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Aula 3 - Compliance


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Curso ESA 
 
Corrupção e Compliance. 
Desafios Contemporâneos. 
 
 
 
 
 
Prof. Rafael Costa 
Aula 03 – Políticas Públicas e Corrupção 
O que são políticas públicas e para que servem? 
 
 
 
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Políticas públicas são conjuntos de programas, ações e atividades desenvolvidas pelo Estado diretamente ou indiretamente, com a participação de entes 
públicos ou privados, que visam assegurar determinado direito de cidadania, de forma difusa ou para determinado seguimento social, cultural, étnico ou 
econômico. 
 
As políticas públicas afetam a todos os cidadãos, de todas as escolaridades, independente de sexo, raça, religião ou nível social. Com o aprofundamento 
e a expansão da democracia, as responsabilidades do representante popular se diversificaram. Hoje, é comum dizer que sua função é promover o bem-
estar da sociedade. O bem-estar da sociedade está relacionado a ações bem desenvolvidas e à sua execução em áreas como saúde, educação, meio 
ambiente, habitação, assistência social, lazer, transporte e segurança, ou seja, deve-se contemplar a qualidade de vida como um todo. 
 
Outra definição: políticas públicas são conjuntos de programas, ações e decisões tomadas pelos governos (nacionais, estaduais ou municipais) com a 
participação, direta ou indireta, de entes públicos ou privados que visam assegurar determinado direito de cidadania para vários grupos da sociedade ou 
para determinado segmento social, cultural, étnico ou econômico. Ou seja, correspondem a direitos assegurados na Constituição. 
 
No sentido político, encara-se a política pública como um processo de decisão, em que há naturalmente conflitos de interesses. Por meio das políticas 
públicas, o governo decide o que fazer ou não fazer. 
 
O segundo sentido se dá do ponto de vista administrativo: as políticas públicas são um conjunto de projetos, programas e atividades realizadas pelo 
governo. 
 
Políticas Sociais: educação, saúde, assistência social, ambientais etc. 
 
Políticas Econômicas: monetária, cambial, industrial, comércio exterior, tributária, agrícola. 
 
Políticas de Infra-Estrutura: energia, comunicações, transportes etc. 
 
Políticas de Estado: ciência e tecnologia, direitos humanos, relações exteriores, segurança pública. 
 
 
 
 
 
Ciclo das Políticas Públicas 
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Ciclo das Políticas Públicas 
• 1) Identificação do Problema: Falta de água na região semiárida brasileira, o que compromete as atividades básicas 
e produtivas dos habitantes. 
 
• 2) Formação da Agenda: Análise das principais questões envolvidas nesse problema (saúde pública, economia local, 
educação, trabalho, saneamento básico etc.) por parte do poder público, ativistas, organizações, entre outros atores. 
 
• 3) Formulação de Alternativas: Levando em consideração a capacidade técnica e o orçamento público, diversas 
soluções são consideradas para a elaboração de uma política de acesso à água. 
 
• 4) Tomada de Decisão: Escolha das cisternas como forma de captação e armazenamento da água da chuva. O 
público alvo dessa política é a população rural e de baixa renda do semiárido nordestino cadastrada no Cadastro Único 
(mesmo processo de elegibilidade do Bolsa Família). 
 
• 5) Implementação: Execução da política pública que foi desenhada. Neste caso, do Programa Um Milhão de Cisternas 
(P1MC) que se resume na construção de cisternas domiciliares para captação e armazenamento da água da chuva. 
 
• 6) Avaliação: O processo de avaliação envolve um olhar crítico (quantitativo e qualitativo) para a implementação da 
política pública. No caso das cisternas, graças à avaliação do programa foi possível identificar a necessidade de sua 
ampliação (2008) para a construção de um segundo tipo de cisterna (calçadão) com a finalidade de captar água para 
atividades produtivas, garantindo a segurança alimentar local. 
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Fases das Políticas Públicas 
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Fonte: Elaborado pelos autores a partir de: FREY,K. Políticas 
Públicas:um debate conceitual e reflexões referentes à prática 
da análise de políticas públicas no Brasil. Brasília, DF: IPEA, 
2000. (Planejamento e Políticas Públicas, v. 21). 
Inicialmente, na fase de percepção e definição do problema, em que a adversidade deve ser vista como um problema público, esse obstáculo, por sua vez, pode ser 
identificado por qualquer um dos atores de políticas públicas. 
 
Após a identificação e definição do problema e inserção deste na agenda política é que,possivelmente ,o mesmo será definido como assunto de teor político e público. 
 
