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Auditoria Contábil e Tributária APOL 1 A 06

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23/09/21, 08:10 UNINTER - AUDITORIA CONTÁBIL E TRIBUTÁRIA
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/24
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AUDITORIA CONTÁBIL E
TRIBUTÁRIA
AULA 1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Paolla Hauser
23/09/21, 08:10 UNINTER - AUDITORIA CONTÁBIL E TRIBUTÁRIA
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/24
CONVERSA INICIAL
Olá alunos(as), como estão? Bem-vindos(as)! Nesta disciplina, discutiremos diversos conceitos
contábeis para execução dos trabalhos de auditoria.
É importante que vocês fiquem atentos aos conteúdos já abordados durante o curso, pois para a
realização da auditoria, é necessário conhecer sobre as demonstrações contábeis e analisá-las de
uma forma mais crítica, por isso, é essencial que os conceitos e métodos contábeis estejam ainda
firmes na cabeça de vocês.
Nossas aulas foram divididas entre conteúdos sobre as noções de auditoria, os tipos e objetivos
de auditoria, a responsabilidade do auditor, normas e procedimentos de auditoria e a realização dos
famosos papéis de trabalho, conhecidos no meio como “WPs” (working paper).
Na aula de hoje, vamos iniciar com uma introdução à auditoria, com os conceitos e papel do
auditor. Trataremos sobre a independência da atividade e os tipos de auditoria assim como as
exigências que a profissão do auditor possui, além das regras para se tornar um, os tipos de auditoria
existentes e a responsabilidade do profissional diante da empresa auditadas e seus órgãos
regulamentadores. Por fim, vamos tratar sobre a ética da profissão.
Nossas aulas iniciais serão bastante teóricas e densas, sugiro então a leitura deste conteúdo e de
materiais complementares para fixar todo o extenso conteúdo! Desejo a todos vocês, alunos(as), um
ótimo estudo!
CONTEXTUALIZANDO
Muitas vezes, o auditor é visto com maus olhos pela equipe contábil de grandes empresas, isso
porque, culturalmente, a auditoria era aquela que vinha para apontar todo e qualquer problema ou
erro contábil.
Atualmente, a realidade mudou um pouco, o auditor pode ser considerado fundamental para
que as demonstrações contábeis das empresas tenham uma maior confiança entre os usuários,
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principalmente investidores.
O maior problema é que a auditoria é feita sempre por grandes empresas, seja por exigência de
lei ou de investidores, mas o profissional pode auxiliar em qualquer tamanho de empresa, desde que
o empresário queira que a sua contabilidade sirva de fato como uma ferramenta para tomada de
decisão.
TEMA 1 – INTRODUÇÃO À AUDITORIA
Como já é de seu conhecimento, as demonstrações contábeis são relatórios que contemplam a
representação monetária e estruturada da posição de uma empresa, tanto patrimonial como
financeira.
Para Adriano (2018, p. 922),
As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e
financeira e do desempenho da entidade, tendo como finalidade apresentar os resultados da
atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidade na gestão diligente dos
recursos que forem confiados.
As informações constantes nas demonstrações são apresentadas acerca de:
Ativos;
Passivos;
Patrimônio líquido;
Receitas e despesas;
Alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários assim como a
distribuições aos mesmos;
Fluxo de caixa.
Uma das principais finalidades das demonstrações contábeis é ajudar o usuário a prever os
futuros fluxos de caixa da empresa, para que este possa tomar suas decisões.
Para isso, a contabilidade canaliza uma série de informações dentro de uma empresa. Vejamos, a
seguir, a ilustração trazida pelo Attie (2018):
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A contabilidade tem a função de promover meios informativos para a coleta de fatos ocorridos
na empresa que possam impactar no seu patrimônio. Com isso, poderá realizar a escrituração e
promover base para decisão.
É a administração da entidade que tem a responsabilidade pela elaboração das demonstrações
contábeis, seja para atendimento das demandas internas de informações, seja para divulgação aos
usuários externos.
Tais Demonstrações podem passar por uma auditoria.
A auditoria das Demonstrações Contábeis tem como objetivo expressar opinião sobre elas e
assegurar que estejam adequadas quanto à posição patrimonial e financeira.
A legislação brasileira determina que, de acordo com a Lei n. 6.404/1976, alterada pela Lei n.
11.638/2007 as companhias que possuam capital aberto ou de grande porte são obrigadas a realizar
auditoria anualmente.
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Art. 3º Aplicam-se às sociedades de grande porte, ainda que não constituídas sob a forma de
sociedades por ações, as disposições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, sobre
escrituração e elaboração de demonstrações financeiras e a obrigatoriedade de auditoria
independente por auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários.
Parágrafo único. Considera-se de grande porte, para os fins exclusivos desta Lei, a sociedade ou
conjunto de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício social anterior, ativo total
superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior
a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais).
A norma citada determina sobre a obrigatoriedade da auditoria por auditor independente, para
as sociedades por ações que tenham capital aberto, e para as companhias de grande porte. A própria
norma esclarece quem é considerado como grande porte, sendo:
Sociedade ou conjunto de sociedades sob controle comum que tiver:
Ativo total superior a R$ 240.000.000,00; no exercício social anterior; ou
Receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00.
De acordo com Attie (2018), o termo auditor provém do termo inglês to audit que significa
“examinar, ajustar, corrigir, certificar”. Podemos também trazer a origem do termo em latim, que
significa “aquele que ouve, o ouvinte”
Todos os conceitos acima podem expressar qual é a missão do auditor dentro de uma
organização. Primeiro ele ouve sobre o contexto do negócio e da empresa, após isso ele examina os
documentos e operações, sugere correções e ajustes e por fim, concede sua opinião sobre os
números e as operações.
Sabemos que a contabilidade é uma ciência que auxilia na tomada de decisão dos
administradores, nesse mesmo sentido tratamos a auditoria, por meio de suas normas e
metodologia, ela avalia a veracidade das informações contábeis, o correto cumprimento das normas
à licitude da aplicação do capital investido para que com base na opinião do auditor,
administradores, acionistas, investidores e futuros investidores possam tomar decisões.
Vamos agora conhecer a linha cronológica da contabilidade e na sequência da auditoria, já que
ela é proveniente da contabilidade.
Quadro 1 – Linha cronológica da contabilidade
Período Fato
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- Desconhecida a data do início da aplicação do método das partidas dobradas.
1202 Publicação do Liber abacci, de autoria de Fibonacci, expondo cálculos financeiros nas operações mercantis.
1494 Publicação da Summa/Tractatus, de Frá Luca Paccioli. No tratado é apresentada a escrituração das contas
mercantis pelo método das partidas dobradas.
1840 Publicação de A Contabilidade aplicada à administração pública e à administração privada, de Francisco Villa.
1840 Evidencia a Escola Italiana de Contabilidade, iniciando o desenvolvimento da Teoria da Contabilidade,
predominando as discussões teóricas a respeito da disciplina.
1920 Predominância da Escola Anglo-americana de Contabilidade com o desenvolvimento da Contabilidade de Custos,
Contabilidade Gerencial, Análise de Balanços, Auditoria eoutras ramificações técnicas.
1934 Predominância da Escola Americana de Contabilidade, que perdura até os tempos atuais.
 
Quadro 2 – Linha cronológica da auditoria
Período Fato
- Desconhecida a data do início da atividade de auditoria
1314 Criação do cargo de Auditor do Tesouro da Inglaterra
1559 Sistematização e estabelecimento da auditoria dos pagamentos a servidores públicos pela Rainha Elizabeth I.
1880 Criação da Associação dos Contadores Públicos Certificados (Institute of Chartered Accountants in England and
Wales), na Inglaterra
1886 Criação da Associação dos Contadores Públicos Certificados (AICPA), nos Estados Unidos.
1894 Criação do Instituto Holandês de Contadores Públicos
1934 Criação do Security and Exchange Commission (SEC), nos Estados Unidos
A SEC corresponde à nossa CVM – Comissão de Valores Mobiliários, ela é responsável pelo
mercado de capitais dos Estados Unidos.
Com a criação do SEC é que a auditoria começa a ter maior importância, pois as empresas que
operacionalizavam na bolsa foram obrigadas a ter auditoria para que suas demonstrações tivessem
maior credibilidade.
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No Brasil, a auditoria está principalmente relacionada com a instalação das empresas
internacionais de auditoria independente, já que os investimentos internacionais também foram
implantados aqui e precisavam que suas demonstrações fossem auditadas.
TEMA 2 – NOÇÕES DE AUDITORIA E NORMAS DE AUDITORIA
A auditoria das demonstrações contábeis consiste em um conjunto de procedimentos técnicos
que tem por objetivo a emissão de parecer sobre sua adequação, conforme os Princípios de
Contabilidade.
O objetivo do exame das demonstrações contábeis é o de expressar uma opinião sobre a
propriedade das mesmas e assegurar que elas representem adequadamente a posição patrimonial e
financeira, o resultado das suas operações e as origens e aplicações de recursos correspondentes aos
períodos em exame.
