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08/10/2021 21:58 UNINTER - ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E O GERENCIAMENTO DE CAPITAL
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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E
O GERENCIAMENTO DE CAPITAL
AULA 1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Daniel Weigert Cavagnari
08/10/2021 21:58 UNINTER - ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E O GERENCIAMENTO DE CAPITAL
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CONVERSA INICIAL
A questão principal é que a Administração Financeira, apesar de tratar de todas as áreas que
necessitam de controle financeiro, não tem relação direta com questões de finanças pessoais ou
corporativas. Ou seja, quando tratamos de relações humanas, comerciais ou produtivas, a
administração financeira não trata da dinâmica de cada uma delas, e sim, da parte quantitativa, tanto
de viabilidade e lucratividade, quanto de prejuízo.
Uma questão importante é a diferenciação das funções financeiras. Contas a pagar, fluxo de
caixa e orçamentos, são ferramentas de decisão da administração financeira, que trata de propósitos
objetivos, imediatos; ela vai além disso, pois trata, acima de qualquer coisa, do futuro. Isto,
obviamente, não faz da administração financeira mais importante do que outras áreas, mas sim uma
questão que também merece atenção especial e dedicação, tanto para funcionar corretamente,
quanto para orientar outras áreas de suas funções financeiras.
Por exemplo: quando abrimos uma empresa, as questões financeiras mais importantes são de
distribuição do capital investido, pagamento de juros e amortização do capital de terceiros
(empréstimos) e primeiros recursos financeiros. Embora se exija uma atenção especial para que esses
recursos sejam melhor aplicados, é necessária uma programação futura para garantia de
continuidade do empreendimento. É como planejarmos nosso futuro com base em objetivos e metas
a serem cumpridos e que muitas vezes exigem cuidado especial.
Lógico que muitas vezes é difícil perceber a qualidade ou necessidade dessa prática
administrativa, levando as empresas muitas vezes à visão errônea de que a administração financeira
se limita a controle de gastos e acúmulo de capital.
Assim, calculadoras e livros a tiracolo, e mãos à obra!
CONTEXTUALIZANDO
Os 10% da discórdia do Fundo de Garantia
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O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é reconhecido pelo trabalhador como
uma espécie de poupança, embora tenha uma aplicação social que vai muito além do
patrimônio individual. Criado em setembro de 1966, o FGTS surgiu como uma forma de
flexibilizar as relações entre empregadores e trabalhadores. Até então, a Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT) estabelecia que empregados com mais de 10 anos de registro em carteira
teriam estabilidade no emprego, só podendo ser demitidos em casos de falhas graves.
“A lei, no entanto, levava ao efeito contrário: as empresas acabavam demitindo os
funcionários ao completarem nove anos na empresa para evitar a estabilidade”, explica o
presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. Para equilibrar os dois lados, contemplando o
pleito das empresas sem prejudicar o trabalhador, foi criado o FGTS, que imputava às empresas
o depósito mensal de 8% sobre o salário na conta vinculada ao empregado.
A medida flexibilizou as relações de trabalho, garantindo recursos em situações como
demissão sem justa causa, que ainda exige do empregador o pagamento de 40% do total
depositado na conta do FGTS. “Ao longo do tempo, uma empresa pode crescer ou diminuir.
Nesse sentido, é fundamental que disponha do direito de contratar e demitir, adequando sua
força de trabalho ao tamanho de seu negócio”, detalha Bohn, explicitando que a solução
beneficiou ambos os lados.
Em quase cinco décadas, desde que foi adotado, o FGTS compôs recursos não só para
atender individualmente os trabalhadores, mas também gerando aporte a outras áreas,
especialmente a habitação. Em 2006, quando o fundo completou 40 anos, já haviam sido
aplicados mais de R$ 80 bilhões nas áreas de habitação, saneamento e desenvolvimento urbano,
gerando aproximadamente 11 milhões de vagas e financiando de mais de 6 milhões de
habitações até então.
Em quatro décadas, o fundo contabilizava cerca de 370 milhões de saques realizados pelos
trabalhadores, que resultaram em um montante de R$ 250 bilhões injetados na economia
brasileira.
Apesar dos números positivos, o fundo passou por um período crítico de déficit, decorrente
dos planos econômicos das décadas de 1980 e 1990. O FGTS registrava um rombo de R$ 42
bilhões em 2001. A partir de uma grande articulação entre governo e empresas, foram aprovadas
e instituídas pela Lei Complementar 110/2001, duas contribuições adicionais para sanar as
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contas, uma de 0,5% incidente sobre a remuneração mensal do trabalhador, com prazo de 60
meses (compreendendo o período de janeiro de 2002 a janeiro de 2007), e outra de 10% sobre o
saldo individual do FGTS no caso de demissão sem justa causa (sem prazo estabelecido).
