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O que é e para que serve a Sociologia

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1.1 O que é e para que serve a Sociologia
 
O QUE É:
Como explicita Gil (2011, p. 1), "Sociologia é uma disciplina que integra o currículo de muitos cursos universitários. O que se justifica, pois os conceitos e as teorias sociológicas são fundamentais para a compreensão do significado dos fatos e fenômenos estudados nos mais diversos campos do conhecimento. Não há como garantir a adequada formação do educador, do jurista, do administrador, do economista, do assistente social, do jornalista, do publicitário e de tantos outros profissionais sem estudar Sociologia." Assim, "a Sociologia é a ciência que estuda as relações sociais, as instituições sociais e a sociedade", o que é fundamental na sua formação. Porém, desde já um alerta: essa definição acima ainda é muito genérica e precisa ser aprofundada.
É claro que cada um de nós tem sua visão da sociedade e das relações sociais uma vez que "todos os indivíduos são obrigados a fazer uma espécie de 'Sociologia' aplicada a seu dia-a-dia e, desse modo, terminam por elaborar algum tipo de teoria sobre a sua experiência cotidiana" (VILA NOVA, 2012, p. 27).
Mas não é o nosso caso aqui. Você está na faculdade e a busca é superar o senso comum. Por isso, a Sociologia que estudaremos possui um caráter científico. Em outras palavras: a Sociologia é uma ciência. Em um dos textos que você lerá nesta semana, poderá compreender quais as características do conhecimento científico e sua implicação com a Sociologia.
Observe a anote as principais ideias. Isso irá preparar você para as discussões que faremos.
Parte superior do formulário
Um pouco da história da Sociologia
Tenho quase certeza que você já se perguntou:
- Por que o ser humano é assim?
E também, vendo a foto das duas festas (um baile vitoriano do séc XIX e uma festa rave):
- Quanta mudança, não é mesmo?
- Como e por que as sociedades mudam?
Pois é, a Sociologia surgiu justamente para dar respostas científicas a esse tipo de pergunta. Nesta aula, vamos buscar entender o contexto histórico que levou ao nascimento da Sociologia como ciência.
Para compreender como se deu o surgimento da Sociologia como ciência é importante saber que isso ocorreu no bojo (interior, contexto) dos acontecimentos que levaram a passagem da sociedade medieval para a sociedade moderna ou na passagem do feudalismo para o capitalismo. Verificar o quadro comparativo.
A Sociologia como ciência que analisa a sociedade é fruto de todo o conhecimento desenvolvido sobre a natureza e a sociedade a partir do século XV. O mundo na época passava por várias transformações que não podem ser entendidas de forma isolada, visto que estão ligadas umas as outras, são elas:
· a expansão marítima
· o comércio ultramarino
· a formação dos estados nacionais
· a reforma protestante
· o desenvolvimento das ciências e da tecnologias
· o antropocentrismo: valorização do indivíduo e de uma nova visão de mundo embasada na razão e na figura humana
Ainda vamos nos aprofundar em cada uma dessas transformações. Por agora, o importante é ter presente que essas significativas transformações vão gerar uma nova sociedade, com um novo modelo econômico e uma nova forma de pensar.
· a expansão marítima: "A partir do século XV, sob a liderança de portugueses e espanhóis, os europeus começam um processo de intensa globalização, a chamada Expansão Marítima. Este fato também ficou conhecido como as Grandes Navegações e tinha como principais objetivos: a obtenção de riquezas (atividades comerciais) tanto pela exploração da terra (minerais e vegetais) quanto pela submissão de outros seres humanos ao trabalho escravo (indígenas e africanos), pela pretensão de expansão territorial, pela difusão do cristianismo (catolicismo) para outras civilizações e também pelo desejo de aventura e pela tentativa de superar os perigos do mar (real e imaginário)". (CARVALHO, acesso em 08 jun. 2016).
+ Saiba Mais
· O comércio ultramarino: "A expansão ultramarina Européia deu início ao processo da Revolução Comercial, que caracterizou os séculos XV, XVI e XVII. Através das Grandes Navegações, pela primeira vez na história, o mundo seria totalmente interligado. Somente então é possível falar-se em uma história em escala mundial. A Revolução Comercial, graças a acumulação primitiva de Capital que propiciou, preparou o começo da Revolução Industrial a partir da segunda metade do século XVIII. Apenas os Estados efetivamente centralizados tinham condições de levar adiante tal empreendimento, dada a necessidade de um grande investimento e principalmente de uma figura que atuasse como coordenador – no caso, o Rei. Além de formar um acúmulo prévio de capitais, pela cobrança direta de impostos, o rei disciplinava os investimentos da burguesia, canalizando-os para esse grande empreendimento de caráter estatal, ou seja, do Estado, que se tornou um instrumento de riqueza e poder para as monarquias absolutas" (Historianet. Acesso em: 08 jun. 2016).
