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DJi - Tentativa - Crime Tentado - Conatus

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- Índice Fundamental do Direito
Legislação - Jurisprudência - Modelos - Questionários - Grades
Tentativa ou Crime Tentado - Art. 14, II, Tentativa - Crime - Código Penal - CP - DL-002.848-1940 -
Tentativa - Contravenções Penais - DL-003.688-1941
Penal
- conceito: Art. 14, II, CP
- crime impossível; impunibilidade: Art. 17, CP
- pena: Art. 14, parágrafo único, CP
- prescrição antes de transitar em julgado a sentença; termo inicial: Art.
111, II, CP
Tentativa
 É a realização incompleta da figura típica.
 Para haver crime tentado o agente tem que dar início à execução.
1º Início da execução
 Sentido material: Sempre que o sujeito ativo vem a praticar um ato que
coloca em perigo um bem jurídico (ataque ao bem jurídico), tutelado na
norma penal.
 Sentido formal: iniciar os atos de execução, ataque ao núcleo do tipo.
(o mais indicado doutrinariamente).
2º não se consume por circunstâncias alheias a vontade do agente
 A tentativa é a execução começada de um crime, que não chega à
consumação por motivos alheios à vontade do agente (Celso Delmanto,
Código Penal Comentado, Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1986, p. 22).
Moura Romeiro define a tentativa como "o fato daquele que, para o fim
de cometer um crime, começa a execução do mesmo, deixando, por
circunstâncias fortuitas ou independentes da vontade, de realizar tudo que
é necessário para a sua consumação" (Dicionário de Direito Penal, Rio de
Janeiro, Imprensa Nacional, 1905, p. 322). O CP define a tentativa no
Art. 14,... II. São pressupostos da tentativa, portanto: a) que haja, por
parte do agente, intenção dolosa de praticar o crime; b) que tenha
iniciado a execução deste; c) que a não consumação do ilícito seja devida
a circunstâncias fortuitas ou independentes da vontade do agente. Não
pode haver tentativa, então, nos crimes culposos, porque ela tem sua
essência na previsão de um efeito não obtido e na vontade de consegui-
lo, ao passo que a culpa pressupõe inexistência de intuito doloso. Se o
crime não configurado não foi previsto nem buscado, não pode haver
tentativa, pois seria ilógico admitir que o homem se esforce por aquilo
que não quer que aconteça.
 Adverte Celso Delmanto que nosso CP segue o critério objetivo (não
o subjetivo) para a caracterização da tentativa.
 Assim, os atos preparatórios distinguem-se dos executórios porque,
embora possibilitem a prática do crime, não configuram o início de sua
execução. Como exemplo, a compra da arma, a procura de lugar para a
Referências
e/ou
Doutrinas
Relacionadas:
Ação Penal
Analogia
Aplicação da Pena
Arrependimento
Posterior
Causas de Extinção
da Punibilidade
Circunstâncias
Classificação dos
Crimes
Comunicabilidade e
Incomunicabilidade
de Elementares e
Circunstâncias
Concepção do
Direito Penal
Concurso de Crimes
Concurso de Pessoas
Conduta
Contagem do Prazo
Contravenção
Crime
Crime Complexo
Crime Consumado
Crime Continuado
Crime Culposo
Crime Impossível
Crime Omissivo
Crime Permanente
Crime Preterdoloso
Crime Unissubsistente
Crimes Culposos
Crimes Habituais
Culpabilidade
Desistência
emboscada e até a pontaria são atos preparatórios, enquanto o disparo
de arma em direção da vítima que o agente deseja matar já é início de
execução do crime de homicídio.
 Quanto à punição da tentativa, observemos o que estabelece o Art.
14, parágrafo único, do CP,. No que tange à prescrição da tentativa,
observemos o que determina o CP no Art. 111,... II. Então, se os atos
executórios de tentativa ocorreram em dias diversos, a prescrição
começará no último deles.
Pode não ocorrer crime tentado:
I - pela própria vontade do agente:
a) Desistência Voluntária
(Art. 15 C.P.) - desiste de prosseguir na execução.
b) Arrependimento Eficaz
(Art. 15 C.P.) - impede que o resultado se produza - Art. 65, III, (b)
C.P.
