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Exame clínico do paciente desdentado total Exame clínico Conjunto de procedimentos que visa a coleta de informações que irão orientar na determinação do plano de tratamento, além de estabelecer: → Diagnóstico o Que é de fato, saber identificar qual a condição que aquele paciente apresenta; se é um paciente que tem rebordo pouco volumoso, reabsorvido, se tem forma de lâmina de faca, pouca saliva; se é um paciente cooperativo, receptivo ou não. E com o diagnóstico, a gente consegue definir o prognóstico. → Prognóstico o Previsão de sucesso/insucesso do tratamento e saber delinear todo o plano de tratamento de acordo com aquele tipo de paciente. Um paciente, por exemplo, que tem hipossalivação, você já tem que pensar que vai ter que prescrever, por exemplo uma saliva artificial, orientar ele a usar um corega. Estratégia para coleta de dados → Exame físico extraoral → Exame físico intraoral → Exames complementares o Exames de imagem o Panorâmica (sempre pede) o Modelos de estudo ▪ Auxilia na determinação de algumas características e condições para determinar, por exemplo, a necessidade de alguma intervenção cirúrgica. Quando começa o exame clínico? Quando o paciente aparece pra você. → Identificar receptividade → Se tem terço inferior da face diminuído → DVO diminuída/alterada Esse momento a gente já encara como exame clínico. Esse exame clínico deve ser feito de maneira ordenada e deve ser registrado no prontuário odontológico. Prontuário odontológico É um registro das informações → Documento legal; → Registros dos dados recolhidos pelo paciente; → Auxiliar no estabelecimento do diagnóstico/prognóstico Anamnese → História médica → História dentária → História protética História médica → Doenças sistêmicas o Diabetes, hipertensão, osteoporose (uso de bifosfonados) → Uso de medicamentos controlados o Anti-hipertensivo, diuréticos (alguns podem causar hipossalivação), anti- histamínicos, antidepressivos, etc. → História familiar – CA bucal o 2015 – 15 mil casos o Perguntar ao paciente se já teve caso de CA bucal na família História dentária → Frequenta o dentista regularmente? → Há quanto tempo perdeu seu último dente? → Motivo da perda dos dentes? Essa última pergunta, por exemplo, se um paciente fala que perdeu os dentes, por que amoleceram e foram caindo, já é sugestivo de uma possível doença periodontal, provavelmente causada por higiene deficiente; Um paciente como o da foto, por exemplo, que não tinha um bom padrão de higienização, teria boa higiene com a prótese? Provavelmente, não. Então, em casos assim, a gente já deve começar a instruir desde o início esse paciente, instruir adequadamente com a forma correta de higienização e a importância da higienização, dizer as consequências que essa má higienização pode causar, mesmo ele sendo usuário de uma PT. História protética → Experiência prévia o Há quantos anos usa a prótese? o Já usou quantas próteses até hoje? o Se adaptou a todas que usou? → Tolerância o Faz todas atividades utilizando a prótese? → Valor estético o O que você gosta na sua prótese? o O que lhe incomoda na sua prótese? o Gosta de dentes brancos ou naturais? → Higiene o Como higieniza sua prótese? o O que utiliza? o Exame da prótese antiga o Dorme com a prótese? ▪ Estomatite protética Perfil psicológico → Receptivo → Céptico → Histérico → Indiferente Exame físico extraoral 1. Forma do rosto 2. Perfil facial 3. Lábios 4. Queilite angular 5. Tonicidade da musculatura facial 6. ATM Deve ser feito com o paciente SEM PRÓTESE. Forma do rosto O formato do rosto tem relação com o formato dos dentes. → Quadrado Como identificar que ele é quadrado? Leva-se em consideração alguns pontos anatômicos, que é o arco zigomático e o ângulo da mandíbula. Com duas réguas de 30cm, posicionadas nos pontos anatômicos, observar o posicionamento das réguas, se ficarem paralelas, o rosto é quadrado. → Ovoide Réguas convergem para superior e divergem para inferior. → Triangular Réguas divergem para superior e convergem para inferior. Perfil facial → Normal o Distribuição uniforme em vista lateral do paciente, em