+ Saiba Mais
· A formação dos estados nacionais: que "aconteceu no período da história europeia compreendido na Baixa Idade Média (Séculos XI a XIV), onde após a fracassada pretensão da Igreja de Roma de unificar o continente sob sua batuta, os diferentes povos europeus começaram a unir-se em torno de um grande líder, que fosse mais forte que os líderes regionais para unificar as diferentes e fragmentadas regiões que formavam a 'colcha de retalhos' que era o mapa europeu da época. Com essa nova configuração sócio-política, os reis passaram a assumir um perfil próximo ao do absolutismo, que teve seu auge com Luís XIV (o autor da famosa frase "o Estado sou eu"), e através desta força do monarca, subjugando os líderes locais é que o Estado Nacional moderno como conhecemos hoje pôde surgir".(Info Escola. Acesso em: 08 jun. 2016).
+ Saiba Mais
· A Reforma Protestante: "A Reforma Protestante foi apenas uma das inúmeras Reformas Religiosas ocorridas após a Idade Média e que tinham como base, além do cunho religioso, a insatisfação com as atitudes da Igreja Católica e seu distanciamento com relação aos princípios primordiais.
Durante a Idade Média a Igreja Católica se tornou muito mais poderosa, interferindo nas decisões políticas e juntando altas somas em dinheiro e terras apoiada pelo sistema feudalista. Desta forma, ela se distanciava de seus ensinamentos e caía em contradição, chegando mesmo a vender indulgências (o que seria o motivo direto da contestação de Martinho Lutero, que deflagrou a Reforma Protestante propriamente dita), ou seja, a Igreja pregava que qualquer cristão poderia comprar o perdão por seus pecados.
Outros fatores que contribuíram para a ocorrência das Reformas foi o fato de que a Igreja condenava abertamente a acumulação de capitais (embora ela mesma o fizesse). Logo, a burguesia ascendente necessitava de uma religião que a redimisse dos pecados da acumulação de dinheiro. Junto a isso havia o fato de que o sistema feudalista estava agora dando lugar às Monarquias nacionais que começam a despertar na população o sentimento de pertencimento e colocam a Nação e o rei acima dos poderes da Igreja.
Desta forma, Martinho Lutero, monge agostiniano da região da saxônia, deflagrou a Reforma Protestante ao discordar publicamente da prática de venda de indulgências pelo Papa Leão X.
Leão X (1478-1521) com o intuito de terminar a construção da Basílica de São Pedro determinou a venda de indulgências (perdão dos pecados) a todos os cristãos. Lutero, que foi completamente contra, protestou com 95 proposições que afixou na porta da igreja onde era mestre e pregador. Em suas proposições condenava a prática vergonhosa do pagamento de indulgências, o que fez com que Leão X exigisse dele uma retratação pelo ato. O que nunca foi conseguido. Leão X então, excomungou Lutero que em mais uma manifestação de protesto, rasgou a Bula Papal (documento da excomunhão), queimando-a em público.
Então, enquanto Lutero era acolhido por seu protetor, o príncipe Frederico da Saxônia, diversos nobres alemães se aproveitaram da situação como uma oportunidade para tomar os inúmerosbens que a igreja possuía na região. Assim, três revoltas eclodiram: uma em 1522 quando os cavaleiros do império atacaram diversos principados eclesiásticos afim de ganhar terras e poder; outra em 1523, quando a nobreza católica reagiu; e, uma em 1524, quando os camponeses aproveitando-se da situação começaram a lutar pelo fim da servidão e pelas igualdades de condições. Mas esta última também foi rechaçada por uma união entre os católicos, protestantes, burgueses e padres que se sentiram ameaçados e exterminaram mais de 100 mil camponeses. O maior destaque da revolta camponesa na rebelião de 1524 foi Thomas Münzer, suas idéias dariam início ao movimento “anabatista”, uma nova igreja ainda mais radical que a luterana. (Info Escola. Acesso em: 08 jun. 2016).
