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INCLUI:
• Quadros de ATENÇÃO
• Tabelas Comparativas
• Esquemas Didáticos
• Referências a temas 
cobrados em provas anteriores
ATUALIZADO COM:
• Lei nº14.532/2023 (injúria 
racial como racismo)
• Lei nº14.344/2022 (Lei 
Henry Borel)
• Lei nº14.188/2021 
(violência psicológica contra a 
mulher)
38º EXAME
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Alteração Legislativa Atenção Exemplo
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SUMÁRIO 
1. PRINCÍPIOS DE DIREITO PENAL 
2. APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
2.1. LEI PENAL NO TEMPO 
2.2. LEI PENAL NO ESPAÇO 
2.2.1 TEORIA DA TERRITORIALIDADE MITIGADA 
2.2.2 EXTRATERRITORIALIDADE 
2.2.3 LUGAR DO CRIME 
2.3. CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS 
3. TEORIA DO CRIME 
4. FATO TÍPICO
4.1. CONDUTA
4.2. DOLO E CULPA 
4.3. RESULTADO 
4.4. NEXO CAUSAL 
4.5. TIPICIDADE
4.6. ERRO DE TIPO 
5. ANTIJURIDICIDADE 
5.1. CONCEITO 
5.2. ESTADO DE NECESSIDADE 
5.3. LEGÍTIMA DEFESA 
5.4. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL
5.5. EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO 
5.6. DESCRIMINANTES PUTATIVAS 
5.7. TIPICIDADE CONGLOBANTE 
6. CULPABILIDADE 
6.1. IMPUTABILIDADE 
6.2. POTENCIAL CONSCIÊNCIA DE ILICITUDE 
6.3. EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA 
7. CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES 
8. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
8.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
8.2. TENTATIVA 
8.3. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA 
8.4. ARREPENDIMENTO EFICAZ 
8.5. ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
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8.6. CRIME IMPOSSÍVEL 
9. CONCURSO DE PESSOAS
10. CONCURSO DE CRIMES
10.1. CONCURSO MATERIAL 
10.2. CONCURSO FORMAL
10.3. CRIME CONTINUADO 
10.4. APLICAÇÃO DAS PENAS NO CONCURSO DE CRIMES
11. SANÇÕES PENAIS
11.1. MEDIDA DE SEGURANÇA
11.2. PENA
11.2.1 PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 
11.2.2 PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO
11.2.3 MULTA 
12. APLICAÇÃO DA PENA 
12.1. PRIMEIRA FASE 
12.2. SEGUNDA FASE 
12.2.1 AGRAVANTES E ATENUANTES 
12.2.2 REINCIDÊNCIA
12.3. TERCEIRA FASE 
13. SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA (“SURSIS”)
14. LIVRAMENTO CONDICIONAL 
15. EFEITOS DA CONDENAÇÃO 
16. REABILITAÇÃO 
17. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
17.1. MORTE DO AGENTE 
17.2. ANISTIA, GRAÇA E INDULTO 
17.3. “ABOLITIO CRIMINIS”
17.4. DECADÊNCIA 
17.5. PEREMPÇÃO
17.6. RENÚNCIA
17.7. PERDÃO ACEITO 
17.8. RETRATAÇÃO 
17.9. PERDÃO JUDICIAL 
17.10. PRESCRIÇÃO 
18. CRIMES CONTRA A PESSOA
18.1. CRIMES CONTRA A VIDA 
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18.1.1 HOMICÍDIO 
18.1.2 INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO 
18.1.3 INFANTICÍDIO 
18.1.4 ABORTO 
18.2. LESÕES CORPORAIS 
18.3. PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE 
18.3.1 PERIGO DE CONTÁGIO VENÉREO
18.3.2 PERIGO DE CONTÁGIO DE MOLÉSTIA GRAVE
18.3.3 PERIGO PARA A VIDA OU SAÚDE DE OUTREM
18.3.4 ABANDONO DE INCAPAZ 
18.3.5 EXPOSIÇÃO OU ABANDONO DE RECÉM-NASCIDO
18.3.6 OMISSÃO DE SOCORRO
18.3.7 CONDICIONAMENTO DE ATENDIMENTO MÉDICO-HOSPITALAR EMERGENCIAL
18.3.8 MAUS-TRATOS
18.4. RIXA 
18.5. CRIMES CONTRA A HONRA 
18.5.1 CONCEITO DE HONRA
18.5.2 CALÚNIA 
18.5.3 DIFAMAÇÃO 
18.5.4 INJÚRIA 
18.5.5 RETRATAÇÃO 
18.5.6 AÇÃO PENAL 
18.6. CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL 
18.6.1 CONSTRANGIMENTO ILEGAL 
18.6.2 AMEAÇA
18.6.3 PERSEGUIÇÃO (STALKING) 
18.6.4 VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONTRA A MULHER
18.6.5 SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO
18.6.6 REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA A DE ESCRAVO 
18.6.7 TRÁFICO DE PESSOAS
19. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 
19.1. FURTO 
19.2. FURTO DE COISA COMUM 
19.3. ROUBO 
19.4. EXTORSÃO 
19.5. EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO
19.6. EXTORSÃO INDIRETA 
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19.7. DANO 
19.8. INTRODUÇÃO OU ABANDONO DE ANIMAIS EM PROPRIEDADE ALHEIA (art. 164 do CP)
19.9. APROPRIAÇÃO INDÉBITA 
19.10. APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA 
19.11. APROPRIAÇÃO DE COISA HAVIDA POR ERRO, CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR 
19.12. APROPRIAÇÃO DE TESOURO
19.13. APROPRIAÇÃO DE COISA ACHADA
19.14. ESTELIONATO 
19.15. ABUSO DE INCAPAZ
19.16. FRAUDE NO COMÉRCIO 
19.17. OUTRAS FRAUDES
19.18. FRAUDE À EXECUÇÃO
19.19. RECEPTAÇÃO 
19.20. RECEPTAÇÃO DE ANIMAIS
19.21. IMUNIDADES
20. CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL 
20.1. VIOLAÇÃO DE DIREITO INTELECTUAL 
21. CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 
21.1. ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE TRABALHO 
21.2. ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE CONTRATO DE TRABALHO OU BOICOTAGEM VIOLENTA
21.3. ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO
21.4. PARALISAÇÃO DE TRABALHO SEGUIDA DE VIOLÊNCIA OU PERTURBAÇÃO DA ORDEM
21.5. INVASÃO DE ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL, COMERCIAL OU AGRÍCOLA. SABOTAGEM
21.6. FRUSTRAÇÃO DE DIREITO ASSEGURADO POR LEI TRABALHISTA
21.7. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM INFRAÇÃO DE DECISÃO ADMINISTRATIVA
22. CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
22.1. CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
22.1.1 ESTUPRO 
22.1.2 VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE
22.1.3 IMPORTUNAÇÃO SEXUAL
22.1.4 ASSÉDIO SEXUAL 
22.2. CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL
22.2.1 ESTUPRO DE VULNERÁVEL 
22.2.2 CORRUPÇÃO DE MENORES 
22.2.3 SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE
22.2.4 FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO 
SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL
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22.2.5 DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO OU DE CENA DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL, 
DE CENA DE SEXO OU DE PORNOGRAFIA
22.3. LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA 
DE EXPLORAÇÃO SEXUAL
22.3.1 MEDIAÇÃO PARA SATISFAZER A LASCÍVIA DE OUTREM 
22.3.2 FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL
22.3.3 CASA DE PROSTITUIÇÃO
22.3.4 RUFIANISMO 
22.4. PROMOÇÃO DE MIGRAÇÃO ILEGAL (art. 232-A do CP)
23. CRIMES CONTRA A FAMÍLIA 
23.1. CRIMES CONTRA O CASAMENTO
23.1.1 BIGAMIA
23.1.2 INDUZIMENTO A ERRO ESSENCIAL E OCULTAÇÃO DE IMPEDIMENTO
23.2. CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR
23.2.1 ABANDONO MATERIAL
23.2.2 ABANDONO INTELECTUAL 
24. CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA 
24.1. INCITAÇÃO AO CRIME 
24.2. APOLOGIA DE CRIME OU CRIMINOSO 
24.3. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA 
25. CRIMES CONTRA A FÉ-PÚBLICA 
25.1. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO 
25.2. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR 
25.3. FALSIDADE IDEOLÓGICA 
25.4. USO DE DOCUMENTO FALSO 
26. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
26.1. CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
26.1.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS
26.1.2 PECULATO 
26.1.3 PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM 
26.1.4 PECULATO ELETRÔNICO 
26.1.5 CONCUSSÃO
26.1.6 CORRUPÇÃO PASSIVA 
26.1.7 PREVARICAÇÃO 
26.1.8 ADVOCACIA ADMIISTRATIVA 
26.2. CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃOA EM GERAL
26.2.1 RESISTÊNCIA
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26.2.2 DESOBEDIÊNCIA 
26.2.3 DESACATO
26.2.4 TRÁFICO DE INFLUÊNCIA
26.2.5 CORRUPÇÃO ATIVA
26.2.6 DESCAMINHO
26.2.7 CONTRABANDO 
27. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
27.1. DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA
27.2. COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME OU DE CONTRAVENÇÃO
27.3. FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA
27.4. EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES
27.5. FAVORECIMENTO PESSOAL
27.6. FAVORECIMENTO REAL 
27.7. PATROCÍNIO INFIEL
27.8. PATROCÍNIO SIMULTÂNEO OU TERGIVERSAÇÃO
28. LEGISLAÇÃO ESPECIAL 
28.1. LEI DE DROGAS
28.2. LAVAGEM DE CAPITAIS
28.3. CRIMES HEDIONDOS 
28.4. TORTURA
28.5. CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO 
28.6. ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS 
28.7. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA 
28.8. LEI MARIA DA PENHA 
28.9. ECA 
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PARTE GERAL 
1. PRINCIPAIS PRINCÍPIOS DE DIREITO PENAL PARA A PROVA DA OAB 
Abaixo listamos os princípios de direito penal que são mais importantes para a prova da OAB/FGV: 
• Princípio da Intervenção Mínima
Em virtude das consequências gravosas advindas da punição penal, incluindo a possibilidade 
de restrição da liberdade do infrator, o princípio da intervenção mínima preceitua que a legislação 
penal deve se restringir a fatos graves relativos a bens jurídicos importantes, que não possam ser 
protegidos pelos outros ramos do Direito. 
Derivam do princípio da Intervenção mínima os princípios da subsidiariedade e da 
fragmentariedade: 
PRINCÍPIO DE SUBSIDIARIEDADE PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE 
O Direito Penal é utilizado apenas em caráter 
subsidiário (ultima ratio), ou seja, apenas quando os 
demais ramos do Direito não conseguirem resolver 
a contento o conflito gerado.
A intervenção do Direito Penal, além de 
subsidiária, deve ser restrita à lesão ou 
o perigo de lesão mais graves aos bens 
jurídicos selecionados.
• Princípio da Legalidade
Art. 1º do CP - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal.
Art. 5º; XXXIX, da CF/88 – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem 
prévia cominação legal;
O princípio da legalidade, ou reserva legal, encontra assento no art. 5º, XXXIX, da CF/88, e no 
art. 1º do CP, prescrevendo que, para alguém ser condenado, o crime cometido deve ter previsão 
e cominação de pena fixadas expressamente em lei escrita, anterior à prática da infração. 
Como decorrência do princípio da legalidade, tem-se também o princípio da anterioridade, segundo 
o qual a lei incriminadora deve ter sido elaborada e estar em vigência antes da prática criminosa. 
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Em razão do princípio da anterioridade, veda-se ainda que a lei penal retroaja para prejudicar 
o réu, permitindo-se apenas a retroatividade para beneficiá-lo (princípio da irretroatividade da 
lei penal). Importante destacar ainda que o princípio da irretroatividade não se aplica na esfera 
processual penal, onde vigora o princípio da imediatidade da lei processual. 
Destacamos abaixo as principais consequências do princípio da legalidade na esfera penal: 
• Crime não pode ser fixado por medida provisória, exigindo-se lei em sentido estrito, 
conforme art. 62, §1°, I, “b”, da CF/88 TEMA COBRADO NO XIV EXAME DA OAB/FGV. 
• Veda-se a utilização dos costumes como fonte de criminalização (deve haver lei 
escrita prevendo o crime e a cominação da pena). 
• A tipificação e a pena do crime devem incidir sobre uma conduta determinada, sendo 
vedada a definição de tipos abertos, indeterminados. 
• A analogia pode ser utilizada apenas para favorecer o réu, e não para prejudicá-lo. 
Normas penais em branco: Existem algumas normas que, apesar de possuírem a cominação 
de pena, têm o preceito primário indeterminado, dependendo de complementação de outra 
norma, ou ato administrativo. Essas normas são chamadas de “normas penais em branco” e sua 
eficácia depende da complementação do outro ato normativo, sob pena de ofender o princípio da 
legalidade. As normas penais em brancos são classificadas em homogêneas, quando a norma 
complementar tem a mesma hierárquica da norma complementada, e heterogêneas, quando as 
normas possuem hierarquia distinta (complemento ocorre por portaria, resolução, decreto, etc).
A título de exemplo, a maioria dos crimes previstos na Lei de Drogas depende de complementação 
em relação ao conceito de droga, devendo-se utilizar o regramento dado pelas portarias da 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Sendo assim, pode-se afirmar que, como regra geral, os 
crimes da Lei de Drogas são normas penais em branco heterogêneas, já que a complementação 
ocorre por normas de hierarquia distinta TEMA COBRADO NO XI EXAME DA OAB/FGV.
• Princípio da Responsabilidade Pessoal do Agente 
Art. 5º; […]
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar 
o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
Em razão do princípio da responsabilidade pessoal do agente, ou intranscendência, não se 
permite a extensão da pena a terceiro que não estava envolvido na prática delituosa. 
Desse modo, com a morte do sujeito ativo do crime, extingue-se a punibilidade, permitindo-se 
apenas eventual responsabilização dos herdeiros na esfera civil, relativamente à reparação dos 
danos sofridos pela vítima. 