A fase agenda-setting configura-se por uma análise preliminar,que definirá a inserção do problema como pauta política e administrativa ou o deslocamento para data 
posterior.(FREY,2000).No que tange à fase de elaboração de programas e decisão, há a escolha da melhor alternativa para a solução do problema, o qual ganharia 
especificações e alternativas.(FREY, 2000; SARAVIA, 2006). 
 
A implementação pode ser definida como“[...] aquela em que regras,rotinas e processos sociais são convertidos de intenções em ações.” (SECCHI, 2013, p. 55). Nessa 
fase há a concretização e a análise dos aspectos e alternativas implantadas. 
 
A fase de avaliação - embasada por diagnósticos que verifiquem os impactos das ações empreendidas, fornecendo aos executores das ações recursos informacionais. 
 
Ademais, também cabe a esta última a responsabilidade de dar início a um novo ciclo, o qual estará voltado para a resolução de problemas que ainda não foram 
resolvidos. 
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Normas Anticorrupção 
• A construção de uma política perpassa pela estruturação de um marco normativo que delimite os termos de 
sua aplicação. Com referência aos acordos internacionais, os países, uma vez signatários, devem adequar a 
legislação nacional à necessidade transnacional, como é o caso do combate à corrupção. 
• Em 1977, os EUA instituíram o Foreign Corrupt Practices Act - FCPA, tornando-se a primeira nação a criar 
um instrumento legal que previa sanções no âmbito cível, administrativo e penal a empresas americanas que 
utilizassem o suborno com o fim de obter vantagens financeiras em contratações com a administração 
pública estrangeira. Essa conduta desencadeou um debate internacional sobre o pagamento de propina em 
troca de favores de servidores públicos. (BRASIL, 2016, p. 47) Todavia, apenas em 1997 foi consolidada 
uma Convenção sobre o Combate da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações 
Comerciais Internacionais pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) 
(BRASIL, 2016, p. 48). 
• No Brasil, desde o ano de 2000, tem sido editados normativos legais a fim de cumprir com os compromissos 
firmados para o combate à corrupção entre diversos países. Os diplomas legais referidos incluem o Decreto 
nº 3.678/2000, que promulgou os termos da Convenção sobre o Combate da Corrupção de Funcionários 
Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais (OCDE); o Decreto nº 4.410/2002, 
proveniente do acordo firmado durante a Convenção Interamericana contra a Corrupção (OEA), em 1996, 
com destaque para a normatização como ilícito do ato de pessoas físicas e jurídicas subornar agentes 
públicos; e, por fim, o Decreto nº 5.687/2006, resultado da Convenção das Nações Unidas contra a 
Corrupção (ONU), realizada em 2003 (SIMÃO; VIANNA, 2017, p. 23). 
 
