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VOLTAR AO SUMÁRIO 1PROENEM.COM.BR 25 REDAÇÕES NOTA 1000 2525252525 1000 redaçõesredaçõesredaçõesredaçõesredações nota Sumário 01. Efeitos da banalização de diagnósticos de TDAH na educação brasileira 3 02. Saúde: viver bem na terceira idade 6 03. Direito e dignidade do trabalhador doméstico no Brasil 10 04. Evasão escolar no ensino médio brasileiro 13 05. O desafio da doação de sangue em questão no brasil 16 06. Capacitismo: o estigma relacionado aos deficientes físicos na sociedade brasileira 19 07. A criminalização do abandono afetivo 22 08. A cultura de consumo entre jovens no Brasil 26 09. A importância da qualificação da mão de obra brasileira 30 10. Os Influenciadores digitais e a formação do jovem brasileiro 33 11. A valorização da música popular brasileira 37 12. Educação financeira na sociedade brasileira 42 13. Água: de quem é a responsabilidade? 44 14. A influência da cultura Indígena para identidade brasileira 47 15. As principais causas da crise nos presídios brasileiros 51 16. A questão do lixo no Brasil 55 17. Comida industrializada e obesidade entre jovens no Brasil 61 18. Caminhos para o combate à violência urbana no Brasil 64 19. Infraestrutura urbana e sua importância para o desenvolvimento do país 68 20. Caminhos para diminuição da pobreza no Brasil 72 21. A necessidade de acesso democrático à internet no Brasil atual 76 22. A contribuição da tecnologia para a prática esportiva profissional no Brasil 79 23. A persistência da cultura de queimadas na sociedade brasileira 83 24. A diminuição da prática de exercícios entre jovens no Brasil 86 25. Violência nos estádios de futebol: como promover a paz nesse esporte? 89 VOLTAR AO SUMÁRIO 3PROENEM.COM.BR 25 REDAÇÕES NOTA 1000 01 Efeitos da banalização de diagnósticos de TDAH na educação brasileira INSTRUÇÕES A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “EFEITOS DA BANALIZAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DE TDAH NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO 1 O que é o TDAH? O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD. Existe mesmo o TDAH? Ele é reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em alguns países, como nos Estados Unidos, portadores de TDAH são protegidos pela lei quanto a receberem tratamento diferenciado na escola. Não existe controvérsia sobre a existência do TDAH? Não, nenhuma. Existe inclusive um Consenso Internacional publicado pelos mais renomados médicos e psicólogos de todo o mundo a este respeito. Consenso é uma publicação científica realizada após extensos debates entre pesquisadores de todo o mundo, incluindo aqueles que não pertencem a um mesmo grupo ou instituição e não compartilham necessariamente as mesmas ideias sobre todos os aspectos de um transtorno. https://tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-tdah/ TEXTO 2 Pais e professores enfrentam um dilema: quando a falta de atenção do estudante em sala de aula é problema de saúde e quando é um problema com os métodos do professor? Especialistas embatem sobre o aumento do uso de remédios, como a ritalina, no combate de deficiências escolares e o diagnóstico preciso do TDAH (Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade). Os defensores da campanha contra a medicalização da educação entendem que muitas vezes existe um tratamento de diferenças comportamentais como se elas fossem doença. Para eles, o diagnóstico foi banalizado e problemas que são pedagógicos – e deviam ser tratados com estratégias de ensino – vão parar no âmbito da saúde. https://educacao.uol.com.br/noticias/2012/12/11/especialistas-veem-exagero-em-diagnosticos-do-tdah-e- reclamam-de-medicacao-excessiva-em-criancas.htm 01 • Efeitos da banalização de diagnósticos de TDAH na educação brasileira 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 4PROENEM.COM.BR TEXTO 3 Estima-se que cerca de 12% dos estudantes universitários brasileiros sofram com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Mas os especialistas veem com desconfiança esse número, considerado alto demais. Por isso, uma equipe liderada pelo psiquiatra Paulo Mattos, do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), decidiu experimentar pequenas alterações no método diagnóstico atualmente utilizado. O resultado indica que a prevalência do TDAH pode ser, na verdade, bem menor do que as estimativas atuais sugerem. Caracterizado principalmente pelos elevados níveis de impulsividade e desatenção ou hiperatividade que geram comprometimento em funções diárias do paciente, como atividades escolares ou no trabalho e relações pessoais, o TDAH pode ser diagnosticado na infância ou na vida adulta. Mattos e seus colaboradores na UFRJ e no Hospital Pediátrico de Toronto, no Canadá, desconfiaram que o diagnóstico, feito a partir do somatório dos sinais do transtorno relatados pelo paciente, poderia estar superestimando a gravidade dos sintomas – afinal, desatenção e impulsividade são características que a maioria das pessoas experimenta em algum momento, sem que esse fato, isolado, caracterize TDAH. http://www.idor.org/blog/deficit-de-atencao-e-hiperatividade-numero-de-casos-e-menor-do-que-se-pensa TEXTO 4 https://outraspalavras.net/outrasmidias/destaque-outras-midias/deficit-de-atencao-por-que-deixei-a- ritalina/ 01 • Efeitos da banalização de diagnósticos de TDAH na educação brasileira 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 5PROENEM.COM.BR REDAÇÃO NOTA 1000 Segundo o pensador iluminista Immanuel Kant: “o ser humano não é nada além daquilo que a educação faz dele”. Diante dessa afirmação, de forma danosa, no Brasil, a banalização e o estigma associado ao TDAH impedem o aproveitamento educacional pleno de muitos estudantes no país. Nesse âmbito, a problemática em análise advém da relativização do transtorno e repercute em malefícios às vítimas. Sob esse viés, ressalta-se que o desconhecimento e a generalização do distúrbio em pauta agravam o panorama hodierno. Partindo desse pressuposto, o documentário “Take your pills” revela a busca de adolescentes, mesmo sem terem TDAH, por ritalina e outros medicamentos restritos para melhorar nos estudos, o que indica a banalização de uma doença séria em prol da medicação. Logo, tal comportamento corrobora, de modo prejudicial, a ideologia de minimização da enfermidade no que tange à educação. Ademais, convém salientar que as crianças portadoras de TDAH necessitam de amparo diferencial nas salas de aula. Todavia, assim como retratado na série dinamarquesa “Rita“, na qual um menino com déficit sofre a tentativa de “moldagem“ da escola e não recebe atendimento psicológico, as pessoas, mesmo com o diagnóstico comprovado, não adquirem o apoio escolar e familiar. Destarte, tal conjuntura prejudica a educação desses indivíduos, os quais tendem a ter um desempenho ruim caso não haja acompanhamento e auxílio. Tornam-se evidentes, portanto, os desafios perante os efeitos da banalização de diagnósticos de TDAH na educação nacional. Visto isso, é imperiosa a ação do Estado, na figura de promotor do bem-estar social, de assegurar o aproveitamentoeducacional por todos, por meio da criação de políticas públicas que disponibilizem psicólogos nas escolas e campanhas informativas, com o fito de atenuar o quadro danoso atual. Desse modo, o Brasil superaria a problemática em questão e tornaria positiva afirmação de kant. VOLTAR AO SUMÁRIO 6PROENEM.COM.BR 25 REDAÇÕES NOTA 1000 02 Saúde: viver bem na terceira idade INSTRUÇÕES A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “SAÚDE. VIVER BEM NA TERCEIRA IDADE”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO 1 Velhice, qualidade de vida e felicidade Com o aumento da qualidade e da expectativa de vida, e das mudanças de mentalidade com respeito ao modo de viver, a velhice agora pode ser sinônimo de vida ativa, saudável e feliz. Por: Maria Terezinha Santellano - Aposentada, 74 anos, residente em Porto Alegre (RS), é colunista convidada do Portal Terceira Idade A velhice, de acordo com o pensamento de alguns, é uma estância de recolhimento, anulação e privações. Pode ser uma longa espera para o inevitável. Um tempo de sossego, imobilismo e meditação forçada. Felizmente nem todos pensam assim. Desde a antiguidade, sábios, serenos, e espirituosos pensam até ao contrário. Se observarmos a vida dos idosos atualmente, podemos facilmente concluir que os sábios de ontem estão mais próximos da realidade dos fatos de hoje. Com o aumento da qualidade e da expectativa de vida das populações, e das mudanças de mentalidade com respeito ao modo de viver, a velhice agora pode ser sinônimo de vida ativa, saudável e feliz, em toda a sua plenitude. Ser velho pode então ser interpretado como alguém que, depois de uma parcela do tempo de vida empregado ao trabalho e à dedicação à família, desfruta de uma etapa de lazer, interação social, aprendizagem despreocupada, busca de conhecimento interior e felicidade desprendida. É claro e evidente que todos esses benefícios só poderão ser conquistados se a velhice for acompanhada necessariamente de boa saúde e lucidez. O segredo de uma velhice saudável, todos nós sabemos, é baseado