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• Princípio da Insignificância ou Bagatela 
Pelo princípio da insignificância, em que pese a conduta do agente se enquadre no tipo penal, 
o fato será materialmente atípico por não afetar o bem jurídico tutelado de modo relevante para 
justificar a intervenção do Direito Penal TEMA COBRADO NO V EXAME DA OAB/FGV.
O Supremo Tribunal Federal se baseia em 4 (quatro) critérios para aplicar o princípio da 
insignificância, a saber: a) mínima ofensividade da conduta do agente; b) nenhuma periculosidade 
social da ação; c) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; d) inexpressividade da 
lesão jurídica provocada TEMA COBRADO NO VIII EXAME DA OAB/FGV
• Princípio da Culpabilidade
Para que o sujeito ativo da infração penal seja responsabilizado, deve ter agido com dolo ou 
culpa. Desse modo, se determinada pessoa tiver cometido uma infração penal, mas restar provado 
que ela não tinha consciência de seus atos, não poderá ser penalizada. 
Não se permite, portanto, a responsabilidade objetiva no Direito Penal, além do que a aplicação 
da pena exige que o comportamento do agente seja reprovável, ou seja, não haverá aplicação da 
pena se houver a presença de uma das excludentes de culpabilidade (inimputabilidade, potencial 
consciência de ilicitude e exigibilidade de conduta diversa). 
• Princípio da Adequação Social 
O princípio da adequação social determinada a necessidade de atualização da norma penal 
incriminadora em relação à reprovação do comportamento pela sociedade, de modo que apenas 
aquelas condutas socialmente reprovadas devem ser consideradas fatos típicos. 
O Princípio da adequação social, de acordo com a jurisprudência majoritária, não incide em 
relação aos crimes de exploração da prostituição e venda de CDS e DVDs piratas. 
• Princípio da Humanidade da Pena 
Art. 5º da CF/88
(...)
XLVII – não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do 
art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis;
XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza 
do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com 
seus filhos durante o período de amamentação; […].
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O princípio da humanidade da pena, também conhecido como princípio da limitação das penas, 
determina a necessidade de tratamento digno do preso, com a proteção de sua integridade física e 
moral (art. 5º, XLIX), proibindo-se ainda a aplicação de penas indignas, conforme previsto inclusive 
no art. 5º, XLVII da CF/88, que expressamente veda a pena de morte (salvo em guerra declarada), 
de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento e as penas cruéis.
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2. APLICAÇÃODA LEI PENAL
2.1. LEI PENAL NO TEMPO 
De acordo com o art. 4º do CP, “considera-se praticado o crime no momento da ação ou 
omissão, ainda que outro seja o momento do resultado”. O Código Penal adotou, portanto, a teoria 
da atividade, devendo-se aplicar ao crime a lei da época em que ocorreu o fato, e não o resultado. 
Além disso, deve-se recordar que a lei penal não pode retroagir, salvo em casos excepcionais, 
para beneficiar o réu. 
Com base na teoria da atividade e no princípio da irretroatividade da lei penal, deve-se 
considerar, portanto, como regra geral, que a lei penal a ser aplicada é aquela referente ao 
momento da prática do crime TEMA COBRADO NOS EXAMES X E XXVII DA OAB/FGV.
Ocorre, entretanto, que há algumas situações que excepcionam a regra geral, a saber: 
• Abolitio criminis (art. 2º do CP): uma nova lei torna atípica uma conduta até 
então considerada proibida. Nesse caso, a lei deve retroagir para beneficiar o réu, 
extinguindo-se sua punibilidade (art. 107, inciso III, do CP) TEMA COBRADO NO XI 
EXAME DA OAB/FGV. 
• Novatio legis in mellius: a lei posterior beneficia de alguma forma a situação do 
agente, como no caso do crime de posse de substâncias entorpecentes para consumo 
pessoal, que deixou de ter pena privativa de liberdade e de multa, passando a ter 
somente penas restritivas de direito (art. 28 da Lei n. 11.343/2006). Nesse caso, a 
alteração legislativa deve retroagir para beneficiar o réu. 
Há duas situações em que a lei mais favorável ao réu não retroagirá, ou seja, a lei anterior 
produzirá efeitos ultrativos, ainda que prejudicial ao réu. São os casos da lei excepcional (criada 
em situação de emergência) e da lei temporária (criada para vigorar por determinado tempo, 
como a Lei nº 12.663 de 2012, conhecida como a Lei Geral da Copa). Nesses casos, ainda que 
cessado o tempo de vigência da lei temporária ou excepcional, elas continuarão produzindo 
efeitos, mesmo que prejudiciais ao réu (ultratividade), conforme art. 3º do CP. TEMA 
COBRADO NOS EXAME XIX E XXXV DA OAB/FGV. 
• Crimes continuados e permanentes: a lei penal mais grave aplica-se ao crime 
continuado ou ao crime permanente, se sua vigência é anterior à cessação da 
continuidade ou da permanência, conforme súmula n. 711 do STF TEMA COBRADO 
NO XII EXAME DA OAB/FGV.
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Crime permanente é aquele cuja consumação se prolonga no tempo em função da vontade 
do agente, como no caso do crime de sequestro. Assim, se determinada pessoa sequestra sua 
vítima e a mantém em cativeiro por 6 meses e uma nova lei mais severa entra em vigor nesse 
período, deverá ser aplicada a lei mais grave. TEMA COBRADO NOS EXAMES XII E XIX 
DA OAB/FGV.
É importante lembrar ainda que, diferentemente do que ocorre no direito material penal, 
em que a lei retroage para beneficiar o réu, na esfera processual, como regra, a lei é aplicada 
imediatamente, ainda que seja desfavorável ao réu. 
DIREITO PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL 
A norma penal retroage se for mais benéfica 
ao réu, ou seja, a norma poderá ser aplicada às 
infrações cometidas antes de sua vigência.
A norma processual penal possui aplicação 
imediata, independentemente se gravosa ou 
não ao réu. Poderá retrogir apenas no caso de 
se tratar de norma penal mista. 
2.2. LEI PENAL NO ESPAÇO 
2.2.1. TEORIA DA TERRITORIALIIDADE MITIGADA 
Como regra geral, deve-se aplicar a lei brasileira aos crimes cometidos no território nacional. 
Mas o que é território nacional? 
Considera-se território nacional a massa de terra e de ar do país, o mar territorial e, por 
extensão, as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo 
brasileiro onde quer que se encontrem TEMA COBRADO NO XXI EXAME DA OAB/FGV, as 
aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, 
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar (§ 1º do art. 5º do CP), bem 
como as aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em 
pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar 
territorial do Brasil, conforme § 2º do art. 5º do CP. 
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EMBARCAÇÕES 
E AERONAVES 
ESTRANGEIRAS 
PRIVADAS NO 
TERRITÓRIO 
NACIONAL 
EMBARCAÇÕES 
E AERONAVES 
BRASILEIRAS 
NO TERRITÓRIO 
NACIONAL 
EMBARCAÇÕES 
PÚBLICAS OU 
A SERVIÇO DO 
BRASIL ONDE 
QUER QUE 
ESTEJAM
TERRITÓRIO 
NACIONAL 
Desse modo, a título de exemplo, se um tripulante de uma embarcação russa atracada no 
Brasil é assassinado por outro tripulante, será aplicada a legislação brasileira para punir o crime 
de homicídio. TEMA COBRADO NO VII EXAME DA OAB/FGV.
Embarcações e aeronaves brasileiras de 
natureza pública ou a serviço do Brasil onde quer 
que estejam
Aplica-se a lei brasileira. 
Aeronaves e embarcações privadas, brasileiras 
ou estrangeiras, no território brasileiro (espaço 
aéreo e mar territorial) 
Aplica-se a lei brasileira. 
Embarcações e aeronaves estrangeiras de 
natureza pública ou a serviço do país estrangeiro 
no território brasileiro 
Não se aplica a lei brasileira.
Aeronaves e embarcações privadas brasileiras 
fora do território brasileiro 
Não se aplica a lei brasileira, salvo no 
caso de extraterritorialidade condicionada 
(estudada logo baixo).
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Tratando-se de crime praticado em alto-mar, deve-se aplicar a legislação do país de matrícula 
da embarcação (princípio do pavilhão ou da bandeira). Desse modo, se, por exemplo, um 
tripulante argentino mata um tripulante alemão em uma embarcação brasileira que está em 
alto-mar, aplica-se a lei brasileira. 
O Código Penal, entretanto, excepciona a regra geral, dispondo que é possível a aplicação 
de norma estrangeira ao crime praticado no território nacional, quando houver previsão em 
convenções, tratados e regras de direito internacional (art. 5º do CP). 
Assim, ao excepcionar a regra geral, permitindo-se a aplicação da lei estrangeira no caso 
de convenções, tratados e regras de direito internacional, o código penal adotou a teoria de 
territorialidade mitigada. 
Diplomata estrangeiro que comete crime no Brasil. A Convenção de Viena sobre Relações 
Diplomáticas determina que o diplomata vai responder de acordo com a lei de seu país de 
origem, ou seja, o diplomata não vai ser punido pela lei brasileira. 
Para se determinar qual lei será aplicada, é imprescindível ainda verificar qual o lugar do crime. 
O Código penal adotou a teoria da ubiquidade, considerando-se o crime praticado no lugar 
em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria 
produzir-se o resultado.
Assim, nos casos de crimes à distância ou de espaço máximo, considerados aqueles em que a 
conduta e o resultado ocorrem em países diversos, o código penal determina que deve ser aplicada 
a legislação brasileira. 
2.2.2. EXTRATERRITORIALIDADE 
Em que pese a legislação penal seja aplicada, como regra geral, apenas no território nacional, 
o próprio código penal prevê situações em que a lei penal brasileira deve ser aplicada a crimes 
cometidos no estrangeiro, fenômeno conhecido como extraterritorialidade. 
Existem duas espécies de extraterritorialidade, a saber: 
• Extraterritorialidade incondicionada (art. 7, I, do CP): o agente é punido pela lei brasileira 
mesmo que tenha sido absolvido ou condenado no estrangeiro, nos seguintes crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República TEMA COBRADO 
NO XI EXAME DA OAB/FGV; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, 
de Território, de Município, de empresapública, sociedade de economia mista, 
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público TEMA COBRADO NO 
XXV EXAME DA OAB/FGV; 
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c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço TEMA 
COBRADO NO V EXAME DA OAB/FGV; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
• Extraterritorialidade condicionada (art. 7, II, do CP): o agente será punido pela legislação 
brasileira nos crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados 
E desde que preenchidos os requisitos § 2º do art. 7º CP: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena
 TEMA COBRADO NO XXXII EXAME DA OAB/FGV; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar 
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
Destaca-se ainda que o § 3º do art. 7º permite a aplicação da lei penal brasileira ao crime 
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições do § 2º do 
art. 7º CP, acima destacadas, e desde que: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve 
requisição do Ministro da Justiça. Por se tratar de situação em que se exige mais requisitos 
para a aplicação da lei brasileira, a hipótese do § 3º do art. 7º do CP é conhecida também como 
extraterritorialidade hipercondicionada. 
Digno de nota também que o instituto do ne bis in idem veda que uma pessoa seja punida 
mais de uma vez pelo mesmo fato. Sendo assim, para evitar o bis in idem, o art. 8º do CP dispõe 
que a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando 
diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
A sentença penal estrangeira para produzir efeitos no Brasil deve ser homologada pelo STJ 
(art. 105, I, i, da CF/88).
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2.2.3. LUGAR DO CRIME 
Para se determinar qual lei será aplicada, é imprescindível ainda verificar qual o lugar do crime. 
O Código penal adotou a teoria da ubiquidade, considerando-se o crime praticado no lugar 
em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria 
produzir-se o resultado (art. 8º do CP).
Assim, nos casos de crimes à distância ou de espaço máximo, considerados aqueles em que a 
conduta e o resultado ocorrem em países diversos, o código penal determina que deve ser aplicada 
a legislação brasileira.
2.3. CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS 
Ocorre conflito aparente de normas quando é possível a aplicação de duas ou mais normas a 
um mesmo fato. Nesses casos, o conflito é meramente aparente, já que ele pode ser resolvido por 
meio da aplicação dos seguintes princípios: 
• Princípio da especialidade: a norma especial deve prevalecer sobre a norma geral. 
Considera-se norma especial aquela que, além de englobar os elementos da norma 
geral, possui elementos específicos, considerados “especializantes”. 
Mãe que, sob a influência do estado puerperal, mata seu próprio filho. A mãe deve responder 
por infanticídio, uma vez que este crime é mais específico que o homicídio. 
• Princípio da Subsidiariedade (soldado de reserva): a incidência do tipo penal mais 
grave afasta a aplicação do tipo penal menos grave. A subsidiariedade pode ser expressa, 
como no caso do art. 132 do CP, que dispõe que a pena no crime de perigo para a vida ou 
saúde de outrem é de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave, ou 
tácita, como no caso do crime de furto que é subsidiário ao crime de roubo. 
• Princípio da Consunção (ou absorção): haverá a absorção do crime meio pela prática 
do crime fim. A título de exemplo, para matar alguém é necessário antes lesionar a 
pessoa. Assim, se o criminoso desfere uma série de facadas na vítima para matá-la, 
o crime de lesão corporal será absorvido pelo crime de homicídio doloso. TEMA 
COBRADO NO XXIX EXAME DA OAB/FGV; 
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3. TEORIA DO CRIME
Inicialmente, é importante destacar que se considera infração penal o gênero, do qual crime e 
contravenção penal são espécies. 
Não há uma diferença ontológica entre crime e contravenção penal, sendo ambas abarcadas 
pela teoria geral do crime. 
O que se deve recordar, entretanto, é que há consequências diferentes no âmbito penal e processual 
penal para quem comete cada uma dessas espécies de infração penal, conforme abaixo sistematizado.
