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<p>Teoria Geral do Crime</p><p>Os conceitos de crime podem ser abordados sob três perspectivas principais: material, formal e analítica. Cada</p><p>uma oferece uma maneira diferente de entender o fenômeno criminal:</p><p>1. Crime Material:</p><p>o Refere-se à essência ou conteúdo do crime, relacionado ao dano ou perigo ao bem jurídico</p><p>protegido pela norma. O enfoque está nas consequências da conduta.</p><p>o O crime material é aquele em que, para ser considerado consumado, é necessário que haja um</p><p>resultado externo, como a efetiva lesão ou exposição de um bem jurídico ao perigo.</p><p>o Exemplo: no homicídio (art. 121 do Código Penal), o resultado é a morte da vítima. Sem a morte,</p><p>o crime não se consumaria.</p><p>2. Crime Formal:</p><p>o Aqui, o foco está na forma prevista na lei penal, ou seja, a tipificação da conduta. Um crime</p><p>formal é aquele em que a consumação se dá com a simples prática do ato previsto pela lei,</p><p>independentemente de um resultado externo concreto.</p><p>o Nesses casos, não é necessário que o agente cause um dano efetivo para que o crime esteja</p><p>consumado.</p><p>o Exemplo: na difamação (art. 139 do Código Penal), o simples ato de ofender a reputação de</p><p>alguém já configura o crime, independentemente de a vítima sofrer algum dano objetivo.</p><p>3. Crime Analítico:</p><p>o A análise do crime sob a perspectiva analítica se desdobra em uma estrutura tripartite, com três</p><p>elementos fundamentais: fato típico, antijuridicidade e culpabilidade.</p><p> Fato típico: envolve a conduta humana (ação ou omissão) que cause resultado, o nexo</p><p>causal e a tipicidade (encaixe da conduta na norma).</p><p> Antijuridicidade: significa que a conduta, além de ser típica, é contrária ao ordenamento</p><p>jurídico, ou seja, não há justificativa legal para o ato.</p><p> Culpabilidade: avalia se o agente é reprovável e pode ser punido, considerando</p><p>imputabilidade, dolo ou culpa e a potencial consciência da ilicitude.</p><p>CONTRAVENÇÃO PENAL: é uma infração penal considerada de menor gravidade do que um crime, e é punida</p><p>com uma pena mais leve. As penas para contravenções penais podem ser de prisão simples, multa, ou ambas</p><p>em conjunto.</p><p>• Crime: Viola um bem jurídico tutelado, como a honra, a vida ou a liberdade.</p><p>• Contravenção penal: Viola um bem jurídico tutelado, mas com menor potencial ofensivo.</p><p>Art. 394 do CPP e Art. 61 da Lei 9.099/95</p><p>Elementos do Crime</p><p>No contexto dos crimes, a objetividade jurídica pode se dividir em duas categorias:</p><p>1. Objetividade jurídica geral: Representa os valores fundamentais para a sociedade como um todo,</p><p>como a vida, a liberdade, o patrimônio, a dignidade, a integridade física, entre outros. Esses são bens</p><p>considerados essenciais para a convivência social e são protegidos pelo ordenamento jurídico como um</p><p>todo.</p><p>2. Objetividade jurídica específica: Relaciona-se ao bem jurídico tutelado por um tipo penal</p><p>específico. Cada tipo penal busca proteger um bem jurídico particular. Por exemplo:</p><p>o No crime de homicídio (art. 121 do Código Penal), o bem jurídico protegido é a vida.</p><p>o No crime de furto (art. 155 do Código Penal), o bem jurídico protegido é o patrimônio.</p><p>Diferente da objetividade jurídica (que trata do bem jurídico protegido pela norma), o objeto material é algo</p><p>tangível e, em muitos casos, visível, sobre o qual o crime é praticado. Nem todos os crimes possuem um objeto</p><p>material, mas ele é comum em crimes que envolvem a modificação ou afetação de algo ou alguém.</p><p>Exemplos:</p><p>• No crime de homicídio (art. 121 do Código Penal), o objeto material é o corpo da vítima, ou seja, a</p><p>pessoa que sofre a ação de ser morta.