em uma regra simples, de três recomendações: alimentação equilibrada, prática de atividades físicas compatíveis e períodos de repouso restauradores. Prolongar esse período importante da vida possui uma receita mais simples ainda: atividade e felicidade. E, para manter a lucidez, devemos ocupar a mente com atividades nobres. Cícero, o grande orador e literato romano, no seu conhecido tratado ‘Saber envelhecer’, resume em quatro as razões possíveis para as pessoas pensarem a velhice como uma fase file:///C:/Users/diogo.machado/Downloads/javascript:abre('../../apoio/fale_colunista/fale_mariaterezinha.htm','fale_colunista','scrollbars=yes,status=yes,toolbar=no,width=500,height=470,screenX=0,screenY=0,top=40,left=60') 02 • Saúde: viver bem na terceira idade 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 7PROENEM.COM.BR da vida detestável: 1) ela nos afastaria da vida ativa; 2) ela enfraqueceria o nosso corpo; 3) ela nos privaria dos melhores prazeres; e 4) ela nos aproximaria da morte. A vida moderna e o apoio institucional e social ao idoso transformaram a velhice em um período possível de vida ativa, onde podemos manter o nosso corpo fortalecido e saudável, e continuar desfrutando os melhores prazeres da vida. Esses benefícios juntos nos permitem manter afastada a trágica idéia da morte próxima. Atingimos assim a antítese das condições detestáveis tão bem enumeradas por Cícero. De fato, a proximidade da morte ou a consciência da sua inevitabilidade não parecem ser um problema maior da velhice. Esse é um dos grandes paradoxos da existência: vivemos cada dia sem a lembrança constante de que a única certeza da vida é a morte. Como apropriadamente nos afirmou Sêneca, outro dos grandes autores romanos e quase um contemporâneo de Cícero, no tratado ‘Sobre a brevidade da vida’: “ninguém tem a morte diante dos olhos, todos projetem longe as esperanças”. Na verdade, Cícero em seu primoroso texto trata mesmo é de refletir e afastar aquelas razões do repúdio à velhice, com argumentos bem elaborados e exemplos de longas e fecundas vidas, que contrastam ou mesmo refutam as razões apresentadas, defendendo que é possível, sim, encontrar prazer na velhice, assim como em todas as etapas da vida. Prazer esse que hoje podemos sentir facilmente, sem a necessidade de um exercício intelectual profundo e refinado como o de Cícero, que na sua época era um privilégio de uns poucos sábios e abonados. (Disponível em: http://www.portalterceiraidade.org.br/dialogo_aberto/arte_cultura/reflexao02.htm. Acedido em: 18/2/2015) TEXTO 2 Adaptar-se ao envelhecimento garante mais qualidade de vida na terceira idade Para isso, é preciso saber conviver com problemas e limitações que podem surgir Ter uma terceira idade feliz depende de vários fatores, mas principalmente da forma como o idoso se percebe nessa fase da vida e da sua capacidade de se adaptar as mudanças e transformações próprias do envelhecimento. A capacidade de poder realizar as atividades cotidianas, desde as mais básicas como alimentar-se, tomar banho e andar, até as mais complexas como administrar as finanças e realizar atividades de lazer, são fundamentais para uma vida plena. Para isso o idoso precisa estar com suas plenas capacidades físicas, mentais e emocionais, a fim de poder cuidar da própria vida e dar sentido para a própria existência. Para algumas pessoas há o medo da velhice, da solidão e o senso de sentir-se menos competente para realizar suas atividades cotidianas ou sua capacidade de tomar decisões e governar sua vida influencia na maneira como cada um enfrenta e vive o envelhecimento. Idosos que não conseguem se adaptar a essas mudanças acabam se isolando socialmente diminuindo a interação com outras pessoas, o que pode levar a perda da satisfação com a própria vida, do prazer e da motivação, comprometendo suas capacidades físicas, intelectuais e emocionais. http://www.minhavida.com.br/temas/terceira-idade 02 • Saúde: viver bem na terceira idade 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 8PROENEM.COM.BR Para os indivíduos que apresentam alguma doença crônica, como diabetes, colesterol alto, artrite reumatoide, hipertensão, adaptar-se ao processo de envelhecer juntamente com essas doenças pode ser mais trabalhoso, mas não impossível, além de ajudar a diminuir o impacto da doença na qualidade de vida e evitar maiores comprometimentos. É necessário reavaliar as possibilidades, redefinir metas e alterar estratégias de enfrentamento do ambiente e dos próprios sentimentos para poder se adaptar as novas demandas dessa fase da vida e vive-la da melhor maneira possível, mesmo que acompanhada de doenças crônicas e limitações físicas. Com o aumento geral da população idosa, torna-se importante garantir aos idosos não apenas maior longevidade, mas felicidade e satisfação com a vida. Pesquisas são realizadas no mundo todo com o objetivo descrever os fatores associados ao grau de satisfação com a vida entre a população de idosos. Um estudo recente publicado, em janeiro de 2014, no Canadian Medical Association Journal pesquisou a relação entre o prazer com a vida e o declínio da função física em idades mais avançadas. Participaram 3199 homens e mulheres com idade acima de 60 anos. Nesta pesquisa foi verificado que pessoas que tem mais safisfação com a vida, ou seja, que expressam sentimentos de felicidade e prazer vivem até 8 anos mais e em condições físicas melhores do que as pessoasque não estão satisfeitas com suas vidas. Em 2012, um estudo realizado por pesquisadores da University College London (UCL), no Reino Unido, conclui que os idosos que gostam da vida tendem a viver mais e com uma condição física melhor do que os indivíduos infelizes. Os pesquisadores avaliaram até que ponto eles tinham dificuldade em realizar atividades diárias, como tomar banho ou se vestir, o estudo descobriu que as pessoas que tinham um baixo senso de bem-estar foram três vezes mais propensas a ter problemas em realizar atividades diárias. O estudo mostra que pessoas em idades avançadas e que estão felizes e aproveitam a vida mostram declínios mais lentos na capacidade física. Ou seja, conseguir adaptar-se as mudanças ao longo do processo de envelhecimento e encontrar formas alternativas de aproveitar a vida e ficar feliz com o que realiza contribui para uma vida mais longa e saudável. Publicado em 28/02/2014 por Dr. Roberto Miranda GERIATRA - CRM 64140/SP Escrito em conjunto com Mariela Besse, terapeuta ocupacional do Instituto Longevità. Especialista em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo. Afiliada à Disciplina de Geriatria e Gerontologia da Universidade Federal de São Paulo. Membro da Diretoria da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. (Disponível em: http://www.minhavida.com.br/bem-estar/materias/17369-adaptar-se-ao-envelhecimento- garante-mais-qualidade-de-vida-na-terceira-idade. Acedido em: 18/2/2015) http://www.minhavida.com.br/saude/temas/diabetes http://www.minhavida.com.br/saude/temas/colesterol http://www.minhavida.com.br/saude/temas/artrite-reumatoide http://www.minhavida.com.br/saude/temas/hipertensao http://www.minhavida.com.br/temas/longevidade http://www.minhavida.com.br/especialistas/21840-roberto-miranda 02 • Saúde: viver bem na terceira idade 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 9PROENEM.COM.BR REDAÇÃO NOTA 1000 “O importante não é viver, mas viver bem”. Consoante ao pensamento do dualista Platão, a qualidade de vida tem tal importância que é capaz de ultrapassar a própria existência. Todavia, a realidade vivenciada pelos indivíduos da terceira idade no Brasil é diferente da descrita por Platão, uma vez que os idosos sofrem com diversos entraves sociais na contemporaneidade. Desse modo, a fim de combater tal cenário nefasto, convém analisar o papel passivo do governo e a omissão familiar. Sob esse viés, é fundamental destacar a inação do poder estatal como agravante da problemática supracitada. Para entender essa lógica, alude-se ao contratualista Thomas Hobbs, o qual afirma que o Estado deve garantir o bem-estar da população. No entanto, infelizmente, tal ideal é deturpado no corpo social brasileiro, já que o governo investe minimamente em estruturas adaptadas para os sujeitos com idades avançadas, com áreas de lazer, profissionais especializados em cuidados de idosos. É inaceitável, pois, o Brasil, signatário da Declaração Universal dos direitos humanos, permitir o avanço dessa adversidade. Ademais, é lícito postular, indubitavelmente, a ausência dos familiares sendo impulsionadora desse viés. Isso porque, embora seja dever da família cuidar dos idosos, inúmeras pessoas não seguem tal princípio. Assim, percebe-se que aqueles afetados negativamente sofrem consequências ruins, posto que, geralmente, são dependentes de alguém para realizar atividades essenciais, como na prática de exercícios físicos e ter uma alimentação adequada. Nesse sentido, nota-se a imprescindibilidade da participação da família na vida dos idosos. Depreende-se, portanto, a necessidade da tomada de medidas para mudar essa atual situação. Logo, o governo federal, como instância máxima de administração executiva, pode promover