terço médio e inferior da face. → Retrognático o Posição da mandíbula mais posterior, em relação a maxila. → Prognático o Mandíbula mais anterior, em relação a maxila. Obs: O paciente desdentado não tem ponto de parada quando vai fechar a boca, involuntariamente a mandíbula vai mais pra anterior. Mão confundir com prognatismo. Lábios → Espessura o Grosso ▪ Superior maior do que a metade do inferior. o Médio ▪ Lábio superior, semelhante metade do lábio inferior. o Fino ▪ Lábio superior, menor do que a metade do lábio inferior. → Atividade o Ativo ▪ Pinçar os lábios com os dedos e pedir para o paciente tentar tirar, se ele conseguir, é ativo. o Passivo ▪ Pinçar os lábios com os dedos e pedir para o paciente tentar tirar, se ele conseguir, é passivo. Queilite angular Relacionado com a DVO; Tratamento: Restabelecer a DVO + antifúngico. ATM e músculos → Avaliar: o Ruídos o Dores o Zumbidos o Tonicidade Exame físico intraoral 1. Amplitude horizontal da boca 2. Espaço interrebordos 3. Inserção de músculos e freios 4. Forma dos maxilares 5. Tamanho do arco 6. Altura dos rebordos 7. Forma dos rebordos 8. Profundidade do palato 9. Presença de torus 10. Tuberosidades 11. Exame da mucosa 12. Palato mole 13. Língua 14. Saliva Inspecionar e palpar!!! Amplitude horizontal da boca → Manobra realizada com os 2 indicadores, nas comissuras. → Importante para moldagem. → Em alguns pacientes com amplitude pequena, lançar mão de vaselina e ir relaxando a musculatura. Espaço interrebordos Às vezes o paciente tem espaço pequeno entre maxila e mandíbula, se fazendo necessário, em alguns casos, encaminhamento para cirurgia, previamente a confecção das próteses, porque não vai ter espaço para confecção. Como é feito isso? O paciente vai ficar em repouso, em DVO adequada e você vai pedir que ele fique estático, que não se movimente e você vai distender os lábios, superior e inferior, para analisar se você vai ter uma altura suficiente, que em média é de 2cm de distância, sendo essa distância já suficiente. Inserção de músculos e freios → Quanto à localização → Quanto à tonicidade A importância que vai estar dentro desse contexto é que, se você não livra adequadamente a prótese das inserções musculares, se você não respeita a musculatura que vai estar na periferia da área de assentamento da prótese, você vai ter problema com a funcionalidade da PT, problemas de retenção, problemas de estabilidade. Então, a gente precisa saber muito bem identificar essas regiões de inserções musculares, para fazer uso adequado, fazer alívios nessas regiões, sendo fundamental conhecer isso de forma adequada. Na maxila • Freio labial • Bucinador o Para visualização do bucinador devemos tracionar para os lados e para trás, pois a inserção dele é em leque. Após a identificação dessas inserções, vamos classificar em: • Alto ou inexistente • Normal ou mediano • Baixo o Ativo o Passivo Normal Se eu tenho a inserção origem, entre mucosa inserida e mucosa móvel. Alto Se eu tenho a inserção origem, apenas em mucosa móvel. Baixo Se eu tenho a inserção origem, apenas em mucosa inserida. Em freios baixo, se analisa a atividade, classificando-o em ativo ou passivo. Em alguns casos se faz necessário intervenção cirúrgica (frenectomia). Em alguns casos, se faz necessário um alívio tão extenso, que a prótese acabaria perdendo os fenômenosque são requisitos para uma funcionalidade adequada de uma PT. Como analisar a atividade do freio de baixa inserção? Coloque a ponta do dento em cima do freio e tracione levemente para frente, se ele leve tracionamento mover seu dedo, o freio é ativo, caso contrário, passivo. Mandíbula • Freio labial • Freio lingual • Bucinador Após a identificação dessas inserções, vamos classificar em: • Baixo ou inexistente • Normal ou mediano • Alto o Ativo o Passivo Normal Se eu tenho a inserção origem, entre mucosa inserida e mucosa móvel. Baixo Se eu tenho a inserção origem, apenas em mucosa móvel. Alto Se eu tenho a inserção origem, apenas em mucosa inserida. A análise é a mesma, para classificar a atividade do freio. Forma dos maxilares É importante, pois tem relação com o direcionamento