CRIME CONTRAVENÇÃO PENAL 
Pode ser punido com reclusão ou detenção Punida apenas com prisão simples
Tentativa pode ser punida Não se pune a tentativa
Pena máxima de 40 anos Pena máxima de 5 anos 
Ação penal pública ou privada, dependendo do crime Apenas ação penal pública incondicionada
 Existem basicamente 3 (três concepções) sobre o conceito de crime: 
• Conceito formal: considera-se crime violação à lei penal incriminadora.
• Conceito material: crime representa a conduta que lesa ou expõe a perigo bem 
protegido pela lei penal.
• Conceito analítico: compreende a existência de elementos ou substratos para a 
caracterização do crime, existindo duas teorias principais: 
• Teoria finalista tripartida: crime é fato típico, ilícito e culpável.
• Teoria finalista bipartida: crime é fato típico e ilícito, sendo a culpabilidade 
pressuposto para a aplicação da pena. 
Assim, com base na teoria finalista tripartida, que consideramos a teoria mais adequada para 
o conceito de crime, existem três elementos principias para a caracterização do delito: fato típico, 
ilicitude e culpabilidade, conforme estudaremos nos próximos capítulos.
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4. FATO TÍPICO 
O fato típico é composto por conduta, dolo ou culpa, resultado, relação de causalidade (nexo causal) 
e tipicidade. 
DOLO E CULPA
NEXO CAUSAL TIPICIDADERESULTADOCONDUTA
FATO TÍPICO
4.1. CONDUTA 
Entende-se por conduta todo ato humano voluntário, omissivo ou comissivo, que produziu 
resultado penalmente relevante. Assim, se a conduta não tiver sido praticada em decorrência da 
vontade do agente, não haverá crime, como nas hipóteses de caso fortuito e força maior, atos 
reflexos, sonambulismo e coação física irresistível. 
A coação física irresistível exclui o fato típico, enquanto que a coação moral irresistível exclui a 
culpabilidade TEMA COBRADO NO XVII EXAME DA OAB/FGV. 
A conduta pode ser omissiva ou comissiva: 
• Conduta comissiva: o crime é praticado em razão de um agir, um fazer, do agente. 
• Conduta omissiva: o crime é praticado porque o agente deixou de praticar uma 
conduta, conforme a lei penal exigia, sendo divido em crime omissivo próprio e crime 
omissivo impróprio. 
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CRIMES OMISSIVOS PRÓPRIOS CRIMES OMISSIVOS IMPRÓPRIOS (OU COMISSIVOS POR OMISSÃO)
São os crimes previstos na parte especial do 
código penal em que a omissão é mencionada 
de forma expressa, deixando o agente de 
observar o comando legal. São crimes 
considerados de mera conduta, porque são 
consumados independentemente do resultado 
naturalístico e não admitem tentativa. 
Exemplo: omissão de socorro prevista no 
art.135 do CP, em que o próprio tipo prevê 
a omissão: “Deixar de prestar assistência, 
quando possível fazê-lo sem risco pessoal, (...)”. 
A omissão não é mencionada expressamente, 
tratando-se de previsão genérica do art. 13, 
§ 2º, do CP, em que o agente, apesar de ter 
um dever jurídico de agir, deixa de fazê-lo, 
provocando resultado penalmente relevante. 
O dever de agir incumbe a quem: 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, 
proteção ou vigilância (exemplo: salva vidas 
que propositalmente deixa de resgatar 
criança que está sendo afogada, vindo a óbito); 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade 
de impedir o resultado (Exemplo: babá contratada 
que deixa propositalmente de alimentar a 
criança, que acaba morrendo por inanição). 
c) com seu comportamento anterior, criou 
o risco da ocorrência do resultado (Exemplo: 
campeão de natação, que joga seu amigo na piscina 
e, propositalmente, não o salva do afogamento).
Em todos os casos o agente responderá 
como se tivesse praticado o crime de forma 
comissiva (como se tivesse praticado a 
ação), podendo responder de forma culposa 
ou dolosa. Nos exemplos acima, o agente 
responderia em todos os casos por homicídio 
doloso. Além disso, o crime omissivo impróprio 
admite tentativa. TEMA COBRADO NOS 
EXAMES XIV, XXI, XXVIII E XXXVII DA OAB/FGV.
4.2. DOLO E CULPA 
• CRIME DOLOSO 
Art. 18 do CP - Diz-se o crime: 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
Considera-se crime doloso aquele que foi praticado com a intenção livre e consciente do 
agente, ou seja, o sujeito age com intenção de praticar fato penalmente tipificado. 
Existem as seguintes espécies de dolo: 
• Dolo direto: o agente busca a realização da conduta típica, sendo o resultado do 
crime fruto direto da sua vontade
Sujeito pretende acabar com a vida de seu inimigo e, para tanto, disfere 5 golpes de faca contra 
a vítima, que acaba morrendo. 
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• Dolo Indireto: o agente deliberadamente assume o risco de praticar um crime, 
sendo dividido em alternativo, onde existem dois resultados possíveis e o agente é 
indiferente em relação a qual resultado será, e eventual, no qual o agente assume o 
risco de produzir um resultado diverso do que estava previsto originariamente.
• Age com dolo alternativo o sujeito que lança uma granada contra a vítima, para lesioná-la 
ou matá-la. 
• Atua com dolo eventual o sujeito que dispara contra a multidão para afastá-la, mas sabendo 
que sua conduta pode ferir ou matar alguém. 
• Dolo Genérico: o agente pretende praticar o crime sem nenhuma finalidade específica.
• Dolo Específico: o agente age com uma intenção adicional que integra o próprio 
conceito do fato típico, como no caso do crime de extorsão (art. 158 do CP), que, para 
ser configurado, exige o constrangimento, mediante violência ou grave ameaça, e a 
intenção específica de obter vantagem econômica. 
• CRIME CULPOSO 
Art. 18 do CP - Diz-se o crime: 
(...)
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência 
ou imperícia.
O crime culposo deriva de conduta voluntária que gera um delito não querido pelo agente, mas 
que era previsto (culpa consciente) ou ao menos previsível (culpa inconsciente), e poderia ter sido 
evitado se o agente tivesse agido com cautela.
A caracterização do crime culposo depende dos seguintes elementos: 
• Conduta voluntária;
• Inobservância do dever de cuidado: imprudência, negligência e imperícia;
• Resultado involuntário: o agente não tem intenção de praticar o crime, já que, se 
tivesse, o crime seria doloso. 
• Nexo causal;
• Tipicidade: ninguém pode ser punido por crime culposo se não houver previsão legal. 
• Previsibilidade objetiva: é a possibilidade de qualquer pessoa prever o resultado 
(exemplo: qualquer pessoa sabe que dirigir veículo em alta velocidade é um risco 
acentuado que pode gerar um acidente). 
Sobre a inobservância do dever de cuidado, analisemos cada uma de suas modalidades: 
• Imprudência: representa um comportamento positivo, consistente em agir com 
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descuido, como no caso do sujeito que dispara arma de fogo para comemorar o gol do 
seu time de futebol e acaba atingindo um transeunte. 
• Negligência: representa um comportamento negativo, consistente em deixar de 
tomar uma determina precaução que era necessária, como no caso do sujeito que 
deixa de realizar a troca dos pneus e a reparação dos freios do carro e, por conta 
disso, acaba atropelando um pedestre. 
• Imperícia: é a falta de técnica ou prática do agente, que no exercício de ofício, 
atividade ou profissão, em razão da sua incompetência, causa um resultado previsto 
como crime, como na hipótese de um cirurgião que, sem o devido conhecimento 
técnico, tenta realizar uma cirurgia complexa e, em razão de sua falta de habilidade, 
deixa o paciente morrer. 
Digno de nota ainda que o Crime culposo é divido nas seguintes espécies:
• Culpa consciente: o agente prevê o resultado, mas espera que ele não ocorra, porque 
acredita que pode evitá-lo com a sua habilidade TEMA COBRADO NO XII EXAME DA 
OAB/FGV. 
Atirador de facas que, apesar de acreditar que acertará a maçã colocada na cabeça da sua 
assistente, acaba errando e acertando sua assistente. 
• Culpa inconsciente: o agente não prevê o resultado, mas este era previsível. 
Sujeito que dispara arma de fogo para o alto, a fim de comemorar o gol do seu time, e acaba 
atingindo uma pessoa que passava próximo ao local. 
• Culpa própria: é aquela em que o agente não quer causar o resultado, nem assume 
o risco, mas o causa por imprudência, negligência ou imperícia. Pode ser consciente 
ou inconsciente.
• Culpa imprópria: o agente, por um erro culposo (evitável), supõe equivocadamente 
estar agindo numa situação excludente de ilicitude e, em razão dessa falsa percepção, 
comete o crime de forma dolosa, mas, por política criminal, responderá como se 
tivesse praticado o crime culposamente. 
Salienta-se ainda que, apesar de parecidos, culpa consciente não se confunde com dolo eventual. 
CULPA CONSCIENTE DOLO EVENTUAL 
O agente prevê o resultado, mas acredita 
que pode evitá-lo. 
O agente não deseja diretamente o resultado, 
mas assume o risco de produzi-lo e, se este 
vier a acontecer, não se importa (“tanto faz”).
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• CRIME PRETERDOLOSO 
Art. 19 do CP - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente 
que o houver causado ao menos culposamente.
O crime preterdoloso (além do dolo), também chamado de crime híbrido, é considerado aquele 
que foi praticado com dolo, mas posteriormente houve uma conduta culposa do agente que 
agravou o resultado (resultado agravador culposo).
Sujeito que tinha intenção de praticar um roubo, mas, por manuseio indevido da arma, acaba 
matando a vítima. 
Importante destacar que não se admite tentativa nos crimes preterdolosos, já que o resultado 
lesivo gravoso fora cometido de forma culposa. 
4.3. RESULTADO 
O Resultado pode ser classificado em jurídico e naturalístico. 
O resultado jurídico significa a própria ofensa à norma penal, ou seja, toda infração penal 
acarreta um resultado jurídico.
Já o resultado naturalístico representa a alteração do mundo exterior em razão da conduta 
humana, sendo o próprio resultado previsto no tipo penal. 
Com base no resultado naturalístico, é possível a existência de 3 (três) tipos de crime: 
• Crime material: é aquele em que a sua consumação depende da ocorrência do resultado 
naturalístico (exemplo: o homicídio somente será consumado se a vítima falecer). 
• Crime formal: não exige a produção do resultadopara a consumação do crime, ou seja, 
a consumação do crime ocorre apenas com a conduta do agente, independentemente 
do resultado atingido. 
O crime de ameaça (art. 147 do CP) exige apenas a conduta de quem ameaça, não prevendo qualquer 
resultado, ou seja, o crime será consumado mesmo que a vítima não tenha se sentido ameaçada.
• Crime de mera conduta: no crime de mera conduta, além de não se exigir o resultado 
naturalístico, a possibilidade de sua ocorrência é de difícil visualização, como no caso 
do crime de porte ilegal de arma, em que a mera conduta de portar a arma já gera um 
perigo em abstrato, sendo difícil visualizar a existência de um resultado naturalístico. 
4.4. NEXO CAUSAL 
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O nexo causal representa a ligação de causa e efeito entre a conduta e o resultado. 
O código penal adotou, como regra geral, a teoria da equivalência dos antecedentes causais 
(ou conditio sine qua non), segundo a qual se considera causa tudo aquilo que teria contribuído 
com a realização do resultado. 
Art. 13, caput, do CP - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é 
impuável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o 
resultado não teria ocorrido. 
A teoria da conditio sine qua non é inspirada no procedimento hipotético de eliminação de 
Thyrén, segundo o qual um fenômeno é considerado causa quando, eliminando-o mentalmente, 
não teria ocorrido o segundo resultado.
A principal crítica a essa teoria é a possibilidade do regressus ad infinitum, isto é, um número 
infinito de causas sem as quais o resultado não teria ocorrido. A título de exemplo, o fabricante de 
uma arma utilizada em um homicídio poderia responder pelo referido crime, já que, se ele não a 
tivesse fabricado, provavelmente a vítima não teria sido morta. 
Entretanto, para se evitar o regressus ad infinitum, a teoria da conditio sine qua non é analisada 
em conjunto com dolo e a culpa (causalidade psíquica), ou seja, aquele cuja conduta contribui para 
a produção do resultado somente será penalizado se tiver agido com dolo ou culpa. 
Além do dolo e da culpa (causalidade psíquica), a caracterização do nexo causal deve passar 
ainda por mais um filtro, representado pela teoria da imputação objetiva, muito importante para a 
prova da OAB/FGV. 
TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA: De acordo com a teoria da imputação objetiva o agente 
apenas será responsabilizado pela prática de um crime se ele criou ou incrementou um risco 
proibido ao bem penalmente tutelado. Associada à teoria da imputação objetiva, vigora o 
princípio da confiança, segundo o qual se deve esperar que as pessoas se comportem em 
conformidade com o direito, não podendo alguém ser responsabilizado pela conduta indevida 
de outrem TEMA COBRADO NOS EXAMES VIII E X DA OAB/FGV. 
 “A” empurra “B” para evitar que este seja atingido por um tiro, mas “B”, em razão do empurrão, 
acaba quebrando a perna. Neste caso, como a conduta de “A” foi destinada a preservar a vida 
de “B”, não há a existência de um risco proibido, de modo que, pela teoria da imputação objetiva, 
“A” não poderá ser responsabilizado pelo crime de lesão corporal.
• CONCAUSAS 
Consideram-se concausas as causas paralelas a conduta do agente, que concorrem para a 
produção do resultado.
As concausas podem ser dependentes ou independentes. 
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• Concausas Dependentes: encontram-se no desdobramento normal e previsível da 
conduta, são, portanto, esperadas. 
• Concausas independentes: são aquelas não desejadas e imprevisíveis e acabam 
produzindo o resultado penalmente relevante. Podem ser relativamente ou 
absolutamente independentes. 
