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AV1 - Gestão das relações obrigacionais - PASSEI DIRETO

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DIREITO
TRASMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES: DA ASSUNÇÃO DE DÍVIDAS.
Cabo Frio / Rio de Janeiro
2021
TRASMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES: DA ASSUNÇÃO DE DÍVIDAS.
Trabalho apresentado ao curso de Direito da Universidade Veiga de Almeida, como requisito parcial para obtenção de nota da disciplina Gestão das Relações Obrigacionais, sob orientação do professor Marcos Cesar de Souza Lima. 
Professor: Marcos Cesar de Souza Lima
Cabo Frio / Rio de Janeiro - RJ
2021
SUMÁRIO
 
	
1. INTRODUÇÃO...................................................................................
2. DA TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÃO........................................
3. DA ASSUNÇÃO DE DÍVIDA E SEU FUNDAMENTO NA SEDE LEGAL ....................................................
4. JURISPRUDÊNCIA.........................................................................................
5. DOUTRINA......................................................................................................
1. INTRODUÇÃO
O estudo a seguir consiste na identificação das características das transmissões obrigacionais entre vivos que pressupõem vontade própria, mais precisamente o instituto da “Assunção de Dívida” que, por sua vez, é uma ramificação do tema supracitado, e como é caracterizado em nossa sede legal, doutrinaria e jurisprudencial. 
É de suma importância a análise conceitual do Direito das Obrigações a titulo de contextualização ao tema. O Direito das Obrigações é o conjunto de normas jurídicas que regulamentam as obrigações. Obrigação é um vínculo jurídico entre duas pessoas, sejam elas físicas ou jurídicas, no qual uma pessoa é obrigada a realizar uma prestação em favor de outra. Essa prestação pode ser classificada em: obrigação de dar, obrigação de fazer ou obrigação de não fazer. Em uma obrigação sempre teremos dois sujeitos, os passivos denominados devedores e os ativos denominados credores. No entanto, podem existir mais de dois credores ou devedores. O credor é a pessoa natural ou jurídica que tem direito de receber a prestação. Já o devedor é aquela pessoa natural ou jurídica que tem dever realizar uma prestação. A obrigação, portanto, é o vínculo que liga esses dois sujeitos. Entretanto, as obrigações não são engessadas e podem ser transmitidas. 
As transmissões das obrigações dar-se-ão a partir do objeto da obrigação, ou seja, podendo ser feita uma cessão de crédito ou assunção de dívida. A transmissão de uma obrigação ocorre quando as pessoas entre as quais ela se constituiu são sucedidas por outras pessoas, mas mantendo a mesma relação jurídica. 
2. DA TRANSMISSÃO DA OBRIGAÇÃO
A transmissão das obrigações no Código Civil de 2002 se encontra na parte especial, título II do Código, escrito pelo Agostinho de Arruda Alvim. Nesse estudo, daremos ênfase no capítulo II, assunção de dívida.
O título II do livro I sobre obrigações é uma inovação do Código Civil de 2002, pois diferentemente do código de 1916, o código de 2002 trouxe um capítulo à parte própria somente sobre a transmissão das obrigações para tratar especificamente sobre o assunto. Houve uma reestruturação de todo o livro das obrigações do Código Civil de 1916.
Uma relação obrigacional se tem como exigência de forma subjetiva, dois polos de interesses, o polo ativo (cessão de crédito), que é o credor e o polo passivo, que é o devedor (assunção de dívida). Eles podem ser pessoas físicas ou jurídicas. A contemporaneidade do direito permite que determinado credor ou devedor faça uma transferência a um terceiro a relação obrigacional que lhe era vinculado, de forma não revogatória. Com isso, se dá o nome de sucessão, transferência ou transmissão das obrigações.
A transmissão das obrigações tem como sua divisão, em transmissão legal, voluntária ou judicial.
Pode acontecer de dois jeitos principais: quando há óbito de um dos sujeitos e a obrigação deve ser transmitida, chamada sucessão hereditária. Quando ocorre entre pessoas em vida, é mais apropriado falarmos sobre transmissão das obrigações, pois a sucessão hereditária é tratada em outro livro do Código Civil.
A palavra cessão é mais adequada para indicar a transferência que ocorre quando decorre de uma manifestação de vontade das partes, por um ato voluntário do que é uma simples transmissão. Cessão é uma manifestação da vontade.