de forças. Maxilar triangular Nesse tipo de maxilar, temos 3 pontos de concentração de forças. O formato do maxilar, é importante também na montagem dos dentes. Se eu tenho um formato triangular, no momento da montagem, pode existir um pouco de dificuldade no alinhamento, por ser um maxilar geralmente mais estreito, correndo o risco de se ter necessidade de fazer algum tipo de desgaste para que não ocorra apinhamento. Maxilar quadrado Esse formato, apresenta 2 pontos de concentração de tensão. Nessa região anterior, por ele ser “quadrado”, qualquer erro de montagem, qualquer erro de montagem, será fácil de ser percebido, exatamente por ser como uma vitrine, por ser mais fácil de ver toda porção anterior. Maxilar ovóide É o melhor tipo de formato. Nesse tipo, não há problema durante a montagem dos dentes, além de ter uma distribuição de força bastante uniforme ao longo do rebordo. A dissipação de força ocorre sem nenhum ponto de concentração. Tamanho do arco • Pequeno → 0-40mm • Médio → 40-45mm • Grande → 45-50mm O tamanho do arco é medido no modelo! É medido, usando como referência, a distância entre as tuberosidades. Altura dos rebordos Relação altura x base Isso influencia diretamente na retenção e estabilidade da prótese. Um rebordo mais alto, tem maior estabilidade e retenção. ATENÇÃO: Ausência de espaço para montagem dos dentes. As vezes o rebordo é tão volumoso, que ele chega a ser uma desvantagem, como no caso da imagem abaixo, onde não se tem espaço para montagem dos dentes. Isso deve ser avaliado logo no início; a gente pede para o paciente colocar a prótese atual para analisar essa condição e se necessário, confirmar indicação cirúrgica (alveoloplastia) Forma dos rebordos • Lâmina de faca o Delgado e fino no seu ponto mais alto. • Retentivo o Base é menor do que o ponto mais alto do rebordo. • Forma de U ou retangular o Mais uniforme Por que é importante identificar o formato do rebordo, E principalmente o formato retentivo? É importante essa análise, logo no início; um rebordo retentivo por exemplo, pede material apropriado para moldagem funcional. Geralmente a gente usa, na moldagem funcional, a pasta zincoenólica, que é um material rígido, mas em um rebordo retentivo, pode haver distorção durante a remoção do molde ou causar alguma injúria ao paciente. Rebordo retentivo → material de moldagem elastomérico. Rebordo retentivo Rebordo em lâmina de faca Profundidade do palato Essa profundidade do palato, é inspecionada e palpada clinicamente, mas temos a confirmação pela análise do modelo. Presença de Tórus Tórus mais volumoso, tem indicação cirúrgica. • Alívio • Remoção cirúrgica Tuberosidade No caso acima: cirurgia de remodelação óssea. Exame da mucosa • Normal o Rosa pálido • Patológica Consistência da mucosa • Resiliente o A melhor o Tipo um colchão o Amortecedor das cargas mastigatórias • Rígida • Flácida • Mista Como eu sei que é resiliente? No momento de uma compressão, ela vai ser transmitida de uma maneira mais amena para o rebordo e no momento que a força cessa, a mucosa retorna rapidamente para posição original. Mucosa rígida No momento da compressão, basicamente não tem deformação, ficando inclusive isquemiada. A carga mastigatória, em mucosas rígidas, é transmitida de forma mais intensa, sendo o índice de reabsorção, maior. Ao remover a compressão, não tem alteração de forma na região. • Pequena • Média (2cm) • Grande Mucosa flácida Diante de uma compressão, ela já vai ser flácida por si só. A carga mastigatória é transmitida ao osso; no momento da descompressão, a mucosa demora a voltar para sua posição original. Mucosa mista Características de consistência diferentes, no mesmo rebordo. É comum em rebordos que tem associação com a síndrome de kelly ou síndrome da combinação. Mucosa flácida anterior e em posterior, mucosa resiliente ou rígida. Geralmente a síndrome de kelly está associada a casos inferiores de classe I de kennedy (desdentado posterior bilateral). Esse paciente não reabilitado da maneira correta ou não usa prótese, ele tem a mastigação anteriorizada, levando a reabsorção acelerada da porção anterior, resultando