 
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Normas Anticorrupção 
 
• Nessa esteira, em 2013, foi publicada a Lei nº 12.846, também conhecida como Lei Anticorrupção-LAC, 
prevendo a responsabilização administrativa e civil das pessoas jurídicas por ilícitos cometidos no âmbito 
das contratações com a administração pública, a atenuação da penalidade atribuída à pessoa jurídica nos 
casos da implementação efetiva de programa de integridade nesta, a possibilidade do acordo de leniência 
-no caso de representantes legais da pessoa jurídica optarem por cooperar com as investigações de 
ilícitos praticados em desfavor da administração pública, entre outras inovações(BRASIL, 2016: p. 63). 
• De acordo com Saraiva (2006: 28), política pública trata de “[...] um fluxo de decisões públicas, orientado a 
manter o equilíbrio social ou a introduzir desequilíbrios destinados a modificar essa realidade.” Em uma 
perspectiva mais operacional, Saraiva (2006, p. 29) acrescenta que seria: [...] um sistema de decisões 
públicas que visa ações ou omissões, preventivas ou corretivas, destinadas a manter ou modificar a 
realidade de um ou vários setores da vida social, por meio de definição de objetivos e estratégias de 
atuação e da alocação dos recursos necessários para atingir os objetivos estabelecidos 
• Com referência ao ciclo das políticas públicas, a agenda é a primeira etapa considerada, e constitui o 
momento em que determinado assunto é incluído na lista de prioridades do poder público como um 
“problema público” relevante. Sob essa orientação, verifica-se que a corrupção constitui-se em um 
problema de ordem pública que interfere em todos os setores de um país, sejam econômicos, políticos ou 
sociais. Desse modo, o combate à corrupção é prioridade internacional 
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Normas Anticorrupção 
• Saraiva evidencia a necessidade de diferenciar a elaboração da formulação: “[...] A primeira é a 
preparação da decisão política; a segunda, a decisão política, ou a decisão tomada por um político ou 
pelo Congresso, e sua formalização por meio de uma norma jurídica [...]” (SARAIVA, 2006, p. 32). 
• Lemos Júnior (2012, p. 99) argumenta que se o Brasil foi um dos últimos países a contar com uma Lei 
Federal regulamentando o combate à lavagem de capitais, o fortalecimento da articulação dos órgãos 
públicos para esse combate é o grande destaque, mediante as ações da ENCCLA - Estratégia Nacional 
de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro, principalmente no que concerne à origem dos 
anteprojetos de leis da “lavagem de dinheiro” (atual Lei n° 9.683/12), do projeto que “dispõe sobre 
mecanismos de combate às organizações criminosas e técnicas especiais”; e da “extinção de domínio”, 
entre outros. 
• O ato ilegal para o FCPA é Pagar / Oferecer / Prometer/ Autorizar direta ou indiretamente (por meio de 
parceiros/ agentes) dinheiro ou qualquer objeto de valor com objetivo de corromper um membro do setor 
público para conseguir ou manter ou encaminhar negócios ou alcançar uma vantagem indevida. 
• Já as sanções do FCPA podem ser: 
• a) Multas altíssimas 
• b) Mídia negativa: dano reputacional 
• c) Dissolução da empresa 
• d) Prisão para pessoas físicas de 5 anos. 
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Normas Anticorrupção 
• Outro documento que marca essa orientação no âmbito internacional é a lei britânica denominada UK 
bribery act, publicada em 2010, que prevê princípios subsidiadores para o alcance da integridade 
institucional, dos quais: “[...] procedimentos proporcionais ao risco; comprometimento do alto escalão; 
avaliação de risco; due diligence; comunicação (incluindo treinamento), monitoramento e avaliação [...]” 
(XAVIER, 2015, p. 58-59). 
• Para o UKBA também podem ser responsabilizados as PFs e as PJs que infringirem a legislação, sendo 
que as sanções são as seguintes: 
• a) Multa ilimitada para empresas; 
• b) Prisão de até 10 anos para pessoas físicas; 
• c) Destituição de cargo de administrador; 
• d) Proibição de participar como diretor por até 15 anos; 
• e) Dissolução da empresa; 
• f) Mídia negativa: danos a reputação da empresa; 
• g) Impedimento permanente de participar de licitações 
 
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PAR – Processo Administrativo de Responsabilização 
 
• Quanto à competência, conforme o disposto no art. 8º da LAC: “[...] a instauração e o julgamento de 
processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade 
máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário [...]”. (BRASIL, 2013b) 
A autoridade mencionada pode agir de ofício ou mediante provocação, podendo delegar essa 
competência. Na ausência da infraestrutura necessária, a CGU pode instaurar ou avocar para si processos 
em andamento (BRASIL, 2013b). 
• Oportunamente, ressalta-se a publicação do Decreto nº 8.910/2016, que entre outros assuntos, cria a 
Coordenação-Geral de Responsabilização de Entes Privados (COREP), responsável por acompanhar a 
condução de processos administrativos de responsabilização de entes privados no âmbito do Ministério da 
Transparência e Controladoria Geral da União (CGU) (BRASIL, 2016b). 
• O Manual de Responsabilização Administrativa de Pessoa Jurídica explicita que fora previsto no art. 7º da 
supramencionada lei que os parâmetros de avaliação de mecanismos e procedimentos de integridade, 
auditoria incentivo à denúncia de irregularidades – critério de dosimetria previsto no inciso VIII do caput – 
seria regulamentado futuramente, o que resultou no Decreto nº 8.420/2015. Parâmetros esses que se 
referem a concepções relacionadas à governança e à transparência corporativas, originárias EUA como 
programas de compliance (BRASIL, 2016, p. 63-64). 
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Programa de Integridade 
 
