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RAIOX_XXXIII_

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E X A M E X X X I I I
PROVA 100% COMENTADA 
ANÁLISE ESTATÍSTICA
QUESTÕES PASSÍVEIS DE ANULAÇÃO 
DA OAB
A N Á L I S E C O M P L E T A
 www.oabnamedida.com.br
 
 
1 
 
 
Preparamos uma análise completa do XXXIII Exame da OAB, onde destacamos 
os comentários a cada uma das questões propostas pela FGV, divulgamos os dados 
estatísticos relativos aos padrões da prova, bem como apresentamos os 
fundamentos para o recurso quanto às questões que, no nosso entendimento, são 
passíveis de anulação. 
 
Sem enrolação, vamos ao estudo! 
 
 
ÍNDICE 
 
Comentários às Questões do XXXIII Exame.........................................................................02 
 Ética Profissional............................................................................................................. 02 
 Filosofia do Direito..........................................................................................................08
 Direito Constitucional..................................................................................................... 10 
 Direitos Humanos........................................................................................................... 16 
 Direito Internacional....................................................................................................... 18 
 Direito Tributário............................................................................................................ 20 
 Direito Administrativo.................................................................................................... 24 
 Direito Ambiental........................................................................................................... 30 
 Direito Civil..................................................................................................................... 32 
 ECA.................................................................................................................................. 38 
 Direito do Consumidor................................................................................................... 40 
 Direito Empresarial......................................................................................................... 42 
 Processo Civil.................................................................................................................. 46 
 Direito Penal................................................................................................................... 53 
 Processo Penal................................................................................................................ 59 
 Direito do Trabalho......................................................................................................... 65 
 Processo do Trabalho..................................................................................................... 70 
Análise Estatística......................................................................................................... ...... 74 
Padrões da Prova............................................................................................................. ... 81 
Questões Passíveis de Anulação......................................................................................... 83 
 
 
 
 
RAIO-X 
EXAME XXXIII DA OAB/FGV 
2 
 
 
COMENTÁRIOS ÀS QUESTÕES DO XXXIII EXAME 
 
ÉTICA PROFISSIONAL 
 
QUESTÃO - 01 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: D] 
[TEMA: ATIVIDADE DE ADVOCACIA] 
[SUBTEMA: SUBSTABELECIMENTO] 
 
Gabriel, advogado, exerce o patrocínio de 
Bruno em certo processo administrativo. 
Todavia, foi necessário o substabelecimento do 
mandato a Henrique. Considerando a hipótese 
apresentada, assinale a afirmativa correta. 
 
A) O substabelecimento do mandato com 
reserva de poderes a Henrique exigirá 
inequívoco conhecimento de Bruno. 
Comentário: Afirmação falsa. No 
substabelecimento com reserva de poderes, o 
advogado substabelecente continua no 
processo (não extingue o mandato), por isso, 
não há necessidade de concordância do 
cliente. 
 
B) Diante de substabelecimento com reserva 
de poderes, Henrique deverá ajustar 
antecipadamente os seus honorários com 
Bruno. 
Comentário: Afirmação falsa. Havendo 
substabelecimento com reserva de poderes, o 
advogado substabelecido (Henrique) não pode 
tratar dos honorários diretamente com o 
cliente, conforme art. 26 do EAOAB, que dispõe: 
O advogado substabelecido, com reserva de 
poderes, não pode cobrar honorários sem a 
intervenção daquele que lhe conferiu o 
substabelecimento. 
 
C) Caso Bruno não aceite a atuação de 
Henrique, por preferir o trabalho de outro 
advogado, Gabriel deverá privilegiar a atuação 
do outro profissional com ele no processo. 
Comentário: Afirmação falsa. O 
substabelecimento com reserva de poderes 
não depende da concordância do cliente. 
D) Diante de substabelecimento com reserva 
de poderes a Henrique, este não poderá cobrar 
honorários sem a intervenção de Gabriel. 
Comentário: Alternativa correta. Havendo 
substabelecimento com reserva de poderes, o 
advogado substabelecido (Henrique) não pode 
tratar dos honorários diretamente com o 
cliente, conforme art. 26 do EAOAB, que dispõe: 
O advogado substabelecido, com reserva de 
poderes, não pode cobrar honorários sem a 
intervenção daquele que lhe conferiu o 
substabelecimento. 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. 26 do EAOAB. 
 
QUESTÃO - 02 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: D] 
[TEMA: ÉTICA DO ADVOGADO] 
[SUBTEMA: PUBLICIDADE] 
 
O renomado advogado José deseja editar, para 
fins de publicidade, cartões de apresentação de 
suas atividades profissionais como advogado. 
José, especialista em arbitragem e conciliação, já 
exerceu a função de conciliador junto a órgãos do 
Poder Judiciário. Além disso, José, atualmente, é 
conselheiro em certo Conselho Seccional da OAB 
e é professor aposentado do curso de Direito de 
certa universidade federal. Considerando as 
informações dadas, assinale a afirmativa correta. 
 
A) É vedada menção, nos cartões de 
apresentação de José, à sua condição de 
conselheiro do Conselho Seccional, bem como 
à pregressa atuação de José como conciliador 
e à de professor universitário. 
Comentário: Afirmação falsa. De acordo com 
§ 2º do art. 44 do CEDOAB, é vedada a menção 
a qualquer emprego, cargo ou função ocupado, 
atual ou pretérito, em qualquer órgão ou 
instituição, salvo o de professor universitário. 
Desse modo, José pode fazer menção no seu 
cartão profissional APENAS à atividade de 
professor universitário. 
3 
 
B) É vedada menção, nos cartões de 
apresentação de José, à sua condição de 
conselheiro do Conselho Seccional. Todavia, 
autoriza-se a referência nos cartões à pregressa 
atuação de José como conciliador e à atividade 
de professor universitário. 
Comentário: Afirmação falsa. É vedada a 
menção a qualquer emprego, cargo ou função 
ocupado por José, atual ou pretérito, salvo o de 
professor. Desse modo, é vedada a menção à 
atividade de conciliador. 
 
C) É vedada menção, nos cartões de 
apresentação de José, à sua pregressa atuação 
como conciliador. Todavia, autoriza-se a 
referência nos cartões à condição de 
conselheiro do Conselho Seccional, bem como, 
à atividade de professor universitário. 
Comentário: Afirmação falsa. É vedada a 
menção à condição de Conselheiro Seccional, 
conforme § 2º do art. 44 do CEDOAB. 
 
D) É vedada menção, nos cartões de 
apresentação de José, à sua condição de 
conselheiro do Conselho Seccional, bem como 
à pregressa atuação de José como conciliador. 
Todavia, autoriza-se a referência nos cartões à 
atividade de professor universitário. 
Comentário: Alternativa correta. De acordo 
com § 2º do art. 44 do CEDOAB, é vedada a 
menção a qualquer emprego, cargo ou função 
ocupado, atual ou pretérito, em qualquer órgão 
ou instituição, salvo o de professor 
universitário. Dessemodo, José pode fazer 
menção no seu cartão profissional APENAS à 
atividade de professor universitário. 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. 44 do CEDOAB. 
 
QUESTÃO - 03 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: D] 
[TEMA: ESTAGIÁRIO] 
[SUBTEMA:] 
 
Lia, aluna do oitavo período de uma Faculdade 
de Direito, obteve de certo escritório de 
advocacia a proposta de um estágio 
profissional. Assim, pretende providenciar sua 
inscrição como estagiária junto à OAB. Lia 
deverá requerer sua inscrição como estagiária 
junto ao Conselho Seccional em cujo território 
se situa 
 
A) a sede do escritório onde atuará. 
Comentário: Afirmação falsa. De acordo com 
o art. 9º, § 2º, do EAOAB, a inscrição do 
estagiário é feita no Conselho Seccional em 
cujo território se localize seu curso jurídico. 
B) a sede principal da sua atividade de 
estagiária de advocacia. 
Comentário: Afirmação falsa. A inscrição do 
estagiário é feita no Conselho Seccional em 
cujo território se localize seu curso jurídico (art. 
9º, § 2º, do EAOAB). 
 
C) o seu domicílio de pessoa física. 
Comentário: Afirmação falsa. Conforme 
mencionado nas alternativas anteriores, a 
inscrição do estagiário é feita no Conselho 
Seccional em cujo território se localize seu 
curso jurídico (art. 9º, § 2º, do EAOAB). 
 
D) a Faculdade de Direito em que estuda. 
Comentário: Alternativa correta. A inscrição 
do estagiário é feita no Conselho Seccional em 
cujo território se localize seu curso jurídico, ou 
seja, no território em que a Faculdade de 
Direito em que estuda o estagiário (art. 9º, § 2º, 
do EAOAB). 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. 9º do EAOAB. 
 
QUESTÃO - 04 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: D] 
[TEMA: ATIVIDADE DE ADVOCACIA] 
[SUBTEMA: MANDATO] 
 
Anderson, advogado, decidiu renunciar ao 
mandato outorgado por Adriana. Nessa 
hipótese, segundo o Estatuto da Advocacia e 
da OAB, é correto afirmar que Anderson 
continuará a representar Adriana por 
4 
 
A) 10 dias, contados da notificação da renúncia, 
ainda que Adriana constitua novo advogado 
antes desse prazo. 
Comentário: Afirmação falsa. De acordo com 
o art. 5º, § 3º, do EAOAB, o advogado que 
renunciar ao mandato continuará, durante os 
10 (dez) dias seguintes à notificação da 
renúncia, a representar o mandante, salvo se 
for substituído antes do término desse 
prazo. Desse modo, se Anderson constituir 
novo advogado antes do decurso do prazo 
de 10 dias, não continuará representando 
Adriana. 
 
B) 15 dias, contados da notificação da renúncia, 
ainda que Adriana constitua novo advogado 
antes desse prazo. 
Comentário: Afirmação falsa. Conforme 
mencionado na alternativa "a", o prazo é de 10 
dias. Além disso, se Anderson constituir novo 
advogado antes do decurso do prazo de 10 
dias, não continuará representando Adriana. 
 
C) 15 dias, contados da notificação da renúncia, 
exceto se Adriana constituir novo advogado 
antes desse prazo. 
Comentário: Afirmação falsa. De acordo com 
o art. 5º, § 3º, do EAOAB, o advogado que 
renunciar ao mandato continuará, durante os 
10 (dez) dias seguintes à notificação da 
renúncia. 
 
