Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
E X A M E X X X I I I PROVA 100% COMENTADA ANÁLISE ESTATÍSTICA QUESTÕES PASSÍVEIS DE ANULAÇÃO DA OAB A N Á L I S E C O M P L E T A www.oabnamedida.com.br 1 Preparamos uma análise completa do XXXIII Exame da OAB, onde destacamos os comentários a cada uma das questões propostas pela FGV, divulgamos os dados estatísticos relativos aos padrões da prova, bem como apresentamos os fundamentos para o recurso quanto às questões que, no nosso entendimento, são passíveis de anulação. Sem enrolação, vamos ao estudo! ÍNDICE Comentários às Questões do XXXIII Exame.........................................................................02 Ética Profissional............................................................................................................. 02 Filosofia do Direito..........................................................................................................08 Direito Constitucional..................................................................................................... 10 Direitos Humanos........................................................................................................... 16 Direito Internacional....................................................................................................... 18 Direito Tributário............................................................................................................ 20 Direito Administrativo.................................................................................................... 24 Direito Ambiental........................................................................................................... 30 Direito Civil..................................................................................................................... 32 ECA.................................................................................................................................. 38 Direito do Consumidor................................................................................................... 40 Direito Empresarial......................................................................................................... 42 Processo Civil.................................................................................................................. 46 Direito Penal................................................................................................................... 53 Processo Penal................................................................................................................ 59 Direito do Trabalho......................................................................................................... 65 Processo do Trabalho..................................................................................................... 70 Análise Estatística......................................................................................................... ...... 74 Padrões da Prova............................................................................................................. ... 81 Questões Passíveis de Anulação......................................................................................... 83 RAIO-X EXAME XXXIII DA OAB/FGV 2 COMENTÁRIOS ÀS QUESTÕES DO XXXIII EXAME ÉTICA PROFISSIONAL QUESTÃO - 01 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: D] [TEMA: ATIVIDADE DE ADVOCACIA] [SUBTEMA: SUBSTABELECIMENTO] Gabriel, advogado, exerce o patrocínio de Bruno em certo processo administrativo. Todavia, foi necessário o substabelecimento do mandato a Henrique. Considerando a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) O substabelecimento do mandato com reserva de poderes a Henrique exigirá inequívoco conhecimento de Bruno. Comentário: Afirmação falsa. No substabelecimento com reserva de poderes, o advogado substabelecente continua no processo (não extingue o mandato), por isso, não há necessidade de concordância do cliente. B) Diante de substabelecimento com reserva de poderes, Henrique deverá ajustar antecipadamente os seus honorários com Bruno. Comentário: Afirmação falsa. Havendo substabelecimento com reserva de poderes, o advogado substabelecido (Henrique) não pode tratar dos honorários diretamente com o cliente, conforme art. 26 do EAOAB, que dispõe: O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode cobrar honorários sem a intervenção daquele que lhe conferiu o substabelecimento. C) Caso Bruno não aceite a atuação de Henrique, por preferir o trabalho de outro advogado, Gabriel deverá privilegiar a atuação do outro profissional com ele no processo. Comentário: Afirmação falsa. O substabelecimento com reserva de poderes não depende da concordância do cliente. D) Diante de substabelecimento com reserva de poderes a Henrique, este não poderá cobrar honorários sem a intervenção de Gabriel. Comentário: Alternativa correta. Havendo substabelecimento com reserva de poderes, o advogado substabelecido (Henrique) não pode tratar dos honorários diretamente com o cliente, conforme art. 26 do EAOAB, que dispõe: O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode cobrar honorários sem a intervenção daquele que lhe conferiu o substabelecimento. REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. 26 do EAOAB. QUESTÃO - 02 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: D] [TEMA: ÉTICA DO ADVOGADO] [SUBTEMA: PUBLICIDADE] O renomado advogado José deseja editar, para fins de publicidade, cartões de apresentação de suas atividades profissionais como advogado. José, especialista em arbitragem e conciliação, já exerceu a função de conciliador junto a órgãos do Poder Judiciário. Além disso, José, atualmente, é conselheiro em certo Conselho Seccional da OAB e é professor aposentado do curso de Direito de certa universidade federal. Considerando as informações dadas, assinale a afirmativa correta. A) É vedada menção, nos cartões de apresentação de José, à sua condição de conselheiro do Conselho Seccional, bem como à pregressa atuação de José como conciliador e à de professor universitário. Comentário: Afirmação falsa. De acordo com § 2º do art. 44 do CEDOAB, é vedada a menção a qualquer emprego, cargo ou função ocupado, atual ou pretérito, em qualquer órgão ou instituição, salvo o de professor universitário. Desse modo, José pode fazer menção no seu cartão profissional APENAS à atividade de professor universitário. 3 B) É vedada menção, nos cartões de apresentação de José, à sua condição de conselheiro do Conselho Seccional. Todavia, autoriza-se a referência nos cartões à pregressa atuação de José como conciliador e à atividade de professor universitário. Comentário: Afirmação falsa. É vedada a menção a qualquer emprego, cargo ou função ocupado por José, atual ou pretérito, salvo o de professor. Desse modo, é vedada a menção à atividade de conciliador. C) É vedada menção, nos cartões de apresentação de José, à sua pregressa atuação como conciliador. Todavia, autoriza-se a referência nos cartões à condição de conselheiro do Conselho Seccional, bem como, à atividade de professor universitário. Comentário: Afirmação falsa. É vedada a menção à condição de Conselheiro Seccional, conforme § 2º do art. 44 do CEDOAB. D) É vedada menção, nos cartões de apresentação de José, à sua condição de conselheiro do Conselho Seccional, bem como à pregressa atuação de José como conciliador. Todavia, autoriza-se a referência nos cartões à atividade de professor universitário. Comentário: Alternativa correta. De acordo com § 2º do art. 44 do CEDOAB, é vedada a menção a qualquer emprego, cargo ou função ocupado, atual ou pretérito, em qualquer órgão ou instituição, salvo o de professor universitário. Dessemodo, José pode fazer menção no seu cartão profissional APENAS à atividade de professor universitário. REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. 44 do CEDOAB. QUESTÃO - 03 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: D] [TEMA: ESTAGIÁRIO] [SUBTEMA:] Lia, aluna do oitavo período de uma Faculdade de Direito, obteve de certo escritório de advocacia a proposta de um estágio profissional. Assim, pretende providenciar sua inscrição como estagiária junto à OAB. Lia deverá requerer sua inscrição como estagiária junto ao Conselho Seccional em cujo território se situa A) a sede do escritório onde atuará. Comentário: Afirmação falsa. De acordo com o art. 9º, § 2º, do EAOAB, a inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional em cujo território se localize seu curso jurídico. B) a sede principal da sua atividade de estagiária de advocacia. Comentário: Afirmação falsa. A inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional em cujo território se localize seu curso jurídico (art. 9º, § 2º, do EAOAB). C) o seu domicílio de pessoa física. Comentário: Afirmação falsa. Conforme mencionado nas alternativas anteriores, a inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional em cujo território se localize seu curso jurídico (art. 9º, § 2º, do EAOAB). D) a Faculdade de Direito em que estuda. Comentário: Alternativa correta. A inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional em cujo território se localize seu curso jurídico, ou seja, no território em que a Faculdade de Direito em que estuda o estagiário (art. 9º, § 2º, do EAOAB). REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. 