II - Interferência de Circunstância
a) Tentativa Perfeita
(ou acabada) - quando o agente esgota todos os atos de execução.
(esgotamento da potencialidade lesiva). "É compatível com o
arrependimento eficaz"
b) Tentativa Imperfeita
(ou inacabada) - quando não esgota todos os atos por circunstâncias
alheias à sua vontade. "É compatível com a desistência voluntária"
Tentativa em Crime Culposo
em regra é impossível - doutrinariamente há uma classe de crime culposo
tentado: culpa imprópria, em que o resultado é querido, mas o agente
incide em erro de proibição inescusável. ex.: tentar matar alguém, que
entra em sua casa, pensando ser um ladrão.
Tentativa de Crime Preterdoloso ou Preterintencional
- É incompreensível a tentativa de crime preterdoloso, uma vez que neste
o resultado vai além do que o agente desejou e naquela ele não atinge o
evento pretendido. "Sendo o resultado agravado punido a título de
culpa".
Tentativa de Crime Continuado
Só é admissível dos crimes que o compõe. O todo, crime continuado,
não é admissível.
Tentativa de Crime Complexo
ocorre com o começo de execução do delito que inicia a formação da
figura típica ou com a realização de um dos crimes que o integram.
Não Admitem a Figura da Tentativa
a) os Crimes Culposos;
b) os Crimes Preterdolosos;
c) as Contravenção;
d) os Omissivos Próprios - Crime Omissivo;
e) os Crimes Unissubsistentes (materiais, formais ou de mera conduta),
que se realizam por um único ato. ex.: Injúria verbal. Os crimes
plurissubsistentes admitem a tentativa;
f) os crimes que a lei pune somente quando ocorre o resultado, como a
participação em suicídio. (C.P. Art. 122);
Voluntária e
Arrependimento
Eficaz
Direito Penal no
Estado Democrático
de Direito
Efeitos da
Condenação
Elementares
Estado de
Necessidade
Estrito Cumprimento
de Dever Legal
Exercício Regular do
Direito
Exigibilidade de
Conduta Diversa
Fato Típico
Fontes do Direito
Penal
Função Ético-Social
do Direito Penal
Ilícito Penal
Ilicitude
Imputabilidade
Legítima Defesa
Limites de Penas
Livramento
Condicional
Lugar do Crime
Medida de Segurança
Nexo Causal
Objeto do Direito
Penal
Pena de Multa
Pena de Tentativa
Potencial Consciência
da Ilicitude
Prescrição
Quase-Crime
Reabilitação
Reincidência
Resultado
Sanção Penal
Suspensão
Condicional da Pena
Tempo do Crime e
Conflito Aparente de
Normas
g) os Crimes Habituais, que não possuem um "inter", como o descrito no
Art. 230 C.P.)
h) os Crimes Permanentes de forma exclusivamente omissiva. Ex.:
cárcere privado praticado por quem não libera aquele que está em seu
poder. O crime permanente que possui uma fase inicial comissiva admite
a tentativa;
i) os Crimes de Atentado, pois é inconcebível tentativa de tentativa.
Punibilidade da Tentativa
a) subjetiva - deve ser a mesma do delito consumado.
b) objetiva - punição graduada ao perigo que é exposto o bem jurídico.
obs.dji: Art. 59 C.P. (Salvo disposição em contrário. Parágrafo único
Art. 14 C.P. ex.: Art. 352 C.P.)
Arrependimento Posterior
(Art. 16 C.P.)
Requisitos
a) Sem violência ou grave ameaça à pessoa: física e-ou moral.
b) Só o sujeito pode reparar todo o dano emergente do crime ou restituir
todos os objetos materiais.
c) a reparação do dano ou restituição do bem constituam atos voluntários
do agente.
d) a reparação do dano ou a restituição do bem ocorram até a data do
recebimento da denúncia ou da queixa.
Aplicação: causa de redução da pena
a) dolosos e culposos;
b) tentados e consumados; e
c) simples, privilegiados e qualificados.
- natureza jurídica - obrigatória a redução da pena.