D) 10 dias, contados da notificação da 
renúncia, exceto se Adriana constituir novo 
advogado antes desse prazo. 
Comentário: Alternativa correta. De acordo 
com o art. 5º, § 3º, do EAOAB, o advogado que 
renunciar ao mandato continuará, durante os 
10 (dez) dias seguintes à notificação da 
renúncia, a representar o mandante, salvo se 
for substituído antes do término desse prazo. 
Desse modo, se Adriana constituir outro 
advogado no prazo de 10 dias, Anderson não 
continuará representando sua cliente. 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. 5º do EAOAB. 
QUESTÃO - 05 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: B] 
[TEMA: HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS] 
[SUBTEMA:] 
 
A entidade de classe X, atuando em 
substituição processual, obteve, no âmbito de 
certo processo coletivo, decisão favorável aos 
membros da categoria. A advogada Cleide 
patrocinou a demanda, tendo convencionado 
com a entidade, previamente, certo valor em 
honorários. Ao final do feito, foram fixados 
honorários sucumbenciais pelo juiz. Sobre o 
caso apresentado, assinale a afirmativa correta. 
 
A) Cleide deverá optar entre os honorários 
convencionais e os sucumbenciais. 
Comentário: Afirmação falsa. A advogada 
Cleide tem direito de receber os honorários 
assistenciais (sucumbenciais) e também os 
honorários contratuais (art. 22, § 6º, do EAOAB). 
 
B) Cleide terá direito aos honorários 
sucumbenciais, sem prejuízo dos honorários 
convencionais. 
Comentário: Alternativa correta. A Lei nº 
13.725/2018 acrescentou o §6º e o §7º ao art. 
22 do EAOAB, passando a tratar dos honorários 
assistenciais (aqueles fixados em ações 
coletivas em favor da entidade de classe que 
atua em substituição processual), deixando 
claro a possibilidade de cumulação entre 
honorários assistenciais e honorários 
contratuais, o que muitas vezes era vedado pela 
Justiça do trabalho em relação às ações dos 
sindicatos. Tratando-se, portanto, de ação 
coletiva movida por sindicato, o mais correto, 
tecnicamente, seria que a questão fizesse 
referência aos honorários assistenciais (e não 
sucumbenciais), motivo pelo qual ela seria 
passível de anulação. 
 
C) Cleide só terá direito aos honorários 
convencionais e não aos sucumbenciais, que 
competirão à entidade de classe. 
5 
 
Comentário: Afirmação falsa. Conforme 
explicado nas alternativas anteriores, a 
advogada tem direito de cumular os dois tipos 
de honorários. 
 
D) Cleide terá apenas direito aos honorários 
convencionais e não aos sucumbenciais, que 
reverterão ao Fundo de Amparo ao 
Trabalhador. 
Comentário: Afirmação falsa. Conforme 
explicado nas alternativas anteriores, a 
advogada tem direito de cumular os dois tipos 
de honorários. 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. 22 do EAOAB. 
 
QUESTÃO - 06 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: C] 
[TEMA: INSCRIÇÃO NA OAB] 
[SUBTEMA:] 
 
Carlos é aluno do primeiro período do curso de 
Direito. Vinícius é bacharel em Direito, que 
ainda não realizou o Exame da Ordem. 
Fernanda é advogada inscrita na OAB. Todos 
eles são aprovados em concurso público 
realizado por Tribunal de Justiça para o 
preenchimento de vagas de Técnico Judiciário. 
Após a investidura de Carlos, Vinícius e 
Fernanda em tal cargo efetivo e, enquanto 
permanecerem em atividade, é correto afirmar 
que 
 
A) Carlos não poderá frequentar o estágio 
ministrado pela instituição de ensino superior 
em que está matriculado. 
Comentário: Afirmação falsa. Carlos poderá 
frequentar o estágio da faculdade, para fins de 
aprendizagem, mas não poderá ser inscrito 
como estagiário na OAB, conforme § 3º do art. 
9º do EAOAB: "O aluno de curso jurídico que 
exerça atividade incompatível com a advocacia 
pode frequentar o estágio ministrado pela 
respectiva instituição de ensino superior, para 
fins de aprendizagem, vedada a inscrição na 
OAB". 
B) Vinícius preencherá os requisitos 
necessários para ser inscrito como advogado 
na OAB, caso venha a ser aprovado no Exame 
da Ordem. 
Comentário: Afirmação falsa. O exercício de 
cargo de Técnico Judiciário é incompatível com 
a advocacia (proibição total de advogar), 
conforme art. 28, IV, do EAOAB. Sendo assim, 
Vinícius não poderá ser inscrito como 
advogado, uma vez que, conforme art. 8, V, do 
EAOAB, um dos requisitos para a inscrição é 
que o postulante não exerça atividade 
incompatível com a advocacia. 
C) Fernanda deverá ter sua inscrição na OAB 
cancelada de ofício ou em virtude de 
comunicação que pode ser feita por qualquer 
pessoa. 
Comentário: Alternativa correta. Tendo em 
vista que Fernanda passou a exercer atividade 
incompatível com a advocacia, em caráter 
permanente (não há previsão para o seu 
retorno), a sua inscrição como advogada deve 
ser cancelada (art. 11, IV, do EAOAB). 
 
D) Fernanda deverá ter sua inscriçãona OAB 
suspensa, restaurando-se o número em caso de 
novo pedido. 
Comentário: Afirmação falsa. Ao exercer 
atividade incompatível com a advocacia, em 
caráter permanente, a inscrição de Fernanda 
deve ser cancelada. 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. 11 do EAOAB, 
INDIRETAMENTE: art. 28 do EAOAB, 
INDIRETAMENTE: art. 8º do EAOAB. 
 
QUESTÃO - 07 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: A] 
[TEMA: ÉTICA DO ADVOGADO] 
[SUBTEMA: DISPOSIÇÕES GERAIS] 
 
Antônio, residente no Município do Rio de 
Janeiro, ajuizou em tal foro, assistido pelo 
advogado Bernardo, ação ordinária em face do 
6 
 
Banco Legal, com pedido de pagamento de 
indenização por danos morais supostamente 
sofridos por ter sido ofendido por segurança 
quando tentava ingressar em agência bancária 
localizada em Niterói. Ao despachar a petição 
inicial, o juiz verificou que Antônio ocultou a 
circunstância de que já havia proposto, perante 
um dos juizados especiais cíveis da comarca de 
Niterói, outra ação em face do Banco Legal em 
razão dos mesmos fatos, na qual o pedido 
indenizatório foi julgado improcedente, em 
decisão que já havia transitado em julgado 
quando ajuizada a ação no Rio de Janeiro. Em 
tal situação, caso se comprove que Bernardo 
agiu de forma coligada com Antônio para lesar 
o Banco Legal, Bernardo será responsabilizado 
 
A) solidariamente com Antônio, conforme 
apurado em ação própria. 
Comentário: Alternativa correta. De acordo 
com o parágrafo único do art. 32 do EAOAB, em 
caso de lide temerária, o advogado será 
solidariamente responsável com seu cliente, 
desde que coligado com este para lesar a parte 
contrária, o que será apurado em ação própria. 
Desse modo, caso se comprove que Bernardo 
agiu de forma coligada com Antônio para lesar 
o Banco Legal, Bernardo será responsabilizado 
solidariamente com Antônio, conforme 
apurado em ação própria. 
 
B) solidariamente com Antônio, conforme 
apurado nos próprios autos. 
Comentário: Afirmação falsa. A 
responsabilidade deve ser apurada em ação 
própria, conforme previsto no parágrafo único 
do art. 32 do EAOAB. 
C) subsidiariamente com Antônio, conforme 
apurado em ação própria. 
Comentário: Afirmação falsa. A 
responsabilidade é solidária, conforme 
explicado na alternativa "A". 
 
D) subsidiariamente em relação a Antônio, 
conforme apurado nos próprios autos. 
Comentário: Afirmação falsa. A 
responsabilidade é solidária e apurada em ação 
própria, conforme explicado na alternativa "A". 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. 32 do EAOAB. 
 
QUESTÃO - 08 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: C] 
[TEMA: ÉTICA DO ADVOGADO] 
[SUBTEMA: PUBLICIDADE] 
 
Luiz Felipe, advogado, mantém uma coluna 
semanal em portal na internet destinado ao 
público jurídico. Para que a conduta de Luiz 
Felipe esteja de acordo com as normas relativas 
à publicidade da profissão de advogado, ele 
poderá 
 
A) debater causa sob o patrocínio de outro 
advogado. 
Comentário: Afirmação falsa. De acordo com 
o art. 42, I, do CEDOAB, é vedado ao advogado 
debater, em qualquer meio de comunicação, 
causa sob o patrocínio de outro advogado. 
 
B) externar posicionamento que induza o leitor 
a litigar. 
Comentário: Afirmação falsa. De acordo com 
o art. 41 do CEDOAB, as colunas que o 
advogado mantiver nos meios de comunicação 
social ou os textos que por meio deles 
divulgar não deverão induzir o leitor a 
litigar nem promover, dessa forma, captação 
de clientela. Desse modo, Luiz Felipe não deve 
externar posicionamento que induza o leitor a 
litigar. 
 
C) responder à consulta sobre matéria jurídica 
de forma esporádica. 
Comentário: Alternativa correta. Conforme 
previsto no art. 42, I, do CEDOAB, é vedado ao 
advogado responder com habitualidade a 
consulta sobre matéria jurídica, nos meios de 
comunicação social. Desse modo, responder à 
7 
 
consulta de forma esporádica não 
caracteriza ofensa aos deveres do advogado 
em relação à publicidade. 
 
D) fazer referência ao seu telefone e e-mail de 
contato ao final da coluna. 
Comentário: Afirmação falsa. De acordo com 
o art. 40 do CEDOAB, é vedado o fornecimento 
de dados de contato, como endereço 
e telefone, em colunas ou artigos literários, 
culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados 
na imprensa, bem assim quando de eventual 
participação em programas de rádio ou 
televisão, ou em veiculação de matérias pela 
internet, sendo permitida a referência a e-
mail. Assim, Luiz Felipe não poderá fazer 
referência ao seu telefone ao final da 
coluna. 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. 42 do CEDOAB, 
INDIRETAMENTE: art. 40 do CEDOAB, 
INDIRETAMENTE: art. 41 do CEDOAB. 
 