</p><p>• No crime de furto (art. 155 do Código Penal), o objeto material é o bem subtraído, como um celular, um</p><p>carro, etc.</p><p>• No crime de dano (art. 163 do Código Penal), o objeto material é o patrimônio ou a coisa destruída,</p><p>como um veículo danificado.</p><p>Nem todos os crimes têm objeto material. Por exemplo, no crime de injúria, que ofende a honra subjetiva de</p><p>alguém, não há um objeto material concreto, pois a ofensa atinge um bem imaterial (a honra).</p><p>Assim, o objeto material é fundamental para a identificação de quem ou o que foi diretamente afetado pela</p><p>conduta do agente.</p><p>Sujeito Ativo</p><p>Se temos a prática de um crime, estaremos diante de uma conduta típica, ilícita, praticada por alguém culpável,</p><p>que irá violar um determinado bem jurídico. Nesse sentido, a essa pessoa (o autor do crime) se dá o nome de</p><p>sujeito ativo da infração penal.</p><p>É importante entender esse conceito, pois em alguns casos determinados (que veremos logo a seguir), a lei</p><p>poderá restringir o rol de sujeitos ativos capazes de perpetrar uma determinada infração penal.</p><p>Autor executor: Aquele que realiza o verbo típico do crime;</p><p>Autor funcional: Aquele que tem o domínio finalista do fato criminoso;</p><p>Partícipe: Aquele que, de qualquer forma, concorre para o crime, prestando auxílio, induzindo ou instigando o</p><p>autor principal.</p><p>Note que todos os indivíduos enumerados acima serão considerados como sujeitos ativos na prática</p><p>criminosa.</p><p>Professor, pode uma Pessoa Jurídica ser penalmente responsabilizada (ou seja,</p><p>pode uma PJ ser sujeito ativo de uma infração penal)?</p><p>Sujeito Passivo</p><p>O sujeito passivo, é a pessoa (ou ente) que vem a sofrer as consequências da infração penal. Pode ser</p><p>classificado da seguinte forma:</p><p>Sujeito passivo mediato (formal): Também chamado de sujeito passivo constante, é sempre o mesmo:</p><p>O Estado. Veja que, independentemente da infração penal, o Estado sempre será o chamado sujeito passivo</p><p>mediato ou formal. Isso porque o Estado é o chamado titular do mandamento proibitivo. Nas palavras do</p><p>doutrinador Rogério Greco, “o Estado sofre todas as vezes que suas leis são desobedecidas”. Dito isso, é</p><p>importante observar que, em alguns casos específicos, o Estado também pode ser o sujeito passivo imediato</p><p>(material) de determinadas condutas! Exemplo: Peculato.</p><p>Sujeito passivo imediato (material): Também chamado de sujeito ativo eventual, será o titular do bem</p><p>jurídico que sofreu a lesão ou ameaça de lesão.</p><p>Observações:</p><p>Não é possível ser, ao mesmo tempo, sujeito ativo e passivo de sua própria conduta. O Direito Penal não</p><p>pune a autolesão, nem condutas que não excedem o âmbito do próprio autor.</p><p>Reforçando o que já foi dito acima, o Estado pode ser um sujeito passivo eventual de infrações penais.</p><p>Mortos não podem ser sujeitos passivos de infrações penais. O vilipêndio fere o sentimento familiar, o único</p><p>crime constante no CP para os mortos é a Calúnia no art. 138 § 2</p><p>Em alguns crimes, a pessoa jurídica pode figurar como sujeito passivo.</p><p>Existe delito sem vítimas determinadas, como por exemplo o tráfico de drogas, onde o sujeito passivo é a</p><p>coletividade</p><p>ELEMENTOS ESSENCIAIS:</p><p>1. Elementares:</p><p>• As elementares são componentes ou circunstâncias essenciais do tipo penal. São os elementos</p><p>mínimos que devem estar presentes para que uma conduta seja considerada um crime específico.</p><p>• São características que, se ausentes, descaracterizam o crime. Isso pode incluir aspectos como o</p><p>sujeito ativo (quem pratica o crime), o sujeito passivo (quem sofre a conduta), o objeto material, a</p><p>descrição da conduta, o resultado, entre outros.