Assim, a partir de 2002, os empregadores passaram a depositar mensalmente 8,5% do
salário nas contas de seus funcionários e, nos casos de demissão sem justa causa, além da multa
de 40% sobre o saldo do fundo, mais 10% incidente sobre o mesmo montante.
O equilíbrio financeiro do FGTS foi alcançado em 2012, segundo a Caixa Econômica Federal,
porém a cobrança dos 10% adicionais permanece até hoje, embora seja questionada e
combatida pela classe empresarial.
Todos nós temos uma boa noção do que significa o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço), principalmente quando começamos a trabalhar ou mudamos pela primeira vez de emprego.
O que não sabemos, ou melhor, não percebemos, pode estar bem diante dos nossos olhos,
ofuscado pela tradição do senso comum em condicioná-lo como a única garantia de futuro na perda
do emprego.
Nossa visão como analistas financeiros começa por aqui, olhando para nós mesmos e
respondendo a algumas questões, que clareiam conforme nos conformamos com a realidade.
1.1 PESQUISE
Com base no FGTS, pesquise, reflita e responda às seguintes questões:
Se seu chefe se aproximasse de você e dissesse que aumentará seu salário em 10%,
independentemente de qualquer ajuste sindical ou inflacionário previsto, desde que você
abrisse mão de seu FGTS, e em caso de demissão, em vez de receber 40% a mais sobre os
depósitos do FGTS, receberia apenas 15% sobre os valores extras dos 10% de aumento. Você
aceitaria? Justifique sua resposta.
Se sua resposta foi “sim”, o que o faria mudar de opinião?
Se sua resposta foi “não”, o que você poderia mudar em seu pensamento (ou comportamento)
para aceitar a proposta?
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Nossa jornada ao pensamento administrativo financeiro começa aqui. Após essa discussão, você
estará preparado para pensar em dinheiro não apenas como meio de compra, mas como riqueza.
Está preparado?
Ao final da atividade, apresentaremos justificativas e iniciaremos um debate acerca dos ganhos e
perdas.
TEMA 1 – CONCEITOS GERAIS
Todos sabemos que a Matemática é uma ciência precisa, lógica. Isso significa que, para a
Administração Financeira, dois mais dois sempre serão quatro, independentemente dos valores
implícitos que algo possa sugerir, como é o caso de apostar em mercados futuros, ou de coisas que
ainda não amadureceram. Obviamente, e ainda dentro da lógica, incluímos esses valores, somando-
os quando as variáveis são positivas e subtraindo quando o risco é eminente. No entanto, não
podemos esquecer do fundamental: a paridade dos valores. Se de um lado alguém está ganhando,
de outro com certeza haverá quem perca.
Figura 1 – HP-80 – Primeira calculadorafinanceira de bolso no mundo (1973)
Fonte: <http://www.hpmuseum.org/3qs/803q.jpg>.
Há muitas vertentes que nos levam a pensar financeiramente e a tomar decisões importantes
referentes ao passado, ao presente ou ao futuro, como:
Empréstimos para investimento: pagamento desses empréstimos;
Receitas de vendas: controle de fluxos;
Investimentos de capital: retorno desses investimentos.
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O mais importante é que o administrador financeiro tenha noção do valor do dinheiro no tempo.
Não é só da imaginação do quanto valeria determinado capital investido, em poupança ou qualquer
outro canal, mas de seu valor por sua liquidez.
Um exemplo: mês de dezembro, dois dias para recebimento do salário. Algum problema se o
chefe disser que o pagamento será feito apenas no dia 27/12? Pois então: a noção do valor do
dinheiro no tempo é essa, não pela sua possibilidade de aplicação ou de amortização de dívidas, mas
pela sua liquidez imediata.
Hoje, R$ 100,00 podem valer duas vezes mais do que R$ 100,00 daqui a um ano. Não nos
referimos ainda aos juros empregados. Apesar de a sensação de que R$ 100,00 hoje vale apenas R$
50,00 um ano depois ser real, não há qualquer aplicação que pague 100% de juros reais.
Vejamos outro exemplo: você recebe uma bolada de R$ 50.000,00 e aplica tudo em um fundo de
longo prazo, como o Tesouro Direto por exemplo, por aproximadamente 10 anos. O rendimento será
imenso, mas pense em outras questões por conta disso:
Você leva o dobro do tempo para visitar seus clientes por não ter carro;
Precisa fazer uma operação que seu plano não cobre de imediato;
Encontrou uma casa pela metade do preço de mercado, entre outros.
Para Keynes (1936) por exemplo, o principal motivo da necessidade de liquidez é a garantia de
recursos líquidos, para enfrentar as emergências, dificuldades e crises existentes.
