segurado nas coberturas adicionais. RISCOS NÃO COBERTOS E EXCLUSÕES DAS CONDIÇÕES GERAIS DA APÓLICE Está expressamente excluída do seguro RETA a cobertura de responsabili- dade por perdas ou danos provenientes, direta ou indiretamente, de: I – dolo ou culpa grave equiparável ao dolo em atos praticados pelo Segu- rado, pelo beneficiário ou pelo representante, de um ou de outro; se o Segurado for pessoa jurídica, a exclusão se aplica aos sócios controla- dores da Empresa Segurada, aos seus dirigentes e administradores, aos beneficiários e também aos respectivos representantes; II – atos de hostilidade, operações bélicas, guerra, guerra civil, guerra quí- mica e/ou bacteriológica, atos de terrorismo, pirataria, tumulto, arruaça, greve, locaute, conspiração, subversão, rebelião, insurreição, manifesta- ções políticas, convulsões sociais, guerrilha, revolução, e, em geral, toda e qualquer consequência desses eventos, inclusive vandalismo, saques e pilhagens, salvo convenção em contrário, nas condições especiais e/ou particulares; III – detonação de minas, torpedos, bombas, granadas e outros engenhos de guerra, exceto quando o artefato tenha sido levado para o interior da aeronave por passageiro e/ou tripulante; UNIDADE 3 44SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS IV – radiações ionizantes ou de quaisquer outras emanações havidas na produção, transporte, utilização ou neutralização de materiais físseis e seus resíduos; V – uso, pacífico ou bélico, de energia nuclear; VI – inundações, secas, tempestades, raios, vendavais, furacões, ciclones, terremotos, maremotos, erupções vulcânicas e, em geral, de quaisquer convulsões da natureza, exceto quando a aeronave estiver em voo ou manobra; VII – ventos de velocidade igual ou superior a 60 (sessenta) nós, exce- to quando a aeronave estiver em voo ou manobra, prevalecendo, para a determinação de velocidade do vento, a informação de posto meteoroló- gico mais próximo; VIII – arresto, sequestro, detenção, embargo, penhora, ocupação, apreen- são, confisco, nacionalização, destruição ou requisição, ordenados por quaisquer autoridades, de fato ou de direito, civis ou militares; IX – descumprimento, por parte do Segurado, de obrigações trabalhistas, sejam contratuais ou legais, referentes à Seguridade Social, seguro obriga- tório de acidentes de trabalho, pagamento de salários e similares; X – reclamações relacionadas com doenças profissionais, doenças do tra- balho ou similares; XI – descumprimento de obrigações assumidas, pelo Segurado, em con- tratos e/ou convenções; XII – circulação de veículos terrestres, quando estes veículos pertençam ao Segurado ou sejam por ele alugados ou arrendados para uso em suas atividades, salvo em operações de embarque e desembarque sob respon- sabilidade do segurado; XIII – circulação de veículos terrestres que estejam eventualmente a ser- viço do Segurado, mas que não sejam de sua propriedade ou que não estejam a ele vinculados por meio de contrato de locação ou de arrenda- mento mercantil, salvo em operações de embarque e desembarque sob responsabilidade do segurado; XIV – poluição, contaminação ou vazamento, exceto quando causadas por, ou resultando em explosão por acidente, ou colisão, ou uma emer- gência registrada durante o voo, ocasionando operação anormal de uma aeronave; XV – prestação de serviços sem a devida autorização ou licença, excetua- das as situações emergenciais em que seja necessário socorrer passagei- ros ou substituir a aeronave; UNIDADE 3 45SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS XVI – inobservância às disposições que disciplinam as Regras de Navega- ção Aérea em vigor; XVII – contrabando, comércio e/ou embarque, ilícitos ou proibidos; XVIII – acidentes diretamente causados pela violação de disposições legais ou regulamentares relativas à lotação máxima de passageiros e/ou à limitação de capacidade, volume, peso e/ou dimensão da bagagem, car- ga, malas postais e/ou encomendas, bem como os acidentes causados por má arrumação, mau acondicionamento e/ou deficiência de embalagens; XIX – acidentes ocorridos quando a aeronave estiver em disputa de corridas, competições, tentativas de quebra de recordes, voos de exibição e de acroba- cias, exceto quando a exibição ou a acrobacia for parte integrante de instrução e executada em avião apropriado, observados os regulamentos em vigor; e XX – falha, de qualquer equipamento e/ou programa de computador e/ou sistema de computação eletrônica de dados, em reconhecer, interpretar, processar, distinguir e/ou salvar, qualquer data de calendário, aindaque haja funcionamento normal após aquela data. O Seguro RETA também não indeniza: I – prejuízos financeiros, perdas financeiras e lucros cessantes; II – as multas e os tributos, de qualquer natureza, impostos ao Segurado, bem como as indenizações punitivas e/ou exemplares às quais seja con- denado pela Justiça; III – despesas de qualquer natureza, relativas a ações civis e/ou ações cri- minais, salvo no caso de ações civis, se contratada cobertura adicional; IV – as quantias pagas para reparar danos genéticos, bem como danos causados por asbestos, talco asbestiforme, diethilstibestrol, dioxina, ureia formaldeído, vacina contra gripe suína, dispositivo intrauterino (DIU), con- traceptivo oral, fumo ou derivados, danos resultantes de hepatite B ou da síndrome de deficiência imunológica adquirida (AIDS); V – danos materiais causados a quaisquer bens de empregados, prepos- tos, estagiários e bolsistas do Segurado, à exceção de danos materiais causados às respectivas bagagens quando em viagem, na condição de passageiros ou tripulantes, em aeronave operada pelo Segurado; VI – danos pessoais, causados aos empregados, prepostos, estagiários e bolsistas do Segurado, quando a seu serviço, exceto se na função de tripulante durante viagem de aeronave operada pelo Segurado, atendidas as demais disposições do contrato; VII – danos pessoais, decorrentes de brigas e/ou agressões envolvendo exclusivamente passageiros ou exclusivamente tripulantes, durante via- gem de aeronave segurada, ainda que ocorridas no seu interior; UNIDADE 3 46SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS VIII – danos pessoais, causados a passageiros transportados em lugares não especificamente destinados ou apropriados a tal fim; IX – danos causados à bagagem despachada de passageiros, quando esta não estiver devidamente acondicionada nos locais destinados para tal fim, com emissão de recibo, tíquete de bagagem ou documento equivalente, e respeitadas as demais disposições pertinentes fixadas pela ANAC (Agên- cia Nacional de Aviação Civil); X – danos causados a cargas em geral e a bagagens despachadas, em voo em que o proprietário delas não figure como passageiro, riscos para os quais o seguro adequado é o Seguro de Responsabilidade Civil do Trans- portador Aéreo – Carga (RCTA-C); e XI – qualquer tipo de ação de regresso contra o Segurado. EXCLUSÕES PARTICULARES Além dos riscos excluídos nas condições gerais, o seguro não garante os passageiros e tripulantes nos seguintes casos: I – morte ou invalidez permanente total ou parcial, quando estas resulta- rem de problema de saúde preexistente do passageiro; e II – danos pessoais ocorridos por culpa exclusiva do passageiro vitimado. Além dos riscos excluídos nas condições gerais, essa cobertura não garante os casos em que as avarias, a destruição, a perda, o furto ou o roubo da bagagem tenham decorrido, exclusivamente, de um ou mais dos seguintes fatos: I – natureza ou vício próprio da própria bagagem; II – embalagem defeituosa da bagagem, feita pela pessoa ou seus pre- postos; III – ato de autoridade pública referente à bagagem; IV – má estiva ou mau acondicionamento; V – perda, roubo ou extravio de “valores” (dinheiro em espécie, cheques, moeda, metais preciosos, pedras preciosas ou semipreciosas, joia, pérolas, certificados de títulos, ações, cupons e todas as outras formas de papéis negociáveis representando dinheiro ou bens); VI – Bens não permitidos conforme determinação do transportador aéreo ou ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil); UNIDADE 3 47SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS VII – Bens cuja quantidade, natureza ou variedade configure importação ou exportação com fim comercial ou industrial; e VIII – Bebidas alcoólicas, fumo e seus sucedâneos manufaturados, quando se tratar de viajante menor de 18 (dezoito) anos. COBERTURA ADICIONAL DEFESA EM JUÍZO CIVIL (Nº 201) ■ Risco Coberto – O risco coberto é a contratação, pelo Segurado, de advogado, para o defender em ação civil de perdas e danos, em que a sua responsabilização civil esteja amparada, total ou parcialmente, por cobertura (básica e/ou adicional) desse seguro, pactuada com a Seguradora. Estão cobertos os honorários de advogados, as custas judiciais, relativos a uma mesma viagem de aeronave segurada, até o Limite Máximo de Inde- nização contratado. OBRIGAÇÕES DO SEGURADO Sob pena de perder direito à cobertura, o segurado se obriga a: I – dar imediato aviso à Seguradora, por carta registrada ou protocolada, ou qualquer outro meio de comunicação que possibilite registro da ocor- rência de quaisquer eventos que, nos termos deste contrato, possam acar- retar a reclamação da garantia, tão logo deles tome conhecimento; II – tomar todas as providências consideradas inadiáveis e ao seu alcance, para evitar sinistros ou minorar as suas consequências; III – formalizar aviso às autoridades aeronáuticas, em caso de acidente; IV – comunicar à Seguradora, de imediato, qualquer citação, carta ou documento que receber e que se relacionar com sinistro abrigado por este contrato; V – dar assistência à Seguradora, em caso de sinistro, e permitir a prática de todo e qualquer ato lícito necessário, ou considerado indispensável por UNIDADE 3 48SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS aquela, com a finalidade de sustar, remediar ou sanar falhas ou inconve- nientes, cooperando espontaneamente e de boa vontade para a solução correta de litígios; e VI – zelar e manter em bom estado de conservação, segurança e funciona- mento as aeronaves abrangidas pela apólice, comunicando à Seguradora, por escrito, qualquer alteração ou mudança que venham a sofrer os refe- ridos veículos, tanto tecnicamente quanto em relação aos riscos aos quais estão submetidos. DRONES A palavra “drone” não tem a sua origem na língua portuguesa. Ela é oriun- da da língua inglesa e nem sequer é o nome técnico desse tipo de equipa- mento. Drone é mais uma palavra comercial ou apelido para esses objetos voadores. Em inglês, essa palavra quer dizer “zumbido” ou “zangão”. Essa denominação é apropriada para um drone, pois a maioria deles utiliza héli- ces para voar. Dessa forma, eles produzem um zumbido tradicional, o que acabou dando nome a esses objetos voadores. Veículo aéreo não tripulado (VANT) ou drone (do inglês, zangão) é todo e qualquer tipo de aeronave que pode ser controlada nos três eixos e que não necessite de pilotos embarcados para ser guiada. Esses tipos de aeronaves são controlados a distância por meios eletrônicos e computa- cionais, sob a supervisão de humanos, ou mesmo sem a sua intervenção, por meio de Controladores Lógicos Programáveis (CLPs). No Brasil, ainda é proibida a utilização de “Aeronaves Autônomas”, que são aqueles dro- nes que não precisam de alguém controlando remotamente o dispositivo. Aqui, portanto, somente são permitidos os VANTs do tipo RPA (Remotely Piloted Aircraft), ou seja, Aeronaves Remotamente Pilotadas. Em outras palavras, os VANTs, no Brasil, precisam de um piloto, de alguém que este- ja no controle de objeto voador acionado e controlado remotamente. — Regulamentação dos Drones, Seu Uso e a Necessidade do Seguro A ANAC publicou, em 2/5/17, o regulamento especial para utilização de aeronaves não tripuladas, popularmente chamadas de drones. Trata-se da norma Regulamento Brasileiro de Aviação Civil Especial – RBAC-E nº 94. As operações de aeronaves não tripuladas (de uso recreativo, corporativo, comercial ou experimental) devem seguir as novas regras da ANAC, que são complementares aos normativos de outros órgãos públicos como o UNIDADE 3 49SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e da Agência Nacio- nal de Telecomunicações (ANATEL). O cadastro no Sistema de Aeronaves não Tripuladas (SISANT) é obrigatório às aeronaves não tripuladas de uso recreativo (aeromodelo) ou não recrea-tivo (RPA), com peso máximo de decolagem superior a 250g e limitado a 25kg e que não voarão além da linha de visada visual (BVLOS) ou acima de 400 pés (120 metros) acima do nível do solo. Se a aeronave cadastrada pretender voar acima de 400 pés (120 metros) em relação ao nível do solo ou além da linha de visada visual, precisará ser registrada na Agência e identificada com sua marca de nacionalidade de matrícula, assim como as aeronaves não tripuladas com peso máximo de decolagem superior a 25kg. Exige-se que seja feito um cadastro por aeronave, e cada equipa- mento deve estar vinculado a uma pessoa ou a uma empresa no Brasil, que serão responsáveis legais pela aeronave. Observação VLOS – Operação em Linha de Visada Visual (Visual Line of Sight – VLOS operation) significa a operação em condições meteorológicas visuais, na qual o piloto, sem o au- xílio de observadores, mantém o contato visual direto (sem auxílio de lentes ou outros equipamentos) com a aeronave remotamente pilotada, de modo a conduzir o voo com as responsabilidades de manter as separações previstas com outras aeronaves, bem como evitar colisões com aeronaves e obstáculos. EVLOS – Operação em Linha de Visada Visual Estendida (Extended Visual Line of Sight – EVLOS operation) significa a operação em VMC, na qual o piloto remoto, sem auxílio de lentes ou outros equipamentos, não é capaz de manter contato visual direto com a RPA, necessitando, dessa forma, do auxílio de observadores para conduzir o voo com as responsabilidades de manter as separações previstas com outras aeronaves, bem como evitar colisões com aeronaves e obstáculos, seguindo as mesmas regras de uma operação VLOS. BVLOS – Operação Além da Linha de Visada Visual (Beyond Visual Line of Sight – BVLOS operation) significa a operação que não atenda às condições VLOS ou EVLOS. Distância Mínima e Separação – A área distante de terceiros significa área, determina- da pelo operador, considerada com base em certa distância horizontal da aeronave não tripulada (DRONE) em operação, na qual pessoas não envolvidas e não anuentes no solo não estão submetidas a risco inaceitável à segurança. Em nenhuma hipótese, a distância da aeronave não tripulada poderá ser inferior a 30 metros horizontais de pessoas não envolvi- das e não anuentes com a operação do DRONE. O limite de 30 metros não precisa ser ob- servado caso haja barreira mecânica suficientemente resistente e, por ser assim, capaz de isolar e proteger pessoas não envolvidas e não anuentes na eventualidade de um acidente. Nota: O limite de 30 metros, nesse caso, é critério para a aplicação das regras da ANAC. O acesso ao espaço aéreo é de competência do DECEA, o qual poderá estabe- lecer limites inferiores de maior magnitude. UNIDADE 3 50SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS OBRIGATORIEDADE DE SEGURO RETA PARA DRONES O Regulamento Brasileiro de Aviação Civil Especial – RBAC-E nº 94 define na Subparte B, “Regras de Voo”, inciso (d): “Todas as operações de aero- naves não tripuladas de uso não recreativo acima de 250 gramas de peso máximo de decolagem devem possuir seguro com cobertura de danos a terceiros, exceto as operações de aeronaves pertencentes a entidades controladas pelo Estado”. Ou seja, os drones de uso comercial acima de 250g de peso devem contratar o seguro RETA. Os drones que voarão além de 120 metros de altitude, independentemente de uso recreativo ou comercial e independentemente do peso, precisam ter cadastro na ANAC e, eventualmente, serão exigidos seguros deles. CARACTERÍSTICAS DOS SEGUROS RETA PARA DRONES Atualmente o seguro RETA para Drones, apresenta as seguintes caracte- rísticas: ■ Cobertura: Danos a Pessoas e Bens no Solo, com Valor da Cobertura – R$ 222.315,35 O Prêmio Total da apólice varia de R$ 650,00 a R$ 800,00, a depender do tipo e utilização do drone. FIXANDO CONCEITOS 51SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS FIXANDO CONCEITOS 3 Marque a alternativa correta 1. Nos Seguros Aeronáuticos, o termo RETA significa: (a) Responsabilidade do Transporte Aéreo. (b) Responsabilidade da Exploração do Transporte Aéreo. (c) Responsabilidade do Explorador ou Transportador Aéreo. (d) Responsabilidade da Exploração do Transportador Aeronáutico. (e) Responsabilidade do Explorador Aeronáutico. 