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ZOLIN–VESZ, F. Crenças sobre ensinar e aprender espanhol: reprodução e manutenção do status quo e da estratificação social. Campinas: Pontes Editores, 013. “A importância das crenças está relacionada com sua influencia na abordagem de ensinar do professor e na abordagem de aprender do aluno, além de estar relacionada também com fatores como motivação, emoções e identidade de alunos e professores” (p. 11). - Investigação das crenças- refere-se “[...] como as pessoas percebem o mundo e significam sua vida a partir de suas crenças” (p.12) APRESENTAÇÃO “Crenças são entendidas como condicionada situacionalmente” (p.15). INTRODUÇÃO: ENSINAR E APRENDER ESPANHOL NA CONTEMPORANEIDADE Mesmo se propondo ( a lei 11.161/2005) em possibilitar a construção de uma relação dialética entre o Brasil e os países hispânicos (Mercosul e Tratado de Assunção). O foco da língua se voltou para as instituições espanholas (Espanha/Europa), sendo a variedade linguística privilegiada de aprendizagem , assim como o material didático produzido (p. 19 - 20) Resumo meu RAE e Instituto Cervantes como “propulsores”, já que querem “dotar o idioma de uma imagem que engloba 3 características principais: 1) concórdia, 2) o universalismo e 3) a rentabilidade” (p. 20) 1) “Espanhol: língua de encontro”. “Possibilita o dialogo e a convivência harmônica próprios de uma pátria comum”, “modo de expressão a múltiplas culturas” (p.20). 2) Caráter global como uma língua em expansão”, “crescimento como LE, no sistema educativo de vários países” (p. 20) 3) “capital cultural para quem a detém” (p.20) ✓ “Lagares (2010) identifica duas posições contrárias nas abordagem de ELE, para Brasileiros: uma, em que a ênfase ocorre no ensino de um espanhol homogêneo para a comunicação internacional, defendida pelos órgãos de difusão internacional da língua do governo espanhol, e outra, expressa em documentos que regulam o ensino no Brasil, em que a ênfase ocorre em uma redução linguística que desconstrói essa imagem unitária” (p. 21) CAPITULO 1: A INVESTIGAÇÃO DE CRENÇAS SOBRE ENSINO E APRENDIZAGEM DE LINGUAS No inicio aborda a dificuldade de definir o que é Crença, é um “construto confuso”. “ Barcelos (2004) aponta duas observações geais: a primeira é de que “ as definições [...] se referem a natureza da linguagem e ao ensino/aprendizagem de línguas”. Já a segunda é de que “as crenças não são somente um conceito cognitivo, mas tambpem social, porque nascem [...] de nossa interação com o contexto e da nossa capacidade de refletir e pensar sobre o que nos cerca” (p. 23). ✓ O autor expõe o trabalho de dois pioneiros sobre a investigação de crenças relativas ao espanhol: Marques (2001) , que pesquisa as cresças de 2 professoras de espanhol que dão aula em um curso de licenciatura em letras; e Nomemacher (2004) pesquisa através de 2 professoras de espanhol em formação. E expõe algumas conclusões sobre seus trabalhos (p. 24 -25). E mais recente Schuster (2009), que se propôs a pesquisar as crenças dos alunos em um curso de línguas. ✓ O objetivos (LIMITADOS) dessas pesquisas seriam: identificar as crenças e relacioná-las com suas experiências de aprendizagem de Espanhol ou outras LE; e A inexistência de pesquisas com foco no contexto escolar público (p. 26). CRENÇAS COMO PRODUTOS SOCIAIS, HISTÓRICOS E POLÍTICOS CONECTADOS AOS CONTEXTOS SOCIOPOLÍTICOS MAIS ABRANGENTES Abordagem das “crenças por um viés social” (p. 27). “Para Kalaja (2003), crenças são entidades dinâmicas, sociais e relacionadas com a linguagem, o que significa que podem mudar de um aluno para outro, de uma época para outra, de um contexto para outro e até mesmo dentro de um mesmo contexto , e que devem ser INVESTIGADAS RECORRENDO A TRECHOS DE FALA OU DE ESCRITA” (p. 27). “[...], torna-se imprescindível considerar o contexto social e cultural no qual as crenças ocorrem [...]”. (p.28) “Crenças são únicas, no sentido de que refletem um ponto de vista pessoal e, ao mesmo tempo, sociais, pois ecoam traços presentes nos discursos prevalecentes na sociedade” (p. 28). “Para Dufva, aflui uma polifonia de crenças (a linguagem) , dado que estas seriam constituídas de diferentes vozes que podem ser atribuídas às várias fontes das quais se originam, isto é, a diferentes discursos. Portanto, uma crença pode refletir uma variedade de pontos de vista” (p. 28). “ [...] as palavras, expressões e proposições mudam de sentido segundo as posições sustentadas por aqueles que as empregam, o que significa que elas adquirem seus sentidos em referências as formações discursivas nas quais se inscrevem [...]” (p. 29). ✓ O autor exemplifica a afirmação acima, relacionando ao contexto finlandês e a aprendizagem de Russo e Sueco. “Crenças, portanto, sintetizam um ponto de vista