• O Programa de Integridade estrutura-se a partir da concepção de valores institucionais/organizacionais 
para mitigar riscos, comunicar o que é correto, orientar, avaliar medidas de incentivo, reforçando a área 
punitiva no sentido de criar uma cultura da integridade. 
• Nos termos previstos no caput do art. 41 do Decreto nº 8.420/15, o Programa de Integridade integraria um 
conjunto de ações de auditoria e incentivo à denúncia, objetivando evidenciar ilícitos no âmbito da 
administração pública, nacional ou estrangeira, evitar desvios e irregularidades, além de contribuir para a 
aplicação dos códigos de ética, seja em organizações públicas ou privadas (BRASIL, 2016, p. 106). 
• Além de sua importância intrínseca, observa-se que a existência de um programa de integridade efetivo 
pode ter impacto direto no valor da multa aplicável em um processo de responsabilização, podendo ser 
reduzia em até quatro por cento, conforme estabelece o inciso V, do art. 18, do Decreto nº 8.420/2015, que 
versa sobre metodologia de cálculo da multa a ser aplicada, resultado da comprovação da existência e 
implementação efetiva de um programa de integridade pela pessoa jurídica (BRASIL, 2015). 
• Com base na orientação do programa de integridade apresentada, o Manual de Responsabilização 
Administrativa de Pessoa Jurídica também elucida que: “[...] no âmbito da Lei nº 12.846/2013 e de todos os 
seus desdobramentos, os termos programa de compliance, compliance anticorrupção e programas de 
integridade devem ser entendidos como sinônimos, não existindo qualquer diferença prática ou teórica 
entre eles [...]” (BRASIL, 2016, p. 106). 
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Convenções sobre corrupção 
• No Brasil, principalmente após se tornar signatário das convenções internacionais, para a 
prevenção, a coibição e o combate à corrupção, em especial da OEA (1996), da OCDE 
(1997) e da ONU (2003), o tema compõe a agenda nacional. Acrescentem-se as pressões 
da mídia e da sociedade civil organizada. 
• Nessa esteira, uma das recomendações propostas ao Brasil pela OCDE previa a elaboração 
e a implementação de um diploma legal que norteasse o processo de responsabilização 
administrativa e civil das pessoas jurídicas. 
• A elaboração do anteprojeto que previa essa responsabilização administrativa esteve sob a 
reponsabilidade do Executivo, com destaque para o Ministério da Transparência e 
Controladoria-Geral da União-CGU, o Ministério da Justiça-MJ e a Advocacia-Geral da 
União-AGU. 
• O relator prossegue ressaltando que existem outros diplomas legais que legislam sobre a 
responsabilização de pessoas jurídicas, como a Lei de Licitações (Lei 8.666/93) e a Lei 
Antitruste (Lei 8.884/94) e preveem “[...] processos administrativos específicos, descrevendo 
as condutas consideradas lesivas e determinando as sanções aplicáveis [...]”(BRASIL, 2010, 
p. 70), mas de forma muito ampla,sem tipificar as condutas consideradas ilícitos e sem 
prever formas de prevenção à corrupção nas empresas, sejam públicas ou privadas. 
• Disponível em: https://www.cgu.gov.br/ 
https://www.cgu.gov.br/
https://www.cgu.gov.br/
https://www.cgu.gov.br/
https://www.cgu.gov.br/
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https://www.cgu.gov.br/
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Convenção da ONU – sobre Corrupção 
• No Brasil, a Convenção da ONU contra a Corrupção foi ratificada pelo Decreto Legislativo nº. 
348, de 18 de maio de 2005, e promulgada pelo Decreto Presidencial nº. 5.687, de 31 de 
janeiro de 2006. 
• A Convenção da ONU é o mais abrangente tratado internacional sobre prevenção e combate à 
corrupção. Ela é o maior instrumento internacional juridicamente vinculante, ou seja, que obriga 
os Estados Partes que a ratificaram a cumprir os seus dispositivos, sob pena de serem 
pressionados pela comunidade internacional. Pelo seu caráter global, a Convenção demonstra 
a preocupação de todos com o problema da corrupção. 
• Além disso, a partir da ratificação da Convenção pelo Brasil, ela ingressa no ordenamento 
jurídico pátrio como lei ordinária, ou seja, a partir desse momento, torna-se lei interna 
brasileira, exceto para as cláusulas de direito penal, e seu cumprimento é obrigatório por todos. 
• Promover e fortalecer as medidas para prevenir e combater mais eficaz e eficientemente a 
corrupção; 
• Promover, facilitar e apoiar a cooperação internacional e a assistência técnica na prevenção e 
na luta contra a corrupção, incluída a recuperação de ativos; 
• Promover a integridade, a obrigação de render contas e a devida gestão dos assuntos e dos 
bens públicos. 
• Disponível em: https://www.cgu.gov.br/ 
 
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https://www.cgu.gov.br/
https://www.cgu.gov.br/
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Convenção da ONU – sobre Corrupção 
• A Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção trata de quatro temas principais: a 
prevenção, a criminalização dos atos de corrupção, a cooperação internacional e a 
recuperação de ativos. No que se refere à prevenção, foram previstas medidas como a 1. 
criação de agências anticorrupção, 2. maior transparência no setor público, 3. participação 
da sociedade, 4. criação de códigos de conduta para funcionários públicos e 5. regras para a 
contratação pública e gestão da Fazenda Pública. 
• Com relação à criminalização, os Estados Partes se comprometeram-se a penalizar diversos 
atos considerados atos de corrupção, muitos dos quais já tipificados pela legislação 
brasileira. No que tange à cooperação internacional, estão previstas ações em conjunto 
voltadas para a prevenção, investigação e assistência jurídica, além da possibilidade da 
extradição de réus. 
• A recuperação de ativos é um princípio fundamental da presente Convenção e tem por 
objetivo restituir ao Estado Parte lesado os bens desviados e transferidos a outros Estados 
Partes em decorrência de delito qualificado como ato de corrupção de acordo com a 
Convenção. 
• Disponível em: https://www.cgu.gov.br/ 
 