Para os exames de auditoria, devemos seguir os procedimentos das normas de auditoria
vigentes, chamadas de NBC TA.
Saiba mais
Você pode acessar as normas, pelo portal do CFC, por meio do link: <https://cfc.org.br/tecni
ca/normas-brasileiras-de-contabilidade/nbc-ta-de-auditoria-independente/>. Acesso em: 22 set.
2021.
A NBC TA 200 define que o objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança nas
demonstrações contábeis por parte dos usuários. Para tanto, o auditor emite uma opinião sobre se as
demonstrações foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a
estrutura de relatório financeiro aplicável.
Tal opinião expressa se as demonstrações estão apresentadas adequadamente, em todos os
aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura do relatório financeiro.
Attie (2018, p. 5) explica que a auditoria é uma “especialização da contabilidade e que é voltada
a testar a eficiência e a eficácia do controle patrimonial implantado com objetivo de expressar uma
opinião sobre determinado dado”.
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Sabemos, então, que todos os itens e métodos que influenciaram a escrituração das
demonstrações também devem ser examinados.
Ainda Attie (2018, p. 5) diz que os exames de auditoria obedecem às normas de auditoria, as
quais você pode acessar no link já disponibilizado nesta aula, e incluem procedimentos de
comprovação dos dados em estudo caracterizados por uma atitude de reflexão competente e
independente, por parte do auditor.
A seguir você poderá ter uma visão resumida do processo de auditoria.
O autor define como atitude mental a atividade crítica da auditoria, voltada às regras em vigor,
por força das normas implantadas para controle do patrimônio.
Uma condição importante da auditoria é a de não se limitar somente àquilo que está registrado
nos livros oficiais, mas também àquilo que pode ter sido omitido nos registros principais.
Já a atitude profissional visa o objeto em exame, reflete a combinação de uma educação
profissional adquirida com o conhecimento técnico pelo estudo permanente de novas ferramentas
de trabalho, pela experiência adquirida por meio dos diferentes trabalhos.
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Por fim, a atitude preventiva do auditor tem relação com a criação de uma reputação honesta,
criada por padrões morais inatacáveis. Tal atitude mostra credibilidade e moral suficientes para a
assinatura no parecer de auditoria.
Outra norma de auditoria que podemos citar, por ser uma das mais importantes da profissão, é a
NBC PA 400 – Independência para trabalho de auditoria.
Vejamos o que a norma diz:
400.5 A independência está vinculada aos princípios da objetividade e da integridade. Ela
compreende:
(a) independência de pensamento – postura que permite a apresentação de conclusão que não
sofra efeitos de influências que comprometam o julgamento profissional, permitindo que a pessoa
atue com integridade, objetividade e ceticismo profissional;
(b) aparência de independência – evitar fatos e circunstâncias que sejam tão significativos a ponto
de que um terceiro informado e prudente provavelmente concluiria, ponderando todos os fatos e
circunstâncias específicas, que a integridade, a objetividade ou o ceticismo profissional da firma, ou
de membro da equipe de auditoria ficaram comprometidos.
Nesta Norma, as menções ao fato de pessoa ou de firma ser “independente” significam que a
pessoa ou a firma cumpriu com as disposições desta Norma.
400.6 Na realização de trabalhos de auditoria, requer-se que as firmas cumpram com os princípios
fundamentais e sejam independentes. Esta Norma descreve os requisitos específicos e o material de
aplicação sobre a forma de aplicar a estrutura conceitual para manter a independência na
realização desses trabalhos. A estrutura conceitual descrita na Seção 120 da NBC PG 100 aplica-se à
independência assim como aos princípios fundamentais descritos na Seção 110 da NBC PG 100.
De forma mais sucinta, quando falamos em auditoria independente, significa que o auditor tem
que ser um terceiro, de fora da entidade, e que não tenha qualquer relação que possa lhe beneficiar,
na empresa auditada, por exemplo, ter algum ganho financeiro com o resultado da empresa.
A norma traz ainda fatores que ameaçam a independência, sendo:
R400.31 Se a entidade se torna cliente de auditoria durante ou após o período coberto pelas
demonstrações contábeis sobre as quais a firma emitirá uma opinião, a firma deve determinar se
alguma ameaça à independência é criada por:
(a) relacionamentos financeiros ou comerciais com o cliente de auditoria durante ou após o período
coberto pelas demonstrações contábeis, mas antes da aceitação do trabalho de auditoria; ou
(b) serviços prestados anteriormente para o cliente de auditoria pela firma ou por firma em rede.
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400.31A1 As ameaças à independência são criadas se o serviço que não é de asseguração foi
prestado para cliente de auditoria durante, ou após, o período coberto pelas demonstrações
contábeis, mas antes de a equipe de auditoria começar a realizar a auditoria, e o serviço não seria
permitido durante o período de contratação.
400.31A2   Exemplos de ações que podem ser salvaguardas no tratamento dessas ameaças incluem:
usar profissionais que não são membros da equipe de auditoria para executar o serviço.
revisão por revisor apropriado do trabalho de auditoria e o de não asseguração, conforme
apropriado.
contratação de outra firma fora da rede para avaliar os resultados do serviço que não é de
asseguração ou encaminhamento do serviço que não é de asseguração para ser refeito por
outra firma fora da rede na extensão necessária para permitir que ela assuma a
responsabilidadepelo serviço.
Quando há a contratação de uma auditoria independente, os sócios e gestores da firma de
auditora precisam estar atentos às condições de independência, para que possam dar opinião sem
nenhum risco.
Importante falarmos sobre a auditoria interna e a auditoria externa. A auditoria externa é a
chamada de independente, realizada por pessoas de fora da empresa, e tem por objetivo principal
analisar a veracidade das informações contábeis e operações da empresa contratante.
Já auditoria interna tem como principal objetivo garantir que as normas e políticas internas estão
sendo cumpridas pelos empregados. O setor de auditoria interna responde diretamente para a
administração da entidade.
TEMA 3 – AUDITORIA E A PROFISSÃO DO AUDITOR
Quando você se deparou com essa disciplina, qual foi a primeira coisa que veio à sua cabeça? O
que você entende por auditoria?
Uma das respostas mais comuns que os estudantes dão, quando perguntados sobre “o que é
auditoria?”, é a de que se trata da revisão das informações prestadas pelo contador.
Tal resposta não está errada, no entanto, o conceito de auditoria é muito mais abrangente.
Inicialmente vamos a origem da palavra auditoria, a qual origina-se do latim audire, que significa
“ouvir”. Outra origem também conhecida, é da palavra inglesa to audit que significa “examinar,
corrigir, ajustar, certificar”.
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Dessa forma, o trabalho do auditor, muito mais do que olhar os números apresentados nas
demonstrações, é também o que questionar os envolvidos nas operações da empresa, para que
possa conhecer a operação, e com base nisso, poder avaliar e emitir uma opinião acerca das
demonstrações.
Crepaldi (2013, p. 3) conceitua a auditoria de uma maneira bastante simples, como sendo “o
levantamento, estudo e avalição sistemática das transações, procedimentos, operações, rotinas e das
demonstrações financeiras de uma entidade”.
O trabalho do auditor deve se concentrar nos dados examinados. O profissional deve olhar para
a empresa, seus administradores, seus colaboradores de forma independente e isenta. Assim, o
auditor não pode ter realizado nenhum tipo de trabalho na empresa auditada que possa
comprometer sua opinião.
3.1 QUEM PODE SER UM AUDITOR?
Antes de identificarmos os tipos de auditoria, vamos conhecer as regras para se tornar um
auditor independente. Para que seja possível um contador se tornar então auditor, é necessário que
este passe por outras provas além do Exame de Suficiência do CFC.
Você já sabe que para se tornar um contador de fato, você precisar passar no Exame de
Suficiência do CFC – Conselho Federal de Contabilidade, prova esta que qualifica o bacharel em
ciências contábeis a se tornar um contador, podendo a partir do registro, assinar as demonstrações
contábeis como técnico responsável.
Já para a atividade de auditoria, o contador deve passar por mais exames de qualificação, a
depende do tipo de empresa a ser auditada. A norma que regulamenta a qualificação da profissão do
auditor é a NBC PA 13 (R3) de 2020 (Norma Brasileira de Contabilidade – Profissional Auditor).
De acordo com a referida norma, o exame de qualificação técnica tem por objetivo aferir o nível
de conhecimento e a competência técnico profissional necessária do contador da área de auditoria
independente.
Atualmente são aplicados cinco modelos de provas distintas para cada área passível de auditoria,
sendo elas:
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1. Prova de Qualificação Técnica Geral (QTG) para atuação em entidades em geral;
2. Prova específica para atuação em instituições reguladas pela Comissão de Valores
Mobiliários (CVM);
3. Prova específica para atuação em instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central
do Brasil (BCB);
4. Prova específica para atuação em sociedades supervisionadas pela Superintendência de
Seguros Privados (Susep); e
5. Prova específica para atuação em entidades supervisionadas pela Superintendência
Nacional de Previdência Complementar (Previc).