2. Um avião sofre um acidente causando a morte de seus tripulantes. A indenização aos beneficiários estará amparada nos Seguros Aeronáuticos pela cobertura: (a) Aditivo A. (d) Básica Nº 3. (b) Básica Nº 1. (e) Básica Nº 4. (c) Básica Nº 2. 3. A finalidade do Seguro RETA, na sua cobertura básica, é: (a) Garantir ao segurado proteção quanto aos acidentes com aerona- ves que afetem não somente seus tripulantes e passageiros, suas bagagens, como também pessoas e bens no solo, colisão e abal- roamento. (b) Cobrir, exclusivamente, passageiros de uma aeronave acidentada. (c) Cobrir, exclusivamente, danos a pessoas e bens no solo. (d) Cobrir, exclusivamente, passageiros e tripulantes. (e) Garantir ao segurado proteção quando ocorrerem acidentes com aeronaves que afetem não somente seus tripulantes e passageiros, mas também em casos de danos a pessoas e bens no solo, excluin- do-se colisão e abalroamento. FIXANDO CONCEITOS 52SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS 4. Nos Seguros Aeronáuticos, Cobertura RETA, os passageiros são enqua- drados na(s) seguinte(s) cobertura(s): (a) Básica Nº 1. (d) Básicas Nº 3 e Nº 4. (b) Básicas Nº 1 e Nº 2. (e) Básica Nº 4. (c) Básica Nº 3. 5. A Cobertura RETA a 1º Risco se aplica a: (a) Helicópteros e planadores, exclusivamente. (b) Aeronaves de asa fixa, exclusivamente. (c) Todos os tipos de aeronaves. (d) Aviões de carreira, exclusivamente. (e) Aeronaves utilizadas apenas no treinamento de pilotos. 53 UNIDADE 4 SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS 04 ■ Compreender a operação do Seguro de Responsabilidade Civil a 2º Risco do RETA e sua aplicação. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: DEFINIÇÃO E OBJETIVOS DO SEGURO DE RESPONSABILIDADE CIVIL A 2O RISCO DO RETA EXCLUSÕES DO SEGURO DE RESPONSABILIDADE CIVIL A 2O RISCO CLÁUSULA DE EXTENSÃO DE COBERTURA DE RESPONSABILIDADE CIVIL AERONÁUTICO PARA EVENTOS DE GUERRA, SEQUESTRO E CONFISCO (CLÁUSULA ADICIONAL 33 OU AV- 52E) COBERTURA ADICIONAL DE DANOS MORAIS (CLÁUSULA 42) FIXANDO CONCEITOS 4 TÓPICOS DESTA UNIDADE RESPONSABILIDADE CIVIL a 2º RISCO UNIDADE 4 54SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS DEFINIÇÃO E OBJETIVOS DO SEGURO DE RESPONSABILIDADE CIVIL A 2º RISCO DO RETA Conforme nomenclatura usada pela SUSEP, esse seguro é classificado como “Responsabilidade Civil Facultativa para Aeronaves – RCF”, porém, ele também é conhecido como Responsabilidade Civil a 2º Risco do RETA. A cobertura de Seguro de Responsabilidade Civil a 2º Risco representa uma extensão ao Seguro RETA. Esse seguro subentende o resguardo necessário a uma ação judicial con- tra o transportador, que obrigue a segurado a pagamento de indenizações muito superiores aos limites estabelecidos pelo Código Brasileiro de Aero- náutica – CBAer. A taxação para uma apólice a 2º Risco, na maioria dos casos, é fornecida pelos resseguradores que, operando no Brasil, venham a subscrever o ris- co. Por envolver o resseguro, esse seguro precisa ser solicitado sempre com bastante antecedência, principalmente se a importância segurada pretendida for muito elevada. É de suma importância que o mercado se conscientize da necessidade da ven- da e comercialização dessa cobertura, lembrando que, no Brasil, vem crescen- do o volume de reclamações judiciais no segmento de Responsabilidade Civil. Deve-se esclarecer que a cobertura de Responsabilidade Civil a 2º Risco presume a existência de decisão judicial, obrigando o segurado à repara- ção dos danos causados a terceiros. Em muitos casos, opta-se pela indeni- UNIDADE 455SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS zação por meio de acordo com a parte reclamante. Para tanto, é necessá- ria a concordância de seguradores/resseguradores. A cobertura RC a 2º Risco pode ser solicitada tanto para uma extensão de cobertura às Classes 1 e 2 – passageiros/tripulantes/bagagem e 3 e 4 – danos a pessoas e bens no solo/colisão e abalroamento. O mais usual, no entanto, é contratar somente uma verba elevada que funcione como extensão a qualquer uma dessas classes. EXCLUSÕES DO SEGURO DE RESPONSABILIDADE CIVIL A 2º RISCO A seguradora não indenizará: a) perdas, danos ou responsabilidades decorrentes direta ou indi- retamente de: atos de hostilidade ou de guerra, rebelião, insurrei- ção, revolução, confisco, nacionalização, destruição ou requisição decorrentes de qualquer ato de autoridade de fato ou de direi- to, civil, militar e, em geral, todo e qualquer ato ou consequência dessas ocorrências, não respondendo, ainda, por prejuízos dire- ta ou indiretamente relacionados com ou para os quais próxima ou remotamente tenham contribuído tumultos, motins, greves e quaisquer outras perturbações de ordem pública; b) qualquer perda ou destruição ou dano de quaisquer bens mate- riais ou qualquer prejuízo ou despesa emergente ou qualquer dano consequente, ou qualquer responsabilidade legal de qual- quer natureza, direta ou indiretamente causados por, resultantes de, ou para os quais tenham contribuído radiações ionizantes ou de contaminação por radioatividade de qualquer combustível nuclear resultante de combustão de material nuclear, bem como qualquer perda, destruição, dano ou responsabilidade legal dire- ta ou indiretamente causados por, resultante de, ou para os quais tenham contribuído material de armas nucleares. Para fins dessa exclusão, “combustão” abrangerá qualquer processo autossusten- tador de fissão nuclear; c) lucros cessantes e danos emergentes direta ou indiretamente resultantes de paralisação de aeronave segurada, mesmo quando em consequência de qualquer risco coberto por essa apólice; UNIDADE 4 56SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS d) esse seguro não se aplica a danos morais pelos quais o segu- rado venha a ser legalmente obrigado a pagar como resultado de danos materiais e/ou corporais provocados a terceiros. Por “danos morais” entende-se toda e qualquer ofensa ou violação à honra, ao afeto, à liberdade, à profissão, ao respeito aos mortos, à psique, à saúde, ao nome, ao bem-estar e à vida. e) esse seguro não se aplica a danos estéticos pelos quais o segurado venha a ser legalmente obrigado a pagar como resul- tado de danos materiais e/ou corporais provocados a terceiros. Por “danos estéticos” entende-se todo e qualquer dano causado a pessoas que implique redução ou eliminação de padrões de beleza ou estética. CLÁUSULA DE EXTENSÃO DE COBERTURA DE RESPONSABILIDADE CIVIL AERONÁUTICO PARA EVENTOS DE GUERRA, SEQUESTRO E CONFISCO (CLÁUSULA ADICIONAL 33 OU AV-52E) Na cobertura de Terceiros, RC a 2º Risco do RETA são excluídos os danos a terceiros relativos aos quais o acidente tenha sido originado por guerra, sequestro ou confisco de aeronave. Embora sejam riscos excluídos, estes estarão cobertos se contratada essa cláusula. Não haverá cobertura, no entanto, para sinistros de guerra quando houver a deflagração desse evento entre dois ou mais dos seguintes países, a saber: França, República Popular da China, Federação Russa, Reino Unido e Estados Unidos da América. UNIDADE 4 57SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS COBERTURA ADICIONAL DE DANOS MORAIS (CLÁUSULA 42) Por “danos morais” entende-se toda e qualquer ofensa ou violação à hon- ra, ao afeto, à liberdade, à profissão, ao respeito aos mortos, à psique, à saúde, ao nome, ao bem-estar e à vida. Se uma aeronave se acidenta ocasionando a morte de um passageiro, sua família terá direito a receber – além de indenização econômica – dano moral pela perda. A cláusula em questão determina as situações em que os casos de danos morais estarão cobertos pelo seguro. O texto da cláusula de Danos Morais é o seguinte: A seguradora pagará em nome do segurado todas as quantias a que este se torne legalmente obrigado a pagar por danos corporais sofridos por qualquer pessoa ou por qualquer empresa, desde que os danos: a) surjam de uma ou mais das ofensas listadas na apólice; b) resultem da posse, manutenção ou uso da aeronave pelo segurado; e c) ocorram durante o período do contrato de seguro, dentro do território onde foi feito o contrato de seguro. O seguro contratado por essa cobertura não se aplicará: a) à responsabilidade assumida pelo segurado segundo qualquer contrato ou acordo; b) a dano moral originado da violação intencional de um estatuto penal ou de um regulamento cometida pelo segurado ou com o conhecimento ou consentimento dele; c) a dano moral a um empregado do segurado ocorrido no período em que estiver trabalhando sob vínculo empregatício; d) a dano moral originado de: d.1) qualquer recusa em empregar; d.2) término de emprego; d.3) coerção, degradação, apreciação, readjudicação, difama- ção, molestamento, discriminação ou outras práticas, orienta- ções, atos ou omissões relacionados ao emprego; d.4) dano consequente de “d.1” até “d.3” acima; UNIDADE 4 58SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS e) a dano moral originado de uma publicação ou declaração acer- ca de qualquer organização ou companhia, ou de seus produtos ou serviços, feita pelo segurado ou sob ordem dele com conheci- mento de sua falsidade; e f) a dano moral originado de: f.1) ruído, seja ele audível ao ouvido humano ou não, ou vibra- ção, incluindo ribombo ou fenômenos similares causados pela movimentação ou operação de uma aeronave ou quaisquer de suas partes; f.2) qualquer interferência ao calmo gozo de propriedade de outros causada pela operação de uma aeronave ou quaisquer de suas partes; ou f.3) poluição originada de descarga, dispersão, liberação ou escape de gases reais, alegados ou ameaçados, quer seja de forma gradual, repentina ou acidental. FIXANDO CONCEITOS 59SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS FIXANDO CONCEITOS 4 Marque a alternativa correta 1. No Ramo Aeronáutico, a cobertura de Responsabilidade Civil a 2º Risco tem por objetivo indenizar: (a) O casco da aeronave, parcialmente. (b) A bagagem do passageiro, exclusivamente. (c) Danos pessoais aos tripulantes, exclusivamente. (d) Os excedentes de responsabilidade que ultrapassem os limites esta- belecidos pelo CBAer. (e) O casco da aeronave, integralmente. 60 UNIDADE 5 SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS 05 ■ Conhecer outras coberturas e tipos de seguros do grupo de Seguros Aeronáuticos. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: CONDIÇÕES DA COBERTURA DE RESPONSABILIDADE CIVIL DE HANGARES E OPERAÇÕES AEROPORTUÁRIAS SEGURO DE PEÇAS, MOTORES E ACESSÓRIOS SOBRESSALENTES FIXANDO CONCEITOS 5 TÓPICOS DESTA UNIDADE OUTROS SEGUROS UNIDADE 5 61SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS CONDIÇÕES DA COBERTURA DE RESPONSABILIDADE CIVIL DE HANGARES E OPERAÇÕES AEROPORTUÁRIAS — Objetivo da Cobertura O objetivo desse seguro é reembolsar o segurado até o Limite Máximo de Indenização da apólice em vigor, das quantias que for obrigado a pagar, em virtude de danos materiais e/ou corporais, incluindo morte, causados involuntariamente a terceiros por culpa caracterizada, durante a vigência do contrato, em sentença judicial transitada em julgado, ou em acordo autorizado por escrito pela seguradora, decorrentes dos riscos nas seções 1, 2 e 3 a seguir descritos: Em muitos casos, por força de contrato de representação de um determi- nado fabricante internacional, o segurado passa a ser obrigado a contratar apólice de RC de Hangar – Seção 2 – Aeronaves de Terceiros –, conside- rando o número de aeronaves que permecemno hangar para manutenção e reparos, e o valor médio dessas aeronaves. Há importância nessa modalidade de seguro, assim como nas demais, por- que a responsabilidade do segurado torna-se elevada, por exemplo, na guarda de aeronaves, movimentação de pessoas, podendo resultar em perdas consideráveis em caso de sinistro. Atenção A aceitação dos Seguros de RC de Hangar concebe-se mediante análise de questionário bastante detalhado, encaminhado ao segurado para resposta. UNIDADE 5 62SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS Seção 1 – Em Instalações Aeronáuticas Garante danos corporais e danos materiais ocorridos: a) Nas instalações aeronáuticas relacionadas na apólice, ou nas proximidades delas, como resultado direto dos serviços prestados pelo segurado; ou b) Em qualquer outro local, durante a realização de algum trabalho ou cumprimento de quaisquer obrigações por parte do segurado e/ou seus empregados, que tenham ligação com as atividades e/ou operações especificadas na apólice, desde que tais danos tenham sido causados por culpa do segurado e/ou de qualquer dos seus empregados, durante o exercício de suas funções, ou, ainda, tenham sido causados por qualquer defeito existente nas instalações, nas vias internas de circulação, no maquinário e/ou nas oficinas onde o segurado desenvolva as suas atividades. Essa seção está sujeita, no entanto, às seguintes exclusões: 1) Perdas ou danos à propriedade móvel e/ou imóvel pertencente ao segu- rado, ou por ele ocupados, alugados, arrendados, controlados, ou, ainda, sob sua custódia ou guarda, durante manutenção, manipulação e/ou pres- tação de serviços realizadas em tais bens pelo segurado ou quaisquer de seus empregados. Esta exclusão NÃO se aplica, no entanto, a veículo não pertencente ao segurado quando estiver no perímetro interno das instala- ções aeronáuticas especificadas na apólice. 