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24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/26 AUDITORIA CONTÁBIL E TRIBUTÁRIA AULA 2 Prof. Paolla Hauser 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/26 CONVERSA INICIAL Olá, aluno. Bem-vindo. Na aula de hoje vamos conceituar quais são os objetivos da auditoria e avaliar como o auditor pode se assegurar contra fraudes contábeis. Vamos falar também sobre a primeira etapa de procedimentos de auditoria, conforme normas de auditoria e processos documentais. Assim, entraremos nas evidências de auditoria para definir de que forma o auditor pode assegurar que as informações contidas nas demonstrações contábeis estejam livres de distorções. Seguiremos, dessa forma, tratando da responsabilidade do auditor sobre as demonstrações contábeis. Por fim, falaremos dos conceitos de amostragem para fins de testes de auditoria. CONTEXTUALIZANDO Os processos de auditoria exigem uma série de regras e procedimentos que devem ser adotados pelas firmas de auditoria, para que o trabalho do auditor seja corretamente aplicável. Por isso que, para trabalhar com auditoria, é necessário que o auditor realize exame de qualificação técnica, a fim de garantir que este conheça as regras aplicáveis sobre seus trabalhos. As normas de auditoria são específicas a cada tipo de trabalho, e o auditor precisa planejar seus testes, de acordo com cada empresa que será auditada. Por esse motivo o trabalho da auditoria não é tão rotineiro, pois cada empresa exige uma seleção de testes diferentes. Hoje iniciaremos os conceitos básicos para os trabalhos de auditoria, como procedimentos iniciais, evidências e amostragem. TEMA 1 – OBJETIVOS DA AUDITORIA Já é de seu conhecimento que o objetivo da auditoria das demonstrações contábeis é o de expressar uma opinião e assegurar que tais demonstrações representem adequadamente a posição patrimonial e financeira. 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/26 Além disso, a revisão da auditoria ainda assegura que as operações realizadas entre origens e aplicações de recursos correspondam aos períodos examinados, em conformidade com as normas contábeis. A NBCTA200 dispõe que: O objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável. No caso da maioria das estruturas conceituais para fins gerais, essa opinião expressa se as demonstrações contábeis estão apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro. A auditoria conduzida em conformidade com as normas de auditoria e exigências éticas relevantes capacita o auditor a formar essa opinião. Veja que a auditoria tem a capacidade de aumentar o grau de confiança dos usuários sobre as demonstrações contábeis elaboradas pela administração da empresa. O auditor irá emitir uma opinião em um documento denominado de parecer do auditor (que você conhecerá melhor posteriormente), contendo as informações necessárias para que o usuário possa tomar sua decisão. É importante entendermos aqui que as demonstrações contábeis são de responsabilidade da administração da entidade e não dos auditores, uma vez que estes devem analisar tais informações para poder então emitir uma opinião. As normas de auditoria exigem do auditor julgamento profissional para a revisão das demonstrações, mantendo o ceticismo profissional ao longo do planejamento e execução da auditoria. De acordo com a NBCTA 200, na execução da auditoria, o auditor deve, entre outras coisas: identificar e avaliar os riscos de distorção relevante, independentemente se causados por fraude ou erro, com base no entendimento da entidade e de seu ambiente, inclusive o controle interno da entidade; obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir se existem distorções relevantes por meio do planejamento e aplicação de respostas (procedimentos de auditoria) apropriadas aos riscos avaliados; e formar uma opinião a respeito das demonstrações contábeis com base em conclusões obtidas das evidências de auditoria obtidas. 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/26 Para Attie (2018, p. 12), “o objetivo principal da auditoria pode ser descrito, em linhas gerais, como sendo o processo pelo qual o auditor se certifica da veracidade da totalidade das demonstrações contábeis preparadas pela companhia auditada”. Já a NBC TA diz que “o auditor que realiza auditoria de acordo com as normas de auditoria é responsável por obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis, como um todo, não contém distorções relevantes, causadas por fraude ou erro”. É importante salientar que a auditoria é uma revisão por amostragem e não por totalidade, como diz o autor no seu conceito inicial. É claro também que todas as análises de auditoria precisam ser evidenciadas e seguras para evitar distorções e erros. Assim, o auditor se utiliza dos procedimentos de auditoria que possam lhe assegurar a efetividade das informações constantes nas demonstrações contábeis. Além disso, o auditor deve ainda cercar-se de procedimentos que permitam garantir que não exista omissão de fatos ou valores nas demonstrações contábeis que sejam importantes para seu entendimento. A NBCTA 200 descreve sobre os objetivos gerais do auditor como sendo: (a) obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro, possibilitando assim que o auditor expresse sua opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável; e (b) apresentar relatório sobre as demonstrações contábeis e comunicar-se como exigido pelas NBCs TA, em conformidade com as constatações do auditor. Primeiramente, o auditor deve obter segurança sobre as informações constantes nas demonstrações contábeis a fim de que elas não apresentem distorções relevantes, seja por erro contábil ou mesmo por fraude da administração. Quando usamos o termo distorções, considere que estamos tratando de informações contábeis (contas/valores) distorcidas, seja por erro, desconhecimento ou até mesmo por alterações feitas como fraude, a fim de maquiar alguma informação constante no balanço da empresa para passar a informação incorreta aos investidores, por exemplo. Lembre-se do caso Eron, visto anteriormente. Veja um exemplo de