Tentativa Inidônea
Quase-Crime
Conceitos
1º) por ineficácia absoluta do meio. ex.: envenenar alguém com açúcar,
supondo-o arsênico.
2º) por impropriedade absoluta do objeto. Ex.: desferir tiros em um
desafeto já morto.
- Art. 147 e 157, § 2º, I, C.P.
Mirabete, Júlio Fabbrini, Manual de Direito Penal, São Paulo, Atlas,
4ª ed., 1989.
Jesus, Damásio E. de, Direito Penal, São Paulo, Saraiva,, 12ª ed.,
1988.
Costa Júnior, Paulo José da, Curso de Direito Penal, São Paulo,
Saraiva, 1º v., Parte Geral, 1991.
(Revista Realizada por Suelen Anderson - Acadêmica em Ciências
Jurídicas - 12de novembro de 2009)
Tentativa - Conatus
"Conceito: não-consumação de um crime, cuja execução foi iniciada, por
circunstâncias alheias à vontade do agente. Na definição de Wessels, "É a
manifestação da resolução para o cometimento de um fato punível através
de ações que se põem em relação direta com a realização do tipo legal,
Tentativa de Fuga
Tentativa de Morte
Teoria do Crime
Tipicidade
Tipo Penal nos
Crimes Culposos
Tipo Penal nos
Crimes Dolosos
mas que não tenham conduzido à sua consumação" (Direito penal, cit., p.
133.).
A tentativa, ensina Alberto Silva Franco, "se caracteriza por ser um tipo
manco, truncado, carente. Se, de um lado, exige o tipo subjetivo
completo correspondente à fase consumativa, de outro, não realiza
plenamente o tipo objetivo. O dolo, próprio do crime consumado, deve
iluminar, na tentativa, todos os elementos objetivos do tipo. Mas a figura
criminosa não chega a ser preenchida, por inteiro, sob o ângulo do tipo
objetivo. Bem por isso, Zaffaroni e Pierangeli (Da tentativa, p. 59)
observaram que a tentativa 'é um delito incompleto, de uma tipicidade
subjetiva completa, com um defeito na tipicidade objetiva' " (Código
Penal, cit., p. 152.).
Natureza jurídica: norma de extensão temporal da figura típica causadora
de adequação típica mediata ou indireta.
Elementos: constituem elementos da tentativa:
a) o início de execução;
b) a não-consumação;
d) a interferência de circunstâncias alheias à vontade do agente. Início de
execução: conforme já salientado, é bastante nebulosa a linha
demarcatória que separa os atos preparatórios não puníveis dos atos de
execução puníveis. O legislador, no art. 14, II, do CP, estabelece essa
divisão ao fazer referência ao início de execução. Não obstante isso, a
dúvida persiste, uma vez que o conteúdo de significado da mencionada
expressão gera sérias divergências ao ser aplicado concretamente.
Que vem a ser início de execução? Para entendê-lo, precisamos analisar
vários critérios pelos quais é fixado.
Critério lógico-formal: parte de um enfoque objetivo, diretamente ligado
ao tipo. Conforme anota José Frederico Marques (Tratado, v. 2, p. 372.
), a atividade executiva é típica, e, portanto, o princípio de execução tem
de ser compreendido como início de uma atividade típica. Assim, o ato
executivo é aquele que realiza uma parte da ação típica. Segundo
Rodriguez Mourullo, existiria "começo de execução" sempre que
houvesse a "correspondência formal dos atos executados com a
realização parcial do correspondente tipo delitivo" (Comentários ao
Código Penal, Barcelona, Bosch, 1972, v. 1, p. 113.). Critica-se a
adoção de tal critério, pois estreitaria sobremaneira a esfera de incidência
da tentativa, deixando esta de abarcar diversos atos reprováveis e
passíveis de sancionamento, os quais constituiriam meros atos
preparatórios impuníveis.
Silva Franco, por sua vez, complementa as críticas à adoção desse
critério ao sustentar que "o critério exclusivo de correspondência formal
com o tipo mostra -se totalmente ineficaz, em face de tipos que não
apresentam uma forma vinculada, isto é, não oferecem uma descrição
pormenorizada da conduta criminosa" (Código Penal, cit., p. 152.).