Enfim, se os R$ 50.000,00 eram tudo o que você possuía, o mais certo realmente seria aplicar
tudo, porém, em carteiras diferenciadas, no tempo.
O tempo: aliado do administrador financeiro, ou então, o grande vilão da liquidez e da
segurança. Quanto mais o tempo passa, mais o dinheiro aplicado rende, e mais caro pode ser o risco
de não o possuir quando precisar.
TEMA 2 – O ADMINISTRADOR FINANCEIRO
Agora que já temos a noção de que o administrador financeiro é o ator principal da Gestão
Financeira, vejamos algumas das suas principais funções:
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Tomada de decisões que maximizem a riqueza do empreendimento;
Redução ao mínimo possível de risco do negócio;
Orientação da receita ao volume, mais do que as próprias margens de lucros;
Obtenção de lucros reais, variável essa, como vimos, ligada ao tempo.
Lucro: medida pontual dos resultados.
Riqueza: criação de valor ao longo do tempo.
Uma questão importante: quanto maior o lucro marginal, maior a riqueza? Observe este
exemplo:
Digamos que uma determinada empresa, fabricante de embalagens plásticas, decida-se por
aumentar seus lucros no menor prazo possível. Suas opções são:
Mudar de fornecedor;
Reduzir custos e despesas diversas;
Aumentar o preço do seu produto;
Planejar a ampliação da sua receita.
2.1 MUDANÇA DE FORNECEDOR
Acarreta na maioria das vezes em custos com qualificações e retrabalho, o que prolonga em
muito o investimento no curto prazo.
No entanto, é uma opção importante e deve ser contínua, tanto para o progresso da empresa,
como da qualificação do produto.
JBS fornecerá hambúrguer para rede McDonald’s
O hambúrguer nosso de cada dia do McDonald’s já não é mais o mesmo. Literalmente.
Sem alarde para não causar melindres, a rede de lanchonetes mais popular do planeta
decidiu ampliar sua cadeia de fornecedores no Brasil.
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Depois de meses de testes severos e exaustivos, a JBS foi escolhida para dividir com a
Marfrig o abastecimento de hambúrgueres para o grupo.
Uma fonte da coluna informa que esse movimento foi reflexo do plano de expansão do
McDonald’s no país. A ideia é não ficar dependente de apenas um frigorífico.
A parte da JBS será produzida na fábrica de Campo Grande, que custou R$ 55 milhões, tem
capacidade para processar 64 toneladas de carne por dia e foi criada apenas para produzir
"super-gelados".
Ou seja: almôndega, quibe e hambúrguer. O frigorífico comandado por Wesley Batista já é
fornecedor do Burger King. McDonald’s e JBS optaram por não dar muita visibilidade para essa
parceria.
Fonte: VENCESLAU, P. JBS fornecerá hambúrguer para rede McDonald’s Brasil Econômico, 4
jul. 2012. Disponível em: <https://www.scotconsultoria.com.br/noticias/agronegocio-na-midia/25
047/jbs-fornecera-hamburguer-para-rede-mcdonald%E2%80%99s.htm>. Acesso em: 12 maio
2017.
2.2 REDUÇÃO DE CUSTOS E DESPESAS
Corte de funcionários: inviável, pois onera a produtividade ao longo do tempo, tanto em
sobrecarga de trabalho, como em especialização do trabalho.
Corte de processos ou de matéria-prima: no curto prazo, um aumento nos lucros; no longo
prazo, uma redução na receita com pouca possibilidade de retorno. Apresenta risco de sacrifício
na qualidade do produto.
Redução na manutenção de máquinas e equipamentos: o mesmo que corte de processos.
Mudança em embalagens e prêmios: embalagens mais baratas, acompanhamentos do
produto, entre outros.
2.3 AUMENTO DO PREÇO
A concorrência agradece: o preço é determinação do mercado, e apenas naqueles mercados
puramente monopolistas, o empresário tem condições de determinar o preço ou fazer ajustes
conforme suas necessidades.
https://www.scotconsultoria.com.br/noticias/agronegocio-na-midia/25047/jbs-fornecera-hamburguer-para-rede-mcdonald%E2%80%99s.htm
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Mesmo assim, deve-se respeitar os limites do mercado, pois no fim, novamente o consumidor
definirá se aceita, se está disposto e se tem condições de pagar um preço maior.
2.4 AMPLIAÇÃO DA RECEITA
É a opção mais viável, pois a riqueza é a soma de todos os lucros da empresa ao longo do
tempo, e não apenas a margem de lucro (mark-up) em um determinado período.