fraude contábil descoberta na GE, publicada pela revista Exame: 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/26 GE é acusada de maior fraude da história, de US$ 38 bilhões "Acreditamos que a fraude de 38 bilhões de dólares que encontramos é apenas a ponta do icebergue", escreveu o especialista Markopolos Por Karin Salomão Publicado em: 21/08/2019 às 06h00 A GE está envolvida em mais um escândalo de fraude contábil. Um relatório extenso sobre os balanços da companhia acusa a companhia de esconder mais de 38 bilhões de dólares em perdas nos últimos anos e de mascarar a real situação financeira da companhia. O valor encoberto pela fraude seria superior a 40% do valor de mercado da companhia, que estaria à beira da insolvência. O estudo, divulgado na semana passada, foi feito pelo especialista contábil Harry Markopolos, um dos primeiros especialistas a apontar para o esquema o esquema de Bernie Madoff, ex-investidor que criou a maior pirâmide financeira da história, com perdas de 65 bilhões de dólares. O relatório afirma que a fraude financeira da GE pode ser "maior que a Enron e Worldcom". A Enron, uma companhia de energia, serviços e commodities norte-americana,pediu falência como consequência de um escândalo divulgado em 2001. Investigações descobriram que executivos usavam lacunas contábeis para esconder dívidas e inflar o valor da companhia. O esquema da Worldcom foi descoberto logo em seguida, em 2002, quando auditorias internas descobriram contas falsas para inflar ativos e receitas. "Meu time passou os últimos sete meses analisando a contabilidade da GE e acreditamos que a fraude de 38 bilhões de dólares que encontramos é apenas a ponta do icebergue", escreveu Markopolos. A investigação analisou oito dos maiores contratos de cuidado de longo prazo da divisão de seguros, bem como contratos de seus concorrentes. Segundo as acusações, a companhia estaria escondendo perdas de seus investidores por meio de comunicados regulatórios falsos. Segundo a análise, a GE muda o formato de seus relatórios financeiros com certa frequência para impedir que analistas façam projeções mais longas. A investigação também aponta falta de transparência na divulgação dos custos reais dos produtos vendidos e de despesas administrativas. No mesmo dia em que o relatório foi divulgado, as ações da GE despencaram 14%. Os papéis já se recuperaram, mas continuam 4% mais baixos que antes da divulgação do relatório. Resposta Em comunicado, divulgado em resposta às acusações, a GE afirmou que as acusações de Markopolos não têm mérito. "A companhia nunca se encontrou, falou ou teve contato com o senhor Markopolos e estamos extremamente desapontados que um indivíduo sem conhecimento direto da GE escolheria fazer acusações tão sérias e infundadas. A GE opera com os níveis mais altos de integridade e confia nos 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/26 seus balanços financeiros. Continuamos focados em manter o nosso negócio todos os dias, seguindo o caminho estratégico que traçamos", escreveu a empresa. A companhia ainda menciona que Markopolos reconhece que está sendo compensado por fundos de hedge não nomeados. Segundo a companhia, o objetivo de tais fundos é levar a uma venda das ações da companhia no curto prazo, para gerar volatilidade. Ou seja, Markopolos teria divulgado o relatório para benefício próprio. Outros casos Não é a única investigação envolvendo a companhia, que fechou o ano de 2018 com prejuízo. A GE é investigada pelo Departamento de Justiça (DoJ) e o pelo órgão de regulação da Bolsa de Valores nos EUA, a SEC, desde janeiro de 2018. A SEC iniciou uma investigação sobre as práticas contábeis da divisão de seguros, depois que a companhia anunciou um grande aumento das reservas dessa divisão, com gastos de 15 bilhões de dólares nos próximos cinco anos. O órgão regulatório aumentou o escopo das investigações em outubro do ano passado, após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2018, que demonstraram um custo alto de 22 bilhões de dólares de seu setor de energia, a Alstom. O setor energético da empresa não consegue se recuperar da queda dos preços de eletricidade e da redução nas encomendas de turbinas. Por isso, esses ativos sofreram uma desvalorização de 22 bilhões de dólares, o que afetou os resultados da divisão. Na ocasião, o diretor financeiro da companhia, Jamie Miller, disse que "estamos cooperando com a SEC e o DOJ enquanto eles continuam a trabalhar sobre esses assuntos". Também no ano passado, ela fechou um acordo preliminar de 1,5 bilhão de dólares com autoridades dos Estados Unidos pela aquisição de hipotecas de alto risco antes da crise financeira de 2008. As hipotecas por uma de suas unidades foram adquiridas entre 2005 e 2007, antes do início da crise financeira global. Há cerca de dez anos, a SEC multou a companhia por fraude na contabilidade, alegando que a empresa "enganou investidores ao reportar resultados enganosos e materialmente falsos em seus relatórios financeiros". O órgão afirmou que a GE usou métodos contábeis impróprios para aumentar os lucros e receitas reportados. A companhia concordou em pagar uma penalidade de 50 milhões de dólares para fechar o caso, mas não negou nem confirmou as acusações. Após as investigações e denúncias, a companhia ainda precisa esclarecer os números em seus últimos balanços, para comprovar a solidez de sua contabilidade (Salomão, 2019). De acordo com a NBCTA 2002, quando não for possível obter segurança razoável, o auditor poderá se abster de emitir opinião. Estudaremos mais sobre os tipos de opinião em outra ocasião. 