projetos de inclusão dos idosos, por meio de investimentos na construção de ambientes para os afetados, com a presença de médicos, profissionais da educação física e psicólogos. Tal realização pode ser aplicada a fim de solucionar esse triste impasse. VOLTAR AO SUMÁRIO 10PROENEM.COM.BR 25 REDAÇÕES NOTA 1000 03 Direito e dignidade do trabalhador doméstico no Brasil INSTRUÇÕES A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “DIREITO E DIGNIDADE DO TRABALHADOR DOMÉSTICO NO BRASIL”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I Considera-se trabalhador doméstico aquele maior de 18 anos que presta serviços de natureza contínua (frequente, constante) e de finalidade não-lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas. Assim, o traço diferenciador do emprego doméstico é o caráter não-econômico da atividade exercida no âmbito residencial do empregador. Nesses termos, integram a categoria os seguintes trabalhadores: empregado, cozinheiro, governanta, babá, lavadeira, faxineiro, vigia, motorista particular, jardineiro, acompanhante de idosos, dentre outras. O caseiro também é considerado trabalhador doméstico, quando o sítio ou local onde exerce a sua atividade não possui finalidade lucrativa. Disponível em: http://portal.mte.gov.br. Acesso em: 27/07/21 TEXTO II Com a aprovação da Lei Complementar nº 150, de 2015, que regulamentou a Emenda Constitucional n° 72, os empregados domésticos passaram a gozar de novos direitos. Alguns desses novos direitos passaram a ser usufruídos logo após a edição da lei, como por exemplo, o adicional noturno, intervalos para descanso e alimentação etc. Outros direitos só passaram a ser usufruídos pelos empregados domésticos a partir de outubro de 2015: FGTS, seguro-desemprego, salário família. Disponível em: http://portal.esocial.gov.br. Acesso em: 27/07/21 03 • Direito e dignidade do trabalhador doméstico no Brasil 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 11PROENEM.COM.BR TEXTO III Disponível em: https://m.leiaja.com/. Acesso em: 27/07/21 TEXTO IV As mudanças propostas na Reforma Trabalhista alteram mais de cem artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O emprego doméstico também será afetado, porque tudo o que não está previsto na Lei Complementar 150 (que regulamenta o trabalho doméstico) obedecerá às novas regras. Já para as diaristas, que não têm vínculo empregatício, nada muda. Segundo a Reforma Trabalhista, considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a 30 horas semanais. No trabalho doméstico, o regime de tempo parcial é aquele que não excede 25 horas semanais, e pode-s fazer até uma hora extra. Por enquanto, as férias desses profissionais domésticos continuam sendo de no máximo 18 dias. A nova legislação prevê que as empresas paguem multas de R$ 800 (microempresas ou de pequeno porte) e R$ 3 mil se não registrarem os funcionários. Por isso, patrões que não assinarem carteira de trabalhadores domésticos terão, em uma fiscalização ou ação trabalhista, além dos custos com advogados, mais o custo desta multa de R$ 800 ou R$ 3 mil de acordo com o entendimento do juiz. Disponível em: https://extra.globo.com. Acesso: 27/07/21 03 • Direito e dignidade do trabalhador doméstico no Brasil 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 12PROENEM.COM.BR REDAÇÃO NOTA 1000 A superexploração trabalhista e a desvalorização social são problemáticas vividas por muitos trabalhadores domésticos no território nacional. Isso é causado, entre outros fatores, pela pouca intervenção do estado em combater a exploração análoga à escravidão no meio doméstico e pela precária atuação governamental em enaltecer os indivíduosque atuam profissionalmente no reparo do lar. Portanto, é indispensável o respeito ao direito e à dignidade desses servidores no Brasil. Nesse viés, a superexploração da mão-de-obra doméstica é um fator alarmante na contemporaneidade. Nessa perspectiva, segundo o jornal O Porco, uma mulher recebeu uma indenização milionária após a patroa ter sido presa sob acusação de exploração análoga à escravidão. Apesar do ressarcimento financeiro, essa realidade inadmissível mostra que os empregados que atuam no lar, muitas vezes, não têm benefícios básicos, como folga remunerada, reproduzindo, assim, barbáries sofridas há séculos por imigrantes de origem africana no território brasileiro. Desse modo, é de suma importância a maior atuação do Estado em garantir que esses indivíduos tenham os direitos preservados e, consequentemente, em combater o retrocesso empregatício presente em grande parte da história do Brasil. Ademais, segundo o jornal Diário do Nordeste, Paulo Guedes, ministro da Economia, disse que era inaceitável uma empregada doméstica receber um salário digno, pois isso tornaria possível a ida dela à Disney — local frequentado por pessoas economicamente favorecidas. Esse pensamento repugnante mostra a desvalorização social dos profissionais que atuam na manutenção do lar, visto que, além de receberem pouco retorno financeiro pelos serviços prestados, eles são continuamente humilhados pela classe mais abastada da sociedade, colocando assim, em risco a dignidade dessas pessoas. Logo, é inquestionável a necessidade da maior intervenção governamental no estímulo à valorização desses trabalhadores. Diante disso, o Ministério da Economia, em apoio ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, deve assegurar que os direitos da categoria de servidores domésticos sejam respeitados, por meio do incentivo à realização de denúncias nos casos de descumprimento das normas estabelecidas na Constituição Federal, em que serão realizadas campanhas, nas quais serão exibidos alguns exemplos de exploração empregatícia, como ausência de folgas semanais remuneradas. Essa iniciativa tem as finalidades de combater o trabalho análogo à escravidão e, consequentemente, de proporcionar uma melhora na qualidade de vida desses cidadãos. Além disso, o primeiro órgão anteriormente citado, em apoio à mídia, deve estimular a maior valorização desses indivíduos, por meio da exibição de propagandas exaltando a relevância dos profissionais domésticos na sociedade. VOLTAR AO SUMÁRIO 13PROENEM.COM.BR 25 REDAÇÕES NOTA 1000 04 Evasão escolar no ensino médio brasileiro INSTRUÇÕES A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “EVASÃO ESCOLAR NO ENSINO MÉDIO BRASILEIRO”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I O desafio de manter jovens no ensino médio, principal obstáculo à universalização da educação Garantir que os adolescentes brasileiros permaneçam na escola nos anos finais do ensino médio é o principal desafio para que o Brasil consiga universalizar o acesso à educação básica. Isso porque, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a evasão escolar continua a afetar, sobretudo, jovens na faixa etária dos 15 a 17. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgados na quarta-feira (19) mostram que no ano passado, 11,8% dos jovens nesta faixa etária estavam fora da escola, o equivalente a 1,1 milhão de pessoas, apesar de o Plano Nacional de Educação (PNE), de 2014, ter estabelecido a meta de universalizar o atendimento à população de 15 a 17 anos até 2016. A pesquisa mostra também que a taxa de frequência escolar para alunos no grupo etário aumentou um ponto percentual em relação aos dois anos anteriores, passando para 88,2% em 2018, ou um total de 8,6 milhões de jovens de 15 a 17 anos. (Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/06/20/o-desafio-de-manter-jovens-no-ensino- medio-principal-obstaculo-a-universalizacao-da-educacao.ghtml) TEXTO II 04 • Evasão escolar no ensino médio brasileiro 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 14PROENEM.COM.BR TEXTO III Índice de abandono escolar alcança 6,1% no ensino médio O abandono escolar é um dos problemas persistentes e desafiadores na educação em todo país. Apesar dos indicadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) apontarem para queda no número de desistências, a situação ainda continua crítica e com taxas elevadas. Nos anos iniciais do ensino fundamental, a taxa de afastamento é de 0,7%, enquanto que nas etapas finais sobe para 2,4%. Já no ensino médio, os dados têm oscilado pouco e estão em 6,1%. Buscando entender as principais causas e as medidas necessárias para tentar resolver esse conflito, o Edição do Brasil conversou com Thaiane Pereira, coordenadora de projetos do Todos pela Educação. Existe diferença entre abandono e evasão escolar? Pelo Inep são coisas distintas. O abandono é quando o aluno deixa de frequentar as aulas durante o ano letivo, porém reaparece no ano seguinte. Às vezes, como repetente muda de escola, mas continua estudando. Esses dados são catalogados anualmente. Já a evasão escolar é a situação na qual o estudante deixou a escola ou reprovou em determinado ano letivo, mas não se matriculou novamente para continuar os estudos. É preciso ficar atento, pois os casos de abandono podem virar uma evasão escolar. (Disponível em: http://edicaodobrasil.com.br/2019/09/06/indice-de-abandono-escolar-alcanca-61-no- ensino-medio/) 04 • Evasão escolar no ensino médio brasileiro 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 