 
 
8 
 
FILOSOFIA DO DIREITO 
 
QUESTÃO - 09 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: D] 
[TEMA: A CIÊNCIA DO DIREITO] 
[SUBTEMA:] 
 
"Este sistema, que consiste em fazer uso da 
oposição e da rivalidade dos interesses, na falta 
de motivos melhores, é o segredo de todos os 
negócios humanos, quer sejam particulares, 
quer públicos" (MADISON, James; HAMILTON, 
Alexander; JAY, John. In O Federalista). Os 
textos conhecidos na forma do livro O 
Federalista expressam um princípio de governo 
republicano que ficou conhecido como freios e 
contrapesos, que se propõe a assegurar a 
justiça e a liberdade que deveriam ser, segundo 
os autores, o fim de todo governo e da 
sociedade civil. Assinale a opção que melhor 
expressa, com base no livro em referência, o 
princípio dos freios e contrapesos. 
 
A) Assegurar o devido processo legal, de modo 
que todos aqueles que sejam acusados de 
terem cometido um ilícito contra um particular 
ou contra o Poder Público possam se valer de 
todos os instrumentos de defesa técnica 
adequada, tendo em vista impedir que o 
magistrado da causa julgue com base em suas 
convicções morais, filosóficas ou religiosas. 
Comentário: Afirmação falsa. Vide 
comentário à alternativa D. 
 
B) Assegurar um sistema de representação 
eleitoral em que a população manifeste sua 
vontade, mas escolhendo apenas 
representantes que tenham passado por um 
devido processo de formação política oferecido 
pela Escola de Governo da República. Essa 
Escola deve ser mantida pela União e as vagas 
devem ser repartidas proporcionalmente entre 
os partidos políticos. 
Comentário: Afirmação falsa. Vide 
comentário à alternativa D. 
C) Assegurar a ampla defesa e o contraditório, 
de forma que no desenrolar de uma ação 
judicial os argumentos de acusação e defesa se 
coloquem em equilíbrio e, dessa forma, não 
haja um peso excessivo apenas para um dos 
lados da causa, o que geraria uma inevitável 
injustiça. 
Comentário: Afirmação falsa. Vide 
comentário à alternativa D. 
 
D) Assegurar a vontade própria de cada Poder 
do Estado, de modo que aqueles que o 
exercitam tenham a menor influência na 
escolha dos representantes dos demais 
poderes. Além disso, deve-se organizar o poder 
legislativo em duas casas legislativas com 
eleições independentes, e deve-se, também, 
impedir que uma facção política destrua a 
outra. 
Comentário: Alternativa correta. Segundo os 
autores, a divisão dos poderes, estruturada na 
ideia de freios e contrapesos de Montesquieu, 
não impede a tirania por serem esses poderes 
distantes a ponto de não se relacionarem, mas 
exatamente por manterem uma certa 
proximidade e um mútuo controle necessários 
para a garantia da liberdade. No seguinte 
trecho da obra fica clara essa análise: "Destes 
fatos, pelos quais Montesquieu se guiou, pode 
ser claramente inferido que ao dizer: 'não pode 
haver liberdade quando os poderes legislativo e 
executivo estão unidos na mesma pessoa ou 
corpo de magistrados' ou 'se o poder de julgar 
não for independente dos poderes legislativo e 
executivo', ele não queria dizer que esses 
poderes não devem ter nenhuma ingerência 
parcial, ou nenhum controle sobre os atos uns 
dos outros. O que quis dizer, como suas própriaspalavras indicam e o exemplo que tinha sob os 
olhos revela ainda mais conclusivamente, não 
podia ser senão isto: que quando o poder de um 
braço é exercido pelas mesmas mãos que 
possuem todo o poder de outro, os princípios 
fundamentais de uma constituição livre estão 
subvertidos" (MADISON, James; HAMILTON, 
Alexander; JAY, John. Os Artigos Federalistas, 
9 
 
1787-1788: edição integral; tradução Maria 
Luiza X. de A. Borges - Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 1993, p. 333). 
 
REFERÊNCIA: 
DOUTRINA. 
 
QUESTÃO - 10 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: C] 
[TEMA: PRINCIPAIS CORRENTES 
FILOSÓFICAS] 
[SUBTEMA:] 
 
Norberto Bobbio, em seu livro Teoria da Norma 
Jurídica, considera a sanção uma das mais 
significativas características da norma jurídica. 
Ele diferencia a sanção jurídica da sanção moral 
e da sanção social, pelo fato de a sanção 
jurídica ser institucionalizada. Assinale a opção 
que, segundo Bobbio na obra em referência, 
expressa as características da sanção 
institucionalizada. 
 
A) A sanção que obriga a consciência dos 
destinatários da norma e que produz um 
sentimento de culpa, que é a consequência 
negativa ou desagradável decorrente da 
eventual violação da norma. 
Comentário: Afirmação falsa. Vide 
comentário à alternativa C. 
 
B) A sanção que resulta dos costumes e da vida 
em sociedade em geral, e que possui como fim 
tornar mais fácil ou menos difícil a convivência 
social. 
Comentário: Afirmação falsa. Vide 
comentário à alternativa C. 
 
C) A sanção que foi feita para os casos de 
violação de uma regra primária e que tem sua 
medida estabelecida dentro de certos termos, 
para ser executada por pessoas previamente 
determinadas. 
Comentário: Alternativa correta. Na obra 
Teoria da Norma Jurídica, Norberto Bobbio nos 
ensina que a sanção externa e 
institucionalizada é uma característica distintiva 
das normas jurídicas: "Não há dúvida de que o 
principal efeito da institucionalização da sanção 
é a maior eficácia das normas relativas. Quando 
se fala em sanção institucionalizada, entende-se 
estas três coisas, ainda que elas nem sempre se 
encontrem simultaneamente: 1) para toda 
violação de uma regra primária, é estabelecida 
a relativa sanção; 2) é estabelecida, se bem que 
dentro de certos termos, a medida da sanção; 3) 
são estabelecidas pessoas encarregadas de 
efetuar a execução. Como se vê, trata-se de 
limitações que tendem a disciplinar o fenômeno 
da sanção espontânea e imediata de grupo. Com 
a primeira limitação, se assegura a certeza da 
resposta, com a segunda, a proporcionalidade, 
com a terceira, a imparcialidade. Todas as três 
limitações, juntas, têm como fim comum 
aumentar a eficácia das regras institucionais e, 
consequentemente, da instituição em seu 
conjunto. Atendo-nos a estes critérios, 
poderemos dizer que o caráter das normas 
jurídicas está no fato de serem normas, em 
confronto com as morais e sociais, com eficácia 
reforçada" (BOBBIO, Norberto. Teoria da 
Norma Jurídica. Tradução Fernando Pavan 
Baptista e Ariani Bueno Sudatti. Bauru, SP: 
EDIPRO, 2ª ed. revista, 2003, p. 156). 
 
D) A sanção instituída pelo direito natural e que 
decorre da natureza mesma das coisas, da 
vontade de Deus e da razão humana. 
Comentário: Afirmação falsa. Vide 
comentário à alternativa C. 
 
REFERÊNCIA: 
DOUTRINA. 
 
 
10 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
QUESTÃO - 11 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: A] 
[TEMA: ORGANIZAÇÃO DOS PODERES] 
[SUBTEMA: PODER LEGISLATIVO] 
 
Ao apreciar as contas anuais do chefe do Poder 
Executivo do Município Y, o Tribunal de Contas 
emitiu parecer técnico contrário à sua 
aprovação, por entender que diversos 
dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal 
teriam sido violados. Ainda assim, em 
contrariedade a tal entendimento, a Câmara 
Municipal, por decisão dos seus membros, com 
apenas um voto vencido, julgou e aprovou tais 
contas. À luz da hipótese narrada, com 
fundamento no texto constitucional, assinale a 
afirmativa correta. 
 
A) A aprovação das contas do Prefeito do 
Município Y se deu em conformidade com o 
disposto no texto constitucional, já que parecer 
prévio do Tribunal de Contas não possui caráter 
vinculante, deixando de prevalecer por voto de, 
ao menos, dois terços dos membros da Câmara 
Municipal. 
Comentário: Alternativa correta. Emitido o 
parecer técnico pelo órgão competente sobre 
as contas que o Prefeito deve anualmente 
prestar, o parecer só deixará de prevalecer por 
decisão de dois terços dos membros da Câmara 
Municipal, conforme § 2º do art. 31 da CF/88. 
Desse modo, como no caso sob análise houve 
apenas um voto vencido, pode-se a afirmar que 
a aprovação das contas ocorreu em 
conformidade com a Constituição Federal. 
 
B) O parecer técnico emitido pelo Tribunal de 
Contas possui, excepcionalmente, caráter 
vinculante, de modo que, no caso em análise, 
as contas anuais apresentadas pelo Chefe do 
Executivo não poderiam ter sido aprovadas 
pela Câmara Municipal. 
Comentário: Afirmação falsa. O parecer 
técnico emitido pelo Tribunal de Contas não 
possui caráter vinculante, já que ele pode 
deixar de prevalecer mediante voto de dois 
terços dos membros da Câmara Municipal (§ 2º 
do art. 31 da CF/88) 
 
C) O Tribunal de Contas, órgão de controle 
externo auxiliar do Poder Legislativo, tem 
competência para analisar, julgar e rejeitar, em 
caráter definitivo, as contas anuais 
apresentadas pelo Chefe do Executivo local; 
portanto, é desnecessária a submissão do seu 
parecer à Câmara Municipal 
Comentário: Afirmação falsa. Conforme 
explicado nas alternativas anteriores, é 
necessária a submissão do parecer do Tribunal 
de Contas à Câmara Municipal (§ 2º do art. 31 
da CF/88) 
 
D) Como corolário da autonomia financeira e 
orçamentária inerente aos três poderes, as 
contas anuais do Chefe do Executivo municipal 
não se submetem à aprovação da Câmara local, 
eis que tal situação implica em indevida 
ingerência do Poder Legislativo sobre o Poder 
Executivo. 
Comentário: Afirmação falsa. O Tribunal de 
Contas possui atribuição para analisar as contas 
anuais apresentadas pelo Chefe do Executivo 
local, devendo o parecer ser apreciado 
pela Câmara Municipal, conforme § 2º do art. 
31 da CF/88. 
 
REFERÊNCIA: 
LEI: DIRETAMENTE: art. 31 da CF/88. 
 