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/26 TEMA 2 – PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA I O trabalho da auditoria exige uma série de procedimentos que estejam em conformidade com as normas de auditoria. Inclusive, as próprias firmas de auditoria são auditadas por outras firmas pares (exame pelos pares), pelo menos uma vez a cada ciclo de quatro anos, conforme define a Norma Brasileira de Contabilidade, NBC PA 11, de 8 de dezembro de 2017, que entrou em vigor em janeiro de 2019. Desta forma, as firmas que realizem trabalhos fora das normas constituem infração disciplinar sujeita às penalidades previstas nas alíneas “c” a “g” do Art. 27 do Decreto-Lei n. 9.295/1946, alterado pela Lei n. 12.249/2010, e ao Código de Ética Profissional do Contador. Ao estabelecer e executar procedimentos de auditoria, o auditor deve considerar a relevância e a confiabilidade das informações a serem utilizadas como evidência de auditoria, incluindo informações obtidas de fonte de informações externa (NBCTA500). Almeida (2012, p. 49) diz que “os procedimentos de auditoria representam um conjunto de técnicas que o auditor utiliza para colher as evidências sobre as informações das demonstrações financeiras”. Para Lins (2014, p. 63), “o processo de auditoria, em linhas gerais, compreende três grandes fases: planejamento, procedimentos de auditoria para obtenção de evidências e emissão do parecer.”. A NBCTA 520 diz que os objetivos do auditor são: (a) obter evidência de auditoria relevante e confiável ao usar procedimentos analíticos substantivos; e (b) planejar e realizar procedimentos analíticos próximo do final da auditoria que auxiliam o auditor a formar uma conclusão geral sobre se as demonstrações contábeis são consistentes com o entendimento que o auditor possui sobre a entidade. Os procedimentos são as técnicas que o auditor deve utilizar para que possua evidência de suas análises, como uma forma de demonstrar como os fatos contábeis estão ocorrendo e, ainda, se prevenir, em caso de dúvida por parte da administração da empresa, sobre determinada informação retirada das demonstrações. 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/26 A NBCTA 2002 descreve que: Os procedimentos aplicados no exame das demonstrações contábeis são aqueles que, a juízo do auditor, permitem uma conclusão quanto à razoabilidade das operações e aos seus reflexos nas demonstrações contábeis. Os procedimentos aplicados em uma auditoria e a extensão de sua aplicação são determinados pelo julgamento do auditor, que deve considerar a natureza e os problemas da empresa e observar a qualidade e eficiência de seus procedimentos contábeis e seus controles internos. Lins (2014) explica que os procedimentos de auditoria compreendem duas partes básicas: testes de transações; e testes de saldos. 2.1 TESTES DE TRANSAÇÕES Consistem no exame de documentos que suportam os lançamentos contábeis. Esses testes podem ainda ser divididos em três fases: a) obtenção do universo de documentos que compõem o saldo da conta. Exemplo: a listagem das notas fiscais no caso da conta clientes ou fornecedores; b) de posse da listagem de todos os documentos, o passo seguinte é selecionar aqueles que serão objeto de verificação. A seleção documental deve ser, obrigatoriamente, aleatória/randômica, ou seja, o auditor não deve interferir na seleção; e c) De posse dos documentos selecionados (amostragem), o auditor procede às análises e evidencia nos papeis de trabalho os procedimentosde auditoria executados e as suas constatações. 2.2 TESTES DE SALDOS Os testes de saldos são procedimentos de confirmação dos saldos das contas por meio de exames extracontábeis, como o inventário físico e circularização (conformação com terceiros). Vejamos a seguir os procedimentos de auditoria para se obter evidências que serão consideradas para a emissão do parecer. Contagem física (inventário) – esse procedimento é utilizado para as contas do ativo e consiste em identificar fisicamente o bem escriturado nas demonstrações contábeis. Por 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/26 exemplo, contagem do estoque, dos bens do ativo imobilizado e até saldo de dinheiro em caixa. Confirmação com terceiros (circularização) – é o procedimento utilizado para confirmar, bens de propriedade da empresa em poder de terceiros, direitos a receber e obrigações a pagar, por exemplo. Conferência de cálculos – é um procedimento de revisão e recalculo dos cálculos elaborados pela contabilidade, a fim de garantir que estejam corretos para evitar distorções nas demonstrações, por exemplo: valorização de estoque, depreciação ou amortização de bens e direitos, PECLD, tributos diretos, encargos trabalhistas, entre outros. Inspeção de documentos – analisar os documentos elaborados pela própria empresa que são utilizados para confirmar e controlar informações que foram escrituradas na contabilidade. São documentos hábeis que suportam os lançamentos contábeis, por exemplo, relatório de despesas, mapa de ativo imobilizado, registro de empregado, notas fiscais, contratos com terceiros, apólices de seguro, escritura de imóveis etc. 2.3 PROCEDIMENTO SUBSTANTIVO E ANALÍTICO A NBCTA 330 trata do conceito de procedimentos substantivos, sendo: “o procedimento de auditoria planejado para detectar distorções relevantes no nível de afirmações”. Os procedimentos substantivos incluem: (i) testes de detalhes (de classes de transações, de saldos de contas e de divulgações); (ii) procedimentos analíticos substantivos e (iii) testes de controle. O procedimento substantivo é empregado quando o auditor quiser obter provas suficientes sobre determinadas transações, lhe proporcionando fundamentação para sua opinião. Destacamos como teste substantivo: verificação da existência real de transações e registros; a não existência de transações além daquelas que já estão registradas; que as informações obtidas sobre determinadas informações estejam na sua totalidade; e que os registros estejam corretamente divulgados. O procedimento substantivo pode evidenciar se os saldos e transações estão apresentados de forma correta pela empresa. O teste de controle é o procedimento de auditoria planejado para 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/26 avaliar a efetividade operacional dos controles na prevenção ou detecção e correção de distorções relevantes no nível de afirmações. Segundo a NBCTA 520, o termo procedimento analítico significa avaliações de informações contábeis por meio de análise das relações plausíveis entre dados financeiros e não financeiros. Os procedimentos analíticos compreendem, também, o exame necessário de