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Linfócitos B

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©
 
 
Os linfócitos B são células da imunidade adaptativa, oriundos 
de células-tronco hematopoiéticas (CTH) que residem na 
medula óssea. O contato com diversos fatores de 
transcrição, como a interleucina 7 (IL-7), estimula o 
comprometimento do precursor linfoide com a linhagem 
linfocitária B. Essas células estão envolvidas na imunidade 
humoral por meio da secreção de anticorpos, ou 
imunoglobulinas, e auxiliam a imunidade mediada por células 
ao apresentar antígenos para as células T maduras, já 
previamente ativadas por células dendríticas. Assim como os 
linfócitos T, os linfócitos B reconhecem antígenos por meio 
de um receptor, BCR, que possui dois sítios de 
reconhecimento ao antígeno, e é capaz de identificar uma 
gama de moléculas além dos antígenos protéicos. Esse 
reconhecimento provoca sua ativação, acarretando sua 
diferenciação em células efetoras e de memória, que irão 
atuar na resposta imune humoral e na memória do antígeno 
do patógeno (em caso de reinfecção), respectivamente. 
 
 
Os anticorpos da membrana plasmática funcionam como 
receptores antigênicos dos linfócitos B, isto é, constituem o 
receptor BCR capaz de reconhecer uma gama maior de tipos 
de antígenos que os receptores antigênicos das células t, que 
só reconhecem peptídeos associados a molécula de MHC. 
Cada linfócito possui inúmeras cópias de um único receptor 
antigênico com uma única especificidade antigênica. Como 
mencionado anteriormente, os anticorpos podem estar 
presos à membrana como receptores antigênicos, ou serem 
proteínas secretadas, estes últimos estando presentes nas 
mucosas e no sangue. Tanto os anticorpos secretados, 
quanto os de membrana, reconhecem os antígenos e as 
toxinas pelos seus domínios variáveis. Os anticorpos atuam de 
maneiras distintas durante a resposta humoral, enquanto os 
ligados à membrana reconhecem antígenos, os secretados 
neutralizam ou eliminam antígenos e suas toxinas na fase 
efetora da resposta. 
 
 
 
 
Um anticorpo é um heterodímero composto por quatro 
cadeias polipeptídicas, duas cadeias pesadas idênticas e duas 
cadeias leves idênticas, em que cada cadeia contém uma 
região variável (V) e uma região constante (C). As cadeias 
leves estão ligadas às cadeias pesadas, e estas estão unidas 
entre si por pontes dissulfeto. Uma cadeia leve possui dois 
domínios, um constante e um variável, já uma cadeia pesada 
possui um domínio variável e três ou quatro constantes. Os 
domínios se dobram tridimensionalmente formando um 
domínio típico de imunoglobulina, que é formado por duas 
folhas beta pragueadas unidas por uma ponte dissulfeto, e os 
filamentos adjacentes dessas folhas beta se conectam por 
protuberâncias que constituem os domínios responsáveis 
pelo reconhecimento de antígenos (CDR). O local de ligação 
ao antígeno é composto de duas regiões V de ambas as 
cadeias pesadas e leves. Cada região variável da cadeia pesada 
ou da cadeia leve possui três regiões hipervariáveis (CDR), e a 
região com maior variabilidade é a CDR3 que se encontra na 
junção das regiões V e C. A porção do anticorpo que contém 
uma cadeia leve com apenas os domínios V e C unidos aos 
primeiros domínios V e C de uma cadeia pesada forma a 
fração do anticorpo requerida para reconhecimento 
antigênico (Fab). Cada imunoglobulina (Ig) possui duas regiões 
©
Fab, onde o antígeno se liga, e uma região Fc responsável 
pelas funções efetoras dos anticorpos. Somente a cadeia 
pesada é ligada à membrana, logo, as cadeias leves são mais 
curtas e não se ligam a membrana, existem dois tipos de 
cadeias leves chamadas kappa (κ) e lambda (λ), que se 
distinguem pelas suas regiões constantes, um linfócito B 
expressa somente uma das duas. 
 