+ Saiba Mais
· O desenvolvimento das ciências e das tecnologias: (Info Escola. Acesso em: 08 jun. 2016).
+ Saiba Mais
Em meio a todas essas transformações, o empenho para explicar os acontecimentos sociais de forma científica, sem os moldes dos mitos, da religião ou por ideias abstratas, deu origem à Sociologia, no século XIX.
As transformações iniciadas na passagem da Idade Média para a Idade Moderna geraram rupturas nas estruturas que sustentavam a sociedade europeia como pode perceber. Essas rupturas, quando acontecem de forma intensa podem ser chamadas de revoluções. Nos séc. XVIII e XIX ocorreram duas que tiveram impacto decisivo na criação da Sociologia. Vamos a elas.
Para você gravar bem, temos duas importantes revoluções na Europa dos séculos XVIII e XIX:
       - A Revolução Industrial - Grã Bretanha, final do século XVIII:
       fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Industrial
"Amplo espectro de transformações sociais e econômicas que cercaram o desenvolvimento de inovações tecnológicas, como a energia e a máquina a vapor" (GIDDENS, 2005, p. 27).
- A Revolução Francesa: Paris, 1789: Retome seu ensino médio com esse vídeo sobre as revoluções do século XVII
https://youtu.be/VZT2hytizG0?list=PL3qONjKuaO2R7hih4hEPXp4_xgoB6nUQk
fonte: http://www.infoescola.com/historia/revolucao-francesa/
"A Revolução Francesa de 1789 marcou o triunfo das ideias e dos valores seculares, como liberdade e igualdade, sobre a ordem tradicional. Foi o começo de uma poderosa e dinâmica força que desde então tem se espalhado ao redor do globo e se tornado um artigo básico do mundo moderno" (GIDDENS, 2005, p. 27).
Dá para compreender que o mundo na época passou por grandes transformações. Devemos ter em conta quanta mudança aconteceu a partir do novo modo de produção da riqueza, com a presença da máquina a vapor e a substituição do trabalho manual pelo trabalho mecânico. Temos mudanças também por parte de muitos pensadores a refletir sobre as novas formas de organização política. Já no século XIX, temos o advento de novas fontes de energia como o petróleo e a eletricidade, além do incremento vertiginoso da produção industrial. Como afirma Giddens (2005, p. 27-28):
Isso mudou dramaticamente a face do mundo social, incluindo muito de nossos hábitos pessoais. A maioria dos alimentos que comemos e das bebidas que bebemos - como o café - agora é produzida por meios industriais. A ruptura com os modos de vida tradicionais desafiou os pensadores a desenvolverem uma nova compreensão tanto do mundo social, como do natural. Os pioneiros da sociologia foram apanhados pelos acontecimentos que cercaram essas revoluções e tentaram compreender sua emergência e consequências potenciais.
Mas há algo bastante interessante que colocamos no início da aula para conduzir você até aqui. Continua Giddens (2005, p. 28):
Os tipos de questões que esses pensadores do século XIX buscavam responder - O que é a natureza humana? Por que a sociedade é estruturada da forma que é? Como e por que as sociedades mudam? - são as mesmas questões que os sociólogos tentam responder hoje em dia.
E foram essas questões que deram origem à Sociologia como ciência. Percebeu?! A Sociologia está mais perto do que você imaginava, não é mesmo?
Filosofia Social e Sociologia
Vimos um pouco da história do surgimento da Sociologia e como isso se deu no século XIX. Porém, é importante compreender que os seres humanos ao viver em sociedade refletem, pensam e analisam os grupos e sociedades na qual vivem. A isso chamamos Pré-sociologia ou Filosofia Social.
  A pré-sociologia: Antiguidade e Idade Média
   NaANTIGUIDADE, com o advento da Filosofia Grega, temos a reflexão feita pelos pré-socráticos e pelos sofistas que buscaram dar respostas racionais ao invés de explicações ligadas aos mitos e aos   deuses.
  Três nomes se destacam e serão os responsáveis pela produção das mais significativas reflexões racionais sobre a sociedade em que viviam:
· SÓCRATES (469-399 a.C.)
  
Polemizou com seus contemporâneos, os sofistas, e mesmo não tendo deixado nada escrito foi marcante por sua atitude em busca da verdade. Foram seus discípulos que escreveram sobre ele e sobre os questionamentos que fazia e que nos interrogam até hoje, como: O que é o bem? O que é a justiça?