flutuações ou relações identificadas que são inconsistentes com outras informações relevantes ou que diferem significativamente dos valores esperados. Os procedimentos analíticos incluem, por exemplo, levar em consideração comparações de informações contábeis e financeiras da entidade: informações comparáveis de períodos anteriores; resultados previstos pela entidade, tais como orçamentos ou previsões, ou expectativas do auditor, como uma estimativa de depreciação; e informações de entidades do mesmo setor de atividade, como a comparação entre índices de vendas e contas a receber com as médias do setor ou com outras entidades de porte comparável do mesmo setor (NBCTA). Os procedimentos analíticos incluem, também, levar em consideração as relações. Por exemplo: elementos das informações contábeis que se esperaria que se adequassem a um padrão previsível com base na experiência da entidade, como porcentagens da margem bruta; e informações contábeis e informações não contábeis relevantes, como custos com folha de pagamento e número de empregados (NBCTA). TEMA 3 – RESPONSABILIDADE DO AUDITOR EM RELAÇÃO À FRAUDE A norma que trata da responsabilidade do auditor em relação à fraude, no contexto das demonstrações contábeis, é a NBCTA 240. Segundo essa norma, as distorções que possam estar presentes nas demonstrações contábeis podem originar-se de fraude ou de erro. O que vai definir ser um ou outro é a intenção ou não da ação que resultou na distorção. 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/26 A NBCTA 240 descreve que, embora a fraude constitua um conceito jurídico, o auditor não estabelece juridicamente se a fraude ocorreu ou não, apesar de suspeitar ou, em raros casos, identificar a ocorrência de fraude. (a) Fraude é o ato intencional de um ou mais indivíduos da administração, dos responsáveis pela governança, empregados ou terceiros, que envolva dolo para obtenção de vantagem injusta ou ilegal. (b) Fatores de risco de fraude são eventos ou condições que indiquem incentivo ou pressão para que a fraude seja perpetrada ou ofereçam oportunidade para que ela ocorra. A fraude é o ato intencional de um ou mais indivíduos da administração, dos responsáveis pela governança, empregados ou terceiros que envolva dolo para a obtenção de vantagem injusta ou ilegal. A distinção de fraude ou erro está no fato de ser ou não intencionais, porém, o auditor ao realizar seus trabalhos está preocupado com a fraude que causa distorção relevante nas demonstrações contábeis, sendo dois tipos de distorções importantes e relevantes ao auditor: (i) distorções decorrentes de informações contábeis fraudulentas e (ii) distorções decorrentes da apropriação indébita de ativos. Pode haver uma oportunidade percebida de perpetrar uma fraude quando um indivíduo acredita que o controle interno pode ser burlado, por exemplo, porque ele ocupa um cargo de confiança ou tem conhecimento de deficiências específicas no controle interno. A informação financeira fraudulenta envolve distorções intencionais, inclusive omissões de valor ou divulgações nas demonstrações contábeis para enganar os usuários destas. Ela pode ser causada pelas tentativas da administração de manipular os ganhos de modo a enganar os usuários das demonstrações contábeis, influenciando suas percepções do desempenho e da lucratividade da entidade. Essa manipulação de ganhos pode começar com pequenos atos ou com o ajuste inadequado de premissas e mudanças de julgamento pela administração. Lembra do caso da Eron? Informações contábeis fraudulentas podem decorrer do seguinte: manipulação, falsificação (inclusive de assinatura) ou alteração de registros contábeis ou documentos comprobatórios que serviram de base à elaboração de demonstrações contábeis; 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/26 mentira ou omissão intencional nas demonstrações contábeis de eventos, operações ou outras informações significativas; e aplicação incorreta intencional dos princípios contábeis relativos a valores, classificação, forma de apresentação ou divulgação. 3.1 CARACTERÍSTICAS A fraude, seja ela na forma de informações contábeis fraudulentas ou de apropriação indevida, envolve o incentivo ou a pressão para que ela seja cometida, por exemplo. Pode existir incentivo ou pressão para a informação financeira fraudulenta quando a administração sofre pressão, de fontes externas ou internas, para alcançar metas de ganhos ou resultados financeiros previstos em especial porque as consequências do insucesso no cumprimento dos objetivos financeiros para a administração podem ser significativas. Do mesmo modo, os indivíduos podem ter um incentivo para se apropriarem de ativos porque, por exemplo, estão vivendoalém de suas possibilidades. Outro exemplo é a possibilidade de haver uma oportunidade percebida de perpetrar uma fraude quando um indivíduo acredita que o controle interno pode ser burlado, quando ele ocupa um cargo de confiança ou tem conhecimento de deficiências específicas no controle interno. Em alguns casos, a administração pode cometer fraude por meio de técnicas, como registrar lançamentos fictícios no livro diário, em especial no final do período contábil, de forma a manipular resultados operacionais ou alcançar outros objetivos, ajustar indevidamente as premissas e alterar os julgamentos utilizados para estimar saldos contábeis, omitir, antecipar ou atrasar o reconhecimento, nas demonstrações contábeis, de eventos e operações que tenham ocorrido durante o período. 