</p><p>• Exemplo: No crime de furto (art. 155 do Código Penal), algumas elementares são "subtrair coisa alheia</p><p>móvel". Se a coisa não for alheia (ou seja, se o bem pertencer ao agente), não haverá crime de furto,</p><p>pois falta uma das elementares do tipo penal.</p><p>2. Núcleo:</p><p>• O núcleo do tipo penal é o verbo que descreve a conduta principal proibida ou exigida pela norma</p><p>penal. É a ação central que o agente deve praticar (ou omitir, no caso de crimes omissivos) para que</p><p>seja considerado o autor do crime.</p><p>• Cada tipo penal tem apenas um núcleo, que é o centro da conduta criminosa. Esse verbo é o que</p><p>determina</p><p>a ação que o agente deve realizar para configurar o crime.</p><p>• Exemplo: No crime de homicídio (art. 121 do Código Penal), o núcleo é o verbo "matar". No furto (art.</p><p>155), o núcleo é o verbo "subtrair".</p><p>3. Verbos do crime:</p><p>• Os verbos do crime são justamente aqueles que compõem o núcleo do tipo penal, ou seja, são os</p><p>verbos que descrevem a conduta típica.</p><p>• Em alguns crimes, há um só verbo (núcleo), como no homicídio (matar), mas em outros crimes, pode</p><p>haver mais de um verbo para descrever diferentes ações que levam à mesma tipificação penal.</p><p>• Exemplo: No crime de roubo (art. 157 do Código Penal), os verbos são "subtrair" e "empregar</p><p>violência ou grave ameaça". Isso significa que o agente pode cometer o crime tanto subtraindo o bem</p><p>quanto usando violência ou ameaça para isso.</p><p>As circunstâncias no direito penal são fatores que cercam a prática do crime e que, embora não façam</p><p>parte essencial do tipo penal (como as elementares), podem agravar, atenuar ou modificar a pena. Elas</p><p>influenciam na gravidade ou na forma de punição do crime, sem modificar a sua tipificação. Ou seja, a</p><p>conduta continua sendo o mesmo crime, mas as circunstâncias podem alterar o julgamento da culpabilidade</p><p>ou a dosimetria da pena.</p><p>Existem diferentes tipos de circunstâncias no direito penal:</p><p>1. Circunstâncias agravantes:</p><p>• São fatores que aumentam a gravidade do crime e, portanto, podem levar à aplicação de uma pena</p><p>mais severa.</p><p>• Elas não alteram o tipo penal, mas demonstram maior reprovabilidade na conduta do agente.</p><p>• Exemplo: A reincidência (art. 61, I do Código Penal) ou a prática do crime mediante traição, emboscada</p><p>ou outro recurso que dificulte a defesa da vítima (art. 61, II, "c", CP).</p><p>2. Circunstâncias atenuantes:</p><p>• São fatores que diminuem a gravidade do crime ou demonstram que o agente é menos culpável,</p><p>levando à redução da pena.</p><p>• Exemplo: Ser o réu menor de 21 anos na época do fato (art. 65, I do Código Penal) ou ter confessado</p><p>espontaneamente a autoria do crime (art. 65, III, "d", CP).</p><p>3. Circunstâncias qualificadoras:</p><p>• São circunstâncias que modificam a tipificação do crime, tornando-o mais grave, muitas vezes</p><p>criando uma nova forma qualificada do crime, que prevê penas mais altas. Exemplo: No homicídio</p><p>simples (art. 121, caput, CP), se o crime for praticado por motivo fútil ou mediante tortura, o homicídio</p><p>passa a ser homicídio qualificado (art. 121, §2º, CP), o que acarreta uma pena mais severa.</p><p>Classificação do Crime</p><p>Habitual</p><p>•Não é crime se</p><p>ocorrer uma vez,</p><p>porém se virar</p><p>habitual vira crime,</p><p>ex.: Art. 147-A</p><p>(Perseguição) como</p><p>nas séries Bebê</p><p>Rena e You</p><p>Obs: Pai e mãe que permitem que seus filhos menores de 14 anos pratiquem atos sexuais, e caso</p><p>estes venham a sofrer abuso, podem responder pelo crime omissivo impróprio na soma dos art. 217-</p><p>A + 13 § 2</p>

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