9º do EAOAB. QUESTÃO - 04 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: D] [TEMA: ATIVIDADE DE ADVOCACIA] [SUBTEMA: MANDATO] Anderson, advogado, decidiu renunciar ao mandato outorgado por Adriana. Nessa hipótese, segundo o Estatuto da Advocacia e da OAB, é correto afirmar que Anderson continuará a representar Adriana por 4 A) 10 dias, contados da notificação da renúncia, ainda que Adriana constitua novo advogado antes desse prazo. Comentário: Afirmação falsa. De acordo com o art. 5º, § 3º, do EAOAB, o advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os 10 (dez) dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o mandante, salvo se for substituído antes do término desse prazo. Desse modo, se Anderson constituir novo advogado antes do decurso do prazo de 10 dias, não continuará representando Adriana. B) 15 dias, contados da notificação da renúncia, ainda que Adriana constitua novo advogado antes desse prazo. Comentário: Afirmação falsa. Conforme mencionado na alternativa "a", o prazo é de 10 dias. Além disso, se Anderson constituir novo advogado antes do decurso do prazo de 10 dias, não continuará representando Adriana. C) 15 dias, contados da notificação da renúncia, exceto se Adriana constituir novo advogado antes desse prazo. Comentário: Afirmação falsa. De acordo com o art. 5º, § 3º, do EAOAB, o advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os 10 (dez) dias seguintes à notificação da renúncia. D) 10 dias, contados da notificação da renúncia, exceto se Adriana constituir novo advogado antes desse prazo. Comentário: Alternativa correta. De acordo com o art. 5º, § 3º, do EAOAB, o advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os 10 (dez) dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o mandante, salvo se for substituído antes do término desse prazo. Desse modo, se Adriana constituir outro advogado no prazo de 10 dias, Anderson não continuará representando sua cliente. REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. 5º do EAOAB. QUESTÃO - 05 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: B] [TEMA: HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS] [SUBTEMA:] A entidade de classe X, atuando em substituição processual, obteve, no âmbito de certo processo coletivo, decisão favorável aos membros da categoria. A advogada Cleide patrocinou a demanda, tendo convencionado com a entidade, previamente, certo valor em honorários. Ao final do feito, foram fixados honorários sucumbenciais pelo juiz. Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa correta. A) Cleide deverá optar entre os honorários convencionais e os sucumbenciais. Comentário: Afirmação falsa. A advogada Cleide tem direito de receber os honorários assistenciais (sucumbenciais) e também os honorários contratuais (art. 22, § 6º, do EAOAB). B) Cleide terá direito aos honorários sucumbenciais, sem prejuízo dos honorários convencionais. Comentário: Alternativa correta. A Lei nº 13.725/2018 acrescentou o §6º e o §7º ao art. 22 do EAOAB, passando a tratar dos honorários assistenciais (aqueles fixados em ações coletivas em favor da entidade de classe que atua em substituição processual), deixando claro a possibilidade de cumulação entre honorários assistenciais e honorários contratuais, o que muitas vezes era vedado pela Justiça do trabalho em relação às ações dos sindicatos. Tratando-se, portanto, de ação coletiva movida por sindicato, o mais correto, tecnicamente, seria que a questão fizesse referência aos honorários assistenciais (e não sucumbenciais), motivo pelo qual ela seria passível de anulação. C) Cleide só terá direito aos honorários convencionais e não aos sucumbenciais, que competirão à entidade de classe. 5 Comentário: Afirmação falsa. Conforme explicado nas alternativas anteriores, a advogada tem direito de cumular os dois tipos de honorários. D) Cleide terá apenas direito aos honorários convencionais e não aos sucumbenciais, que reverterão ao Fundo de Amparo ao Trabalhador. Comentário: Afirmação falsa. Conforme explicado nas alternativas anteriores, a advogada tem direito de cumular os dois tipos de honorários. REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. 22 do EAOAB. QUESTÃO - 06 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: C] [TEMA: INSCRIÇÃO NA OAB] [SUBTEMA:] Carlos é aluno do primeiro período do curso de Direito. Vinícius é bacharel em Direito, que ainda não realizou o Exame da Ordem. Fernanda é advogada inscrita na OAB. Todos eles são aprovados em concurso público realizado por Tribunal de Justiça para o preenchimento de vagas de Técnico Judiciário. Após a investidura de Carlos, Vinícius e Fernanda em tal cargo efetivo e, enquanto permanecerem em atividade, é correto afirmar que A) Carlos não poderá frequentar o estágio ministrado pela instituição de ensino superior em que está matriculado. Comentário: Afirmação falsa. Carlos poderá frequentar o estágio da faculdade, para fins de aprendizagem, mas não poderá ser inscrito como estagiário na OAB, conforme § 3º do art. 9º do EAOAB: "O aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível com a advocacia pode frequentar o estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, para fins de aprendizagem, vedada a inscrição na OAB". B) Vinícius preencherá os requisitos necessários para ser inscrito como advogado na OAB, caso venha a ser aprovado no Exame da Ordem. Comentário: Afirmação falsa. O exercício de cargo de Técnico Judiciário é incompatível com a advocacia (proibição total de advogar), conforme art. 28, IV, do EAOAB. Sendo assim, Vinícius não poderá ser inscrito como advogado, uma vez que, conforme art. 8, V, do EAOAB, um dos requisitos para a inscrição é que o postulante não exerça atividade incompatível com a advocacia. C) Fernanda deverá ter sua inscrição na OAB cancelada de ofício ou em virtude de comunicação que pode ser feita por qualquer pessoa. Comentário: Alternativa correta. Tendo em vista que Fernanda passou a exercer atividade incompatível com a advocacia, em caráter permanente (não há previsão para o seu retorno), a sua inscrição como advogada deve ser cancelada (art. 11, IV, do EAOAB). D) Fernanda deverá ter sua inscriçãona OAB suspensa, restaurando-se o número em caso de novo pedido. Comentário: Afirmação falsa. Ao exercer atividade incompatível com a advocacia, em caráter permanente, a inscrição de Fernanda deve ser cancelada. REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. 11 do EAOAB, INDIRETAMENTE: art. 28 do EAOAB, INDIRETAMENTE: art. 8º do EAOAB. QUESTÃO - 07 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: A] [TEMA: ÉTICA DO ADVOGADO] [SUBTEMA: DISPOSIÇÕES GERAIS] Antônio, residente no Município do Rio de Janeiro, ajuizou em tal foro, assistido pelo advogado Bernardo, ação ordinária em face do 6 Banco Legal, com pedido de pagamento de indenização por danos morais supostamente sofridos por ter sido ofendido por segurança quando tentava ingressar em agência bancária localizada em Niterói. Ao despachar a petição inicial, o juiz verificou que Antônio ocultou a circunstância de que já havia proposto, perante um dos juizados especiais cíveis da comarca de Niterói, outra ação em face do Banco Legal em razão dos mesmos fatos, na qual o pedido indenizatório foi julgado improcedente, em decisão que já havia transitado em julgado quando ajuizada a ação no Rio de Janeiro. Em tal situação, caso se comprove que Bernardo agiu de forma coligada com Antônio para lesar o Banco Legal, Bernardo será responsabilizado A) solidariamente com Antônio, conforme apurado em ação própria. Comentário: Alternativa correta. De acordo com o parágrafo único do art. 32 do EAOAB, em caso de lide temerária, o advogado será solidariamente responsável com seu cliente, desde que coligado com este para lesar a parte contrária, o que será apurado em ação própria. Desse modo, caso se comprove que Bernardo agiu de forma coligada com Antônio para lesar o Banco Legal, Bernardo será responsabilizado solidariamente com Antônio, conforme apurado em ação própria. B) solidariamente com Antônio, conforme apurado nos próprios autos. Comentário: Afirmação falsa. A responsabilidade deve ser apurada em ação própria, conforme previsto no parágrafo único do art. 32 do EAOAB. C) subsidiariamente com Antônio, conforme apurado em ação própria. Comentário: Afirmação falsa. A responsabilidade é solidária, conforme explicado na alternativa "A". D) subsidiariamente em relação a Antônio, conforme apurado nos próprios autos. Comentário: Afirmação falsa. A responsabilidade é solidária e apurada em ação própria, conforme explicado na alternativa "A". REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. 