3.2 RESPONSABILIDADE A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela governança da entidade e da sua administração. Já o auditor é responsável por obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis, como um todo, não contenham distorções relevantes causadas por fraude ou erro. Leis, regulamentos ou requisitos éticos relevantes podem exigir que o auditor realize procedimentos adicionais e tome medidas adicionais. [1] 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/26 Por exemplo, as normas profissionais (NBCs PG 100, 200 e 300 e NBC PA 400 e NBC PO 900) requerem que o auditor tome medidas para responder a não conformidade identificada ou suspeita de não conformidade com leis e regulamentos e determine se medidas adicionais são necessárias. O risco de não ser detectada uma distorção relevante decorrente de fraude é mais alto do que o risco de não ser detectada uma distorção decorrente de erro. Isso porque a fraude pode envolver esquemas sofisticados e cuidadosamente organizados, destinados a ocultá-la, tais como falsificação, omissão deliberada no registro de operações ou prestação intencional de falsas representações ao auditor. Veja essa pesquisa publicada pela big four PWC Fonte: PWC Brasil, 2020 . Podemos encontrar mais fraudes ainda nas demonstrações, como: registrar lançamentos fictícios no livro diário, em especial no final do período contábil, de forma a manipular resultados operacionais ou alcançar outros objetivos; [2] 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/26 ajustar indevidamente as premissas e alterar os julgamentos utilizados para estimar saldos contábeis; omitir, antecipar ou atrasar o reconhecimento, nas demonstrações contábeis, de eventos e operações que tenham ocorrido durante o período das demonstrações contábeis que estão sendo apresentadas; omitir, dificultar ou deturpar divulgações requeridas pela estrutura de relatório financeiro aplicável ou divulgações que são necessárias para a apresentação adequada; ocultar ou não divulgar fatos que possam afetar os valores registrados nas demonstrações contábeis; encobrir fatos que possam afetar os valores registrados nas demonstrações contábeis; contratar operações complexas que são estruturadas para refletir erroneamente a situação patrimonial ou o desempenho da entidade; e alterar registros e condições relacionados a operações significativas e não usuais. Outro termo que temos ouvido muito nos últimos tempos, e que é considerada uma fraude, é contabilidade criativa. A chamada contabilidade criativa é uma forma de alterar as informações apresentadas nos balanços, ou até mesmo omiti-las, para que os resultados sejam apresentados de forma mais vantajosa, para a empresa que os disponibilizou, maquiando, assim, problemas que podem estar acontecendo com a entidade, enganando os usuários e investidores. Mas qual é a responsabilidade do auditor sobre fraudes contábeis? De acordo com a NBCTA 240, a principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela governança da entidade e sua administração. Independente disso, o auditor deve sempre manter o ceticismo profissional, como previsto na NBC TA 200, durante a auditoria, reconhecendo a possibilidade de existir distorção relevante decorrente de fraude, não obstante a experiência passada do auditor em relação à honestidade e integridade da administração e dos responsáveis pela governança da entidade. A não ser que existam razões para crer o contrário, o auditor deve aceitar os registros e os documentos como legítimos. Caso as condições identificadas durante e auditoria levem o auditor a acreditar que um documento pode não ser autêntico ou que os termos no documento foram modificados sem que o fato fosse revelado ao auditor, este deve investigar o caso (ver item A9). Quando as respostas às indagações junto à administração ou aos responsáveis pela governança são inconsistentes, o auditor deve investigar as inconsistências. [3] 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/26 O auditor é responsável por obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis não contenham distorções relevantes, causadas por fraude ou erro. A NBCTA 200 já descreve que, devido às limitações inerentes da auditoria, há um risco inevitável de que algumas distorções relevantes das demonstrações contábeis podem não ser detectadas, apesar de a auditoria ser planejada e realizadas de acordo com as normas de auditoria. A NBCTA 240 dispõe ainda, em seu item 9, que: 9. O auditor pode ter responsabilidades adicionais nos termos de leis, de regulamentos ou de requisitos éticos relevantes com relação à não conformidade por parte da entidade com leis e regulamentos, incluindo fraude, que podem diferir desta Norma ou ir além desta ou de outras normas de auditoria, como, por exemplo (ver item A6): (a) resposta à não conformidade identificada ou suspeita de não conformidade com leis e regulamentos, incluindo exigências relacionadas com comunicações específicas com a administração e os responsáveis pela governança, avaliando a adequação de sua resposta à não conformidade e determinando se medidas adicionais são necessárias; (b) comunicação da não conformidade identificada ou suspeita de não conformidade com leis e regulamentos a outros auditores (por exemplo, na auditoria de demonstrações contábeis de grupo); e (c) exigências de documentação relacionada com a não conformidade identificada ou suspeita de não conformidade com leis e regulamentos. O cumprimento de quaisquer responsabilidades adicionais pode fornecer mais informações que são relevantes para o trabalho do auditor de acordo com esta e outras normas de auditoria (por exemplo, informações relacionadas com a integridade da administração ou, quando apropriado, dos responsáveis pela governança). No Brasil, a Resolução CFC n. 1.530/2017 dispõe sobre os procedimentos a serem observados pelos profissionais e organizações contábeis, quando do exercício de suas funções, para cumprimento das obrigações previstas na Lei n. 9.613/1998 e alterações posteriores, que dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para ilícitos previstos nessa lei; e cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Essa norma determina que operações que possam configurar indícios de ocorrência de ilícitos, quando identificadas pelo auditor, devem ser comunicadas diretamente ao Coaf .