Entendemos que esse critério deve ser adotado por respeitar o princípio
da reserva legal, uma vez que o único parâmetro para aferição do fato
típico é a correspondência entre a conduta humana praticada e a
descrição contida na lei. Ora, somente começa a existirtipicidade quando
inicia essa correspondência, não se concebendo início de execução sem
começo de realização do verbo do tipo.
Critério subjetivo: seu enfoque não é a descrição da conduta típica, mas o
momento interno do autor, uma vez que não importa mais verificar se os
atos executados pelo agente correspondem a uma realização parcial do
tipo, mas sim examiná-Ios em função do ponto de vista subjetivo do
respectivo autor. Foi criticada pela doutrina, porque o agente é apontado,
cedo demais, como delinqüente, correndo-se o risco de dilatar ao infinito
o esquema de incriminação, de forma que ponha em perigo o próprio
princípio da legalidade. Além disso, toma possível incriminar o crime até
mesmo em sua fase de cogitação. Por essa razão, não deve ser adotado.
Critério compositivo ou misto: é o que busca compor os critérios lógico-
formal e subjetivo, ou seja, o da correspondência formal com o tipo e o
do plano do autor.
Enrique Cury Urzúa logrou bem demonstrar a aplicação desse critério ao
ensinar que "as ações são multiformes e, por esta razão, podem
prolongar-se mais ou menos, segundo se exteriorizem desta ou daquela
forma. É possível matar-se alguém empregando um procedimento
complexo e dilatado ou assestar-lhe uma punhalada por causa da ira que
provoca, de súbito, sua atitude. É possível subtrair-se uma coisa mediante
um só movimento que aproveita a ocasião inesperada ou recorrendo-se a
recursos complicados que exigem uma sucessão de operações
preconcebidas. Como é lógico, a lei não pode - nem pretende -
descrever separadamente todas as formas de exteriorização possíveis. O
tipo, em conseqüência, limita-se a apresentar um esquema de conduta
que, na prática, pode adotar modos de realização díspares, cada um dos
quais, não obstante, satisfaz as linhas gerais por ele contempladas.
Resulta daí a conclusão de que o conteúdo executivo dos tipos é muito
variável e depende da forma em que o agente se proponha a consumá-Io.
Assim, o que o determina, em cada caso concreto; é o plano individual
do autor. A tentativa começa com aquela atividade com a qual o autor,
segundo seu plano delitivo, se põe em relação imediata com a realização
do tipo delitivo" (Tentativa y delito frustrado, Ed. Jurídica de Chile, 1977,
p. 63-64.).
Critério adotado: deve ser adotado o critério lógico-formal. Como já
dissemos, nosso sistema jurídico tem como um de seus princípios
basilares o princípio da reserva legal, pois só constitui crime o fato
expressamente previsto em lei. Logo, somente caracterizará início de
execução (e, portanto, a tentativa punível) o ato idôneo para a
consumação do delito. Assim, se o sujeito é surpreendido subindo a
escada para entrar em uma residência, não há como sustentar que houve
tentativa de furto ou roubo, uma vez que não havia ainda se iniciado
nenhuma subtração (não começou a tirar nada de ninguém, logo não
houve início de execução). Além de idôneo (apto à consumação), o ato
deve ser também inequívoco (indubitavelmente destinado à produção do
resultado), de maneira que somente depois de iniciada a ação idônea e
inequívoca, ou seja, o verbo do tipo, é que terá início a realização do fato
definido no modelo incriminador (tem de começar a matar, a subtrair, a
constranger, a falsificar e assim por diante). Só a idoneidade não basta,
assim como só a inequivocidade é insuficiente para o início da execução,
já que o núcleo da conduta típica pressupõe a somatória de ambos (ato
idôneo + inequívoco = verbo do tipo). "Figuremos o seguinte caso: Tício,
tendo recebido uma bofetada de Caio, corre a um armeiro, adquire um
revólver, carrega-o com seis balas e volta, ato seguido, à procura de seu
adversário, que, entretanto, por cautela ou casualmente, já não se acha
no local da contenda; Tício, porém, não desistindo de encontrar Caio, vai
postar-se, dissimulado, atrás de uma moita, junto ao caminho onde ele
habitualmente passa, rumo de casa, e ali espera em vão pelo seu inimigo
que, desconfiado, tomou direção diversa. Não se pode conceber uma
série de atos mais inequivocamente reveladores da intenção de matar,
embora todos eles sejam meramente preparatórios" (Nélson Hungria,
Comentários, cit., 4. ed., v. I, t. I, p. 79-80.). Neste exemplo, embora
inequívocos, são ainda atos inidôneos, pois enquanto Tício estiver
sentado na moita, só aguardando, Caio não morrerá.