Um lucro baixo e uma receita alta acarretam em lucros frequentes. Temos então, o aumento da
riqueza. Lembremos da fórmula da receita total (faturamento):
RT = Quantidade x Preço
Observe este exemplo: digamos que em um determinado mês tenhamos o seguinte processo
produtivo em uma fábrica de embalagens plásticas:
Quantidade produzida: 10.000 unidades
Preço de mercado: R$ 5,00 por unidade
RT = 10.000 x 5 = R$ 50.000,00
Custo total (fixos e variáveis): R$ 40.000,00
Calculando nossos lucros totais (LT) teremos:
 
LT = RT – CT è LT = 50000 – 40000 = R$ 10.000,00
 Vejamos um ajuste no lucro da empresa na “redução dos custos e despesas”: 
Redução de despesas de R$ 5.000.
Logo:
LT = 50000 – 35000 = R$ 15.000,00
Teremos então um aumento de R$ 5.000,00 nos lucros, porém, no curto prazo.
Vejamos agora o resultado dessa redução de custos no longo prazo:
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Redução na venda do produto (qualidade sacrificada pelas mudanças) de 10.000 unidades para
7.000 unidades.
RT = 7.000 un x R$ 5,00 = R$ 35.000,00
LT = R$ 35.000 – 35.000 = R$ 0,00
Temos então no curto prazo um aumento nos lucros totais de R$ 10.000,00 para R$ 15.000,00.
No longo prazo teremos uma redução de R$ 15.000, anulando o lucro do período.
Agora uma projeção para o aumento da receita. Lembrando que para tanto é necessário um
projeto de ampliação do negócio, o que envolve desde contratos com novos fornecedores até a
contratação de funcionários.No curto prazo:
RT = 10.000 x 5,00 = R$ 50.000,00
CT = R$ 48.000,00 (aumento de R$ 8.000,00 nos custos por conta dos novos investimentos)
LT = R$ 50.000,00 – R$ 48.000,00 = R$ 2.000
No longo prazo, um aumento nas vendas, resultado dos investimentos: 
RT = 17.000 un x 5,00 = R$ 85,000,00
LT = R$ 85.000,00 – R$ 48.000,00 = R$ 37.000,00
Um prazo mais longo ainda:
RT = 21.000 un x 4,50 = R$ 94.500,00
LT = R$ 94.500,00 – R$ 45.000,00 = R$ 49.500,00
O financiamento do projeto de ampliação se dispersa e permanecem apenas os custos a mais da
ampliação.
Logo, percebe-se que não há um milagre na ampliação dos lucros; o que faz com que os ativos
de uma empresa cresçam são os ativos investidos, e não os manipulados.
Sob essa ótica, os empresários estão em melhor situação quando as decisões tomadas
influenciam o melhoramento dos seus empreendimentos.
 Vale pesar ainda que o maior lucro não é o volume em unidade monetária e sim, o tempo.
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TEMA 3 – FERRAMENTAS DE CÁLCULO FINANCEIRO
Você já deve ter ouvido falar que o dinheiro tem seu valor no tempo, que tem preços diferentes
e que se multiplica. Quando é muito, é bom para os credores e problemático para devedores.
Assim, uma das principais abordagens que veremos aqui é o uso da matemática como aliada das
decisões financeiras.
Para tanto, contaremos ainda com o uso de calculadoras financeiras para otimizar nosso tempo
nos cálculos e nos trazer resultados precisos: dados precisos, decisões precisas.
Antes de utilizarmos as ferramentas necessárias, vejamos algumas fórmulas conceituadas
anteriormente.
Observe que em alguns casos a nomenclatura da fórmula pode ser diferente, dependendo da
abordagem de cada autor, o que, no entanto, não altera os resultados obtidos. O intuito aqui é que
nos familiarizemos com essas nomenclaturas e as reconheçamos em qualquer aparato, como
calculadoras e planilhas eletrônicas.
3.1 CAPITALIZAÇÃO SIMPLES E COMPOSTA
A capitalização simples é uma capitalização baseada apenas no valor original, ou seja, esse tipo
de capitalização incide apenas no capital emprestado ou devido. É conhecido também como juros
simples e capitalização linear. São ainda chamados de juros ordinários ou juros reais.
A capitalização composta (ou comercial) é mais comum em empréstimos financeiros, como
aplicações financeiras (ex.: a poupança). Diferente dos juros simples, a incidência da taxa recai sobre o
capital acumulado em vez de apenas recair sobre o capital inicial.