O profissional da contabilidade poderá realizar todas as provas simultaneamente. Normalmente,
as provas são aplicadas cada uma em um dia da semana. Porém, para que a prova da CVM, BCB,
Susep ou Previc seja corrigida, é necessário que o candidato tenha sido aprovado na primeira prova,
que é de QTG.
O Exame de Qualificação Técnica para Auditor se dá pela aplicação de provas escritas, podendo
ser de forma presencial ou digital, contemplando questões para respostas objetivas e questões para
respostas dissertativas.
De acordo com a NBC PA 13 (R3), para realização da prova, são exigidos do contador
conhecimento nos seguintes conteúdos:
16. Na prova de Qualificação Técnica Geral (QTG), são exigidos conhecimentos do contador nas
seguintes áreas:
(a) Normas Brasileiras de Contabilidade, Técnicas e Profissionais, editadas pelo Conselho Federal de
Contabilidade (CFC);
(b) Legislação Societária; e
(c) Língua Portuguesa Aplicada.
17. Na prova específica para atuação do contador em auditoria independente, nas instituições
reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), são exigidos conhecimentos de:
(a) Legislação e Normas do Mercado de Capitais e demais normas da CVM pertinentes aos
auditores independentes;
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(b) Legislação e Normas da B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão concernentes aos níveis diferenciados de
Governança Corporativa e segmentos especiais de listagem.
18. Na prova específica para atuação do contador em auditoria independente nas instituições
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil (BCB), são exigidos conhecimentos de:
(a) legislação e normas aplicáveis às instituições autorizadas a funcionar pelo BCB;
(b) operações de instituições autorizadas a funcionar pelo BCB;
(c) contabilidade de instituições financeiras e demais entidades autorizadas a funcionar pelo BCB;
(d) legislação e normas emanadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
19. Na prova específica para atuação do contador em auditoria independente nas sociedades
supervisionadas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), são exigidos conhecimentos
de:
(a) legislação e normas aplicáveis às sociedades supervisionadas pela Susep;
(b) operações de sociedades supervisionadas pela Susep;
(c) contabilidade de sociedades e demais entidades supervisionadas pela Susep.
20. Na prova específica para atuação do contador em Auditoria Independente nas entidades
supervisionadas pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), são
exigidos conhecimentos de:
(a) legislação e normas aplicáveis às entidades supervisionadas pela Previc;
(b) operações de entidades supervisionadas pela Previc;
(c) contabilidade de entidades supervisionadas pela Previc.
Para que o candidato seja aprovado nas provas, deverá obter no mínimo 60% de acerto nas
questões objetivas e 60% nas questões dissertativas em cada uma das provas.
Além das provas, o auditor deverá, em cada ano, comprovar atualização técnica, de no mínimo
40 (quarenta) pontos no Programa de Educação Continuada (EPC) por ano-calendário. Dessa
pontuação anual, no mínimo 8 (oito) pontos devem ser cumpridos com atividades de aquisição de
conhecimento.
Saiba mais
A forma de pontuação está prevista na Tabela I da NBCPG12(R3) que você pode consultar
acessando o link <https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2017/NBCPG12
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(R3)&arquivo=NBCPG12(R3).doc>. Acesso em: 22 set. 2021.
A Resolução CVM n. 23 de 2021dispõe sobre o registro e o exercício da atividade de auditoria
independente no âmbito da CVM, e determina que:
Art. 1º O auditor independente, para exercer atividade no âmbitodo mercado de valores
mobiliários, está sujeito ao registro na Comissão de Valores Mobiliários, regulado pela presente
Resolução.
Art. 2º O registro de auditor independente compreende duas categorias:
I – Auditor Independente - Pessoa Natural (AIPN), conferido ao contador que satisfaça os requisitos
previstos nos arts. 3º e 5º desta Resolução; e
II – Auditor Independente – Pessoa Jurídica (AIPJ), conferido à sociedade profissional que satisfaça
os requisitos previstos nos arts. 4º e 6º desta Instrução.
§ 1º A Comissão de Valores Mobiliários mantém, ainda, cadastro dos responsáveis técnicos
autorizados a emitir e assinar relatórios de auditoria, em nome de cada sociedade, no âmbito do
mercado de valores mobiliários.
§ 2º Para efeito desta Resolução, os responsáveis técnicos compreendem os sócios e demais
contadores que mantenham vínculo profissional de qualquer natureza com a sociedade de
auditoria, que atendam às exigências contidas nesta Resolução.
§ 3º O Auditor Independente – Pessoa Jurídica é corresponsável pelo cumprimento desta
Resolução, no que se refere à conduta profissional, ao exercício da atividade e à emissão de
pareceres e relatórios de auditoria, pelos seus responsáveis técnicos.
A norma define os registros para as pessoas físicas e para as firmas de auditoria (pessoas
jurídicas).
Saiba mais
Para conhecer a norma completa, você pode acessar o seguinte link: <http://conteudo.cvm.
gov.br/legislacao/resolucoes/resol023.html>. Acesso em: 22 set. 2021.
TEMA 4 – TIPOS DE AUDITORIA
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Como vimos, a palavra auditoria significa também “examinar”. Tal exame pode ser realizado em
diversos tipos de auditoria.
Vamos definir inicialmente os tipos de auditoria pelas áreas específicas dentro das organizações.
4.1 AUDITORIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
A primeira é a auditoria das demonstrações financeiras. Você já relembrou quais são as peças
contábeis obrigatórias nas entidades nos primeiros temas desta aula. A auditoria das DF’s é o exame
das mesmas, por um profissional independente, com a finalidade de emitir parecer técnico sobre sua
finalidade.
4.2 AUDITORIA OPERACIONAL OU DE GESTÃO
Segundo Crepaldi (2013, p. 13-14), a auditoria operacional consiste em revisões metódicas de
programas, organizações, atividades ou segmentos operacionais dos setores público e privado, com
a finalidade de avaliar e comunicar se os recursos da organização estão sendo usados de forma
eficiente e se estão sendo alcançados os objetivos operacionais. De forma resumida, se trata de uma
análise do desempenho real em confronto com o esperado.
Já a auditoria de gestão está mais ligada às áreas da empresa de maior risco para a continuidade
dos negócios de forma a proporcionar à organização informações que possibilitem a tomada de
decisão.
Crepaldi (2013) cita as formas de auditoria operacional ou de gestão, sendo:
Revisão Limitada: o auditor examina as transações da empresa de modo global ou analítico,
porém sem ter a necessidade de ampliar as normas de auditoria. Para esse tipo de trabalho, o
auditor emite um relatório longo (ressaltando que os serviços não foram executados segundo as
normas) comentando como se compõem os saldos das contas sem entrar no mérito de examinar
ou não, segundo a sua conveniência, os respectivos comprovantes hábeis e não há também a
obrigatoriedade de observação dos inventários físicos.
De caixa: específica para determinar a extensão de fraudes.
Parciais: constituindo-se em:
- Auditoria apenas em determinados setores. Exemplos: exame das contas a receber, faturamento e
cobrança, eficiência do setor de crédito, confirmações, etc.
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- Auditoria para determinar responsabilidades contingentes (processos em andamento, cálculos de
juros, correção e outras obrigações);
- Auditoria de estoques e custos de produção.
Combinação de negócios:
- De fusão ou incorporações de empresas.
- De avaliação dos negócios para fins de aquisição.
Ativos
- De ativos fixos, de investimentos etc. (Crepaldi, 2013, p. 15)
Desses exames, somente a auditoria das demonstrações contábeis é que o auditor emite
parecer.
4.3 AUDITORIA TRIBUTÁRIA
A auditoria tributária tem como objetivo examinar e avaliar o planejamento tributário e a
eficiência dos procedimentos e controles adotados para a operação, pagamento e recuperação dos
impostos e contribuições incidentes nas operações desenvolvidas pela entidade (Crepaldi, 2013).
Nesse procedimento, podemos ainda citar o exame das obrigações acessórias do sistema
público de escrituração digital – SPED, que possui um número elevado de informações prestadas aos
órgãos da administração pública e são periodicamente confrontados pelo Fisco Federal, Estadual e
Municipal, por isso há a importância da auditoria nessas declarações.
4.4 AUDITORIA DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES
A auditoria de sistemas de informações compreende o exame e avaliação dos processos de
planejamento, desenvolvimento, teste e sistemas aplicativos. Nessa auditoria, é possível avaliar o
controle das informações prestadas nos sistemas, como a admissão de informações, controle de
acessos, autorizações, entre outros.
4.5 AUDITORIA DE COMPLIANCE
A palavra compliance significa estar em conformidade com as leis e regulamentos. Atualmente,
diversas empresas têm buscado a implantação, avaliação e revisão da chamada área de compliance,
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seja para fins trabalhistas, operacionais, tributário, almoxarifado, expedição, entre outros. A auditoria
de compliance visa à verificação das definições das áreas e seus resultados.