Formas
a) Imperfeita: há interrupção do processo executório; o agente não chega
a praticar todos os atos de execução do crime, por circunstâncias alheias
à sua vontade.
b) Perfeitaou acabada (também conhecida por crime falho): o agente
pratica todos os atos de execução do crime, mas não o consuma por
circunstâncias alheias à sua vontade.
c) Branca ou incruenta: a vítima não é atingida, nem vem a sofrer
ferimentos. Importante notar que a tentativa branca pode ser perfeita ou
imperfeita. No primeiro caso, o agente realiza a conduta integralmente,
sem, contudo, conseguir ferir a vítima (erra todos os tiros); no segundo, a
execução é interrompida sem que a vítima seja atingida (após o primeiro
disparo errado, o agente é desarmado).
d) Cruenta: a vítima é atingida, vindo a lesionar-se. Do mesmo modo,
pode ocorrer tentativa cruenta na tentativa imperfeita (a vítima é ferida, e,
logo em seguida, o agente vem a ser desarmado) ou na perfeita (o autor
descarrega a arma na vítima, lesionando-a).
- embora não haja distinção quanto à pena abstratamente cominada no
tipo, o juiz deve levar em consideração a espécie de tentativa no
momento de dosar a pena, pois, quanto mais próxima da consumação,
menor será a redução (mais próxima de 113), e vice-versa.
Tentativa na lesão corporal de natureza grave e gravíssima: é
perfeitamente possível, desde que não haja dúvida que o agente pretendia
produzir o resultado agravador. "Ninguém deixaria de reconhecer uma
tentativa de lesão gravíssima no fato, por exemplo, de quem atira vitríolo
na direção do rosto do seu inimigo, que, desviando-se tempestivamente,
consegue escapar ileso" (Nélson Hungria, Comentários, cit., 4, ed., v.1. t.
1. p. 90.).
Infrações penais que não admitem tentativa: são elas:
a) culposas (salvo a culpa imprópria, para parte da doutrina);
b) preterdolosas (no latrocínio tentado, o resultado morte era querido
pelo agente, logo, embora qualificado pelo resultado, esse delito só
poderá ser preterdoloso quando consumado);
c) contravenções penais (a tentativa não é punida - v. art. 4º da LCP);
d) crimes omissivos próprios (de mera conduta);
e) habituais (ou há a habitualidade e o delito se consuma, ou não há e
inexiste crime);
f) crimes que a lei só pune se ocorrer o resultado (CP, art. 122);
g) crimes em que a lei pune a tentativa como delito consumado (CP,
art.352).
- o crime unissubsistente comporta tentativa em certos casos, por
exemplo, quando o agente efetua um único disparo contra a vítima e erra
o alvo. Outra hipótese é a da injúria verbal (crime unissubsistente por
excelência), em que o agente profere a ofensa, mas a vítima não a ouve:
ocorreu tentativa de injúria verbal, pois, embora executada toda a
conduta, o resultado não se produziu por circunstâncias alheias à vontade
do agente. Os crimes formais também podem ocorrer na forma tentada, e
a maior prova disso é a extorsão (Súmula 96 do STJ), que é formal e
admite a tentativa.
Teorias
a) Subjetiva: a tentativa deve ser punida da mesma forma que o crime
consumado, pois o que vale é a intenção do agente.
b) Objetiva ou Realística: a tentativa deve ser punida de forma mais
branda que o crime consumado, porque objetivamente produziu um mal
menor.