 
 
 
Existem cinco tipos de cadeias pesadas, μ (mi), δ (delta), γ 
(gama), ε (épsilon) e α (alfa), que diferem na região constante 
e dão origem a anticorpos de diferentes classes, ou isótipos, 
estes: são IgM, IgD, IgG, IgE e IgA, respectivamente. Cada 
classe possui diferentes funções e atuam em contextos 
distintos. Os receptores dos linfócitos B virgens são a IgM e 
IgD de membrana, quando o linfócito B é ativado, este pode 
proliferar e se diferenciar a forma secretora, que libera 
anticorpos. 
 
 
Os anticorpos secretados podem ser IgM, ou após a mudança 
de troca de classe, serem outros tipos de isótipos. Os 
anticorpos se ligam aos antígenos por ligações não 
covalentes reversíveis, como pontes de hidrogênio, 
interações hidrofóbicas e interações iônicas. As porções 
reconhecidas dos antígenos são os chamados epítopos (ou 
determinantes), e a força com a qual ocorre a ligação ao 
antígeno é denominada afinidade de interação, calculada por 
uma constante de dissociação Kd. Quando há uma 
estimulação repetida de contato com o antígeno, há um 
aumento da força de ligação, no fenômeno chamado de 
maturação da afinidade, que ocorre durante a proliferação 
dos linfócitos B nos centros germinativos. 
 
 
 
As imunoglobulinas possuem dois sítios de ligação ao 
antígeno, todavia, algumas são secretadas em agregados que 
aumentam o número de seus sítios. Por exemplo, a IgA é 
secretada como um dímero, totalizando 4 sítios de ligação, 
enquanto a IgM é secretada como um pentâmero, contendo 
10 sítios de ligação. A força total desse conglomerado de 
sítios é chamada de avidez de interação, e é maior que da 
molécula sozinha. Os anticorpos são capazes de se ligar a 
Antígenos 
 
Um antígeno é qualquer molécula, ou parte dela, que é 
reconhecida por receptores clonais dos linfócitos T ou B. Sua 
natureza é diversa, visto que são macromoléculas, tais como 
proteínas, polissacarídeos e ácidos nucleicos, costumam ser 
maiores que a região de ligação do antígeno de um anticorpo. 
Dessa maneira, os anticorpos se ligam a somente uma porção 
do antígeno chamada de determinante ou um epítopo. Os 
antígenos podem conter múltiplos determinantes, alguns dos 
quais podem ser repetidos e cada um pode estar ligado por um 
anticorpo. A presença de múltiplos determinantes idênticos em 
um antígeno é referida como polivalência ou multivalência. A 
maioria das proteínas globulares não contém múltiplos epítopos 
idênticos e não é polivalente, a menos que eles estejam em 
agregados. No caso dos polissacarídeos e ácidos nucleicos, 
muitos epítopos idênticos podem ser regularmente espaçados e 
as moléculas são ditas polivalentes. 
 
©
outros antígenos estruturalmente semelhantes, e isso se 
denomina reação cruzada. As Igs de membrana estão 
associadas covalentemente com outras duas proteínas, 
integradas à membrana: Igα e Igβ. Estas, unidas a Ig de 
membrana, formam o complexo receptor da célula B (BCR), 
e sua função é transmitir o sinal para dentro da célula, após o 
reconhecimento do antígeno pelo linfócito B. 
 
 
 
 
 
Geração da diversidade dos receptores 
 
Os receptores antigênicos são capazes de reconhecer 
múltiplos antígenos por conta de sua grande variabilidade nas 
porções de reconhecimento, estas são geradas por meio de 
recombinações somáticas dos segmentos gênicos que 
codificam as regiões variáveis dos receptores. Os progenitores 
linfoides precoces possuem os genes de Igs herdados dos 
nossos pais, ou seja, em sua linhagem germinativa. Sendo 
assim, os lócus da cadeia pesada e leve possuem muitos genes 
de regiões variáveis e alguns de constante. Entre essas regiões 
gênicas existem algumas sequências chamadas de diversidade 
(D) e junção (J), contudo, somente as regiões que codificam 
para cadeia pesada possuem os segmentos D. 
 