Tabela 1: Exemplo de capitalização simples e capitalização composta
Período
(meses)
Capitalização simples
Juros simples
(2% am)
  Capitalização composta
Juros compostos
(2% am)
01 1.000,00 x 0,02 (2%) 20,00   1.000,00 20,00
02 1.000,00 x 0,02 20,00  
1.020,00 x 0,02
(1.000 + 20,00)
20,40
03 1.000,00 x 0,02 20,00   1.040,40 x 0,02 20,81
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04 1.000,00 x 0,02 20,00   1.061,21 x 0,02 21,22
  Total 80,00 Total 1.082,43 x 0,02 82,43
3.2 SIMBOLOGIA TRADICIONAL
C = Capital (capital investido ou aplicado, ou valor principal). Conhecido também por VA (valor
atual), VP (valor presente), ou, PV (Present Value). O capital é base de cálculos que serão
compostos e pode ser percebido em valores originais, ou valores nominais. Pode ainda ser
entendido como “valor de face” quando impresso em um título de crédito (boleto, cheque,
título, entre outros).
M = Montante: valor que se resgata a partir do capital investido (capital + juros). Também
conhecido por VF (valor futuro) ou FV (future value).
i = Taxa de juros (sempre em %).
J = Valor dos juros ou juros calculados (valor obtido pela taxa e período sobre o capital)
n = Total de períodos correntes dos juros (meses, anos, dias, semanas etc.).
3.3 PERÍODOS (N) FINANCEIROS OU COMERCIAL
Na matemática financeira os períodos são compreendidos em valores fixos e comuns, embora
nem sempre compreendam a realidade do calendário; são mais precisos do que isso.
Quando trabalhamos com período ordinário (ou comercial), compreendemos que, se um mês
tem 30 dias e um ano 12 meses, logo, um ano comercial tem 360 dias.
Quando aplicamos os períodos comerciais à taxa de juros referida, chamamos os juros
calculados de juros ordinários.
Quando a taxa aplicada atenta para nosso calendário (365/366 dias = 1 ano), chamamos de juros
exatos.
Tabela 2: Períodos ordinário e exato
PERÍODOS ORDINÁRIO EXATO (*)
SEMANA 7 7
MÊS 30 365 / 12
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BIMESTRE 60 365 / 6
TRIMESTRE 90 365 / 4
SEMESTRE 180 365 / 2
ANO 360 365
(*) Nota: essa lógica só é aplicada quando não é conhecido o período real.
Ex: 01/07/2016 a 20/09/2016 = 82 dias.
Note que nos justos exatos usamos a forma de fração para não desperdiçar a precisão máxima
do cálculo, ou seja, ao utilizarmos a fração no cálculo, a calculadora utilizará toda sua precisão. Para a
matemática financeira, isso é fundamental.
Arredondamento comercial ou financeiro
Se o primeiro dígito a ser abandonado estiver entre 0 e 4, simplesmente ignoramos.
Se o primeiro dígito a ser abandonado estiver entre 5 e 9, somamos 1 ao último dígito que
permanecer.
Ex.:
Se o valor for de R$ 3.189,9928: para duas casas decimais (abandonamos o 2 e o 8 finais),
sendo o primeiro dígito a ser abandonado igual a 2 (entre 0 e 4) o valor ficará: R$ 3.189,99.
Porém, se o valor for R$ 3.189,995: o primeiro dígito a ser abandonado é o 5 (entre 5 e 9),
somamos um ao último que ficou. Assim: R$ 3.190,00.
Obs.: As calculadoras fazem isso automaticamente.
Quadro 1 – Fórmulas para cálculo de juros simples
M = C * (1 + i * n) J = C * i * n J = M – C
C = C = ––
n = – 1 n = n = 
i = – 1 i = i = 
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Nota: i (taxa de juros); n (número de períodos); C (capital ou valor presente);
M (montante ou valor futuro); J (valor dos juros);
Para capitalização simples, qualquer calculadora, com o uso das fórmulas, possibilita os cálculos
necessários.
Para a capitalização composta também podemos utilizar as fórmulas específicas. Observe:
Quadro 2 – Fórmulas para cálculo de capitalização composta
M = C  * (1 + i)n
 
C = 
 
J = C * [(1+i)n – 1]
 
PMT = 
 
i =  – 1
 
i = 
Nota: PMT = Payment (prestação); PV = Present Value (valor presente)
TEMA 4 – CALCULADORAS FINANCEIRAS: A HP 12C
Existem calculadoras com funções específicas para as fórmulas financeiras. São as calculadoras
(não científicas) que apresentam como principal característica as seguintes teclas de dados:
n i PV PMT FV
A calculadora que utilizaremos para nossos cálculos e exemplos é a HP-12C, mais comum e
tradicional dentre as comercializadas. Observamos que todas as calculadoras financeiras têm essa
ordem e nomenclatura nas teclas dessas funções.