32 do EAOAB. QUESTÃO - 08 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: C] [TEMA: ÉTICA DO ADVOGADO] [SUBTEMA: PUBLICIDADE] Luiz Felipe, advogado, mantém uma coluna semanal em portal na internet destinado ao público jurídico. Para que a conduta de Luiz Felipe esteja de acordo com as normas relativas à publicidade da profissão de advogado, ele poderá A) debater causa sob o patrocínio de outro advogado. Comentário: Afirmação falsa. De acordo com o art. 42, I, do CEDOAB, é vedado ao advogado debater, em qualquer meio de comunicação, causa sob o patrocínio de outro advogado. B) externar posicionamento que induza o leitor a litigar. Comentário: Afirmação falsa. De acordo com o art. 41 do CEDOAB, as colunas que o advogado mantiver nos meios de comunicação social ou os textos que por meio deles divulgar não deverão induzir o leitor a litigar nem promover, dessa forma, captação de clientela. Desse modo, Luiz Felipe não deve externar posicionamento que induza o leitor a litigar. C) responder à consulta sobre matéria jurídica de forma esporádica. Comentário: Alternativa correta. Conforme previsto no art. 42, I, do CEDOAB, é vedado ao advogado responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos meios de comunicação social. Desse modo, responder à 7 consulta de forma esporádica não caracteriza ofensa aos deveres do advogado em relação à publicidade. D) fazer referência ao seu telefone e e-mail de contato ao final da coluna. Comentário: Afirmação falsa. De acordo com o art. 40 do CEDOAB, é vedado o fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em colunas ou artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa, bem assim quando de eventual participação em programas de rádio ou televisão, ou em veiculação de matérias pela internet, sendo permitida a referência a e- mail. Assim, Luiz Felipe não poderá fazer referência ao seu telefone ao final da coluna. REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. 42 do CEDOAB, INDIRETAMENTE: art. 40 do CEDOAB, INDIRETAMENTE: art. 41 do CEDOAB. 8 FILOSOFIA DO DIREITO QUESTÃO - 09 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: D] [TEMA: A CIÊNCIA DO DIREITO] [SUBTEMA:] "Este sistema, que consiste em fazer uso da oposição e da rivalidade dos interesses, na falta de motivos melhores, é o segredo de todos os negócios humanos, quer sejam particulares, quer públicos" (MADISON, James; HAMILTON, Alexander; JAY, John. In O Federalista). Os textos conhecidos na forma do livro O Federalista expressam um princípio de governo republicano que ficou conhecido como freios e contrapesos, que se propõe a assegurar a justiça e a liberdade que deveriam ser, segundo os autores, o fim de todo governo e da sociedade civil. Assinale a opção que melhor expressa, com base no livro em referência, o princípio dos freios e contrapesos. A) Assegurar o devido processo legal, de modo que todos aqueles que sejam acusados de terem cometido um ilícito contra um particular ou contra o Poder Público possam se valer de todos os instrumentos de defesa técnica adequada, tendo em vista impedir que o magistrado da causa julgue com base em suas convicções morais, filosóficas ou religiosas. Comentário: Afirmação falsa. Vide comentário à alternativa D. B) Assegurar um sistema de representação eleitoral em que a população manifeste sua vontade, mas escolhendo apenas representantes que tenham passado por um devido processo de formação política oferecido pela Escola de Governo da República. Essa Escola deve ser mantida pela União e as vagas devem ser repartidas proporcionalmente entre os partidos políticos. Comentário: Afirmação falsa. Vide comentário à alternativa D. C) Assegurar a ampla defesa e o contraditório, de forma que no desenrolar de uma ação judicial os argumentos de acusação e defesa se coloquem em equilíbrio e, dessa forma, não haja um peso excessivo apenas para um dos lados da causa, o que geraria uma inevitável injustiça. Comentário: Afirmação falsa. Vide comentário à alternativa D. D) Assegurar a vontade própria de cada Poder do Estado, de modo que aqueles que o exercitam tenham a menor influência na escolha dos representantes dos demais poderes. Além disso, deve-se organizar o poder legislativo em duas casas legislativas com eleições independentes, e deve-se, também, impedir que uma facção política destrua a outra. Comentário: Alternativa correta. Segundo os autores, a divisão dos poderes, estruturada na ideia de freios e contrapesos de Montesquieu, não impede a tirania por serem esses poderes distantes a ponto de não se relacionarem, mas exatamente por manterem uma certa proximidade e um mútuo controle necessários para a garantia da liberdade. No seguinte trecho da obra fica clara essa análise: "Destes fatos, pelos quais Montesquieu se guiou, pode ser claramente inferido que ao dizer: 'não pode haver liberdade quando os poderes legislativo e executivo estão unidos na mesma pessoa ou corpo de magistrados' ou 'se o poder de julgar não for independente dos poderes legislativo e executivo', ele não queria dizer que esses poderes não devem ter nenhuma ingerência parcial, ou nenhum controle sobre os atos uns dos outros. O que quis dizer, como suas própriaspalavras indicam e o exemplo que tinha sob os olhos revela ainda mais conclusivamente, não podia ser senão isto: que quando o poder de um braço é exercido pelas mesmas mãos que possuem todo o poder de outro, os princípios fundamentais de uma constituição livre estão subvertidos" (MADISON, James; HAMILTON, Alexander; JAY, John. Os Artigos Federalistas, 9 1787-1788: edição integral; tradução Maria Luiza X. de A. Borges - Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993, p. 333). REFERÊNCIA: DOUTRINA. QUESTÃO - 10 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: C] [TEMA: PRINCIPAIS CORRENTES FILOSÓFICAS] [SUBTEMA:] Norberto Bobbio, em seu livro Teoria da Norma Jurídica, considera a sanção uma das mais significativas características da norma jurídica. Ele diferencia a sanção jurídica da sanção moral e da sanção social, pelo fato de a sanção jurídica ser institucionalizada. Assinale a opção que, segundo Bobbio na obra em referência, expressa as características da sanção institucionalizada. A) A sanção que obriga a consciência dos destinatários da norma e que produz um sentimento de culpa, que é a consequência negativa ou desagradável decorrente da eventual violação da norma. Comentário: Afirmação falsa. Vide comentário à alternativa C. B) A sanção que resulta dos costumes e da vida em sociedade em geral, e que possui como fim tornar mais fácil ou menos difícil a convivência social. Comentário: Afirmação falsa. Vide comentário à alternativa C. C) A sanção que foi feita para os casos de violação de uma regra primária e que tem sua medida estabelecida dentro de certos termos, para ser executada por pessoas previamente determinadas. Comentário: Alternativa correta. Na obra Teoria da Norma Jurídica, Norberto Bobbio nos ensina que a sanção externa e institucionalizada é uma característica distintiva das normas jurídicas: "Não há dúvida de que o principal efeito da institucionalização da sanção é a maior eficácia das normas relativas. Quando se fala em sanção institucionalizada, entende-se estas três coisas, ainda que elas nem sempre se encontrem simultaneamente: 1) para toda violação de uma regra primária, é estabelecida a relativa sanção; 2) é estabelecida, se bem que dentro de certos termos, a medida da sanção; 3) são estabelecidas pessoas encarregadas de efetuar a execução. Como se vê, trata-se de limitações que tendem a disciplinar o fenômeno da sanção espontânea e imediata de grupo. Com a primeira limitação, se assegura a certeza da resposta, com a segunda, a proporcionalidade, com a terceira, a imparcialidade. Todas as três limitações, juntas, têm como fim comum aumentar a eficácia das regras institucionais e, consequentemente, da instituição em seu conjunto. Atendo-nos a estes critérios, poderemos dizer que o caráter das normas jurídicas está no fato de serem normas, em confronto com as morais e sociais, com eficácia reforçada" (BOBBIO, Norberto. Teoria da Norma Jurídica. Tradução Fernando Pavan Baptista e Ariani Bueno Sudatti. Bauru, SP: EDIPRO, 2ª ed. revista, 2003, p. 156). D) A sanção instituída pelo direito natural e que decorre da natureza mesma das coisas, da vontade de Deus e da razão humana. Comentário: Afirmação falsa. Vide comentário à alternativa C. REFERÊNCIA: DOUTRINA. 10 DIREITO CONSTITUCIONAL QUESTÃO - 11 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: A] [TEMA: ORGANIZAÇÃO DOS PODERES] [SUBTEMA: PODER LEGISLATIVO] Ao apreciar as contas anuais do chefe do Poder Executivo do Município Y, o Tribunal de Contas emitiu parecer técnico contrário à sua aprovação, por entender que diversos dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal teriam sido violados. Ainda assim, em contrariedade a tal entendimento, a Câmara Municipal, por decisão dos seus membros, com apenas um voto vencido, julgou e aprovou tais contas. À luz da hipótese narrada, com fundamento no texto constitucional, assinale a afirmativa correta. A) A aprovação das contas do Prefeito do Município Y se deu em conformidade com o disposto no texto constitucional, já que parecer prévio do Tribunal de Contas não possui caráter vinculante, deixando de prevalecer por voto de, ao menos, dois terços dos membros da Câmara Municipal. Comentário: Alternativa correta. Emitido o parecer técnico pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, o parecer só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal, conforme § 2º do art. 31 da CF/88. Desse modo, como no caso sob análise houve apenas um voto vencido, pode-se a afirmar que a aprovação das contas ocorreu em conformidade com a Constituição Federal. B) O parecer técnico emitido pelo Tribunal de Contas possui, excepcionalmente, caráter vinculante, de modo que, no caso em análise, as contas anuais apresentadas pelo Chefe do Executivo não poderiam ter sido aprovadas pela Câmara Municipal. Comentário: Afirmação falsa. O parecer técnico emitido pelo Tribunal de Contas não possui caráter vinculante, já que ele pode deixar de prevalecer mediante voto de dois terços dos membros da Câmara Municipal (§ 2º do art. 31 da CF/88) C) O Tribunal de Contas, órgão de controle externo auxiliar do Poder Legislativo, tem competência para analisar, julgar e rejeitar, em caráter definitivo, as contas