2) Danos corporais e/ou danos materiais causados por: a) qualquer veículo automotor que o segurado induza, ou autorize, terceiros a usar, em qualquer via pública localizada no exterior das instalações aeronáuticas relacionadas na apólice. b) quaisquer aeronaves pertencentes ao segurado, ou por ele, ou sob sua responsabilidade, fretados, usados ou operados; no entanto, esta exclusão NÃO será aplicada a aeronaves, perten- centes a terceiros, que estejam no solo e para as quais existam outras formas de indenização garantidas na Seção 2 desse segu- ro, independentemente de a garantia daquela Seção ter sido contratada ou não. 3) Danos corporais e/ou danos materiais decorrentes de qualquer Encon- tro Aéreo, Corrida Aérea ou Show Aéreo, assim como aqueles danos (cor- porais e/ou materiais) ocorridos em qualquer local utilizado para a acomo- dação de espectadores presentes nos eventos acima citados, exceto se previamente acordado, por escrito, com a seguradora. UNIDADE 5 63SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS 4) Danos corporais e/ou danos materiais decorrentes da construção, demolição ou alteração de edifícios, pistas ou instalações feitas pelo segu- rado e/ou seus contratados, e/ou subcontratados (excetuando-se as ope- rações normais de manutenção), a menos que previamente acordado, por escrito, com a seguradora. 5) Danos corporais e/ou danos materiais decorrentes de quaisquer bens ou produtos fabricados, construídos, alterados, reparados, trabalhados, tratados, vendidos, fornecidos ou distribuídos pelo segurado e/ou seus empregados, após tais bens ou produtos terem deixado de estar em posse ou sob o controle do segurado. Seção 2 – Aeronaves de Terceiros Destina-se a cobrir perdas e danos causados a aeronaves, ou a equipamentos aeronáuticos, que NÃO pertençam ao segurado e NÃO sejam por ele arren- dados ou alugados, enquanto no solo, sob sua guarda, custódia ou controle, ou, ainda, durante manutenção, manipulação e/ou prestação de serviços rea- lizadas pelo segurado ou qualquer de seus empregados. Essa seção está sujeita, no entanto, às seguintes exclusões: a) Perdas e danos causados a objetos pessoais ou a mercadorias de qualquer natureza; b) Perdas e danos causados a aeronaves ou a equipamentos aero- náuticos, contratados, arrendados ou emprestados ao segurado; c) Perdas e danos causados a qualquer aeronave durante voo (exceto se contratada cobertura específica), conforme definido a seguir: » O termo voo significa o intervalo de tempo compreendido entre o início da efetiva corrida de decolagem da aerona- ve até o fim da corrida de aterrissagem. Seção 3 – Responsabilidade Civil de Produtos Prevê cobertura de danos corporais e/ou danos materiais decorrentes de posse, uso, consumo ou manuseio de quaisquer bens ou produtos fabri- cados, construídos, alterados, reparados, trabalhados, tratados, vendidos, fornecidos ou distribuídos pelo segurado ou seus empregados, mas ape- nas em relação aos bens ou produtos que fazem parte ou são usados em conjunto com aeronaves, e apenas depois que tais bens ou produtos tenham deixado de estar em posse ou sob controle do segurado. Essa seção está sujeita, no entanto, às seguintes exclusões: a) Danos a bens pertencentes ao segurado ou àqueles sob a sua guarda, custódia ou controle. UNIDADE 5 64SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS b) O custo de reparo ou de substituição de quaisquer bens ou produtos defeituosos, fabricados, construídos, alterados, repara- dos, atendidos, tratados, vendidos, entregues ou distribuídos pelo segurado, ou, ainda, de qualquer parte ou peça defeituosas pre- sentes naqueles bens e produtos. c) Perdas decorrentes de projeto, especificação e/ou desempe- nho que apresentem incorreções ou falhas; esta exclusão, no entanto, NÃO será aplicada a danos corporais e/ou danos mate- riais, causados a terceiros, conforme especificado na apólice, que tenham ocorrido em consequência de tais incorreções ou falhas. SEGURO DE PEÇAS, MOTORES E ACESSÓRIOS SOBRESSALENTES — Objetivo da Cobertura Garantir os bens, entendidos como tais: motores, peças sobressalentes e equipamentos destinados a serem utilizados ou a formar parte de uma aeronave, de propriedade do segurado ou sob sua responsabilidade, no solo ou transportados, inclusive por aeronaves do próprio segurado. — Principais Riscos Excluídos ■ perdas ou danos aos bens aqui descritos, ocorridos após o início de trabalhos de operação de instalação ou colocação a bordo da aeronave para a qual estão destinados; ■ perdas ou danos a motores e turbinas durante execução de testes; ■ desarranjos elétricos e mecânicos; ■ perdas ou danos causados por uso, desgastes ou deterioração gradual; ■ perdas ou danos causados por ou resultantes de negligência do segu- rado em utilizar meios razoáveis para salvar e/ou preservar o bem; ■ perdas ou danos a qualquer bem que tenha sido retirado de uma aeronave e para o qual exista a intenção de recolocação na mes- ma aeronave e não substituição por outro equipamento; ■ perdas ou danos a bens que estejam sofrendo qualquer processo inerente à atividade-fim, e que sejam diretamente resultantes desse trabalho; Atenção Esse seguro é normalmente contratado para peças e motores mantidos em estoque. Somente se justifica a sua contratação no caso de segurados que possuam um grande número de aeronaves, e, por ser assim, necessitem manter em estoque quantidade satisfatória de sobressalentes para atender à demanda de suas operações. Pode abranger, também, o traslado de motores para as oficinas nas quais serão reparados. UNIDADE 5 65SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS ■ bens instalados ou que sejam parte integrante de qualquer aeronave; ■ bens de terceiros transportados ou armazenados pelo segurado mediante pagamento de aluguel ou outra remuneração; e ■ desaparecimento misterioso ou dano inexplicável ou falta manifes- tada após realização de inventário. FIXANDO CONCEITOS 66SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOSFIXANDO CONCEITOS 5 Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois assinale a alternativa correta 1. Sobre o seguro de Responsabilidade Civil de Hangares é correto afir- mar que: ( ) Esse seguro abrange exclusivamente sinistros ocorridos em instala- ções aeroportuárias. ( ) A aceitação dos Seguros de RC de Hangar se faz mediante análise de questionário bastante detalhado preenchido pelo segurado. ( ) O Seguro de RC Hangares – Seção 2 – Aeronaves de Terceiros – é contratado, em muitos casos, em virtude de contrato de representa- ção que o segurado mantém com fabricante internacional. ( ) A cobertura de RC de Hangar abrange três seções: Instalações Aeropor- tuárias, Aeronaves de Terceiros e Responsabilidade Civil de Produto. Agora assinale a alternativa correta: (a) V, F, F, F. (d) F, V, V, V. (b) V, F, F, V. (e) V, V, F, F. (c) F, F, V, F. 2. Sobre a cobertura de Peças, Motores e Acessórios Sobressalentes, podemos afirmar que: ( ) É contratatada, normalmente, para peças e motores mantidos em esto- que. ( ) A contração pode ser realizada por qualquer segurado, independen- temente da quantidade de aeronaves que possua. ( ) Uso, desgaste ou deterioração gradual são riscos abrangidos por essa cobertura. ( ) A cobertura garante os bens de propriedade do segurado ou sob sua responsabilidade. Agora assinale a alternativa correta: (a) F, V, V, F. (d) V, F, F, V. (b) V, V, F, F. (e) F, V, V, V. (c) V, F, V, F. FIXANDO CONCEITOS 67SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS Correlacione as colunas abaixo e depois marque a alternativa correta 3. Correlacione os eventos às respectivas apólices que lhes oferecem cobertura: 1) Seguro de Cascos Aeronáuticos. 2) Seguro de Responsabilidade Civil de Hangar. 3) Seguro de Guerra. ( ) Um temporal derruba o teto de um hangar sobre determinada aero- nave, que alugava a vaga para estacionar no hangar sinistrado. ( ) Um temporal derruba a cobertura de um hangar sobre determinada aeronave, de propriedade do dono do hangar sinistrado. ( ) Um ladrão invade uma aeronave particular e força o piloto a levá-lo para outro país. ( ) Um ladrão invade uma aeronave particular, expulsa o piloto e leva o avião para outro país. (a) 2, 1, 3, 1. (d) 2, 2, 1, 3. (b) 2, 1, 1, 1. (e) 1, 2, 3, 1. (c) 2, 2, 1, 1. 68 UNIDADE 6 SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS 06 ■ Entender o processo de regulação e liquidação de sinistros dos Seguros Aeronáuticos. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: GARANTIA CASCOS (ADITIVO A) GARANTIA RETA (ADITIVO B) E COBERTURA DE RESPONSABILIDADE CIVIL A 2O RISCO COBERTURA DE RESPONSABILIDADE CIVIL DE HANGARES FIXANDO CONCEITOS 6 TÓPICOS DESTA UNIDADE REGULAÇÃO de SINISTROS UNIDADE 6 69SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS GARANTIA CASCOS (ADITIVO A) — Sinistros O segurado/corretor deverá comunicar de imediato à seguradora a ocor- rência de sinistro que acometa a aeronave de sua propriedade. Informa- ções importantes devem constar desse aviso, como: ■ prefixo da aeronave; ■ data do acidente; ■ local exato do acidente (caso necessário, indicar cidades mais pró- ximas/ estado/país); ■ estimativa de prejuízos (se perda parcial ou perda total); e ■ número de pessoas vitimadas no acidente. Em se tratando de seguro com participação de outras seguradoras no ris- co, ou de ressegurador, cabe à seguradora líder contatar, com a devida urgência, seus parceiros no risco sinistrado, providenciando o aviso de sinistro para que cada uma das empresas possa constituir a reserva de sinistros a liquidar. — Indicação de Perito/ Regulador de Sinistros Nas indicações de peritos/reguladores, alguns itens devem ser conside- rados; a saber: Observação A Reserva de Sinistros a Liquidar é uma reserva técnica constituída por seguradoras/ resseguradores para garantir pagamento, em futuro próximo, de sinistros ocorridos. Tais recursos não poderão ser utilizados pelas seguradoras/ resseguradores para outros fins. UNIDADE 6 70SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS ■ percentual de participação de partes envolvidas (segurado- res/resseguradores) – quem assume o maior percentual de risco pode, normalmente, avocar para si a coordenação dos trabalhos de regulação e liquidação do sinistro e escolher o perito/regulador de sua preferência e/ou confiança; e ■ prévio acordo estipulado em contratos de seguro e de resse- guro – a peritos cabe vistoriar a aeronave sinistrada e providen- ciar, o mais rápido possível, emissão de relatório preliminar que contenha descrição do acidente, causas prováveis e estimativa de prejuízos – dados que vão nortear a constituição da reserva de sinistro a ser liquidada pela seguradora e resseguradores. Por ocasião do término de trabalhos de regulação do sinistro é emitido o laudo de regulação final. Trata-se de um documento detalhado sobre o sinistro, que aborda as circunstâncias do acidente e a extensão dele. É com base nesse laudo e em toda a documentação pertinente que segu- radores/resseguradores liquidarão o sinistro. — Perdas Totais A obrigação da seguradora, no caso de perda total, fica limitada ao valor atual de aeronave semelhante. Na falta desta, de aeronave que seja mais compatível possível, notadamente quanto à capacidade, forma motora, ano de fabricação e tipo, ainda que a importância segurada constante da apólice seja maior do que essa limitação. Nas apólices contratadas com inclusão da cláusula 19, chamada “valor acordado”, os seguradores/resseguradores descartam o direito à reposi- ção do bem e efetuam o pagamento de indenização com base em valores acordados no contrato de seguro. Em caso de roubo, furto ou desaparecimento da aeronave segurada, é de praxe, no mercado segurador, o reconhecimento de perda total dessa aeronave, decorridos 60 dias sem que se tenha notícia oficial do seu para- deiro, apesar de constar do Código Brasileiro de Aeronáutica – CBAer (Lei 7.565, de 19/12/86) que o perecimento de aeronave dar-se-á somente após 180 dias do desaparecimento. — Perdas Parciais Tomando como base o objetivo principal do seguro, que é a reposição do bem ao segurado em caso de ocorrência de sinistro, a seguradora se reserva o direito de optar entre pagar as indenizações em dinheiro ou providenciar os reparos aos danos sofridos pelas aeronaves. UNIDADE 6 71SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS No caso de reposição de bens destruídos ou avariados, estarão cumpridas as obrigações da seguradora com o restabelecimento de bens em estado equivalente em que se encontravam imediatamente antes do sinistro. — Salvados Após indenização, os salvados, se configurada perda total, ou as peças e partes substituídas no reparo da aeronave, no caso de perda parcial, pas- sarão a pertencer à seguradora, salvo se esta abrir mão em favor do segu- rado, ou, em nome de outra possibilidade, poderá negociá-los diretamente com o segurado. É bastante comum que, ao negociar os salvados com o segurado, o valor correspondente a esses itens seja, por conta do sinistro, reduzido abatido da indenização devida. — Remoção dos Bens Sinistrados A aeronave sinistrada, seus acessórios e suas partes componentes só poderão ser removidos ou mudados de posição pelo segurado, com con- sentimento dos seguradores e depois de vistoriados pelas autoridades competentes, exceto quando for necessário: ■ desembarcar pessoas e animais e/ou remover malas de passagei- ros ou mercadorias; ■ impedir que se atente contra a segurança pública; e ■ evitar obstrução. Caberá ao segurado tomar todas as providências no sentido de proteger e de minorar os prejuízos da aeronave acidentada ou de seus remanescentes. — Reposição do Bem A seguradora, para indenizar