CONCAUSAS ABSOLUTAMENTE 
INDEPENDENTES 
CONCAUSAS RELATIVAMENTE 
INDEPENDENTES 
Não possuem qualquer vínculo com a conduta 
do agente, ou seja, produziriam o resultado 
mesmo que o agente não tivesse realizado sua 
conduta. O agente responderá somente pelos 
atos praticados, e não pelo resultado. Podem ser: 
• Preexistentes: Exemplo – “A” dispara 
contra “B”, que é atingindo no tórax. “B”, 
entretanto, morre logo em seguida, porque 
havia ingerido veneno. Posteriormente é 
comprovado pela autópsia que o tiro não 
contribuiu para a morte de “B”. Neste caso, 
“A” responderá por tentativa de homicídio 
TEMA COBRADO NO XII EXAMES DA OAB/FGV.
• Concomitantes: Exemplo – “A” dispara 
contra “B”, que, no momento do tiro, teve um 
infarto fulminante. Prova-se pela autópsia 
que o tiro não contribuiu para a morte “B “.
• Supervenientes: Exemplo - “A” coloca 
veneno na comida de “B” que, sem perceber, 
volta ao seu trabalho. No caminho, “B” 
é atropelado e acaba falecendo. Prova-
se pela autópsia que o envenenamento 
não contribuiu para a morte “B “. 
Nos exemplos acima, eliminando-se a 
conduta de “A”, o resultado morte teria 
ocorrido da mesma forma, ou seja, pela 
teoria da conditio sine qua non, “A” não deu 
causa ao resultado morte. Desse modo, “A” 
responderá apenas pelos atos anteriores ao 
resultado, ou seja, por tentativa de homicídio.
São aquelas que, apesar de independentes, 
dependem da atuação do agente para existirem. 
Também possuem três modalidades:
• Preexistentes: a causa existe antes da 
prática da conduta, mas é dela dependente. 
Exemplo: “A” dispara contra “B”, com intenção 
de matá-lo, mas este vem a falecer em 
razão do agravamento das lesões por ser 
hemofílico. “A” conhecia a doença de “B”.
• Concomitantes: ocorre ao mesmo tempo 
da conduta do agente. Exemplo: “A”, com 
intenção de matar, efetua diversos disparos 
contra “B” que, no mesmo momento, 
tem ataque cardíaco e acaba falecendo.
Nas duas hipóteses acima citadas 
(preexistente e concomitante), como a conduta 
do agente foi decisiva para o resultado, “A” 
responderá, pela teoria da conditio sine 
qua non, pelo crime de homicídio doloso. 
Se o agente, entretanto, desconhecer a concausa 
preexistente e não agir com a intenção de matar, 
não será responsabilizado pela morte, já que o 
direito penal não admite responsabilidade objetiva. 
• Superveniente: aquela que ocorre 
posteriormente à conduta do agente. 
Deve ser subdivida em duas espécies: 
Quando não produziu por si só o resultado: 
Exemplo: “A” dispara contra “B” que acaba falecendo 
na mesa de cirurgia em virtude de imperícia do 
cirurgião. Neste caso, “A” também responderá por 
homicídio, já que sua conduta foi decisiva para 
a morte de “B” (teoria da conditio sine qua non). 
Quando por si só, produziu o resultado: 
Exemplo: “A” atira em “B”, com intenção de 
matar, que morre em virtude de acidente que 
envolveu a ambulância que o levava para o 
hospital. Neste caso, o agente responderá 
apenas pelos fatos anteriores (tentativa 
de homicídio), por expressa previsão 
no § 1º do art. 13 do CP, tratando-se de 
exceção à teoria da conditio sine qua non
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Conforme demonstrado no quadro acima, conclui-se que uma exceção importante referente à 
teoria da conditio sine qua non é justamente o contido no §1° do art. 13 do CP, que dispõe: 
Art. 13 do CP 
(..) 
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por 
si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
Com efeito, com base no exemplo dado anteriormente, em que “A” atira em “B” e este morre 
em razão do acidente sofrido com a ambulância que o levava para o hospital, se fôssemos aplicar 
a teoria da conditio sine qua non, “A” deveria responder por homicídio, uma vez que sua conduta foi 
determinante para a morte de “B”. No entanto, por expressa determinação do Código Penal, como 
a concausa superveniente, por si só, acarretoua morte de “B”, “A” responderá apenas por tentativa 
de homicídio TEMA COBRADO NOS EXAMES IX, X E XXIX DA OAB/FGV.
PELA TEORIA DA CONTIDIO SINE 
QUA NON, O AGENTE RESPONDE 
PELOS ATOS PRATICADOS, MAS 
NÃO PELO RESULTADO 
QUANDO PRODUZIU POR SI 
SÓ O RESULTADO, O AGENTE 
RESPONDE APENAS PELOS 
ATOS ATÉ ENTÃO PRATICADOS 
(EXCEÇÃO À TEORIA DA 
CONDITIO SINE QUA NON - ART. 
13,§1°, DO CP)
QUANDO NÃO PRODUZIU POR 
SI SÓ O RESULTADO, O AGENTE 
RESPONDE PELO RESULTADO. 
CONCAUSAS 
PREEXISTENTES E 
CONCOMITANTES: 
AGENTE RESPONDE PELO 
RESULTADO (TEORIA DA 
CONTIDIO SINE QUA NON) 
CONCAUSA 
SUPERVENIENTE 
RELATIVAMENTE 
INDEPENDENTES 
ABSOLUTAMENTE 
INDEPENDENTES 
CONCAUSAS INDEPENDENTES 
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4.5. TIPICIDADE 
Tipicidade é o enquadramento do fato concreto ao tipo penal, que representa a descrição do 
crime em abstrato (tipicidade legal). 
O tipo penal é composto pelo núcleo do tipo, isto é, o verbo que caracteriza o crime (por 
exemplo o verbo “matar”, no crime de homicídio), bem como por elementares e circunstâncias. 
• Elementares: elementares são os dados essenciais do crime, sem os quais a 
conduta seria considerada atípica (atipicidade absoluta) ou seria considerada outro 
crime (atipicidade relativa). 
A palavra “alguém” no crime de homicídio (art. 121 do CP) é elementar do crime, uma vez que, 
se retirada, não haverá o crime (atipicidade absoluta). Por outro lado, no crime de desacato 
(art. 331 do CP), a eliminação da elementar “funcionário público” desclassifica a conduta para o 
crime de injúria (art. 140 do CP), tratando-se de atipicidade relativa. 
• Circunstâncias: são dados acessórios (acidentais) que, apesar de não interferirem 
na caracterização do crime, afetam a sua gravidade, aumentando ou diminuindo a 
pena. As circunstâncias são divididas em objetivas e subjetivas. 
• Objetivas: são aquelas relacionadas aos meios e modos de realização do 
crime, como tempo, lugar, qualidades da vítima, etc. 
• Subjetivas: estão relacionadas à própria pessoa do agente do crime, como 
os motivos determinantes, suas condições ou qualidades pessoais, relações 
com a vítima, etc. 
É importante a distinção entre as circunstâncias objetivas e subjetivas, uma vez que as 
circunstâncias objetivas comunicam-se aos demais coautores ou partícipes do crime, desde 
que delas eles tenham conhecimento. Já as circunstâncias subjetivas (de caráter pessoal) não 
se comunicam, salvo quando elementares do crime”.
4.6. ERRO DE TIPO 
Conforme estudado anteriormente, a tipicidade representa o enquadramento do fato concreto 
ao tipo penal, o que faz surgir o interesse do Estado em punir o indivíduo que praticou o crime. 
No entanto, existem situações que, apesar de serem típicas, podem descaracterizar a existência 
de dolo e culpa, já que o agente teve uma percepção equivocada da realidade. 
Essas situações se referem ao instituto denominado de erro de tipo, conforme art. 20, caput, do CP: 
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Art. 20 do CP - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, 
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
O Erro de Tipo é dividido em duas espécies: “essencial” e “acidental”.
• Erro de Tipo Essencial: significa a falsa percepção do agente em relação a elemento 
essencial do tipo penal. Se o erro de tipo essencial for inevitável (escusável), o dolo e 
a culpa serão excluídos, de modo que o agente não responderá pela conduta. Por outro 
lado, se o erro for evitável (inescusável), haverá a exclusão do dolo, mas o agente 
responderá a título de culpa, caso o crime praticado tenha previsão na modalidade 
culposa TEMA COBRADO NO XII EXAME DA OAB/FGV.
Caçador, vendo grande movimentação em uma moita, atira, pensando se tratar de um animal, 
mas acaba matando seu amigo, que estava indevidamente no local. Nesse caso, se o erro, pelas 
circunstâncias do caso concreto, for considerado inevitável (escusável), a conduta será considerada 
atípica (exclui o dolo e a culpa). Entretanto, se o erro for considerado evitável (inescusável), haverá 
apenas a exclusão do dolo, devendo o caçador responder por homicídio culposo. 
• Erro de tipo acidental: representa a falsa percepção da realidade sobre elemento secundário 
do tipo. É dividido nas seguintes subespécies: 
• Erro sobre o objeto (error in re): existe uma falsa percepção sobre o objeto 
do crime, já que o agente pretende atingir determinada coisa, mas atinge coisa 
diversa, como na hipótese do sujeito que pretende furtar um relógio de ouro e 
acaba furtando uma réplica. No caso de erro sobre o objeto, o sujeito responde 
pela coisa efetivamente subtraída. 
• Erro sobre a pessoa (error in persona – art. 20, § 3º, do CP): existe uma falsa 
percepção sobre a vítima do crime, como na hipótese do criminoso que pretende 
matar seu próprio pai, mas acaba se confundindo e matando um terceiro, com 
características físicas próximas de seu genitor. Nesse caso, o agente responde 
pelo crime como se tivesse matado a pessoa desejada, no caso, o próprio pai, 
incidindo a agravante da prática do crime contra ascendente, conforme art. 61, 
II, “e”, do CP TEMA COBRADO NOS EXAMES III E XX DA OAB/FGV. 
• Erro na Execução (aberratio ictus – art. 73 do CP): o agente, por acidente ou 
erro no uso dos meios de execução, ao invés de atingir a pessoa que pretendia 
ofender, atinge pessoa diversa, hipótese em que será aplicado o mesmo 
raciocínio do erro sobre a pessoa, devendo o agente responder como se tivesse 
praticado o crime contra a pessoa desejada TEMA COBRADO NOS EXAMES 
VI, XIX E XXIII DA OAB/FGV. Se em razão do erro na execução o agente atingir 
a pessoa desejada e pessoa diversa (resultado duplo), deverá ser aplicada a 
regra do concurso formal próprio (art. 70 do CP), ou seja, será aplicada a pena 
do crime mais grave, aumentada de 1/6 até 1/2. 
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José pretende matar seu próprio pai, mas, ao apontar a arma para o seu genitor, acaba acertando 
outra pessoa, que vem a falecer. A intenção de José era matar seu pai, mas acabou matando 
terceiro porque errou na execução do crime (não sabia manusear a arma, por exemplo). Nesse 
caso, José responderá como se tivesse matado seu pai (homicídio doloso com a agravante de 
prática do crime contra ascendente). Por outro lado, se José tivesse matado seu pai e terceira 
pessoa por erro na execução, seria aplicada a regra do concurso formal. 
No erro quanto à pessoa o agente confunde a vítima que queria atingir, enquanto que no aberratio 
ictus, o agente não confunde a vítima, atingindo outra pessoa porque erra na execução do crime. 
• Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis – art. 74 do CP) – ocorre quando o 
agente desejava cometer um crime, mas por erro na execução, acaba por cometer outro. O 
exemplo clássico é o do agente que deseja quebrar a vidraça de uma loja arremessando uma 
pedra (art. 163, CP), mas, por erro na execução, acaba acertando uma pessoa que passava 
pela calçada, lesionando-a (artigo 129, CP). Há duas possibilidades: 
a) O agente ofende apenas bem jurídico diverso do pretendido: responderá apenas 
pelo crime praticado, se houver previsão culposa. No exemplo dado, se o agente 
atingiu apenas o pedestre, responderá pelo crime de lesão corporal culposa TEMA 
COBRADO NOS EXAMES XIII E XXVI DA OAB/FGV. 
b) O agente ofende os dois bens jurídicos: o agente responde pelo concurso formal 
de crime. Assim, no exemplo dado, se o agente atingir o pedestre e a pedra também 
quebrar a vidraça, responderá pelo crime de dano em concurso formal com o crime 
de lesão corporal culposa. 
Se o crime cometido em erro de execução não possuira modalidade culposa, o agente 
responderá por tentativa do crime que queria praticar. Assim, se o agente quisesse acertar um 
pedestre com uma pedra, mas acaba acertando apenas a vidraça, como não há crime de dano 
culposo, o agente responderá apenas por tentativa de lesão corporal. 
• Erro no nexo causal (aberratio causae): o agente acredita ter cometido um crime de um 
modo, quando na verdade foi outro o meio por ele empregado que causou o delito. O exemplo 
clássico de aberratio causae é o agente que pretende matar a vítima afogada, lançando-a 
de uma ponte, mas a vítima acaba falecendo durante a queda, ao bater a cabeça em uma 
pedra. Como o resultado prático é o mesmo (homicídio consumado), a aberratio causae não 
possui muita relevância prática, devendo o agente responder pelo seu dolo genérico 
TEMA COBRADO NO XXVII EXAME DA OAB/FGV. 
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ERRO DE TIPO não se confunde com ERRO DE PROIBIÇÃO. 
No erro de tipo o agente não sabe o que faz, ignorando elementar do crime ou dado complementar 
do tipo penal, como no caso do sujeito que sai de uma festa e leva um paletó de outra pessoa, 
achando que era seu. Nesse caso, o agente errou sobre o elemento “coisa alheia” do crime de 
furto (art. 155 do CP), incidindo em erro de tipo. Já no erro de proibição (que será estudado 
posteriormente) o agente comete o ato de forma consciente (sabe o que faz), mas acredita que 
o fato não é crime, como no caso do sujeito que encontra um paletó de outra pessoa na rua e 
leva para casa, mas acha que sua conduta não é crime, já que “achado não é roubado”. 