anuais apresentadas pelo Chefe do Executivo local; portanto, é desnecessária a submissão do seu parecer à Câmara Municipal Comentário: Afirmação falsa. Conforme explicado nas alternativas anteriores, é necessária a submissão do parecer do Tribunal de Contas à Câmara Municipal (§ 2º do art. 31 da CF/88) D) Como corolário da autonomia financeira e orçamentária inerente aos três poderes, as contas anuais do Chefe do Executivo municipal não se submetem à aprovação da Câmara local, eis que tal situação implica em indevida ingerência do Poder Legislativo sobre o Poder Executivo. Comentário: Afirmação falsa. O Tribunal de Contas possui atribuição para analisar as contas anuais apresentadas pelo Chefe do Executivo local, devendo o parecer ser apreciado pela Câmara Municipal, conforme § 2º do art. 31 da CF/88. REFERÊNCIA: LEI: DIRETAMENTE: art. 31 da CF/88. QUESTÃO - 12 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: A] [TEMA: ORGANIZAÇÃO DO ESTADO] [SUBTEMA: REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA] A Lei Y do Estado Beta obriga pessoas físicas ou jurídicas, independentemente da atividade que 11 exerçam, a oferecer estacionamento ao público, a cercar o respectivo local e a manter funcionários próprios para garantia da segurança, sob pena de pagamento de indenização em caso de prejuízos causados ao dono do veículo. A Confederação Nacional do Comércio procurou seus serviços, como advogado(a), visando obter esclarecimentos quanto à constitucionalidade da referida lei estadual. Sobre a Lei Y, com base na ordem jurídico-constitucional vigente, assinale a afirmativa correta. A) É inconstitucional, pois viola a competência privativa da União de legislar sobre matéria concernente ao Direito Civil. Comentário: Alternativa correta. Conforme posicionamento do STF, lei estadual que impõe a prestação de serviço segurança em estacionamento a toda pessoa física ou jurídica que disponibilize local para estacionamento é inconstitucional, quer por violação à competência privativa da União para legislar sobre direito civil, quer por violar a livre iniciativa.” 2. “Lei estadual que impõe a utilização de empregados próprios na entrada e saída de estacionamento, impedindo a terceirização, viola a competência privativa da União para legislar sobre direito do trabalho.”(ADI 451, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 01/08/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-045 DIVULG 08-03-2018 PUBLIC 09-03-2018).OBS: Embora esta questão tenha como fundamento a jurisprudência do STF, era possível acertar a alternativa correta, por eliminação, com base nas regras de competência trazidas pela CF/88. B) É inconstitucional, pois, conforme a Constituição Federal, compete ao ente municipal legislar sobre Direito do Consumidor. Comentário: Afirmação falsa. Não cabe ao Município legislar sobre Direito do Consumidor (trata-se de competência concorrente, conforme art. 24, VIII, da CF/88). Além disso, conforme entendimento do STF, a matéria versa sobre direito civil. C) É constitucional, pois versa sobre matéria afeta ao Direito do Consumidor, cuja competência legislativa privativa pertence ao Estado Beta. Comentário: Afirmação falsa. Os Estados não possuem competência privativa para legislar sobre Direito do Consumidor. Além disso, conforme entendimento do STF, a matéria versa sobre direito civil. D) É constitucional, pois, tratando a Lei de temática afeta ao Direito Civil, a competência legislativa concorrente entre a União e os Estados permite que Beta legisle sobre a matéria. Comentário: Afirmação falsa. A competência para legislar sobre Direito Civil é privativa da União, conforme previsto no art. 22, I, da CF/88. REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. 22 da CF/88, INDIRETAMENTE: art. 24 da CF/88. QUESTÃO - 13 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: B] [TEMA: ORGANIZAÇÃO DO ESTADO] [SUBTEMA: REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA] No Município X, foi editada lei proibindo a queima da palha de cana-de-açúcar e o uso do fogo em atividades agrícolas. Tal diploma legal foi, então, impugnado pelo sindicato patronal representante dos produtores de álcool da região, ao argumento de que a municipalidade não detém competência para dispor sobre o assunto. A partir do caso enunciado, com base no texto constitucional, assinale a afirmativa correta. 12 A) Os Municípios apenas detêm competência para legislar sobre assuntos de interesse local; logo, como a proteção do meio ambiente engloba interesse federal e estadual, a lei municipal é inconstitucional. Comentário: Afirmação falsa. Como regra geral, os Municípios podem legislar sobre competência legislativa concorrente em matéria ambiental (art. 24 da CF/88), desde que seja no interesse local e suplementando a legislação federal e estadual no que couber (art. 30, I e II da CF/88). B) A lei municipal é constitucional, eis que os Municípios possuem competência para dispor sobre a proteção do meio ambiente e o controle da poluição, no limite de seu interesse local e em harmonia com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados. Comentário: Alternativa considerada correta. Os Municípios podem legislar sobre competência legislativa concorrente (art. 24), desde que seja no interesse local e suplementando a legislação federal e estadual no que couber (art. 30, I e II da CF/88). O STF, entretanto, julgou que é inconstitucional Lei Municipal que proíbe a queima de palha de cana-de-açúcar e o uso de fogo em atividades agrícolas. (RE 586224, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 05/03/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-085 DIVULG 07-05-2015 PUBLIC 08-05-2015). Sendo assim, por contrariar expressamente o posicionamento do STF sobre o tema, a questão deveria ser anulada. C) Os Municípios têm competência para legislar sobre assuntos de interesse local; mas como o direito ao meio ambiente equilibrado demanda tratamento uniforme por todas as unidades da Federação, a lei municipal é inconstitucional. Comentário: Afirmação falsa. Como regra geral, os Municípios são competentes para legislar sobre o meio ambiente concorrentemente com a União e Estado no limite do seu interesse local e desde que tal regramento seja suplementar e harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados (art. 24 § 6º combinado com o art. 30 § 1º e 2º da Constituição Federal), portanto, não há que se falar em tratamento uniforme por todas as unidades da Federação. D) Os Municípios possuem competência exclusiva para legislar sobre assuntos de interesse local e a preservação do meio ambiente, de modo que a lei municipal em questão é constitucional. Comentário: Afirmação falsa. Os Municípios não possuem competência exclusiva para legislar sobre preservação do meio ambiente. REFERÊNCIA: JURIS QUESTÃO - 14 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: D] [TEMA: DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS] [SUBTEMA: DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS] A União, com o objetivo de recrudescer o combate aos crimes contra o patrimônio, insere, por meio da Lei Ordinária federal X, um novo artigo no Título II da Parte Especial do Código Penal, dispondo que “as penas de prestação de serviços à comunidade, se não forem cumpridas em até 10 (dez) dias após o trânsito em julgado da condenação, comunicam-se, desde que maiores de 18 (dezoito) e menores de 60 (sessenta) anos, aos parentes em linha reta dos condenados.” Sobre a hipotética situação narrada, com base no ordenamento constitucional vigente, assinale a afirmativa correta. A) A Lei X é formal e materialmente constitucional, pois compete à União legislar privativamente sobre direito penal e processual. 13 Comentário: Afirmação falsa. A Lei X é materialmente inconstitucional, uma vez que afronta o princípio da pessoalidade ou intransmissibilidade da pena, conforme explicado na alternativa "D" B) A Lei X é inconstitucional, porque, apesar de a edição de normas com conteúdo penal estar inserida no rol de competências privativas da União, normas que impliquem em situação mais gravosa aos apenados demandam lei complementar. Comentário: Afirmação falsa. Não há necessidade de lei complementar por ausência de previsão constitucional. C) A Lei X é formal e materialmente constitucional, pois o princípio da intransmissibilidade da pena, inserido no rol de direitos e garantias fundamentais, restringe-se às sanções que impliquem em privação ou restrição à liberdade. Comentário: Afirmação falsa. Não há que se falar em inconstitucionalidade formal, uma vez que é competência privativa da União legislar sobre Direito Penal (art. 22, I, da CF/88). D) A Lei X é materialmente inconstitucional, pois as penas de prestação de serviços não podem transcender a pessoa do condenado, sob pena de ofensa ao princípio da pessoalidade ou intransmissibilidade da pena. Comentário: Alternativa correta. A Lei X é inconstitucional porque afronta diretamente o estabelecido no inciso XLV do art. 5 da CF/88: "nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido". REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. 