Vejamos algumas funções básicas para cálculo de juros compostos dessa calculadora:
PV: valor presente (valor inicial, valor atual);
FV: valor futuro (valor final, montante);
PMT: prestação (parcela paga em cada unidade de período);
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i: taxa de juros em %;
n: número de períodos;
CHS: mudança de sinal (+ / -);
CLX: apaga o registro atual;
ENTER: insere dados para uso no formato RPN de cálculos;
STO + EEX (aparecerá um "C" na parte inferior do display, para aumento na precisão de cálculos
de juros compostos).
Como vemos, não são muitas as funções; estas substituem todas as demais fórmulas de juros
compostas que conhecemos.
A HP-12C tem uma forma particular de efetuar seus cálculos. É o RPN (reverse polish notation ou
“notação polonesa inversa”)de cálculo. Inversa, porque se baseia em registradores (memorizações)
que agilizam o cálculo.
Embora pareça complicado, a princípio há uma necessidade de adaptação ao método, mas em
poucos usos a prática se estabelece. Vejamos:
Ex.:
Soma de 2 + 2:
2 [Enter] (registra o número 2 na memória)
2 [+] (soma o número 2 ao último registrado na memória)
Resultado imediato: 4
Outro exemplo:
VP = 100 x (1 + 0,23) x 5
100 [Enter] (memorizado o número ‘100’ e reservado).
1 [Enter] (memorizado o número 1).
0,23 [ + ] (soma o 0,23 ao ‘1’. Note os parênteses)
(resulta em ‘1,23’ e permanece na memória)
[ X ] (multiplica o resultado 1,23 pelo ‘100’ que estava na memória)
(resulta em 123)
5 [ X ] (multiplica o ‘5’ pelo resultado ‘123’ que aparece)
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Resultado final: 615.
Esse método também facilita compreender os cálculos pelas teclas de função financeira. Observe
o exemplo a seguir:
Custos de capital de dois equipamentos:
O equipamento X tem um preço de R$ 900.000,00;
O equipamento Y custa R$ 1.800.000,00;
Ambos têm vida útil de 20 anos;
O custo de capital é de 18% a.a.
Com esses dados, qual o custo de capital anual de ambos os equipamentos?
Anotações:
Cx = 900.000,00
nx     = 20
Cy = 1.800.000,00
ny     = 20
i        = 18% a.a.
Tradicionalmente poderíamos utilizar a fórmula de juros compostos para prestação (custo anual):
PMT =PV 
PMT =900000 
PMT = 900000 R$ 168.137,98
Mas como operamos uma HP 12C, faríamos:
900000 CHS PV
20 n
18 i
0 FV                           
PMT
Resultado:
R$ 168.137,98
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Na HP 12C não é necessário calcular a fórmula: basta preencher, nas funções financeiras que
possuímos com os valores, e teclar a função da qual se deseja o resultado.
TEMA 5 – FERRAMENTAS DE PROJEÇÃO FINANCEIRA
Figura 2: Tabela Price formulada no Microsoft Excel
Da mesma forma como utilizamos calculadoras financeiras para obter resultados imediatos de
valores financeiros no tempo, contamos com outras ferramentas tecnológicas que nos auxiliam na
planificação de resultados.
A mais tradicional é a planilha eletrônica Microsoft Excel. Com ela é possível a extração e
transformação de todos e quaisquer números, os quais podem gerar novas informações importantes
para analisarmos.
Observe a planilha a seguir e note o quadro de financiamento no sistema Price (sistema francês
de amortização, criado por Richard Price), no qual as parcelas (ou prestações) são constantes e a
amortização da dívida é crescente.
Nas 12 parcelas poderíamos vislumbrar, mês a mês, os resultados dos juros e amortizações pela
calculadora financeira. Porém, não poderíamos apreciá-las todas de uma vez, avaliando e
comparando o progresso da dívida.
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Por outro lado, pela planilha financeira, vemos essa planificação com facilidade.
Tabela 3: Prestação dividida em 12x – Sistema Price
As fórmulas financeiras que utilizaríamos para compô-la, em uma planificação simples (sem o
uso do Excel), seriam as seguintes:
É claro que por meio de uma calculadora financeira o trabalho seria mais ameno, mas quando
utilizamos uma planilha, o trabalho de desenhá-la é único e futuros resultados seriam instantâneos.
5.1. FUNÇÕES NO EXCEL
As funções no Excel podem ser escritas diretamente nas células (=FUNÇÃO(parâmetros)). Cada
função que inserimos em uma tabela, ela própria apresenta os parâmetros possíveis dessa função, a
cada instrução.