3. DA ASSUNÇÃO DE DÍVIDA E SEU FUNDAMENTO NA SEDE LEGAL
O instituto da assunção de dívida, também chamada de cessão de débito, é elencado no capitulo II da parte especial do Código Civil de 2002 através dos artigos 299 a 303. É o negócio jurídico em que um terceiro, desde que autorizado expressamente pelo credor, assume a obrigação anteriormente dada ao devedor, desobrigando assim o devedor primário. Dar-se-á ressalvas a insolvência, podendo, mesmo que haja a transmissão para terceiros, manter-se atrelado o devedor primitivo a relação jurídica celebrada. O consentimento e vontade das partes é condição indispensável para efetivar o negócio jurídico. Não possui, no entanto, forma para celebrar estabelecida em lei o que torna a forma livre para este negócio de natureza contratual e bilateral. 
O artigo 299 do CC, elucida:
“Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.”
Conforme dispõe artigo 300 do CC
“Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.”
Portanto, se o devedor primitivo não concordar expressamente com a assunção da dívida as garantias especiais prestadas por ele serão extintas. E se o devedor primitivo concordar expressamente com a assunção da dívida as garantias especiais dadas por ele permanecem. As garantias especiais são aquelas prestadas voluntariamente por um devedor ou um terceiro. São exemplos das tais garantias: o fiador, a hipoteca, o penhor e etc. 
Em síntese, a transmissão da obrigação consiste na substituição do credor, ou do devedor, na relação obrigacional, sem que haja a extinção do vínculo, colaborando para a fruição da relação jurídica. É uma inovação do Código Civil de 2002, pois há uma reestruturação em relação ao Código Civil de 1916. As transferências das obrigações podem ser divididas no Código Civil em: Cessão de Crédito presentes nos artigos 286 a 298 e Assunção de Dívida presentes nos artigos 299 a 303, elencados pelo capítulo I e capítulo II respectivamente. São confirmadas pela modificação subjetiva, ou seja, quando essa modificação ocorre no lado ativo da relação teremos Cessão de Crédito e quando ocorre no lado passivo da relação teremos Assunção de Dívida. 
Há uma diferença entre a transmissão das obrigações e as sucessões hereditárias, pois a transmissão ocorre entre vivos e a sucessão depende da causa mortis. Não obstante, a transmissão decorre de uma manifestação da vontade das partes proveniente de um ato voluntário entre vivos, o que acaba por tornar o termo “cessão” mais adequado para caracterizar o instituto, pois está ligado ao objeto da relação (crédito ou débito).
As relações jurídicas obrigacionais são de direitos disponíveis que possuem valor econômico. No entanto, possuem exceções quanto às obrigações personalíssimas, que somente podem ser cumpridas pelo próprio devedor, e infungíveis, quando um único devedor tem capacidade para cumpri-la. 
Portanto, quando há a transmissão das obrigações um dos sujeitos é alterado, pois transmite na relação ativa denominada como “Cessão de Crédito”, o crédito, e na passiva denominada como “Assunção de Dívida”, o débito. Entretanto, em algumas relações há apenas a cessão da posição contratual, quando só modifica o sujeito mantendo a relação obrigacional. 
4. JURISPRUDÊNCIA – REFERÊNCIAS AOS ARTIGOS
OArt. 299 do Código Civil trata da possibilidade da transmissão de dívidas a terceiros: 
 "É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava."
Em suma, o débito existente é transferido a um terceiro inteira ou parcialmente a responsabilidade sobre a dívida (desde que com o aval do credor), ficando assim o devedor primário isento da responsabilidade de quitação da dívida em questão. É importante ressaltar que fica resguardado o direito desse credor que está assumindo a dívida a presunção de inocência de não possuir conhecimento de possíveis débitos cumulativos provenientes da dívida primária, podendo assim o credor inicial ter de assumir a responsabilidade pela dívida inicial novamente.
 Alguns exemplos de jurisprudência sobre a transferência de débitos são:
Tribunal de Justiça de São Paulo TJ-SP - Recurso: APL 0001829-98.2008.8.26.0660 SP 0001829-98.2008.8.26.0660
"BEM MÓVEL - CESSÃO DE DIREITOS E OBRIGAÇÕES RELATIVAS AO FINANCIAMENTO DO CONTRATO - AUSÊNCIA DE expresso consentimento do credor FIDUCIÁRIA - Negócios ineficazes em relação ao INSTITUIÇÃO FINANCEIRA - impossibilidade de transferência de dívida - INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 299 DO CÓDIGO CIVIL - RECURSO melhorado, com a observação. Não havendo consentimento do credor fiduciário quanto à cessão de direitos, não há como transferir a dívida na medida em que o negócio celebrado entre as partes seja ineficaz perante a instituição financeira, nos termos do artigo 299 do Código Civil”.