5 da CF/88 QUESTÃO - 15 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: C] [TEMA: OUTROS TEMAS] [SUBTEMA:] O Município Alfa, situado no Estado Beta, negou-se a apresentar contas anuais de numerosos exercícios ao Tribunal de Contas do referido Estado. Convencido de não se tratar de meros equívocos, mas sim de tentativa de dissimular uma série de irregularidades administrativas, o Governador do Estado Beta encaminhou a questão à Procuradoria do Estado, a fim de saber se a situação ensejaria uma intervenção. A Procuradoria de Beta, após análise da Constituição Federal, informou corretamente que o caso A) não admite intervenção em Alfa, pois o fato de os Municípios brasileiros serem entes federativos autônomos lhes garante total independência no trato de seus recursos, impossibilitando a ingerência de outros entes. Comentário: Afirmação falsa. Permite-se a intervenção estadual,conforme explicado na alternativa "d". B) pode ensejar intervenção federal no Município Alfa, sendo que o Presidente da República somente poderá vir a decretá-la após solicitação formal por parte do Governador de Beta e o devido controle político pelo Congresso Nacional. Comentário: Afirmação falsa. Não se trata de intervenção federal, e sim de intervenção estadual (art. 35 da CF/88) C) enseja a intervenção estadual por decreto do próprio Governador de Beta, sendo o referido ato necessariamente dirigido, posteriormente, à Assembleia Legislativa de Beta, para que realize o devido controle político. Comentário: Alternativa correta. De acordo com o art. 35, II, da CF/88, o Estado poderá intervir no Município quando não forem 14 prestadas contas devidas, na forma da lei, o que será feito mediante decreto do Governador. O § 1º do art. 36, por sua vez, estabelece que decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas D) admite a intervenção estadual no Município Alfa, mas o Governador somente poderá decretá-la após a devida e formal solicitação por parte da Câmara Municipal de Alfa, que deverá, em seguida, exercer o controle político do ato. Comentário: Afirmação falsa. Não se exige devida e formal solicitação à Câmara Municipal de Alfa, para que a intervenção seja realizada. REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. 36 da CF/88, DIRETAMENTE: art. 35 da CF. QUESTÃO - 16 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: C] [TEMA: DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS] [SUBTEMA:] O parlamentar José, em apresentação na Câmara dos Deputados, afirmou que os direitos à informação e à liberdade jornalística possuem normatividade absoluta e, por esta razão, não podem ceder quando em colisão com os direitos à privacidade e à intimidade, já que estes últimos apenas tutelam interesses meramente individuais. Preocupado com o que reputou “um discurso radical”, o deputado Pedro recorreu a um advogado constitucionalista, a fim de que este lhe esclarecesse sobre quais direitos devem prevalecer quando os direitos à intimidade e à privacidade colidem com os direitos à liberdade jornalística e à informação. O advogado afirmou que, segundo o sistema jurídico-constitucional brasileiro, o parlamentar José A) está correto, pois, em razão do patamar atingido pelo Estado Democrático de Direito contemporâneo, os direitos à liberdade jornalística e à informação possuem valor absoluto em confronto com qualquer outro direito fundamental. Comentário: Afirmação falsa. Não há que se falar em "direito absoluto" quando se trata de colisão de direitos fundamentais, tendo em vista a necessidade de aplicação dos princípios da ponderação e da proporcionalidade no caso concreto. B) está equivocado, pois os tribunais entendem que os direitos à intimidade e à privacidade têm prevalência apriorística sobre os direitos à liberdade jornalística e à informação. Comentário: Afirmação falsa. Não há que se falar em prevalência apriorística de direito, uma vez que, no caso de colisão de direitos fundamentais, deve-se buscar a conciliação entre eles. C) está equivocado, pois, tratando-se de uma colisão entre direitos fundamentais, se deve buscar a conciliação entre eles, aplicando-se cada um em extensão variável, conforme a relevância que apresentem no caso concreto específico. Comentário: Alternativa correta. Havendo conflito de direitos fundamentais, como no caso em análise, deve-se aplicar os princípios da ponderação e da proporcionalidade no caso concreto. D) está correto, pois a questão envolve tão somente um conflito aparente de normas, que poderá ser adequadamente solucionado se corretamente utilizados os critérios da hierarquia, da temporalidade e da especialidade. 15 Comentário: Afirmação falsa. Não se trata de conflito aparente de normas, e sim de colisão de direitos fundamentais. REFERÊNCIA: DOUTRINA. QUESTÃO - 17 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: D] [TEMA: DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS] [SUBTEMA: DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS] João, considerado suspeito de ter comercializado drogas ilícitas em festa realizada há duas semanas em badalada praia do Município Delta, após investigação policial, teve localizado seu endereço. Os policiais, sem perda de tempo, resolvem se dirigir para o referido endereço, e lá chegando, às 22h, mesmo sem permissão, entram na casa de João e realizam uma busca por provas e evidências. Segundo o sistema jurídico-constitucional brasileiro, a ação policial A) respeitou o direito à inviolabilidade domiciliar, já que a Constituição da República dispensa a necessidade de mandado judicial em situações nas quais esteja em questão a possibilidade de obtenção de provas para investigação criminal em curso. Comentário: Afirmação falsa. Houve ofensa ao direito à inviolabilidade domiciliar, conforme explicado na alternativa "d". B) desrespeitou o direito à inviolabilidade domiciliar, já que, como a Constituição da República não prevê explicitamente qualquer exceção a este direito, o ingresso na casa alheia, contra a vontade do morador, sempre exige ordem judicial. Comentário: Afirmação falsa. A Constituição Federal prevê expressamente as exceções à inviolabilidade domiciliar, conforme explicado na alternativa "d". C) respeitou o direito à inviolabilidade domiciliar, já que o sistema jurídico brasileiro considera que a plena fruição desse direito somente pode ser relativizada em situações nas quais o seu exercício venha a conceder proteção a alguma ação criminosa. Comentário: Afirmação falsa. Houve ofensa ao direito à inviolabilidade domiciliar, conforme explicado na alternativa "d". D) desrespeitou o direito à inviolabilidade domiciliar, já que, embora esse direito não seja absoluto e possua restrições expressas no próprio texto constitucional, a atuação dos agentes estatais não se deu no âmbito destas exceções. Comentário: De acordo com o art. 5º, XI, da CF/88, a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. Desse modo, embora o direito fundamental possua restrições (à noite apenas quando se tratar de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro), no caso concreto houve violação ao direito fundamental, uma vez que os policiais invadiram a casa de João à noite (22h), sem permissão, não se tratando de hipótese de flagrante delito, já que o fato criminoso teria ocorrido há duas semanas. REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. 5 da CF/88. 16 DIREITOS HUMANOS QUESTÃO - 18 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: A] [TEMA: TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS] [SUBTEMA: CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS] Você, que atua na defesa de Direitos Humanos, foi convidado(a) para participar de um debate promovido pela Comissão de Direitos Humanos da OAB. Um dos debatedores afirmou, com base na Declaração e Programa de Ação de Viena, que é importante compreender que Direitos Humanos são indivisíveis e devem ser considerados com igual ênfase. Outro debatedor retrucou essa afirmação. No momento da sua fala, você deve esclarecer que, de acordo com a Declaração citada, os Direitos Humanos são A) indivisíveis, interdependentes e inter- relacionados, e a comunidade internacional deve considerá-los em pé de igualdade. Comentário: Alternativa correta. Nesse sentido, a Declaração e Programa de Ação de Viena (1993), em seu itemI.5, dispõe da seguinte forma: "Todos os direitos humanos são universais, indivisíveis interdependentes e inter-relacionados. A comunidade internacional deve tratar os direitos humanos de forma global, justa e equitativa, em pé de igualdade e com a mesma ênfase. Embora particularidades nacionais e regionais devam ser levadas em consideração, assim como diversos contextos históricos, culturais e religiosos, é dever dos Estados promover e proteger todos os direitos humanos e liberdades fundamentais, sejam quais forem seus sistemas políticos, econômicos e culturais". B) divididos em direitos públicos e direitos privados, com ênfase nos direitos públicos como parte do Direito Positivo de cada país. Comentário: Afirmação falsa. A Declaração e Programa de Ação de Viena (1993), em seu item I.5, dispõe que "todos os direitos humanos são universais, indivisíveis interdependentes e inter-relacionados. A comunidade internacional deve tratar os direitos humanos de forma global, justa e equitativa, em pé de igualdade e com a mesma ênfase" C) divididos em direitos em sentido forte e direitos em sentido fraco, e que apenas os direitos civis e políticos são direitos humanos em sentido forte. Comentário: Afirmação falsa. A Declaração e Programa de Ação de Viena (1993), em seu item I.5, dispõe que "todos os direitos humanos são universais, indivisíveis interdependentes e inter-relacionados. A comunidade internacional deve tratar os direitos humanos de forma global, justa e equitativa, em pé de igualdade e com a mesma ênfase" D) conceitos acadêmicos sempre em disputa e que a Declaração e Programa de Ação de Viena não fala da indivisibilidade ou da divisibilidade dos Direitos Humanos. Comentário: Afirmação falsa. A Declaração e Programa de Ação de Viena (1993), em seu item I.5, dispõe que "todos os direitos humanos são universais, indivisíveis interdependentes e inter-relacionados. A comunidade internacional deve tratar os direitos humanos de forma global, justa e equitativa, em pé de igualdade e com a mesma ênfase" REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. I.5 da Declaração e Programa de Ação de Viena (1993). 