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5. ANTIJURIDICIDADE 
5.1. CONCEITO 
Para a ocorrência de um crime não basta que a conduta represente um fato típico. Ela deve ser 
ainda antijurídica (ilícita). 
A antijuricidade, portanto, é a ofensa da conduta típica ao ordenamento jurídico, sendo 
considerada elemento essencial para a caraterização do crime. 
Há situações, portanto, que, apesar de serem típicas, não caracterizam crime, porque são 
admitidas pelo ordenamento jurídico brasileiro, ou seja, são lícitas.
 Essas situações são conhecidas como excludentes de antijuridicidade ou de ilicitude e são 
previstas no art. 23 do CP: 
 Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
 I - em estado de necessidade;
 II - em legítima defesa;
 III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Vejamos cada uma das excludentes de ilicitude. 
5.2. ESTADO DE NECESSIDADE 
Art. 24 do CP - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar 
de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, 
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. 
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser 
reduzida de um a dois terços.
O estado de necessidade se refere a uma situação de perigo atual de determinado bem, cuja 
preservação depende do sacrifício inevitável de outro bem de igual valor ou de valor inferior. Desse 
modo, no caso de haver mais de um bem jurídico em perigo (colisão de bens protegidos), permite-se o 
sacrifício de um deles para a salvaguarda do outro TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV. 
São requisitos do estado de necessidade
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• Perigo atual: necessário que haja uma probabilidade de dano atual e inevitável que 
coloque em risco dois ou mais bens jurídicos, exigindo-se o sacrifício de um bem para 
que o outro seja salvo. 
• A situação de perigo não pode ter sido causada voluntariamente pelo agente.
• A ação deve ocorrer para salvar direito próprio ou alheio: permite-se, portanto, o 
estado de necessidade próprio ou de terceiro.
• Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo: não poderá alegar estado de 
necessidade aquele que tenha o dever legal de enfrentar o perigo (bombeiro, policial, etc.).
• Inevitabilidade do comportamento lesivo: o sacrifício deve ser necessário. Se for 
possível a fuga da situação de perigo, não há que se falar em estado de necessidade. 
A defesa contra ataques de animal não configura, em tese, legítima defesa e sim de estado de 
necessidade. Entretanto, se um ser humano se vale de animal para atacar outra pessoa, considera-
se que o animal é mero instrumento da conduta humana, permitindo-se a legítima defesa.
São consideradas espécies de estado de necessidade: 
• Estado de necessidade agressivo: o agente destrói bem de um terceiro que não 
criou o perigo.
• Estado de necessidade defensivo: o agente destrói bem da pessoa que criou o perigo.
• Estado de necessidade real: é aquele em que estão presentes todos seus requisitos, 
excluindo-se a ilicitude do fato. 
• Estado de necessidade putativo: o agente imagina uma situação de perigo que 
caracterizaria o estado de necessidade, mas ele de fato não acontece. Tratando-se de 
erro escusável, haverá exclusão do dolo e da culpa, não sendo o agente responsabilizado 
pelo crime. Tratando-se de erro inescusável, o agente responderá pelo crime culposo, se 
houver previsão.
O estado de necessidade, embora exclua a ilicitude penal, poderá gerar o dever de indenizar 
na esfera civil quando se tratar de estado de necessidade agressivo. Neste caso, a vítima deve 
ingressar com ação em desfavor do causador do dano, e este tem direito de regresso contra 
aquele que gerou o perigo. 
• No estado de necessidade defensivo não há o dever de indenizar. 
Importante destacar que o código penal adotou a teoria unitária em relação ao estado de 
necessidade, de modo que será legítimo o estado de necessidade apenas quando o bem protegido 
tiver valor igual ou superior ao bem jurídico sacrificado. Se o bem sacrificado tiver valor superior 
ao bem protegido, não haverá excludente de ilicitude, mas a pena poderá ser reduzida de um a dois 
terços, conforme §2º do art. 24 do CP. 
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5.3. LEGÍTIMA DEFESA 
Art. 25 do CP - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios 
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-
se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou 
risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019)
A Lei 13.964 /19 acrescentou o parágrafo único ao art. 16, mas, na prática, a redação do parágrafo 
único apenas deixou expressa uma hipótese que já era considerada legítima defesa, como no caso 
do policial que atira no bandido que coloca em risco a vida de um refém. .
 São requisitos da legítima defesa: 
• Agressão injusta: a agressão deve ser ilícita e proveniente de um ser humano. Desse 
modo, contra ataques de animal não se trata, em tese, de legitima defesa e sim de 
estado de necessidade. Entretanto, se um ser humano se vale de animal para atacar 
outra pessoa, considera-se que o animal é mero instrumento da conduta humana, 
permitindo-se a legítima defesa. TEMA COBRADO NO XXX EXAME DA OAB/FGV.
• Atualidade ou iminência da agressão: atual é a agressão que está ocorrendo e 
iminente é a que está prestes a ocorrer. Não se admite, portanto, legítima defesa 
contra ataque pretérito ou futuro TEMA COBRADO NO IX EXAME DA OAB/FGV.
“X” desfere um soco no estômago contra “Y”, que vai ao chão. Depois de alguns segundos, “Y“ 
se levantae vai atrás de “X”, que já estava saindo do local. “Y” consegue alcançar “X” e o agride. 
Nesse caso, “Y” não agiu em legítima defesa, uma vez que sua conduta não foi atual. 
• Direito próprio ou alheio: qualquer direito, próprio ou de terceiro, admite legítima defesa. 
• Uso dos meios necessários: considera-se necessário o meio menos lesivo à 
disposição do agente, mas capaz de afastar a injusta agressão (Exemplo: se o agente 
possui uma faca e uma arma, mas a faca já é suficiente para afastar a injusta agressão, 
o uso da arma configurará excesso). 
• Uso moderado: o meio será considerado moderado quando houver proporcionalidade 
entre a conduta do agente e o bem que pretende proteger. Terminada a agressão, 
qualquer ato em face do agressor será considerado excesso
Vejamos abaixo as principais espécies de legítima defesa: 
• Legítima defesa ativa: quando a reação ao agressor configura fato típico (exemplo: 
matar o agressor em legítima defesa);
• Legítima defesa passiva: quando a reação ao agressor não configura fato típico 
(exemplo: agente apenas se defende dos golpes, se esquivando);
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• Legítima defesa real: é aquela em que o agente se defende de uma agressão que 
realmente existe. 
• Legítima defesa putativa: o agente se defende de uma agressão acreditando que 
está em legítima defesa, mas sua percepção é falsa. Se o erro for escusável, haverá 
exclusão do dolo/culpa. Por outro lado, se o erro for inescusável, o agente será 
condenado por crime culposo, se houver previsão TEMA COBRADO NO V EXAME 
DA OAB/FGV;
• Legítima defesa sucessiva: ocorre quando o próprio agressor se defende do excesso 
praticado em legítima defesa. Isso porque, a partir do momento em que foi afastada a 
agressão inicial, não se permite qualquer ação por parte do ofendido, sob pena de se 
caracterizar excesso. Havendo excesso, permite-se a legítima defesa. 
• Legítima defesa subjetiva: o agente comete um excesso na sua reação, por meio de 
um erro escusável (“excesso acidental”). A título de exemplo, imaginemos a hipótese 
em que o agente, moderadamente, para se defender, dispara para o chão, porém, a 
bala ricocheteia e acerta o ofensor. 
• Legítima defesa preordenada: a FGV entende que os ofendículos, caracterizam 
legítima defesa preordenada. 
O que são ofendículos? 
Os ofendículos são obstáculos ou instrumentos utilizados propositalmente para a proteção de bens 
jurídicos, geralmente patrimoniais, como cerca elétrica, arame farpado e cacos de vidro colocados 
propositalmente no muro de algumas residências, para protegê-las da entrada de bandidos. 
Há duas teorias sobre a natureza jurídica dos ofendículos. Uma primeira corrente entende que 
se trata de legítima defesa preordenada (corrente adotada pela FGV no XII Exames da OAB), 
enquanto que outra parte da doutrina defenda se tratar de exercício regular de direito. 
De qualquer forma, para que os ofendículos sejam considerados lícitos, excluindo a 
antijuridicidade, é preciso que sejam utilizados com razoabilidade e proporcionalidade. Assim, 
se determinado pedestre se machucar gravemente numa cerca elétrica colocada em cima de 
um muro com apenas um metro de altura, entendemos que o proprietário da residência deve ser 
responsabilizado penalmente, uma vez que o ofendículo não foi utilizado com proporcionalidade. 
Não se permite a denominada legítima defesa real recíproca, já que aquele que agride 
injustamente não pode estar ao mesmo tempo legitimamente se defendendo. Entretanto, 
tratando-se de legítima defesa putativa, é possível que ela seja recíproca, como na hipótese 
em que dois inimigos se aproximam para pedir desculpas, mas cada um deles acredita que a 
aproximação do outro é uma agressão iminente, motivo pelo qual ambos iniciam uma agressão 
simultânea. Nesta situação, haverá legítima defesa putativa recíproca. 
Salienta-se ainda que é perfeitamente possível a legítima defesa real contra a legítima 
defesa putativa, como na hipótese em que “A” se aproxima de “B” para pedir desculpa e, este, 
acreditando que seria atacado, agride “A“ (legítima defesa putativa). A partir da agressão de “B”, 
“A” poderá atuar em legítima defesa real. 
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LEGÍTIMA DEFESA ESTADO DE NECESSIDADE 
Ataque ou ameaça a um bem jurídico Conflito de vários bens jurídicos diante de uma situação de perigo
O perigo decorre de uma agressão humana e injusta 
O perigo não decorre de uma agressão 
injusta, podendo se originar de um 
comportamento humano, animal, ou de fato 
da natureza
A conduta é dirigida contra o agressor A conduta não tem destinatário certo
Não se permite legítima defesa real recíproca Permite-se estado de necessidade recíproco
Por unanimidade, em março de 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) firmou entendimento de 
que a tese da legítima defesa da honra é inconstitucional, por violar os princípios constitucionais 
da dignidade da pessoa humana, da proteção à vida e da igualdade de gênero, conforme decidido 
na (ADPF) 779.
5.4. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL 
Considera-se estrito cumprimento do dever legal a excludente de antijuridicidade em que o 
agente pratica fato típico em razão do exercício de uma obrigação imposta pela lei.
Como regra geral atinge principalmente os agentes públicos, mas nada impede que alcance 
também particulares. 
A título de exemplo, um policial que realiza a prisão em flagrante de um criminoso não poderá ser 
responsabilizado por restringir a liberdade do acusado, já que está apenas cumprindo o seu dever legal. 
Para a caracterização do estrito cumprimento do dever legal, o agente, além de cumprir o seu 
dever legal, deverá agir com proporcionalidade/razoabilidade. 
5.5. EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO 
Quem exerce regularmente um direito não pode ser punido pela prática de infração penal, isto 
é, se o próprio direito autoriza uma determinada conduta, não pode ser essa mesma conduta 
considerada ilícita na esfera penal. 
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• As lesões ocorridas dentro da prática regular desportiva não são consideradas ilícitas, 
ainda que, abstratamente, possam caracterizar infração penal. Um boxeador, por exemplo, 
não pode ser punido pelo crime de lesão corporal porque quebrou o nariz do seu adversário, 
durante a luta de boxe. 
• As intervenções cirúrgicas autorizadas pelos pacientes também não serão consideradas 
ilícitas para fins penais, já que decorrem do exercício da profissão médica.
• A utilização moderada da força por meio do desforço imediato no caso de esbulhou ou 
turbação também não será penalmente punida, ainda que seja abstratamente um fato típico, 
já que autorizada pelo art. 1.210 do CC. 
• Eventuais castigos e punições aplicados pelos pais aos seus filhos também não serão 
considerados ilícitos, porque decorrem do direito de educação (jus corrigendi).
No entanto, para que a conduta do agente no exercício regular do seu direito não seja considerada 
ilícita, ela deve ser utilizada com moderação e nos termos autorizados pela legislação. Eventuais 
condutas abusivas, excessivas ou irregularidades serão consideradas ilícitas do ponto de vista penal. 
Assim, o boxeador que desfere um pontapé ou morde a orelha do seu adversário durante uma 
luta de boxe, ou o pai que agride o rosto do seu filho sob o pretexto de educá-lo, agem de forma 
irregular abusiva, podendo ser responsabilizados penalmente, nos exemplos dados, por lesão 
corporal dolosa. 
5.6. DESCRIMINANTES PUTATIVAS 
Art. 20 do CP (...)
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, 
supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de 
penaquando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.
Há situações em que o agente, por erro, supõe equivocadamente estar agindo numa situação 
de excludente de ilicitude e, em razão dessa falsa percepção, acaba cometendo o crime. 
Nesses casos, se o erro for plenamente justificável pelas circunstâncias, o agente será isento 
de pena. Entretanto, se o erro for evitável, o agente responderá como se tivesse praticado o crime 
culposamente (culpa imprópria).
5.7. TIPICIDADE CONGLOBANTE 
A teoria da tipicidade conglobante, capitaneada pelo penalista Eugênio Raúl Zaffaroni, defende 
que a tipicidade não pode representar meramente a correspondência formal entre a conduta 
praticada e a infração penal em abstrato (tipicidade legal), devendo analisar ainda se aquela 
conduta ofende o ordenamento jurídico em seu conjunto. 
 
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Em outras palavras, o estrito cumprimento do dever legal e o exercício regular do direito 
não deveriam ser considerados excludentes de antijuridicidade e sim de tipicidade, uma vez que, 
analisada a conduta de forma “conglobante”, ela seria permitida pelo ordenamento jurídico, de 
modo que não poderia sequer ser considerada fato típico. 
A título de exemplo, como o próprio direito desportivo permite a conduta do boxeador em 
lesionar o seu adversário, o exercício regular desse direito deveria ser considerado uma causa 
excludente de tipicidade e não de antijuridicidade, de modo que a conduta seria atípica.
