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AULA 4 
EDUCAÇÃO ESPECIAL E 
INCLUSIVA NA PERSPECTIVA 
HISTÓRICO-SOCIAL BRASILEIRA 
Prof.ª Joice Martins Diaz 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
A escola, considerada primordial para o desenvolvimento e a interação de 
uma criança com o mundo, possibilita mudanças significativas em sua vida, em 
suas conquistas, mudanças e no amadurecimento do seu comportamento, entre 
outros benefícios que devem ser proporcionados a todas as crianças, não só 
àquelas que apresentam um quadro de deficiência. 
Soraia Yoshida (2018) identificou os tipos de deficiência no ensino médio 
conforme a Figura 1. 
Figura 1 – Tipos de deficiência identificados no ensino médio 
 
Fonte: Adaptado de Brasil, citado por Yoshida, 2018. 
Diante dos dados da Figura 1, abordaremos, nesta aula, a importância do 
plano de ensino individualizado (PEI) e, de forma resumida, como se dá a inclusão 
dos alunos que apresentam algum tipo de deficiência identificada. 
TEMA 1 – PLANO DE ENSINO INDIVIDUALIZADO (PEI) 
Ao pensarmos em uma escola inclusiva, é necessário, por ser de grande 
importância, considerar que a questão vai além de a instituição estar aberta para 
receber alunos que apresentem necessidades educativas especiais, mas implica 
também a equipe pedagógica desenvolver um bom trabalho, planejando ações 
pedagógicas que proporcionem a todos uma aprendizagem significativa e de 
qualidade. Conforme institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com 
 
 
3 
Deficiência, também chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência, “[...] 
destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos 
direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua 
inclusão social e cidadania” (Brasil, 2015), o PEI é uma das intervenções que visa 
garantir o direito à educação com qualidade aos alunos com deficiência. Para 
tanto, conforme capítulo IV, art. 28 desse estatuto, que trata do direito à educação, 
se faz necessário: 
 [...] 
II - Aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir 
condições de acesso, permanência, participação e aprendizagem, por 
meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem 
as barreiras e promovam a inclusão plena; 
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional 
especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, 
para atender às características dos estudantes com deficiência e garantir 
o seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, 
promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia; 
[...] 
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que 
maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes com 
deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a participação e a 
aprendizagem em instituições de ensino; 
[...] 
VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de 
atendimento educacional especializado, de organização de recursos e 
serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilidade 
pedagógica de recursos de tecnologia assistida. (Brasil, 2015) 
A inclusão escolar vem acompanhada de diversas necessidades. Uma 
delas trata-se da utilização de estratégias pedagógicas diferentes, para que seja 
possível atender aos alunos que possuem necessidades educativas especiais. 
Essa diferença na forma de atender a esses alunos não se configura como um 
privilégio deles, mas um direito, assim como a flexibilização e a promoção de 
acessibilidade, com a qual será possível proporcionar-lhes condições de 
aprendizagem de forma adequada, seja no âmbito físico, seja no curricular. 
Sendo assim, ao tratarmos do PEI, é necessário pensar na elaboração 
desse documento como forma de planejar a promoção da acessibilidade e nortear 
as ações em sala de aula, desde o início até o fim da vida escolar dos alunos com 
necessidades educativas especiais. 
Nessa perspectiva, 
[...] alunos com necessidades educacionais especiais devem ter um 
Plano Individualizado de Ensino, quando se fizer necessário, podendo 
ser elaborado com apoio do ensino especial no início de sua vida 
escolar, e por ela, atualizado continuamente, em função de seu 
desenvolvimento e aprendizagem. Esse Plano é o ponto fundamental de 
sua vida escolar, norteador das ações de ensino do professor e das 
 