pessoal que ecoa traços presentes nos discursos prevalecentes na sociedade” (p. 30) CAPÍTULO 2: CRENÇAS SOBRE O ENSINO DE LINGUAS ESTRANGEIRAS NA ESCOLA PÚBLICA ✓ Expõe algumas informações sobre sua pesquisa. Introduz diálogos de professores, diretor, pais de alunos e alunos sobre “como é” e como “poderia possibilitar” o ensino/aprendizagem de LE na escola pública. ✓ Evoca um conjunto de crenças desde relacionados ao trabalho feito pela professora de espanhol na escola, como sobre o descredito em relação ao aprender línguas na escola (não se aprende ou se aprende o básico, todos insuficientes para atender as necessidades do aluno). O curso de idiomas seria o lugar “apropriado” para aprender idiomas. (p. 31-37) “Essas crenças convidam a situar um discurso que reproduz e mantém o fracasso do ensino de LE na escola pública como uma “evidencia incontestável”, “ uma fatalidade”” (p. 37-38). “Dessa forma, a demarcação de lugares definidos para (não) aprendizagem de línguas estrangeiras parece reproduzir um modelo injusto de sociedade em que apenas aqueles que possuem determinadas condições financeiras podem aprender (a falar) e/ou se aperfeiçoar em cursos de idiomas, contribuindo, assim, para a manutenção do status quo e a estratificação social” (p. 38). CAPITULO 3: CRENÇAS SOBRE O ESPANHOL E O MERCADO (INFORMAL) DE TRABALHO ✓ Refere-se a crenças de pais de alunos e membros da escola em relação a aprendizagem d e ELE e a possibilidade de maiores oportunidades de trabalho, o relato dos entrevistados se baseia em experiências vividas ou ouvidas. (p. 41-46) “A aprendizagem de uma língua estrangeira passou a ser vista como uma ferramenta indispensável para o mundo do trabalho no momento em que o país ingressou na fase do capitalismo industrial, importando ciência e tecnologia dos países desenvolvidos” (p.46). “[...] essas crenças contribuem tanto para impedir transformações sociais quanto parecem reforçar a crença de uma “escola dos pobres” que constitui um lugar de não aprendizagem de línguas estrangeiras” (p. 47). ✓ Diante do exposto se observou que apesar de se identificar que a aprendizagem de LE pode possibilitar a inserção no mercado de trabalho, isso não quer dizer que, a perspectiva seja de melhores empregos e uma vida melhor. A escola nesse contexto, “não figura assumir qualquer compromisso para que os alunos sonhem com novas perspectivas”. INEFICIENCIA ESCOLA PÚBLICA EFICIENCIA CURSO DE IDIOMAS ✓ A pesar do novo idioma ser considerado uma “válvula de escape” da condição socioeconômica em que estão, não ocorre a “mudança do status quo. CAPITULO 4: CRENÇAS SOBRE A FACILIDADE PARA APRENDER ESPANHOL “ [...] por assemelhar-se ao português, se torna uma língua mais fácil para aprender [...]” (p.49) “São essas práticas de ensino (voltadas unicamente para os contrastes e semelhanças entre o português e o espanhol) que figuram alimentar as crenças em torna da ineficiência da escola publica para ensinar línguas estrangeiras” (p.51). “Este capitulo, portanto, é composto por um conjunto de crençasque evocam a facilidade para aprender espanhol ancorada não apenas na semelhança da língua com o português, mas principalmente em práticas de ensino que exploram essa semelhança para promover um tipo de ensino facilitado. [...] a crença de ser “mais fácil” encanta também a crença de ser a língua que melhor atende a uma parcela da população que ainda não tem noção ou não se conscientizou no tocante à importância de uma língua estrangeira para o mundo atual, como alunos de escola publica” (p. 51). “[...] em relação para a (não) aprendizagem de línguas estrangeiras, a demarcação de lugares fixos – e agora grupos definidos – contribui para a (re) produção de supostas “verdades”” (p. 55). CONSIDERAÇÕES FINAIS: PARA ONDE ESTAMOS CAMINHANDO? “Se, por um lado, a escola publica é um lugar de manutenção e reprodução do status quo, por outro representa também um lugar de sonhos, de desejos e anseios por uma vida melhor e uma sociedade menos estratificada” (p. 58). ✓ O autor pretende com sua pesquisa sobre as crenças do ensino de línguas e o espanhol, contribuindo significativamente para fazer (re) pensar sobre o papel que atribuímos a esse ensino. “Afinal, possibilita criar espaços para que crenças sejam questionadas e desconstruídas, contribuindo assim para que outros relatos e/ou depoimentos sobre aprendizagem de LE possam ser desvendados” (p.59). ✓ Há diversos fatores que influem no ensino, muitos deles voltados a crenças que colocam o espanhol em “perjuicio”, diminuindo o seu valor enquanto língua estrangeira. A escola publica parece ser o lugar onde se manifestam muitas dessas crenças, que partem desde os professores, direção da escola, pais de alunos e os próprios alunos.
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