· PLATÃO (429-341 a.C.)  
"O mais importante discípulo de Sócrates, insatisfeito com as formas políticas e sociais de seu tempo, escreveu A república. Nesta obra, traçou o perfil da sociedade ideal, buscou assentar a divisão de classes e discutiu as relações entre cidade e Estado" (GIL, 2011, p. 14).
· ARISTÓTELES (384-322 a.C.)
  
 "Foi o mais fecundo dentre todos os pensadores da Antiguidade. [...] Em sua obra A política, procurou definir os elementos simples que compõem a sociedade e as transições qualitativas que distinguem os diversos grupos e instituições da família à vizinhança, à comunidade ou cidade e ao Estado. Definiu o cidadão como aquele que se caracteriza pelo fato de participar da justiça e do poder. Descreveu três tipos de Estado a realeza, a aristocracia e a república e seus desvios a tirania, a oligarquia e a democracia (conceito este que se refere mais adequadamente à demagogia)" (GIL, 2011, p. 14)
Durante a Idade Média, a filosofia social estava totalmente subordinada à Teologia, dado o crescimento da nova explicação de mundo que tomou conta de todo o Ocidente: o cristianismo. Os principais pensadores do período foram Agostinho (354-430) e Tomás de Aquino (1225-1274).
    A pré-sociologia: Renascimento e Iluminismo
O Renascimento tem esse nome para expressar a retomada da antiguidade greco-romana e por apresentar uma nova postura do ser humano diante da natureza e da sociedade. Estamos no século XV e, com o declínio da influência da Igreja, uma nova visão de mundo passa a ser construída e deixa marcas na reflexão dos pensadores da época, nos pintores, nos escritores e em toda a sociedade.
+ Saiba mais sobre o renascimento
· Nicolau Maquiavel (1469-1527) - O príncipe
Há autores que consideram a obra de Maquiavel como precursora da Sociologia e da Ciência Política. Na obra O príncipe, infelizmente mais comentada do que lida, Maquiavel separa política e moral e apresenta suas cruas reflexões sobre a arte de governar, que, segundo ele, não se prende a preceitos teológicos ou morais. Assim, a novidade é que seu pensamento se estabelece livre das amarras medievais.
· Thomas Morus (1478-1535) - A utopia
Após fazer duras críticas à sociedade inglesa de seu tempo, Morus apresenta uma sociedade alternativa imaginária que, no aqui e no agora, não tem lugar (o sentido etimológico da palavra utopia: u = não + topos = lugar).
· Tommaso Campanella (1568-1639) - A cidade do sol
Sua obra é uma forte crítica à tirania e à hipocrisia dos regimes políticos e religiosos de seu tempo, apresentando, como Thomas Morus, uma sociedade ideal na qual impera o uso da razão.
· Thomas Hobbes (1588-1679) - O leviatã
Hobbes defende o pacto social que irá criar o Estado absolutista (O leviatã) em nome da paz, da segurança, da ordem social e da defesa dos inimigos externos. Vejamos como o próprio Hobbes explica:
“Isso é mais do que consentimento ou concórdia, pois resume-se numa verdadeira unidade de todos eles, numa sóe mesma pessoa, realizada por um pacto de cada homem com todos os homens [...] Esta é a geração daquele enorme Leviatã, ou antes – com toda reverência – daquele deus mortal, ao qual devemos, abaixo do Deus Imortal, nossa paz e defesa” [...] É nele que consiste a essência do Estado, que pode ser assim definida: ‘Uma grande multidão institui a uma pessoa, mediante pactos recíprocos uns aos outros, para em nome de cada um como autora, poder usar a força e os recursos de todos, da maneira que considerar conveniente, para assegurar a paz e a defesa comum’. O soberano é aquele que representa essa pessoa” (HOBBES, 2003, p.130-1 31).
· Francis Bacon (1561-1626) Novum Organum (Novo Instrumento)
Publicada em 1620, nessa obra Bacon rompe com a escolástica medieval e com a filosofia de Aristóteles (que escreveu o Organum), para apresentar uma nova metodologia e um novo método de construção do conhecimento.
Apesar dessas obras não serem sociológicas no sentido moderno do termo, expressam a reflexão que os autores renascentistas fizeram sobre a sociedade e as questões sociais de seu tempo. Mais: a sociedade começa a ser pensada a partir da política e da economia e não apenas como fruto do querer divino, do acaso ou de ações individuais. Isso irá desembocar nas explicações científicas próprias da sociologia.