 
4 
atividades escolares do aluno. O Plano deverá, também, ser 
sequencialmente seguido, independentemente da série em que o aluno 
se encontre, já que o critério de inserção do aluno na sala de aula regular 
é a faixa etária do grupo (Brasil, 2000, p. 24) 
Para completar, segundo Marin e Braun (2013, p. 56), 
Individualizar o ensino não significa particularizar a ação pedagógica a 
ponto de segregar o aluno do grupo. O objetivo da individualização é 
incluí-lo na situação de aprendizagem que os outros estão vivenciando, 
com as devidas adequações para que a sua participação seja efetiva. É 
atender às diferenças individuais que o aluno possa apresentar em 
decorrência das especificidades do seu desenvolvimento. 
No Quadro 1, apresentamos um modelo para investigação inicial e posterior 
elaboração de um PEI. No Quadro 2, um exemplo de PEI. No Quadro 3, um 
modelo de termo de ciência. É importante ressaltar que os modelos não se tratam 
de relatórios-padrão, que devam ser seguidos em todas as situações e, sim, de 
uma base para a coleta de informações relevantes. 
Quadro 1 – Modelo para investigação inicial e posterior elaboração de um PEI 
 Identificação do aluno 
Nome: 
Data de nascimento: 
Filiação: 
Turma/ano: 
 Diagnósticos clínicos 
Parecer neurológico: 
Parecer psicológico: 
Parecer motor: 
Parecer cognitivo: 
Parecer geral: 
 Atendimento com especialistas (descrição dos atendimentos que o aluno faz, 
de qual a frequência de cada um deles e 
contato dos especialistas) 
 Diagnóstico pedagógico 
Aspecto cognitivo: (descrição dos aspectos cognitivos do aluno) 
Aspecto socioafetivo: (descrição dos aspectos socioafetivos do 
aluno) 
Aspecto psicomotor: (descrição dos aspectos psicomotores do 
aluno) 
Organização do atendimento: (descrição de como o aluno será atendido pelo 
programa) 
 
 
5 
 Parcerias necessárias para 
aprimoramento do atendimento ao 
aluno: 
Família Maior participação na escola para relatar fatos 
de interesse, necessidades do aluno e seus 
desafios enfrentados em casa. Trabalho 
colaborativo com a família para, em conjunto, 
se buscar parcerias e assim melhorar a 
aprendizagem do aluno. 
Equipe pedagógica Trabalho conjunto com todos os professores 
oferecendo sugestões de atividades, 
metodologias variadas, estratégias 
contextualizadas. Participação da equipe 
escolar, com preparação para fornecer melhor 
apoio ao aluno. Para a utilização do trabalho 
colaborativo com o professor, visitar a sala 
regular na qual o aluno está inserido para 
diagnosticar e listar quais as potencialidades e 
necessidades educacionais específicas dele, 
para posteriormente traçar estratégias e ações 
de atendimento na sala regular . 
 Avaliação 
Formas de registro O plano deverá ser avaliado durante toda a 
sua execução, de forma contínua. O 
crescimento e o avanço do aluno serão 
acompanhados pelo professor da sala de aula 
regular, por meio do preenchimento do 
relatório (plano) e de portfólios. 
Reestruturação do plano Ocorrerá reavaliação do processo e, sempre 
que necessário, reformulação de estratégias e 
objetivos às necessidades do aluno. 
Fonte: Adaptado de ASP, [201-]. 
 
 
 
6 
Quadro 2 – Exemplo de PEI 
Aluno: 
Data de nascimento: 
Ano: Turma: 
Acompanhamento com especialistas 
( ) Neurologista ( ) Psiquiatra ( ) Fono ( ) Psicólogo ( ) Psicopedagogo ( ) Terapeuta ocupacional 
( ) Psicomotricista ( ) Nutricionista 
( ) Outro(s): 
 
( ) 1º BIMESTRE ( ) 2º BIMESTRE ( ) 3º BIMESTRE ( ) 4º BIMESTRE 
Data do último laudo: 
Disciplina: 
Expectativas deaprendizagem: 
Processo avaliativo: 
Resultados obtidos: 
Exemplos de propostas de intervenção para obtenção dos resultados esperados: 
( ) Mediar individualmente atividades e avaliações. 
( ) Trabalhar os conceitos/conteúdos no concreto. 
( ) Proporcionar tempo estendido para realização de atividades e avaliações. 
( ) Reduzir textos e enunciados, para melhor compreensão. 
( ) Propor questões objetivas. 
( ) Estabelecer correção diferenciada nas avaliações. 
( ) Fazer uma adaptação curricular. 
( ) Outro(s): 
Fonte: Adaptado de ASP, [201-]. 
 