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6. CULPABILIDADE 
A culpabilidade está relacionada à reprovabilidade da conduta do agente, ou seja, estuda a 
existência de circunstancias capazes de influenciar a liberdade do agente entre adotar uma conduta 
lícita ou ilícita. 
A culpabilidade é formada pelos seguintes elementos: 
• Imputabilidade 
• Potencial consciência da ilicitude 
• Exigibilidade de conduta diversa
POTENCIAL 
CONSCIÊNCIA DA 
ILICITUDE
EXIGIBILIDADE DE 
CONDUTA DIVERSA
IMPUTABILIDADE
CULPABILIDADE
6.1. IMPUTABILIDADE 
Art. 26 do CP - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento 
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz 
de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em 
virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto 
ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento.
De acordo com a interpretação do art. 26 do CP, a inimputabilidade, como regra geral, é 
verificada de acordo com o critério biopsicológico, isto é, além do aspecto biológico, relativo 
à “doença mental”, ou desenvolvimento mental incompleto, deve-se verificar ainda o aspecto 
psicológico, consistente na falta de entendimento ou de autodeterminação do agente no 
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momento da conduta TEMA COBRADO NO XI EXAME DA OAB/FGV.
Se determinada pessoa sofre com esquizofrenia mas, no momento do crime, possui 
entendimento do que está fazendo, não será considerada inimputável. 
Se o agente for considerado inimputável pelo critério biopsicológico, ele será sujeito à medida 
de segurança, imposta na chamada sentença absolutória imprópria. TEMA COBRADO NO XXX 
EXAME DA OAB/FGV.
Por outro lado, tratando-se de percepção da realidade diminuída (“não era inteiramente 
capaz de entender o caráter ilícito do fato”), ou semi-imputabilidade, embora o agente não seja 
considerado inimputável, o parágrafo único do art. 26 do CP permite a redução da pena de um a 
dois terços. 
Além disso, na hipótese do semi-imputável precisar de especial tratamento curativo, a pena 
privativa de liberdade pode ser substituída por medida de segurança, consistente na internação, 
ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos (art. 98 do CP)
INIMPUTÁVEL SEMI-IMPUTÁVEL
• Inteiramente incapaz de entender o caráter 
ilícito do fato 
• Sujeito à medida de segurança
• Não era inteiramente incapaz de entender 
o caráter ilícito do fato
• Redução da pena de um a dois terços, 
podendo ser substituída por medida de 
segurança nos casos do art. 98 do CP 
Salienta-se, entretanto, que Código Penal, como exceção à regra geral, adotou o critério 
biológico em um único caso: quando se tratar de pessoa menor de 18 anos de idade, hipótese em 
que a inimputabilidade será presumida de forma absoluta, independentemente do entendimento 
do agente sobre a ilicitude do fato. 
INIMPUTABILIDADE PELO CRITÉRIO 
BIOPSCICOLÓGICO 
INIMPUTABILIDADE PELO 
CRITÉRIO BIOLÓGICO 
• Considerada a REGRA GERAL 
• Aspecto biológico, relativo à “doença mental”, ou 
desenvolvimento mental incompleto, juntamente 
com o aspecto psicológico, consistente na falta de 
entendimento ou autodeterminação do agente no 
momento da conduta.
• Aplicação de medida de segurança 
• Considerada EXCEÇÃO
• Apenas quando se tratar de pessoa 
menor de 18 anos de idade, hipótese em 
que a inimputabilidade será presumida 
de forma absoluta, independentemente 
do entendimento do agente sobre a 
ilicitude do fato.
• Agente será isento de pena, sendo 
submetido a medida socioeducativa ou 
de proteção (ECA).
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• EMBRIAGUEZ 
Conforme previsto no art. 28, II, do CP, a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou 
substância de efeitos análogos não exclui a culpabilidade nem reduz a pena. Trata-se da aplicação 
da teoria da actio libera in causa (ação livre da causa), segundo a qual, se o agente tinha liberdade 
de escolha para se embriagar, deverá responder normalmente pelos seus atos, caso cometa algum 
crime embriagado. TEMA COBRADO NO XXXIII EXAME DA OAB/FGV.
No caso de embriaguez dolosa, ou preordenada, em que o agente se embriaga para praticar 
o crime, além de responder normalmente pelo fato típico, haverá a incidência da circunstância 
agravante genérica prevista no art. 61, II, “l”, do CP. 
Já no caso embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, em que o agente, 
ao tempo da ação ou da omissão, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou 
de determinar-se de acordo com esse entendimento, haverá exclusão da culpabilidade, sendo o 
único caso em o agente será isento de pena TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV. 
Manoel, acidentalmente cai no tonel de cachaça, ficando completamente embriagado. Após 
conseguir sair do tonel, pega o seu carro e, sem ter qualquer discernimento sobre o que 
fazia, acaba atropelando dois pedestres. Neste, haverá exclusão da culpabilidade e Manoel 
será isento de pena. 
Se, apesar da embriaguez proveniente de caso fortuito ou força maior, o agente tiver o mínimo 
de entendimento sobre o caráter ilícito do fato, não haverá isenção de pena, mas esta poderá ser 
reduzida de um a dois terços (§ 2º do art. 28 do CP). 
Tratando-se de embriaguez patológica, ou doentia, o agente poderá ser considerado inimputável 
ou semi-inimputável, aplicando-se as regras gerais antes estudas (critério biopsicológico):
• Se era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato (inimputável), será aplicada 
medida de segurança.
• Se o agente não era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato (semi-
inimputável), haverá redução da pena de um a dois terços, podendo ser substituída por 
medida de segurança nos casos do art. 98 do CP. 
RESUMINDO: 
• EMBRIAGUEZ CULPOSA: responde normalmentepelo crime (art. 28, II, do CP).
• EMBRIAGUEZ PREORDENADA: responde pelo crime incidência da circunstância agravante 
genérica prevista no art. 61, II, “l”, do CP.
• EMBRIAGUEZ EM CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR: a) se o agente era inteiramente 
incapaz de entender o caráter ilícito do fato: haverá isenção da pena (§ 1º do art. 28 do CP); 
b) se o agente tiver o mínimo de entendimento sobre o caráter ilícito do fato: a pena poderá 
ser reduzida de um a dois terços (§ 2º do art. 28 do CP). 
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• EMOÇÃO E PAIXÃO 
A emoção ou paixão, conforme previsto no art. 28, I, do CP, não são capazes de excluir a 
culpabilidade, mas podem possuir efeitos diferentes sobre a pena. 
• Paixão: é um sentimento duradouro e profundo, que se instala no agente e pode 
caracterizar torpeza ou vingança, aumentando a reprovação da conduta. 
• Emoção: é um sentimento abrupto e passageiro, que toma conta do agente e logo 
vai embora. Apesar de não excluir a culpabilidade, pode atenuá-la, como no caso do 
homicídio causado sob o domínio da violenta emoção logo após a injusta provocação 
da vítima, em que o § 1°do art. 121 do CP prevê a possibilidade de diminuição da pena 
de 1/6 a 1/3.
6.2. POTENCIAL CONSCIÊNCIA DE ILICITUDE 
Art. 21 do CP - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, 
se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. 
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a 
consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou 
atingir essa consciência. 
Embora o conhecimento da lei seja obrigatório para todas as pessoas, existem situações em 
que o agente atua conscientemente, mas acreditando que não há qualquer ilicitude na sua conduta, 
o que se denomina de erro de proibição. 
Conforme estudado anteriormente ERRO DE TIPO não se confunde com ERRO DE PROBIÇÃO. No 
Erro de tipo o agente não sabe o que faz, ignorando elementar do crime ou dado complementar 
do tipo penal. Já no erro de proibição o agente comete o ato de forma consciente (sabe o que 
faz), mas acredita que o fato não é crime.
Havendo erro de proibição, duas situações são possíveis: 
• Erro de proibição inevitável (escusável): haverá exclusão da culpabilidade e o 
agente será isento de pena TEMA COBRADO NOS EXAMES IX E XIV DA OAB/FGV.
• Erro de proibição evitável: haverá redução da pena de 1/3 a 1/6, conforme art. 21 do CP. 
O erro de proibição pode ser classificado também em direito e indireto: 
Erro de proibição direto: o agente se equivoca quanto ao conteúdo de uma norma proibitiva, 
seja por desconhecer ou ignorar a existência do crime (ex.: holandês, que consume maconha na 
Holanda, e acredita ser possível utilizar a droga no Brasil, equivocando-se quanto à ilicitude de 
suua conduta).
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Erro de proibição indireto (descriminante putativa por erro de proibição): o agente sabe que 
a sua conduta caracteriza crime, mas aredita que está presente uma causa excludente da ilicitude, 
6.3. EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA 
Art. 22 do CP - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência 
a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da 
coação ou da ordem
Se no caso concreto não se puder exigir do agente conduta diferente daquela que ele tomou, 
significa que ele não poderá ser censurado pelo que fez, excluindo-se sua culpabilidade.
Há duas hipóteses de inexigibilidade de conduta diversa previstas no art. 22 do CP: 
• Coação moral irresistível: o coagido realiza conduta delituosa em razão de pressão 
psicológica irresistível feita pelo coator, como no caso de alguém que realiza um 
furto em razão de ameaça de sequestrador de que, se não o fizer, matará sua esposa 
sequestrada. Havendo coação moral irresistível, apenas o coator poderá ser punido, 
já que o coagido terá excluída sua culpabilidade. 
• A coação moral irresistível não se confunde com a coação física irresistível, já que, 
enquanto aquela exclui a culpabilidade, esta exclui o fato típico. 
• Tratando-se de coação resistível, não haverá exclusão da culpabilidade, podendo o coagido 
ter sua pena atenuada (art. 65 do CP).
• Obediência hierárquica: para configurar essa excludente de culpabilidade, são 
exigidos dois requisitos: a) Relação de hierarquia pública, já que não se permite a 
excludentes nos casos de hierarquia particular (família, relação de emprego, etc) e 
b) ordem não pode ser manifestamente ilegal, ou seja, o subordinado deve cometer o 
crime sem ter condições de saber que a ordem era ilegal. 
Delegado de Polícia discute com uma pessoa dentro da delegacia e manda o investigador 
algemar o cidadão e colocá-lo na cela, mas o Promotor de Justiça entende que houve crime 
de abuso de autoridade (desrespeito à Súmula Vinculante n. 11 do STF). Nesse caso, apenas o 
Delegado poderá ser penalizado pelo crime, já que o Investigador cumpriu uma ordem ilegal, 
mas cuja ilegalidade não era manifesta.
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7. CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES 
Abaixo veremos as principias espécies de crime, segundo a classificação comumente utilizada 
pela doutrina. 
• QUANTO AO RESULTADO 
• Crime material: é aquele que exige a ocorrência de resultado naturalístico, como no 
caso do crime de homicídio.
• Crime formal: o tipo penal faz referência a um resultado material, que entretanto, não 
é exigido para a sua caracterização, como no caso do crime de extorsão, que se consuma 
independentemente da obtenção da vantagem indevida (Súmula n. 96 do STJ).
• Crime de mera conduta ou de simples atividade: em que o tipo penal não faz 
nenhuma referência à um resultado naturalístico, como no caso do crime de porte 
ilegal de armas. 
• QUANTO À INTENÇÃO DO AGENTE 
• Crime de dano: que é aquele em que há efetiva “destruição” do bem protegido, como 
no caso dos crime de homicídio e lesão corporal.
• Crime de perigo: sua caracterização exige apenas a probabilidade de dano. É 
subdividido em: a) crime de perigo concreto (a situação de perigo deve ser demonstrada 
no caso concreto) e b) crime de perigo abstrato (o perigo é presumido pela lei, como 
no caso dos crimes de tráfico ilícito de drogas e de porte ilegal de arma de fogo).
• QUANTO AO MOMENTO DA CONSUMAÇÃO
• Crime Instantâneo: a consumação tem momento definido, como no caso do homicídio 
(morte da vítima).
• Crime Permanente: a conduta e a consumação se alongam no tempo por vontade 
do agente, como nos crimes de sequestro e de porte ilegal de arma de fogo.
O QUE É CRIME A PRAZO? 
É aquele que exige o decurso de um tempo para a sua caracterização (Exemplo: crime de lesão 
corporal grave pela incapacidade das ocupações habituais por mais de 30 dias). 
• QUANTO AO SUJEITO ATIVO
• Crime comum: é aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa, não se exigindo 
qualidade especial do sujeito ativo, como no caso dos crimes de furto e homicídio. 
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• Crime próprio: exige-se qualidade especial do sujeito ativo, como no caso dos 
crimes de infanticídio (sujeito ativo deve ser a mãe) e de peculato (sujeito ativo deve 
ser servidor público)
• Crime de mão própria: é aquele que somente pode ser praticado pessoalmente pelo 
agente designado no tipo, não se admitindo coautoria, como no caso dos crimes de 
falso testemunho e bigamia.
• Crime vago: é aquele em que o sujeito passivo é destituído de personalidade jurídica, 
ou seja, a vítima é indeterminada, como no casos doscrimes de ato obsceno e tráfico 
ilícito de drogas.
• QUANTO AOS VESTÍGIOS DEIXADOS
• Crime transeunte: é aquele que não deixa vestígios, como no caso do crime de ato obsceno.
• Crime não transeunte: é aquele que deixa vestígios, sendo obrigatória a elaboração 
de exame de corpo de delito, sob pena de nulidade da sentença. 
• QUANTO À ESTRUTURA DA CONDUTA 
• Crime simples: é aquele formado por um único fato típico.
• Crime complexo: é aquele formado por dois ou mais fatos típicos, que se transformam 
em elementares, qualificadoras ou causas de aumento do crime, como no caso dos 
crimes de extorsão mediante sequestro e latrocínio.
• QUANTO À AUTONOMIA DO CRIME 
• Crime principal: não depende de outro crime para a sua caracterização, como no 
caso dos crime de homicídio e de furto. 