TEMA 5 – ÉTICA PROFISSIONAL E A RESPONSABILIDADE LEGAL DO
AUDITOR
Como já falamos aqui, um dos objetivos do trabalho do auditor é dar credibilidade às
demonstrações contábeis. Dessa forma, não é aceito qualquer tipo de desconfiança sobre a opinião
dada por ele, pois sua opinião influenciará diretamente no financeiro, comercial e tomada de
decisões dos investidores.
Existem cinco princípios fundamentais de ética para os profissionais da contabilidade:
1. Integridade – ser direto e honesto em todas as relações profissionais e comerciais.
2. Objetividade – não comprometer julgamentos profissionais ou comerciais devido a
comportamento tendencioso, a conflito de interesses ou à influência indevida de outros.
3. Competência profissional e devido zelo – para: (i) obter e manter conhecimento
profissional e habilidade no nível necessário para assegurar que o cliente ou a organização
empregadora receba serviço profissional competente, com base em padrões técnicos e
profissionais atuais e legislação relevante; e (ii) atuar de forma diligente e de acordo com os
padrões técnicos e profissionais aplicáveis.
4. Confidencialidade – respeitar a confidencialidade das informações obtidas em
decorrência de relações profissionais e comerciais.
5. Comportamento profissional – cumprir com as leis e os regulamentos pertinentes e
evitar qualquer conduta da qual o profissional da contabilidade tenha conhecimento ou deva
ter conhecimento que possa desacreditar a profissão.
A independência, como vimos neste material, é condição primordial para o trabalho de auditoria.
O auditor deve ser integro em todos os seus compromissos que envolvem:
- NBC PG 100 (R1) – Cumprimento do Código, dos Princípios Fundamentais e da Estrutura
Conceitual, que inclui os princípios fundamentais e a estrutura conceitual e é aplicável a todos os
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profissionais da contabilidade.
- NBC PG 200 (R1) – Contadores Empregados (Contadores Internos), que apresenta o material
adicional que se aplica aos profissionais da contabilidade em empresas que desenvolvematividades
profissionais. Os profissionais da contabilidade em empresas incluem profissionais da contabilidade
empregados, designados ou contratados na qualidade de executivos ou não executivos no(a), por
exemplo:
 comércio,
 indústria ou serviço;
 setor público;
 educação;
 setor sem fins lucrativos;
 órgãos reguladores ou profissionais.
- A NBC PG 200 (R1) é também aplicável a indivíduos que são profissionais da contabilidade na
prática pública que desenvolvem atividades profissionais de acordo com a sua relação com a firma,
seja como contratados, empregados ou proprietários.
- NBC PG 300 (R1) – Contadores que Prestam Serviços (Contadores Externos), que apresenta
material adicional que se aplica a profissionais da contabilidade na prática pública que prestam
serviços profissionais.
- Normas Internacionais de Independência, que apresenta material adicional que se aplica aos
profissionais da contabilidade na prática pública que prestam serviços de asseguração, como segue:
 NBC PA 400 – Independência para Trabalhos de Auditoria e Revisão, que se aplica à realização de
trabalhos de auditoria e revisão.
 NBC PO 900 – Independência para Trabalhos de Asseguração Diferentes de Auditoria e Revisão,
que se aplica à realização de trabalhos de asseguração que não são trabalhos de auditoria e
revisão.
- Glossário, que contém termos definidos (juntamente com explicações adicionais quando
apropriado) e descreve os termos que têm significado específico em determinadas partes das
normas. Por exemplo, conforme observado no Glossário, na NBC PA 400, o termo
“trabalho de auditoria” se aplica igualmente a trabalhos de auditoria e revisão. O Glossário também
inclui listas de abreviações que são usadas e se refere a outras normas.
Os serviços prestados pelo auditor são de sua responsabilidade técnica intrasferível. A eficiência
dos serviços de auditoria, além de estar relacionada à sua responsabilidade sobre a opinião emitida,
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tem relação também com a estimativa quanto às horas para realização do trabalho, necessidade de
extensão e momento de obtenção das provas.
A confidencialidade, está relacionada primeiro ao acesso à informação, pelo responsável e pelos
assistentes envolvidos no trabalho, além do uso dessas informações serem utilizadas exclusivamente
para a execução do serviço de auditoria.
As normas internacionais de independência exigem que os contadores que prestam serviços
(contadores externos) sejam independentes ao realizar trabalhos de auditoria, de revisão e de outros
trabalhos de asseguração. A independência está relacionada com os princípios fundamentais de
objetividade e de integridade. Ela compreende:
Independência de pensamento – postura que permite a expressão de uma conclusão que não
seja afetada por influências que comprometem o julgamento profissional, permitindo assim que
pessoa atue com integridade e exerça a objetividade e o ceticismo profissional;
Aparência de independência – a prevenção de fatos e circunstâncias que sejam tão
significativos que um terceiro informado e prudente provavelmente concluiria que a
integridade, a objetividade ou o ceticismo profissional da firma ou de membro da equipe de
auditoria ou asseguração tenham sido comprometidos.
Nos termos das normas de auditoria, de revisão e de outras normas de asseguração, os
contadores que prestam serviços (contadores externos) têm que exercer o ceticismo profissional no
planejamento e condução de trabalhos de auditoria, de revisão e de outros trabalhos de asseguração.
Outro fator ligado à ética do auditor é o sigilo profissional. De acordo com Crepaldi (2013, p.
132), “entende-se por sigilo a obrigatoriedade do auditor independente não revelar, em nenhuma
hipótese, salvo as contempladas como exceções, as informações que obteve e de que tem
conhecimento em função do seu trabalho”
A NBC TA 200 (R1) destaca, em seus itens 14 ao 17, os requisitos éticos relacionados à auditoria
das demonstrações contábeis, sendo:
Ceticismo profissional – O auditor deve planejar e executar a auditoria com ceticismo
profissional, reconhecendo que podem existir circunstâncias que causam distorção relevante
nas demonstrações contábeis.
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Julgamento profissional – O auditor deve exercer julgamento profissional ao planejar e
executar a auditoria de demonstrações contábeis.
Evidência de auditoria apropriada e suficiente e risco de auditoria – Para obter segurança
razoável, o auditor deve obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para reduzir o
risco de auditoria a um nível baixo aceitável e, com isso, possibilitar a ele obter conclusões
razoáveis e nelas basear a sua opinião.
Saiba mais
Os itens A25 até A46 da norma trazem as regras para julgamento, evidência e riscos de
auditoria. Você pode acessar a NBA TA 200 (R1) pelo link: <https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/d
etalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA200(R1)>. Acesso em: 22 set. 2021.
TROCANDO IDEIAS
Você já deve ter ouvido falar sobre o escândalo da Enron, em conjunto com a empresa de
auditoria chamada Arthur Andersen. A Companhia Enron, no final de 2001, adulterou sua receita para
esconder bilhões de dólares em dívidas. Na época, sua empresa de auditoria, que também prestava
consultoria (o que foge da independência que a norma exige) a Arthur Andersen, ajudou a
Companhia a forjar os números contábeis, em troca de uma remuneração bastante alta. Sabemos
que o papel do auditor é garantir a veracidade das demonstrações contábeis, com reconhecimento
da sociedade em relação à profissão.
NA PRÁTICA
A NBC PG 100, de 24 de janeiro de 2014 – Aplicação Geral aos Profissionais da Contabilidade
Estabelece a estrutura conceitual que o profissional da contabilidade deve aplicar para: (a)
identificar ameaças ao cumprimento dos princípios éticos; (b) avaliar a importância das ameaças
identificadas; e (c) aplicar salvaguardas, quando necessário, para eliminar as ameaças ou reduzi-las
a um nível aceitável.
Quanto aos princípios éticos que o profissional da contabilidade deve cumprir, analise as
afirmativas a seguir.
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I. Integridade: ser franco e honesto em todos os relacionamentos profissionais e
comerciais.
II. Objetividade: cumprir as leis e o regulamento pertinentes e evitar qualquer ação que
desacredite a profissão.
III. Competência profissional e devido zelo: manter o conhecimento e a habilidade
profissionais no nível adequado para assegurar que clientes e/ou empregador recebam serviços
profissionais competentes com base em desenvolvimentos atuais da prática, legislação e
técnicas, e agir diligentemente e de acordo com as normas técnicas e profissionais aplicáveis.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)
A) I, II e III.
B) I, apenas.
C) I e II, apenas.
D) I e III, apenas.
FINALIZANDO
Nesta aula, começamos com os conceitos da profissão do auditor. Você aprendeu que existem
várias áreas que a auditoria pode seguir, e que, além disso, há diferença entre a auditora interna e
externa. Sendo que a primeira, atua diretamente com a direção da empresa, internamente, e tem por
objetivo a verificação do cumprimento das políticas da empresa. Por outro lado, a auditora externa
ou auditoria independente é de fora da empresa, não tem relação com a entidade auditada.
