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Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 • Objetivo: – Apresentar uma revisão relativa os conceitos de termodinâmica: • 1ª Lei (balanço de energia): sistemas abertos (VCs) e sistemas fechados; • Eficiência térmica; • Ciclo de Carnot de potência. 1 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 • 1ª. Lei da Termodinâmica: Balanço energético – Baseia-se no princípio de conservação da energia: • Não se pode criar ou destruir a energia. Apenas se pode convertê-la em diferentes tipos (térmica, de pressão, cinética, potencial, elétrica, magnética, etc...) ou em massa (reações nucleares); – Embora o balanço energético se ocupe principalmente com energia, frequentemente ele possibilita encontrar outras variáveis: • Massa (balanço de massa); • Velocidade; • Cotas; • Pressão; • Etc... 2 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 • 1ª. Lei da Termodinâmica: Balanço energético – Um sistema termodinâmico, qualquer que seja, pode interagir com o meio da seguinte forma: • Receber energia; • Fornecer energia; • Armazenar energia; – O sistema interage com o meio externo através de suas fronteiras. • Todas as formas de energia de um sistema devem ser inclusas no balanço energético; – A 1ª. Lei permite quantificar a energia perdida: • Muitas vezes esta informação não é facilmente obtida; • A 2ª. Lei quantifica o quanto da energia fornecida a um sistema de fato é convertida em trabalho útil, por exemplo; • Nenhum sistema é capaz de converter 100% de um tipo de energia em outro: – mas somente com a 1ª. Lei isto é possível! 3 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 • 1ª. Lei da Termodinâmica: Balanço energético – Escrita de diversas maneiras: • Em termos de energia: • Em termos de potência: OBS: quando expressa em termos de potências, os demais termos devem conter termos como fluxo de massa ou outros que expressem a dependência de uma variável com o tempo. 4 ሶ𝑄𝑒,𝑠 − ሶ𝑊𝑒,𝑠 = ሶ∆𝐸𝑝 + ሶ∆𝐸𝑐 + ሶ∆𝑈 𝑄𝑒,𝑠 −𝑊𝑒,𝑠 = ∆𝐸𝑝 + ∆𝐸𝑐 + ∆𝑈 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 • 1ª. Lei da Termodinâmica: Balanço energético – Escrita de diversas maneiras: • Energias expressas com outras variáveis: • Potências expressas com outras variáveis: 5 𝑄𝑖,𝑓 −𝑊𝑖,𝑓 + 𝑚𝑒 −𝑚𝑠 𝑢 + 𝑃𝑣 𝑒 − 𝑢 + 𝑃𝑣 𝑠 + 𝜗2𝑒 2 − 𝜗2𝑠 2 + Ԧ𝑔𝑧𝑒 − Ԧ𝑔𝑧𝑠 = 𝑢𝑓𝑚𝑓 − 𝑢𝑖𝑚𝑖 ሶ𝑄𝑖,𝑓 − ሶ𝑊𝑖,𝑓 + ሶ𝑚𝑒 − ሶ𝑚𝑠 𝑢 + 𝑃𝑣 𝑒 − 𝑢 + 𝑃𝑣 𝑠 + 𝜗2𝑒 2 − 𝜗2𝑠 2 + Ԧ𝑔𝑧𝑒 − Ԧ𝑔𝑧𝑠 = 𝑢𝑓𝑚𝑓 − 𝑢𝑖𝑚𝑖 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 • 1ª. Lei da Termodinâmica: Balanço energético – Escrita de diversas maneiras: • Energia com variáveis de entrada e saída separadas: • Potência com variáveis de entrada e saída separadas: 6 𝑄𝑒 +𝑊𝑒 +𝑚𝑒(𝑢 + 𝑃𝑣 + 𝜗2 2 + Ԧ𝑔𝑧)𝑒−(𝑄𝑠 +𝑊𝑠 +𝑚𝑠(𝑢 + 𝑃𝑣 + 𝜗2 2 + Ԧ𝑔𝑧)𝑠) = 𝑢𝑓𝑚𝑓 − 𝑢𝑖𝑚𝑖 ሶ𝑄𝑒 + ሶ𝑊𝑒 + ሶ𝑚𝑒(𝑢 + 𝑃𝑣 + 𝜗2 2 + Ԧ𝑔𝑧)𝑒−( ሶ𝑄𝑠 + ሶ𝑊𝑠 + ሶ𝑚𝑠(𝑢 + 𝑃𝑣 + 𝜗2 2 + Ԧ𝑔𝑧)𝑠) = 𝑢𝑓𝑚𝑓 − 𝑢𝑖𝑚𝑖 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 • 1ª. Lei da Termodinâmica: Balanço energético – Escrita de diversas maneiras: • Energia em termos das entalpias: • Potência em termos das entalpias : 7 𝑄𝑒 +𝑊𝑒 +𝑚𝑒(ℎ + 𝜗2 2 + Ԧ𝑔𝑧)𝑒−(𝑄𝑠 +𝑊𝑠 +𝑚𝑠(ℎ + 𝜗2 2 + Ԧ𝑔𝑧)𝑠) = 𝑢𝑓𝑚𝑓 − 𝑢𝑖𝑚𝑖 ሶ𝑄𝑒 + ሶ𝑊𝑒 + ሶ𝑚𝑒(ℎ + 𝜗2 2 + Ԧ𝑔𝑧)𝑒−( ሶ𝑄𝑠 + ሶ𝑊𝑠 + ሶ𝑚𝑠(ℎ + 𝜗2 2 + Ԧ𝑔𝑧)𝑠) = 𝑢𝑓𝑚𝑓 − 𝑢𝑖𝑚𝑖 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 • 1ª. Lei da Termodinâmica: Balanço energético – OBS: • Equação válida para qualquer tipo de sistema; • Outras formas de energia podem ser inclusas para melhor modelagem do sistema; • Comumente as formas de energia não explícitas na equação se manifestam como energia interna (ou são consideradas como tal). 8 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 • 1ª. Lei da Termodinâmica: Balanço energético – Ciclos ou transformações cíclicas • Estado inicial e final de um sistema ou volume de controle coincidem; – Valores das Propriedades são iguais no início e no final • Consequências: – Massa inicial e final do sistema e respectivas energias interna são iguais; – Qualquer outra forma de energia é igual nestes dois estados; – Existe apenas a possibilidade do sistema ou volume de controle trocar trabalho ou calor com o meio! 9 𝑄𝑒 +𝑊𝑒 − 𝑄𝑠 −𝑊𝑠 = 0 𝑄𝑒 +𝑊𝑒 = 𝑄𝑠 +𝑊𝑠 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 • 1ª. Lei da Termodinâmica: Balanço energético – Volumes de controle em R.P. em termos das entalpias: • Massa de entrada e saída iguais e massas inicial e final iguais; • Energia: • Potência 10 𝑄𝑒 +𝑊𝑒 +𝑚(ℎ + 𝜗2 2 + Ԧ𝑔𝑧)𝑒−(𝑄𝑠 +𝑊𝑠 +𝑚(ℎ + 𝜗2 2 + Ԧ𝑔𝑧)𝑠) = 0 ሶ𝑄𝑒 + ሶ𝑊𝑒 + ሶ𝑚(ℎ + 𝜗2 2 + Ԧ𝑔𝑧)𝑒−( ሶ𝑄𝑠 + ሶ𝑊𝑠 + ሶ𝑚(ℎ + 𝜗2 2 + Ԧ𝑔𝑧)𝑠) = 0 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 • 1ª. Lei da Termodinâmica: Balanço energético – Aplicações dos volumes de controle em R.P.: • Caldeiras, condensadores e trocadores de calor; • Turbinas, bombas e outras máquinas de fluxo; – Equação não é válida para os casos em que o V.C. tem apenas entradas ou saídas de massa: • Acúmulo ou déficit de massa em seu interior; • Massa inicial diferente da massa final; • Utilizar o formato geral da 1ª. Lei para evitar erros! 11 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 • Eficiência térmica (eficiência de 1ª Lei): – Estabelece limites para a conversão entre formas de energia; – Em ciclos de potência e de refrigeração: • Diferentes abordagens visto que nos ciclos de potência há conversão de calor em trabalho (ou potência calorífica em potência útil); • Em ciclos de refrigeração se retira calor (ou potência calorífica) de um ambiente o qual é rejeitado para outro em uma temperatura maior; – Máquinas ou Ciclos de potência: enunciado de Kelvin-Plank • Estabelece a máxima potência na forma de trabalho que pode ser produzida a partir de uma certa quantidade de calor fornecida (fonte quente) e que o restante deve ser rejeitado para um ambiente (fonte fria) que se encontre em menor temperatura. 