[4] 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/26 Ainda sobre a responsabilidade do auditor, a norma trata: discussão entre a equipe de trabalho – requer a discussão entre os membros da equipe de trabalho e que o sócio (ou responsável técnico) do trabalho determine os assuntos que devem ser comunicados aos membros da equipe não envolvidos na discussão; procedimentos de avaliação de risco e atividades relacionadas – para conhecer a entidade e o seu ambiente, inclusive o seu controle interno; identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante decorrente de fraude– o auditor deve identificar e avaliar os riscos de distorção relevante decorrente de fraude no nível das demonstrações contábeis e no nível das afirmações por tipo de operação, saldo contábil e divulgação; respostas aos riscos avaliados de distorção relevante decorrente de fraude – o auditor deve determinar respostas globais para tratar os riscos avaliados de distorção relevante decorrente de fraude nas demonstrações contábeis; auditor sem condições de continuar o trabalho – se, como resultado de uma distorção decorrente de fraude ou suspeita de fraude, o auditor encontrar circunstâncias excepcionais que coloquem em dúvida sua capacidade de continuar a realizar a auditoria; representações da administração – o auditor deve obter representações da administração e, quando apropriado, dos responsáveis pela governança; e comunicações à administração e aos responsáveis pela governança – caso o auditor tenha identificado uma fraude ou obtido informações que indiquem a possibilidade de fraude, ele deve comunicar esses assuntos tempestivamente, salvo se proibido por lei ou regulamento, à pessoa de nível apropriado da administração que têm a responsabilidade primordial de prevenir e detectar fraude em assuntos relevantes no âmbito de suas responsabilidades. TEMA 4 – EVIDÊNCIAS DE AUDITORIA Evidência de auditoria compreende as informações utilizadas pelo auditor para chegar às conclusões em que se fundamentam a sua opinião. A evidência de auditoria inclui as informações contidas nos registros contábeis que suportam as demonstrações contábeis e informações obtidas de outras fontes (NBCTA 500). 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/26 Para as evidências de auditoria, é necessário que o auditor obtenha informações, internas e externas, para assegurar sua opinião. Normalmente, tem-se mais segurança com evidência de auditoria, advindas de fontes diferentes. As fontes de evidência de auditoria, como vimos no tema 2 desta aula, podem ser confirmações de terceiros, por exemplo. A evidência de auditoria, para obtenção de fundamentos para emissão de opinião, é conseguida pela execução de: procedimentos de avaliação de riscos; e procedimentos adicionais de auditoria, que abrangem: (i) testes de controles, quando exigidos pelas normas de auditoria ou quando o auditor assim escolheu; e (ii) procedimentos substantivos, inclusive de detalhes e procedimentos analíticos substantivos. Outras formas de se obter evidências de auditoria são: Inspeção – a inspeção envolve o exame dos registros ou documentos, internos ou externos. Este tipo de exame fornece ao auditor níveis variados de confiabilidade, a depender de sua natureza e fonte. Confirmação externa – a confirmação externa é uma evidência de auditoria obtida como uma resposta escrita de um terceiro – a parte que confirma a informação desejada. Tal procedimento de evidência pode ser feito para confirmar saldos contábeis de obrigações ou direitos, confirmação de termos de contratos, estoque em poder de terceiro, por exemplo. Há uma norma específica para esse procedimento, a Resolução CFC n. 1.219/2009, que aprovou a NBCTA 505 . Essa norma conceitua: Confirmação externa é a evidência de auditoria obtida como resposta por escrito direta para o auditor de um terceiro (a parte que confirma), em papel, no formato eletrônico ou outro meio. Solicitação de confirmação positiva é a solicitação de que a parte que confirma responda diretamente ao auditor indicando se concorda ou discorda das informações na solicitação, ou forneça as informações solicitadas. Solicitação de confirmação negativa é a solicitação de que a parte que confirma responda diretamente ao auditor somente se discorda das informações fornecidas na solicitação. Resposta não recebida é quando a parte que confirma não responde ou não responde de maneira completa, a uma solicitação de confirmação positiva, ou a devolução de uma solicitação de [5] 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/26 confirmação não entregue (devolução pelo correio, por exemplo, para um destinatário não localizado). Exceção é a resposta que indica uma diferença entre as informações para as quais se solicitou confirmação ou diferença entre os registros da entidade e as informações fornecidas pela parte que confirma. 4.1 RECÁLCULO Consiste na verificação da exatidão matemática dos registros e/ou documentos. 4.2 PROCEDIMENTOS ANALÍTICOS Também chamado de revisão analítica. Consistem na avaliação das informações feitas por meio de estudo das relações plausíveis entre dados financeiros e não financeiros. O procedimento deste teste é buscar padrões recorrentes e verificar se tais padrões são recorrentes, como margem da folha de pagamento sobre a receita ou margem bruta de lucro histórica. Caso esses padrões não estejam de acordo com o esperado, há então a necessidade de realizar outros testes de auditoria. 4.3 INDAGAÇÃO Procedimentos de perguntas (entrevista) com as pessoas da própria empresa que serve para colher informações que serão utilizadas para extensão do processo de auditoria . De acordo com a NBC TA 500, se as informações a serem utilizadas como evidência de auditoria forem elaboradas com a utilização de um especialista da administração, o auditor deve, na medida necessária, levando em conta a importância do trabalho desse especialista para os propósitos do auditor: avaliar a competência, habilidades e objetividade do especialista; obter entendimento do trabalho do especialista; e avaliar a adequação do trabalho desse especialista como evidência de auditoria para a afirmação relevante. TEMA 5 – AMOSTRAGEM EM AUDITORIA [6] 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/26 Para a realização dos trabalhos de auditoria, o auditor poderá, por opção, fazer uma amostra sobre a totalidade dos itens das demonstrações contábeis, que chamamos de amostragem. “Amostragem é a utilização de um processo para obtenção de dados aplicáveis a um conjunto, denominado