O Iluminismo foi o nome dado ao movimento intelectual da Europa dos séculos XVII-XVIII que apregoava o uso da razão como luz para iluminar as trevas do pensamento medieval.
Apregoar: Anunciar por meio de pregão; divulgar em voz alta; tornar de conhecimento público; publicar. Dicionário Michellis.
+ Saiba mais
A videoaula que propomos pode ajudar você a repassar seus estudos no ensino médio sobre os principais pensadores e personagens iluministas:
https://youtu.be/qf9yu67-cag
PENSADORES
"Tem forte influência na Sociologia e, segundo Raymond Aron (2002, p. 137-139) Montesquieu seria um sociólogo que investiga a influência que o clima, a natureza do solo, o número de homens e a religião pode exercer sobre os diferentes aspectos da vida coletiva."
+ Saiba mais
· John Locke (1632-1704) - Liberalismo político
· Montesquieu (1689-1775) - Divisão dos poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário)
"Montesquieu formulou os princípios básicos para que governos tirânicos fossem evitados. Para isso, defendeu a separação da máquina política em três poderes:
Executivo: ficaria responsável pela administração pública de uma nação, geralmente exercido por um rei (Monarquia) ou chefe de Estado (República);
Legislativo: ficaria responsável pelos projetos de leis e representaria a Câmara dos Parlamentares;
Judiciário: ficaria responsável pelo órgão jurídico e pelo cumprimento das leis dos cidadãos e dos outros dois poderes, exercidos pelos juízes e magistrados".
· Voltaire (1694-1770) - Crítica à Igreja e ao Antigo Regime
· Rosseau (1712-1778) - Defesa da soberania do povo
É um dos principais autores iluministas. Participou da obra "Enciclopédia" pela qual os iluministas queriam, por meio do conhecimento, formar o "homem esclarecido".
· Adam Smith (1723-1790) - Liberalismo econômico
       + Saiba mais sobre Rosseau
Giambattista Vico (1668 - 1744)
O homem é o personagem principal da história porque é originalmente um ser sociável e ao se sociabilizar ele cria a história. Além de ser um animal sociável o homem é livre e por isso a história da humanidade é o resultado das escolhas dos homens de cada época. Segundo as palavras de Vico “Enquanto animal o homem pensa somente em sua sobrevivência, mas quando cria família, tem mulher e filhos, ele busca sobreviver junto com sua cidade”.
Seguindo um pensamento de Platão, Vico divide a história em três períodos: dos deuses, dos heróis e dos homens, no primeiro os homens eram ignorantes, insensatos e prevalecia a animalidade, nessa época os homens pouco ou nada usam a reflexão, estão mais ligados aos sentidos. Na época dos heróis prevalece a fantasia, a imaginação, é um período onde a força é a base da estruturação social. No período dos homens o que se destaca é a razão, nessa época os homens atingem a consciência crítica e a sabedoria.
A história é o resultado também das ações divinas mas não de forma direta, para Vico a providência divina criou ideais a serem alcançados pelos homens. Ideais como justiça, verdade e o bem são objetivos que o homem tenta alcançar e tenta fazer isso de maneira livre.
DÉSPOTAS ESCLARECIDOS
· José II - Áustria
· Frederico II - Prússia
· Catarina, a Grande - Rússia
· Marquês de Pombal - Portugal
Como puderam acompanhar, caros(as) alunos(as), (inclusive com essa viagem de volta ao seu Ensino Médio ou para os mais experientes, para o Segundo Grau) os seres humanos têm uma necessidade de entender o mundo que o cerca, por isso ele construiu as diversas formas de conhecimento (o filosófico, o científico, o teológico) com os quais ele busca compreender a realidade.
Diversos pensadores, como perceberam, deram contribuições para essa compreensão do mundo. Eles e suas ideias devem ser entendidas inseridas num contexto histórico e cultural.
A construção do conhecimento não parte do zero a todo momento. Ela parte de contribuições dadas anteriormente.
Dessa forma, a Sociologia foi criada com base nas ideias produzidas por diversos pensadores que antecederam o séc. XIX.
Referências
GIDDENS, ANTHONY. Sociologia. 4 ed. Porto Alegre: Editora Artmed, 2005.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6 ed. São Paulo: Atlas 2011.
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