• Crime acessório, parasitário, ou delito de fusão: é aquele que depende de outro 
crime (chamado de crime antecedente ou pressuposto) para sua caracterização, como 
no caso dos crimes de lavagem de dinheiro e receptação. 
• OUTRAS CLASSIFICAÇÕES 
• Crime habitual: exige reiteração da mesma conduta para a sua caracterização, já 
que a realização de atos isolados é considerada fato atípico (Exemplo: Curandeirismo). 
O crime habitual não admite tentativa.
• Crime remetido: é aquele que faz menção a outro tipo penal em sua descrição, que 
passa a integrá-la, como no caso do crime de uso de documento falso, previsto no art. 
304 do CP1.
• Crime inominado: é aquele que afronta a moral, mas não está tipificado em lei como 
crime, como no caso do incesto, que, apesar de imoral, não é crime. 
1 Art. 304 do CP- Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os 
arts. 297 a 302:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
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• Crime de atentado ou empreendimento: é aquele em que consumação e tentativa 
são apenadas da mesma maneira, porque foi adotada a teoria voluntarista ou 
subjetiva para sua punição, isto é, pune-se a intenção do agente, independentemente 
do resultado (exemplo: crime de evasão de preso mediante violência - art. 352 do CP).
• Quase-crime: trata-se, na verdade, do nome doutrinário do crime impossível.
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8. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
8.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
Para a consumação do crime o agente deverá percorrer quatro etapas, as quais compõem o 
denominado iter criminis, ou caminho do crime. Essas etapas são: 
• Cogitação: pensamento sobre a pratica do crime, que não é punível pelo direito penal.
• Preparação: são atos de preparação do crime, como, por exemplo, a compra dos 
materiais que serão utilizados na prática delituosa. Como regra geral, não é punível 
pelo código penal. 
• Execução: inicia-se a prática do ato definido como infração penal. Se o crime não se 
consumar, o agente será punido pela tentativa. 
• Consumação: trata-se da fase final do iter criminis, em que todos os elementos para 
a realização do crime foram realizados. 
Como regra geral, as duas primeiras etapas do iter criminis não são puníveis pelo direito 
penal. Entretanto, a partir da execução, podemos ter diversas situações em que o agente será 
punido, mesmo que o crime não se consuma: 
• O crime não se consuma contra a vontade do agente: tentativa. 
• O crime não se consuma pela vontade do agente: desistência voluntária ou 
arrependimento eficaz (que não se confunde com “arrependimento posterior”);
• O crime não se consuma porque a consumação á absolutamente impossível: 
crime impossível.
Havendo a consumação do crime, o agente, obviamente, responderá pelo crime consumado. 
8.2. TENTATIVA (“CONATUS”)
Conforme previsto no art. 14, II, do CP, o crime é considerado tentado quando, iniciada a 
execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. No caso de tentativa, 
salvo disposição em contrário, o agente será punido com a pena correspondente ao crime 
consumado, diminuída de um a dois terços.
O critério para o juízo dosar o quantum de diminuição da pena é o da proximidade da 
consumação. Quanto mais próximo o infrator chegar à consumação, menor a redução, e vice-versa. 
Esse é o critério adotado pela doutrina e jurisprudência amplamente majoritárias.
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Excepcionalmente a tentativa é punida com a mesma pena prevista para o crime consumado, 
sem qualquer diminuição, o que é denominado de crime de atentado ou empreendimento, como 
no caso do crime previsto no art. 352 do CP. 
Art. 352 do CP “EVADIR-SE ou TENTAR EVADIR-SE o preso ou o 
indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando de 
violência contra a pessoa”
É importante destacar que, na tentativa, o agente possui o mesmo dolo do crime consumado, 
mas não alcança o resultado em virtude de circunstâncias alheias a sua vontade. 
Agente desfere diversas facadas contra a vítima para matá-la, mas não consegue atingir o 
resultado porque a polícia interrompe a sua ação. Neste caso, como o agente não conseguiu 
consumar o homicídio em razão de circunstâncias alheias a sua vontade, responderá apenas 
pela tentativa. 
• INFRAÇÕES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA
• Crime culposo: No crime culposo o agente causa o resultado involuntariamente, 
enquanto que na tentativa, o agente quer causar o resultado, mas não atinge o 
resultado por circunstâncias alheias a sua vontade. Logo, crime culposo e tentativa 
são incompatíveis.
Na culpa imprópria, em que, por erro evitável, o agente supõe equivocadamente estar agindo 
em situação de excludente de ilicitude, é possível a tentativa, já que o crime é praticado com 
dolo, mas, por política criminal, é punido como se tivesse sido praticado na forma tentada. 
• Crime preterdoloso ou preterintencional: não admite tentativa, porque o resultado 
é involuntário.
• Crime omissivo puro ou próprio.
• Crime habitual: aquele que exige reiteração da mesma conduta para a sua caracterização, 
já que a realização de atos isolados é considerada fato atípico (Exemplo: Curandeirismo). 
• Contravenção penal: o art. 4º da Lei das Contravenções diz que não se pune a 
tentativa de contravenção penal. Logo, existe tentativa de contravenção, que não é 
punida por questões de política criminal.
• CLASSIFICAÇÃO DA TENTATIVA:
• Tentativa branca ou incruenta: a vítima não é atingida;
• Tentativa vermelha ou cruenta: a vítima é atingida.
• Tentativa perfeita, acabada ou crime falho: o infrator consegue esgotar os meios de 
execução possíveis, embora não consiga consumar o crime. Ex.: disparo de todas as 
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balas da arma de fogo, que não atingem a vítima (tentativa perfeita branca de homicídio).
• Tentativa imperfeita ou inacabada: o infrator não consegue esgotar os meios de 
execução possíveis. Ex.: Agressor tem uma arma com seis munições, efetua três 
disparos e erra. A vítima consegue entrar em luta corporal e retirar a arma do agressor 
(tentativa imperfeita branca de homicídio)
8.3. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA 
Art. 15 do CP - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou 
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
Na desistência voluntária, o infrator, sem esgotar os meios de execução (tentativa imperfeita), 
desiste voluntariamente de prosseguir na execução do crime.
Em outras palavras, o agente inicia a execução, mas o crime não é consumado em razão da 
própria vontade do agressor. 
Importante destacar que a desistência precisa ser voluntária, mas não necessariamente 
espontânea, ou seja, é possível que o agente desista da práticado crime influenciado por terceiro. 
“A” possui 5 balas no revólver, dispara 2 tiros contra a vítima, mas no momento que vai 
disparar o terceiro tiro, é convencido por terceiro pessoa a parar a conduta e deixar a vítima 
viva. Entretanto, no mesmo exemplo, se o agressor deixa de consumar o crime em razão da 
aproximação de policiais, não haverá desistência voluntária e sim tentativa. 
Havendo desistência voluntária, o agente responderá apenas pelos atos praticados. Assim, se 
o agente, por exemplo, objetiva roubar a vítima, mas após causar-lhe lesões corporais de natureza 
leve, desiste de subtrair o bem, o sujeito responderá apenas pelo crime de lesão corporal TEMA 
COBRADO NO III EXAME DA OAB/FGV. 
8.4. ARREPENDIMENTO EFICAZ 
Diferentemente da desistência voluntária, no arrependimento eficaz o agente já esgotou 
todos os meios disponíveis para executar o crime (tentativa perfeita), mas, posteriormente, toma 
providências para que o crime não seja consumado. 
Em outras palavras, embora tenha esgotado o processo de execução, o crime não se consuma 
em razão da vontade do agente, que toma atitudes para evitá-lo. 
Havendo arrependimento eficaz, o agente também responderá apenas pelos atos praticados 
 TEMA COBRADO NO XIX EXAME DA OAB/FGV. 
O agente dispara 2 tiros contra a vítima que fica ferida, sem oferecer qualquer resistência. 
O agressor, entretanto, se arrepende da conduta e encaminha a vítima ao hospital, salvando 
sua vida. Nesse caso, o agente não responderá pela tentativa de homicídio e sim pelos atos 
praticados, a saber: disparo de arma de fogo e lesões corporais.
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DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA ARREPENDIMENTO EFICAZ 
O agente que, voluntariamente, desiste de 
prosseguir na execução (...)
O agente que, voluntariamente, (...) impede 
que o resultado se produza (...)
O infrator, sem esgotar os meios de execução, 
desiste voluntariamente de prosseguir na 
execução do crime.
O infrator, após esgotar os meios de 
execução possíveis, arrepende-se e impede 
a consumação do crime
Só pode acontecer durante uma tentativa 
imperfeita ou inacabada
Só pode acontecer durante uma tentativa 
perfeita ou crime falho.
Responderá pelos atos praticados e não por tentativa Responderá pelos atos praticados e não 
por tentativa
“na tentativa, o agente quer consumar o crime, mas não pode. Na desistência voluntária e no 
arrependimento eficaz, o agente pode consumar o crime, mas não quer” (fórmula de Frank). 
8.5. ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
Art. 16 do CP - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, 
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por 
ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
O arrependimento posterior não pode ser confundido com o arrependimento eficaz, já que 
neste o crime não foi consumado, enquanto naquele já houve a consumação do delito. 
Além disso, o arrependimento posterior é causa geral de diminuição da pena (de 1/3 a 2/3) e 
deve preencher os seguintes requisitos TEMA COBRADO NOS EXAMES XVIII E XXIV DA OAB/FGV. 
• CRIME COMETIDO SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA À PESSOA: a violência 
culposa não impede a aplicação do arrependimento posterior. TEMA COBRADO NO 
XXIX EXAME DA OAB/FGV. 
• REPARAÇÃO DO DANO ou RESTITUIÇÃO DA COISA: é cabível em qualquer crime 
que tenha repercussão patrimonial e a reparação deve ser integral. A reparação do 
dano deve ser feita pelo infrator, e não por terceira pessoa. Se uma terceira pessoa 
reparar o dano ou restituir a coisa, não haverá arrependimento posterior. 
• ANTES DO RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA: o mero oferecimento, sem 
o recebimento, da denúncia ou queixa não impede o arrependimento posterior. Se a 
reparação acontecer após o recebimento da denúncia será mera atenuante genérica.
• ATO VOLUNTÁRIO DO AGENTE: o arrependimento posterior deve ser voluntário, 
mas não necessariamente espontâneo, ou seja, pode ser influenciado por terceiro. 
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ARREPENDIMENTO EFICAZ ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
Ocorre sempre e necessariamente antes da 
consumação. Pressupõe crime não consumado.
Ocorre sempre e necessariamente após a 
consumação. Pressupõe crime consumado
É causa de exclusão da tipicidade da tentativa 
do crime inicialmente pretendido.
É uma causa geral e obrigatória de diminuição 
de pena (de 1 a 2/3). Geral porque aplicável aos 
crimes em geral. Obrigatória porque, presentes 
os requisitos legais, o juiz é obrigado a diminuir 
a pena (direito público subjetivo).
8.6. CRIME IMPOSSÍVEL 
Art. 17 do CP - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por 
absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime
Considera-se crime impossível (ou quase-crime) aquele que não pode ser consumado em 
razão da ineficácia absoluta do meio, por absoluta impropriedade do objeto ou em razão de obra 
do agente provocador. 
• Ineficácia absoluta do meio: quando o meio empregado não é eficaz para atingir 
o bem jurídico tutelado. A título de exemplo, não é possível punir por tentativa de 
homicídio o indivíduo que objetivava matar o seu inimigo se valendo do poder da 
mente, ou de um feitiço. 
• Absoluta impropriedade do objeto: o objeto não possui as características necessárias 
para que o crime seja consumado. A título de exemplo, não é possível matar um 
cadáver, já que o corpo (objeto) já está sem vida TEMA COBRADO NOS EXAMES 
VII, XVII, XVIII E XXIII DA OAB/FGV.
• Obra do agente provocador (delito de ensaio): ocorre quando o próprio agente 
estatal tenta estimular a prática de um crime, para prender o criminoso. Como a ação 
é premeditada, e o bem jurídico não é colocado efetivamente em risco, impossível sua 
consumação. Sobre o tema, a Súmula n. 145 do STF dispõe: 
Súmula 145 do STF - Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna 
impossível a sua consumação.
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9. CONCURSO DE PESSOAS 
Quando mais de uma pessoa tiver concorrido pela prática do mesmo crime, estaremos diante 
da hipótese de concurso de pessoas, desde que preenchidos os seguintes requisitos: 
• Pluralidade de agentes 
• Liame Subjetivo: é necessária a existência da vontade de colaborar com a prática 
do crime
• Relevância causal: a colaboração deve ser relevante para a prática do crime
• Unidade de crime 
Conforme estudado no capítulo anterior, existem crimes que podem ser praticados por uma ou 
mais pessoas (unissubjetivos) e crimes que necessariamente serão praticados por uma pluralidade 
de pessoas (plurissubjetivos). Desse modo, nos crimes unissubjetivos poderá haver concurso de 
pessoas, enquanto que nos crimes plurissubjetivos o concurso ocorrerá necessariamente. 
Existem ao menos três teorias que objetivam explicar quem é autor e quem é partícipe no 
concurso de pessoas. 
• Teoria Unitária: não há distinção entre autor e partícipe, já que todo aquele que 
concorre direta ou indiretamente para o resultado seria considerado autor do crime. 
• Teoria Restritiva ou Formal Objetiva: autor é aquele que exerce elementar do tipo 
penal, inclusive o verbo, enquanto que o partícipe é aquele que, sem exercer elementar 
do tipo, concorre de qualquer modo para a prática do delito. 
• Teoria do Domínio do Fato: autor é aquele que tem o controle da ação criminosa, para 
dar-lhe início, continuação ou fim. Nessa teoria além do executor, o autor intelectual, 
o mandante, e o autor mediato são autores, enquanto que o partícipe, por exclusão, é 
aquele que concorre de qualquer modo para o crime sem ter este domínio.