Você aprendeu sobre a profissão do auditor, o caminho que é preciso ter para se tornar um
auditor independente. E por fim, falamos sobre a ética da profissão, com o estudo de caso da
Companhia Enron e sua auditoria, que é um importante estudo para entender melhor sobre a ética e
a responsabilidade da nossa profissão, seja como contador ou auditor.
REFERÊNCIAS
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https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/22/24
ADRIANO, S. Manual dos Pronunciamentos Contábeis Comentados. São Paulo, Atlas, 2018.
ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 7. ed. São Paulo, Atlas, 2018.
BRASIL. Lei 11.638 de 28 de dezembro de 2007. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 dez.
2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>.
Acesso em: 22 set. 2021.
CREPALDI, S. A. Auditoria Contábil – Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 2013.
CVM. Resolução 23 de 26 de fevereiro de 2021. Dispõe sobre o registro e o exercício da
atividade de auditoria independente no âmbito do mercado de valores mobiliários, define os deveres
e as responsabilidades dos administradores das entidades auditadas no relacionamento com os
auditores independentes. Disponível em:
<http://conteudo.cvm.gov.br/legislacao/resolucoes/resol023.html>. Acesso em: 22 set. 2021.
CFC – CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC PA 400. Independência para trabalho de
auditoria. Disponível em: <https://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?
Codigo=2019/NBCPA400&arquivo=NBCPA400.doc>. Acesso em: 22 set. 2021.
_____. NBC PG. Código de Ética Profissional do Contador. Disponível em:
<https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?
Codigo=2019/NBCPG01&arquivo=NBCPG01.doc>. Acesso em: 22 set. 2021.
_____. NBC TA 200 (R1) Objetivos gerais do auditor independente e a condução da auditoria em
conformidade com normas de auditoria. Disponível em:
<https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA200(R1)>. Acesso em: 22
set. 2021.
_____. NBC PA 13 (R3). Dá nova redação à NBC PA 13 (R3), que dispõe sobre o Exame de
Qualificação Técnica para Auditor. Disponível em:
<https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?
Codigo=2020/NBCPA13(R3)&arquivo=NBCPA13(R3).doc>. Acesso em: 22 set. 2021.
RESPOSTAS
I: Verdadeira -
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(a) Integridade – ser franco e honesto em todos os relacionamentos profissionais e comerciais.
II: Falsa
(b) Objetividade – não permitir que comportamento tendencioso, conflito de interesse ou
influência indevida de outros afetem o julgamento profissional ou de negócio.
III: Verdadeira:
(c) Competência profissional e devido zelo – manter o conhecimento e a habilidade profissionais
no nível adequado para assegurar que clientes e/ou empregador recebam serviços profissionais
competentes com base em desenvolvimentos atuais da prática, legislação e técnicas, e agir
diligentemente e de acordo com as normas técnicas e profissionais aplicáveis.
NBC PG 1000: Princípios éticos
100.5 O profissional da contabilidade deve cumprir os seguintes princípios éticos:
(a) Integridade – ser franco e honesto em todos os relacionamentos profissionais e comerciais.
(b) Objetividade – não permitir que comportamento tendencioso, conflito de interesse ou
influência indevida de outros afetem o julgamento profissional ou de negócio.
(c) Competência profissional e devido zelo – manter o conhecimento e a habilidade profissionais
no nível adequado para assegurar que clientes e/ou empregador recebam serviços profissionais
competentes com base em desenvolvimentos atuais da prática, legislação e técnicas, e agir
diligentemente e de acordo com as normas técnicas e profissionais aplicáveis.
(d) Sigilo profissional – respeitar o sigilo das informações obtidas em decorrência de
relacionamentos profissionais e comerciais e, portanto, não divulgar nenhuma dessas informações a
terceiros, a menos que haja algum direito ou dever legal ou profissional de divulgação, nem usar as
informações para obtenção de vantagem pessoal pelo profissional da contabilidade ou por terceiros.
(e) Comportamento profissional – cumprir as leis e os regulamentos pertinentes e evitar
qualquer ação que desacredite a profissão.
Todos esses princípios éticos são discutidos mais detalhadamente nas Seções 110 a 150.
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AUDITORIA CONTÁBIL E
TRIBUTÁRIA
AULA 2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Paolla Hauser
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CONVERSA INICIAL
Olá, aluno. Bem-vindo. Na aula de hoje vamos conceituar quais são os objetivos da auditoria e
avaliar como o auditor pode se assegurar contra fraudes contábeis.
Vamos falar também sobre a primeira etapa de procedimentos de auditoria, conforme normas
de auditoria e processos documentais. Assim, entraremos nas evidências de auditoria para definir de
que forma o auditor pode assegurar que as informações contidas nas demonstrações contábeis
estejam livres de distorções. Seguiremos, dessa forma, tratando da responsabilidade do auditor sobre
as demonstrações contábeis. Por fim, falaremos dos conceitos de amostragem para fins de testes de
auditoria.
CONTEXTUALIZANDO
Os processos de auditoria exigem uma série de regras e procedimentos que devem ser adotados
pelas firmas de auditoria, para que o trabalho do auditor seja corretamente aplicável. Por isso que,
para trabalhar com auditoria, é necessário que o auditor realize exame de qualificação técnica, a fim
de garantir que este conheça as regras aplicáveis sobre seus trabalhos.
As normas de auditoria são específicas a cada tipo de trabalho, e o auditor precisa planejar seus
testes, de acordo com cada empresa que será auditada. Por esse motivo o trabalho da auditoria não
é tão rotineiro, pois cada empresa exige uma seleção de testes diferentes.
Hoje iniciaremos os conceitos básicos para os trabalhos de auditoria, como procedimentos
iniciais, evidências e amostragem.
TEMA 1 – OBJETIVOS DA AUDITORIA
Já é de seu conhecimento que o objetivo da auditoria das demonstrações contábeis é o de
expressar uma opinião e assegurar que tais demonstrações representem adequadamente a posição
patrimonial e financeira.
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Além disso, a revisão da auditoria ainda assegura que as operações realizadas entre origens e
aplicações de recursos correspondam aos períodos examinados, em conformidade com as normas
contábeis.
A NBCTA200 dispõe que:
O objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte
dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as
demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade
com uma estrutura de relatório financeiro aplicável. No caso da maioria das estruturas conceituais
para fins gerais, essa opinião expressa se as demonstrações contábeis estão apresentadas
adequadamente, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório
financeiro. A auditoria conduzida em conformidade com as normas de auditoria e exigências éticas
relevantes capacita o auditor a formar essa opinião.
Veja que a auditoria tem a capacidade de aumentar o grau de confiança dos usuários sobre as
demonstrações contábeis elaboradas pela administração da empresa. O auditor irá emitir uma
opinião em um documento denominado de parecer do auditor (que você conhecerá melhor
posteriormente), contendo as informações necessárias para que o usuário possa tomar sua decisão.
É importante entendermos aqui que as demonstrações contábeis são de responsabilidade da
administração da entidade e não dos auditores, uma vez que estes devem analisar tais informações
para poder então emitir uma opinião.
As normas de auditoria exigem do auditor julgamento profissional para a revisão das
demonstrações, mantendo o ceticismo profissional ao longo do planejamento e execução da
auditoria.
De acordo com a NBCTA 200, na execução da auditoria, o auditor deve, entreoutras coisas:
identificar e avaliar os riscos de distorção relevante, independentemente se causados por
fraude ou erro, com base no entendimento da entidade e de seu ambiente, inclusive o controle
interno da entidade;
obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir se existem distorções
relevantes por meio do planejamento e aplicação de respostas (procedimentos de auditoria)
apropriadas aos riscos avaliados; e
formar uma opinião a respeito das demonstrações contábeis com base em conclusões obtidas
das evidências de auditoria obtidas.
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Para Attie (2018, p. 12), “o objetivo principal da auditoria pode ser descrito, em linhas gerais,
como sendo o processo pelo qual o auditor se certifica da veracidade da totalidade das
demonstrações contábeis preparadas pela companhia auditada”.
Já a NBC TA diz que “o auditor que realiza auditoria de acordo com as normas de auditoria é
responsável por obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis, como um todo, não
contém distorções relevantes, causadas por fraude ou erro”.
É importante salientar que a auditoria é uma revisão por amostragem e não por totalidade,
como diz o autor no seu conceito inicial. É claro também que todas as análises de auditoria precisam
ser evidenciadas e seguras para evitar distorções e erros.
Assim, o auditor se utiliza dos procedimentos de auditoria que possam lhe assegurar a
efetividade das informações constantes nas demonstrações contábeis. Além disso, o auditor deve
ainda cercar-se de procedimentos que permitam garantir que não exista omissão de fatos ou valores
nas demonstrações contábeis que sejam importantes para seu entendimento.
A NBCTA 200 descreve sobre os objetivos gerais do auditor como sendo:
(a) obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de
distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro, possibilitando assim que o
auditor expresse sua opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os
aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável; e
(b) apresentar relatório sobre as demonstrações contábeis e comunicar-se como exigido pelas
NBCs TA, em conformidade com as constatações do auditor.