-	Neste caso a transferência de dívidas fora impossível por não haver a anuência do credor.
GARANTIA DE SEGURANÇA - EXECUÇÃO TRIBUTÁRIA - EXTINÇÃO - COLETA DE ÁGUA E TARIFA DE ESGOTO - MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA - AUTORIDADE MUNICIPAL - DMAE - PARCELAMENTO - CONFISSÃO DE DÉBITO POR TERCEIRO INTERESSADO - PERMISSÃO LEGAL DE UBERLÂNDIA - AUTORIDADE MUNICIPAL - DMAE - PARCELAMENTO - CONFISSÃO DE DÉBITO POR TERCEIRO INTERESSADO - PERMISSÃO JURÍDICA DE DEFESA DE DEFESA - DEMISSIBILIDADE - DEMISSIBILIDADE DE DEFESA - DMAE - PARCELAMENTO - CONFISSÃO DE DÉBITO POR TERCEIRO INTERESSADO - PERMISSIBILIDADE LEGAL DE ADMISSIBILIDADE DE EXIBIÇÃO- DEMISSÃO DE CONTILIDADE - INTELIGÊNCIA DA ARTE. 299 DO CÓDIGO CIVIL - SEGURANÇA NEGADA. - A confissão extrajudicial de dívida, referente à tarifa de abastecimento de água e esgoto, por terceiro interessado, impede a continuidade do executivo tributário contra o devedor originário, nos termos do art. 299 do Código Civil, aplicável à espécie, extinta a natureza tributária da dívida. - Segurança negada. (TJ-MG - MS: 10000120792882000 MG, Relator: Barros Levenhagen, Data de Julgamento: 05/06/2014, Câmaras Cíveis / 5ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 16/06/2014)
-	Neste caso a transmissão da dívida é plausível por haver a confissão de responsabilidade sob a mesma por via extrajudicial.
 No Art. 300, trata-se da regulamentação do que acontece com as garantias dadas pelo primeiro credor para assegurar o pagamento da dívida após a transferência desta para um terceiro, salvo a manifestação contrária acerca da assunção da dívida.
“Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor."
RECONHECIMENTO DO INSTRUMENTO. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSESSÃO COM PEDIDO DE INJUNÇÃO. ARTE. REQUISITOS. 300 C / C 562 DO CPC NÃO COMPROVADO. NECESSIDADE DE UMA AUDIÇÃO PRÉVIA DA JUSTIFICAÇÃO. A concessão da tutela emergencial pressupõe, genericamente, a demonstração da probabilidade do direito (fumus boni iuris) e a demonstração do perigo de dano ou atividade ilícita, ou mesmo o prejuízo da utilidade do resultado final que o atraso no processo representa (periculum in mora). Não demonstrados, de forma planejada, os requisitos legais para o deferimento da liminar pleiteada, que foi indeferida por insuficiência de provas das alegações, é necessário desconstituir a decisão agravada, pois é necessário, neste caso, a realização de audiência de justificativa prévia, nos termos do art. 562 do CPC. AGRAVAÇÃO DE LESÃO JULGADA POR INSTRUMENTO. DECISÃO DE DESCONSTITUIÇÃO. (TJ-GO - AI: 03936883120208090000 GOIÂNIA, Relator: Des (a). ROBERTO HORÁCIO DE REZENDE, Data do Julgamento: 08/03/2021, 5ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ 08/03/2021).
-	No caso em questão observamos a improcedência do pedido por falta de provas da manifestação da vontade em expresso, a luz do Art. 300 do CC.
O Art. 301 discorre sobre o cessamento das garantias e obrigações junto com a anulação do novo devedor, exceto se previamente expresso os possíveis vícios que esse encerramento poderia trazer. 
"Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação."
Art. 302 "O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo."
No que diz respeito ao Art. 302, as condições impostas ao antigo devedor não podem ser impostas ao novo uma vez que aquelas são pessoais ao primeiro a contrair a dívida.
EMENTA: RECURSOS CIVIS. AÇÃO DE COLETA. DE COBRANÇA. PROVISÃO DA FACULDADE. AUSÊNCIA DE DESAFIOS ESPECÍFICOS. VALOR APONTADO NO EXORDIAL. OBRIGAÇÃO LÍQUIDA E CERTA. É VERDADE. JUROS E CORREÇÃO. INCIDÊNCIA DE EXPIRAÇÃO DE CADA PARTE. RECURSOS MELHORADOS. - O valor apresentado na inicial deve prevalecer caso não haja contestação específica (art. 302 do Código Civil) - No caso de obrigação positiva, líquida e certa, os juros e a atualização monetária incidem a partir do vencimento de cada parcela. (TJ-MG - AC: 10024102927720001 Belo Horizonte, Relator: Amorim Siqueira, Data do Julgamento: 13/11/2012, Câmaras Cíveis Isoladas / 9ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 20/11/2012).