o segurado, reserva-se o direito de optar entre: ■ pagar em dinheiro; ■ mandar reparar os danos; e ■ substituir a aeronave por outra equivalente. Atenção Em casode sinistro ocorrido em campos de pouso não homologados nem registrados, poderá ser deduzido do montante a indenizar, inclusive em perdas totais, um percentual de 20% a título de Participação Obrigatória do Segurado. UNIDADE 6 72SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS No caso de reposição de bens destruídos ou avariados, terão sido valida- mente cumpridas pela seguradora as suas obrigações, com o restabele- cimento de bens em estado equivalente àquele em que se encontravam imediatamente antes do sinistro. Em qualquer hipótese, a obrigação da seguradora, no caso de perda total, estará limitada, no máximo, ao valor contratado em sua apólice na garantia Casco – Aditivo A. — Participação do Segurado para Pousos em Pistas Não Homologadas Além da franquia indicada na apólice, serão obrigatoriamente deduzidos do montante a indenizar, inclusive em caso de perda total, 20% do valor, a título de participação do segurado em cada sinistro ocorrido em campos de pouso não homologados nem registrados. Exceto quando o avião pos- suir motorização de “turboélice” ou “jato”, em que não haverá participação obrigatória, além da franquia. A aplicação do acima exposto pressupõe o risco coberto, isto é, o pouso em tais campos quando caracterizada a absoluta emergência, continuando sem cobertura a operação intencional. GARANTIA RETA (ADITIVO B) E COBERTURA DE RESPONSABILIDADE CIVIL A 2º RISCO Nas liquidações de sinistros da garantia RETA são considerados os valores constantes do quadro das responsabilidades apresentado anteriormente. Antes do pagamento das indenizações, os seguradores/resseguradores deverão certificar-se da extensão de danos materiais/pessoais sofridos pelos reclamantes, solicitando documentação comprobatória cabível em cada caso concreto. Devem, também, examinar com cuidado os beneficiá- rios legais ao receberem tais indenizações. Atenção A tabela específica para o cálculo de indenizações em casos de danos pessoais, utilizada nas regulações de sinistro do Ramo Aeronáutico costuma ser a mesma tabela utilizada no Ramo Vida e Acidentes Pessoais. UNIDADE 6 73SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS COBERTURA DE RESPONSABILIDADE CIVIL DE HANGARES A regulação de sinistros de Responsabilidade Civil de Hangares proces- sar-se-á depois de apurada a responsabilidade civil legal do segurado decorrente de risco coberto por essa garantia, quando a seguradora efe- tuará o reembolso de reparação pecuniária que o segurado tenha sido obrigado a pagar. A seguradora indenizará o montante de prejuízos apurados, observando o limite de responsabilidade por sinistro constante da apólice. Da mesma forma, a seguradora deverá ser avisada em caso de acordo judicial ou extrajudicial, com o terceiro prejudicado, seus beneficiários e/ ou herdeiros. Proposta qualquer ação civil, o segurado deverá dar imediato aviso à segu- radora, nomeando, de acordo com ela, os advogados de defesa. Dentro do limite máximo previsto no contrato de seguro, a seguradora res- ponderá, também, pelas custas judiciais de foro civil e pelos honorários de advogados nomeados de acordo com ela. FIXANDO CONCEITOS 74SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS FIXANDO CONCEITOS 6 Marque a alternativa correta 1. O segurado/corretor deverá comunicar de imediato à seguradora a ocorrência de sinistro envolvendo a aeronave de sua propriedade. Com relação à regulação de sinistros aeronáuticos do Aditivo A – Garantia Cas- cos, devem constar desse aviso as seguintes informações consideradas importantes: (a) Local do acidente e beneficiários das vítimas. (b) Estimativa de prejuízos e beneficiários das vítimas. (c) Data do acidente e beneficiários das vítimas. (d) Beneficiários das vítimas e prefixo da aeronave. (e) Prefixo da aeronave e data do acidente. 75 UNIDADE 7 SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS 07 ■ Conhecer as principais cláusulas que compõem o seguro aeronáutico, percebendo que, na maioria dos casos, é um seguro customizado, personalizado ao segurado. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ■ Conhecer que o seguro aeronáutico é um contrato construído, conforme o risco segurado e objeto do seguro. ADITIVO A – GARANTIA CASCOS TÓPICOS DESTA UNIDADE CLÁUSULAS IMPORTANTES para o SEGURO AERONÁUTICO UNIDADE 7 76SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS Nos Seguros Aeronáuticos, é possível, ainda, contratar cláusulas para diversas coberturas. ADITIVO A – GARANTIA CASCOS Cláusula 1-A - Cobertura Casco Limitada à Permanência no Solo – Planadores Cláusula 1-B – Cobertura Casco Limitada à Permanência no Solo – Demais Aeronaves Tais cláusulas limitam a cobertura concedida pelo Aditivo A aos danos sofridos quando as aeronaves se encontrarem: a) estacionadas em local permitido, devidamente hangaradas ou esteiadas; b) em serviço de manutenção; e c) em remoção de um lugar para outro, dentro do mesmo aeroporto, sendo utilizados os meios adequados para esse fim. Cláusula 02 – Cobertura Casco Limitada à Perda Total. Prejuízos iguais ou superiores a 75% Cláusula 04 – Cobertura Adicional para Transportes, como Carga de Explosivos e/ou Inflamáveis UNIDADE 7 77SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS Cláusula 05 – Cobertura Adicional para Ventos de Veloci- dade Igual ou Superior a 60 nós Cláusula 06 – Reintegração Automática Em caso de perdas parciais (prejuízos abaixo de 75%), a importância segu- rada prevista no Aditivo A ficará automaticamente reintegrada ao valor da indenização paga. Cláusula 07 – Extensão do Perímetro do Seguro Amplia a cobertura para voos fora do território brasileiro. Cláusula 08 – Voo de Traslado Voo de traslado exclusivamente e voo de traslado contratado simultanea- mente com seguro de vigência anual (mais comumente concedida). Cláusula 09 – Seguros de Averbação Possibilita a realização de seguro para fabricantes de aeronaves até a entrega ao comprador/utilizador. Cláusula 11 – Cobertura Provisória Concedida até serem definidas taxas e condições aplicáveis ao seguro. Cláusula 12 – Coincidência de Vencimento de Apólices Apólices com prazo de vigência inferior a um ano, com a finalidade de unifi- cação de vencimentos de seguros do mesmo segurado. Cobrado o prêmio na base pro rata temporis. Cláusula 13 – Fracionamento de Prêmio Cláusula 15 – Desconto de Frota Cláusula 16-A – cláusula especial aplicável ao Seguro de Casco de Helicópteros Cláusula 16-b – cláusula especial aplicável ao Seguro de Casco de Aviões Agrícolas Explicita experiência mínima de pilotos no tipo de aeronave. Sua inclusão é obrigatória nas apólices relativas a tais aeronaves (Cláusulas 16-A e 16-B). Cláusula 17 – Credor Hipotecário ou Fiduciário Essa cláusula é aplicável quando: a) a aeronave, objeto do seguro, estiver em processo de alienação ou já alie- nada mediante financiamento em que ela figure como garantia para o credor (alienação fiduciária ou garantia hipotecária); e b) a aeronave seja objeto de arrendamento mercantil (leasing com opção de compra). UNIDADE 7 78SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS Cláusula 18 – Quebra de Garantia Aeronáuticos Garante ao credor que atos e omissões do segurado não invalidem a cobertura do seguro. Cláusula 19 – Valor Acordado Em caso de perda total, os seguradores/resseguradores descartam o direi- to à reposição do bem, obrigando-se a efetuar o pagamento de qualquer indenização com base em valores indicados no contrato de seguro (apólice). Cláusula 20 – Ingestão Garante o pagamento de prejuízos decorrentes de danos sofridos por motores à reação ( jatos/turboélices), em consequência de sucção (inges- tão) de objeto estranho a eles. Para fins de cobertura do seguro, somente serão reconhecidos os danos provocados por evento súbito e acidental, cujos efeitos no funcionamento do motor atingido exijam sua imediata retirada de operação para reparos. É obrigatória a inclusão nas apólices dessasaeronaves. Cláusula 22 – Exclusão de Guerra, Sequestro e Outros Riscos É obrigatória a inclusão dessa cláusula em todas as apólices de seguro do Ramo Aeronáutico. A cobertura de Guerra, Sequestro e Confisco é conce- dida mediante inclusão, na apólice, das cláusulas 23, 24 e 25. Por meio das cláusulas padrão 23, 24 e 25, a cobertura de Guerra, Sequestro e Confisco passa a ser incluída no contrato de seguro. Cláusula 23 – Guerra Reparação de danos causados por: a) guerra, invasão, atos de inimigos estrangeiros, hostilidades (haja ou não guerra declarada), guerra civil, rebelião, revolução, insurreição, lei marcial, poder militar ou usurpado, ou tentativas para usurpação do poder; b) greves, tumultos, comoções civis ou distúrbios trabalhistas; c) qualquer ato de uma ou mais pessoas, sendo ou não agente(s) de um poder soberano, com fins políticos ou terroristas, seja a perda ou dano dele resultante acidental ou intencional; e d) qualquer ato malicioso ou ato de sabotagem. Cláusula 24 – Sequestro Inclui, como risco coberto, a destruição ou danos à aeronave, decorrentes de apreensão ilegal ou exercício indevido de controle de aeronave ou de tripulação em voo (inclusive qualquer tentativa de tal apreensão ou con- trole), intentados por qualquer pessoa ou pessoas a bordo da aeronave, agindo sem o consentimento do segurado. UNIDADE 7 79SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS Cláusula 25 – Confisco Inclui, como risco coberto, perda ou danos à aeronave diretamente cau- sados por confisco, nacionalização, apreensão, sujeição, detenção, apro- priação, requisição, por direito ou uso ou por ordem do Governo (seja civil, militar ou de fato) e/ou autoridade pública ou local de país abrangido no perímetro de cobertura da apólice. Cláusula 26 – Seguros para Associações de Classe A associação de classe é considerada estipulante do seguro, porém cada pessoa física ou jurídica proprietária, adquirente ou arrendatária das aero- naves, é responsável, perante os seguradores, pelo cumprimento de obri- gações estipuladas no contrato de seguro. Cláusula 27 – Exclusão da Participação do Segurado Torna sem efeito a participação do segurado, prevista em condições da apólice, para as situações de pouso emergencial em campos de pouso não homologados nem registrados. Cláusula 30 – Garantia Especial de Perda de Prêmio A inclusão dessa cláusula garante ao segurado, a título de indenização, a restituição de prêmio e emolumentos decorrentes de rescisão automáti- ca do seguro, consequente de indenização por perda total da aeronave segurada. Cláusula 31 – Pagamento Total do Prêmio Na eventual ocorrência de perda total da aeronave, o prêmio total do segu- ro é devido. ESTUDOS DE CASOS 80SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS ESTUDOS DE CASO Caso 1 Uma aeronave de pequeno porte (pistonada), usada na pulverização agrí- cola, foi roubada da fazenda de seu proprietário e, apesar de esforços das autoridades locais, não foi possível reavê-la. Suponha que você seja o corretor de seguros e o segurado o procura para indagar sobre a cobertura. Que orientação você daria? Caso 2 Uma empresa de táxi aéreo tem duas aeronaves seguradas com a sua cor- retora. A apólice é de cobertura FFR (full flight risk), que oferece a cober- tura total. O proprietário da empresa o procura para informar que uma de suas aero- naves permancerá parada para manutenção. Ele pede a você para excluir o avião do seguro. Qual opção você pode oferecer para evitar que o avião fique sem cobertura? GABARITO 81SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS GABARITO Fixando Conceitos UNIDADE 2 UNIDADE 3 1 – D 6 – E 1 – C 2 – C 7 – D 2 – C 3 – A 8 – B 3 – A 4 – A 9 – C 4 – A 5 – A 10 – C 5 – C UNIDADE 4 UNIDADE 5 UNIDADE 6 1 – D 1 – D 1 – E 2 – D 3 – A Estudos de Caso Caso 1 O furto ou roubo da aeronave, ou o seu desaparecimento, estão amparados, nos Seguros Aeronáuticos, pela cobertura do Aditivo A – Cascos. Caso 2 Oferecer a cobertura de GRO – Ground Risk Only. Dessa forma, a aerona- ve terá cobertura completa para qualquer risco de desabamento do han- gar, incêndio etc. Apenas o voo estará descoberto. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 82SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Seguros marítimos e aeronáu- ticos. Assessoria técnica de Ricardo de Lima Armond. Rio de Janeiro: Funenseg, 2007. 72 p. ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Segu- ros aeronáuticos. Assessoria técnica de Gustavo Tavares da Cunha Mello. 14. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2014. 92 p. ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Segu- ros aeronáuticos. Assessoria técnica de Gustavo Tavares da Cunha Mello. 14. ed. 1a reimpressão Rio de Janeiro: Funenseg, 2015. 92 p. ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Segu- ros aeronáuticos. Assessoria técnica de Glória Maria Guimarães Aranha. 15. ed. 1a reimpressão Rio de Janeiro: Funenseg, 2016. 80 p. ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Segu- ros aeronáuticos. Assessoria técnica de Glória Maria Guimarães Aranha. 16. ed. 1a reimpressão Rio de Janeiro: ENS, 2017. 80 p. Sites www.anac.gov.br www.infraero.gov.br/images/stories/Infraero/Contas/Relatorios/relatorio_ anual2011.pdf www.susep.gov.br 84 UNIDADE 1 SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS 01 ■ Compreender a importância do transporte marítimo e sua história. ■ Situar-se sobre a exploração de petróleo no Brasil e sua relação com o Seguro de Cascos Marítimos. ■ Entender os reflexos da expansão dos segmentos de navegação e de construção naval no Brasil e sua influência nos Seguros de Cascos Marítimos. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ■ Identificar as pessoas físicas e jurídicas que atuam no setor naval. ■ Conhecer os Clubes de P & I e sua finalidade. INTRODUÇÃO HISTÓRICO O TRANSPORTE MARÍTIMO EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO MERCADO NÁUTICO CLUBES DE P&I FIXANDO CONCEITOS 1 TÓPICOS DESTA UNIDADE INTRODUÇÃO e BREVE HISTÓRICO 85 UNIDADE 1 SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS INTRODUÇÃO O seguro de cascos marítimos cobre prejuízos por perdas e danos que atinjam qualquer tipo de embarcação ou equipamento que opere na água. A empresa segurada e/ou seus beneficiários podem receber indenizações em dinheiro, reparações ou reposição de bens. O mes- mo vale para os segurados/pessoas físicas. As perdas e danos indenizáveis referem-se não apenas à operação das embarcações ou equipamentos. O seguro também pode ser fei- to nos períodos de construção, paralisação, reparo ou desmonte da embarcação. Nesse contexto, o corretor precisa conhecer, antes de tudo as termino- logias técnicas, assim como saber identificar as partes que compõem a embarcação. Isso contribuirá para a melhor atuação do corretor na comercialização e atendimento desse seguro. Vamos conhecer, a seguir, essas terminologias, com suas respectivas ilustrações: UNIDADE 1 86SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS UNIDADE 1 87SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS UNIDADE 1 88SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS HISTÓRICO O Seguro Marítimo é a modalidade mais antiga de seguro. Surgiu por volta de 1350, e o que veio em seguida, o Seguro de Vida Individual, só surgiu 200 anos depois, em 1550. A maioria dos outros ramos surgiu em torno de 1900, como consequência da Revolução Industrial. Em 1687, o Café Lloyd’s, de Londres, era a principal fonte de informa- ções sobre partidas e chegadas de navios, bem como sobre as condi- ções do mar, acidentes e perdas. O Café Lloyd’s, então, iria tornar-se o primeiro local de atuação dos operadores de seguros individuais, os chamados underwriters. Em 1771, quase 100 anos após a inauguração do Café Lloyd’s, um grupo de empresários individuais que lá negociavam uniu-se na Society of Lloyd’s, passando a operar sob o código de conduta autorregula-mentado. Esses membros originais do Lloyd’s – conhecidos como names – empe- nhavam todo o seu patrimônio para cumprir a promessa de cobrir os prejuízos dos clientes e adotaram, no final do século XVIII, um contra- to uniforme para o Seguro Marítimo, muito semelhante ao modelo atual. Desse modo, surgiu a mais famosa seguradora da história, a Lloyd’s, que continua sendo o benchmarking (aferição) para a atividade seguradora. O TRANSPORTE MARÍTIMO As transações comerciais entre os países envolvendo importações e exportações de mercadorias são predominantemente realizadas por navios mercantes. O Transporte Marítimo tem uma participação superior a 90% sobre todo o comércio internacional de commodities, implicando em aumento exponen- cial da demanda por embarcações com tecnologias avançadas, velozes, econômicas e com capacidades crescentes para o transporte de diversos tipos de mercadorias. O Brasil destaca-se no comércio exterior como um país com volumes expressivos de exportações de commodities (ex.: minérios e grãos), o que causa vulnerabilidade em relação às variações nos custos de fretes na con- dição de dependência de navios de bandeira estrangeira. A expansão da frota mercante nacional é imprescindível para viabilizar condições competitivas de produtos brasileiros direcionados à exporta- ção, motivo pelo qual foram implementadas políticas governamentais dire- cionadas à construção naval no mercado interno. Observação Este material didático está pautado nas Condições Padronizadas da Apólice Brasileira de Cascos – Marítimos e na legislação prevista em normativos da SUSEP – Superintendência de Seguros Privados. As seguradoras podem comercializar produtos específicos mediante aprovação prévia, sob número exclusivo de processo, do órgão fiscalizador de seguros – SUSEP. UNIDADE 1 89SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO Entre os setores em crescimento na economia nacional destaca-se o seg- mento de prospecção e exploração de petróleo, com ênfase no pré-sal. Além das plataformas, há aumento significativo na demanda por novas uni- dades de apoio, incluindo navios especializados, rebocadores, e supply boats (embarcações de apoio, suporte), acarretando o incremento da frota de offshore e encomendas crescentes aos estaleiros nacionais de cons- trução naval. MERCADO NÁUTICO A prospecção acelerada de novos estaleiros no Brasil voltados para cons- trução de lanchas, iates e veleiros é uma consequência da expansão relevante desse setor que demonstra grande apetite pelo consumo por embarcações de esporte e recreio cada vez mais sofisticadas. Reflexos no Mercado Segurador Brasileiro Consequentes da Expansão dos Segmentos de Navegação e Construção Naval Os valores agregados das embarcações, riscos de responsabilidades envolvidos e cláusulas contratuais com credores não permitem que bens e empreendimentos do setor naval dispensem a contratação de seguros no Ramo de Cascos Marítimos. Os dados estatísticos acerca das atividades do mercado segurador nacio- nal, por sua vez, comprovam o crescimento efetivo nas diversas modalida- des de Seguros Marítimos. Exemplos de Pessoas Físicas ou Jurídicas Atuantes no Setor Naval ■ agências marítimas; ■ armadores; ■ árbitros reguladores de avarias marítimas; ■ associações de práticos; ■ autoridades marítimas; ■ bancos de fomento; UNIDADE 1 90SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS ■ bancos privados; ■ clubes náuticos; ■ clubes de P&I (Proteção e Indenização); ■ comissários de avarias; ■ corretores de seguros; ■ estaleiros de construção e/ou reparos navais; ■ empresas de navegação; ■ feiras náuticas; ■ marinas; ■ peritos navais; ■ portos; ■ sociedades classificadoras; ■ seguradoras; e ■ tribunais marítimos. CLUBES DE P&I São associações de proteção e indenização de armadores, fundamentadas no princípio do mutualismo, com o objetivo de protegê-los dos riscos não cobertos pelos seguros de casco, que originalmente rateavam entre os inte- grantes os prejuízos provenientes de incidentes ocorridos com algum deles. Atualmente, possuem fundo de reserva formado com base no pagamento de prêmios por associados para liquidação de sinistros. Organização: ■ Diretores: como em qualquer clube, a diretoria, que decide sobre as políticas do clube, é formada por integrantes do corpo de asso- ciados; ■ Administradores: são profissionais de notório conhecimento nas áreas jurídica, de seguros, estatística, aos quais são delegadas as tarefas burocráticas pela Diretoria; e ■ Correspondentes: compõem-se da rede internacional credenciada e mantida pelo clube com o objetivo de prestar assistência local aos seus associados. UNIDADE 1 91SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS Serviços Oferecidos: ■ Manutenção de base de dados com informações sobre altera- ções jurídicas e governamentais em todo o mundo, obtidas por meio de seus correspondentes, com o objetivo de proteger seus associados; ■ Defesa e/ou indenização de seus filiados em todo o mundo com relação a sinistros em que se estejam envolvidos, assim como complementação de eventuais indenizações a terceiros; e ■ Fornecimento de garantias necessárias à continuidade da opera- ção de navios pertencentes a seus aliados, incluindo fiança para liberação de navios arrestados (se cobertos) e emissão de “certifi- cados de responsabilidade financeira” para riscos de poluição por óleo ou transporte de cargas nocivas. Riscos Cobertos: ■ Reclamações por acidentes pessoais; ■ Reclamações de tripulantes; ■ Reclamações por abalroamento; ■ Reclamações por poluição; ■ Reclamações por danos a objetos fixos ou flutuantes; ■ Reclamações por avarias ou perdas à carga transportada; ■ Diversos, inclusive remoção de derrelito ou casco submerso; ■ Cobertura de responsabilidade do afretador; ■ Responsabilidade debaixo dos conhecimentos de transporte; ■ Responsabilidade debaixo do contrato de afretamento; ■ Responsabilidade por acidentes pessoais; ■ Responsabilidade resultante de garantia de porto seguro; ■ Cobertura de Freight, Demurrage and Defense; e ■ Cobertura de greve – Strike Cover. Riscos Não Cobertos ■ Riscos decorrentes de desvio – Deviation Cover; ■ Transporte de carga em convés com conhecimento de porão; ■ Riscos decorrentes de prestação de reboque; e ■ Riscos por danos a contêineres. FIXANDO CONCEITOS 92SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS FIXANDO CONCEITOS 1 Marque a alternativa correta 1. Entre os exemplos de pessoas físicas ou jurídicas que atuam no setor naval, podemos citar: (a) Colonias de pescadores. (b) Agencias de turismo. (c) Importadores. (d) Exportadores. (e) Clubes náuticos. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta 2. A respeito dos clubes de P&I: (I) São associações de proteção e indenização de armadores. (II) Possuem fundo de reserva formado pelo pagamento de prêmios dos associados. (III) Não cobrem riscos relacionados a acidentes pessoais, abalroamento ou poluição. a) Somente I é proposição verdadeira. b) Somente II é proposição verdadeira. c) Somente III é proposição verdadeira. d) Somente I e II são proposições verdadeiras. e) Todas as proposições são verdadeiras. 93 UNIDADE 2 SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS 02 ■ Compreender a finalidade e o objeto dos Seguros de Cascos Marítimos. ■ Identificar os bens passíveis de serem segurados nos Seguros de Cascos Marítimos. ■ Ter conhecimento da classificação das embarcações. ■ Identificar as causas e efeitos dos acidentes aquaviários. ■ Conhecer as pessoas físicas ou jurídicas que podem contratar o Seguro de Cascos Marítimos, bem como as que podem ser incluídas como beneficiárias. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ■ Entender como é definido o valor segurado de uma embarcação. ■ Compreender a aplicação de franquiae de participação do segurado nos sinistros. ■ Compreender como funciona a reintegração da importância segurada em caso de sinistro. ■ Compreender a função das sociedades classificadoras de navios e plataformas. ■ Conhecer o conceito de perda total nos Seguros de Cascos Marítimos. ■ Compreender os conceitos de avaria particular e de avaria grossa. TÓPICOS DESTA UNIDADE ASPECTOS GERAIS dos SEGUROS de CASCOS MARÍTIMOS FINALIDADE DO SEGURO DE CASCOS MARÍTIMOS OBJETO DO SEGURO ACEITAÇÃO DE RISCOS VISTORIAS PRÉVIAS BENS SEGURÁVEIS SEGURADOS VALOR SEGURADO DA EMBARCAÇÃO INDENIZAÇÃO PRÊMIO PARTICIPAÇÃO DO SEGURADO FRANQUIA DEDUTÍVEL REINTEGRAÇÃO DO VALOR SEGURADO SOCIEDADES CLASSIFICADORAS PERDA TOTAL AVARIAS SINISTROS FIXANDO CONCEITOS 2 94 UNIDADE 2 SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS FINALIDADE DO SEGURO DE CASCOS MARÍTIMOS O Seguro de Cascos Marítimos objetiva garantir ao segurado e/ou beneficiário(s) indenizações pecuniárias, reparações ou reposições de bens, em conformidade com os riscos cobertos e os termos previstos nas Condições Gerais, Particulares e Especiais da apólice, previamente acordados entre as partes envolvidas (proponentes, corretores, credores hipotecários e seguradores) por meio de um instrumento denominado proposta de seguro. — Informações Básicas para a Contratação do Seguro de Cascos Marítimos Para a contratação de qualquer das coberturas do Seguro de Cascos Marí- timos, são indispensáveis as seguintes informações: ■ nome da embarcação (indicar o nome anterior caso tenha sido modificado); ■ nome/histórico do segurado (proprietário atual e anteriores, se houver); ■ ano de construção; ■ tonelagem de porte bruto – TPB; ■ âmbito da navegação; ■ tipo de navio; UNIDADE 2 95SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS ■ tipo de propulsão; ■ tipo de potência dos motores; ■ material em que a embarcação é construída; ■ atividade a que a embarcação se destina; ■ número de inscrição da embarcação na Capitania dos Portos (para embarcação de esporte e recreio); ■ sinistralidade dos últimos quatro anos; e ■ registro no Tribunal Marítimo. OBJETO DO SEGURO O Seguro de Cascos Marítimos é uma proteção pela qual a seguradora aceita assumir, mediante cobrança de prêmio, a incerteza da ocorrência do acidente marítimo e indenizar, de acordo com a garantia contratada na apólice, os prejuízos sofridos pelo segurado e/ou beneficiário por per- das ou danos decorrentes de acidente com a embarcação durante sua construção, operação, paralisação, reparo ou, até mesmo, seu desmonte. É o seguro para quaisquer tipos de embarcações ou equipamentos desti- nados a operar na água. — Classificação das Embarcações A classificação das embarcações é prevista pelo Decreto 2.596/98, que regulamenta a Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário. Quanto à Navegação ■ Mar Aberto – realizada em águas marítimas consideradas desa- brigadas, podendo ser: » de longo curso ou alto mar: realizada entre portos brasileiros e estrangeiros; » de pequena ou grande cabotagem: realizada entre portos do litoral brasileiro; » de apoio marítimo: realizada para o apoio logístico a embar- cações e/ou instalações em águas territoriais nacionais, como as plataformas de petróleo; e ■ Interior – realizada em hidrovias, como rios, lagos, canais, lagoas, baías e enseadas. UNIDADE 2 96SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS Quanto à Propulsão A motor, a vela, a remo ou mesmo sem propulsão própria. Quanto ao Serviço ou Atividade Transporte de passageiros, transporte de carga, esporte ou recreio, pesca, pesquisa científica. — Causas de Acidentes Aquaviários O seguro de Cascos Marítimos cobre, principalmente, as perdas e danos decorrentes de acidentes aquaviários. As causas de acidentes aquaviários podem ser classificadas em três gru- pos de fatores de risco: fatores de risco inerentes à natureza, fatores provocados pelo homem e fatores que independem de um ou de outro. Analisaremos, a seguir, cada um desses fatores: ■ fatores de risco inerentes à natureza: fortuna do mar: tempes- tades, naufrágios, encalhes, raios, terremotos, maremotos, cerra- ções, vendavais e correntezas; ■ fatores provocados pelo homem: algumas causas de aciden- tes aquaviários podem ser atribuídas a fatores provocados pelo homem, quais sejam: abalroação, arribada, varação, negligência, barataria, colisão, alijamento, dentre outros; e ■ fatores que independem da ação da natureza ou do homem: incêndio ou explosão. — Efeitos de Acidentes Aquaviários Os efeitos de riscos de acidentes e fatos na navegação podem ser de três tipos: ■ danos físicos – perda total real ou construtiva e avarias particulares; ■ danos financeiros – despesas de assistência e salvamento (inclu- sive recompensa), perda de frete e contribuição na avaria grossa, honorários e despesas com docagem, rancho, soldadas, combus- tíveis, taxas portuárias e análises de orçamento; e ■ responsabilidades – reparação de danos físicos a outras embar- cações, carga e objetos fixos e flutuantes, indenização por perda de vidas e danos pessoais (doenças e invalidez), poluição, obri- gação de remover o casco afundado/destroços, indenização de lucros cessantes. UNIDADE 2 97SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS ACEITAÇÃO DE RISCOS A aceitação do seguro estará sujeita à análise de risco pela seguradora, que disporá do prazo de 15 dias, contados