15PROENEM.COM.BR REDAÇÃO NOTA 1000 A Constituição Federal de 1988, prevê em seu art. 6o, o direito à educação como intrínseco a todo cidadão brasileiro. Entretanto, tal prerrogativa manteve-se unicamente no papel, uma vez que a escassez de auxílio quanto à disseminação de uma educação efetiva e acessível ocasiona a evasão escolar e, consequentemente, a impossibilidade da consolidação desse direito social imprescindível. Dessa forma, faz- se necessário averiguar os fatores que favorecem esse quadro. Em face do exposto, convém ressaltar que a ineficiência do artigo 6o previsto na Constituição é um coeficiente determinante para a prevalência da evasão escolar no Brasil, visto que a Carta Magna não viabiliza na prática a concretização de um ensino alicerçado na acessibilidade universal igualitária. Tal problemática fomenta a predominância da desigualdade social e, por consequência, o trabalho infantil. A instabilidade financeira tornou-se inerente a família brasileira e esta disparidade incentiva o acesso das crianças e dos adolescentes ao trabalho de forma prematura, isto é, a necessidade dos menores em complementar a renda familiar viabiliza a incapacidade de conciliar com os estudos, o que suscita a desistência do âmbito escolar. Logo, torna-se evidente que tais conjecturas, segundo as ideias do filósofo John Locke, configuram-se como uma violação do “contrato social“, já que a ineficácia do Estado possibilita a ausência da garantia de uma boa qualidade de educação firmada na democratização. Ademais, a carência de estímulos quanto a participação dos alunos ante as aulas incita a prevalência do abandono escolar, uma vez que as aulas se tornam mais difíceis e menos acessíveis. Segundo a teoria do condicionamento operante, desenvolvido por Skinner, os esforços são técnicasde modificação do comportamento. De maneira análoga, a aprovação dos docentes funcionam como reforçadores. A utilização de materiais que sejam capazes de ocasionar atenção e a motivação dos discentes suscita a impossibilidade do surgimento de um campo que se repele, isto é, ao afastamento daquele que transfere para aquele que o recebe. Assim, há de ratificar-se que a presença ativa dos professores no aprendizado dos alunos, possibilita a eficiência do ensino, de tal forma que a possibilidade de um afastamento acadêmico se tornaria inexistente. Portanto, deliberações são necessárias para erradicar este impasse. Diante disso, o governo, que é o responsável pelo bem estar da população, deve, por meio de leis eficientes, promover políticas sociais e econômicas, as quais priorizem o acesso à educação de forma igualitária e a extirpação do trabalho infantil, a fim de que essas políticas contenham a evasão escolar no Brasil. Dessa forma, o art. 6º da Constituição será efetivamente consolidado e a educação se tornará um direito inerente a todos. VOLTAR AO SUMÁRIO 16PROENEM.COM.BR 25 REDAÇÕES NOTA 1000 05 O desafio da doação de sangue em questão no brasil INSTRUÇÕES A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O DESAFIO DA DOAÇÃO DE SANGUE EM QUESTÃO NO BRASIL”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I Doação de sangue: um desafio cada vez mais importante de vencer O hábito da doação de sangue ainda não é forte no Brasil. As campanhas tentam conscientizar a população sobre a importância, porém os resultados sempre ficam abaixo do esperado. Quantas vezes você já leu ou ouviu que determinado banco estava precisando de doações? O quadro é recorrente e a causa dessa escassez pode ser associada a uma série de questões de cunho cultural e também relacionada às restrições da doação. É preciso entender o motivo pelo qual os bancos de sangue se encontram constantemente com baixo estoque. Esses fatores são muito variados e estão ligados a questões comportamentais, sociais e estruturais. O que motiva o cidadão a tirar um tempo de sua rotina para doar sangue? Analisar de uma maneira fria é importante para compreender o pensamento geral. Segundo o Ministério da Saúde, somente 1,8% dos brasileiros da faixa etária de 18 a 69 anos são doadores. TEXTO II Falta de doadores de sangue coloca em risco vida dos pacientes; INTO faz campanha emergencial Com média diária de 50 cirurgias ortopédicas de média e alta complexidade, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (INTO), do Ministério da Saúde, lançou uma campanha emergencial de doação de sangue. Nesta época do ano, os estoques diminuem pela falta de doadores e o hospital precisa de sangue para transfusões. A falta de doadores de sangue tem impacto principalmente no tratamento dos pacientes graves que, às vezes, precisam de transfusão imediata. “E as cirurgias podem acabar sendo suspensas por falta de sangue. Clientes que estão na fila há mais de três anos, por exemplo, aguardando uma cirurgia, acabam suspendendo por falta de sangue. Por isso, a gente pede a colaboração da população”, destacou Elizandra. https://www.segurancadopaciente.com.br/ev-adversos-riscos/falta-de-doadores-de-sangue-coloca-em- risco-vida-dos-pacientes-into-faz-campanha-emergencial/ https://www.into.saude.gov.br/ https://www.segurancadopaciente.com.br/ev-adversos-riscos/falta-de-doadores-de-sangue-coloca-em-risco-vida-dos-pacientes-into-faz-campanha-emergencial/ https://www.segurancadopaciente.com.br/ev-adversos-riscos/falta-de-doadores-de-sangue-coloca-em-risco-vida-dos-pacientes-into-faz-campanha-emergencial/ 05 • O desafio da doação de sangue em questão no brasil 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 17PROENEM.COM.BR TEXTO III https://www.facebook.com/campanhaamigodoador TEXTO IV https://saude.gov.br/ https://www.facebook.com/campanhaamigodoador https://saude.gov.br/ 05 • O desafio da doação de sangue em questão no brasil 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 18PROENEM.COM.BR REDAÇÃO NOTA 1000 Em um dos episódios da série americana “Grey’s Anatomy“, é narrada a trajetória de um paciente em estado grave, cuja melhora depende de uma transfusão sanguínea, a qual ele não consegue receber devido à escassez dos estoques do hospital. Fora das telas de TV, especificamente no Brasil, o cenário exposto é mais comum do que percebemos, cabendo-nos, então, um maior debate sobre esse contexto, que pode causar distorções não só pessoais, mas também em diversos aspectos sociais. Diante desse cenário, a omissão do Estado frente à escassez de estoques sanguíneos impossibilita o comprimento do 6º artigo — direito irrestrito à saúde — da Constituição Federal. Nesse viés, nota-se que a ausência de ações de incentivo à doação de sangue não somente dificultam a mobilização de doadores, mas também impossibilitam a asseguração deste preceito constitucional na prática. É, portanto, inaceitável que um país membro da ONU não seja, efetivamente, capaz de garantir na prática o acesso à saúde digna de qualidade. Além disso, o individualismo pregado pelo filósofo Adam Smith coloca-se como um empecilho para o aumento do número de doadores de sangue. Isso se explica, pois, para o pai do liberalismo, somente a busca pelos interesses pessoais poderia levar a sociedade ao progresso. Assim, a falta de solidariedade do sujeito contemporâneo não somente colabora com o esvaziamento dos bancos sanguíneos, bem como pode levar à morte de enfermos que dependem de transfusões. Em virtude disso, o governo federal deve criar campanhas publicitárias nas redes sociais que detalhem a importância da doação de sangue no país, por meio de parcerias público-privado, com participação do Ministério da Saúde e setores de mídia. Espera-se, com isso, aumentar a quantidade de doadores e tornar a teoria constitucional uma prática em nossos dias. VOLTAR AO SUMÁRIO 19PROENEM.COM.BR 25 REDAÇÕES NOTA 1000 06 Capacitismo: o estigma relacionado aos deficientes físicos na sociedade brasileira INSTRUÇÕES A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “CAPACITISMO: O ESTIGMA RELACIONADO AOS DEFICIENTES FÍSICOS NA SOCIEDADE BRASILEIRA”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I O consenso é que o capacitismo é uma forma de preconceito com pessoas com deficiência, e está enraizado na sociedade. Como o termo diz, envolve uma pré-concepção sobre as capacidades que uma pessoa tem ou não devido a uma deficiência, e geralmente reduz uma pessoa a essa deficiência. Na prática, o capacitismo não envolve apenas termos ofensivos, olhares de julgamento ou invasões de privacidade. Ele está ligado à uma ausência de pessoas com deficiência em diversos espaços da sociedade. Disponível em: https://emais.estadao.com.br/noticias/comportamento,capacitismo-pessoas-com- deficiencia-explicam-o-que-e-e-como-evita-lo,70003478130#:~:text=O%20consenso%20%C3%A9%20 que%20o,uma%20pessoa%20a%20essa%20defici%C3%AAncia TEXTO II Apesar do avanço conquistado com a lei nº 8.213/91, conhecida como lei de cotas, que exige que toda empresa de grande porte – com cem ou mais empregados – deve preencher de 2% a 5% por cento dosseus cargos por profissionais com deficiência, ainda existe um longo caminho para a inclusão. Isso porque as empresas oferecem posições de trabalho que são mais operacionais e menos atrativas do ponto de vista de