-	Nesse caso o que havia sido acordado na inicial deve ser mantido salvo disposição em contrário previamente acordada.
No Art. 303 é aberta uma exceção acerca da possibilidade de nulidade de assunção da dívida mediante ao silêncio do credor ao se tratar de imóveis hipotecados.
"O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento."
Imissão de posse concedida e não cumprida. Embargos de terceiros contestados pela ocupante do imóvel, sob o fundamento de sua boa-fé, com direito de retenção pelas benfeitorias nele construídas. Mandado de segurança deferindo o processamento de embargos de terceiros de forma suspensiva. Contratos de “gaveta” firmados com a observância da condição de que o novo ocupante do imóvel dê continuidade aos pagamentos devidos à Caixa Econômica Federal. Padrão verificado. É o padrão. Execução promovida com a venda do imóvel e seu leilão pelos agravantes. Ausência de notificação (art. 303 do Código Civil) pelo ocupante com continuação dos pagamentos devidos. Boa fé. Má fé comprovada. Imissão de posse concedida e mantida. Agravamento de um instrumento concedido, com observação. (TJ-SP - AI: 01533497220138260000 SP 0153349-72.2013.8.26.0000, Relator: Mauro Conti Machado, Data de Julgamento: 03/12/2013, 9ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 13/01/2014)
-	Ao se manter inerte a respeito dos pagamentos pertinentes ao financiamento do imóvel perdeu-se o direito de usufruir do mesmo, procedendo assim para o leilão do mesmo à luz do Art. 303 do CC.
4.1	ART. 301 DO CÓDIGO CIVIL – INVALIDADE DA ASSUNÇÃO DA DÍVIDA 
 Em primeiro momento, deve-se analisar o que o art. 301 do Código Civil defende: 
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação. 
Dado o exposto, observa-se que a ao anular a dívida, as partes envolvidas são obrigadasa serem restituídas a situação anterior. Dessa forma, fortalecem-se a responsabilidade do devedor que teve sua dívida extinta quanto as garantias que houver prestado. Não se revigoram as garantias prestadas por terceiros, salvo em exceção se houver consentimento por partes destes ou se ficar provado que esses tinham conhecimento dos vícios que manchavam a cessão de débito, resultando a sua anulação. Maluf e monteiro discorrem sobre o art. mencionado acima: 
 
“E a razão dessa regra é bastante simples: se a substituição do devedor não ocasiona alteração na relação obrigacional, que permanece intacta, com todos os seus acessórios, também se mantém inalterada a obrigação se a substituição é invalidada, retornando o primitivo devedor ao polo passivo. Entretanto, as garantias especiais, prestadas por terceiros, e que haviam sido exoneradas pela assunção, não podem ser restauradas, em prejuízo do terceiro, salvo se este tinha conhecimento do defeito jurídico que viria pôr fim à assunção. Trata-se, aqui, de simples aplicação do princípio da boa-fé.” (MALUF & MONTEIRO, 2012, pps. 284 e 285).
Dado ao exposto, o art. 301 pode ser interpretado de forma abrangente para os negócios jurídicos nulos e a continuidade da relação obrigacional, pois uma vez que possa haver uma transmissão, a relação não deixou de existir. 
4.2	ANÁLISE DA JURISPRUDÊNCIA – AGRAVO DE INSTRUMENTO: AI 0076970-75.2019.8.19.0000: 
Agravo de Instrumento. Execução por título extrajudicial. Interlocutória que desacolheu embargos declaratórios opostos a decisão determinante da vinda, com o fim de autorizar a intervenção de Condomínio - credor de cotas relativas ao imóvel penhorado -, de carta precatória do Juízo da 2ª Vara Cível da Comarca de Barra Mansa, para a reserva de crédito em favor do Condomínio. Agravante, cessionário do imóvel do devedor original, que insiste em sua inclusão no polo ativo da execução ou como assistente litisconsorcial. Inviabilidade à vista das regras dos artigos 295, 299 e 301 do Código Civil, dado que fora anulada a sentença homologatória de acordo entre credor e devedor originais. Recurso a que se nega provimento.