12 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 • Eficiência térmica (eficiência de 1ª Lei): – A Eficiência térmica (eficiência de 1ª Lei) está diretamente relacionada com a entropia! • Um sistema real sempre terá geração de entropia, influindo no termo de energia rejeitado (máquinas/ciclos de potência) ou de energia consumida (máquinas/ciclos de refrigeração). • Logo, um sistema também se relaciona com a Desigualdade de Clausius; • Eficiência térmica: – Pode ser interpretada como uma relação de custo-benefício!!!! – Definida como: • Em termos de energia: • Em termos de potência: Para: 13 𝜂𝑇 = 𝑊𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑄𝐹𝑄 𝜂𝑇 = ሶ𝑊𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 ሶ𝑄𝐹𝑄 ሶ𝑊𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 = ሶ𝑊𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎- ሶ𝑊𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎 𝑊𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 = 𝑊𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜-𝑊𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 𝑊𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜=𝑊ú𝑡𝑖𝑙 ሶ𝑊𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 = ሶ𝑊ú𝑡𝑖𝑙 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 • Eficiência térmica (eficiência de 1ª Lei): – Relações adicionais para calor e trabalho em ciclos (ou potência): • Eficiência térmica (eficiência de 1ª Lei): Ciclo ideal x Ciclo real e desvios observados – Aumentos de eficiência possível mediante: • Aumentar a diferença de temperatura entre a fonte quente e fonte fria e/ou pressão de trabalho (superaquecedores, regeneradores, reaquecedores, etc); • Reduzir as perdas de calor; • Aumentar a eficiência isentrópica dos equipamentos (menores perdas). 14 𝑄𝐹𝑄 = 𝑊𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜+𝑄𝐹𝐹 ሶ𝑄𝐹𝑄 = ሶ𝑊𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜 + ሶ𝑄𝐹𝐹 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 • Eficiência térmica (eficiência de 1ª Lei): Ciclo de Carnot – Características: •Operam com 2 isotérmicas e 2 isentrópicas; • Na prática não existem processos isentrópicos: problemas! • Região com misturas (saída da turbina e entrada da bomba): problemas! 15 Fonte: Moran et al (2003) Figura 3: Vista esquemática ciclo a vapor de Carnot Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 • Eficiência térmica (eficiência de 1ª Lei): consequências do Ciclo de Carnot – Qualquer ciclo totalmente reversível que opere entre os mesmos reservatórios térmicos (mesmas temperaturas) terá a mesma eficiência térmica que um ciclo de Carnot (máxima eficiência possível); • Ciclos de Carnot apresentam processos a temperatura constante (evitam irreversibilidades) e isentrópicos (sem perdas); • Se submetidos às mesmas condições de temperatura e não houver qualquer tipo de perda, outros ciclos não terão a mesma eficiência de um ciclo de Carnot pois não são totalmente reversíveis: – Ciclo Rankine, ciclo Otto, ciclo Diesel, etc. 16 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 • Eficiência térmica (eficiência de 1ª Lei): Ciclo de Carnot 17 T s P=cte P=cte Curva de saturação VaporLíquido 1 23 4 CICLO DE CARNOT QFQ QFF WBomba Wturb. misturamistura Vapor saturado Líquido saturado Figura 4: Diagrama T-s Ciclo de Carnot Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 • Exercícios: 18 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 1 - Uma massa de 4,16kg/s de vapor superaquecido produzido