 
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https://www.cgu.gov.br/
https://www.cgu.gov.br/
https://www.cgu.gov.br/
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https://www.cgu.gov.br/
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Convenção da ONU – sobre Corrupção 
• O Brasil está fortalecendo as suas instituições responsáveis pela prevenção e combate à 
corrupção e adequando sua legislação para que essa sirva como efetivo instrumento de 
repressão desse delito. A Controladoria-Geral da União (CGU), desde que foi criada, vem 
realizando seguidas ações de auditoria e apuração de fraudes e desvios de recursos, 
algumas, inclusive, em parceria com a Polícia Federal, com o Ministério Público Federal e 
com os Ministérios Públicos dos Estados. 
• Além disso, a CGU vem desempenhando funções típicas de uma agência anticorrupção. 
Nesse contexto, também estão sendo desenvolvidas estratégias e políticas de prevenção e 
combate à corrupção. Devido a sua destacada atuação, a CGU está caminhando para se 
tornar um órgão de referência da ONU no combate à corrupção para os países do continente, 
como já anunciado pelo Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC) no 
Brasil. 
• No que se refere à legislação, podemos destacar o envio de dois projetos de lei ao 
Congresso Nacional. O primeiro prevê a inclusão do artigo 317-A ao Código Penal, instituindo 
o crime de Enriquecimento Ilícito. O segundo é o projeto de lei que prevê situações que 
configuram o Conflito de Interesses e institui a nova "quarentena" no Poder Executivo 
Federal. Além disso, está sendo finalizado o Anteprojeto de Lei de Acesso à Informação. 
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Cooperação Internacional 
• A cooperação internacional para a troca de provas e informações, nos âmbitos civil e administrativo, não é 
uma obrigação dos Estados Partes da Convenção da ONU, ao contrário da colaboração em matéria 
criminal. Por isso, o Brasil tem empreendido esforços para ampliar a cooperação internacional, com o 
objetivo de criar um ambiente favorável entre as autoridades empenhadas no combate à corrupção. 
 
No Brasil, a resolução fortalece a aplicação da Lei Anticorrupção e da Lei de Improbidade Administrativa, 
marcos dos esforços do Estado brasileiro de combate à corrupção. Ela também fortalece a execução de 
condenações do Tribunal de Contas da União (TCU) e a condução de processos administrativos 
disciplinares contra agentes públicos acusados de práticas de corrupção. 
• Aprovada por consenso por todos os Estados Partes da Convenção, a resolução foi copatrocinada por 
177 países. 
• A delegação brasileira foi integrada por representantes do Ministério das Relações Exteriores (MRE), da 
Controladoria-Geral da União (CGU), da Advocacia-Geral da União (AGU), da Comissão de Ética Pública 
(CEP), do Ministério da Justiça (MJ) e do Ministério Público Federal (MPF). 
 
Convenção da ONU - A Convenção da ONU contra a Corrupção é o mais importante instrumento jurídico 
internacional de prevenção e combate à corrupção. Conta atualmente com 177 Estados Partes. A 
instância decisória máxima, a Conferência dos Estados Partes, se reúne a cada dois anos. 
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Processo de Adesão à OCDE 
• A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, com sede em Paris, França, é uma 
organização internacional composta por 35 países membros, que reúne as economias mais avançadas do mundo, bem 
como alguns países emergentes como a Coreia do Sul, o Chile, o México e a Turquia. A Organização foi fundada em 14 
de dezembro de 1961, sucedendo a Organização para a Cooperação Econômica Europeia, criada em 16 de abril de 1948. 
Desde 1º de junho de 2006, seu Secretário-Geral é o mexicano José Ángel Gurría Treviño. 
• Uma síntese das etapas do processo de adesão pode ser visualizada a seguir: 
• Início de negociações por meio de convite proveniente da OCDE ou pedido de candidatura à OCDE; 
• Documento “Accession Roadmap”. A OCDE estabelece os termos para adesão, específicos para cada país; 
• Documento “Memorando Inicial” do país-candidato com seu posicionamento sobre os 250 instrumentos legais da OCDE; 
• Revisões técnicas pela OCDE e encontros com representantes do país-candidato; 
• Decisão final, por unanimidade, pelo Conselho da OCDE; 
• Assinatura do Acordo de Adesão à Convenção da OCDE; 
• Aprovação pelo Congresso Nacional e Ratificação do Acordo; e 
• Depósito do Acordo de Adesão (efetivação da filiação junto à OCDE). 
• A duração do processo de adesão é, em média, de 3 a 4 anos. Entretanto, em alguns casos, pode se estender por mais 
tempo. A velocidade do processo depende diretamente da celeridade para fornecer informações aos Comitês Técnicos da 
Organização e da capacidade de resposta às recomendações para mudanças na legislação e práticasdomésticas. 
• Durante o processo, serão levantados os pontos sensíveis, como aqueles que apresentam conflitos entre a legislação 
nacional e as diretrizes da OCDE, ou diferenças de visão, que podem ser difíceis de conciliar, a princípio. Nesses casos, 
poderão ser negociadas reservas, rejeições e/ou observações aos instrumentos legais da OCDE, ou um horizonte de 
tempo para que o governo se adapte às recomendações. Essa negociação deverá ocorrer durante as conversas entre os 
comitês e os órgãos técnicos responsáveis 
 