Teoria adotada: a objetiva. Não se pune a intenção, mas o efetivo
percurso objetivo do iter criminis.
Critério para redução da pena: a pena do crime tentado será a do
consumado, diminuída de 1/3 a 2/3. Quanto mais próximo o agente
chegar da consumação, menor será a redução, e vice-versa. Assim, na
tentativa branca a redução será sempre maior do que naquela em que a
vítima sofre ferimentos graves. Tal critério é fruto de construção
jurisprudencial.
Observe-se que o critério para a redução da pena pela tentativa há de ser
o mesmo para todos os participantes nos delitos praticados em concurso
de agentes. O percentual redutor é, portanto, incindível e deverá
beneficiar de forma uniforme todos os participantes, pouco importando
que contra alguns existam agravantes e em prol de outros atenuantes, até
porque tais circunstâncias não são levadas em consideração no momento
da fixação do percentual redutor, mas tão-somente o iter criminis
percorrido. Exemplo: se um dos agentes foi preso ao final da prática do
delito de roubo, e o outro logrou fugir com parte da res furtiva, isso não
dá azo a que o crime seja cindido e, ao mesmo tempo, considerado
consumado para o co-autor e tentado para o seu partícipe.
Enrique Cury Urzúa, Tentativa y delito frustrado, Ed. Jurídica de
Chile, 1977.
Nélson Hungria, Comentários, cit.
Rodriguez Mourullo, Comentários ao Código Penal, Barcelona,
Bosch, 1972.
Capez, Fernando, Curso de Direto Penal, parte geral, vol. 1,
Saraiva, 10ª ed., 2006
(Revista Realizada por Suelen Anderson - Acadêmica em Ciências
Jurídicas - 12 de novembro de 2009)
Tentativa Branca
- que não chega a atingir o objetivo material.
Crime
Agravação pelo resultado - Arrependimento posterior - Coação
irresistível e obediência hierárquica - Crime consumado - Crime culposo
- Crime doloso - Crime impossível - Descriminantes putativas -
Desistência voluntária e arrependimento eficaz - Erro determinado por
terceiro - Erro sobre a ilicitude do fato - Erro sobre a pessoa - Erro
sobre elementos do tipo - Estado de necessidade - Excesso punível -
Exclusão de ilicitude - Legítima defesa - Pena de tentativa - Relação de
causalidade - Relevância da omissão - Superveniência de causa
independente
Ação Penal - Aplicação da Lei Penal - Concurso de Pessoas - Crimes
contra a administração pública - Crimes contra a existência, a segurança
e a integridade do Estado - Crimes Contra a Família - Crimes contra a fé
pública - Crimes Contra a Incolumidade Pública - Crimes Contra a
Organização do Trabalho - Crimes Contra a Paz Pública - Crimes
Contra a Pessoa - Crimes Contra a Propriedade Imaterial - Crimes
Contra o Patrimônio - Crimes contra o sentimento religioso e contra o
respeito aos mortos - Crimes Contra os Costumes - Extinção da
Punibilidade - Imputabilidade Penal - Medidas de Segurança - Penas
Jurisprudência Relacionada:
- Existência do Crime - Preparação do Flagrante pela Polícia que Torna
a Consumação Impossível - Súmula nº 145 - STF
Normas Relacionadas:
Art. 30, II, Tentativa e Art. 30, Parágrafo único, Pena de Tentativa
- Crime - Código Penal Militar - CPM - DL-001.001-1969
Art. 81, § 3º, Cálculo da Pena Aplicável à Tentativa - Aplicação
da Pena - Penas - Código Penal Militar - CPM - DL-001.001-
1969
Art. 142, Tentativa Contra a Soberania do Brasil - Crimes Contra
a Segurança Externa do País - Crimes Militares em Tempo de Paz
- Código Penal Militar - CPM - DL-001.001-1969
Art. 357, Tentativa Contra a Soberania do Brasil - Traição -
Favorecimento ao Inimigo - Crimes Militares em Tempo de Guerra
- Código Penal Militar - CPM - DL-001.001-1969
Tentativa - Contravenções Penais - DL-003.688-1941
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