O processo se inicia quando um segmento aleatório do lócus 
da cadeia pesada é recombinado. Primeiramente, um 
segmento genético D com um J, e depois há a recombinação 
de um segmento V com o segmento já formado DJ. Sendo 
assim, o éxon recombinado VDJ no lócus da cadeia pesada, 
que codificará a região variável, é unido ao éxon da região 
constante da cadeia mi, formando um mRNA completo para 
a cadeia mi. Este será traduzido, formando a cadeia pesada da 
IgM, durante a maturação dos linfócitosB. O mesmo 
processo de recombinação e splicing do RNA gera a cadeia 
leve, à exceção da recombinação com o segmento D, 
portanto, o segmento V se combina diretamente com o J. 
 
 
 
 
 
 
Essas recombinações são realizadas por uma enzima, 
recombinase VDJ, formada pelas proteínas RAG-1 e RAG-2. 
Elas são expressas somente em linfócitos imaturos, e 
reconhecem regiões do DNA (RSS) que indicam os sítios de 
clivagem, dessa forma, elas cortam pedaços do DNA e 
aproximam segmentos gênicos outrora distantes. As falhas 
no DNA causadas pela clivagem são reparadas pelas enzimas 
ligases, produzindo éxons funcionais, sem alterar os 
segmentos de DNA, configurando estas como alterações 
epigenéticas. Logo, a diversidade dos receptores é gerada 
tanto pelas recombinações aleatórias, quanto por alterações 
nas sequências de nucleotídeos inseridas nas junções dos 
segmentos gênicos. É denominada diversidade combinatória, 
aquele delimitada pelo número de segmentos gênicos VDJ, já 
©
a diversidade juncional é produzida principalmente por dois 
tipos de alterações nos segmentos gênicos: 
 
 Remoção de nucleotídeos de partes dos segmentos; 
 
 Adição aleatória de nucleotídeos que não estão 
presentes na linhagem germinativa nas junções entre os 
segmentos VDJ, por uma enzima denominada 
desoxirribonucleotidil transferase terminal (TdT). 
 
Em alguns casos, as alterações genéticas podem produzir 
sequências não funcionais, ou seja, que não codificam 
proteínas, acarretando na apoptose dessas células com 
cadeias não funcionais. É por esse motivo que a maturação 
dos linfócitos B (assim como dos T), possui muitos pontos de 
controle, a fim de garantir que só sejam selecionadas células 
com receptores funcionais. 
 
 
 
A maturação dos linfócitos B ocorre principalmente na 
medula óssea, onde os progenitores comprometidos com a 
linhagem B proliferam dando origem a um grande número de 
precursores de linfócitos B, chamados de células pró-B. Os 
rearranjos gênicos ocorrem, primeiramente na cadeia pesada 
das Igs, e quando estes são funcionais, geram células que 
avançam no desenvolvimento tornando-se células pré-B. 
Essas células são identificadas pela presença da cadeia pesada 
da IgM em seu citoplasma. Algumas são expressas na 
superfície da célula, em associação com outras duas 
proteínas, a cadeia leve sub-rogada e a invariável. A cadeia mi 
da IgM e essas duas proteínas se unem com a Igα e Igβ, 
formando o pré-BCR. 
 
 
 
A partir de sua montagem, haverá a recepção de sinais que vão 
promover a sobrevivência e a proliferação das células que 
conseguiram um rearranjo produtivo e expressaram o pré-
BCR. Esse é o primeiro ponto de controle, e todas as células 
pré-B com cadeias mi funcionais proliferarão, enquanto as 
que não o obtiverem entrarão em apoptose. O complexo pré-
BCR sinaliza para a célula a necessidade da parada da 
recombinação dos genes da cadeia pesada no outro 
cromossomo, uma vez que somente um dos alelos herdados 
pode ser expresso, esse processo é chamado de exclusão 
alélica e assegura que cada célula expresse receptores com 
uma única especificidade. 
 