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Convenção da OCDE sobre Corrupção 
• No Brasil, a Convenção foi ratificada em 15 de junho de 2000 e promulgada pelo Decreto 
Presidencial nº 3.678, de 30 de novembro de 2000. 
• A Convenção é um marco da cooperação internacional na área de prevenção e repressão ao 
delito de corrupção de funcionários públicos estrangeiros na esfera de transações comerciais 
internacionais. Pela primeira vez, os países com representatividade mundial nas áreas de 
comércio e investimento estão atuando de maneira conjunta para controlar a prática de 
suborno a funcionários públicos estrangeiros em transações comerciais internacionais, 
adaptando suas legislações e implementando mecanismos de controle. 
• Fazer com que os países participantes possam, de maneira coordenada, adotar mecanismos 
para prevenir e reprimir a corrupção de funcionários públicos estrangeiros na esfera das 
transações comerciais internacionais; 
• Estabelecer responsabilidades às pessoas jurídicas que corrompam funcionários públicos 
estrangeiros; 
• Considerar a imposição de sanções cíveis ou administrativas a pessoas sobre as quais 
recaiam condenações por corrupção aos referidos funcionários; 
Estabelecer a prestação de assistência jurídica recíproca de forma efetiva e rápida entre os 
Estados Partes; 
• Eliminar a concorrência desleal gerada pela corrupção. 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3678.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3678.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3678.htm
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Convenção da OCDE sobre Corrupção 
• Duas décadas depois, os 43 países signatários da convenção (incluindo todos os 
membros da OCDE e países convidados, como Brasil e Argentina) já contam com 
legislações de combate ao suborno internacional. Elas englobam itens caros à 
organização como a responsabilização de pessoas jurídicas, a não dedutibilidade do 
pagamento de subornos (sim, em muitos países era legal declarar suborno internacional 
no imposto de renda) e o estabelecimento de agências responsáveis 
pelos enforcements. 
• “A corrupção facilita algumas das ameaças globais mais importantes do nosso tempo, 
como o terrorismo, as mudanças climáticas e a crise dos refugiados. É vital que nós 
aceleremos nossa luta para conter essa ameaça para nossas economias e sociedades”, 
disse Kos, durante o evento que marcou a comemoração da data, realizado em Paris, 
sede da OCDE. 
• Entre as principais inovações da Convenção, destacamos (i) a criminalização dos atos de 
corrupção de funcionário público estrangeiro, (ii) a atribuição de responsabilidade às 
pessoas jurídicas por pagamento de suborno à funcionário público estrangeiro e (iii) a 
exigência de maior transparência na contabilidade empresarial, com a expressa proibição 
de contas de caixa “dois”. 
 23 
Convenção de Haia - Holanda 
• O Brasil foi aceito recentemente por Israel e Marrocos para fins da Convenção da Haia sobre Provas, 
ampliando o rol de países abertos a cooperar em pedidos relativos a questões de família, comerciais e 
trabalhistas, entre outras. 
• A Convenção da Haia de 05 de outubro de 1961, sobre a Eliminação da Exigência da Legalização de 
Documentos Públicos Estrangeiros (também conhecida como Convenção da Apostila) é um Tratado 
Internacional que visa simplificar o processo de autenticação de documentos a serem usados no exterior. 
Foi promulgada no Brasil pelo Decreto 8.666/2016. A partir de sua entrada em vigor, em 16 de agosto de 
2016, ao invés de percorrer toda uma cadeia de legalização, os cidadãos dos países signatários devem 
recorrer a um único procedimento, que consiste na emissão da Apostila.mento público em outro país 
signatário. 
• A Convenção sobre a Obtenção de Provas no Estrangeiro em Matéria Civil ou Comercial, oriunda da 
Conferência da Haia sobre Direito Internacional Privado, vem trazer mais celeridade e efetividade para os 
pedidos de cooperação jurídica feitos por cidadãos e empresas brasileiras para a obtenção de provas em 
59 países para fins de processos judiciais em matéria civil e comercial. O mesmo ocorre no Brasil para que 
pedidos recebidos do exterior também sejam atendidos mais rápida e efetivamente. 
• A convenção determina as modalidades nas quais um documento expedido ou autenticado por autoridades 
públicas podem ser certificados para que obtenha valor legal nos outros estados signatários. Tal 
certificação é chamada "apostila" (em francês apostille). Seu objetivo consiste em facilitar transações 
comerciais e jurídicas, já que consolida num único certificado toda a informação necessária para gerar 
validade a um documento internacional. 24 
https://www.cnj.jus.br/o-que-e-a-convencao-da-haia/poder-judiciario/relacoes-internacionais/convencao-da-apostila-da-haia/atos-normativos
https://www.cnj.jus.br/o-que-e-a-convencao-da-haia/poder-judiciario/relacoes-internacionais/convencao-da-apostila-da-haia/atos-normativos
https://www.cnj.jus.br/o-que-e-a-convencao-da-haia/poder-judiciario/relacoes-internacionais/convencao-da-apostila-da-haia/atos-normativos
https://www.cnj.jus.br/o-que-e-a-convencao-da-haia/poder-judiciario/relacoes-internacionais/convencao-da-apostila-da-haia/atos-normativos
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https://www.cnj.jus.br/o-que-e-a-convencao-da-haia/poder-judiciario/relacoes-internacionais/convencao-da-apostila-da-haia/atos-normativos
https://www.cnj.jus.br/o-que-e-a-convencao-da-haia/poder-judiciario/relacoes-internacionais/convencao-da-apostila-da-haia/atos-normativos
Decreto n° 3.678/00 
 