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FUNÇÃO Descrição
ACCRINT Retorna os juros acumulados de um título que paga uma taxa periódica de juros
ACCRINTM Retorna a taxa de juros acumulados de um título que paga juros no vencimento
AMORDEGRC Retorna a depreciação para cada período contábil usando o coeficiente de depreciação
AMORLINC Retorna a depreciação para cada período contábil
COUPDAYBS Retorna o número de dias do início do período de cupom até a data de liquidação
COUPDAYS Retorna o número de dias no período de cupom que contém a data de quitação
COUPDAYSNC Retorna o número de dias da data de quitação até a data do próximo cupom
COUPNCD Retorna a próxima data de cupom após a data de quitação
COUPNUM Retorna o número de cupons pagáveis entre as datas de quitação e vencimento
COUPPCD Retorna a data de cupom anterior à data de quitação
CUMIPMT Retorna os juros acumulados pagos entre dois períodos
CUMPRINC Retorna o capital acumulado pago sobre um empréstimo entre dois períodos
BD
Retorna a depreciação de um ativo para um período especificado, usando o método de balanço de
declínio fixo
BDD
Retorna a depreciação de um ativo para um período especificado usando o método de balanço de declínio
duplo ou algum outro método especificado
DISC Retorna a taxa de desconto de um título
DOLLARDE Converte um preço em formato de moeda, na forma fracionária, em um preço na forma decimal
DOLLARFR Converte um preço, apresentado na forma decimal, em um preço apresentado na forma fracionária
Vejamos a seguir as funções financeiras disponíveis no Excel.
Função: PGTO (taxa;numeroperíodos;valorpresente;valorfuturo;tipo)
Ex.: célula C3: = PGTO(10,5; 6; 100000; 0; 0)
[Taxa: 10,5%; Períodos: 6 meses; Valor Presente: 100.000,00; Valor Futuro: Zero; Tipo: 0
(Begin)]
Tabela 4 – Funções financeiras – Microsoft Excel em português
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FUNÇÃO Descrição
DURATION Retorna a duração anual de um título com pagamentos de juros periódicos
EFFECT Retorna a taxa de juros anual efetiva
VF Retorna o valor futuro de um investimento
FVSCHEDULE Retorna o valor futuro de um capital inicial após a aplicação de uma série de taxas de juros compostas
INTRATE Retorna a taxa de juros de um título totalmente investido
IPGTO Retorna o pagamento de juros para um investimento em um determinado período
TIR Retorna a taxa interna de retorno de uma série de fluxos de caixa
ÉPGTO Calcula os juros pagos durante um período especificado de um investimento
MDURATION Retorna a duração de Macauley modificada para um título com um valor de paridade equivalente a R$ 100
MTIR
Calcula a taxa interna de retorno em que fluxos de caixa positivos e negativos são financiados com
diferentes taxas
NOMINAL Retorna a taxa de juros nominal anual
NPER Retorna o número de períodos de um investimento
VPL
Retorna o valor líquido atual de um investimento com base em uma série de fluxos de caixa periódicos e
em uma taxa de desconto
ODDFPRICE Retorna o preço por R$ 100 de valor nominal de um título com um primeiro período indefinido
ODDFYIELD Retorna o rendimento de um título com um primeiro período indefinido
ODDLPRICE Retorna o preço por R$ 100 de valor nominal de um título com um último período de cupom indefinido
ODDLYIELD Retorna o rendimento de um título com um último período indefinido
PGTO Retorna o pagamento periódico de uma anuidade
PPGTO Retorna o pagamento de capital para determinado período de investimento
PRICE Retorna a preço por R$ 100 de valor nominal de um título que paga juros periódicos
PRICEDISC Retorna o preço por R$ 100 de valor nominal de um título descontado
PRICEMAT Retorna o preço por R$ 100 de valor nominal de um título que paga juros no vencimento
VP Retorna o valor presente de um investimento
TAXA Retorna a taxa de juros por período de uma anuidade
RECEIVED Retorna a quantia recebida no vencimento de um título totalmente investido
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FUNÇÃO DescriçãoDPD Retorna a depreciação em linha reta de um ativo durante um período
SDA Retorna a depreciação dos dígitos da soma dos anos de um ativo para um período especificado
TBILLEQ Retorna o rendimento de um título equivalente a uma obrigação do Tesouro
TBILLPRICE Retorna o preço por R$ 100 de valor nominal de uma obrigação do Tesouro
TBILLYIELD Retorna o rendimento de uma obrigação do Tesouro
BDV
Retorna a depreciação de um ativo para um período especificado ou parcial usando um método de
balanço declinante
XIRR Fornece a taxa interna de retorno de um programa de fluxos de caixa não necessariamente periódico
XNPV Retorna o valor presente líquido de um programa de fluxos de caixa não necessariamente periódico
YIELD Retorna o rendimento de um título que paga juros periódicos
YIELDDISC Retorna o rendimento anual de um título descontado. Por exemplo, uma obrigação do Tesouro
YIELDMAT Retorna o rendimento anual de um título que paga juros no vencimento
Fonte: Microsoft Excel 2013.