universo ou população, por meio do exame de uma parte deste conjunto denominada amostra” (Crepaldi, 2013). Crepaldi (2013, p. 437) define ainda dois métodos de amostragem: Amostragem estatística é aquela em que a amostra é selecionada cientificamente com a finalidade de que os resultados obtidos possam ser estendidos ao conjunto de acordo com a teoria da probabilidade ou as regras estatísticas. O emprego de amostragem estatística é recomendável quando os itens da população apresentem características homogêneas. Amostragem não estatística (por julgamento) é aquela em que a amostra é determinada pelo auditor utilizando sua experiência, critério e conhecimento da entidade. Já a NBC TA 530 traz os seguintes conceitos por amostragem: Amostragem em auditoria é a aplicação de procedimentos de auditoria em menos de 100% dos itens de população relevante para fins de auditoria de maneira que todas as unidades de amostragem tenham a mesma chance de serem selecionadas para proporcionar uma base razoável que possibilite o auditor concluir sobre toda a população. População é o conjunto completo de dados sobre o qual a amostra é selecionada e sobre o qual o auditor deseja concluir. A escolha do método de amostragem será definida pelo auditor, de acordo com a sua experiência e o planejamento dos trabalhos de auditoria. A amostra selecionada pelo auditor deve ter relação com o volume de transações realizadas pela empresa ou em determinada área. É importante lembrar que no trabalho da auditoria existem riscos e que a amostra deve incluir os riscos. A NBC TA 530 diz: Risco de amostragem é o risco de que a conclusão do auditor, com base em amostra, pudesse ser diferente se toda a população fosse sujeita ao mesmo procedimento de auditoria. O risco de amostragem pode levar a dois tipos de conclusões errôneas: (a) no caso de teste de controles, em que os controles são considerados mais eficazes do que realmente são ou nocaso de teste de detalhes, em que não seja identificada distorção relevante, quando, na verdade, ela existe. O auditor está preocupado com esse tipo de conclusão errônea 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/26 porque ela afeta a eficácia da auditoria e é provável que leve a uma opinião de auditoria não apropriada. (b) no caso de teste de controles, em que os controles são considerados menos eficazes do que realmente são ou no caso de teste de detalhes, em que seja identificada distorção relevante, quando, na verdade, ela não existe. Esse tipo de conclusão errônea afeta a eficiência da auditoria porque ela normalmente levaria a um trabalho adicional para estabelecer que as conclusões iniciais estavam incorretas. Risco não resultante da amostragem é o risco de que o auditor chegue a uma conclusão errônea por qualquer outra razão que não seja relacionada ao risco de amostragem. Anomalia é a distorção ou o desvio que é comprovadamente não representativo de distorção ou desvio em uma população. 5.1 POPULAÇÃO PARA AMOSTRA “A população é a totalidade dos dados do qual o auditor deseja tirar a amostra para chegar a uma conclusão” (Crepaldi, 2013, p. 438). A população vai depender do tipo de teste que o auditor deseja realizar. Se ele precisar fazer uma amostra para testar contas a receber, por exemplo, sua população será a listagem de clientes a receber. Caso ele queira testar margens ou custos dos itens de estoque, sua população será uma listagem de notas fiscais de compra e venda, para a realização da amostra. O auditor pode ainda fazer subpopulações para tornar a amostra mais eficiente, dependendo o tamanho da população. Vejamos um exemplo: 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/26 5.2 TAMANHO DA AMOSTRA Para definir qual será o tamanho da amostra, o auditor precisa considerar o risco de amostragem, assim como quais erros são esperados ou toleráveis. O erro tolerável é o erro máximo que o auditor está disposto a aceitar sobre a população. Já o erro esperado é quando o auditor já espera por erro e, assim, acaba aumentando a amostra a fim de concluir que a população não possui erro maior que o tolerável. 5.3 A SELEÇÃO DA AMOSTRA A seleção deve ter itens que possam expressar a população de forma representativa, considerando: grau de confiança sobre o sistema de controles internados da empresa; base de seleção; fonte de seleção; número de itens selecionados. Temos os seguintes tipos de seleção para a amostra: Seleção aleatória ou randômica é a que assegura que todos os itens da população tenham idêntica possibilidade de serem escolhidos. 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 22/26 Seleção sistemática ou por intervalo é aquela em que a seleção de itens é procedida de maneira que haja sempre um intervalo constante entre cada item selecionado, seja a seleção feita diretamente da população a ser testada, ou por categorias dentro da população. Seleção casual pode ser uma alternativa aceitável para a seleção, desde que o auditor tente extrair uma amostra representativa da população, sem intenção de incluir ou excluir unidades específicas (Crepaldi, 2013, p. 443). A NBCTA 540 dispõe sobre a amostragem em auditoria . TROCANDO IDEIAS Sempre ouvimos falar sobre fraudes contábeis ou contabilidade criativa. Leia o material sobre o tema no link a seguir e comente aqui sobre a ética do contador e auditor diante de tais procedimentos, muitas vezes, indicado pelos diretores e proprietários das empresas. Disponível em: <https://revista.crcmg.org.br/rmc/article/download/357/167>. Acesso em: 21 set. 2021. NA PRÁTICA (QTG 2020) Ao planejar e executar os testes de controle, é correto afirmar que o auditor: a) obtém evidência de auditoria sobre a efetividade operacional dos controles durante período intermediário, sendo que o auditor deve obter evidência de auditoria das alterações significativas nesses controles após o período intermediário e determinar a evidência de auditoria adicional a ser obtida para o período remanescente. b) pode executar como procedimento apenas a indagação para obter evidência de auditoria sobre a efetividade operacional dos controles, uma vez que o auditor parte da premissa que as