 
O pré-BCR também encaminha sinais que iniciam a 
recombinação dos lócus das cadeias leves kappa ou lambda, 
caso kappa falhe em gerar um domínio funcional ou gere um 
domínio autorreativo, haverá a produção da cadeia leve pelo 
gene lambda. Independentemente do tipo de cadeia leve 
gerada, sendo esta funcional, ela é associada a cadeia mi para 
formar o receptor de antígeno completo IgM associado a 
membrana, que quando completo, transmite sinais que 
promovem a sobrevivência. Isso garante que as células que 
expressaram receptores completos serão preservadas, 
caracterizando o segundo ponto de controle da maturação. 
Os receptores também enviam sinais que finalizam a 
produção da enzima recombinase e induzem a recombinação 
dos lócus da cadeia leve que não passou pela recombinação. 
Dessa forma, uma célula B expressa uma cadeia kappa ou 
lambda herdada dos genes parentais, a presença de dois 
grupos gênicos de cadeia leve aumenta a chance de êxito na 
recombinação. Quando o linfócito B expressa somente a IgM 
completa, ele é imaturo. E sua maturação ocorrerá ainda na 
medula ou no baço. Quando a célula B expressar 
conjuntamente IgM e IgD em sua membrana ela é 
considerada madura e está apta a responder aos antígenos 
que possam, porventura, adentrar os órgãos linfoides 
secundários. Essa ‘’dependência’’ de IgD ocorre, pois os éxons 
recombinados podem ser editados para Cμ (IigM) ou Cδ (IgD). 
 
©
Além disso, a seleção negativa também atua durante a 
maturação, uma vez que se uma célula B se liga a um 
antígeno multivalente na medula com altos níveis de 
afinidade, isso pode desencadear a reativação da enzima 
recombinase, causando uma recombinação adicional que 
pode alterar a especificidade do receptor, no fenômeno de 
edição do receptor. Os antígenos mais comuns na medula 
óssea são próprios, e também expressos em outras regiões 
do organismo, logo, este linfócito é eliminado, porque tem 
potencial para ser um linfócito autorreativo. A maioria dos 
linfócitos B maduros, são do grupo B2, estando presentes nos 
folículos linfoides do baço e linfonodos, por isso são 
chamadas de foliculares (ou de recirculantes/convencionais). 
Dentro desse grupo, também existem as células B da zona 
marginal (MZ-B), que são prontamente ativadas por 
antígenos provenientes do sangue. Além disso, existe um 
outro grupo, B1, que são uma população distinta de linfócitos 
B, sendo produzidos em grande parte no período fetal. Em 
adultos estão principalmente nas mucosas. 
 
 
 
Como supracitado, os linfócitos B virgens expressas IgM e IgD 
em suas membranas, que atuam como seus receptores de 
antígenos. Quando estas células encontram o antígeno, elas 
são ativadas, e isso desencadeia uma série de reações que 
provoca sua proliferação, na chamada expansão clonal. Ao 
fim da expansão, as células podem diferenciar-se a 
plasmócitos, que são as células que de fato vão secretar os 
anticorpos, possuindo um maior desenvolvimento do seu RE 
e do complexo de Golgi, configurando as células efetoras da 
imunidade humoral. Durante a diferenciação, algumas células 
produzem anticorpos de diferentes isotipos aos que estão em 
sua membrana (troca de classe), e consequentemente, 
atuam de maneiras distintas de acordo com o tipo de resposta 
necessária do organismo. A exposição repetida a um antígeno 
proteico resulta na produção de anticorpos com aumento de 
afinidade para o antígeno, esse processo denominado 
maturação da afinidade, e é importante, pois aumenta a 
produção de anticorpos com maior capacidade de se ligar e 
neutralizar microrganismos e suas toxinas. 
 
