Buscar

O QUE VOCÊ NÃO PODE DEIXAR DE SABER DE IMUNOLOGIA - CLASSES DE IMUNOGLOBULINAS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O QUE VOCÊ NÃO PODE DEIXAR DE SABER DE IMUNOLOGIA – CLASSES DE IMUNOGLOBULINAS
Imunoglobulinas. Todas a Ig são GAMA-GLOBULINAS, porque têm comportamento semelhante numa eletroforese (migram na posição GAMA, ou seja, o terceiro pico identificado na separação do plasma), e porque são globulinas (proteínas globulares). Mas existem diferentes tipos de Ig, que são caracterizados por seu tamanho (IgM é muito grande, peso molecular ~106 Da, IgG é bem menor, aproximadamente 150.000 Da), que resulta em diferenças no coeficiente de sedimentação (19 S para IgM, 7S para IgG) numa ultracentrífuga) e pelas suas características biológicas (IgM é típica das respostas primárias, IgG predomina nas respostas secundárias; IgM não atravessa a barreira placentária, IgG atravessa; IgM não tem ação opsonizante direta, IgG tem). 
Principais classes e subclasses de Ig. No PLASMA (e, conseqüentemente, no SORO), a Ig predominante é IgG, que representa uma mistura de SUBCLASSES (4 no caso da IgG) com propriedades semelhantes, mas não idênticas. IgM é encontrada em menor quantidade, e para cada resposta específica analisada, sempre aparece antes da IgG. Na resposta humoral madura, o anticorpo predominante é IgG, e IgM se mantém como uma fração mínima, mesmo que IgG aumente muito. No PLASMA, as outras classes (IgE e IgA) representam uma pequena porção. Contudo, elas são importantes em outros locais. Graças à sua eficiente associação com Receptores Fc específicos para a cadeia  (FcR do tipo I, ou FcRI) na superfície dos BASÓFILOS circulantes e dos MASTÓCITOS teciduais, a IgE fica adsorvida por longos períodos à superfície dessas células, atuando como um RECEPTOR PARA ANTÍGENO, capaz de desencadear a secreção de múltiplos mediadores inflamatórios no momento em que reage com os antígenos correspondentes. IgE é o principal ANTICORPO CITOFÍLICO (capaz de se fixar à superfície de células de defesa, mesmo na AUSÊNCIA DE ANTÍGENO. IgA é eficientemente retirada da circulação e do fluido extracelular nos tecidos, sendo EXPORTADA para as nossas superfícies mucosas (Trato gastrointestinal, revestimento do sistema reprodutivo feminino, e outros locais) e SECRETADA no leite. Para isto, a IgA é capturada por células do epitélio e conjugada a uma proteína chamada COMPONENTE SECRETÓRIO, que permite a sua translocação para a superfície apical e o lúmen. Assim, as quantidades de IgE nos tecidos e de IgA nas secreções são muito maiores do que as circulantes no plasma. IgD é encontrada em quantidade significativa apenas na superfície de células B, onde participa do processo de reconhecimento de antígenos. 
Receptores de Fc são proteínas presente na superfície de células pertencentes ao sistema imune (fagócitos de diferentes tipos, mas também linfócitos T, B e NK) e desempenham múltiplas funções. Uma das funções mais importantes para a nossa defesa é a OPSONIZAÇÃO, ou seja, a facilitação da Fagocitose de uma partícula (microorganismos em geral, mas podendo igualmente ser uma hemácia ou plaqueta) pelo anticorpo que a recobre. Receptores Fc podem também mediar outras funções, como a CITOTOXICIDADE CELULAR DEPENDENTE DE ANTICORPO, ou seja, a destruição de uma célula do organismo por células portadoras de receptores Fc (macrófagos, células NK, e outras), que reconhecem anticorpos adsorvidos à superfície dessas CÉLULAS-ALVO graças à sua porção Fc. Tanto num caso como no outro, o receptor Fc só é útil porque ele consegue distinguir entre anticorpo livre e anticorpo associado a antígenos (isto é, anticorpo capturado num IMUNO-COMPLEXO). Isto significa que a conformação da região Fc das Ig muda quando o anticorpo se liga ao antígeno. Os receptores Fc são seletivos para determinadas classes de Ig (ex: Fc R, FcR). Alguns consequem distinguir mesmo entre subclasses de uma dada classe (como os receptores FcyRI, FcyRII e FcyRIII). Isto lhes permite ter funções ESPECIALIZADAS. Um exemplo disso é que o FcyRII tem funções predominantemente IMUNOREGULATÓRIAS, suprimindo a produção de anticorpos e a atividade efetora de vários tipos de leucócitos. 
Papel das células T. Os linfócitos T não produzem anticorpos, mas são muito importantes para regular a sua produção, que é feita pelas células B. Os linfócitos T especializados que ajudam os linfócitos B a secretarem Ig eficientemente, principalmente no contexto de uma resposta secundária, são chamados linfócitos T auxiliares (em inglês, T Helper cells, ou TH). Na ausência de células TH, a produção de anticorpos contra muitos antígenos, especialmente proteínas, é prejudicada, e as respostas são consideradas, neste caso, TIMO-DEPENDENTES. Num número muito menor de casos, a produção de anticorpos pode ser TIMO-INDEPENDENTE. Alguns antígenos de superfície de bactérias e fungos se encaixam neste caso. Tipicamente, a resposta a antígenos timo-independentes consiste principalmente de IgM. 
Evolução da afinidade. Os anticorpos presentes num ANTI-SORO ou SORO IMUNE podem apresentar diferentes afinidades em função do tempo decorrido desde a primeira imunização, e do número de exposições ao antígeno. Em geral, a afinidade média dos anticorpos melhora sensivelmente com a hiperimunização, o que permite falar em MATURAÇÃO DA AFINIDADE. 
Repertório. O termo REPERTÓRIO, quando aplicado às Ig, se refere ao conjunto de ESPECIFICIDADES DISTINTAS apresentadas pelos nossos anticorpos, e, num sentido mais amplo, pelos linfócitos B que os produzem. O mesmo termo pode ser aplicado, em outro contexto, de IMUNIDADE CELULAR, ao conjunto de especificidades representadas pelos diferentes CLONES de linfócitos T do organismo. Assim, é correto falar de REPERTÓRIO B e REPERTÓRIO T, respectivamente.
Tamanho do repertório e geração da diversidade. Os repertórios T e B são extraordinariamente amplos, como pode ser mostrado de uma grande variedade de maneiras. O número de genes necessários para construir esses repertórios por mecanismos genéticos convencionais é extremamente elevado, ultrapassando os limites estimados para a totalidade do genoma humano. A explicação mais aceita se baseia num mecanismo de DIVERSIFICAÇÃO (GERAÇÃO DA DIVERSIDADE) que envolve modificações controladas do material genético ao longo do desenvolvimento. Este mecanismo envolve determinados sistemas enzimáticos (RAG) que são indispensáveis ao desenvolvimento normal do repertório. Na deficiência de RAG, os indivíduos apresentam imunodeficiências graves de células T e B, ou SCID (do inglês, Severe Combined Immune Deficiency).

Outros materiais