nessa mucosa flácida. Palato mole Nesse momento, vocês vão pedir para o paciente abrir a boca, e vocês vão tentar visualizar as seguintes estruturas: • Úvulas • Pilares palatinos Caso vocês consigam visualizar essas duas estruturas, é palato CLASSE I ou HORIZONTAL. O palato CLASSE I é o mais favorável para PT. Porque a gente tem o músculo tensor do véu palatino, que vibra; em palato CLASSE II ou III, essa vibração é maior, comprometendo retenção e estabilidade da prótese. CLASSE II ou INCLINADO → visualização apenas dos pilares palatinos. CLASSE III ou VERTICAL → não visualiza nenhuma estrutura. Em pacientes que tem palato CLASSE I, você, em alguns casos, pode sobreextender o limite da prótese, para ganhar área e aumentar retenção. Língua • Tamanho • Grau de retração Tamanho • Pequena o Ajuda no ato de moldar o Dificulta o vedamento periférico da porção lingual da prótese inferior • Grande o Auxilia o vedamento periférico da porção lingual da prótese inferior o Macroglossia/espraiamento ▪ Paciente desdentado total que não usa prótese inferior. ▪ Os dentes limitam a língua Grau de retração • Normal o A ponta e o corpo em posição normal o Acomodada na superfície lingual dos dentes inferiores • Classe I – grau de retração I o Ponta da língua para baixo • Classe II o Ponta da língua para cima, juntamente com o corpo Por que é importante essa análise? Imagine uma prótese inferior que já tem todas as dificuldades de retenção e estabilidade por conta da conformidade do rebordo, se eu tenho uma língua com grau de retração II, em que o corpo e ponta ficam para cima na maioria do tempo, essa prótese vai tender a deslocar com maior facilidade. Uma língua me posição normal, ajuda na acomodação e estabilidade da prótese. Como fazer essa análise? Observando o posicionamento da língua na maior parte do tempo. Saliva • Qualidade • Quantidade Qualidade • Serosa o Mais fluída o Ideal o Forma uma camada mais fina entre base da prótese e fibromucosa • Mucosa o Mais espessa o Favorece deslizamento da prótese, sobre o rebordo Como avaliar clinicamente a qualidade da saliva? Se forma uma linha, sem romper, de mais de 1cm, é mucosa. Quantidade • Diminuição do fluxo salivar/ xerostomia o Problema para PT o Interfere nos fenômenos físicos da retenção Exames complementares • Exame radiográfico (panorâmica) o Achados radiográficos (ex. dente incluso) Se o dente estiver abaixo da tábua óssea, não precisa ser removido. • Análise dos modelos de estudo o Necessidade de cirurgia ▪ Tuberosidadesvolumosas ▪ Altura de rebordo ▪ Inserções de músculos muito ativas o Características específicas ▪ Tamanho do arco (tuberosidades) Necessidade de tratamento prévio Hiperplasia fibrosa inflamatória • Pode ter como causa, uma PT mal adaptada. • Intervenção cirúrgica • Reanatomização do rebordo para finalidade protética Hiperplasia – câmara de sucção • Se fazia esse desgaste, acreditando o vácuo favoreceria a retenção e estabilidade • Tratamento cirúrgico • Complementar com cera, por exemplo Estomatite protética Caso 1 • Conduta menos invasiva • OHB • 2 escovas (1 para boca e 1 para prótese) • Lavar prótese com detergente neutro o Nunca usar pasta de dente, pois contem abrasivos, desgastando a superfície com o tempo, tornando-a áspera – sítio para bactéria. • Sempre lavar a boca o Língua o Rebordo o Com creme dental • A cada 4 dias (solução de água filtrada + 1 colher de sopa de hipoclorito) deixar a prótese por 10 minutos, tirar e lavar. Esse protocolo de higiene é para TODOS OS PACIENTES. Caso 2 • Prescrição de antifúngico • Reembasamento Impede que a base da prótese contaminada fique em contato com o rebordo do paciente. Reembasamento • Paladon • Coloca na superfície interna da prótese • Leva a boca do paciente • Pressiona bilateral • Remoção • Remoção dos excessos o Bisturi o Lamparina Antes de colocar o reembasador, é interessante fazer uma asperização com a broca de tungstênio na base da prótese. • Estomatite protética que não regride pós reembasamento o OHB o DAKTARIN gel Diagnóstico • Conhecer o paciente física e emocional Prognóstico • Favorável • Desfavorável Material complementar