Primeiramente, o auditor deve obter segurança sobre as informações constantes nas
demonstrações contábeis a fim de que elas não apresentem distorções relevantes, seja por erro
contábil ou mesmo por fraude da administração.
Quando usamos o termo distorções, considere que estamos tratando de informações contábeis
(contas/valores) distorcidas, seja por erro, desconhecimento ou até mesmo por alterações feitas
como fraude, a fim de maquiar alguma informação constante no balanço da empresa para passar a
informação incorreta aos investidores, por exemplo.
Lembre-se do caso Eron, visto anteriormente.
Veja um exemplo de fraude contábil descoberta na GE, publicada pela revista Exame:
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GE é acusada de maior fraude da história, de US$ 38 bilhões
"Acreditamos que a fraude de 38 bilhões de dólares que encontramos é apenas a ponta do
icebergue", escreveu o especialista Markopolos
Por Karin Salomão
Publicado em: 21/08/2019 às 06h00
A GE está envolvida em mais um escândalo de fraude contábil. Um relatório extenso sobre os
balanços da companhia acusa a companhia de esconder mais de 38 bilhões de dólares em perdas
nos últimos anos e de mascarar a real situação financeira da companhia. O valor encoberto pela
fraude seria superior a 40% do valor de mercado da companhia, que estaria à beira da insolvência.
O estudo, divulgado na semana passada, foi feito pelo especialista contábil Harry Markopolos, um
dos primeiros especialistas a apontar para o esquema o esquema de Bernie Madoff, ex-investidor
que criou a maior pirâmide financeira da história, com perdas de 65 bilhões de dólares.
O relatório afirma que a fraude financeira da GE pode ser "maior que a Enron e Worldcom". A
Enron, uma companhia de energia, serviços e commodities norte-americana, pediu falência como
consequência de um escândalo divulgado em 2001. Investigações descobriram que executivos
usavam lacunas contábeis para esconder dívidas e inflar o valor da companhia. O esquema da
Worldcom foi descoberto logo em seguida, em 2002, quando auditorias internas descobriram
contas falsas para inflar ativos e receitas.
"Meu time passou os últimos sete meses analisando a contabilidade da GE e acreditamos que a
fraude de 38 bilhões de dólares que encontramos é apenas a ponta do icebergue", escreveu
Markopolos.
A investigação analisou oito dos maiores contratos de cuidado de longo prazo da divisão de
seguros, bem como contratos de seus concorrentes. Segundo as acusações, a companhia estaria
escondendo perdas de seus investidores por meio de comunicados regulatórios falsos.
Segundo a análise, a GE muda o formato de seus relatórios financeiros com certa frequência para
impedir que analistas façam projeções mais longas. A investigação também aponta falta de
transparência na divulgação dos custos reais dos produtos vendidos e de despesas administrativas.
No mesmo dia em que o relatório foi divulgado, as ações da GE despencaram 14%. Os papéis já se
recuperaram, mas continuam 4% mais baixos que antes da divulgação do relatório.
Resposta
Em comunicado, divulgado em resposta às acusações, a GE afirmou que as acusações de
Markopolos não têm mérito.
"A companhia nunca se encontrou, falou ou teve contato com o senhor Markopolos e estamos
extremamente desapontados que um indivíduo sem conhecimento direto da GE escolheria fazer
acusações tão sérias e infundadas. A GE opera com os níveis mais altos de integridade e confia nos
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seus balanços financeiros. Continuamos focados em manter o nosso negócio todos os dias,
seguindo o caminho estratégico que traçamos", escreveu a empresa.
A companhia ainda menciona que Markopolos reconhece que está sendo compensado por fundos
de hedge não nomeados. Segundo a companhia, o objetivo de tais fundos é levar a uma venda das
ações da companhia no curto prazo, para gerar volatilidade. Ou seja, Markopolos teria divulgado o
relatório para benefício próprio.
Outros casos
Não é a única investigação envolvendo a companhia, que fechou o ano de 2018 com prejuízo. A GE
é investigada pelo Departamento de Justiça (DoJ) e o pelo órgão de regulação da Bolsa de Valores
nos EUA, a SEC, desde janeiro de 2018.
A SEC iniciou uma investigação sobre as práticas contábeis da divisão de seguros, depois que a
companhia anunciou um grande aumento das reservas dessa divisão, com gastos de 15 bilhões de
dólares nos próximos cinco anos.
O órgão regulatório aumentou o escopo das investigações em outubro do ano passado, após a
divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2018, que demonstraram um custo alto de 22
bilhões de dólares de seu setor de energia, a Alstom.
O setor energético da empresa não consegue se recuperar da queda dos preços de eletricidade e
da redução nas encomendas de turbinas. Por isso, esses ativos sofreram uma desvalorização de 22
bilhões de dólares, o que afetou os resultados da divisão.
Na ocasião, o diretor financeiro da companhia, Jamie Miller, disse que "estamos cooperando com a
SEC e o DOJ enquanto eles continuam a trabalhar sobre esses assuntos".
Também no ano passado, ela fechou um acordo preliminar de 1,5 bilhão de dólares com
autoridades dos Estados Unidos pela aquisição de hipotecas de alto risco antes da crise financeira
de 2008. As hipotecas por uma de suas unidades foram adquiridas entre 2005 e 2007, antes do
início da crise financeira global.
Há cerca de dez anos, a SEC multou a companhia por fraude na contabilidade,alegando que a
empresa "enganou investidores ao reportar resultados enganosos e materialmente falsos em seus
relatórios financeiros".
O órgão afirmou que a GE usou métodos contábeis impróprios para aumentar os lucros e receitas
reportados. A companhia concordou em pagar uma penalidade de 50 milhões de dólares para
fechar o caso, mas não negou nem confirmou as acusações.
Após as investigações e denúncias, a companhia ainda precisa esclarecer os números em seus
últimos balanços, para comprovar a solidez de sua contabilidade (Salomão, 2019).
De acordo com a NBCTA 2002, quando não for possível obter segurança razoável, o auditor
poderá se abster de emitir opinião. Estudaremos mais sobre os tipos de opinião em outra ocasião.
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TEMA 2 – PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA I
O trabalho da auditoria exige uma série de procedimentos que estejam em conformidade com
as normas de auditoria. Inclusive, as próprias firmas de auditoria são auditadas por outras firmas
pares (exame pelos pares), pelo menos uma vez a cada ciclo de quatro anos, conforme define a
Norma Brasileira de Contabilidade, NBC PA 11, de 8 de dezembro de 2017, que entrou em vigor em
janeiro de 2019.
Desta forma, as firmas que realizem trabalhos fora das normas constituem infração disciplinar
sujeita às penalidades previstas nas alíneas “c” a “g” do Art. 27 do Decreto-Lei n. 9.295/1946, alterado
pela Lei n. 12.249/2010, e ao Código de Ética Profissional do Contador.
Ao estabelecer e executar procedimentos de auditoria, o auditor deve considerar a relevância e a
confiabilidade das informações a serem utilizadas como evidência de auditoria, incluindo
informações obtidas de fonte de informações externa (NBCTA500).
Almeida (2012, p. 49) diz que “os procedimentos de auditoria representam um conjunto de
técnicas que o auditor utiliza para colher as evidências sobre as informações das demonstrações
financeiras”.
Para Lins (2014, p. 63), “o processo de auditoria, em linhas gerais, compreende três grandes
fases: planejamento, procedimentos de auditoria para obtenção de evidências e emissão do parecer.”.
A NBCTA 520 diz que os objetivos do auditor são:
(a) obter evidência de auditoria relevante e confiável ao usar procedimentos analíticos
substantivos; e
(b) planejar e realizar procedimentos analíticos próximo do final da auditoria que auxiliam o
auditor a formar uma conclusão geral sobre se as demonstrações contábeis são consistentes com o
entendimento que o auditor possui sobre a entidade.
Os procedimentos são as técnicas que o auditor deve utilizar para que possua evidência de suas
análises, como uma forma de demonstrar como os fatos contábeis estão ocorrendo e, ainda, se
prevenir, em caso de dúvida por parte da administração da empresa, sobre determinada informação
retirada das demonstrações.
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A NBCTA 2002 descreve que:
Os procedimentos aplicados no exame das demonstrações contábeis são aqueles que, a juízo do
auditor, permitem uma conclusão quanto à razoabilidade das operações e aos seus reflexos nas
demonstrações contábeis.
Os procedimentos aplicados em uma auditoria e a extensão de sua aplicação são determinados
pelo julgamento do auditor, que deve considerar a natureza e os problemas da empresa e observar a
qualidade e eficiência de seus procedimentos contábeis e seus controles internos.
Lins (2014) explica que os procedimentos de auditoria compreendem duas partes básicas:
testes de transações; e
 testes de saldos.