QUESTÃO - 12 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: A] 
[TEMA: ORGANIZAÇÃO DO ESTADO] 
[SUBTEMA: REPARTIÇÃO DE 
COMPETÊNCIA] 
 
A Lei Y do Estado Beta obriga pessoas físicas ou 
jurídicas, independentemente da atividade que 
11 
 
exerçam, a oferecer estacionamento ao 
público, a cercar o respectivo local e a manter 
funcionários próprios para garantia da 
segurança, sob pena de pagamento de 
indenização em caso de prejuízos causados ao 
dono do veículo. A Confederação Nacional do 
Comércio procurou seus serviços, como 
advogado(a), visando obter esclarecimentos 
quanto à constitucionalidade da referida lei 
estadual. Sobre a Lei Y, com base na ordem 
jurídico-constitucional vigente, assinale a 
afirmativa correta. 
 
A) É inconstitucional, pois viola a competência 
privativa da União de legislar sobre matéria 
concernente ao Direito Civil. 
Comentário: Alternativa correta. Conforme 
posicionamento do STF, lei estadual que impõe 
a prestação de serviço segurança em 
estacionamento a toda pessoa física ou jurídica 
que disponibilize local para estacionamento é 
inconstitucional, quer por violação à 
competência privativa da União para legislar 
sobre direito civil, quer por violar a livre 
iniciativa.” 2. “Lei estadual que impõe a 
utilização de empregados próprios na entrada 
e saída de estacionamento, impedindo a 
terceirização, viola a competência privativa da 
União para legislar sobre direito do 
trabalho.”(ADI 451, Relator(a): Min. ROBERTO 
BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 
01/08/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-045 
DIVULG 08-03-2018 PUBLIC 09-03-2018).OBS: 
Embora esta questão tenha como 
fundamento a jurisprudência do STF, era 
possível acertar a alternativa correta, por 
eliminação, com base nas regras de 
competência trazidas pela CF/88. 
 
B) É inconstitucional, pois, conforme a 
Constituição Federal, compete ao ente 
municipal legislar sobre Direito do Consumidor. 
Comentário: Afirmação falsa. Não cabe ao 
Município legislar sobre Direito do Consumidor 
(trata-se de competência concorrente, 
conforme art. 24, VIII, da CF/88). Além disso, 
conforme entendimento do STF, a matéria 
versa sobre direito civil. 
 
C) É constitucional, pois versa sobre matéria 
afeta ao Direito do Consumidor, cuja 
competência legislativa privativa pertence ao 
Estado Beta. 
Comentário: Afirmação falsa. Os Estados não 
possuem competência privativa para legislar 
sobre Direito do Consumidor. Além disso, 
conforme entendimento do STF, a matéria 
versa sobre direito civil. 
 
D) É constitucional, pois, tratando a Lei de 
temática afeta ao Direito Civil, a competência 
legislativa concorrente entre a União e os 
Estados permite que Beta legisle sobre a 
matéria. 
Comentário: Afirmação falsa. A competência 
para legislar sobre Direito Civil é privativa da 
União, conforme previsto no art. 22, I, da 
CF/88. 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. 22 da CF/88, 
INDIRETAMENTE: art. 24 da CF/88. 
 
QUESTÃO - 13 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: B] 
[TEMA: ORGANIZAÇÃO DO ESTADO] 
[SUBTEMA: REPARTIÇÃO DE 
COMPETÊNCIA] 
 
No Município X, foi editada lei proibindo a 
queima da palha de cana-de-açúcar e o uso do 
fogo em atividades agrícolas. Tal diploma legal 
foi, então, impugnado pelo sindicato patronal 
representante dos produtores de álcool da 
região, ao argumento de que a municipalidade 
não detém competência para dispor sobre o 
assunto. A partir do caso enunciado, com base 
no texto constitucional, assinale a afirmativa 
correta. 
 
12 
 
A) Os Municípios apenas detêm competência 
para legislar sobre assuntos de interesse local; 
logo, como a proteção do meio ambiente 
engloba interesse federal e estadual, a lei 
municipal é inconstitucional. 
Comentário: Afirmação falsa. Como regra 
geral, os Municípios podem legislar sobre 
competência legislativa concorrente em 
matéria ambiental (art. 24 da CF/88), desde que 
seja no interesse local e suplementando a 
legislação federal e estadual no que couber (art. 
30, I e II da CF/88). 
 
B) A lei municipal é constitucional, eis que os 
Municípios possuem competência para dispor 
sobre a proteção do meio ambiente e o 
controle da poluição, no limite de seu interesse 
local e em harmonia com a disciplina 
estabelecida pelos demais entes federados. 
Comentário: Alternativa considerada 
correta. Os Municípios podem legislar sobre 
competência legislativa concorrente (art. 24), 
desde que seja no interesse local e 
suplementando a legislação federal e estadual 
no que couber (art. 30, I e II da CF/88). O STF, 
entretanto, julgou que é inconstitucional Lei 
Municipal que proíbe a queima de palha de 
cana-de-açúcar e o uso de fogo em atividades 
agrícolas. (RE 586224, Relator(a): Min. LUIZ FUX, 
Tribunal Pleno, julgado em 05/03/2015, 
ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL 
- MÉRITO DJe-085 DIVULG 07-05-2015 PUBLIC 
08-05-2015). Sendo assim, por contrariar 
expressamente o posicionamento do STF sobre 
o tema, a questão deveria ser anulada. 
 
C) Os Municípios têm competência para 
legislar sobre assuntos de interesse local; mas 
como o direito ao meio ambiente equilibrado 
demanda tratamento uniforme por todas as 
unidades da Federação, a lei municipal é 
inconstitucional. 
Comentário: Afirmação falsa. Como regra 
geral, os Municípios são competentes para 
legislar sobre o meio ambiente 
concorrentemente com a União e Estado no 
limite do seu interesse local e desde que tal 
regramento seja suplementar e harmônico com 
a disciplina estabelecida pelos demais entes 
federados (art. 24 § 6º combinado com o art. 30 
§ 1º e 2º da Constituição Federal), portanto, não 
há que se falar em tratamento uniforme por 
todas as unidades da Federação. 
D) Os Municípios possuem competência 
exclusiva para legislar sobre assuntos de 
interesse local e a preservação do meio 
ambiente, de modo que a lei municipal em 
questão é constitucional. 
Comentário: Afirmação falsa. Os Municípios 
não possuem competência exclusiva para 
legislar sobre preservação do meio ambiente. 
 
REFERÊNCIA: 
JURIS 
 
QUESTÃO - 14 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: D] 
[TEMA: DIREITOS E GARANTIAS 
FUNDAMENTAIS] 
[SUBTEMA: DIREITOS E DEVERES 
INDIVIDUAIS E COLETIVOS] 
 
A União, com o objetivo de recrudescer o 
combate aos crimes contra o patrimônio, 
insere, por meio da Lei Ordinária federal X, um 
novo artigo no Título II da Parte Especial do 
Código Penal, dispondo que “as penas de 
prestação de serviços à comunidade, se não 
forem cumpridas em até 10 (dez) dias após o 
trânsito em julgado da condenação, 
comunicam-se, desde que maiores de 18 
(dezoito) e menores de 60 (sessenta) anos, aos 
parentes em linha reta dos condenados.” Sobre 
a hipotética situação narrada, com base no 
ordenamento constitucional vigente, assinale a 
afirmativa correta. 
 
A) A Lei X é formal e materialmente 
constitucional, pois compete à União legislar 
privativamente sobre direito penal e 
processual. 
13 
 
Comentário: Afirmação falsa. A Lei X é 
materialmente inconstitucional, uma vez que 
afronta o princípio da pessoalidade ou 
intransmissibilidade da pena, conforme 
explicado na alternativa "D" 
 
B) A Lei X é inconstitucional, porque, apesar de 
a edição de normas com conteúdo penal estar 
inserida no rol de competências privativas da 
União, normas que impliquem em situação 
mais gravosa aos apenados demandam lei 
complementar. 
Comentário: Afirmação falsa. Não há 
necessidade de lei complementar por ausência 
de previsão constitucional. 
 
C) A Lei X é formal e materialmente 
constitucional, pois o princípio da 
intransmissibilidade da pena, inserido no rol de 
direitos e garantias fundamentais, restringe-se 
às sanções que impliquem em privação ou 
restrição à liberdade. 
Comentário: Afirmação falsa. Não há que se 
falar em inconstitucionalidade formal, uma vez 
que é competência privativa da União legislar 
sobre Direito Penal (art. 22, I, da CF/88). 
 
D) A Lei X é materialmente inconstitucional, 
pois as penas de prestação de serviços não 
podem transcender a pessoa do condenado, 
sob pena de ofensa ao princípio da 
pessoalidade ou intransmissibilidade da pena. 
Comentário: Alternativa correta. A Lei X é 
inconstitucional porque afronta diretamente o 
estabelecido no inciso XLV do art. 5 da CF/88: 
"nenhuma pena passará da pessoa do 
condenado, podendo a obrigação de reparar o 
dano e a decretação do perdimento de bens 
ser, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o 
limite do valor do patrimônio transferido". 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. 5 da CF/88 
 
 
QUESTÃO - 15 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: C] 
[TEMA: OUTROS TEMAS] 
[SUBTEMA:] 
 
O Município Alfa, situado no Estado Beta, 
negou-se a apresentar contas anuais de 
numerosos exercícios ao Tribunal de Contas do 
referido Estado. Convencido de não se tratar de 
meros equívocos, mas sim de tentativa de 
dissimular uma série de irregularidades 
administrativas, o Governador do Estado Beta 
encaminhou a questão à Procuradoria do 
Estado, a fim de saber se a situação ensejaria 
uma intervenção. A Procuradoria de Beta, após 
análise da Constituição Federal, informou 
corretamente que o caso 
 
A) não admite intervenção em Alfa, pois o fato 
de os Municípios brasileiros serem entes 
federativos autônomos lhes garante total 
independência no trato de seus recursos, 
impossibilitando a ingerência de outros entes. 
Comentário: Afirmação falsa. Permite-se a 
intervenção estadual,conforme explicado na 
alternativa "d". 
 