(TJ-RJ - AI: 00769707520198190000, Relator: Des(a). JESSÉ TORRES PEREIRA JÚNIOR, Data de Julgamento: 11/05/2020, SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 14/05/2020
 Com base na jurisprudência acima, julgada pela segunda câmara cível do Tribunal de Justiça do Rio De Janeiro. O agravo foi interposto pelo agravante Eduardo Antônio Borges Ornelas, em face dos agravados Posto Ano Bom Ltda. e José Nader Junior. Eduardo é uma das partes interessadas do processo, assim como o Condomínio do Edifício Parque Das Dunas, as partes interessadas no processo são aquelas que ingressam no processo porque a decisão desse, irá atingi-lo, ou ainda, pleitear seus direitos próprios. Dessa forma, com base na jurisprudência acima, Eduardo entrou com um agravo – recurso cabível contra decisão interlocutória, antes da sentença – Dessa forma, ao início do processo foi requerido pelo exequente (posto ano bom) a penhora dos imóveis do executado (José Nader Junior), em 2009. No ano de 2017, o Posto exequente solicitou a baixa de penhora do imóvel situado na ilha do governador, pelo acordo celebrado entre ele e o proprietário do imóvel, sendo assim, o juiz homologou o acordo e julgou extinto o processo com exame do mérito. Entretanto, em 2018 o juízo retificou a sentença anulando a decisão prolatada, alegando que o acordo feito extrajudicial entre o exequente e terceiro (Eduardo, proprietário), não foi firmado pelas partes do processo e induziu o juízo ao erro. Análogo a isso, observa-se que, em primeira instancia, a relação obrigacional estabeleceu-se entre o Posto e José Nader, por isso que, em princípio haveria de resolver-se entre eles, tanto que foi penhorado os bens de José.
Em segundo, se José Nader cedeu os imóveis a Eduardo Antônio, suposta cessão não o fez o titular da obrigação perante o posto, tendo em vista a execução forçada que foi dada em 2006 e efetivada a penhora em 2007, e já na vigência a observância do art.299 do Código Civil - É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. – Assim, entende-se que é opcional um terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento daquele que iria receber (credor), o posto e Eduardo, sendo o cedente o devedor José Nader, dessa maneira, não se justifica que Eduardo viesse a ocupar a figura de assistente litisconsorcial de José Nader. O juízo anulou a sentença homologatória, pois a cessão em prol de Eduardo Antônio teria que ser feita por vontade própria e como consequência foi aplicado o conceito do art. 301, anulando o a sentença homologatória. Portanto, eis o motivo fundamentado com base na jurisprudência e legislação de negar o provimento do recurso.
5. DOUTRINA
 Existem duas formas de assunção de dívidas, denominadas expromissão e delegação. Na chamada expromissão, novo devedor -expromitente-, assume a dívida diretamente com o credor, sem acordo com o devedor primitivo, e, por fim, na delegação, o antigo devedor delega a dívida, com a devida anuência do credor. Logo, a principal distinção entre as caracterizações da assunção de dívidas é a dispensa de intervenção do devedor originário, segundo orientação da doutrina do Jurista Orlando Gomes. 
Com relação à extromissão, o professor e autor Silvio de Salvo Venosa, orienta: 
“A expromissão é a forma mais comum de assunção de dívida. Nesta, um terceiro assume a obrigação independente do consentimento do devedor primitivo. O terceiro, que passa a ser denominado de expromitente, contrai diante do credor a obrigação de liquidar o débito. Conforme ensina Venosa (2012): “A avença é entre o terceiro e o credor. No entanto, há que se dizer que o devedor pode ter interesse moral em pagar a dívida. (…) Pode, da mesma forma, valer-se da consignação em pagamento.” (VENOSA, 2012, p. 151).”
Assim como na expromissão, a delegação poderá ter eficácia liberatória, isto é, exime qualquer responsabilidade do devedor originário. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEVILAQUA, Clovis. Direito das obrigações;
https://tj-sp.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/471913409/apelacao-apl-18299820088260660-sp-0001829-9820088260660;
https://tj-mg.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/123894036/mandado-de-seguranca-ms-10000120792882000-mg;
https://tj-sp.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/122142137/agravo-de-instrumento-ai-1533497220138260000-sp-0153349-7220138260000;
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: teoria geral das obrigações e teoria geral dos contratos;
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo;
Daniel Amorim Assumpção Neves. Manual de Direito do Consumidor. 8.
ed. São Paulo: Método, 2019;
Direito civil. Teoria geral dos contratos e contratos em espécie. 14. ed. Rio
de Janeiro.

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