respostas da administração são corretas e verdadeiras. c) deve testar apenas os controles diretos, ou seja, mesmo que os controles a serem testados dependam de outros controles (controles indiretos), não é necessário obter evidência de auditoria que suporte a operação efetiva destes controles. [7] 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 23/26 d) obtém evidência de auditoria sobre o funcionamento sistemático dos controles apenas no período final, não sendo necessário evidências adicionais de auditoria. Resposta: Letra A. Obtém evidência de auditoria sobre a efetividade operacional dos controles durante período intermediário, sendo que o auditor deve obter evidência de auditoria das alterações significativas nesses controles após o período intermediário e determinar a evidência de auditoria adicional a ser obtida para o período remanescente. NBC TA 330 (R1) – parágrafos de 11 e 12 Época dos testes de controle: 11. O auditor deve testar os controles para uma data específica ou ao longo do período no qual o auditor pretende confiar nesses controles, de acordo com os itens 12 e 15, para fornecer base apropriada para a confiança pretendida pelo auditor (ver item A32). Uso da evidência de auditoria obtida durante um período intermediário 12. Se o auditor obtém evidência de auditoria sobre a efetividade operacional dos controles durante período intermediário, o auditor deve: (a) obter evidência de auditoria das alterações significativas nesses controles após o período intermediário; e (b) determinar a evidência de auditoria adicional a ser obtida para o período remanescente (ver itens A33 e A34). FINALIZANDO Nessa aula, tratamos sobre os conceitos de objetivo, procedimentos e evidências de auditoria. Aprendemos que, além da obrigatoriedade que algumas empresas têm em ter seus balanços auditados, o fato da empresa possuir uma opinião de um auditor externo poderá obter mais confiança sobre as suas demonstrações, perante o mercado e investidores. Aprendemos também sobre a responsabilidade do auditor nessas peças contábeis, que, indícios de fraude, em regra, não são identificadas no processo de auditoria, mas que podem ser identificados por meio de indícios e que tais indícios devem ser reportados ao Coaf. 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 24/26 Por fim, falamos sobre a amostragem populacional, sabemos que a auditora não testa as contas em sua totalidade em função de aspectos restritivos relacionados a tempo ou dedicação de horas frente, focando, assim, nas contas com maior relevância e representatividade do todo e que a amostra deve seguir regras para evitar distorções ou erros. REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 8. ed. São Paulo, Atlas, 2012 ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2018. CREPALDI, S. A. Auditoria Contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2013 CFC. NBCTA 200: dispõe sobre os objetivos gerais do auditor independente e a condução da auditoria em conformidade com normas de auditoria. Disponível em <https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA200(R1)>. Acesso em: 21 set. 2021. _____. NBCTA 240: dispõe sobre a responsabilidade do auditor em relação a fraude, no contexto da auditoria de demonstrações contábeis. Disponível em: <https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA240(R1)>. Acesso em: 21 set. 2021. _____. NBCTA 330: dispõe sobre a resposta do auditor aos riscos avaliados. Disponível em: <https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA330(R1)>. Acesso em: 21 set. 2021. _____. NBCTA 500: dispõe sobrea evidência de auditoria. Disponível em: <https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA500(R1)>. Acesso em: 21 set. 2021. _____. NBCTA 520: dispõe sobre procedimentos Analíticos. Disponível em: <https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2009/001221>. Acesso em: 21 set. 2021. 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 25/26 _____. NBCTA 540: dispõe sobre a auditoria de estimativas contábeis e divulgações relacionadas. Disponível em: <https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx? Codigo=2019/NBCTA540(R2)&arquivo=NBCTA540(R2).doc>. Acesso em: 21 set. 2021. LINS, L. dos S. Auditoria: uma abordagem prática com ênfase na auditoria externa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014. SALOMÃO, K. GE é acusada de maior fraude da história, de US$ 38 bilhões. Exame, ago. 2019. Disponível em: <https://exame.com/negocios/o-que-envolve-o-novo-escandalo-contabil-da-ge/>. Acesso em: 21 set. 2021. Leia esta matéria sobre a identificação de fraude por parte do auditor. Disponível em: <https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/503952/noticia.html? sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 21 set. 2021. Disponível em: <https://www.pwc.com.br/pt/publicacoes/servicos/assets/consultoria- negocios/2020/pesquisa_sobre-fraudes-e-crimes-economicos-2020-pwc-brasil.pdf>. Acesso em: 21 set. 2021. Veja essa matéria da revista Isto é sobre a chamada contabilidade criativa nas contas públicas: Disponível em: <https://www.istoedinheiro.com.br/contabilidade-criativa-marca-votacao/>. Acesso em: 21 set. 2021. A norma pode ser consultada no link a seguir. Disponível em: <https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/19323326/do1-2017- 09-28-resolucao-n-1-530-de-22-de-setembro-de-2017-19323202>. Acesso em: 21 set. 2021. Para saber mais sobre a norma de confirmações externas, assista ao vídeo a seguir. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=d-IWY65Wj1Y>. Acesso: 21 set. 2021. Se quiser saber mais sobre a norma de evidência de auditoria, assista o vídeo a seguir. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Da_R-BQV4BI>. Acesso em: 21 set. 2021. Para ter acesso à norma completa, acesse o link a seguir. Disponível em: <https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx? Codigo=2019/NBCTA540(R2)&arquivo=NBCTA540(R2).doc>. Acesso em: 21 set. 2021. [1] [2] [3] [4] [5] [6] [7] 24/10/2021 21:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 26/26
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