• Promulga a Convenção sobre o Combate da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em 
Transações Comerciais Internacionais, concluída em Paris, em 17 de dezembro de 1997. 
• Artigo 1 
• O Delito de Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros 
• 1. Cada Parte deverá tomar todas as medidas necessárias ao estabelecimento de que, segundo suas leis, é 
delito criminal qualquer pessoa intencionalmente oferecer, prometer ou dar qualquer vantagem pecuniária 
indevida ou de outra natureza, seja diretamente ou por intermediários, a um funcionário público estrangeiro, 
para esse funcionário ou para terceiros, causando a ação ou a omissão do funcionário no desempenho de 
suas funções oficiais, com a finalidade de realizar ou dificultar transações ou obter outra vantagemilícita na 
condução de negócios internacionais. 
• 2. Cada Parte deverá tomar todas as medidas necessárias ao estabelecimento de que a cumplicidade, 
inclusive por incitamento, auxílio ou encorajamento, ou a autorização de ato de corrupção de um funcionário 
público estrangeiro é um delito criminal. A tentativa e conspiração para subornar um funcionário público 
estrangeiro serão delitos criminais na mesma medida em que o são a tentativa e conspiração para corrupção 
de funcionário público daquela Parte. 
• 3. Os delitos prescritos nos parágrafos 1 e 2 acima serão doravante referidos como "corrupção de funcionário 
público estrangeiro". 
 
 
 
25 
Decreto n° 3.678/00 
• 4. Para o propósito da presente Convenção: 
• a) "funcionário público estrangeiro" significa qualquer pessoa responsável por cargo legislativo, administrativo ou jurídico de um 
país estrangeiro, seja ela nomeada ou eleita; qualquer pessoa que exerça função pública para um país estrangeiro, inclusive para 
representação ou empresa pública; e qualquer funcionário ou representante de organização pública internacional; 
• b) "país estrangeiro" inclui todos os níveis e subdivisões de governo, do federal ao municipal; 
• c) "a ação ou a omissão do funcionário no desempenho de suas funções oficiais" inclui qualquer uso do cargo do funcionário 
público, seja esse cargo, ou não, da competência legal do funcionário. 
• Artigo 3 
• Sanções 
• 1. A corrupção de um funcionário público estrangeiro deverá ser punível com penas criminais efetivas, proporcionais e dissuasivas. 
A extensão das penas deverá ser comparável àquela aplicada à corrupção do próprio funcionário público da Parte e, em caso de 
pessoas físicas, deverá incluir a privação da liberdade por período suficiente a permitir a efetiva assistência jurídica recíproca e a 
extradição. 
• 2. Caso a responsabilidade criminal, sob o sistema jurídico da Parte, não se aplique a pessoas jurídicas, a Parte deverá assegurar 
que as pessoas jurídicas estarão sujeitas a sanções não-criminais efetivas, proporcionais e dissuasivas contra a corrupção de 
funcionário público estrangeiro, inclusive sanções financeiras. 
• 3. Cada Parte deverá tomar todas as medidas necessárias a garantir que o suborno e o produto da corrupção de um funcionário 
público estrangeiro, ou o valor dos bens correspondentes a tal produto, estejam sujeitos a retenção e confisco ou que sanções 
financeiras de efeito equivalente sejam aplicáveis. 
• 4. Cada Parte deverá considerar a imposição de sanções civis ou administrativas adicionais à pessoa sobre a qual recaiam sanções 
por corrupção de funcionário público estrangeiro. 
 