 
 
7 
Quadro 3 – Exemplo de termo de ciência 
 
Termo de ciência 
Eu, _______________________________________, responsável pelo(a) aluno(a) 
_________________________________________, turma ___________, recebi as informações e 
orientações a respeito do Plano de Ensino Individualizado (PEI) para melhor atender às 
necessidades do(a) aluno(a) e assim promover o seu aprendizado. Como familiar, comprometo-
me a atualizar as informações médicas do(a) aluno(a), assim como as dos especialistas que o(a) 
acompanham, e informar ao colégio as suas necessidades específicas. É imprescindível a família 
acompanhar e promover o desenvolvimento do(a) aluno(a) em suas áreas cognitivas, emocionais 
e sociais, firmando assim parceria com o colégio. 
Cientes, assinam, nesta data: __/__/____. 
Responsável 
Orientadora educacional 
 Coordenadora pedagógica 
 
Fonte: Adaptado de ASP, [201-]. 
Como visto, a investigação inicial para posterior elaboração de um PEI 
envolve não só o professor, mas outros profissionais. A família é parte 
fundamental para que o plano funcione e seja elaborado de forma mais eficaz, 
que atenda à diferença ou necessidade de cada aluno. Nessa perspectiva, pensar 
em um PEI é também uma forma de inclusão, justamente por essa forte 
característica que fundamenta a escola inclusiva. 
TEMA 2 – A INCLUSÃO DO ALUNO COM TRANSTORNO DO ESPECTRO 
AUTISTA (TEA) 
O transtorno do espectro autista (TEA) é caracterizado por diferentes 
condições como dificuldades no relacionamento social, de domínio da linguagem, 
comportamento restrito e muitas vezes repetitivo. 
Kanner detectou duas condições básicas para o autismo: o isolamento e 
a imutabilidade. Para ele, o autismo pertencia, então, a um grupo de 
transtornos do neurodesenvolvimento denominados Transtornos 
Globais do Desenvolvimento (TGDs), Transtornos Invasivos do 
 
 
8 
Desenvolvimento (TIDs) e, atualmente, Transtorno do Espectro do 
Autismo (TEA). (Monteiro; Ribeiro, 2018, p. 913) 
A inclusão escolar do aluno com TEA envolve, entre tantas outras 
intenções, a de defender uma ação pedagógica que busque tornar o 
conhecimento alcançável, que envolva sua participação e que favoreça “[...] as 
possibilidades humanas de aprender, de desenvolver-se, de superar-se” (Barroco, 
2011, p. 170). 
Para viabilizar o atendimento do aluno com TEA, segundo Fernandes e 
Silva (2016, p. 8), 
Os professores, sejam especialistas ou não em Atendimento 
Educacional Especializado, devem demonstrar amor, dedicação, 
paciência, falar baixo, utilizar recursos visuais e concretos para que os 
alunos com TEA possam entender o conteúdo, chamar a atenção destes 
com delicadeza. Deve também incluí-los em jogos, brincadeiras e 
atividades, ser claro e objetivo, utilizar vocabulário de fácil entendimento, 
conhecer as áreas de interesse do aluno, dividir as tarefas propostas em 
etapas, auxiliar o aluno sempre que necessário, comunicar-se por meio 
de figuras, promover sua autonomia, criar um painel de rotinas, entre 
outras ações que contribuem significativamente para o desenvolvimento 
do aluno com Há intervenções psicoeducacionais que podem ser 
desenvolvidas pelos professores, tais como o Método Son-Rise, 
TEACCH (Tratamento e educação para autistas e crianças com 
distúrbios correlatos da comunicação), ABA (Análise aplicada ao 
comportamento), PECS (Sistema de comunicação mediante troca de 
figuras), entre outras. 
A discussão sobre a educação dos alunos com TEA na escola regular é um 
tema que merece ampla discussão, tanto nos seus aspectos teóricos como 
práticos, para que seja possível superar as barreiras impostas, fornecendo-se 
propostas pedagógicas diferentes e adequação curricular. 
TEMA 3 – A INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL 
A inclusão do aluno com deficiência registra um avanço histórico no Brasil, 
por ele hoje ter seus direitos garantidos, pela luta contra os preconceitos e a favor 
da inclusão, tendo a escola como espaço principal para seu acesso ao 
conhecimento e aprendizado, sendo-lhe proporcionadas condições de se 
desenvolver como cidadão e viver dignamente. 
Nesse contexto, é importante entendermos o que consiste a deficiência 
intelectual, no âmbito da saúde intelectual, comportamental e social. Segundo 
Rocha (2017, p. 25-26), 
Atualmente, o conceito de deficiência intelectual é baseado no sistema 
de classificação da AAIDD, American Association on Intelectual and 
 