 
No processo de ativação, para que o sinal possa ser 
transduzido para o interior da célula, é necessário que ocorra 
uma reação cruzada dos receptores com o antígeno, nesse 
caso, dois ou mais receptores se ligam a um antígeno que 
possui epítopos repetidos. Os sinais gerados após essa ligação 
são interiorizados por meio das proteínas Igα e IGβ associadas 
ao receptor. Os domínios citoplasmáticos dessas proteínas 
contêm motivos de ativação de receptores via tirosina 
(ITAM), após a ligação do antígeno, as tirosinas desses 
motivos são fosforiladas por tirosinas quinases associadas ao 
BCR, que recrutam a tirosina quinase Syk (equivalente a Zap-
70 presente nos linfócitos T). Quando ativada, ela fosforila os 
resíduos de tirosina das proteínas adaptadoras, recrutando 
uma série de outras moléculas de sinalização, culminando na 
ativação de inúmeros fatores de transcrição (N-fat, AP-1, 
NF-Kβ) que alteram a expressão de genes, cujas produtos 
LINFÓCITOS B-1 E MZ-B 
As células B-1 expressam uma diversidade limitada de 
receptores antigênicos e tem funções exclusivas, se 
desenvolvendo a partir de células tronco 
hematopoiéticas derivadas do fígado fetal. Em 
adultos, são encontradas como uma população 
autorrenovável no peritônio e nas mucosas. Possuem 
desenvolvimentoprecoce durante a ontogenia, em 
comparação as células foliculares e da zona marginal, 
expressam um repertório relativamente limitado de 
genes V e exibem uma diversidade juncional muito 
menor do que as células B convencionais (já que a TdT 
não é expressa no fígado fetal). As células B-1 
secretam espontaneamente anticorpos IgM que 
reagem a lipídios e polissacarídios microbianos, assim 
como lipídios oxidados produzidos por peroxidação 
lipídica. Estes anticorpos são chamados de anticorpos 
naturais, pois estão presentes em indivíduos sem 
imunização prévia. Nas mucosas, metade das células 
secretoras de IgA provavelmente detiva de células B-
1. As células B-1 são análogas às células T γδ, pois 
ambas possuem repertórios de receptores de 
antígenos de diversidade limitada e respondem a 
antígenos que são encontrados nas regiões de 
interação do epitélio com o meio externo. 
 
As células da zona B marginal estão localizadas nas 
proximidades do seio marginal no baço, também 
podendo ser encontradas nos linfonodos, e são 
semelhantes às células B-1 em relação à sua 
diversidade limitada e sua capacidade de responder 
a antígenos polissacarídios e gerar anticorpos 
naturais. Essas células expressam IgM e o correceptor 
CD21. Respondem rapidamente a microrganismos 
transportados pelo sangue e diferenciam-se em 
plasmócitos secretores de IgM de vida curta, 
mediando na maioria das vezes respostas humorais 
independentes de T. 
 
 
©
proteicos estão envolvidos na proliferação e na diferenciação 
das células B. 
 
 
 
Além disso, assim como as células dendríticas, os linfócitos 
B expressam receptores do tipo toll (TLRs) e receptores de 
fragmentos de proteínas do sistema complemento. Quando 
PAMPs são reconhecidos pelos TLRs, isso dispara sinais de 
ativação que funcionam em conjunto com os sinais induzidos 
pelo BCR, assim como a ligação com o fragmento do 
complemento C3d, no receptor CD21. 
 
 
A resposta dos linfócitos B pode ser classificada de duas 
maneiras, dependente ou independente de T, visto que uma 
precisa dos linfócitos T auxiliares e a outra não. De uma 
maneira geral, no primeiro caso os antígenos proteicos são 
captados e processados pelos linfócitos B, que os apresentam 
aos linfócitos T, já previamente ativados por uma célula 
dendrítica. Durante essa interação, os linfócitos T estimulam 
a ativação dos linfócitos B e induzem a troca de classe dos 
anticorpos, a fim de atender a demanda do organismo. Já no 
segundo caso, os antígenos proteicos induzem respostas 
mais fracas, logo, a resposta aos antígenos proteicos é 
classificada como T dependente. Além disso, os antígenos 
não proteicos que são reconhecidos pelas células B, não 
dependem da interação com um linfócito B, e induzem 
respostas mais fracas do mesmo modo. Portanto, as 
respostas que dependem de T são mais efetivas do que as 
independentes. 
 
 
OBS: As respostas independentes de T ainda podem ser classificadas como 
tipo 1 e tipo 2. No primeiro tipo, o antígeno é capaz de induzir uma resposta 
se ligando somente um receptor da célula B, como é o caso do LPS 
reconhecido pelo TLR4. Essas respostas do tipo 1 dependem dos receptores 
do tipo Toll, não havendo atuação do BCR. No segundo caso, tipo 2, a ativação 
induzida pelo antígeno requer mais de um receptor, e requer que o antígeno 
apresenta vários epítopos, como os polissacrídeos, que se ligam ao BCR 
desencadeando respostas independentes de T. 
 