17 QUESTÃO - 19 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: C] [TEMA: SISTEMA REGIONAL AMERICANO] [SUBTEMA: CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS] Você, como advogada(o) atuante na defesa dos Direitos Humanos, foi convidada(o) para participar de um programa de debate na rádio local sobre a questão da pena de morte. Um dos debatedores, em certo ponto do programa, afirmou que, caso fosse aprovada uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) suprimindo a vedação da pena de morte presente na Constituição, o Brasil poderia adotar esse tipo de pena. Na opinião desse debatedor, tratar-se-ia apenas de vontade política e não de questão jurídica. Diante disso, cabe a você esclarecer que A) essa PEC poderia ser aprovada pelo Congresso Nacional e surtir seus efeitos jurídicos, mas, por se tratar de uma questão política, o ideal seria que essa decisão fosse precedida de amplo debate popular. Comentário: Afirmação falsa. A PEC não poderia ser aprovada, mesmo diante de amplo debate popular. Vide comentário à alternativa C. B) essa PEC poderia ser aprovada pelo Congresso Nacional, mas, de acordo com a Constituição da República, uma decisão nesse sentido somente poderia ser implementada após aprovação em referendo popular. Comentário: Afirmação falsa. A PEC não poderia ser aprovada, ainda que submetida a referendo popular. Vide comentário à alternativa C. C) essa PEC não é juridicamente adequada, porque tal vedação é cláusula pétrea da Constituição e porque o Brasil promulgou o Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos referente à abolição da pena de morte. Comentário: Alternativa correta. Assinado pelo Brasil, com reservas, e ratificado em 13/08/1996, o Segundo Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos veda a aplicação da pena de morte (art. 1), permitindo-se, entretanto, no momento de ratificação ou adesão, que o Estado-Parte declare que se reserva no direito de aplicar a pena de morte em tempo de guerra, de acordo com o Direito Internacional, por delitos sumamente graves de caráter militar. Além disso, as cláusulas pétreas, aí incluídos os direitos e garantias individuais, nos quais encontra-se a vedação à imposição de pena de morte (art. 5º, inciso XLVII, da CF/88), por serem consideradas o “núcleo duro” da Constituição Federal, não podem, em hipótese alguma, ser abolidas por Emenda Constitucional (art. 60, § 4º, inciso IV, da CF/88). D) de acordo com a Constituição da República e a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, apenas o Supremo Tribunal Federal poderia admitir a pena de morte, porque possui competência para relativizar a proteção a um direito fundamental, desde que para proteger outro direito fundamental. Comentário: Afirmação falsa. Não há previsão legal no sentido de que o Supremo Tribunal Federal possa admitir a pena de morte. REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. 1 do Segundo Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos, DIRETAMENTE: art. 5º da CF/88, DIRETAMENTE: art. 60 da CF/88. 18 DIREITO INTERNACIONAL QUESTÃO - 20 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: C] [TEMA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO] [SUBTEMA: CONDIÇÃO JURÍDICA DO MIGRANTE] John, de nacionalidade americana, possui interesse em visitar seu filho Mário, brasileiro nato, de 18 anos, que reside no Brasil com sua mãe. Em sua visita, John pretende permanecer no país por apenas 10 (dez) dias. Diante do interesse manifestado por John em visitar o filho no Brasil, à luz da atual Lei de Migração (Lei no 13.445/17), assinale a afirmativa correta. A) Uma vez obtido o visto de visita, é direito subjetivo de John ingressar no Brasil. Comentário: Afirmação falsa. Mesmo após obtido o visto de visita, caso seja constatado que John tenha sido condenado ou esteja respondendo a processo em outro país por crime doloso passível de extradição segundo a lei brasileira, seu ingresso no País poderá ser impedido, conforme art. 45, inciso III, da Lei nº 13.445/2017. B) John tem direito subjetivo ao visto de visita, em razão de a política migratória brasileira estabelecer a garantia do direito à reunião familiar, independentemente de outros requisitos previstos na atual Lei de Migração. Comentário: Afirmação falsa. Em que pese o direito à reunião familiar do migrante, ainda que obtido o visto de visita, caso seja constatado que John tenha sido condenado ou esteja respondendo a processo em outro país por crime doloso passível de extradição segundo a lei brasileira, seu ingresso no País poderá ser impedido, conforme art. 45, inciso III, da Lei nº 13.445/2017. C) John, mesmo após obter o visto de visita, poderá ser impedido de ingressar no Brasil, caso tenha sido condenado ou esteja respondendo a processo em outro país por crime doloso passível de extradição segundo a lei brasileira. Comentário: Alternativa correta. Ainda que tenha obtido o visto de visita, caso seja constatado que John tenha sido condenado ou esteja respondendo a processo em outro país por crime doloso passível de extradição segundo a lei brasileira, seu ingresso no País poderá ser impedido, conforme art. 45, inciso III, da Lei nº 13.445/2017. D) Se John tiver o intuito de estabelecer residência por tempo determinado no Brasil, deverá obrigatoriamente solicitar visto para trabalho, uma vez que a Lei de Migração não possui a previsão de concessão de visto temporário para reunião familiar. Comentário: Afirmação falsa. O visto temporário para reunião familiar encontra-se previsto no art. 14, inciso I, alínea "i", da Leinº 13.445/2017. REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. 45 da Lei nº 13.445/2017, INDIRETAMENTE: art. 14 da Lei nº 13.445/2017. QUESTÃO - 21 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: C] [TEMA: DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO] [SUBTEMA: APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO] Carlyle Schneider, engenheiro suíço, morava em Madison, Wisconsin, Estados Unidos da América, há 12 anos. Em meados de 2015, participou da construção de dois edifícios em Florianópolis, Brasil, dos quais se afeiçoou de tal modo, que decidiu adquirir uma unidade residencial em cada prédio. Portanto, apesar de bem estabelecido em Madison, era o Sr. Schneider proprietário de dois imóveis no Brasil. Em 10/12/2017, viajou à Alemanha e, ao 19 visitar um antigo casarão a ser restaurado, foi surpreendido pelo desabamento da construção sobre si, falecendo logo em seguida. Carlyle Schneider deixou 3 (três) filhos, que moravam na Suíça. A respeito dos limites da jurisdição nacional e da cooperação internacional, com base nas normas constantes do Código de Processo Civil, assinale a afirmativa correta. A) Em matéria de sucessão hereditária, compete exclusivamente à autoridade judiciária da Suíça, país de nacionalidade do autor da herança e de nacionalidade e residência dos herdeiros legítimos, proceder à partilha dos dois bens imóveis situados no Brasil. Comentário: Afirmação falsa. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra, proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro ou tenha domicílio fora do território nacional (art. 23, inciso II, do CPC/2015). B) Em matéria de sucessão hereditária, compete concorrentemente à autoridade judiciária da Alemanha, local de óbito do autor da herança, proceder à partilha dos dois bens imóveis situados no Brasil. Comentário: Afirmação falsa. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra, proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro ou tenha domicílio fora do território nacional (art. 23, inciso II, do CPC/2015). C) Em matéria de sucessão hereditária, compete exclusivamente ao Estado brasileiro, local de situação dos imóveis, proceder ao inventário e à partilha dos dois bens imóveis. Comentário: Alternativa correta. Nos termos do art. 23, inciso II, do CPC/2015, compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra, proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro ou tenha domicílio fora do território nacional. D) Em matéria de sucessão hereditária, compete concorrentemente à autoridade judiciária dos Estados Unidos da América, país de residência do autor da herança, proceder à partilha dos dois bens imóveis situados no Brasil. Comentário: Afirmação falsa. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra, proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro ou tenha domicílio fora do território nacional (art. 23, inciso II, do CPC/2015). REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. 23 do CPC/2015. 