B) pode ensejar intervenção federal no 
Município Alfa, sendo que o Presidente da 
República somente poderá vir a decretá-la após 
solicitação formal por parte do Governador de 
Beta e o devido controle político pelo 
Congresso Nacional. 
Comentário: Afirmação falsa. Não se trata de 
intervenção federal, e sim de intervenção 
estadual (art. 35 da CF/88) 
 
C) enseja a intervenção estadual por decreto do 
próprio Governador de Beta, sendo o referido 
ato necessariamente dirigido, posteriormente, 
à Assembleia Legislativa de Beta, para que 
realize o devido controle político. 
Comentário: Alternativa correta. De acordo 
com o art. 35, II, da CF/88, o Estado poderá 
intervir no Município quando não forem 
14 
 
prestadas contas devidas, na forma da lei, o que 
será feito mediante decreto do Governador. O 
§ 1º do art. 36, por sua vez, estabelece que 
decreto de intervenção, que especificará a 
amplitude, o prazo e as condições de execução 
e que, se couber, nomeará o interventor, será 
submetido à apreciação do Congresso 
Nacional ou da Assembleia Legislativa do 
Estado, no prazo de vinte e quatro horas 
 
D) admite a intervenção estadual no Município 
Alfa, mas o Governador somente poderá 
decretá-la após a devida e formal solicitação 
por parte da Câmara Municipal de Alfa, que 
deverá, em seguida, exercer o controle político 
do ato. 
Comentário: Afirmação falsa. Não se exige 
devida e formal solicitação à Câmara Municipal 
de Alfa, para que a intervenção seja realizada. 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. 36 da CF/88, 
DIRETAMENTE: art. 35 da CF. 
 
QUESTÃO - 16 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: C] 
[TEMA: DIREITOS E GARANTIAS 
FUNDAMENTAIS] 
[SUBTEMA:] 
 
O parlamentar José, em apresentação na 
Câmara dos Deputados, afirmou que os direitos 
à informação e à liberdade jornalística possuem 
normatividade absoluta e, por esta razão, não 
podem ceder quando em colisão com os 
direitos à privacidade e à intimidade, já que 
estes últimos apenas tutelam interesses 
meramente individuais. Preocupado com o que 
reputou “um discurso radical”, o deputado 
Pedro recorreu a um advogado 
constitucionalista, a fim de que este lhe 
esclarecesse sobre quais direitos devem 
prevalecer quando os direitos à intimidade e à 
privacidade colidem com os direitos à 
liberdade jornalística e à informação. O 
advogado afirmou que, segundo o sistema 
jurídico-constitucional brasileiro, o parlamentar 
José 
 
A) está correto, pois, em razão do patamar 
atingido pelo Estado Democrático de Direito 
contemporâneo, os direitos à liberdade 
jornalística e à informação possuem valor 
absoluto em confronto com qualquer outro 
direito fundamental. 
Comentário: Afirmação falsa. Não há que se 
falar em "direito absoluto" quando se trata de 
colisão de direitos fundamentais, tendo em 
vista a necessidade de aplicação dos princípios 
da ponderação e da proporcionalidade no caso 
concreto. 
B) está equivocado, pois os tribunais entendem 
que os direitos à intimidade e à privacidade têm 
prevalência apriorística sobre os direitos à 
liberdade jornalística e à informação. 
Comentário: Afirmação falsa. Não há que se 
falar em prevalência apriorística de direito, uma 
vez que, no caso de colisão de direitos 
fundamentais, deve-se buscar a conciliação 
entre eles. 
 
C) está equivocado, pois, tratando-se de uma 
colisão entre direitos fundamentais, se deve 
buscar a conciliação entre eles, aplicando-se 
cada um em extensão variável, conforme a 
relevância que apresentem no caso concreto 
específico. 
Comentário: Alternativa correta. Havendo 
conflito de direitos fundamentais, como no 
caso em análise, deve-se aplicar os princípios 
da ponderação e da proporcionalidade no caso 
concreto. 
 
D) está correto, pois a questão envolve tão 
somente um conflito aparente de normas, que 
poderá ser adequadamente solucionado se 
corretamente utilizados os critérios da 
hierarquia, da temporalidade e da 
especialidade. 
15 
 
Comentário: Afirmação falsa. Não se trata de 
conflito aparente de normas, e sim de colisão 
de direitos fundamentais. 
 
REFERÊNCIA: 
DOUTRINA. 
 
QUESTÃO - 17 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: D] 
[TEMA: DIREITOS E GARANTIAS 
FUNDAMENTAIS] 
[SUBTEMA: DIREITOS E DEVERES 
INDIVIDUAIS E COLETIVOS] 
 
João, considerado suspeito de ter 
comercializado drogas ilícitas em festa 
realizada há duas semanas em badalada praia 
do Município Delta, após investigação policial, 
teve localizado seu endereço. Os policiais, sem 
perda de tempo, resolvem se dirigir para o 
referido endereço, e lá chegando, às 22h, 
mesmo sem permissão, entram na casa de João 
e realizam uma busca por provas e evidências. 
Segundo o sistema jurídico-constitucional 
brasileiro, a ação policial 
 
A) respeitou o direito à inviolabilidade 
domiciliar, já que a Constituição da República 
dispensa a necessidade de mandado judicial 
em situações nas quais esteja em questão a 
possibilidade de obtenção de provas para 
investigação criminal em curso. 
Comentário: Afirmação falsa. Houve ofensa 
ao direito à inviolabilidade domiciliar, conforme 
explicado na alternativa "d". 
 
B) desrespeitou o direito à inviolabilidade 
domiciliar, já que, como a Constituição da 
República não prevê explicitamente qualquer 
exceção a este direito, o ingresso na casa alheia, 
contra a vontade do morador, sempre exige 
ordem judicial. 
Comentário: Afirmação falsa. A Constituição 
Federal prevê expressamente as exceções à 
inviolabilidade domiciliar, conforme explicado 
na alternativa "d". 
 
C) respeitou o direito à inviolabilidade 
domiciliar, já que o sistema jurídico brasileiro 
considera que a plena fruição desse direito 
somente pode ser relativizada em situações nas 
quais o seu exercício venha a conceder 
proteção a alguma ação criminosa. 
Comentário: Afirmação falsa. Houve ofensa 
ao direito à inviolabilidade domiciliar, conforme 
explicado na alternativa "d". 
 
D) desrespeitou o direito à inviolabilidade 
domiciliar, já que, embora esse direito não seja 
absoluto e possua restrições expressas no 
próprio texto constitucional, a atuação dos 
agentes estatais não se deu no âmbito destas 
exceções. 
Comentário: 
De acordo com o art. 5º, XI, da CF/88, a casa é 
asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela 
podendo penetrar sem consentimento do 
morador, salvo em caso de flagrante delito 
ou desastre, ou para prestar socorro, ou, 
durante o dia, por determinação 
judicial. Desse modo, embora o direito 
fundamental possua restrições (à noite apenas 
quando se tratar de flagrante delito ou 
desastre, ou para prestar socorro), no caso 
concreto houve violação ao direito 
fundamental, uma vez que os policiais 
invadiram a casa de João à noite (22h), sem 
permissão, não se tratando de hipótese de 
flagrante delito, já que o fato criminoso teria 
ocorrido há duas semanas. 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. 5 da CF/88. 
 
 
 
16 
 
DIREITOS HUMANOS 
 
QUESTÃO - 18 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: A] 
[TEMA: TEORIA GERAL DOS DIREITOS 
HUMANOS] 
[SUBTEMA: CARACTERÍSTICAS DOS 
DIREITOS HUMANOS] 
 
Você, que atua na defesa de Direitos Humanos, 
foi convidado(a) para participar de um debate 
promovido pela Comissão de Direitos 
Humanos da OAB. Um dos debatedores 
afirmou, com base na Declaração e Programa 
de Ação de Viena, que é importante 
compreender que Direitos Humanos são 
indivisíveis e devem ser considerados com igual 
ênfase. Outro debatedor retrucou essa 
afirmação. No momento da sua fala, você deve 
esclarecer que, de acordo com a Declaração 
citada, os Direitos Humanos são 
 
A) indivisíveis, interdependentes e inter-
relacionados, e a comunidade internacional 
deve considerá-los em pé de igualdade. 
Comentário: Alternativa correta. Nesse 
sentido, a Declaração e Programa de Ação de 
Viena (1993), em seu itemI.5, dispõe da 
seguinte forma: "Todos os direitos humanos 
são universais, indivisíveis interdependentes 
e inter-relacionados. A comunidade 
internacional deve tratar os direitos 
humanos de forma global, justa e equitativa, 
em pé de igualdade e com a mesma ênfase. 
Embora particularidades nacionais e regionais 
devam ser levadas em consideração, assim 
como diversos contextos históricos, culturais e 
religiosos, é dever dos Estados promover e 
proteger todos os direitos humanos e 
liberdades fundamentais, sejam quais forem 
seus sistemas políticos, econômicos e 
culturais". 
 
B) divididos em direitos públicos e direitos 
privados, com ênfase nos direitos públicos 
como parte do Direito Positivo de cada país. 
Comentário: Afirmação falsa. A Declaração e 
Programa de Ação de Viena (1993), em seu 
item I.5, dispõe que "todos os direitos humanos 
são universais, indivisíveis interdependentes e 
inter-relacionados. A comunidade internacional 
deve tratar os direitos humanos de forma 
global, justa e equitativa, em pé de igualdade e 
com a mesma ênfase" 
 
C) divididos em direitos em sentido forte e 
direitos em sentido fraco, e que apenas os 
direitos civis e políticos são direitos humanos 
em sentido forte. 
Comentário: Afirmação falsa. A Declaração e 
Programa de Ação de Viena (1993), em seu 
item I.5, dispõe que "todos os direitos humanos 
são universais, indivisíveis interdependentes e 
inter-relacionados. A comunidade internacional 
deve tratar os direitos humanos de forma 
global, justa e equitativa, em pé de igualdade e 
com a mesma ênfase" 
 
D) conceitos acadêmicos sempre em disputa e 
que a Declaração e Programa de Ação de Viena 
não fala da indivisibilidade ou da divisibilidade 
dos Direitos Humanos. 
Comentário: Afirmação falsa. A Declaração e 
Programa de Ação de Viena (1993), em seu 
item I.5, dispõe que "todos os direitos humanos 
são universais, indivisíveis interdependentes e 
inter-relacionados. A comunidade internacional 
deve tratar os direitos humanos de forma 
global, justa e equitativa, em pé de igualdade e 
com a mesma ênfase" 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. I.5 da Declaração e 
Programa de Ação de Viena (1993). 
 
 
 
 
 
17 
 
QUESTÃO - 19 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: C] 
[TEMA: SISTEMA REGIONAL AMERICANO] 
[SUBTEMA: CONVENÇÃO AMERICANA 
SOBRE DIREITOS HUMANOS] 
 
Você, como advogada(o) atuante na defesa dos 
Direitos Humanos, foi convidada(o) para 
participar de um programa de debate na rádio 
local sobre a questão da pena de morte. Um 
dos debatedores, em certo ponto do programa, 
afirmou que, caso fosse aprovada uma 
Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 
suprimindo a vedação da pena de morte 
presente na Constituição, o Brasil poderia 
adotar esse tipo de pena. Na opinião desse 
debatedor, tratar-se-ia apenas de vontade 
política e não de questão jurídica. Diante disso, 
cabe a você esclarecer que 
 
A) essa PEC poderia ser aprovada pelo 
Congresso Nacional e surtir seus efeitos 
jurídicos, mas, por se tratar de uma questão 
política, o ideal seria que essa decisão fosse 
precedida de amplo debate popular. 
Comentário: Afirmação falsa. A PEC não 
poderia ser aprovada, mesmo diante de amplo 
debate popular. Vide comentário à alternativa 
C. 
 