 
9 
Developmental Disabilities (2011), que traz a denominação de 
deficiência intelectual (2010) em lugar de deficiência mental (1908– 
1958) ou retardo mental (1959–2009). A definição de deficiência 
intelectual, segundo a associação, é caracterizada por limitações 
significativas tanto em funcionamento intelectual como no 
comportamento adaptativo, que abrange habilidades sociais e práticas 
cotidianas, devendo aparecer antes dos 18 anos. 
Para facilitar a emissão de diagnósticos confiáveis, a American Psychiatric 
Association (APA, 2014) criou o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos 
mentais, em que apresenta os transtornos mentais, classificando a deficiência 
intelectual como um transtorno do neurodesenvolvimento e definindo-a da 
seguinte forma: 
Um grupo de condições com início no período do desenvolvimento. Os 
transtornos tipicamente se manifestam cedo no desenvolvimento, em 
geral antes de a criança ingressar na escola, sendo caracterizados por 
déficits no desenvolvimento que acarretam prejuízos no funcionamento 
pessoal, social, acadêmico ou profissional. Os déficits de 
desenvolvimento variam desde limitações muito específicas na 
aprendizagem ou no controle de funções executivas até prejuízos 
globais em habilidades sociais ou inteligência. É frequente a ocorrência 
de mais de um transtorno do neurodesenvolvimento [...]. A deficiência 
intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual) caracteriza-se por 
déficits em capacidades mentais genéricas, como raciocínio, solução de 
problemas, planejamento, pensamento abstrato, juízo, aprendizagem 
acadêmica e aprendizagem pela experiência. Os déficits resultam em 
prejuízos no funcionamento adaptativo, de modo que o indivíduo não 
consegue atingir padrões de independência pessoal e responsabilidade 
social em um ou mais aspectos da vida diária, incluindo comunicação, 
participação social, funcionamento acadêmico ou profissional e 
independência pessoal em casa ou na comunidade (APA, 2014, p. 72). 
O sistema oficial de codificação, conhecido como Classificação 
Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS), 
classifica deficiência intelectual (CID 10) como: 
[...] um transtorno com início no período do desenvolvimento que inclui 
déficits funcionais, tanto intelectuais quanto adaptativos, nos domínios 
conceitual, social e prático. Os três critérios a seguir devem ser 
preenchidos: a) Déficits em funções intelectuais como raciocínio, 
solução de problemas, planejamento, pensamento abstrato, juízo, 
aprendizagem acadêmica e aprendizagem pela experiência confirmados 
tanto pela avaliação clínica quanto por testes de inteligência 
padronizados e individualizados. b) Déficits em funções adaptativas que 
resultam em fracasso para atingir padrões de desenvolvimento e 
socioculturais em relação a independência pessoal e responsabilidadesocial. Sem apoio continuado, os déficits de adaptação limitam o 
funcionamento em uma ou mais atividades diárias, como comunicação, 
participação social e vida independente, e em múltiplos ambientes, como 
em casa, na escola, no local de trabalho e na comunidade. [...] Incluem 
déficits em capacidades mentais genéricas e prejuízo na função 
adaptativa diária na comparação com indivíduos pareados para idade, 
gênero e aspectos socioculturais. O início ocorre durante o período do 
desenvolvimento. O diagnóstico de deficiência intelectual baseia-se 
tanto em avaliação clínica quanto em testes padronizados das funções 
adaptativa e intelectual (APA, 2014, p. 74). 
 
 
10 
A inclusão dos alunos com deficiência intelectual é possível. Mesmo que 
enfrentem dificuldades no seu processo de alfabetização, esses alunos são 
capazes de desenvolver habilidades como oralidade e reconhecimento de sinais 
gráficos. 
A avaliação dos alunos com deficiência intelectual deve ser pensada de 
forma que observe os seus avanços durante o período letivo e não com critérios 
comparativos, com o intuito de estímulo à diversidade, incentivando-os a sempre 
apresentarem seu melhor, oferecendo-lhes credibilidade e oportunidade. 
TEMA 4 – A INCLUSÃO DO ALUNO COM DISLEXIA 
De acordo com Pennington (1997, citado por Albuquerque; Lima; 
Gonçalves, 2017, p. 17-18), as características mais comuns de serem observadas 
ente os disléxicos, tanto na leitura como na escrita, são: 
 confusão de letras, sílabas ou palavras com pequenas diferenças de grafia: 
o/a, c/o, e/f; 
 confusão de letras que possuem sons parecidos: b/d, p/q, d/t, m/b; 
 inversão parcial ou total de sílabas ou palavras: me em vez de em, sol em 
vez de los, som em vez de mos; 
 substituição de palavras por outras estruturas mais ou menos semelhantes: 
salvou no lugar de saltou, sentiu no lugar de mentiu; 
 contaminação de sons: lalito em vez de palito; 
 adição ou omissão de sons, sílabas ou palavras: casa em vez de casaco; 
 repetição de sílabas, palavras ou frases: mamacaco, paipai; 
 salto de linha, volta à linha anterior e perda da linha durante a leitura; 
 acompanhamento, com o dedo, da linha que está sendo lida; 
 leitura do texto palavra por palavra; 
 problema de compreensão de texto; 
 escrita em espelho (em sentido inverso ao normal); 
 letra ilegível; 
 leitura analítica e decifratória. 
Além dessas características, o disléxico tem grande dificuldade em exprimir 
suas ideias e pensamentos, bem como déficit na memória auditiva imediata. 
A inclusão do aluno com dislexia está prevista na Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional (LDB), a qual estabelece (Brasil, 1996) que a escola deve 
 