20 DIREITO TRIBUTÁRIO QUESTÃO - 22 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: B] [TEMA: IMPOSTOS EM ESPÉCIE] [SUBTEMA: IMPOSTOS FEDERAIS] Um carregamento de computadores foi abandonado no porto pelo importador, que não chegou a realizar o desembaraço aduaneiro dentro do prazo previsto na legislação tributária. Por isso, a autoridade tributária, após o devido processo legal, aplicou a pena de perdimento e realizou leilão para alienação dos computadores. Diante dessa situação, a base de cálculo do imposto sobre a importação incidente na hipótese será o valor A) de mercado dos bens. Comentário: Afirmação falsa. A base de cálculo do imposto sobre a importação incidente no caso apresentado pelo enunciado será o valor da arrematação. Vide comentário à alternativa B. B) da arrematação. Comentário: Alternativa correta. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão (art. 46, inciso III, do CTN). Nesses casos, a base de cálculo do imposto será o preço da arrematação (art. 47, inciso III, do CTN). C) arbitrado pela autoridade tributária. Comentário: Afirmação falsa. Conforme comentário à alternativa B, a base de cálculo do imposto sobre a importação incidente, in casu, será o valor da arrematação. D) estimado dos bens, deduzindo-se os custos com armazenagem e as comissões do leiloeiro público. Comentário: Afirmação falsa. A base de cálculo do imposto, no caso, será o valor da arrematação, nos termos do comentário à alternativa B. REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. 46 do CTN, DIRETAMENTE: art. 47 do CTN. QUESTÃO - 23 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: C] [TEMA: TRIBUTO] [SUBTEMA: ESPÉCIES DE TRIBUTOS] A Assembleia Legislativa do Estado Alfa, castigado por chuvas torrenciais que causaram graves enchentes, aprovou lei complementar estadual de iniciativa parlamentar que instituiu empréstimo compulsório sobre a aquisição de veículos automotores no território estadual, vinculando os recursos obtidos ao combate dos efeitos das enchentes. Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta. A) A iniciativa da lei que instituiu o empréstimo compulsório é privativa do chefe do Poder Executivo. Comentário: Afirmação falsa. De início, registra-se Estados não podem instituir empréstimos compulsórios, conforme comentário à alternativa C. Além disso, de acordo com o § 1º do art. 61 da CF/88, a iniciativa de lei complementar que institui empréstimo compulsório não é privativa do Chefe do Poder Executivo Federal, podendo, assim, ser proposta por qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição (art. 61, caput, da CF/88). 21 B) O empréstimo compulsório necessita de lei complementar estadual para sua instituição. Comentário: Afirmação falsa. De início, registra-se Estados não podem instituir empréstimos compulsórios, conforme comentário à alternativa C. C) O Estado não pode instituir empréstimos compulsórios. Comentário: Alternativa correta. O empréstimo compulsório é tributo transitório de competência exclusiva da União, podendo ser criado apenas mediante lei complementar nas hipóteses expressamente previstas no art. 148 da CF/88. No mesmo sentido o art. 15 do CTN, verbis: "somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios: (...)" D) A vinculação da receita de empréstimos compulsórios é inconstitucional. Comentário: Afirmação falsa. Nos termos do art. 148, parágrafo único, da CF/88, a aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. 148 da CF/88, DIRETAMENTE: art. 15 do CTN, INDIRETAMENTE: art. 61 da CF/88. QUESTÃO - 24 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: D] [TEMA: CRÉDITO TRIBUTÁRIO] [SUBTEMA:] Lei municipal específica instituiu contribuição de melhoria para custeio de pavimentação asfáltica integralmente custeada pelo ente público na Rua ABC, localizada no Município X. Finalizada a obra e seguido o devido procedimento previsto na legislação para cálculo e cobrança deste tributo, Lucas, proprietário de imóvel substancialmente valorizado em decorrência da obra, recebeu notificação, em 01/06/2021, parapagamento do tributo até 30/06/2021. Contudo, nem pagou nem impugnou o débito tributário. Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta. A) O prazo decadencial para constituição deste crédito tributário se encerra em cinco anos contados a partir da data de 01/06/2021. Comentário: Afirmação falsa. Como houve o lançamento do crédito tributário, não há que se falar em prazo decadencial (art. 173 do CTN). B) O prazo decadencial para constituição deste crédito tributário se encerra em cinco anos contados a partir da data de 30/06/2021. Afirmação falsa. Como houve o lançamento do crédito tributário, não há que se falar em prazo decadencial (art. 173 do CTN). C) O prazo prescricional para cobrança deste crédito tributário se encerra em cinco anos contados a partir da data de 01/06/2021. Comentário: Afirmação falsa. Como Lucas permaneceu inerte, o prazo prescricional iniciou-se a partir do primeiro dia após o término do prazo da notificação. Como o prazo da notificação terminou em 30/06/2021, o prazo prescricional começou a fluir a partir de 01/07/2021. D) O prazo prescricional para cobrança deste crédito tributário se encerra em cinco anos contados a partir da data de 30/06/2021. Comentário: Alternativa considerada correta. No entanto, entendemos que a questão deve ser anulada. Isso porque, de acordo com entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o prazo prescricional para cobrança do crédito tributário se inicia a partir do dia seguinte ao do vencimento para pagamento do tributo, ou seja, no caso analisado, como Lucas permaneceu inerte, o prazo prescricional seria contado após o término do prazo da notificação, ou seja, a partir de 01/07/2021 (e não 30/06/2021). Desse modo, considerando que a alternativa apontada como correta (D) informa que o 22 prazo prescricional teria início a partir de 30/06/2021, verifica-se não haver alternativa correta (Súmula 622 do STJ). REFERÊNCIA: QUESTÃO - 25 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: B] [TEMA: LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR] [SUBTEMA: PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS] Em 10/11/2020, foi publicada lei ordinária federal que majorava a alíquota de contribuição previdenciária a ser cobrada do empregador, incidente sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. Diante desse cenário, a nova alíquota poderá ser aplicada A) a partir da data da publicação da lei. Comentário: Afirmação falsa. Deve ser observado, no caso, o princípio da anterioridade nonagesimal, conforme comentário à alternativa B. B) noventa dias a contar da data da publicação da lei. Comentário: Alternativa correta. O princípio da anterioridade objetiva estabelecer um período mínimo e razoável entre a publicação da lei que aumenta ou institui um tributo e a sua exigência - como no caso do enunciado - a fim de que o contribuinte não seja pego de surpresa e consiga se preparar economicamente para pagar a exação. Esse princípio estabelece duas regras (art. 150, inciso III, alíneas "b" e "c", da CF/88), a anterioridade anual (a norma que cria ou amenta tributo possui eficácia apenas no ano seguinte da publicação) e a anterioridade nonagesimal, ou noventena (além de respeitar a anterioridade anual, a lei que instituir ou aumentar tributo terá eficácia apenas após 90 dias contados de sua publicação), de modo que a lei só teria eficácia a partir de 10/02/2021. Por fim, no caso específico de leis que tratem de contribuições sociais, não há necessidade de se respeitar a anterioridade anual, apenas a nonagesimal. C) a partir do primeiro dia do exercício financeiro seguinte. Comentário: Afirmação falsa. Considerando que a lei que majorou a alíquota foi publicada em 10/11/2020, não se aplica a anterioridade anual, mas a nonagesimal, conforme comentário à alternativa B. D) a partir de noventa dias contados do primeiro dia do exercício financeiro seguinte. Comentário: Afirmação falsa. Pela regra da anterioridade nonagesimal, ou noventena, a lei que instituir ou aumentar tributo terá eficácia apenas após 90 dias contados de sua publicação, e não do primeiro dia do exercício financeiro seguinte. REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. 150 da CF/88. QUESTÃO - 26 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: A] [TEMA: RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA] [SUBTEMA: RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA] Panificadora Pães Fofos Ltda., tendo como sócio-administrador José, alienou seu fundo de comércio à Panificadora Flor de Lisboa Ltda., deixando de atuar comercialmente. Contudo, 9 meses após a alienação do fundo de comércio, a Panificadora Pães Fofos Ltda. alugou um novo ponto comercial e retornou às atividades de panificação. Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta. A) A Panificadora Flor de Lisboa Ltda. responde, integralmente, pelos tributos relativos ao fundo 23 adquirido, devidos até à data do ato de aquisição. Comentário: Alternativa correta. No caso de aquisição de estabelecimento ou fundo de comércio (art. 133 do CTN), o adquirente que prosseguir na atividade econômica do estabelecimento ou fundo de comércio responderá pelos tributos a ele relativos. Essa responsabilidade será: a) integral, se o alienante deixar de exercer atividades econômicas ou profissionais, ou b) subsidiária, se o alienante continuar a desempenhar qualquer atividade econômica ou profissional, ou voltar a desempenhar em até 6 meses. B) Ambas as panificadoras respondem, solidariamente, pelos tributos relativos ao fundo adquirido, devidos até à data do ato de aquisição. Comentário: Afirmação falsa. Apenas a Panificadora Flor de Lisboa Ltda. responde pelos tributos relativos ao fundo adquirido, conforme comentário à alternativa A. C) A Panificadora Pães Fofos Ltda. responde, subsidiariamente, pelos tributos relativos ao fundo adquirido, devidos até à data do ato de aquisição. Comentário: Afirmação falsa. Apenas a Panificadora Flor de Lisboa Ltda. responde pelos tributos relativos ao fundo adquirido, conforme comentário à alternativa A. D) A Panificadora Pães Fofos Ltda. e José, seu sócio-administrador, respondem, subsidiariamente, pelos tributos relativos ao fundo adquirido, devidos até à data do ato de aquisição. Comentário: Afirmação falsa. Apenas a Panificadora Flor de Lisboa Ltda. responde pelos tributos relativos ao fundo adquirido, conforme comentário à alternativa A. REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. 