salário, responsabilidades e oportunidades de carreira. “Quantos líderes com deficiência você vê nas empresas?”, questiona Schwarz, que também é empresária e CEO na empresa iigual Inclusão e Diversidade. Quase nenhum, ela afirma. “A representatividade de pessoas com deficiência na alta liderança das empresas é praticamente nula, assim como em outros espaços importantes como a mídia, a publicidade, a política, os influenciadores, entre outros”, diz. Disponível em: https://revistatrip.uol.com.br/trip/capacitismo-o-que-e-e-porque-e-crime https://emais.estadao.com.br/noticias/comportamento,capacitismo-pessoas-com-deficiencia-explicam-o-que-e-e-como-evita-lo,70003478130#:~:text=O consenso %C3%A9 que o,uma pessoa a essa defici%C3%AAncia https://emais.estadao.com.br/noticias/comportamento,capacitismo-pessoas-com-deficiencia-explicam-o-que-e-e-como-evita-lo,70003478130#:~:text=O consenso %C3%A9 que o,uma pessoa a essa defici%C3%AAncia https://emais.estadao.com.br/noticias/comportamento,capacitismo-pessoas-com-deficiencia-explicam-o-que-e-e-como-evita-lo,70003478130#:~:text=O consenso %C3%A9 que o,uma pessoa a essa defici%C3%AAncia https://revistatrip.uol.com.br/trip/capacitismo-o-que-e-e-porque-e-crime 06 • Capacitismo: o estigma relacionado aos deficientes físicos na sociedade brasileira 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 20PROENEM.COM.BR TEXTO III Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. [...] Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação. § 1º Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm Texto IV Disponível em: https://blog.handtalk.me/capacitismo/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm 06 • Capacitismo: o estigma relacionado aos deficientes físicos na sociedade brasileira 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 21PROENEM.COM.BR REDAÇÃO NOTA 1000 De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um “corpo biológico“ por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre si. Dessa forma, para que esse organismo seja igualitário e coeso, é necessário que todos os direitos dos cidadãos sejam garantidos. Contudo, no Brasil, isso não ocorre uma vez que o estigma relacionado aos deficientes físicos ainda é um fator a ser discutido no país. Assim, é relevante analisarmos as principais causas, consequências e uma possível medida desse triste fenômeno social. Frente a tal contexto, deve-se pontuar, antes de tudo, a nítida e péssima atenção governamental dada aos indivíduos portadores de necessidades especiais. Sob esse viés, segundo pesquisa publicada pelo portal de notícias G1, cerca de 2% das pessoas que portam alguma deficiência física enfrentam dificuldades no processo de uma vaga pra trabalhar, ressalta-se também que os índices aumentam a cada ano nos novos boletins, o que significa um enorme desafio a ser enfrentado pelas autoridades na quebra da estigmatização que envolve esses cidadãos no campo profissional, infelizmente. É, pois, inaceitável que em um país que prega a socialização através da Carta Magna permita, de certa forma, a segregação de minorias por algumas ideias pre-concebidas sobre a real capacidade do ser humano. Além disso, é importante considerar os fortes impactos do preconceito latente no tecido social, lamentavelmente. Nessa perspectiva, o filme americano “Como eu era Antes de você“ suscita a importância da aceitação dos indivíduos no estágio da vida em que se encontram, caso vivido pelo personagem principal Will, antes de conhecer seu grande amor Emília, que encara a depressão e tenta até mesmo suicídio sem esperanças para viver, por falta de alguém que o apoie em dias difíceis. Dessa maneira, tal como demonstra a narrativa, observam-se, fora da ficção, casos e efeitos parecidos com o do ator principal na vida de muitos brasileiros que são especiais e são subjugados tornando-os incapacitados para grande parte da população. Logo, práticas e percepções que ferem o direito do outro merecem ser repensadas perante a nação. Urgem, portanto, medidas eficazes para que o “corpo biológico“ funcione em equidade conforme o conceito de Duskheim. Desse modo, é necessária uma ação mais efetiva do governo. Assim, o Ministério do Desenvolvimento deve promover o debate sobre o acolhimento e oportunidades das pessoas com deficiência física seja qual for o ambiente, por meio de projetos e leis que incluem essa minoria social, em praças públicas e redes televisivas, com exposições que procedam ações de acolhimento desses cidadãos. Espera- se, com isso, ampliar a cidadania, assim como mostrado no longa-metragem americano. VOLTAR AO SUMÁRIO 22PROENEM.COM.BR 25 REDAÇÕES NOTA 1000 07 A criminalização do abandono afetivo INSTRUÇÕES A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A CRIMINALIZAÇÃO DO ABANDONO AFETIVO”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I Abandono afetivo Como é consabido, os pais têm o dever legal de cuidado e participação, material e afetiva no processo de criação de seus filhos, sejam os pais casados ou separados. A não participação na vida emocional das crianças e dos adolescentes pode trazer uma série de consequências psicológicas e interferir no processo de desenvolvimento da personalidade do indivíduo, bem como de suas capacidades sociais, visto que a família é o primeiro ambiente em que o indivíduo tem contato com o meio social. Deste modo, a não participação dos pais na vida de sua prole, de forma livre e consciente, sem qualquer justificativa razoável, configura abandono afetivo e pode ensejar responsabilização civil, inclusive indenização por danos morais, como tem entendido o Superior Tribunal de Justiça em recentes julgamentos. Nas palavras da doutrinadora Grace Costa, o abandono afetivo abandono afetivo consiste na “omissão de cuidado, de criação, de educação, de companhia e de assistência moral, psíquica e social que o pai e a mãe devem ao filho quando criança ou adolescente”. (Disponível em: https://www.mundoadvogados.com.br/artigos/abandono-afetivo) 07 • A criminalização do abandono afetivo 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 23PROENEM.COM.BR TEXTO II As causas do abandono afetivo parental, suas consequências e o dever de indenizar Embora a certidão de nascimento declare o estado de filiação, essa relação transcende o conceito jurídico e alcança o campo da afeição, por força da convivência familiar. Ele está previsto na Constituição Federal de 88, artigo 227, § 6º, bem como no Código Civil, artigo 1.596, e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), artigo27. Vale frisar que a previsão jurídica cria, estritamente, uma garantia normativa. O afeto, por sua vez, condicionado às leis do coração. Essa relação de afeto requer a aptidão em experimentar uma mescla de sentimentos e emoções. É a partir dela que serão criados os laços de afetividade, com base no amor. E o campo da análise da psique humana revela ainda mais; tal abandono causa danos irreparáveis na construção da personalidade do indivíduo. As principais consequências são a ruptura das relações pessoais e da ligação de afeto, sofrimento, sensação de abandono e desprezo, que pode resultar em problemas comportamentais e extravasar às relações sociais e amorosas futuramente, podendo atingir inclusive os pais. Quem pratica o abandono afetivo pode ser responsabilizado, podendo ter que indenizar a vítima. O dano causado pode ser caracterizado como material, quando ocorrer a deterioração dos bens e até mesmo dos lucros e vantagens obtidos em razão da prática. E pode ser considerado dano moral quando forem comprovadas as consequências psíquicas do ato. O ‘abandono afetivo’ acontece, muitas vezes, em decorrência de uma separação. (Disponível em: https://www.olhardireto.com.br/artigos/exibir.asp?id=10926&artigo=as-causas-do- abandono-afetivo-parental-suas-consequencias-e-o-dever-de-indenizar) TEXTO III A EPIDEMIA DE ABANDONO PARENTAL NO BRASIL O abandono afetivo, talvez o que mais traga consequências a níveis psicológicos para a criança e para o adolescente, pode ser definido como a indiferença afetiva do genitor com relação ao filho. Mesmo que não haja o abandono material e o abandono intelectual, o abandono afetivo ainda pode ocorrer. Algumas decisões recentes dos tribunais, principalmente do STJ, têm concedido indenização a filhos vítimas de abandono afetivo, partindo da premissa constitucional do descumprimento do dever legal de cuidado, educação e presença. (Disponível em: https://paracatu.net/view/8603-a-epidemia-de-abandono-parental-no-brasil) 07 • A criminalização do abandono afetivo 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 24PROENEM.COM.BR TEXTO IV Disponível em: https://ianvarella.jusbrasil.com.br/artigos/305897669/o-abandono-afetivo-pode-gerar- direito-a-reparacao-pelo-dano-causado https://ianvarella.jusbrasil.com.br/artigos/305897669/o-abandono-afetivo-pode-gerar-direito-a-reparacao-pelo-dano-causado https://ianvarella.jusbrasil.com.br/artigos/305897669/o-abandono-afetivo-pode-gerar-direito-a-reparacao-pelo-dano-causado 07 • A criminalização do abandono afetivo 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 25PROENEM.COM.BR REDAÇÃO NOTA 1000 De acordo com Émile