 
11 
garantir meios de atender a todos os alunos, inclusive aos que necessitam de 
atendimento educacional especializado (AEE), no caso os disléxicos, em suas 
necessidades e particularidades. 
É necessário que haja atenção, pois “a dislexia não é amenizada sem um 
tratamento apropriado. Não se trata de um problema que é superado com o tempo, 
ela não pode passar despercebida” (Gonçalves; Navarro, 2012, p. 83). O 
professor deve planejar suas aulas de forma que, entre um tema e outro, sejam 
feitas revisões, para que o aluno tire suas dúvidas e reforce aquilo que aprendeu. 
Aumentar o tempo disposto aos alunos disléxicos para as suas avaliações e 
atividades escritas também são ações que devem ser tomadas em prol dos alunos 
com dislexia, assim como a permissão do uso de tabuadas, dicionários e outros 
materiais que facilitem o processo de ensino e aprendizagem. É de extrema 
importância também que o professor tenha o hábito de ler os conteúdos, 
enunciados de atividades e explicações em voz alta, pois o disléxico tem melhor 
compreensão do que lhe é falado e não do que lhe é apresentado na forma escrita. 
Os pais, por sua vez, exercem um papel muito importante na rotina escolar 
do aluno com dislexia, o auxiliando nas atividades, explicando-lhe os conteúdos 
em partes, para que o processo não se torne cansativo e improdutivo. 
A dislexia não é considerada uma patologia por ser hereditária e genética 
e de origem neurobiológica. O tratamento desse distúrbio é feito por meio de 
medicamentos e intervenções de especialistas. 
TEMA 5 – A INCLUSÃO DO ALUNO COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE 
ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE (TDAH) 
O processo de inclusão do aluno com transtorno do déficit de atenção com 
hiperatividade (TDAH) tem início com a percepção dos pais e professores, que 
devem estar atentos aos seus filhos e alunos e aos sinais, por eles emitidos, que 
possam identificar indícios de TDAH. Para tanto, é importante entender melhor as 
características desse transtorno para que medidas iniciais sejam tomadas, assim 
como após o seu diagnóstico. 
Benczik (2013, p. 22) caracteriza o TDAH como: 
[...] uma condição neurobiológica que se caracteriza por um padrão 
persistente de desatenção, impulsividade e hiperatividade, de acordo 
com critérios propostos pelo DSM-IV-TR (American Psichiatric 
Association, 2003) que classificam os indivíduos com TDAH em três 
subtipos, dependendo das combinações de sintomas que 
 