B) essa PEC poderia ser aprovada pelo 
Congresso Nacional, mas, de acordo com a 
Constituição da República, uma decisão nesse 
sentido somente poderia ser implementada 
após aprovação em referendo popular. 
Comentário: Afirmação falsa. A PEC não 
poderia ser aprovada, ainda que submetida a 
referendo popular. Vide comentário à 
alternativa C. 
 
C) essa PEC não é juridicamente adequada, 
porque tal vedação é cláusula pétrea da 
Constituição e porque o Brasil promulgou o 
Protocolo Adicional à Convenção Americana 
sobre Direitos Humanos referente à abolição da 
pena de morte. 
Comentário: Alternativa correta. Assinado 
pelo Brasil, com reservas, e ratificado em 
13/08/1996, o Segundo Protocolo Adicional à 
Convenção Americana sobre Direitos Humanos 
veda a aplicação da pena de morte (art. 1), 
permitindo-se, entretanto, no momento de 
ratificação ou adesão, que o Estado-Parte 
declare que se reserva no direito de aplicar a 
pena de morte em tempo de guerra, de acordo 
com o Direito Internacional, por delitos 
sumamente graves de caráter militar. Além 
disso, as cláusulas pétreas, aí incluídos os 
direitos e garantias individuais, nos quais 
encontra-se a vedação à imposição de pena de 
morte (art. 5º, inciso XLVII, da CF/88), por serem 
consideradas o “núcleo duro” da Constituição 
Federal, não podem, em hipótese alguma, ser 
abolidas por Emenda Constitucional (art. 60, § 
4º, inciso IV, da CF/88). 
 
D) de acordo com a Constituição da República 
e a Convenção Americana sobre Direitos 
Humanos, apenas o Supremo Tribunal Federal 
poderia admitir a pena de morte, porque possui 
competência para relativizar a proteção a um 
direito fundamental, desde que para proteger 
outro direito fundamental. 
Comentário: Afirmação falsa. Não há 
previsão legal no sentido de que o Supremo 
Tribunal Federal possa admitir a pena de morte. 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. 1 do Segundo 
Protocolo Adicional à Convenção Americana 
sobre Direitos Humanos, DIRETAMENTE: art. 5º 
da CF/88, DIRETAMENTE: art. 60 da CF/88. 
 
 
18 
 
DIREITO INTERNACIONAL 
 
QUESTÃO - 20 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: C] 
[TEMA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO] 
[SUBTEMA: CONDIÇÃO JURÍDICA DO 
MIGRANTE] 
 
John, de nacionalidade americana, possui 
interesse em visitar seu filho Mário, brasileiro 
nato, de 18 anos, que reside no Brasil com sua 
mãe. Em sua visita, John pretende permanecer 
no país por apenas 10 (dez) dias. Diante do 
interesse manifestado por John em visitar o 
filho no Brasil, à luz da atual Lei de Migração 
(Lei no 13.445/17), assinale a afirmativa correta. 
 
A) Uma vez obtido o visto de visita, é direito 
subjetivo de John ingressar no Brasil. 
Comentário: Afirmação falsa. Mesmo após 
obtido o visto de visita, caso seja constatado 
que John tenha sido condenado ou esteja 
respondendo a processo em outro país por 
crime doloso passível de extradição segundo a 
lei brasileira, seu ingresso no País poderá ser 
impedido, conforme art. 45, inciso III, da Lei nº 
13.445/2017. 
 
B) John tem direito subjetivo ao visto de visita, 
em razão de a política migratória brasileira 
estabelecer a garantia do direito à reunião 
familiar, independentemente de outros 
requisitos previstos na atual Lei de Migração. 
Comentário: Afirmação falsa. Em que pese o 
direito à reunião familiar do migrante, ainda 
que obtido o visto de visita, caso seja 
constatado que John tenha sido condenado ou 
esteja respondendo a processo em outro país 
por crime doloso passível de extradição 
segundo a lei brasileira, seu ingresso no País 
poderá ser impedido, conforme art. 45, inciso 
III, da Lei nº 13.445/2017. 
 
C) John, mesmo após obter o visto de visita, 
poderá ser impedido de ingressar no Brasil, 
caso tenha sido condenado ou esteja 
respondendo a processo em outro país por 
crime doloso passível de extradição segundo a 
lei brasileira. 
Comentário: Alternativa correta. Ainda que 
tenha obtido o visto de visita, caso seja 
constatado que John tenha sido condenado ou 
esteja respondendo a processo em outro país 
por crime doloso passível de extradição 
segundo a lei brasileira, seu ingresso no País 
poderá ser impedido, conforme art. 45, inciso 
III, da Lei nº 13.445/2017. 
 
D) Se John tiver o intuito de estabelecer 
residência por tempo determinado no Brasil, 
deverá obrigatoriamente solicitar visto para 
trabalho, uma vez que a Lei de Migração não 
possui a previsão de concessão de visto 
temporário para reunião familiar. 
Comentário: Afirmação falsa. O visto 
temporário para reunião familiar encontra-se 
previsto no art. 14, inciso I, alínea "i", da Leinº 
13.445/2017. 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. 45 da Lei nº 
13.445/2017, INDIRETAMENTE: art. 14 da Lei nº 
13.445/2017. 
 
QUESTÃO - 21 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: C] 
[TEMA: DIREITO INTERNACIONAL 
PRIVADO] 
[SUBTEMA: APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO] 
 
Carlyle Schneider, engenheiro suíço, morava 
em Madison, Wisconsin, Estados Unidos da 
América, há 12 anos. Em meados de 2015, 
participou da construção de dois edifícios em 
Florianópolis, Brasil, dos quais se afeiçoou de 
tal modo, que decidiu adquirir uma unidade 
residencial em cada prédio. Portanto, apesar de 
bem estabelecido em Madison, era o Sr. 
Schneider proprietário de dois imóveis no 
Brasil. Em 10/12/2017, viajou à Alemanha e, ao 
19 
 
visitar um antigo casarão a ser restaurado, foi 
surpreendido pelo desabamento da construção 
sobre si, falecendo logo em seguida. Carlyle 
Schneider deixou 3 (três) filhos, que moravam 
na Suíça. A respeito dos limites da jurisdição 
nacional e da cooperação internacional, com 
base nas normas constantes do Código de 
Processo Civil, assinale a afirmativa correta. 
 
A) Em matéria de sucessão hereditária, 
compete exclusivamente à autoridade 
judiciária da Suíça, país de nacionalidade do 
autor da herança e de nacionalidade e 
residência dos herdeiros legítimos, proceder à 
partilha dos dois bens imóveis situados no 
Brasil. 
Comentário: Afirmação falsa. Compete à 
autoridade judiciária brasileira, com exclusão 
de qualquer outra, proceder a inventário e 
partilha de bens, situados no Brasil, ainda que 
o autor da herança seja estrangeiro ou tenha 
domicílio fora do território nacional (art. 23, 
inciso II, do CPC/2015). 
 
B) Em matéria de sucessão hereditária, 
compete concorrentemente à autoridade 
judiciária da Alemanha, local de óbito do autor 
da herança, proceder à partilha dos dois bens 
imóveis situados no Brasil. 
Comentário: Afirmação falsa. Compete à 
autoridade judiciária brasileira, com exclusão 
de qualquer outra, proceder a inventário e 
partilha de bens, situados no Brasil, ainda que 
o autor da herança seja estrangeiro ou tenha 
domicílio fora do território nacional (art. 23, 
inciso II, do CPC/2015). 
 
C) Em matéria de sucessão hereditária, 
compete exclusivamente ao Estado brasileiro, 
local de situação dos imóveis, proceder ao 
inventário e à partilha dos dois bens imóveis. 
Comentário: Alternativa correta. Nos termos 
do art. 23, inciso II, do CPC/2015, compete à 
autoridade judiciária brasileira, com exclusão 
de qualquer outra, proceder a inventário e 
partilha de bens, situados no Brasil, ainda que 
o autor da herança seja estrangeiro ou tenha 
domicílio fora do território nacional. 
 
D) Em matéria de sucessão hereditária, 
compete concorrentemente à autoridade 
judiciária dos Estados Unidos da América, país 
de residência do autor da herança, proceder à 
partilha dos dois bens imóveis situados no 
Brasil. 
Comentário: Afirmação falsa. Compete à 
autoridade judiciária brasileira, com exclusão 
de qualquer outra, proceder a inventário e 
partilha de bens, situados no Brasil, ainda que 
o autor da herança seja estrangeiro ou tenha 
domicílio fora do território nacional (art. 23, 
inciso II, do CPC/2015). 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. 23 do CPC/2015. 
 
 
 
20 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
QUESTÃO - 22 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: B] 
[TEMA: IMPOSTOS EM ESPÉCIE] 
[SUBTEMA: IMPOSTOS FEDERAIS] 
 
Um carregamento de computadores foi 
abandonado no porto pelo importador, que 
não chegou a realizar o desembaraço 
aduaneiro dentro do prazo previsto na 
legislação tributária. Por isso, a autoridade 
tributária, após o devido processo legal, aplicou 
a pena de perdimento e realizou leilão para 
alienação dos computadores. Diante dessa 
situação, a base de cálculo do imposto sobre a 
importação incidente na hipótese será o valor 
 
A) de mercado dos bens. 
Comentário: Afirmação falsa. A base de 
cálculo do imposto sobre a importação 
incidente no caso apresentado pelo enunciado 
será o valor da arrematação. Vide comentário à 
alternativa B. 
 
B) da arrematação. 
Comentário: Alternativa correta. O imposto, 
de competência da União, sobre produtos 
industrializados tem como fato gerador a sua 
arrematação, quando apreendido ou 
abandonado e levado a leilão (art. 46, inciso III, 
do CTN). Nesses casos, a base de cálculo do 
imposto será o preço da arrematação (art. 47, 
inciso III, do CTN). 
 