Dorkhein, sociólogo do século XIX a sociedade funciona como um organismo em homeostase, de modo que, para manter o equilíbrio, os direitos dos indivíduos precisam ser assegurados. Todavia, a inoperância da criminalização do abandono afetivo, no Brasil, rompe com essa harmonia, haja vista que não só fere o benefício de convivência familiar saudável, como também afeta a saúde mental da população infanto-juvenil. Nesse sentido, torna-se premente explicitar os principais impulsionadores dessa problemática: a omissão das autoridades e da sociedade. Diante desse cenário, a irresponsabilidade estatal se configura como um sustentáculo para a negligência afetiva do genitor em relação ao filho. Nessa perspectiva, o sociólogo Zygmunt Bauman evidencia, em “Modernidade Líquida”, que algumas instituições — dentre elas, o Estado — perderam a sua função social, mas conservaram o seu formato a qualquer custo, de modo a se caracterizarem como “instituições zumbis“. Sob tal ótica, os órgãos públicos se enquadram no conceito criticado por Bauman, na medida em que se mostram incapazes de fomentar políticas educativas e legislativas aos atos de omissão da assistência que os pais devem aos filhos, prática que não apenas compromete o direito constitucional de bem-estar familiar, como também interfere no desenvolvimento social, psicológico e intelectual do público pueril. Desse modo, enquanto a negligência das autoridades se mantiver, a criminalização do desamparo afetivo será uma realidade distante no país “verde- amarelo”. Além disso, não somente o Estado é silente: os indivíduos também são responsáveis pela supressão de cuidados à menoridade. Nesse viés, o pensador Pierre Bourdieu elucida os comportamentos humanos como naturalmente incorporados ao processo de socialização e, inevitavelmente, reproduzidos ao longo das gerações. Nesse cenário, a aversão à participação material e diligente no dia a dia dos filhos, quando incorporada desde cedo ao cotidiano da sociedade, tende a se tornar um danoso hábito a ser perpetuado aos descendentes — como defendido por Bourdieu —, de modo a não só fragilizar a dignidade humana, mas também a longevidade social e psíquica das crianças e dos adolescentes. Dessa maneira, Torna-se factual que proteger a população infantojuvenil é o caminho central para extinguir a negligência afetiva. É evidente, portanto, a importância da criminalização do abandono afetivo para a promoção do pleno desenvolvimento das crianças e dos adolescentes. Sendo assim, o Ministério Público deve fomentar leis de tipificação como crimes hediondos aos atos de desamparo dos pais diante dos filhos — seja ele material, intelectual ou afetivo —, por meio de aplicação de multas e penas mais severas, com intuito de promover a responsabilidade social e humanitária dos genitores. Ademais, os veículos mediático devem produzir comerciais — exibidos em horários nobres das mídias sociais e televisivas —, por intermédio de implementação nacional, a fim de elucidar a importância dos pais para o desenvolvimento dos filhos, de modo a expandir essa corrente. Espera-se, com isso, alcançar uma sociedade coesa. VOLTAR AO SUMÁRIO 26PROENEM.COM.BR 25 REDAÇÕES NOTA 1000 08 A cultura de consumo entre jovens no Brasil INSTRUÇÕES A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A CULTURA DE CONSUMO ENTRE JOVENS NO BRASIL”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I Pesquisa revela hábitos de consumo dos jovens A Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo – SBVC, realizou uma pesquisa para entender os hábitos de consumo dos jovens. O estudo “Os Novos Consumidores Brasileiros”, traça o perfil de compra de uma geração que já nasceu conectada e que pode mudar o mercado de consumo nos próximos anos. A pesquisa foi realizada com 623 jovens de 16 a 22 anos de todo o Brasil. Confira os principais resultados: Compras Entre os hábitos de consumo relacionados a compras, cerca de 75% dos entrevistados afirmou já realizar compras online, sendo roupas, calçados e acessórios as categorias mais buscadas: • 76% Roupas, calçados e acessórios • 53% – Eletrônicos e eletrodomésticos • 35% – Fast food • A maior parte dessas compras está concentrada em grandes e-commerces e sites de revenda: • 68% – Sites de lojas virtuais (submarino, americanas.com) • 57% – Sites de revenda (OLX, Mercado Livre) • 40% – Aplicativos de compra (Uber, iFood) • Um dado interessante e que reflete bem os tempos atuais é a presença das redes sociais como plataforma de compra. 21% dos jovens dizem utilizar redes como Facebook, Instagram e Whatsapp para fazer compras online. Sendo o Instagram a rede que mais causa impacto nas decisões de compra: • 12% – Instagram • 10% – Facebook • 8% – Whastapp Sobre os métodos de pagamento mais utilizados, o cartão de crédito (49%) e o boleto (40%) são os mais utilizados. (Disponível em: https://blog.shoppub.com.br/pesquisa-habitos-de-consumo-jovens/)08 • A cultura de consumo entre jovens no Brasil 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 27PROENEM.COM.BR TEXTO II Os jovens e suas relações com o consumo e o consumismo (fragmento) A corrida pela distinção social A ideia de juventude é uma construção social que existe mais como representação social do que como realidade. As ideias atribuídas a eles, de revoltados, descolados, viris são construções sociais nas quais alguns se reconhecem como parte delas e outros não. Com o desenvolvimento do capitalismo o lucro passou a ser o objetivo final, e para isso alguns meios foram sendo criados para alcança-lo. Com o desenvolvimento das tecnologias de produção tornou-se necessário ampliar o consumo na mesma proporção. Inicialmente isso se deu com o fim da escravidão; depois com a inclusão das mulheres no mercado de trabalho e, quase que concomitantemente, à descoberta do mercado infanto-juvenil. O sistema econômico baseado no lucro criou e desenvolveu estratégias poderosas de marketing que capturam praticamente todos os possíveis consumidores. Nossas crianças e jovens são vítimas de campanhas publicitárias milionárias que produzem um consumismo que maximiza o lucro empresarial. Outro elemento que leva os jovens à busca do consumo cada vez mais cedo é a busca pela distinção social. Pertencer a um dado grupo, por exemplo, significa quase que o mesmo que consumir o que o grupo consome. A indústria e o marketing são responsáveis diretos por tal jogo de pertencimento, usando isso ao seu favor e promovendo a venda de seus produtos marcados por significados simbólicos. Além disso, os jovens sofrem influência da grande mídia e das redes sociais, onde se configuram e fortalecem estilos de vida. Há uma corrida pela posse de determinados bens que dão distinção aos indivíduos em uma espécie de concurso promovido pela própria concorrência que ele produz. O valor do produto, uma roupa de marca, por exemplo, não está baseado apenas no custo de produção, distribuição e de marketing, mas também pela própria corrida para obtê-lo e o valor simbólico distintivo que ele possui, como bem abordou o sociólogo francês Pierre Bourdieu. Questionar sua utilidade entre os amigos seria uma barbárie e um risco de ser excluído do grupo social. (Disponível em: https://cafecomsociologia.com/os-jovens-e-suas-relacoes-com-o-consumo-e-o- consumismo/) 08 • A cultura de consumo entre jovens no Brasil 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 28PROENEM.COM.BR TEXTO III Jovens chegam ao mercado de consumo com alto grau de endividamento (fragmento) A inadimplência, que atinge mais de 60 milhões de brasileiros, é um dos maiores problemas do país. Essa situação de não pagamento dos compromissos financeiros é ainda mais alarmante nas gerações mais jovens, que já entram no mercado de consumo com alto grau de endividamento. Essa é a constatação de estudo inédito realizado pela ANBC (Associação Nacional dos Bureaus de Crédito), que descobriu que 32% da Geração Z, faixa de idade entre zero e 21 anos com população total de 13,8 milhões, está inadimplente. Em números absolutos, são 4,4 milhões de endividados. Ainda de acordo com a pesquisa, que se baseou nos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o valor médio da dívida é de R$ 1.676,00. Na geração seguinte, dos chamados millennials, faixa de idade entre 22 e 37 anos que concentra 51,5 milhões de pessoas, a situação é ainda pior. O percentual de endividados é de 40%, ou 20,6 milhões, com uma dívida média de R$ 3.737,00, mais do que o dobro do tíquete médio apresentado pela geração Z. Apenas nessas duas gerações, que representam a população jovem do país, há 25 milhões de pessoas. Isso significa dizer que a cada dez brasileiros endividados, quatro pertencem às gerações Z e millennials. (Disponível em: https://exame.abril.com.br/negocios/dino/jovens-chegam-ao-mercado-de-consumo-com- alto-grau-de-endividamento/) 08 • A cultura de consumo entre jovens no Brasil 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 29PROENEM.COM.BR REDAÇÃO NOTA 1000 No decorrer do filme estadunidense “Clube da Luta”, é narrada a história de Jack, um homem que busca preencher o vazio de sua vida a partir do consumismo exacerbado. Diante disso, é possível relacionar a obra com