 
12 
experimentam: a) TDAH do tipo Predominante Desatento; b) TDAH do 
tipo Predominante Hiperativo – Impulsivo e c) TDAH do tipo Combinado. 
O diagnóstico de TDAH deve ser feito por um médico neurologista, de 
preferência com especialização em neuropsicologia, um psicólogo e um 
psicopedagogo. Porém, o aluno com TDAH apresenta comportamento impulsivo, 
dificuldade em focar num conteúdo e seguir instruções, dificuldade em organizar 
seus materiais e em conviver com outros colegas. Essas características não são 
suficientes para diagnosticar o TDAH, em um aluno. O necessário e 
imprescindível, como já exposto, é a análise e o laudo de um especialista. 
Para Moura e Silva (2019, p. 3), 
Considerando que a legislação brasileira deve garantir a todo aluno o 
direito à uma educação de qualidade, deve-se ressaltar que os 
professores têm papel fundamental nesse processo e precisam propiciar 
para essas crianças uma aprendizagem significativa. Por isso, é 
importante conhecer um pouco de cada aprendiz e suas particularidades 
e, acima de tudo, respeitar as diferenças e limitações de todo indivíduo, 
enquanto ser único. 
Após o diagnóstico, a escola e o professor poderão trabalhar juntos em prol 
desse aluno com TDAH, bem como alertar e orientar os seus pais para efetuarem 
um trabalho em conjunto, sempre pensando no bem-estar e sucesso desse aluno. 
Algumas medidas simples podem contribuir com o processo de ensino e 
aprendizagem do aluno com TDAH, tais como: organizar a sala de forma que o 
aluno fique próximo ao professor e mais distante de colegas que possam provocá-
lo ou deixá-lo irritado; fazer com que esse aluno se sinta útil; verificar 
constantemente o seu desempenho nas atividades desenvolvidas, 
acompanhando-o nas tarefas propostas e, caso seja necessário, diminuir o ritmo 
para que esse aluno se enquadre ao aprendizado do conteúdo proposto. 
A valorização do que o aluno com TDAH está fazendo em sala de aula e 
fora dela também é de suma importância. Isso é uma forma de incentivar que ele 
se esforce cada vez mais. Da mesma forma e tão importante quanto, não é 
indicado que o aluno com TDAH se sinta constrangido, pois ele costuma 
apresentar comportamento mais sensível, podendo ocorrer a sua frustração e 
afastamento da sala de aula. 
Cada aluno com TDAH pode apresentar um tipo de comportamento 
diferente e isso dependerá muito do ambiente em que ele se encontra, de como o 
seu professor e os seus colegas convivem com essa diferença e da forma como 
conduzem todo esse processo de inclusão. 
 
 
13 
Para os alunos com TDAH, é de extrema importância que lhes seja 
oferecido um ambiente escolar acolhedor e confortável, para que possam se sentir 
protegidos e à vontade para se desenvolverem cada vez mais e melhor. 
 
 
14 
REFERÊNCIASALBUQUERQUE, D. A. de; LIMA, J. K. F. de; GONÇALVES, L. M. Dislexia e 
educação infantil: refletindo sobre o olhar dos professores. Trabalho de 
Conclusão do Curso (Graduação em Pedagogia) – Departamento de Habilitação 
Pedagógica, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2017. 
APA – American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de 
transtornos mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014. 
ASP – Associação Sul-Paranaense da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Programa 
educacional individualizado (PEI). Curitiba, [201-]. Disponível em: 
<www.crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/educacao/modelo_programa_educacion
al_individualizado.doc>. Acesso em: 20 set. 2019. 
BARROCO, S. M. S. Pedagogia histórico-crítica, psicologia histórico-cultural e 
educação especial: em defesa da pessoa com e sem deficiência. In: MARSIGLIA, 
A. C. G. (Org.). Pedagogia histórico-crítica: 30 anos. Campinas: Autores 
Associados, 2011. 
BENCZIK, E. Escala de transtorno do déficit de atenção e hiperatividade 
(ETDH-AD): versão adolescente e adultos. 1. ed. São Paulo: Vetor, 2013. 
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, 
Brasília, p. 27.833, 23 dez. 1996. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm>. Acesso em: 20 set. 2019. 
_____. Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015. Diário Oficial da União, Brasília, p. 
2, 7 jul. 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13146.htm>. Acesso em: 20 set. 2019. 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Projeto 
Escola Viva: garantindo o acesso e permanência de todos os alunos na escola – 
alunos com necessidades educacionais especiais. Brasília, 2000. 
FERNANDES, A. H.; SILVA, R. G. D. Formação do professor para a inclusão do 
aluno com transtorno do espectro autista (TEA) na rede regular de ensino. In: 
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Os desafios da escola pública 
paranaense na perspectiva do professor PDE: artigos 2016. Curitiba, 2016. 
(Cadernos PDE). Disponível em: 
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoe
 
 
15 
s_pde/2016/2016_artigo_edespecial_uem_adrianohidalgofernandes.pdf>. 
Acesso em: 20 set. 2019. 
GONÇALVES, D.; NAVARRO, E. Como trabalhar com criança disléxica. 
Interdisciplinar: Revista Eletrônica da Univar, n. 7, p. 81-85, 2012. 
MARIN, M.; BRAUN, P. Ensino colaborativo como prática de inclusão escolar. In: 
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