por um conjunto caldeira-superaquecedor será utilizado em uma turbina. Na entrada da turbina o vapor está superaquecido à 500°C e com pressão de 50kgf/cm². Após sofrer uma descompressão até 0,5kgf/cm², há mistura na saída da turbina. Dados: Entrada: Para pressão de 50kgf/cm² e temperatura de 500°C (superaquecido) h=819,5kcal/kg , s=1,6671kcal/kgK Saída: Para pressão de 0,5kgf/cm² (vapor saturado) hl=80,9kcal/kg , sl=0,256kcal/kgK , hevap=550,6kcal/kg , sevap=1,556kcal/kgK Determinar a potência da turbina. Considere que a mesma opere adiabaticamente e segundo um processo isentrópico. 19 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 2 - Um condensador está instalado na saída da turbina do exercício 2 e rejeita calor até que em sua saída haja apenas líquido saturado. Sabe-se que neste condensador entra mistura com título de 0,916. Determinar a potência que deve ser rejeitada pelo condensador. Considere que o condensador não possua perdas de carga internas. Dados adicionais: Entrada: Para pressão de 0,5kgf/cm² (vapor saturado) hx=580,22kcal/kg Saída: Para pressão de 0,5kgf/cm² (vapor saturado) hl=80,9kcal/kg 20 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 3 - Uma máquina térmica recebe 580,5kW a partir de uma fonte quente e produz uma potência de 194kW. Calcular: a) O calor transferido para a fonte fria; b) O rendimento térmico da máquina; c) A variação de entropia que ocorre na fonte quente e na fonte fria. Considere que as mesmas estão à 400°C e 50°C, respectivamente. 21 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 4 - Propõe-se construir uma central termoelétrica com potencia de 1000 MW e utilizando vapor d’água como fluido de trabalho. Os condensadores devem ser resfriados com a água de um rio (ver Figura ao lado). A temperatura máxima do vapor será de 550 °C e a pressão nos condensadores será de 10 kPa. Como consultor de engenharia, você e solicitado a estimar o aumento da temperatura da água no rio (entre montante e jusante da usina). Qual e a sua estimativa? 22 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 4 - 23 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 5 - Um ciclo a vapor opera segundo um Ciclo de Carnot, com fase de vaporização e condensação à pressões de 1000kPa e 10kPa, respectivamente. Sabe-se que a turbina é capaz de produzir 11025kW. Determinar: a) A vazão de vapor que deve percorrer o ciclo; b) A potência utilizada na compressão da mistura (bomba); c) O calor trocado na caldeira; d) O calor que deve ser rejeitado pelo ciclo (condensador); e) A eficiência do ciclo; 24 Geração e Distribuição de VaporProf. Dr. Deiglys Borges Monteiro Aula 2 • Principais referências: [1] BORGNAKKE; SONNTAG, R.E.; Fundamentos da Termodinâmica; 8ª. Ed. São Paulo: Blucher, 2013. [2] IENO, G.; NEGRO, L.; Termodinâmica; 1ª. Ed. São Paulo: Pearson; 2013. [3] MORAN, M.; SHAPIRO, H. N.; MUNSON, B. R.; DeWITT, D. P.; Introdução a Engenharia de Sistemas Térmicos; LTC; 2003. [4] ÇENGEL, Y.A.; BOLES, M.A.; Termodinâmica; McGraw Hill; 5ª ed; 2007. 25
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