o Brasil atual, haja vista que a cultura do consumo causa grandes óbices na vida dos jovens. Dentro desse contexto, há dois importantes fatores que devem ser levados em consideração: a massificação de tendências e a influência midiática. Nessa perspectiva, é notório salientar que a padronização de hábitos consumistas impulsiona a problemática. De acordo com o escritor Jean Baudrillard, em seu livro “A Sociedade do Consumo“, a aquisição excessiva de produtos, com influenciação externa, gera malefícios para o povo. Nesse viés, os jovens, para se adequarem a determinados padrões impostos e serem inseridos no meio social, adquirem, de forma contínua, as “mercadorias da moda”, vide que os habitantes que não seguem tais modelos tendem a ser excluídos das interações sociais, como os moradores das periferias do país, que não possuem as condições financeiras necessárias para cumprir com as imposições das entidades capitalistas, podendo ocasionar, concordante com Baudrillard, problemas para a saúde mental dessas pessoas. Desse modo, sem uma mudança de postura da sociedade, enfermidades, por exemplo a depressão irá, por conseguinte, atingir uma gama maior de indivíduos. Ademais, vale ressaltar a mídia como um mecanismo popular do consumo. Conforme os filósofos Adorno e Horkheimer, membros da escola de frankfurt, os meios de comunicação visam a obtenção de lucro por intermédio dos conceitos e itens por eles propagados. Nesse sentido, com o forte investimento da indústria cultural em propagandas de TV e em anúncios nas redes sociais, cria-se um desejo de consumo nos jovens, os quais são alienados e controlados pelo sistema capitalista, comprando exorbitantemente determinados produtos e, por isso, prejudicando a situação financeira presente e futura, uma vez que, segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), cerca de 65% dos brasileiros com idade entre 18 e 29 anos estão inadimplentes. Dessa forma, sem o maior senso crítico da população, os índices de suicídio podem, por consequência, aumentar. Portanto, medidas são necessárias para atenuar o quadro atual. Logo, cabe ao Ministério da Cidadania, órgão responsável pelo bem-estar populacional, promover a educação financeira e de consumo, por meio de palestras e seminários gratuitos nas escolas, ministrada por psicólogos e economistas, que expliquem a importância de consumir com responsabilidade, além de fazer a divulgação de orientações sobre o tema em TV aberta.Tais ações têm como fito o amparo dos cidadãos. Assim, haverá menos casos no Brasil, como exibido em “Clube da Luta”. VOLTAR AO SUMÁRIO 30PROENEM.COM.BR 25 REDAÇÕES NOTA 1000 09 A importância da qualificação da mão de obra brasileira INSTRUÇÕES A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A IMPORTÂNCIA DA QUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA BRASILEIRA”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I Um trabalhador brasileiro produz, em média, somente um quarto do que produz um trabalhador americano. De um ponto de vista meramente contábil, essa diferença de produtividade pode ser explicada por três fatores: nossos trabalhadores são menos educados e menos qualificados; esses trabalhadores têm a seu dispor menos máquinas, equipamentos, estruturas e infraestrutura;a ineficiência da economia é tal que trabalhadores com mesmo capital humano e físico que trabalhadores em países avançados produzem menos que estes últimos. Durante séculos o Brasil basicamente ignorou educação e a formação adequada de mão de obra. Embora o quadro hoje seja outro, a média de escolaridade do brasileiro ainda é baixa, e a qualidade da educação, sofrível. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 28/07/21 TEXTO II O setor industrial brasileiro enfrenta um paradoxo. Num país com 11,6 milhões de desempregados, metade das fábricas do país diz ter dificuldade para encontrar mão de obra qualificada. Os dados integram um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado nesta terça-feira (11). Em 2011 e 2013, quando um levantamento similar foi realizado, 66% das empresas do setor industrial reclamavam de falta de trabalhadores qualificados. A redução na fatia das fábricas que diz não encontrar mão de obra qualificada de 2011 para cá é explicada pela crise econômica, segundo a CNI. Com a recessão em 2015 e 2016 e a lenta da economia nos anos seguintes, muitas indústrias reduziram o quadro de funcionários e deixaram de contratar. Disponível em: https://g1.globo.com. Acesso em: 28/07/21 https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/31/desemprego-fica-em-11percent-em-dezembro-diz-ibge.ghtml 09 • A importância da qualificação da mão de obra brasileira 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 31PROENEM.COM.BR TEXTO III No Brasil, o ensino técnico profissionalizante — aquele voltado para estudantes de nível médio e que capacita os jovens em uma profissão — sempre foi visto com certo desdém. Por muito tempo, vigorou a ideia de que era algo destinado às classes menos favorecidas. Nos tempos do Império, escolas técnicas eram vistas como uma “benesse” para órfãos de famílias pobres ou crianças com alguma deficiência física. Durante o governo de Getúlio Vargas, a Reforma Capanema, liderada pelo ministro da Educação, Gustavo Capanema, fundou as bases do ensino industrial com a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e corroborou a ideia de que o ensino técnico era “destinado às classes menos favorecidas”. Felizmente, essa visão, aos poucos, vai sendo superada — e o Brasil só tem a ganhar com isso. Disponível em: https://exame.com/. Acesso em: 28/07/21 TEXTO IV A pandemia gerou um quadro heterogêneo no mercado de trabalho. A disparidade não se restringe a trabalhadores no setor privado versus o funcionalismo – este preservado na crise. Há também diferenças dentro do setor privado, de acordo com a carreira e o grau de preparo da mão de obra. Pelo grau de escolaridade, nota-se que o número de ocupados com maior instrução (ensino superior completo e incompleto) cresceu 1,8% ante recuo de 12,4% entre os menos instruídos (ensino fundamental incompleto em diante); e houve sensível aumento do rendimento efetivo, de 10% ante 3,6% na média dos menos escolarizados – segundo a PNAD-IBGE. Disponível em: https://oglobo.globo.com/. Acesso em: 28/07/21 https://exame.com/ 09 • A importância da qualificação da mão de obra brasileira 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 32PROENEM.COM.BR REDAÇÃO NOTA 1000 Na obra “Vigiar e Punir“, do filósofo Michel Foucault, é mostrada a relação de poder que o meio tecnológico exerce sobre os indivíduos. Entretanto, apesar das evoluções das máquinas ainda há necessidade de mão de obra humana nas fábricas, principalmente as mas qualificadas. No Brasil, as taxas de desemprego só aumentam, uma vez que a população tem baixa escolaridade e qualificação, o que afeta a economia em um panorama geral. Nesse sentido, convém analisarmos as principais causas e consequências desse triste fenômeno. A partir desse contexto é nítida a negligência do Estado, que não fornece uma educação de qualidade para o povo. Segundo o site de notícias UOL, os brasileiros produzem quatro vezes menos que as pessoas dos países desenvolvidos, isso é um reflexo da falta de qualificação e se mostra um entrave em relação ao avanço da nossa economia. De acordo com o romantista Victor Hugo, quem conduz o mundo são as ideias e não as máquinas, o que revela a importância da competência no trabalho. Além disso, essa situação gera consequências em cadeia, visto que sem as habilidades necessárias, o número de desempregados aumentam. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), mais de 13 milhões de brasileiros estão sem trabalho e ainda assim as fábricas encontram dificuldades em contratar novos funcionários. Portanto, aprimorar a educação e a qualificação dessas pessoas irá inverter esse crítico cenário. Diante disso, é dever do Estado, através do Ministério da Educação, fornecer uma boa formação aos indivíduos e disponibilizar cursos — para aperfeiçoar suas habilidades — em todas as escolas. Isso por meio do redirecionamento do dinheiro dos impostos, que serve para atender as necessidades da população. Espera-se, assim, reduzir o número de pessoas desempregadas e elevar a economia do país. VOLTAR AO SUMÁRIO 33PROENEM.COM.BR 25 REDAÇÕES NOTA 1000 Os Influenciadores digitais e a formação do jovem brasileiro10 INSTRUÇÕES A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “OS INFLUENCIADORES DIGITAIS E A FORMAÇÃO DO JOVEM BRASILEIRO”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I A cada minuto são geradas 500 novas horas de conteúdo no YouTube mundial. Não se sabe quanto dessa produção é brasileira. O Google, dono da plataforma, não divulga dados regionais, mas informa que o país ocupa o segundo lugar mundial em tempo de visualização de vídeos on-line, atrás apenas dos EUA. Chamados de criadores pelo YouTube e de influenciadores digitais pelo mercado (que inclui também instagramers, facebookers e afins), os produtores de conteúdo digital cresceram em número e fama; muitos ganharam status de celebridade. O fenômeno ganhou força por aqui há