C) arbitrado pela autoridade tributária. 
Comentário: Afirmação falsa. Conforme 
comentário à alternativa B, a base de cálculo do 
imposto sobre a importação incidente, in casu, 
será o valor da arrematação. 
 
D) estimado dos bens, deduzindo-se os custos 
com armazenagem e as comissões do leiloeiro 
público. 
Comentário: Afirmação falsa. A base de 
cálculo do imposto, no caso, será o valor da 
arrematação, nos termos do comentário à 
alternativa B. 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. 46 do CTN, 
DIRETAMENTE: art. 47 do CTN. 
 
QUESTÃO - 23 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: C] 
[TEMA: TRIBUTO] 
[SUBTEMA: ESPÉCIES DE TRIBUTOS] 
 
A Assembleia Legislativa do Estado Alfa, 
castigado por chuvas torrenciais que causaram 
graves enchentes, aprovou lei complementar 
estadual de iniciativa parlamentar que instituiu 
empréstimo compulsório sobre a aquisição de 
veículos automotores no território estadual, 
vinculando os recursos obtidos ao combate dos 
efeitos das enchentes. Diante desse cenário, 
assinale a afirmativa correta. 
 
A) A iniciativa da lei que instituiu o empréstimo 
compulsório é privativa do chefe do Poder 
Executivo. 
Comentário: Afirmação falsa. De início, 
registra-se Estados não podem instituir 
empréstimos compulsórios, conforme 
comentário à alternativa C. Além disso, de 
acordo com o § 1º do art. 61 da CF/88, a 
iniciativa de lei complementar que institui 
empréstimo compulsório não é privativa do 
Chefe do Poder Executivo Federal, podendo, 
assim, ser proposta por qualquer membro ou 
Comissão da Câmara dos Deputados, do 
Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao 
Presidente da República, ao Supremo Tribunal 
Federal, aos Tribunais Superiores, ao 
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, 
na forma e nos casos previstos nesta 
Constituição (art. 61, caput, da CF/88). 
 
21 
 
B) O empréstimo compulsório necessita de lei 
complementar estadual para sua instituição. 
Comentário: Afirmação falsa. De início, 
registra-se Estados não podem instituir 
empréstimos compulsórios, conforme 
comentário à alternativa C. 
 
C) O Estado não pode instituir empréstimos 
compulsórios. 
Comentário: Alternativa correta. O 
empréstimo compulsório é tributo transitório 
de competência exclusiva da União, podendo 
ser criado apenas mediante lei complementar 
nas hipóteses expressamente previstas no art. 
148 da CF/88. No mesmo sentido o art. 15 do 
CTN, verbis: "somente a União, nos seguintes 
casos excepcionais, pode instituir empréstimos 
compulsórios: (...)" 
 
D) A vinculação da receita de empréstimos 
compulsórios é inconstitucional. 
Comentário: Afirmação falsa. Nos termos do 
art. 148, parágrafo único, da CF/88, a aplicação 
dos recursos provenientes de empréstimo 
compulsório será vinculada à despesa que 
fundamentou sua instituição. 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. 148 da CF/88, 
DIRETAMENTE: art. 15 do CTN, 
INDIRETAMENTE: art. 61 da CF/88. 
 
QUESTÃO - 24 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: D] 
[TEMA: CRÉDITO TRIBUTÁRIO] 
[SUBTEMA:] 
 
Lei municipal específica instituiu contribuição 
de melhoria para custeio de pavimentação 
asfáltica integralmente custeada pelo ente 
público na Rua ABC, localizada no Município X. 
Finalizada a obra e seguido o devido 
procedimento previsto na legislação para 
cálculo e cobrança deste tributo, Lucas, 
proprietário de imóvel substancialmente 
valorizado em decorrência da obra, recebeu 
notificação, em 01/06/2021, parapagamento 
do tributo até 30/06/2021. Contudo, nem 
pagou nem impugnou o débito tributário. 
Diante desse cenário, assinale a afirmativa 
correta. 
 
A) O prazo decadencial para constituição deste 
crédito tributário se encerra em cinco anos 
contados a partir da data de 01/06/2021. 
Comentário: Afirmação falsa. Como houve o 
lançamento do crédito tributário, não há que se 
falar em prazo decadencial (art. 173 do CTN). 
 
B) O prazo decadencial para constituição deste 
crédito tributário se encerra em cinco anos 
contados a partir da data de 30/06/2021. 
Afirmação falsa. Como houve o lançamento 
do crédito tributário, não há que se falar em 
prazo decadencial (art. 173 do CTN). 
 
C) O prazo prescricional para cobrança deste 
crédito tributário se encerra em cinco anos 
contados a partir da data de 01/06/2021. 
Comentário: Afirmação falsa. Como Lucas 
permaneceu inerte, o prazo prescricional 
iniciou-se a partir do primeiro dia após o 
término do prazo da notificação. Como o prazo 
da notificação terminou em 30/06/2021, o 
prazo prescricional começou a fluir a partir de 
01/07/2021. 
 
D) O prazo prescricional para cobrança deste 
crédito tributário se encerra em cinco anos 
contados a partir da data de 30/06/2021. 
Comentário: Alternativa considerada 
correta. No entanto, entendemos que a 
questão deve ser anulada. Isso porque, de 
acordo com entendimento do Superior 
Tribunal de Justiça, o prazo prescricional para 
cobrança do crédito tributário se inicia a partir 
do dia seguinte ao do vencimento para 
pagamento do tributo, ou seja, no caso 
analisado, como Lucas permaneceu inerte, o 
prazo prescricional seria contado após o 
término do prazo da notificação, ou seja, a 
partir de 01/07/2021 (e não 30/06/2021). Desse 
modo, considerando que a alternativa 
apontada como correta (D) informa que o 
22 
 
prazo prescricional teria início a partir de 
30/06/2021, verifica-se não haver alternativa 
correta (Súmula 622 do STJ). 
 
REFERÊNCIA: 
 
QUESTÃO - 25 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: B] 
[TEMA: LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO 
PODER DE TRIBUTAR] 
[SUBTEMA: PRINCÍPIOS 
CONSTITUCIONAIS] 
 
Em 10/11/2020, foi publicada lei ordinária 
federal que majorava a alíquota de 
contribuição previdenciária a ser cobrada do 
empregador, incidente sobre a folha de salários 
e demais rendimentos do trabalho pagos ou 
creditados, a qualquer título, à pessoa física que 
lhe preste serviço, mesmo sem vínculo 
empregatício. Diante desse cenário, a nova 
alíquota poderá ser aplicada 
 
A) a partir da data da publicação da lei. 
Comentário: Afirmação falsa. Deve ser 
observado, no caso, o princípio da 
anterioridade nonagesimal, conforme 
comentário à alternativa B. 
 
B) noventa dias a contar da data da publicação 
da lei. 
Comentário: Alternativa correta. O princípio 
da anterioridade objetiva estabelecer um 
período mínimo e razoável entre a publicação 
da lei que aumenta ou institui um tributo e a 
sua exigência - como no caso do enunciado - a 
fim de que o contribuinte não seja pego de 
surpresa e consiga se preparar 
economicamente para pagar a exação. Esse 
princípio estabelece duas regras (art. 150, inciso 
III, alíneas "b" e "c", da CF/88), a anterioridade 
anual (a norma que cria ou amenta tributo 
possui eficácia apenas no ano seguinte da 
publicação) e a anterioridade nonagesimal, ou 
noventena (além de respeitar a anterioridade 
anual, a lei que instituir ou aumentar tributo 
terá eficácia apenas após 90 dias contados de 
sua publicação), de modo que a lei só teria 
eficácia a partir de 10/02/2021. Por fim, no caso 
específico de leis que tratem de contribuições 
sociais, não há necessidade de se respeitar a 
anterioridade anual, apenas a nonagesimal. 
 
C) a partir do primeiro dia do exercício 
financeiro seguinte. 
Comentário: Afirmação falsa. Considerando 
que a lei que majorou a alíquota foi publicada 
em 10/11/2020, não se aplica a anterioridade 
anual, mas a nonagesimal, conforme 
comentário à alternativa B. 
 
D) a partir de noventa dias contados do 
primeiro dia do exercício financeiro seguinte. 
Comentário: Afirmação falsa. Pela regra da 
anterioridade nonagesimal, ou noventena, a lei 
que instituir ou aumentar tributo terá eficácia 
apenas após 90 dias contados de sua 
publicação, e não do primeiro dia do exercício 
financeiro seguinte. 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. 150 da CF/88. 
 
QUESTÃO - 26 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: A] 
[TEMA: RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA] 
[SUBTEMA: RESPONSABILIDADE POR 
TRANSFERÊNCIA] 
 
Panificadora Pães Fofos Ltda., tendo como 
sócio-administrador José, alienou seu fundo de 
comércio à Panificadora Flor de Lisboa Ltda., 
deixando de atuar comercialmente. Contudo, 9 
meses após a alienação do fundo de comércio, 
a Panificadora Pães Fofos Ltda. alugou um novo 
ponto comercial e retornou às atividades de 
panificação. Diante desse cenário, assinale a 
afirmativa correta. 
 
A) A Panificadora Flor de Lisboa Ltda. responde, 
integralmente, pelos tributos relativos ao fundo 
23 
 
adquirido, devidos até à data do ato de 
aquisição. 
Comentário: Alternativa correta. No caso de 
aquisição de estabelecimento ou fundo de 
comércio (art. 133 do CTN), o adquirente que 
prosseguir na atividade econômica do 
estabelecimento ou fundo de comércio 
responderá pelos tributos a ele relativos. Essa 
responsabilidade será: a) integral, se o 
alienante deixar de exercer atividades 
econômicas ou profissionais, ou b) subsidiária, 
se o alienante continuar a desempenhar 
qualquer atividade econômica ou profissional, 
ou voltar a desempenhar em até 6 meses. 
 
B) Ambas as panificadoras respondem, 
solidariamente, pelos tributos relativos ao 
fundo adquirido, devidos até à data do ato de 
aquisição. 
Comentário: Afirmação falsa. Apenas a 
Panificadora Flor de Lisboa Ltda. responde 
pelos tributos relativos ao fundo adquirido, 
conforme comentário à alternativa A. 
 
C) A Panificadora Pães Fofos Ltda. responde, 
subsidiariamente, pelos tributos relativos ao 
fundo adquirido, devidos até à data do ato de 
aquisição. 
Comentário: Afirmação falsa. Apenas a 
Panificadora Flor de Lisboa Ltda. responde 
pelos tributos relativos ao fundo adquirido, 
conforme comentário à alternativa A. 
 