2.1 TESTES DE TRANSAÇÕES
Consistem no exame de documentos que suportam os lançamentos contábeis. Esses testes
podem ainda ser divididos em três fases:
a) obtenção do universo de documentos que compõem o saldo da conta. Exemplo: a listagem das
notas fiscais no caso da conta clientes ou fornecedores;
b) de posse da listagem de todos os documentos, o passo seguinte é selecionar aqueles que serão
objeto de verificação. A seleção documental deve ser, obrigatoriamente, aleatória/randômica, ou
seja, o auditor não deve interferir na seleção; e
c) De posse dos documentos selecionados (amostragem), o auditor procede às análises e evidencia
nos papeis de trabalho os procedimentos de auditoria executados e as suas constatações.
2.2 TESTES DE SALDOS
Os testes de saldos são procedimentos de confirmação dos saldos das contas por meio de
exames extracontábeis, como o inventário físico e circularização (conformação com terceiros).
Vejamos a seguir os procedimentos de auditoria para se obter evidências que serão
consideradas para a emissão do parecer.
Contagem física (inventário) – esse procedimento é utilizado para as contas do ativo e
consiste em identificar fisicamente o bem escriturado nas demonstrações contábeis. Por
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exemplo, contagem do estoque, dos bens do ativo imobilizado e até saldo de dinheiro em
caixa.
Confirmação com terceiros (circularização) – é o procedimento utilizado para confirmar,
bens de propriedade da empresa em poder de terceiros, direitos a receber e obrigações a
pagar, por exemplo.
Conferência de cálculos – é um procedimento de revisão e recalculo dos cálculos elaborados
pela contabilidade, a fim de garantir que estejam corretos para evitar distorções nas
demonstrações, por exemplo: valorização de estoque, depreciação ou amortização de bens e
direitos, PECLD, tributos diretos, encargos trabalhistas, entre outros.
Inspeção de documentos – analisar os documentos elaborados pela própria empresa que são
utilizados para confirmar e controlar informações que foram escrituradas na contabilidade. São
documentos hábeis que suportam os lançamentos contábeis, por exemplo, relatório de
despesas, mapa de ativo imobilizado, registro de empregado, notas fiscais, contratos com
terceiros, apólices de seguro, escritura de imóveis etc.
2.3 PROCEDIMENTO SUBSTANTIVO E ANALÍTICO
A NBCTA 330 trata do conceito de procedimentos substantivos, sendo: “o procedimento de
auditoria planejado para detectar distorções relevantes no nível de afirmações”. Os procedimentos
substantivos incluem: (i)     testes de detalhes (de classes de transações, de saldos de contas e de
divulgações); (ii) procedimentos analíticos substantivos e (iii) testes de controle.
O procedimento substantivo é empregado quando o auditor quiser obter provas suficientes
sobre determinadas transações, lhe proporcionando fundamentação para sua opinião.
Destacamos como teste substantivo:
verificação da existência real de transações e registros;
a não existência de transações além daquelas que já estão registradas;
que as informações obtidas sobre determinadas informações estejam na sua totalidade; e
que os registros estejam corretamente divulgados.
O procedimento substantivo pode evidenciar se os saldos e transações estão apresentados de
forma correta pela empresa. O teste de controle é o procedimento de auditoria planejado para
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avaliar a efetividade operacional dos controles na prevenção ou detecção e correção de distorções
relevantes no nível de afirmações.
Segundo a NBCTA 520, o termo procedimento analítico significa avaliações de informações
contábeis por meio de análise das relações plausíveis entre dados financeiros e não financeiros.
Os procedimentos analíticos compreendem, também, o exame necessário de flutuações ou
relações identificadas que são inconsistentes com outras informações relevantes ou que diferem
significativamente dos valores esperados.
Os procedimentos analíticos incluem, por exemplo, levar em consideração comparações de
informações contábeis e financeiras da entidade:
informações comparáveis de períodos anteriores;
resultados previstos pela entidade,tais como orçamentos ou previsões, ou expectativas do
auditor, como uma estimativa de depreciação; e
informações de entidades do mesmo setor de atividade, como a comparação entre índices de
vendas e contas a receber com as médias do setor ou com outras entidades de porte
comparável do mesmo setor (NBCTA).
Os procedimentos analíticos incluem, também, levar em consideração as relações. Por exemplo:
elementos das informações contábeis que se esperaria que se adequassem a um padrão
previsível com base na experiência da entidade, como porcentagens da margem bruta; e
informações contábeis e informações não contábeis relevantes, como custos com folha de
pagamento e número de empregados (NBCTA).
TEMA 3 – RESPONSABILIDADE DO AUDITOR EM RELAÇÃO À
FRAUDE
A norma que trata da responsabilidade do auditor em relação à fraude, no contexto das
demonstrações contábeis, é a NBCTA 240. Segundo essa norma, as distorções que possam estar
presentes nas demonstrações contábeis podem originar-se de fraude ou de erro. O que vai definir ser
um ou outro é a intenção ou não da ação que resultou na distorção.
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A NBCTA 240 descreve que, embora a fraude constitua um conceito jurídico, o auditor não
estabelece juridicamente se a fraude ocorreu ou não, apesar de suspeitar ou, em raros casos,
identificar a ocorrência de fraude.
(a) Fraude é o ato intencional de um ou mais indivíduos da administração, dos responsáveis pela
governança, empregados ou terceiros, que envolva dolo para obtenção de vantagem injusta ou
ilegal.
(b) Fatores de risco de fraude são eventos ou condições que indiquem incentivo ou pressão para
que a fraude seja perpetrada ou ofereçam oportunidade para que ela ocorra.
A fraude é o ato intencional de um ou mais indivíduos da administração, dos responsáveis pela
governança, empregados ou terceiros que envolva dolo para a obtenção de vantagem injusta ou
ilegal.
A distinção de fraude ou erro está no fato de ser ou não intencionais, porém, o auditor ao
realizar seus trabalhos está preocupado com a fraude que causa distorção relevante nas
demonstrações contábeis, sendo dois tipos de distorções importantes e relevantes ao auditor: (i)
distorções decorrentes de informações contábeis fraudulentas e (ii) distorções decorrentes da
apropriação indébita de ativos.
Pode haver uma oportunidade percebida de perpetrar uma fraude quando um indivíduo acredita
que o controle interno pode ser burlado, por exemplo, porque ele ocupa um cargo de confiança ou
tem conhecimento de deficiências específicas no controle interno.
A informação financeira fraudulenta envolve distorções intencionais, inclusive omissões de valor
ou divulgações nas demonstrações contábeis para enganar os usuários destas.
Ela pode ser causada pelas tentativas da administração de manipular os ganhos de modo a
enganar os usuários das demonstrações contábeis, influenciando suas percepções do desempenho e
da lucratividade da entidade. Essa manipulação de ganhos pode começar com pequenos atos ou
com o ajuste inadequado de premissas e mudanças de julgamento pela administração. Lembra do
caso da Eron?
Informações contábeis fraudulentas podem decorrer do seguinte:
manipulação, falsificação (inclusive de assinatura) ou alteração de registros contábeis ou
documentos comprobatórios que serviram de base à elaboração de demonstrações contábeis;
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mentira ou omissão intencional nas demonstrações contábeis de eventos, operações ou outras
informações significativas; e
aplicação incorreta intencional dos princípios contábeis relativos a valores, classificação, forma
de apresentação ou divulgação.
3.1 CARACTERÍSTICAS
A fraude, seja ela na forma de informações contábeis fraudulentas ou de apropriação indevida,
envolve o incentivo ou a pressão para que ela seja cometida, por exemplo.
Pode existir incentivo ou pressão para a informação financeira fraudulenta quando a
administração sofre pressão, de fontes externas ou internas, para alcançar metas de ganhos ou
resultados financeiros previstos em especial porque as consequências do insucesso no cumprimento
dos objetivos financeiros para a administração podem ser significativas.
Do mesmo modo, os indivíduos podem ter um incentivo para se apropriarem de ativos porque,
por exemplo, estão vivendo além de suas possibilidades. Outro exemplo é a possibilidade de haver
uma oportunidade percebida de perpetrar uma fraude quando um indivíduo acredita que o controle
interno pode ser burlado, quando ele ocupa um cargo de confiança ou tem conhecimento de
deficiências específicas no controle interno.
Em alguns casos, a administração pode cometer fraude por meio de técnicas, como registrar
lançamentos fictícios no livro diário, em especial no final do período contábil, de forma a manipular
resultados operacionais ou alcançar outros objetivos, ajustar indevidamente as premissas e alterar os
julgamentos utilizados para estimar saldos contábeis, omitir, antecipar ou atrasar o reconhecimento,
nas demonstrações contábeis, de eventos e operações que tenham ocorrido durante o período.
3.2 RESPONSABILIDADE
A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela
governança da entidade e da sua administração. Já o auditor é responsável por obter segurança
razoável de que as demonstrações contábeis, como um todo, não contenham distorções relevantes
causadas por fraude ou erro. Leis, regulamentos ou requisitos éticos relevantes podem exigir que o
auditor realize procedimentos adicionais e tome medidas adicionais.