133 do CTN. 24 DIREITO ADMINISTRATIVO QUESTÃO - 27 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: A] [TEMA: REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS] [SUBTEMA: PRINCIPAIS TEMAS DA LEI N. 8.112/90] Flávio, oficial de justiça de determinado Tribunal Regional Federal, no exercício de suas atribuições, ao se dirigir para uma diligência, foi surpreendido por intenso tiroteio. Em razão disso, Flávio adentrou clandestinamente o imóvel de Júlia, sendo que permaneceu no local sem determinação judicial, por longo período e contra a vontade da proprietária. Diante da configuração de crime previsto na Lei de Abuso de Autoridade, Flávio foi denunciado no âmbito criminal, sendo certo que, após o devido processo legal, ele foi absolvido, em decorrência da caracterização de estado de necessidade, operando-se o trânsito em julgado da sentença. Paralelamente, foi instaurado processo administrativo disciplinar, para fins de obter a responsabilização de Flávio pela respectiva falta funcional. Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta. A) O reconhecimento de que Flávio praticou o ato de abuso de autoridade em estado de necessidade na decisão prolatada na esfera penal faz coisajulgada no âmbito administrativo-disciplinar. Comentário: Alternativa correta. O servidor público pode responder administrativa, civil e penalmente pela infração cometida. A regra é a independência das responsabilidades nas esferas citadas. Entretanto, como exceção, haverá a isenção da responsabilidade administrativa quando houver absolvição criminal por inexistência do fato ou por negativa de autoria, nos termos do art. 126 da Lei nº 8.112/90. No caso do enunciado, considerando que o servidor público agiu em estado de necessidade, não existe fato típico, conforme dispõe o art. 23, inciso I, do CP: "Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade". B) A existência de ação penal por abuso de autoridade em face de Flávio deveria ter impedido a instauração do processo administrativo disciplinar, pois não é admitida duplicidade de responsabilização. Comentário: Afirmação falsa. O servidor público pode responder administrativa, civil e penalmente pela infração cometida, sendo, a regra, a independência das responsabilidades nas esferas citadas. Assim, não óbice à existência concomitante da ação penal e do processo administrativo pelo mesmo fato. C) A sentença penal que absolveu Flávio não pode repercutir na esfera administrativa- disciplinar, uma vez que a sentença absolutória criminal somente pode refletir em outras esferas nas hipóteses de negativa de autoria. Comentário: Afirmação falsa. Haverá a isenção da responsabilidade administrativa quando houver absolvição criminal por inexistência do fato ou por negativa de autoria, nos termos do art. 126 da Lei nº 8.112/90. D) Não é possível aplicar penalidade administrativa-disciplinar a Flávio, na medida em que toda sentença absolutória penal vincula o controle pela Administração Pública, ainda que o fundamento criminal seja a ausência de prova. Comentário: Afirmação falsa. Não são todos os casos de absolvição na esfera penal que afastam a responsabilidade administrativa, mas apenas quando a absolvição criminal se fundamenta no reconhecimento da inexistência do fato ou por negativa de autoria, nos termos do art. 126 da Lei nº 8.112/90. REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. 126 da Lei nº 8.112/90, DIRETAMENTE: art. 23 do CP. 25 QUESTÃO - 28 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: A] [TEMA: BENS PÚBLICOS] [SUBTEMA:] Há muitos anos, Bruno invadiu sorrateiramente uma terra devoluta indispensável à defesa de fronteira, que já havia sido devidamente discriminada. Como não houve oposição, Bruno construiu uma casa, na qual passou a residir com sua família, além de usar o terreno subjacente para a agricultura de subsistência. A União, muitos anos depois do início da utilização do bem por Bruno, promoveu a sua notificação para desocupar o imóvel, em decorrência de sua finalidade de interesse público. Na qualidade de advogado(a) consultado(a) por Bruno, assinale a afirmativa correta. A) Bruno terá que desocupar o bem em questão e não terá direito à indenização pelas acessões e benfeitorias realizadas, pois era mero detentor do bem da União. Comentário: Alternativa correta. Como os bens públicos integram o patrimônio da Administração, evidentemente que suas regras diferem daquelas relativas aos bens particulares. Nesse aspecto, uma das características dos bens públicos é a imprescritibilidade, pela qual os bens públicos não podem ser objeto de prescrição aquisitiva, ou seja, não podem ser adquiridos pelo decurso do tempo (usucapião), conforme previsto nos artigos 183, § 3º, e 191, parágrafo único, da CF/88, art. 102 do CC e Súmula n. 340 do STF. B) A União não poderia ter notificado Bruno para desocupar bem que não lhe pertence, na medida em que todas as terras devolutas são de propriedade dos estados em que se situam. Comentário: Afirmação falsa. De acordo com o art. 20, inciso II, da CF/88, são bens da União as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras. C) Bruno pode invocar o direito fundamental à moradia para reter o bem em questão, até que a União efetue o pagamento pelas acessões e benfeitorias realizadas. Comentário: Afirmação falsa. Ainda que se tratasse de uma propriedade privada, Bruno não teria direito de retenção, uma vez que a invadiu sorrateiramente (má-fé). Nesse aspecto, de acordo com o art. 1.219 do CC, apenas o possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias, não lhe assistindo o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias (art. 1.220 do CC). D) Caso Bruno preencha os requisitos da usucapião extraordinária, não precisará desocupar o imóvel da União. Comentário: Afirmação falsa. Não é possível a usucapião, ainda que extraordinária (art. 1.238 do CC), uma vez que os bens públicos não podem ser objeto de prescrição aquisitiva, ou seja, não podem ser adquiridos pelo decurso do tempo (usucapião), conforme previsto nos artigos 183, § 3º, e 191, parágrafo único, da CF/88, art. 102 do CC e Súmula n. 340 do STF. REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: 183 da CF/88, DIRETAMENTE: art. 191 da CF/88, DIRETAMENTE: art. 102 do CC, DIRETAMENTE: Súmula n. 340 do STF, INDIRETAMENTE: art. 20 da CF/88, INDIRETAMENTE: art. 1.219 do CC, INDIRETAMENTE: art. 1.220 do CC, INDIRETAMENTE: art. 1.238 do CC. 26 QUESTÃO - 29 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: C] [TEMA: CONTRATOS ADMINISTRATIVOS] [SUBTEMA: ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS] Para fins de contratar serviço de engenharia necessário ao desenvolvimento de sua atividade, que não abarca reforma de edifício ou equipamento, certa empresa pública federal realizou licitação, na forma da Lei nº 13.303/16. A sociedade empresária Feliz sagrou-se vencedora do certame. Após regular formalização do contrato, a entidade administrativa, diante do advento de nova tecnologia relevante, decidiu alterar as especificações do objeto, mediante aditamento. Acerca dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta. A) Ainda que haja acordo entre as partes, a alteração do contrato pretendida não é possível, em decorrência do princípio de que o pactuado deve ser respeitado. Comentário: Afirmação falsa. Os contratos regidos pela Lei nº 13.303/2016 podem ser alterados por acordo entre as partes (art. 72). B) A empresa pública tem a prerrogativa de realizar a alteração do contrato, independentemente de acordo com a sociedade empresária Feliz. Comentário: Afirmação falsa. Os contratos regidos pela Lei nº 13.303/2016 só podem ser alterados por acordo entre as partes (art. 72). C) A alteração do contrato depende de acordo com a sociedade empresária Feliz e deve respeitar o limite estabelecido na lei de regência. Comentário: Alternativa correta. Tendo sido realizada a licitação na forma da Lei nº 13.303/16, deve ser aplicado, ao caso, portanto, o art. 72 de referido diploma legal, verbis: "os contratos regidos por esta Lei somente poderão ser alterados por acordo entre as partes, vedando-se ajuste que resulte em violação da obrigação de licitar". D) Se houver acordo entre as partes, não há limitação para a alteração do contrato formalizado com a sociedade empresária Feliz. Comentário: Afirmação falsa. Os contratos de licitação regidos pela Lei nº 13.303/16 somente podem ser alterados por acordo entre as partes, sendo vedados, no entanto, ajustes que resultem em violação da obrigação de licitar (art. 72). REFERÊNCIA: LEI, DIRETAMENTE: art. 72 da Lei nº 13.303/2016. QUESTÃO - 30 [EXAME: XXXIII] [GABARITO: B] [TEMA: INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA] [SUBTEMA: DESAPROPRIAÇÃO] Luciano, proprietário de um terreno
Compartilhar