D) A Panificadora Pães Fofos Ltda. e José, seu 
sócio-administrador, respondem, 
subsidiariamente, pelos tributos relativos ao 
fundo adquirido, devidos até à data do ato de 
aquisição. 
Comentário: Afirmação falsa. Apenas a 
Panificadora Flor de Lisboa Ltda. responde 
pelos tributos relativos ao fundo adquirido, 
conforme comentário à alternativa A. 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. 133 do CTN. 
 
 
 
24 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
QUESTÃO - 27 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: A] 
[TEMA: REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES 
PÚBLICOS] 
[SUBTEMA: PRINCIPAIS TEMAS DA LEI N. 
8.112/90] 
 
Flávio, oficial de justiça de determinado 
Tribunal Regional Federal, no exercício de suas 
atribuições, ao se dirigir para uma diligência, foi 
surpreendido por intenso tiroteio. Em razão 
disso, Flávio adentrou clandestinamente o 
imóvel de Júlia, sendo que permaneceu no local 
sem determinação judicial, por longo período e 
contra a vontade da proprietária. Diante da 
configuração de crime previsto na Lei de Abuso 
de Autoridade, Flávio foi denunciado no âmbito 
criminal, sendo certo que, após o devido 
processo legal, ele foi absolvido, em 
decorrência da caracterização de estado de 
necessidade, operando-se o trânsito em 
julgado da sentença. Paralelamente, foi 
instaurado processo administrativo disciplinar, 
para fins de obter a responsabilização de Flávio 
pela respectiva falta funcional. Diante dessa 
situação hipotética, assinale a afirmativa 
correta. 
 
A) O reconhecimento de que Flávio praticou o 
ato de abuso de autoridade em estado de 
necessidade na decisão prolatada na esfera 
penal faz coisajulgada no âmbito 
administrativo-disciplinar. 
Comentário: 
Alternativa correta. O servidor público pode 
responder administrativa, civil e penalmente 
pela infração cometida. A regra é a 
independência das responsabilidades nas 
esferas citadas. Entretanto, como exceção, 
haverá a isenção da responsabilidade 
administrativa quando houver absolvição 
criminal por inexistência do fato ou por 
negativa de autoria, nos termos do art. 126 da 
Lei nº 8.112/90. No caso do enunciado, 
considerando que o servidor público agiu em 
estado de necessidade, não existe fato típico, 
conforme dispõe o art. 23, inciso I, do CP: "Não 
há crime quando o agente pratica o fato: I - em 
estado de necessidade". 
 
B) A existência de ação penal por abuso de 
autoridade em face de Flávio deveria ter 
impedido a instauração do processo 
administrativo disciplinar, pois não é admitida 
duplicidade de responsabilização. 
Comentário: Afirmação falsa. O servidor 
público pode responder administrativa, civil e 
penalmente pela infração cometida, sendo, a 
regra, a independência das responsabilidades 
nas esferas citadas. Assim, não óbice à 
existência concomitante da ação penal e do 
processo administrativo pelo mesmo fato. 
 
C) A sentença penal que absolveu Flávio não 
pode repercutir na esfera administrativa-
disciplinar, uma vez que a sentença absolutória 
criminal somente pode refletir em outras 
esferas nas hipóteses de negativa de autoria. 
Comentário: Afirmação falsa. Haverá a 
isenção da responsabilidade administrativa 
quando houver absolvição criminal por 
inexistência do fato ou por negativa de autoria, 
nos termos do art. 126 da Lei nº 8.112/90. 
 
D) Não é possível aplicar penalidade 
administrativa-disciplinar a Flávio, na medida 
em que toda sentença absolutória penal vincula 
o controle pela Administração Pública, ainda 
que o fundamento criminal seja a ausência de 
prova. 
Comentário: Afirmação falsa. Não são todos 
os casos de absolvição na esfera penal que 
afastam a responsabilidade administrativa, mas 
apenas quando a absolvição criminal se 
fundamenta no reconhecimento da inexistência 
do fato ou por negativa de autoria, nos termos 
do art. 126 da Lei nº 8.112/90. 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. 126 da Lei nº 8.112/90, 
DIRETAMENTE: art. 23 do CP. 
25 
 
QUESTÃO - 28 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: A] 
[TEMA: BENS PÚBLICOS] 
[SUBTEMA:] 
 
Há muitos anos, Bruno invadiu sorrateiramente 
uma terra devoluta indispensável à defesa de 
fronteira, que já havia sido devidamente 
discriminada. Como não houve oposição, 
Bruno construiu uma casa, na qual passou a 
residir com sua família, além de usar o terreno 
subjacente para a agricultura de subsistência. A 
União, muitos anos depois do início da 
utilização do bem por Bruno, promoveu a sua 
notificação para desocupar o imóvel, em 
decorrência de sua finalidade de interesse 
público. Na qualidade de advogado(a) 
consultado(a) por Bruno, assinale a afirmativa 
correta. 
 
A) Bruno terá que desocupar o bem em 
questão e não terá direito à indenização pelas 
acessões e benfeitorias realizadas, pois era 
mero detentor do bem da União. 
Comentário: Alternativa correta. Como os 
bens públicos integram o patrimônio da 
Administração, evidentemente que suas regras 
diferem daquelas relativas aos bens 
particulares. Nesse aspecto, uma das 
características dos bens públicos é a 
imprescritibilidade, pela qual os bens públicos 
não podem ser objeto de prescrição aquisitiva, 
ou seja, não podem ser adquiridos pelo 
decurso do tempo (usucapião), conforme 
previsto nos artigos 183, § 3º, e 191, parágrafo 
único, da CF/88, art. 102 do CC e Súmula n. 340 
do STF. 
 
B) A União não poderia ter notificado Bruno 
para desocupar bem que não lhe pertence, na 
medida em que todas as terras devolutas são 
de propriedade dos estados em que se situam. 
Comentário: Afirmação falsa. De acordo com 
o art. 20, inciso II, da CF/88, são bens da 
União as terras devolutas indispensáveis à 
defesa das fronteiras. 
 
C) Bruno pode invocar o direito fundamental à 
moradia para reter o bem em questão, até que 
a União efetue o pagamento pelas acessões e 
benfeitorias realizadas. 
Comentário: Afirmação falsa. Ainda que se 
tratasse de uma propriedade privada, Bruno 
não teria direito de retenção, uma vez que a 
invadiu sorrateiramente (má-fé). Nesse 
aspecto, de acordo com o art. 1.219 do CC, 
apenas o possuidor de boa-fé tem direito à 
indenização das benfeitorias necessárias e 
úteis. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas 
somente as benfeitorias necessárias, não lhe 
assistindo o direito de retenção pela 
importância destas, nem o de levantar as 
voluptuárias (art. 1.220 do CC). 
 
D) Caso Bruno preencha os requisitos da 
usucapião extraordinária, não precisará 
desocupar o imóvel da União. 
Comentário: Afirmação falsa. Não é possível 
a usucapião, ainda que extraordinária (art. 
1.238 do CC), uma vez que os bens públicos 
não podem ser objeto de prescrição aquisitiva, 
ou seja, não podem ser adquiridos pelo 
decurso do tempo (usucapião), conforme 
previsto nos artigos 183, § 3º, e 191, parágrafo 
único, da CF/88, art. 102 do CC e Súmula n. 340 
do STF. 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: 183 da CF/88, 
DIRETAMENTE: art. 191 da CF/88, 
DIRETAMENTE: art. 102 do CC, DIRETAMENTE: 
Súmula n. 340 do STF, INDIRETAMENTE: art. 20 
da CF/88, INDIRETAMENTE: art. 1.219 do CC, 
INDIRETAMENTE: art. 1.220 do CC, 
INDIRETAMENTE: art. 1.238 do CC. 
 
 
 
 
 
26 
 
QUESTÃO - 29 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: C] 
[TEMA: CONTRATOS ADMINISTRATIVOS] 
[SUBTEMA: ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS 
ADMINISTRATIVOS] 
 
Para fins de contratar serviço de engenharia 
necessário ao desenvolvimento de sua 
atividade, que não abarca reforma de edifício 
ou equipamento, certa empresa pública federal 
realizou licitação, na forma da Lei nº 13.303/16. 
A sociedade empresária Feliz sagrou-se 
vencedora do certame. Após regular 
formalização do contrato, a entidade 
administrativa, diante do advento de nova 
tecnologia relevante, decidiu alterar as 
especificações do objeto, mediante 
aditamento. Acerca dessa situação hipotética, 
assinale a afirmativa correta. 
 
A) Ainda que haja acordo entre as partes, a 
alteração do contrato pretendida não é 
possível, em decorrência do princípio de que o 
pactuado deve ser respeitado. 
Comentário: Afirmação falsa. Os contratos 
regidos pela Lei nº 13.303/2016 podem ser 
alterados por acordo entre as partes (art. 72). 
 
B) A empresa pública tem a prerrogativa de 
realizar a alteração do contrato, 
independentemente de acordo com a 
sociedade empresária Feliz. 
Comentário: Afirmação falsa. Os contratos 
regidos pela Lei nº 13.303/2016 só podem ser 
alterados por acordo entre as partes (art. 72). 
 
C) A alteração do contrato depende de acordo 
com a sociedade empresária Feliz e deve 
respeitar o limite estabelecido na lei de 
regência. 
Comentário: Alternativa correta. Tendo sido 
realizada a licitação na forma da Lei nº 
13.303/16, deve ser aplicado, ao caso, portanto, 
o art. 72 de referido diploma legal, verbis: "os 
contratos regidos por esta Lei somente 
poderão ser alterados por acordo entre as 
partes, vedando-se ajuste que resulte em 
violação da obrigação de licitar". 
 
D) Se houver acordo entre as partes, não há 
limitação para a alteração do contrato 
formalizado com a sociedade empresária Feliz. 
Comentário: Afirmação falsa. Os contratos de 
licitação regidos pela Lei nº 13.303/16 somente 
podem ser alterados por acordo entre as 
partes, sendo vedados, no entanto, ajustes que 
resultem em violação da obrigação de licitar 
(art. 72). 
 
REFERÊNCIA: 
LEI, DIRETAMENTE: art. 72 da Lei nº 
13.303/2016. 
 
QUESTÃO - 30 
[EXAME: XXXIII] 
[GABARITO: B] 
[TEMA: INTERVENÇÃO DO ESTADO NA 
PROPRIEDADE PRIVADA] 
[SUBTEMA: DESAPROPRIAÇÃO] 
 
Luciano, proprietário de um terreno

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