três anos, e sua curva continua ascendente. Segundo a Rede Snack, rede multiplataforma de canais reconhecida e homologada pelo YouTube, há cerca de 310 mil canais de vídeo on-line no país. (Disponível em: http://temas.folha.uol.com.br/influenciadores-digitais/a-fama/brasil-so-perde-para-os-eua- em-tempo-de-visualizacao-de-videos-on-line.shtml) TEXTO II Um rapaz chamado Júlio Cocielo decidiu falar sobre o jogador francês Mbappé, um dos maiores destaques da Copa da Rússia. “Mbappé conseguiria fazer uns arrastão top na praia hein”. Sua piada grassou as redes sociais debaixo de uma avalanche de acusações de racismo. A bola de neve aumentou quando “brincadeiras” antigas do mocinho começaram a ser desencavadas(...). DEZESSEIS MILHÕES DE SEGUIDORES. A repercussão negativa de seus posts racistas chegaram às empresas que associaram suas marcas a ele: Submarino, Coca-cola e Itaú emitiram declarações rompendo relações com o rapaz chamado Júlio Cocielo, com o discurso de que repudiam discriminação etc. No dia seguinte, a devassa continuou: outro “influenciador digital”, Cauê Moura, perdeu seu patrocínio com a fintech Warren por tuítes que faziam graça com necrofilia, estupro, homofobia, transfobia e, de novo, racismo. Porque, claro, a Warren repudia “todo e qualquer discurso de ódio, segregação, machista e homofóbico”. Graças a seu comunicado oficial, agora sabemos que a empresa gosta mesmo é de “amor, respeito e união”, yeah. Faz tempo que eu profetizo que o período de glória dos influenciadores digitais vai acabar em escândalo. Na verdade, nem tanto tempo assim: em 2017, quando a Câmarados Deputados aprovou a comercialização de remédios para emagrecer que a Anvisa afirma causarem 10 • Os Influenciadores digitais e a formação do jovem brasileiro 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 34PROENEM.COM.BR problemas cardíacos. Imaginei aquela youtuber fitness recebendo um caminhão de dinheiro para fazer “unboxing” de sibutramina, aquela fashion discontroller tomando femproporex no café da manhã ou aquele xovem youtuber mergulhando a avó numa banheira cheia de anfepramona. E pessoas morrendo por causa de sua publicidade disfarçada de conteúdo, de sua irresponsabilidade para com o que produzem e a relação de intimidade devassada que é a base do conteúdo youtuber. Mas parece que o escândalo está chegando de forma paulatina, matando os peixes por aquilo que lhes deram fama: a “ousadia”, a “coragem” de falar e fazer o que lhes dá na telha, na maior veleidade e cara-de-pau. Fica claro que a pretensa “ousadia” nada mais é do que aquilo que há 20 anos chamávamos de “apelação”. A banheira do Gugu de ontem é o banho de geleia de hoje. A “liberdade de expressão” de hoje é o Homem do Sapato Branco de ontem. O merchan durante o café da manhã da novela de ontem é o “influenciador digital” fazendo cara de surpresa com as porcarias que seu patrocinador lhe enviou hoje. Mesmo que seja ilegal, como a publicidade para crianças feita pelo rei dos youtubers brasileiros, Felipe Neto. (Disponível em: http://www.ricardoalexandre.jor.br/artigos/deu-ruim-para-os-influenciadores-digitais-e-vai- piorar/) TEXTO III Como ‘comportamento de manada’ permite manipulação da opinião pública por fakes Juliana GragnaniDa BBC Brasil em Londres A estratégia que vem sendo usada por perfis falsos no Brasil e no mundo para influenciar a opinião pública nas redes sociais se aproveita de uma característica psicológica conhecida como “comportamento de manada”. O conceito faz referência ao comportamento de animais que se juntam para se proteger ou fugir de um predador. Aplicado aos seres humanos, refere-se à tendência das pessoas de seguirem um grande influenciador ou mesmo um determinado grupo, sem que a decisão passe, necessariamente, por uma reflexão individual. “Se muitas pessoas compartilham uma ideia, outras tendem a segui-la. É semelhante à escolha de um restaurante quando você não tem informação. Você vê que um está vazio e que outro tem três casais. Escolhe qual? O que tem gente. Você escolhe porque acredita que, se outros já escolheram, deve ter algum fundamento nisso”, diz Fabrício Benevenuto, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sobre a atuação de usuários nas redes sociais. Ele estuda desinformação nas redes e testou sua teoria com um experimento: controlou quais comentários apareciam em um vídeo do YouTube e monitorou a reação de diferentes pessoas. Quanto mais elas eram expostas só a comentários negativos, mais tendiam a ter uma reação negativa em relação àquele vídeo, e vice-versa. “Um vai com a opinião do outro”, conclui Benevenuto. Em seu experimento, os pesquisadores http://www.ricardoalexandre.jor.br/artigos/deu-ruim-para-os-influenciadores-digitais-e-vai-piorar/ http://www.ricardoalexandre.jor.br/artigos/deu-ruim-para-os-influenciadores-digitais-e-vai-piorar/ 10 • Os Influenciadores digitais e a formação do jovem brasileiro 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 35PROENEM.COM.BR chegaram à conclusão de que a influência estava também ligada a níveis de escolaridade: quanto menor o nível, mais fácil era ser influenciado. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42243930 TEXTO IV Disponível em: http://www.vendamais.com.br/investir-em-influenciadores-digitais-realmente-da-retorno/ https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42243930 10 • Os Influenciadores digitais e a formação do jovem brasileiro 25 REDAÇÕES NOTA 1000 VOLTAR AO SUMÁRIO 36PROENEM.COM.BR REDAÇÃO NOTA 1000 A terceira revolução industrial, ou Revolução Técno-Informacional possibilitou o advento da internet junto as novas formas de comunicação. Apesar dessa tecnologia ter significado um avanço nas relações interpessoais, por ter aproximado as pessoas geograficamente distantes, nota-se, hodiernamente a sua limitação social, em virtude do surgimento de influenciadores digitais, ou seja, formadores de opinião. Essa adversidade, além de abrir caminho para uma nova forma de manipulação mental, mostra-se perigosa para os jovens. Logo, convém analisar essa conjuntura, com propósito de encontrar soluções viáveis para questão. De antemão, é impreterível enfatizar que os influenciadores digitais são direcionados pelas grandes marcas, por meio de altas remunerações, a convencer seu público a escolher a favor delas. Desse modo a indústria cultural, de acordo com a teoria dos filósofos Adorno e Horkheimer, tem como objetivo manipular o pensamento dos indivíduos e impedir que estes desenvolvam o pensamento crítico. Por essa lógica, a ação dos formadores de opinião se mostra como mais uma estratégia por parte da indústria, para vender seus produtos e trazer lucro extra. Com isso, as pessoas são instigadas a consumirem itens desnecessários para poder sentirem-se próximos de seus influenciadores. Ademais, torna-se fundamental ressaltar que o controle de opinião só é possível se os seres não tiverem capacidade de pensar sozinhos. Nesse modo, a educação, conforme a teoria de Immanuel Kant, é o único caminho que possibilita a criação de autonomia, ou seja, conseguir guiar-se sozinho no processo de tomada de decisões. Desse jeito, a forte ação dos “digital influencers” sobre jovens evidencia uma falha no sistema educacional do país, pois esses não analisam as situações e se deixam levar pela decisão das massas. Logo, caso nenhuma providência seja tomada, a sociedade não conseguirá evoluir, em vista que o pensamento crítico de será característica rara. Depreende-se, portanto, a importância da educação para combater o impacto dos influenciadores digitais sobre os adolescentes. A fim de que tal fato seja concretizado, é dever do Ministério da Educação orientar os jovens, por intermédio da implementação de tópicos do assunto retratado na matéria de sociologia, com o objetivo de evitar a dominação mental exercida pela indústria cultural e, por conseguinte, estimular a autonomia estabelecida pela teoria Kantiana. VOLTAR AO SUMÁRIO 37PROENEM.COM.BR 25 REDAÇÕES NOTA 1000 11 A valorização da música popular brasileira INSTRUÇÕES A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A MÚSICA BRASILEIRA”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I Uma rota musical para conhecer o Brasil e seus ritmos O Brasil está longe de ser homogêneo. O país é um verdadeiro mosaico de diferentes vertentes culturais influenciadas por muitos povos. E isso pode ser ouvido e sentido em nossa música. Um fato curioso é que alguns estilos são tão representativos que podem ser relacionados diretamente a determinada região. Com ajuda do pessoal da momondo, buscador de passagens aéreas e reservas de hotéis, listamos oito cidades brasileiras que deixaram sua assinatura no mundo com muita melodia e ritmo. Confira abaixo: Salvador (BA) – Axé Uma coisa é certa: poucos lugares oferecem tanta energia como o Pelourinho. Local bonito, cheio de história e agito, é o rito turístico imperdível para quem visita a região. Foi em pleno Carnaval de Salvador que nasceu o axé, espécie de assinatura musical da cidade, nos anos 80. Mesclando ritmos como reggae, forró, maracatu e merengue, explodiu na década seguinte,
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