a partir da recepção da propos- ta, para aceitá-la ou não. VISTORIAS PRÉVIAS Os laudos de vistorias prévias são instrumentos que servem de base para aceitação de riscos e precificação por subscritores das seguradoras. As inspeções prévias são realizadas nas embarcações por peritos espe- cializados (autônomos) indicados por seguradores. São válidas por 2 anos, desde que não haja interrupção do seguro. Nos relatórios de inspeções são discriminadas as condições físicas de embarcações, status de certidões e documentos expedidos por autori- dades marítimas, bem como as respectivas avaliações para definição de valores segurados. Os documentos utilizados por seguradores para analisarem e subscreve- rem riscos inerentes à construção naval são o cronograma físico/financeiro da obra e o contrato de construção celebrado pelo estaleiro construtor, contratante (armador e /ou proprietário da embarcação) e órgão financia- dor da construção. BENS SEGURÁVEIS Podem ser objeto do seguro em apólices de Seguros de Cascos Marítimos: ■ balsas; ■ cábreas; ■ chatas; ■ diques flutuantes; ■ dragas; ■ embarcações de turismo; ■ embarcações em construção; UNIDADE 2 98SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS ■ embarcações para transporte de passageiros; ■ escunas; ■ iates; ■ jet-boat; ■ jet-ski; ■ lanchas; ■ navios (petroleiros, tanques, carga geral, graneleiro, gaseiros, ore-oil, químico, porta-contêiner, roll-on roll-off); ■ rebocadores; ■ saveiros; ■ supply boats; ■ unidades de apoio a plataformas de petróleo; e ■ veleiros. — Alguns Tipos de Navios e Embarcações Navio tanque Navio porta-contêiner Navio graneleiro Navio de carga geral UNIDADE 2 99SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS Navio gaseiro Navio roll-on/roll-off Balsa Chata Cábrea Supply boat UNIDADE 2 100SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS SEGURADOS Podem ser segurados, nos Seguros de Cascos Marítimos, pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades ligadas à navegação e/ou construção naval e que possuam interesse no objeto do seguro, por exemplo: ■ afretadores de embarcações; ■ armadores e/ou proprietários de navios; ■ construtores navais; ■ empresas de navegação; ■ empresas de offshore; ■ proprietários de embarcações de esporte e/ou recreio; ■ reparadores navais; e ■ velejadores. — Beneficiários Além dos próprios segurados, podem constar da apólice como beneficiá- rios instituições que tenham financiadoa aquisição ou a construção de embarcações. VALOR SEGURADO DA EMBARCAÇÃO O valor segurado é ajustado entre o segurado e a seguradora, com base em laudo de inspeção de vistoria prévia. A contratação de seguro por importância inferior ao valor ajustado implica- rá a aplicação de rateio, mediante participação proporcional do segurado sobre os prejuízos indenizáveis. UNIDADE 2 101SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS INDENIZAÇÃO Em algumas circunstâncias, a indenização é feita por reembolso, o que significa que o segurado deve pagar as despesas e depois solicitar o reem- bolso. Na prática, a seguradora, dependendo dos valores envolvidos, libe- ra adiantamentos à medida que forem aprovados por perito vistoriador do sinistro e recomendados pelo regulador. Os sinistros são à base de ocorrência. São indenizados, portanto, pela apó- lice em vigor na data da ocorrência do acidente. PRÊMIO O prêmio é calculado em função do local de navegação e das caracte- rísticas da embarcação, da quantidade de embarcações seguradas e da experiência do segurado. O local de navegação e a área geográfica da cobertura, bem como o tipo de serviço, têm que estar de acordo com o registro da embarcação na Capitania dos Portos. Com as informações sobre o tipo de propulsão, o tipo de serviço, o tipo de material de construção e a idade da embarcação, é possível enquadrar essa embarcação na maioria das tarifas e, assim, obter a taxa referencial a ser utilizada no cálculo do prêmio. PARTICIPAÇÃO DO SEGURADO Poderá constar na apólice cláusula de participação proporcional do segu- rado sobre os prejuízos indenizáveis. UNIDADE 2 102SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS FRANQUIA DEDUTÍVEL Nos Seguros de Cascos Marítimos, a franquia é obrigatória e aplicável sobre os prejuízos indenizáveis, exceto em casos de perda total real ou construtiva. REINTEGRAÇÃO DO VALOR SEGURADO Em caso de sinistro, a reintegração da importância segurada deverá ser negociada caso a caso entre segurado e seguradora. A reintegração poderá ser automática, ou seja, sem a necessidade de soli- citação do segurado, ou mediante pagamento de prêmio adicional. SOCIEDADES CLASSIFICADORAS São entidades reconhecidas internacionalmente para classificação de embarcações e plataformas marítimas. Por meio de avaliações de projetos navais e inspeções periódicas, essas entidades emitem, mediante fundamentos e padrões técnicos, certifica- ções inerentes à segurança, navegabilidade, capacidade para transporte de passageiros e cargas, condição de máquinas/motores, equipamentos de salvatagem e extinção de incêndios. As certidões emitidas pelas sociedades classificadoras constituem instru- mentos essenciais para avaliação de riscos marítimos pelos seguradores. Conceito básico atual de Classificação de Navios: ■ determinar padrões, desenvolvendo Regras de Classificação para a construção e manutenção de navios; ■ acompanhamento e verificação de obediência às Regras de Clas- sificação; UNIDADE 2 103SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS ■ aprovação de projetos e especificações, inspeção de materiais e componentes e acompanhamento de construção de navios; ■ testes ao término da obra; ■ vistorias e inspeções periódicas ao longo da vida do navio para verificar e garantir que a obediência aos padrões requeridos seja mantida; ■ documentação comprovante de cumprimento de exigências e padrões aplicáveis (Certificados de Classe, Relatórios de Vistoria e Testes). PERDA TOTAL A perda total pode ser real ou construtiva. Ocorre a perda total real quando o: a) objeto segurado é destruído ou tão extensamente danificado que deixa de ter as características da coisa segurada; b) segurado fica irremediavelmente privado do objeto ou interesse segurado; ou c) objeto segurado é dado como desaparecido. Ocorre a perda total construtiva quando o: a) objeto segurado pode ser abandonado à seguradora em razão de ser inevitável a perda total real; ou b) custo de preservação, recuperação, reparação e/ou reconstru- ção do objeto segurado for igual ou superior a 75% do valor em risco da embarcação. AVARIAS Todos os danos extraordinários que acontecem ao navio e/ou à carga em viagem são considerados avarias. As avarias são classificadas em avaria grossa (ou avaria comum) ou ava- ria particular: UNIDADE 2 104SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS ■ avaria particular – toda despesa extraordinária ou dano causado ao navio ou à carga, que recai somente sobre o objeto que a sofre e só afeta o dono do objeto avariado, com ausência da vontade dos interessados no ato que determinou a despesa ou provocou o dano; e ■ avaria grossa – sacrifício e /ou despesas extraordinárias, intencio- nalmente e razoavelmente realizadas para a segurança comum, com intuito de preservar de um perigo os bens envolvidos na mes- ma aventura marítima. Os prejuízos decorrentes da avaria grossa devem ser rateados por todos os interessados na aventura marítima: navio, carga e frete. A avaria grossa tem dois objetivos básicos: 1. o salvamento do navio e/ou da carga; e 2. a continuação da viagem programada até o porto de destino, no próprio navio ou por outros meios, com o carregamento total ou parcial em perfeito estado ou avariado. Os prejuízos classificados como avaria grossa podem ser divididos em duas origens: sacrifícios e despesas. ■ sacrifício – é todo dano material sofrido por um bem, seja devido a um ato direto ou em consequência de ato de avaria grossa, pro- vocada intencionalmente, visando ao salvamento do restante dos interesses envolvidos na aventura marítima comum. Exemplo: alijamento (lançamento de parte da carga ao mar, para aliviar o peso do navio, permitindo, assim, que a viagem prossiga); ■ despesa – entende-se por despesa, os gastos extraordinários rea- lizados para salvar o navio, a carga, o frete ou todo o conjunto que compõe aquela aventura marítima. Exemplo: contratação extraordinária de um rebocador para salvar a expedição em caso de perigo iminente de colisão, encalhe ou outro dano, em virtude de perda dos propulsores do navio. O levantamento de danos e despesas de uma avaria grossa é feito por pro- fissional especializado em avarias marítimas, chamado árbitro regulador. Cabe a ele calcular as partes devidas a cada um dos interessados. O sacrifício ou a despesa que resulta em avaria grossa deve ser feito para a segurança comum, contra risco imediato e grave, presente, atual e certo, que afete a expedição marítima e não apenas o navio. O sacrifício imposto deve ser deliberado, ou seja, provocado por decisão expressa do capitão e dos principais tripulantes. É necessário, também, que o sacrifício apresente resultado útil, ou seja, pelo sacrifício imposto devem ser salvos, no todo ou em parte, navio e mercadoria. UNIDADE 2 105SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS Avaria grossa. Perigo iminente: navio encalha e corre risco de naufragar. Começa o vazamento de combustível. O armador declara avaria grossa, em função dos custos despendidos na tentativa de salvar o navio e a carga (contratação de rebocadores). Avaria grossa. Manobras não surtem efeito desejado. A carga se perde. Avaria particular UNIDADE 2 106SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS SINISTROS Por ocasião do acidente, o segurado deve ser orientado a agir, diligenciar e providenciar o que for necessário para defesa, salvaguarda e recupera- ção do objeto segurado ou qualquer parte deste, bem como para prevenir perdas e danos e minimizar as suas consequências, se possível, com a concordância da seguradora, sendo que todas as despesas adequadas e razoáveis em que o segurado incorrer serão reembolsadas. O aviso de sinistro deve ser prontamente preenchido e encaminhado à seguradora, antes da realização da vistoria, para que a seguradora, se o desejar, designe seu próprio vistoriador. A falta denotícias da embarcação por um período extraordinário de tempo também deve ser avisada. O pedido de indenização deve ser instruído, em especial, se o segurado optar por abandono, hipótese em que a caracterização de perda total cons- trutiva deve ser fundamentada. O segurado tem direito de fazer o abandono da embarcação e/ou de outro interesse segurado e pleitear o pagamento da importância segurada quan- do ocorrer perda total. Pode também optar por reparo e pleitear o paga- mento de indenização sob a cobertura de avaria particular (se contratada naturalmente). Se não houver dúvidas, o laudo de vistoria e de regulação é suficiente para regular ou liquidar o sinistro. Se houver dúvidas, aguarda-se o pronuncia- mento do Tribunal Marítimo. O laudo deve informar a causa, extensão e natureza dos danos, bem como a responsabilidade por esses danos. O conflito de interesses é resolvido por meio da legislação: Constituição Federal, Código Comercial Brasileiro, Código Civil, Código de Processo Civil, convenções, regulamentos (em especial o de Tráfego Marítimo) e regras (em especial as de York e Antuérpia). UNIDADE 2 107SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS FIXANDO CONCEITOS 2 Marque a alternativa correta 1. Uma perda total construtiva é caracterizada quando: (a) O sinistro teve como causa a avaria grossa. (b) O objeto segurado é tão danificado que deixa de ter as suas carac- terísticas. (c) O custo de recuperação ou de reparo for igual ou superior a 100% do valor do objeto do seguro. (d) O custo de recuperação ou de reparo for igual ou superior a 75% do valor do objeto do seguro. (e) O objeto segurado desaparece após período razoável de buscas. 2. Sobre a reintegração da importância segurada nos Seguros de Casco Marítimos, é correto afirmar que: (a) É gratuita e ilimitada. (b) É gratuita porém limitada a duas reintegrações. (c) É ilimitada com pagamento de prêmio adicional. (d) É automática e gratuita. (e) É negociada, podendo ser automática ou com pagamento de prêmio adicional. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta 3. Em relação ao objeto do Seguro de Cascos Marítimos, podemos afir- mar que: I) O objeto só pode ser segurado durante sua construção e operação. II) O objeto só pode ser segurado durante sua operação, paralisação e reparos. III) O objeto pode ser segurado durante sua construção, operação, paralisação, seus reparos e até mesmo seu desmonte. Assinale a opção correta: (a) Somente a afirmativa I está correta. (b) Somente a afirmativa II está correta. (c) Somente a afirmativa III está correta. (d) Somente as afirmativas I e III estão corretas. (e) As afirmativas I, II e III estão corretas. FIXANDO CONCEITOS 108SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS Marque a alternativa correta 4. As perdas ou avarias sofridas pela embarcação que não se caracterizam como avaria grossa são denominadas: (a) Desembolso. (b) Avarias particulares. (c) Despesas excedentes. (d) Perda total real. (e) Despesas extraordinárias. 5. O acidente decorrente de choque entre duas embarcações é denominado: (a) Colisão. (d) Abalroação. (b) Varação. (e) Alijamento. (c) Encalhe. 6. Podemos definir a avaria particular como sendo: (a) O choque entre embarcações. (b) Um dano causado ao navio ou à carga voluntariamente feito em benefício comum. (c) Despesa extraordinária ou dano ao navio ou carga, ocorrido com ausência de vontade dos interessados. (d) A perda de frete. (e) O prêmio de salvamento devido ao salvador. 