 
26 
Decreto n° 3.678/00 
• Artigo 7 
• Lavagem de Dinheiro 
• A Parte que tornou o delito de corrupção de seu próprio funcionário público um delito declarado para o 
propósito da aplicação de sua legislação sobre lavagem de dinheiro deverá fazer o mesmo, nos mesmos 
termos, em relação à corrupção de um funcionário público estrangeiro, sem considerar o local de 
ocorrência da corrupção. 
• Artigo 9 
• Assistência Jurídica Recíproca 
• 1. Cada Parte deverá, respeitando, tanto quanto possível, suas leis, tratados e acordos relevantes, prestar 
pronta e efetiva assistência jurídica a uma Parte para o fim de condução de investigações e processos 
criminais instaurados pela Parte sobre delitos abrangidos pela presente Convenção e para o fim de 
condução de processos não-criminais contra uma pessoa jurídica instaurados pela Parte e abrangidos por 
esta Convenção. A Parte solicitada deverá informar a Parte solicitante, sem demora, de quaisquer 
informações ou documentos adicionais necessários a apoiar o pedido de assistência e, quando solicitado, 
do estado e do resultado do pedido de assistência. 
• 2. Quando uma Parte condiciona a assistência jurídica recíproca à existência de criminalidade dual, a 
existência de criminalidade dual será considerada se o delito para o qual a assistência é solicitada for do 
âmbito da presente Convenção. 
• 3. Uma Parte não deverá se recusar a prestar assistência mútua jurídica em matérias criminais do âmbito 
da presente Convenção sob a alegação de sigilo bancário. 27 
Decreto n° 3.678/00 
• Artigo 10 
• Extradição 
• 1. A corrupção de um funcionário público estrangeiro deverá ser considerada um delito passível de extradição, segundo as leis das 
Partes e os tratados de extradição celebrados entre elas. 
• 2. Se uma Parte, que condiciona a extradição à existência de um tratado sobre a matéria, receber uma solicitação de extradição de 
outra Parte com a qual não possui tratado de extradição firmado, dever-se-á considerar esta Convenção a base jurídica para a 
extradição pelo delito de corrupção de um funcionário público estrangeiro. 
• 3. Cada Parte deverá tomar todas as medidas necessárias para assegurar sua capacidade para extraditar ou processar seus nacionais 
pelo delito de corrupção de um funcionário público estrangeiro. A Parte que recusar um pedido para extraditar uma pessoa por 
corrupção de um funcionário público estrangeiro, baseada apenas no fato de que a pessoa é seu nacional, deverá submeter o caso à 
apreciação de suas autoridades competentes para instauração de processo. 
• 4. A extradição por corrupção de funcionário público estrangeiro está sujeita às condições estabelecidas pela lei local e pelos 
tratados e acordos das Partes sobre a matéria. Quando uma Parte condiciona a extradição à existência de criminalidade dual, essa 
condição deverá ser considerada satisfeita se o delito pelo qual a extradição é solicitada estiver no âmbito do Artigo 1 da presente 
Convenção. 
Artigo 12 
• Monitoramento e Acompanhamento 
• As Partes deverão cooperar na execução de um programa de acompanhamento sistemático para monitorar e promover a integral 
implementação da presente Convenção. A menos que decidido em contrário por consenso das Partes, essa iniciativa dar-se-á no 
âmbito do Grupo de Trabalho sobre Corrupção em Transações Comerciais Internacionais da OCDE, de acordo com seu termo de 
referência, ou no âmbito e de acordo com os termos de referência de qualquer substituto para essa função. As Partes arcarão com 
os custos do programa, segundo as regras aplicáveis àquele Grupo. 
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Obrigado! 
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