Os linfócitos B foliculares realizam a maioria das respostas 
dependentes de T, secretando anticorpos com alta afinidade 
aos antígenos, dando origem aos plasmócitos de vida longa, 
isto é, que podem permanecer no organismo por muitos 
anos, estando aptos a responder rapidamente caso haja uma 
reinfecção pelo mesmo patógeno. Os linfócitos B da MZ-B 
realizam respostas majoritariamente de IgM, enquanto os B1 
respondem aos antígenos não proteicos nas mucosas. A 
resposta dos anticorpos, as primeiras e as subsequentes 
exposições a um antígeno (respostas primárias e secundárias, 
respectivamente), diferem de maneira quantitativa e 
qualitativa. As quantidades de anticorpos produzidos no 
primeiro contato com o antígeno na resposta primária são 
menores que as quantidade produzida após um segundo 
encontro, em uma resposta secundária. Estas, por sua vez, 
exibem aumento na troca de classe e na maturação da 
afinidade, uma vez que os estímulos repetidos por um 
antígeno levam ao aumento do número e na atividade de 
linfócitos T auxiliares que estimulam os B. Uma vez ativados, 
os linfócitos B estimulados proliferam e secretam IgM, 
configurando o início da resposta humoral. Os antígenos 
proteicos causam alterações nas células B que incitam a 
interação com os linfócitos T auxiliares. Para que ocorra esse 
encontro, os linfócitos B sofrem redução na expressão de 
receptores de quimiocinas das suas regiões típicas (zonas 
claras) nos folículos linfoides, cujo objetivo é mantê-las ali. 
Assim sendo, aumentam a expressão dos receptores para 
quimiocinas das zonas onde os linfócitos T estão presentes, 
o inverso acontece com as células T, de maneira a propiciar o 
encontro entre ambas. 
©
 
 
Dessa maneira, endocitam os antígenos proteicos, os 
processando e apresentando à célula T que já foram ativadas 
por células dendríticas. Em outras palavras, as células T CD4+ 
e as células B são ativadas independentemente por um 
mesmo antígeno proteico em diferentes regiões do órgão 
linfóide, e migram em direção uma à outra, encontrando-se 
na zona escura do folículo. 
 
 
 
 
Após apresentar o antígeno para o linfócito T, o B é 
estimulado a proliferar, uma vez que as TCD4+ expressam o 
ligante do receptor CD40 (CD40L), presente na membrana 
de macrófagos e linfócitos B, bem como secretam citocinas 
e o fator de ativação das células B (Baff) que vão estimular a 
proliferação e influenciar na troca de classe da cadeia pesadas 
das Igs, respectivamente. 
 
 
Alguns linfócitos B migram de volta para os folículos 
acompanhadas das células T auxiliares, que serão então 
chamadas de células T auxiliares foliculares. (Tfh). A 
multiplicação das células B forma uma estrutura organizada 
chamada de centro germinativo, ou folículo linfoide 
secundário, e as células B nele presentes passam por 
hipermutações somáticas nas regiões variáveis dos genes que 
codificam os anticorpos, fazendo com que possa haver um 
aumento da afinidade do receptor, seja ele secretado ou de 
membrana, pelos antígenos. 
 
 
©
 
Também podem ocorrer mutações não benéficas, que vão 
acarretar a morte da célula. Assim, as células de alta 
fidelidade são selecionadas, pela exibição dos antígenos pelas 
células dendríticas foliculares, culminando na produção de 
anticorpos igualmente de alta afinidade, bem como na 
geração de células de memória e plasmócitos de vida longa, 
que podem migrar para a medula óssea. Isto posto, podemos 
inferir que as respostas humorais que ocorrem em poucos dias 
são independentes de T, e relativamente menos sofisticadas, 
havendo secreção de uma Ig já constitutivamente presente 
no linfócito b (IgM). Em contrapartida, as respostas depois de 
semanas ou meses, são T dependentes, uma vez que são 
mais ‘’engenhosas’’ e envolvem mais fatores como a troca de 
classe e a maturação da afinidade. 
 
 
 
OBS2: Maturação da afinidade é exclusiva de respostas dependentes de t, e 
ocorre nos centros germinativos sendo resultado da hipermutação somática 
dos genes de ig. 
 
