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Práticas Abusivas . É toda atitude contrária ao senso comum que afronta quaisquer benefícios ou direitos do consumidor, despreza o costume comercial ou se utiliza do abuso de direito. As práticas abusivas são descritas no art. 39 e incisos do Código de Defesa do Consumidor: Venda casada Essa é uma das quatro práticas que mais causa danos ao consumidor, e está prevista no inciso I: Ou seja, “venda casada” é entendida como sendo condicionar o fornecimento de um produto ou serviço, ao fornecimento de outro. Ex: uma loja vende peças automotivas e presta serviço de mecânica. Um cliente decide comprar seus pneus nesta loja pois o estabelecimento tem um valor mais em conta que os demais e os levará para serem colocados numa oficina próxima de sua casa. No entanto, no ato da compra o consumidor é impedido de levar o produto, e é informado de que só poderá comprar os pneus nesta loja se utilizar os serviços de mecânica da mesma. Recusa de contratar pelo fornecedor É considerada prática abusiva a recusa ao atendimento às demandas dos consumidores, conforme o art. 39 inciso II do CDC. Dessa forma, se o intuito do fornecedor deve ser oferecer seu produto ou serviço e se inserir no mercado, não se pode imaginar sua atuação de forma diferente, já que está obrigado a vender o produto ou prestar o serviço se assim for solicitado. No entanto, esta regra não pode ser analisada sem a vinculação da oferta, prevista no art. 30 do CDC A oferta atrai o consumidor a determinado estabelecimento, ou seja, não há motivos para se recusar a oferecer o produto ou serviço ofertado. Aliás, a oferta sugere que o consumidor compre o produto ou contrate o serviço, ainda que tal venda não seja feita no estabelecimento, como as compras pela Internet, por exemplo. Ex: Um motorista de táxi, pelo CDC, não poderia se recusar em fazer uma corrida, ainda que a distância seja pequena. Ainda no art. 39, inciso IX, há outra prática abusiva, cujo assunto está interligado com a recusa de contratar do fornecedor. Pronto pagamento: entende-se a moeda brasileira e não o cheque, haja vista que o cheque se trata de uma ordem de pagamento, e sua efetivação como preço dar-se-á apenas com a sua compensação. Execução de serviço sem orçamento prévio O Código de Defesa do Consumidor veda também a feitura de um determinado serviço sem que o consumidor saiba quanto vai pagar ou sem que o mesmo tenha autorizado a realização do serviço. Conforme o disposto na redação do artigo 39, inciso VI do CDC: CARLA GABRIELE S. NASCIMENTO - FAHESP/IESVAP Esse artigo deve ser analisado juntamente com o art. 40, que trata especificamente da questão do orçamento prévio: No entanto, vale destacar que a simples elaboração do orçamento não viabiliza a realização do serviço: é necessário que haja autorização expressa do consumidor. Cobrança de dívidas A última prática abusiva relacionada pelo Código: a forma de cobrança de dívidas. O assunto está está normatizado pelo CDC: Há de se esclarecer que causar vexame, transtorno ou medo gera uma situação muito constrangedora para qualquer ser humano, ainda que seja devedor. Por isso, existem formas específicas de se proceder à cobrança de dívidas: a judicial e a extrajudicial. ● Cobrança judicial: possui um rito próprio, nela a principal forma de pagamento é o dinheiro, para facilitar sua utilização. ● Cobrança extrajudicial: não possui rito ou forma previamente delineada. É onde por vezes a criatividade de cobradores chega ao inadmissível e à ilegalidade, tantas são as maneiras inventadas para que o devedor seja compelido a efetuar o pagamento. A cobrança de dívidas dos consumidores deve respeitar normas estabelecidas pelo CDC, para evitar constrangimentos aos devedores. Os abusos comumente são realizados no meio extrajudicial, e para coibi-los existem penas e multas para os casos de abusos relacionados no art. 71 do Código: CARLA GABRIELE S. NASCIMENTO - FAHESP/IESVAP
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