Além das funções, as planilhas eletrônicas nos permitem avaliar graficamente as informações,
sintetizando uma visão do todo e ilustrando com maior clareza os resultados.
Com base na nossa planilha de exemplo anterior, com projeção de financiamento em 12 meses,
vejamos o gráfico típico formado pela amortização e saldo devedor:
Gráfico 1 – Amortização da Tabela 2
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Os gráficos podem ser de diversos tipos, desde linhas e barras, à fracionadas (gráfico de pizza) e
em 3D, cada um com sua especificação.
O uso de planilhas financeiras é fundamental para otimizar o trabalho do administrador
financeiro, não requerendo, muitas vezes, uma habilidade extraordinária para isso. O fator
preponderante da formação dessas planilhas está na capacidade de apreciar valores importantes e
convertê-los em números mais precisos.
Figura 3 – Planilha avançada (Microsoft Excel)
Fonte: CMA Consultores Associados
Um dos principais usos das planilhas eletrônicas está na geração de dados compostos pelo
administrador financeiro para obtenção de informações imediatas que, embora possam ter dados
extraídos de SIGs (Sistemas de Informações Gerenciais), nem sempre esses dados estarão completos,
como se espera.
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No exemplo apresentado na Figura 2, apenas 8 das 26 colunas, são parte de dados de um
sistema corporativo. As dezoito restantes foram alinhadas e elaboradas com base em informações, de
certa forma, básicas.
É comum por exemplo, usar planilhas eletrônicas na elaboração de projetos e orçamentos que
não podem ser contemplados – pelo menos em detalhes – em sistemas corporativos.
Na Tabela 5, a seguir, podemos verificar o desenho de um fluxo de caixa, elaborado baseado em
dados inseridos em diversas pastas do Microsoft Excel, que resultaram em dados de resultados do
projeto.
Tabela 5 - Fluxo de caixa projetado
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Enfim, daqui em diante e por toda nossa disciplina, faremos uso das planilhas eletrônicas
(Microsoft Excel), para nos familiarizarmos com essa ferramenta e aprimorarmos o conteúdo
abordado.
Gráfico 2 – Receitas e Lucros – Base DRE
(Demonstrativo de Resultados no Exercício)
DISCRIMINAÇÃO ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4
Vendas brutas 2.268.459 2.791.339 3.466.843 4.345.688
Lucro bruto 1.011.384 1.252.823 1.794.113 2.519.013
Lucro operacional 318.589 476.269 909.893 1.381.168
Lucro líquido após impostos 259.896 415.339 844.850 1.309.364
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TROCANDO IDEIAS
Pesquise na empresa em que você trabalha – ou de qualquer outra na internet – um fluxo de
caixa, de preferência resumido (que não muito extenso) e o transcreva em uma planilha Excel.
Na sequência, desenhe um gráfico dos resultados (totais) e escreva um breve texto acerca desses
resultados.
Não se trata de uma análise do fluxo de caixa, mas um treino e discussão acerca das primeiras
impressões.
NA PRÁTICA
A empresa XY S/A está estudando a compra de dois equipamentos. O equipamento A tem um
preço de R$ 100.000,00 e custos operacionais de R$ 50.000,00 por ano; o equipamento B custa R$
190.000,00, porém seus custos operacionais são de R$ 30.000,00 por ano.  Ambos têm vida útil de 10
anos.
Qual seria a melhor escolha para empresa se o seu custo de capital é de 12% a.a.?
Respostas
Equip A: R$ 17.698,42 a.a. + R$ 50.000,00 a.a. = R$ 67.698,42 a.a.
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Equip. B: R$ 33.626,99 a.a. + R$ 30.000,00 a.a. = R$ 63.626,99 a.a.
FINALIZANDO
Objetivo proposta nesta aula era conhecer as bases dos conceitos da administração financeira,
bem como o perfil desse administrador, sua função financeira e de tomador de decisões nas
corporações.
Com relação a isso, observamos algumas ferramentas essenciais para suporte e apoio da
administração financeira: ferramentas essas para cálculos, projeções e planificações dos dados,
utilizando planilhas e calculadoras específicas para essa função e essenciais para dinamizar e garantir
os resultados esperados.
REFERÊNCIAS
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2015. Disponível em: <http://revistapegn.globo.com/Dia-a-dia/noticia/2015/11/6-ferramentas-para-
fazer-o-planejamento-estrategico-do-proximo-ano.html>. Acesso em: 15 maio 2017.
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InterSaberes, 2013.
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CAVAGNARI, D. W. Projeto fábrica de software. Curitiba: UTP, 2002.
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WESTON, J. F.; BRIGHAM, E. F. Fundamentos da administração financeira. 10. ed. São Paulo:
Makron Books, 2004.

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