OBS3: As citocinas secretadas pela célula T auxiliar, direcionam qual classe de 
cadeia pesada será produzida. 
 
 
 
 
 
O processo de troca do isótopo aumenta as capacidades 
funcionais das respostas imunes humorais, pois aumenta a 
defesa efetiva do hospedeiro, visto que será produzida a ig que 
melhor atender as necessidades responsivas do organismo no 
momento. A troca é iniciada pelo contato do linfócito B com 
o CD40L e citocinas secretadas pelos linfócitos CD4 +. Antes 
da ativação, as células B possuemum éxon VDJ (região 
variável) ligado ao éxon da região constante Cmi (que codifica 
a cadeia pesada da IgM), que possui na sua extremidade 5’ uma 
porção chamada de região de troca. Todavia, os sinais 
captados pela célula, ativam uma enzima denominada 
desaminase induzida por ativação (AID), que converte as 
citosinas do DNA em uracilas, criando cortes na fita de DNA, 
causando a quebra da dupla fita. Quando o DNA é reparado, as 
regiões de troca são lidas e o DNA interveniente, isto é, entre 
a região variável e a de troca, é excluído (incluindo a região que 
codifica a IgM). Dessa forma, o éxon VDJ fica próximo da 
região constante de um outro isótipo, que será mais eficaz no 
combate ao patógeno. 
 
 
 
Isso resulta na produção de um novo isótipo de anticorpo, 
porém a especificidade ao antígeno não é perdida, pois ela é 
determinada pelo éxon VDJ que não foi alterado. Em outras 
palavras, as regiões constantes são alteradas, mas as 
variáveis não. As citocinas produzidas pelas células T auxiliares 
determinam qual classe de cadeia pesada será produzida, pois 
influenciam qual gene de região constante da cadeia pesada 
participa na recombinação de troca. Um exemplo disso é a 
produção do isótipo IgG mediada pela secreção de IFN-γ, a 
fim de que estes colaborem com a opsonização. A natureza 
de classes de anticorpos produzidos também é influenciada 
©
pelo local das respostas imunes, nas mucosas, por exemplo, 
o anticorpo IgA é o principal isótipo produzido. 
 
 
 
OBS: A imunidade neonatal, ocorre além dos anticorpos ingeridos pelo leite, 
pois a IgG materna é transportada através da placenta e do epitélio intestinal, 
por intermédio do receptor de Fc específico para IgG denominado receptor 
de Fc neonatal (FcRn). Em adultos, esse receptor é expresso principalmente 
no endotélio e nos macrófagos, e tem como função proteger os anticorpos 
IgG plasmáticos da degradação. 
 
 
 
A imunidade humoral é o braço efetor do sistema imune 
adaptativo responsável pela defesa contra microrganismos 
extracelulares e toxinas microbianas. Os anticorpos que 
proporcionam proteção contra a infeção são secretados por 
plasmócitos, gerados após a primeira exposição ao antígeno 
microbiano ou por reativação de células B de memória quando 
da reexposição ao antígeno. Os anticorpos bloqueiam, ou 
neutralizam, a infectividade de microrganismos por meio da 
ligação a esses organismos e impedindo 
estereoquimicamente suas interações com receptores 
celulares. De maneira semelhante, os anticorpos bloqueiam 
as ações patológicas de toxinas, impedindo sua ligação às 
células hospedeiras. As partículas revestidas com anticorpos 
(opsonizadas) são fagocitadas após a ligação das porções Fc 
de anticorpos aos respectivos receptores em fagócitos. 
Existem vários tipos de receptores de Fc específicos para 
distintas subclasses de IgG, IgA e IgE, e diferentes receptores 
de Fc ligam-se aos anticorpos com afinidades variáveis. A 
adesão de imunocomplexos aos receptores de Fc em 
fagócitos também libera sinais que estimulam as atividades 
microbicidas dos fagócitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O livro utilizado como base para o texto, assim como para 
as imagens utilizadas neste resumo, foi o Imunologia 
Celular e Molecular. 8ᵃ Edição. 
ABBAS, A.K.; LICHTMAN, A.H.; PILLAI, S. Imunologia 
Celular e Molecular. 8ᵃ Edição. Elsevier, 2015

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