109 UNIDADE 3 SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS 03 ■ Conhecer as principais cláusulas das Condições Gerais do Seguro de Cascos Marítimos, bem como os principais riscos cobertos e excluídos da Apólice Brasileira de Seguro de Cascos Marítimos. ■ Compreender o funcionamento e a aplicabilidade das Coberturas Básicas do Seguro de Cascos Marítimos. ■ Identificar a melhor cobertura a ser oferecida ao segurado de acordo com o risco. TÓPICOS DESTA UNIDADE CONDIÇÕES GERAIS e COBERTURAS BÁSICAS do SEGURO de CASCOS MARÍTIMOS RISCOS COBERTOS RISCOS EXCLUÍDOS PRAZO DO SEGURO PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES DO SEGURADO MUDANÇA DE PROPRIEDADE COBERTURAS BÁSICAS DO SEGURO DE CASCOS MARÍTIMOS FIXANDO CONCEITOS 3 Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: 110 UNIDADE 3 SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS N as atividades marítimas, existem riscos que podem causar prejuízos materiais ou financeiros aos segurados e/ou bene- ficiários. O conjunto de coberturas previstas nos Seguros de Cascos Marítimos objetiva a preservação de interesses de segurados e/ou bene- ficiários em riscos inerentes às atividades marítimas de diversos tipos de embarcações, incluindo viagens, operações portuárias, pesca, docagens, reparos, práticas náuticas e construção naval. RISCOS COBERTOS As Condições Gerais da Apólice Brasileira de Seguro de Cascos Marítimos preveem cobertura para os seguintes riscos: ■ abalroação – choque entre duas ou mais embarcações; ■ fortuna do mar – todos os eventos oriundos de casos fortuitos ou força maior acontecidos no mar (tempestades, naufrágios, enca- lhes, raios, terremotos, maremotos). ■ alijamento – lançamento ao mar de parte da carga ou de qualquer item a bordo de um navio ou o corte de mastros, velas ou outros equipamentos com o objetivo de torná-lo mais leve em caso de necessidade ou emergência; ■ barataria – todo e qualquer ato por natureza criminosa praticado pelo capitão no exercício da função, ou pela tripulação, que pro- voque dano grave ao navio ou à carga, em oposição à presumida vontade do dono do navio. É a rebeldia; UNIDADE 3 111SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS ■ varação – encalhe provocado deliberadamente para conserto ou abrigo de embarcação; ■ naufrágio – afundamento de embarcação; ■ explosões; pane de motores e geradores e estouro de caldeiras; ■ quebras de eixos; ■ acidentes durante movimentação de carga, abastecimento de embarcação, entrada e saída de diques, carreiras ou rampas; ■ negligência do capitão, oficiais, tripulantes ou práticos; ■ negligência de afretadores e/ou reparadores; e ■ contato com aeronaves. — Exemplos de Acidentes Envolvendo os Riscos Cobertos pelas Condições Gerais Abalroação Fortuna do mar UNIDADE 3 112SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS Varação (encalhe deliberado) Naufrágio Explosões, pane de motores e geradores e estouro de caldeiras UNIDADE 3 113SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS RISCOS EXCLUÍDOS Estão excluídos da cobertura dos Seguros de Cascos Marítimos, os prejuí- zos causados ou atribuíveis a situações, fatos ou riscos definidos a seguir: ■ falta de condições de navegabilidade – diz respeito à conserva- ção e ao funcionamento da embarcação. Dependendo da situação e do estado, a embarcação poderá ser considerada sem condi- ções de navegabilidade; ■ vício próprio – dano causado em função de características intrín- secas do objeto segurado, sem que tenha havido causa externa; ■ uso, desgaste e deterioração – causados normalmente por atri- to que acontece aos poucos durante os anos de operação do objeto segurado. Danos evidenciados ao longo da vida útil de determinada embarcação; ■ fato de segurado – procedimento incorreto (por ação ou omissão) de segurado, que tenha causado prejuízo. Exemplo: permitir tripu- lação não habilitada; ■ operações ilícitas – Exemplos: contrabando, tráfico ou comércio ilícito; ■ desvio de rota – ocorre quando a embarcação segue rota diferen- te da pretendida, do porto de origem ao de destino, àquela previs- ta em um contrato de seguro; ■ roedura por vermes – danos causados à embarcação ou a seus pertences por roeduras ou perfurações feitas por vermes, insetos ou outros bichos; ■ lucros cessantes; poluição; roubo e furto; e Acidentes durante movimentação de carga UNIDADE 3 114SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOSMARÍTIMOS ■ riscos de guerra, greve e correlatos – captura, sequestro, arres- to, retenção, detenção, hostilidades e operações bélicas, contato com minas, torpedos ou engenhos de guerra semelhantes, deto- nação de explosivos ou uso de qualquer arma de guerra em atos maliciosos ou políticos. PRAZO DO SEGURO Os Seguros de Cascos Marítimos são contratados, geralmente, pelo prazo máximo de 12 meses. Nos Seguros para Construtores Navais, a vigência é o período de constru- ção previsto no contrato da obra, celebrado entre o estaleiro e o adquiren- te da embarcação. — Início e Término de Cobertura Os Seguros de Cascos Marítimos podem ser contratados nas seguintes situações: ■ durante a construção, reparo ou desmonte em quaisquer diques, estaleiros ou rampas; ■ durante as paralisações em quaisquer portos ou ancoradouros; e ■ durante as operações em quaisquer mares e oceanos, rios, lagoas, canais ou outra via navegável. Nos seguros contratados por viagem, a cobertura entra em vigor quando no porto ou lugar de origem, a embarcação desamarra ou suspende ferro e expira às 24 horas locais do dia seguinte àquele em que, em boas condi- ções de segurança, a embarcação amarra ou fundeia. No caso de embarcação com carga, a cobertura entra em vigor quando tem início seu carregamento e expira às 24 horas locais do dia seguinte àquele em que termina sua descarga no porto de destino final da viagem. Nos seguros com prazo determinado, a cobertura tem início às 24 horas dos dias indicados na apólice. UNIDADE 3 115SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES DO SEGURADO ■ deve estar ciente das medidas conservatórias e preventivas que consistem na obrigação de agir como se não tivesse seguro e, sempre que possível, agir em concordância com a seguradora, o que não implica prévio reconhecimento de cobertura para risco; ■ deve saber que a tripulação tem que ser habilitada de acordo com a lei e com as exigências de autoridades portuárias. Segurado, arma- dor ou administrador devem diligenciar no sentido de evitar infra- ções de leis e regulamentos, especialmente em relação à navega- ção e ao serviço para o qual a embarcação está autorizada; e ■ deve saber que é responsável pela manutenção de condições de conservação e funcionamento da embarcação, verificadas por meio de vistorias da Capitania dos Portos, das sociedades clas- sificadoras e de peritos indicados pela seguradora. A negligência caracterizada ou a omissão culposa do segurado, no cumprimento dessa obrigação, é considerada fato de segurado (risco excluído). MUDANÇA DE PROPRIEDADE O principal fator de risco é a experiência do operador. Por essa razão, caso haja mudança (voluntária ou não) de propriedade, posse, controle ou bandeira da embarcação, a não ser que a seguradora concorde por escrito com que assim ocorra, a apólice estará automaticamente cance- lada. A concordância ou não da seguradora vai depender de análise das experiências do atual e do novo operador, bem como da mudança ou não de tripulação. UNIDADE 3 116SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS COBERTURAS BÁSICAS DO SEGURO DE CASCOS MARÍTIMOS Uma apólice de seguro precisa conter pelo menos uma cobertura. Sem essa cobertura considerada básica, a apólice não pode ser emitida. Con- forme veremos a seguir, uma apólice de Seguro de Cascos Marítimos pos- sui três coberturas básicas. — Cobertura Básica nº 1 É a cobertura mínima do Seguro de Cascos Marítimos que abrange: ■ Perda Total (PT) (real ou construtiva); ■ Assistência e Salvamento (AS); e ■ Avaria Grossa (AG). Vimos, na Unidade 2, as definições de perda total e de avaria grossa. Cobertura de Assistência e Salvamento Toda embarcação é obrigada a prestar esse auxilio, desde que tal atitu- de não acarrete sério risco para a embarcação assistente ou para sua tripulação. O princípio doutrinário básico relativo ao salvamento de embarcação em perigo e suas cargas é aquele que estabelece que qualquer um que par- ticipe de salvamento de uma embarcação e/ou sua carga perfaz direito a recompensa (remuneração), e aqueles que têm a propriedade assim salva devem contribuir para o pagamento de recompensa proporcional- mente ao valor da propriedade. Quanto à remuneração nos casos de salvamento, cabe destacar os seguin- tes princípios: ■ nenhuma remuneração é devida se o socorro não produzir resul- tado útil; ■ em nenhum caso, a soma paga pode ultrapassar o valor das coisas salvas; e ■ a remuneração é devida mesmo quando o salvamento tiver lugar entre navios pertencentes ao mesmo proprietário. UNIDADE 3 117SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS — Cobertura Básica nº 2 Abrange os riscos previstos na Cobertura Básica nº 1 – Perda Total (PT), Assistência e Salvamento (AS), Avaria Grossa (AG) e a cobertura de Res- ponsabilidade Civil por Abalroação (RCA). Cobertura de Responsabilidade Civil por Abalroação Nessa cobertura, acrescenta-se, além das previstas na Cobertura Bási- ca nº 1, a responsabilidade civil por abalroação, que diz respeito ao reembolso de ¾ da indenização que, em consequência da abalroação entre a embarcação segurada e outra ou outras embarcações, o segu- rado venha a ser obrigado a pagar por força de lei e de regulamentos, e efetivamente pague a terceiros, por perdas ou danos materiais, lucros cessantes e/ou outros prejuízos e despesas, por arbitramento ou deci- são de autoridade competente. A cobertura pretendida sob essa cláusula, entretanto, em nenhuma hipó- tese, abrangerá a prestação de qualquer fiança ou garantia, nem qualquer garantia que o segurado pague ou seja obrigado a despender ou pagar, em consequência de, ou com respeito a: ■ remoção de obstáculos à navegação, destroços, cargas ou qual- quer outra coisa por imposição de lei ou de regulamento; ■ perda ou dano real ou potencial causados a qualquer objeto, bem ou propriedade que não seja outra embarcação ou bem a bordo dela; ■ poluição ou contaminação de qualquer objeto, bem, propriedade, área ou local, seja qual for, excetuadas, unicamente, a poluição ou contaminação de outra embarcação (e de bens a bordo desta) com a qual a embarcação segurada tenha abalroado; ■ carga ou outro bem a bordo de embarcação segurada; e ■ perda de vidas ou danos a pessoas a bordo de embarcação segu- rada ou em qualquer outra embarcação ou local. — Cobertura Básica nº 3 É a mais ampla das coberturas básicas, que abrange os riscos previstos nas Coberturas Básicas nºs 1 e 2, acrescentando-se a avaria particular. UNIDADE 3 118SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS Avaria Particular A cobertura de avaria particular diz respeito a perdas e danos ou avarias sofridas pela embarcação que não se caracterizem como avaria grossa ou perda total construtiva. Na avaria particular, são admitidos os custos e despesas decorrentes de reparos e de substituições, os honorários e despesas de regulação de avaria e outros custos e despesas admitidos pelo regulador e pela seguradora. Assistência e salvamento FIXANDO CONCEITOS 119SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS FIXANDO CONCEITOS 3 Correlacione as colunas abaixo e depois marque a alternativa correta: 1. As Condições Gerais do Seguro de Cascos Marítimos estabelecem alguns dos riscos cobertos e excluídos. Associe cada risco com a sua res- pectiva classificação como risco coberto ou como risco excluído: 1) Riscos cobertos 2) Riscos excluídos ( ) vício próprio ( ) fato do segurado ( ) desvio de rota ( ) incêndio ( ) riscos inerentes à fortuna do mar Assinale a alternativa correta: (a) 2, 2, 2, 1, 1 (d) 1, 1, 2, 2, 1 (b) 1, 1, 2, 1, 2 (e) 2, 1, 2, 1, 2 (c) 2, 2, 1, 2, 1 Marque a alternativa correta: 2. Sobre as coberturas básicas dos Seguros de Cascos Marítimos, pode- mos afirmar que: (a) Existem três coberturas básicas disponíveis: a de nº 1, a de nº 2 e a de nº 3. (b) A cobertura básica quepossui as garantias mais abrangentes é a de nº 1. (c) A Cobertura Básica nº 3 abrange somente perda total, assistência e salvamento e avaria grossa. FIXANDO CONCEITOS 120SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS (d) A cobertura básica nº 2 cobre avaria particular. (e) A Cobertura de Assistência e Salvamento somente se aplica aos sinistros resultantes de naufrágio da embarcação. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta: 3. Sobre os riscos excluídos nos Seguros de Cascos Marítimos, é correto afirmar que: I) Fatos do segurado poderão ser cobertos mediante contratação de cober- tura adicional. II) A poluição causada pela própria embarcação estará coberta quando acontecer em área de preservação ambiental. III) O vício próprio diz respeito ao dano causado em função das caracterís- ticas intrínsecas do objeto segurado, sem que tenha havido causa externa. Agora assinale a alternativa correta: (a) Somente I é proposição verdadeira. (b) Somente II é proposição verdadeira. (c) Somente III é proposição verdadeira. (d) Somente I e II são proposições verdadeiras. (e) Somente II e III são proposições verdadeiras. Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque a alternativa correta: 4. Sobre as Condições Gerais do Seguro de Cascos Marítimos, podemos afirmar que: ( ) O Seguro de Cascos Marítimos é contratado pelo prazo máximo de um ano; porém nos Seguros para Construtores Navais a vigência é o período de construção previsto em contrato da obra. ( ) Entre os principais riscos cobertos pela Apólice Brasileira de Seguro de Cascos Marítimos, podemos citar a roedura por vermes. ( ) O lançamento ao mar de mercadorias ou partes de embarcação é denominado alijamento. ( ) Uma das obrigações do segurado é manter a bordo da embarcação tripulação habilitada em conformidade com a legislação marítima. Agora assinale a alternativa correta: (a) V, F, V, F (d) V, F, V, V (b) F, F, V, V (e) F, V, V, F (c) F, V, F, V 121 UNIDADE 4 SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS 04 ■ Compreender o funcionamento e a aplicabilidade das principais coberturas complementares, especiais e adicionais do Seguro de Cascos Marítimos. COBERTURAS COMPLEMENTARES COBERTURAS ESPECIAIS COBERTURAS ADICIONAIS TÓPICOS DESTA UNIDADE COBERTURAS COMPLEMENTARES ESPECIAIS e ADICIONAIS Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: 122 UNIDADE 4 SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS COBERTURAS COMPLEMENTARES Mediante pagamento de prêmio adicional, uma cobertura básica pode ser complementada por outras garantias. No Seguro de Cascos Marítimos, as chamadas coberturas complementares não podem existir por conta pró- pria, sem que haja contratação e manutenção de uma das coberturas bási- cas (1, 2 e 3). As coberturas complementares são numeradas de 4 a 6. — Cobertura Complementar nº 4 – Desembolso Mediante pagamento de prêmio adicional correspondente, a segura- dora garantirá ao segurado indenização complementar para atender às despesas extraordinárias de armação, conservação, adaptação e outras, exclusivamente em caso de perda total (real ou construtiva) da embarcação. O limite máximo de garantia contratado para a cobertura não poderá exceder a 10% do limite máximo de garantia contratado para a cober- tura básica. — Cobertura Complementar nº 5 – Responsabilidades Excedentes Indenização complementar (de até 15% do valor ajustado da embarcação), em caso de assistência e salvamento, avaria grossa, medidas conservató- rias e preventivas, e responsabilidade civil por abalroação para diminuir o Atenção Nenhuma indenização será devida sob essa cobertura quando o segurado optar pelo reparo da embarcação e recebimento da indenização sob a cobertura de Avaria Particular da Cobertura Básica 3. UNIDADE 4 123SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS rateio em virtude da diferença entre o valor ajustado e a avaliação promo- vida por terceiros. É acionada quando a cobertura concedida pela cobertura básica contrata- da não proporcionar reembolso integral nos casos acima citados. O limite máximo de garantia contratado para essa cobertura não poderá exceder a 15% do limite máximo de garantia contratado para a cobertura básica. — Cobertura Complementar nº 6 – Valor Aumentado (VA) Indenização complementar (de até 25% do valor ajustado da embarcação) para os casos previstos nas Coberturas Complementares nºs 4 e 5. O limite máximo de garantia contratado para essa cobertura não pode- rá exceder a 25% do limite máximo de garantia contratado para a cobertura básica. COBERTURAS ESPECIAIS É possível acrescentar outras coberturas nas Condições Gerais do Seguro de Cascos Marítimos. Essas coberturas são especiais porque atendem às peculiaridades dos bens segurados bem como apresentam taxas e graus de agravação caso a caso. No Seguro de Cascos Marítimos, as coberturas 7, 8 e 9 são especiais. — Cobertura Especial nº 7 – Seguro de Construtores Navais (Builder’s Risks) Objeto Segurado Essa cobertura tem como objeto segurado, o casco, maquinaria e todos os materiais, aparelhos, motores, equipamentos incorporados ou destinados ao navio ou embarcação em construção pelo segurado. Prazo do Seguro O prazo do Seguro de Construtores Navais é de acordo com as datas defi- nidas no contrato de construção. UNIDADE 4 124SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS Valor Segurado O valor segurado para fins dessa cobertura é fundamentado no preço de construção estipulado no respectivo contrato. Segurados Essa cobertura destina-se aos estaleiros de construção naval. Riscos Cobertos Estão cobertos os riscos relacionados a seguir: ■ perda ou dano à embarcação em construção. ■ despesas decorrentes de insucesso no lançamento de embarca- ção n’água. ■ perda ou dano à embarcação em construção causados por traba- lhadores grevistas ou por pessoas que participem de tumultos ou comoções civis. ■ reembolso de indenizações que o segurado venha a ser obrigado a pagar por: » perda ou dano à embarcação de terceiro causado por objeto do seguro em construção; » perda ou dano às instalações e a objetos de terceiros causa- dos por embarcação em construção; » operações de reflutuamento de embarcação em construção; » remoção ou eliminação de destroços de embarcação em construção; » morte, dano pessoal, doença ou salvamento de vida humana. Locais Abrangidos pelo Seguro Estão abrangidos pelo seguro os locais relacionados a seguir: ■ área ocupada por estaleiro para construção de objeto segurado; ■ outros locais utilizados como depósitos para materiais destinados à construção de objeto segurado; e ■ trânsito entre o armazém portuário de descarga ou depósito do fornecedor de materiais para construção e o local de construção. Riscos Excluídos Além dos riscos previstos nas Condições Gerais e Particulares, estão excluídos da cobertura de construtores navais, sinistros decorrentes de terremoto e erupção vulcânica, ou maremoto, daí resultante. UNIDADE 4 125SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS — Cobertura Especial nº 8 – Responsabilidade Civil Complementar (P&I) Objeto do Seguro Garante o reembolso de indenizações ou despesas que o segurado, por força de sentença passada em julgado ou por acordo, tenha sido obriga- do a pagar a terceiros em consequência direta de acidentes nos quais a embarcação segurada estivesse envolvida, desde que esta opere exclusi- vamente em águas do litoral brasileiro. Riscos Cobertos Essa cobertura especial cobre a responsabilidade civil do segurado decorrente de: ■ perda de vida e danos pessoais – incluindo tripulantes e estiva- dores, no que exceder a indenização prevista na legislação traba- lhista; excluindo passageiros, desde que tenham pago para viajar, seja ou não embarcação licenciada para transportes coletivos. ■ danos a objetos fixos e flutuantes – exceto quando de proprie- dade ou posse do segurado,desde que tais danos não sejam decorrentes de abalroação. ■ poluição – limitada a responsabilidade da sociedade seguradora a 20% do valor segurado por acidente. ■ remoção de destroços – mediante pagamento de prêmio adicional. Navios em construção UNIDADE 4 126SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS — Cobertura Especial nº 9 – Guerra e Greves Riscos Cobertos Essa cobertura cobre perdas ou danos à embarcação causados por: ■ guerra, guerra civil, revolução, rebelião, insurreição ou agitação civil originada destes, ou qualquer ação hostil por ou contra uma potência beligerante; ■ captura, apreensão, aprisionamento, restrição ou detenção, as consequências destes, ou qualquer ameaça de realizá-los; ■ torpedos, minas e bombas abandonadas, ou outros dispositivos bélicos descartados; ■ grevistas, trabalhadores impedidos de trabalhar ou pessoas toman- do parte em distúrbios trabalhistas, tumultos ou comoções civis; ■ qualquer terrorista ou pessoas atuando dolosamente ou com moti- vo político; e ■ confisco ou expropriação. Cancelamento de Cobertura A cobertura de Guerra e Greves será cancelada se houver eclosão de guerra (tendo havido ou não declaração de guerra) entre qualquer dos seguintes países: ■ Conselho de Segurança da ONU e países permanentes com poder de veto (Reino Unido, Estados Unidos da América, França, Federa- ção Russa, e República Popular da China) Áreas Excluídas de Cobertura Especial de Guerra e Greves A Cobertura Especial de Guerra e Greves não é concedida no caso de riscos que envolvam as seguintes áreas e/ou países: ■ Nigéria; ■ Somália; ■ Costa do Marfim; ■ Iraque; ■ Bahrein; ■ Qatar; ■ Arábia Saudita; Atenção A concessão de cobertura de guerra e greves está condicionada ao aviso prévio aos seguradores/ resseguradores e ao eventual pagamento de prêmio adicional. UNIDADE 4 127SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS ■ Israel; ■ Líbano; ■ Paquistão; ■ República do Iêmen; e ■ Sri Lanka. COBERTURAS ADICIONAIS Estão listadas, a seguir, as coberturas que podem ser adicionais para ampliar as garantias de coberturas básicas do Seguro de Cascos Maríti- mos. É importante destacar que cada uma delas requer cobrança de prê- mio adicional: ■ retirada e colocação de embarcação na água; ■ participação em regatas à vela; ■ participação em competições de pesca; ■ extensão de âmbito de cobertura; ■ redes e/ou equipamentos de pesca (perda total); e ■ perda de frete. FIXANDO CONCEITOS 128SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS FIXANDO CONCEITOS 4 Marque a alternativa correta: 1. A cobertura especial dos Seguros de Cascos Marítimos que garante ao segurado o reembolso de indenização que o segurado venha a ser obriga- do a pagar, em consequência de qualquer acidente aquaviário que envolva perda de vida, é a: (a) Cobertura Básica nº 3. (b) Cobertura de Responsabilidades Excedentes. (c) Cobertura de Responsabilidade Civil Complementar (P&I). (d) Cobertura Especial de Guerra e Greves. (d) Cobertura de Desembolso. Marque a alternativa correta: 2. Quanto às coberturas complementares de especiais disponíveis nos Seguros Cascos Marítimos, podemos afirmar que: (a) A Cobertura Complementar de Valor Aumentado garante indeniza- ção complementar de até 20% do valor ajustado da embarcação. (b) A Cobertura de Responsabilidades Excedentes é acionada quando a cobertura concedida pela cobertura básica contratada não pro- porcionar reembolso integral no caso de assistência e salvamento, avaria grossa, medidas conservatórias e preventivas e responsabili- dade civil por abalroação. (c) A Cobertura Especial de Guerra e Greves pode ser contratada sem o pagamento de prêmio adicional. (d) A Cobertura de Desembolso, em caso de perda total, é utilizada para atender às despesas relativas a medidas conservatórias e preventi- vas. (e) O Seguro de Construtor Naval cobre somente os danos físicos à embarcação que esteja navegando em território internacional. FIXANDO CONCEITOS 129SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta: 3. Quanto às coberturas complementares do Seguro de Cascos Marítimos, é correto afirmar que: I) A Cobertura de Desembolso garante indenização de 20%. II) A Cobertura de Responsabilidades Excedentes garante indenização complementar de até 15% do valor ajustado da embarcação. III) A Cobertura de Valor Aumentado garante indenização complemen- tar correspondente ao dobro do valor ajustado da embarcação. IV) A Cobertura Complementar nº 4 é aplicável somente às embarca- ções de longo curso com seguro de P & I em vigor. Agora assinale a alternativa correta: (a) Somente I é proposição verdadeira. (b) Somente II é proposição verdadeira. (c) Somente I e III são proposições verdadeiras. (d) Somente II e IV são proposições verdadeiras. (e) Somente I, III e IV são proposições verdadeiras. Marque a alternativa correta: 4. Entre as coberturas complementares existentes nos Seguros de Cascos Marítimos, aquela que garante ao segurado indenização complementar em caso de assistência e salvamento, avaria grossa, medidas conservatórias e preventivas e responsabilidade civil por abalroação é denominada: (a) Cobertura Complementar nº 4 – Desembolsos. (b) Cobertura Complementar nº 5 – Responsabilidades Excedentes. (c) Cobertura Complementar nº 6 – Valor Aumentado. (d) Cobertura Especial nº 8 – Responsabilidade Civil Complementar (P&I). (e) Não existe cobertura complementar para tais despesas, pois elas estão previstas nas Condições Gerais dos Seguros de Cascos Marítimos. ESTUDOS DE CASOS 130SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS ESTUDOS DE CASO Caso 1 O Construtor Naval Você é o corretor de seguros de um estaleiro que constrói navios, mas que, no entanto, o único seguro que a empresa não contrata é o de Cascos Marítimos para construtores navais, pois alega que não há risco na cons- trução de navios, visto que adotam todas as medidas de segurança, que possuem os melhores profissionais nessa atividade, e que não possuem histórico de acidentes. Consciente dos riscos envolvidos em construção de navios, quais os argu- mentos você utilizaria para convencer o segurado de que ele corre riscos e que deveria contratar o seguro para construtores navais? Caso 2 Avaria Grossa A empresa de navegação Mar & Maré, sua segurada, possui um navio car- gueiro que transporta mercadorias entre a Europa e o Brasil. Durante uma viagem, o navio encalha perto da costa brasileira e ameaça naufragar. O comandante imediatamente reúne os oficiais de bordo para decidirem o que fazer, e a primeira decisão foi a de alijar parte da carga na tentativa de aliviar o peso do navio para que, assim, ele pudesse flutuar para saírem do encalhe. Essa opção, entretanto, não deu certo. O comandante, então, a seguir, tenta manobras com o navio, aciona os moto- res em força máxima na tentativa de que a embarcação se movesse, porém, mais uma vez, não foi bem-sucedido. A essa altura, avisos de SOS já haviam sido enviados e rebocadores começam a chegar ao local para tentar realizar o salvamento. Com muito esforço, algumas cargas são salvas e transbor- dadas para outro navio que atendeu ao pedido de socorro, no entanto era tarde demais, o navio adernou com o restante da carga e naufragou. Os oficiais de bordo declaram avaria grossa e informam a você para que comunique à seguradora o sinistro ocorrido. Depois de solicitar vários documentos, a seguradora, após vários dias, informa que o sinistro será negado, sob a alegação de que a avaria grossa não se caracterizou, uma vez que não houve resultado útil, ou seja, mesmo com as tentativas dos oficiais, tanto navio como a maior parte da carga forma perdidos. Quais argumentos você usaria para mudar a decisão da seguradora, fazendo com que esta aceite o sinistro como coberto? GABARITO 131SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOSGABARITO Fixando Conceitos UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3 UNIDADE 4 1 – E 1 – D 1 – A 1 – C 2 – D 2 – E 2 – A 2 – B 3 – C 3 – C 3 – B 4 – B 4 – D 4 – B 5 – D 6 – C Estudos de Caso Caso 1 Além de cobrir os danos físicos à embarcação que está sendo construída, a Cobertura Para Construtores Navais garante o reembolso de indeniza- ções que o segurado venha a ser obrigado a pagar por danos a terceiros entre outras situações. Além disso, praticamente em todas as construções navais existem agentes financeiros envolvidos e o investimento feito por eles deve ser preservado. Outro risco a ser considerado é o de não rece- ber o valor do contrato caso aconteça algum sinistro durante a prova de mar da embarcação. Caso 2 Não obstante o naufrágio do navio, além das manobras realizadas pelo comandante, houve despesas na contratação dos rebocadores e parte da carga foi salva. A seguradora deveria levar isso em conta. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 132SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros de cascos marítimos. Assessoria técnica de Jorge Antonio Lopes. 14. ed. 1a reimpressão. Rio de Janeiro: Funenseg, 2016. 64 p. Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros de cascos marítimos. Assessoria técnica de Jorge Antonio Lopes. 14. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2015. 64 p. Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros de cascos marítimos. Assessoria técnica de Jorge Antonio Lopes. 13. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2014. 64 p. Escola Nacion#16al de Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros de cascos marítimos. Assessoria técnica de Jonas Stipp de Andrade. 12. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2013. 64 p. MARQUES, Fernando José. Direito do seguro marítimo (doutrina e Juris- prudência) – FEMAR – Fundação de Estudos do Mar. Rio de Janeiro: Edito- ra Catau, 1998. 432 p. 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