[1]
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Por exemplo, as normas profissionais (NBCs PG 100, 200 e 300 e NBC PA 400 e NBC PO 900)
requerem que o auditor tome medidas para responder a não conformidade identificada ou suspeita
de não conformidade com leis e regulamentos e determine se medidas adicionais são necessárias.
O risco de não ser detectada uma distorção relevante decorrente de fraude é mais alto do que o
risco de não ser detectada uma distorção decorrente de erro. Isso porque a fraude pode envolver
esquemas sofisticados e cuidadosamente organizados, destinados a ocultá-la, tais como falsificação,
omissão deliberada no registro de operações ou prestação intencional de falsas representações ao
auditor.
Veja essa pesquisa publicada pela big four PWC
Fonte: PWC Brasil, 2020 .
Podemos encontrar mais fraudes ainda nas demonstrações, como:
registrar lançamentos fictícios no livro diário, em especial no final do período contábil, de forma
a manipular resultados operacionais ou alcançar outros objetivos;
[2]
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ajustar indevidamente as premissas e alterar os julgamentos utilizados para estimar saldos
contábeis;
omitir, antecipar ou atrasar o reconhecimento, nas demonstrações contábeis, de eventos e
operações que tenham ocorrido durante o período das demonstrações contábeis que estão
sendo apresentadas;
omitir, dificultar ou deturpar divulgações requeridas pela estrutura de relatório financeiro
aplicável ou divulgações que são necessárias para a apresentação adequada;
ocultar ou não divulgar fatos que possam afetar os valores registrados nas demonstrações
contábeis;
encobrir fatos que possam afetar os valores registrados nas demonstrações contábeis;
contratar operações complexas que são estruturadas para refletir erroneamente a situação
patrimonial ou o desempenho da entidade; e
alterar registros e condições relacionados a operações significativas e não usuais.
Outro termo que temos ouvido muito nos últimos tempos, e que é considerada uma fraude, é
contabilidade criativa. A chamada contabilidade criativa é uma forma de alterar as informaçõesapresentadas nos balanços, ou até mesmo omiti-las, para que os resultados sejam apresentados de
forma mais vantajosa, para a empresa que os disponibilizou, maquiando, assim, problemas que
podem estar acontecendo com a entidade, enganando os usuários e investidores.
Mas qual é a responsabilidade do auditor sobre fraudes contábeis? De acordo com a NBCTA 240,
a principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela
governança da entidade e sua administração.
Independente disso, o auditor deve sempre manter o ceticismo profissional, como previsto na
NBC TA 200, durante a auditoria, reconhecendo a possibilidade de existir distorção relevante
decorrente de fraude, não obstante a experiência passada do auditor em relação à honestidade e
integridade da administração e dos responsáveis pela governança da entidade.
A não ser que existam razões para crer o contrário, o auditor deve aceitar os registros e os
documentos como legítimos. Caso as condições identificadas durante e auditoria levem o auditor a
acreditar que um documento pode não ser autêntico ou que os termos no documento foram
modificados sem que o fato fosse revelado ao auditor, este deve investigar o caso (ver item A9).
Quando as respostas às indagações junto à administração ou aos responsáveis pela governança
são inconsistentes, o auditor deve investigar as inconsistências.
[3]
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O auditor é responsável por obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis não
contenham distorções relevantes, causadas por fraude ou erro. A NBCTA 200 já descreve que, devido
às limitações inerentes da auditoria, há um risco inevitável de que algumas distorções relevantes das
demonstrações contábeis podem não ser detectadas, apesar de a auditoria ser planejada e realizadas
de acordo com as normas de auditoria.
A NBCTA 240 dispõe ainda, em seu item 9, que:
9. O auditor pode ter responsabilidades adicionais nos termos de leis, de regulamentos ou de
requisitos éticos relevantes com relação à não conformidade por parte da entidade com leis e
regulamentos, incluindo fraude, que podem diferir desta Norma ou ir além desta ou de outras
normas de auditoria, como, por exemplo (ver item A6):
(a) resposta à não conformidade identificada ou suspeita de não conformidade com leis e
regulamentos, incluindo exigências relacionadas com comunicações específicas com a
administração e os responsáveis pela governança, avaliando a adequação de sua resposta à não
conformidade e determinando se medidas adicionais são necessárias;
(b) comunicação da não conformidade identificada ou suspeita de não conformidade com leis e
regulamentos a outros auditores (por exemplo, na auditoria de demonstrações contábeis de
grupo); e
(c) exigências de documentação relacionada com a não conformidade identificada ou suspeita de
não conformidade com leis e regulamentos.
O cumprimento de quaisquer responsabilidades adicionais pode fornecer mais informações que
são relevantes para o trabalho do auditor de acordo com esta e outras normas de auditoria (por
exemplo, informações relacionadas com a integridade da administração ou, quando apropriado, dos
responsáveis pela governança).
No Brasil, a Resolução CFC n. 1.530/2017 dispõe sobre os procedimentos a serem observados
pelos profissionais e organizações contábeis, quando do exercício de suas funções, para
cumprimento das obrigações previstas na Lei n. 9.613/1998 e alterações posteriores, que dispõe
sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do
sistema financeiro para ilícitos previstos nessa lei; e cria o Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf).
Essa norma determina que operações que possam configurar indícios de ocorrência de ilícitos,
quando identificadas pelo auditor, devem ser comunicadas diretamente ao Coaf .[4]
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Ainda sobre a responsabilidade do auditor, a norma trata:
discussão entre a equipe de trabalho – requer a discussão entre os membros da equipe de
trabalho e que o sócio (ou responsável técnico) do trabalho determine os assuntos que devem
ser comunicados aos membros da equipe não envolvidos na discussão;
procedimentos de avaliação de risco e atividades relacionadas – para conhecer a entidade e
o seu ambiente, inclusive o seu controle interno;
identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante decorrente de fraude – o
auditor deve identificar e avaliar os riscos de distorção relevante decorrente de fraude no nível
das demonstrações contábeis e no nível das afirmações por tipo de operação, saldo contábil e
divulgação;
respostas aos riscos avaliados de distorção relevante decorrente de fraude – o auditor deve
determinar respostas globais para tratar os riscos avaliados de distorção relevante decorrente
de fraude nas demonstrações contábeis;
auditor sem condições de continuar o trabalho – se, como resultado de uma distorção
decorrente de fraude ou suspeita de fraude, o auditor encontrar circunstâncias excepcionais
que coloquem em dúvida sua capacidade de continuar a realizar a auditoria;
representações da administração – o auditor deve obter representações da administração e,
quando apropriado, dos responsáveis pela governança; e
comunicações à administração e aos responsáveis pela governança – caso o auditor tenha
identificado uma fraude ou obtido informações que indiquem a possibilidade de fraude, ele
deve comunicar esses assuntos tempestivamente, salvo se proibido por lei ou regulamento, à
pessoa de nível apropriado da administração que têm a responsabilidade primordial de
prevenir e detectar fraude em assuntos relevantes no âmbito de suas responsabilidades.
TEMA 4 – EVIDÊNCIAS DE AUDITORIA
Evidência de auditoria compreende as informações utilizadas pelo auditor para chegar às
conclusões em que se fundamentam a sua opinião. A evidência de auditoria inclui as informações
contidas nos registros contábeis que suportam as demonstrações contábeis e informações obtidas de
outras fontes (NBCTA 500).
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Para as evidências de auditoria, é necessário que o auditor obtenha informações, internas e
externas, para assegurar sua opinião. Normalmente, tem-se mais segurança com evidência de
auditoria, advindas de fontes diferentes. As fontes de evidência de auditoria, como vimos no tema 2
desta aula, podem ser confirmações de terceiros, por exemplo.
A evidência de auditoria, para obtenção de fundamentos para emissão de opinião, é conseguida
pela execução de:
procedimentos de avaliação de riscos; e
procedimentos adicionais de auditoria, que abrangem: (i) testes de controles, quando exigidos
pelas normas de auditoria ou quando o auditor assim escolheu; e (ii) procedimentos
substantivos, inclusive de detalhes e procedimentos analíticos substantivos.
Outras formas de se obter evidências de auditoria são:
Inspeção – a inspeção envolve o exame dos registros ou documentos, internos ou externos. Este
tipo de exame fornece ao auditor níveis variados de confiabilidade, a depender de sua natureza e
fonte.
Confirmação externa – a confirmação externa é uma evidência de auditoria obtida como uma
resposta escrita de um terceiro – a parte que confirma a informação desejada. Tal procedimento de
evidência pode ser feito para confirmar saldos contábeis de obrigações ou direitos, confirmação de
termos de contratos, estoque em poder de terceiro, por exemplo.
Há uma norma específica para esse procedimento, a Resolução CFC n. 1.219/2009, que aprovou
a NBCTA 505 . Essa norma conceitua:
Confirmação externa é a evidência de auditoria obtida como resposta por escrito direta para o
auditor de um terceiro (a parte que confirma), em papel, no formato eletrônico ou

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