• AUTORIA 
Autor do crime, para a teoria restritiva, é aquele que pratica as elementaresdo tipo penal ou, 
para a teoria do domínio do fato, é aquele tem o domínio sobre a ação criminosa.
Vejamos abaixo algumas situações especiais envolvendo autoria: 
• Autoria Mediata: o autor mediato não realiza diretamente a conduta típica, valendo-se de 
terceira pessoa como um instrumento para a prática delitiva, como no caso do agente que 
utiliza uma pessoa sem discernimento para pratica de um delito, ou ainda nas hipóteses de 
coação moral irresistível e de erro de tipo ocasionado em virtude de conduta de terceiro. 
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Na autoria mediata NÃO existe concurso de pessoa, uma vez que o executor não deseja praticar 
o crime, de modo que apenas o autor mediato deverá ser responsabilizado criminalmente.
• Autoria Colateral: ocorre quando o crime é praticado ao mesmo tempo por mais de 
um agente, sem, entretanto, haver liame subjetivo entre eles. O exemplo clássico de 
autoria colateral ocorre quando duas pessoas “A” e “B”, sem qualquer ligação entre si, 
atiram contra a vítima “C”, ao mesmo tempo, matando-a. Nesta situação, cada agente 
responderá pelo resultado que causar, ou seja, se foi o disparo de “A” que matou “C”, 
“A” responderá por homicídio, enquanto que “B” responderá por tentativa de homicídio. 
Agora, se foi a conduta de “B” que matou “C”, “B” responderá por homicídio e “A” por 
tentativa. Se não for possível determinar qual dos agentes foi responsável pela morte 
da vítima, estaremos diante da situação de autoria incerta, devendo ambos os agentes 
responder por tentativa de homicídio, em virtude do princípio in dubio pro reo. 
Nas hipóteses de autoria colateral e autoria incerta não haverá concurso de pessoas uma vez 
que não há liame subjetivo entre os agentes do crime. 
• COAUTORIA 
A coautoria ocorre quando duas ou mais pessoas exercem elementares do tipo penal, segundo 
a teoria restritiva, ou têm o controle da ação criminosa, segundo teoria do domínio do fato.
• PARTICIPAÇÃO 
A participação ocorre quando alguém, de qualquer modo, concorre para o crime sem exercer 
elementares do tipo (teoria restritiva) ou sem ter o domínio da ação criminosa (teoria do domínio do fato).
A participação, portanto, possui caráter acessório e será punida, como regra geral, apenas se a 
execução do crime for iniciada, conforme previsto no art. 31 do CP, que dispõe: 
Art. 31 do CP - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa 
em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. 
“A” entrega veneno para que “B” mate “C”. Se “B” não fizer nada, “A” não será punido.
Além disso, não há que se falar em participação se a conduta for irrelevante para a prática do crime 
(participação inócua), já que ausente o nexo causal TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV.
Existem basicamente duas formas de participação:
• Moral: ocorre por meio de induzimento (criar ideia que não existia na mente do 
agente) ou instigação (alimentar ideia já existente na mente do agente).
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• Material: ocorre por meio do auxílio/ajuda, como no caso do sujeito que empresta a 
arma para o agente praticar o crime. 
Para definir se haverá ou não participação, existem ao menos quatro teorias: 
• Teoria da acessoriedade mínima: para essa teoria, basta que a conduta principal 
seja considerada fato típico para que a participação seja penalmente relevante. Esta 
teoria foi descartada porque acarreta uma contradição grave, já que o partícipe pode 
instigar alguém a agir em legitima defesa e mesmo assim responder criminalmente.
• Teoria da acessoriedade média ou limitada: para que seja punível a conduta do 
partícipe o fato deve ser típico e ilícito. 
• Teoria da acessoriedade máxima: para que seja punível a conduta do partícipe o fato 
deve ser típico, ilícito e culpável. 
• Teoria da hiperacessoriedade: para que seja punível a conduta do partícipe o fato 
deve ser típico, ilícito, culpável e punível. 
No Brasil adota-se a teoria da acessoriedade média ou limitada. 
• TEORIA MONISTA 
Art. 29 do CP - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este 
cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um 
sexto a um terço. 
 § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á 
aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido 
previsível o resultado mais grave (TEMA COBRADO NO XXIII EXAME DA OAB/FGV).
O código penal adotou a teoria monista, unitária ou igualitária para o concurso de pessoas, 
isto é, todos aqueles que concorreram para o crime (coautores e partícipes) respondem pelo 
mesmo tipo penal e com a mesma pena cominada em abstrato, mas, se houver participação de 
menor importância, o partícipe poderá ter sua pena diminuída de 1/6 a 1/3, conforme previsto no 
§ 1º do art. 29 do CP TEMA COBRADO NO VII EXAME DA OAB/FGV.
A teoria monista, entretanto, será excepcionada nas seguintes situações:
• Cooperação dolosamente distinta: ocorre quando o agente quis participar de crime 
menos grave do que aquele efetivamente praticado, respondendo, nesse caso, apenas 
pelo crime que quis praticar, sendo que a pena será aumentada até a metade, na 
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave (§ 2º do art. 29 do CP). TEMA 
COBRADO NO XXVII EXAME DA OAB/FGV. 
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“A” combina com “B” de furtar uma determinada residência. Enquanto “B” ingressa na casa, “A” 
fica vigiando a rua. Dentro da casa, “B” se depara com um morador inesperado, mata-o com 
uma arma que carregava escondido e, posteriormente, subtrai alguns bens. Neste caso, “A” 
responde por furto e “B” por latrocínio.
• Previsão especial em sentido contrário: em alguns casos específicos, o legislador 
prevê crimes diferentes para aqueles que atuaram em concurso de agentes, como nas 
hipóteses dos crimes de corrupção ativa (art. 333 do CP) e passiva (art. 317 do CP), 
já que quem recebe a vantagem pratica crime diferente daquele que a oferece, e dos 
crimes previstos nos artigos 124 e 126 do CP, já que a mãe que consente com o aborto 
comete crime diferente daquele que o realiza. 
• COMUNICABILIDADE DAS CIRCUNSTÂNCIAS E ELEMENTARES NO CONCURSO DE PESSOAS
Art. 30 do CP - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, 
salvo quando elementares do crime.
Conforme estudado anteriormente, elementares são os dados essenciais do crime, sem os 
quais a conduta seria considerada atípica (atipicidade absoluta) ou seria considerada outro crime 
(atipicidade relativa), enquanto que as circunstâncias são dados acessórios (acidentais) que, 
apesar de não interferirem na caracterização do crime, afetam a sua gravidade, aumentando ou 
diminuindo a pena. 
As circunstâncias são divididas em objetivas e subjetivas. As primeiras são aquelas relacionadas 
aos meios e modos de realização do crime, como tempo, lugar, qualidades da vítima, etc., ao passo 
que as subjetivas estão relacionadas à própria pessoa do agente do crime, como os motivos 
determinantes, suas condições ou qualidades pessoais, relações com a vítima, etc.
No concurso de pessoas, as circunstâncias de caráter pessoal (subjetivas) não se comunicam 
entre os agentes, salvo quando elementares do crime, conforme art. 30 do CP TEMA COBRADO 
NOS EXAMES III, XIII, XVIII E XI DA OAB/FGV.
Podemos concluir, portanto, que: 
• Circunstâncias objetivas: comunicam-se entre os agentes 
• Circunstâncias subjetivas: não se comunicam entre os agentes 
• Elementares do crime: comunicam-se entre os agentes 
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• No infanticídio (art. 123 do CP), a influência do estado puerperal é elementar do tipo penal, 
por esta razão, comunica-se aos demais agentes do crime. Assim, se “X” ajudar a mulher 
“Y”, que está sob a influência do estado puerperal, a matar seu filho recém-nascido, ambos 
respondem por infanticídio. 
• Nos crimes funcionais típicos, como no caso do peculato, a qualidade de funcionário público, 
por ser elementar do tipo, comunica-se ao particular que concorreu para a prática delituosa.
• “X” pretende matar o seu próprio pai e, para tanto, pede ajuda a seu melhor amigo “Z”. 
Ambos em coautoria matam o pai de “X”. Neste caso, “X” responderá por homicídio doloso 
com a agravante do crime praticado contra ascendente, enquanto “Z” responderá por 
homicídio sem a agravante, já que esta é circunstância de caráter pessoal (apenas “X” é 
descendente da vítima). 
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10. CONCURSO DE CRIMES 
Enquanto no concurso de pessoas o mesmo crime é praticado ou tem a participação de mais 
de uma pessoa, no concurso de crimes uma pessoa pratica, por meio de uma ou mais condutas, 
dois ou mais crimes. 
10.1. CONCURSO MATERIAL 
Art. 69 do CP- Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois 
ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de 
liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão 
e de detenção, executa-se primeiro aquela. 
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de 
liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição 
de que trata o art. 44 deste Código.
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá 
simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais.
O concurso material, ou concurso real, ocorre quando o agente, mediante duas ou mais 
condutas, pratica dois ou mais crimes. 
Há, portanto, dois requisitos para a configuração do concurso material: a) pluralidade de 
condutas e b) pluralidade de resultados. 
Além disso, o concurso material possui as seguintes espécies: 
• Concurso material homogêneo: os resultados praticados são idênticos (Ex: autor 
que comete vários furtos, sem caracterizar continuidade delitiva) 
• Concurso material heterogêneo: os resultados praticados são distintos (Ex: autor 
pratica um furto contra “A” e logo depois estupra a vítima “B”). 
Como regra geral, não há restrições quanto às infrações penais no concurso material, sendo 
possível a existência de concurso material envolvendo crimes dolosos e culposos, contravenções 
penais e crimes, crimes consumados e tentados. 
No que diz respeito à sanção, o juiz deverá aplicar a pena para cada um dos crimes cometidos 
e, posteriormente, somá-las (sistema do cúmulo material de penas). 
Na hipótese de a sentença cumular pena de reclusão e detenção, a de reclusão deverá ser 
cumprida em primeiro lugar. 
Além disso, é possível que o juiz aplique pena privativa de liberdade para um crime e pena 
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restritiva de direito para o outro crime do concurso material, desde que a pena privativa de 
liberdade tenha sido suspensa pelo sursis (§ 1º do art. 69 do CP).
10.2. CONCURSO FORMAL 
Art. 70 do CP - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais 
crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, 
somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As 
penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes 
concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 
deste Código. 
No concurso formal o agente, mediante uma única conduta, pratica dois ou mais crimes.
O concurso formal apresenta duas espécies: 
• CONCURSO FORMAL PRÓPRIO OU PERFEITO 
É aquele que decorre de uma única vontade ou desígnio do agente TEMA COBRADO NO XV 
EXAME DA OAB/FGV.
“A” atira com o objetivo de matar “B”, mas, além de matar a vítima, acaba ferindo “C”
Havendo concurso formal perfeito, a pena do crime mais grave será aumentada de 1/6 até a 
metade (sistema da exasperação da pena), como forma de se evitar penas exageradas para crimes 
cometidos com propósito único.
Como a intenção do sistema de exasperação da pena é beneficiar o réu, o parágrafo único do 
art. 70 do CP dispõe que, se o resultado obtido com a incidência do aumento de 1/6 até 1/2 for 
maior do que aquele que seria obtido se as penas fossem somadas, deve-se adotar o critério mais 
benéfico ao réu, no caso, a soma das penas. Trata-se do denominado concurso material benéfico 
que, apesar de ser na essência um concurso formal, aplica-se a pena do concurso material, já que 
mais benéfica ao réu TEMA COBRADO NOS EXAMES V, VI E XXII DA OAB/FGV.
• CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO OU IMPERFEITO 
Ocorre quando os delitos praticados decorrem de desígnios autônomos, isto é, o agente 
tem a vontade de praticar mais de um crime, mas consegue todos os resultados com 
apenas uma conduta.
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Mário pretende matar três colegas do seu trabalho. Para tanto, lança uma granada na sala 
onde as vítimas trabalham, conseguindo matá-las. Nesse caso, embora Mário tenha tido 
apenas uma conduta, a real intenção era praticar mais de um crime, motivo pelo qual haverá 
concurso formal imperfeito. 
Como há desígnios autônomos, a regra no concurso formal perfeito é que haja a somatória 
das penas dos crimes, assim como no concurso material, para evitar que criminosos audazes 
se beneficiem indevidamente da regra do concurso formal perfeito TEMA COBRADO NO XXV 
EXAME DA OAB/FGV.
CONCURSO FORMAL 
PERFEITO 
CONCURSO FORMAL 
IMPERFEITO 
• Único desígnio 
• Sistema da exasperação da pena, salvo 
se for mais maléfica, hipótese em que as 
penas serão somadas 
• Mais de um desígnio 
• As penas serão somadas 
10.3. CRIME CONTINUADO 
Art. 71 do CP - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois 
ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de 
execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação 
do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se 
diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com 
violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os 
antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as 
circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se 
diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 
deste Código.
O crime continuado ocorre quando o agente, mediante duas ou mais condutas, pratica crimes 
da mesma espécie que, em razão da semelhança de tempo, lugar e modo de execução, são 
considerados atos de continuação do crime principal. 
Requisitos:
• Crimes da mesma espécie: são os crimes previstos no mesmo tipo penal, ainda que 
cometido de forma simples, qualificada, privilegiada, tentada ou consumada. 
• Conexão espacial: mesma localidade ou cidades próximas. 
• Conexão temporal: como regra a jurisprudência admite intervalo máximo de 30 dias 
entre os crimes. 
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• Semelhança no modo de execução: os crimes devem guardar semelhança no modo 
de execução (mesmos comparsas, armas, horário, etc.). 
Existem duas espécies de crimes continuados: 
• Crime continuado comum (caput do art. 71 do CP): os delitos não são cometidos 
com violência ou grave ameaça contra a pessoa. Nesse caso, aplica-se a pena de um 
só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer 
caso, de 1/6 a 2/3.
• Crime continuado específico: o crime continuado é composto por crimes dolosos, 
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa. Aplica-se a pena de um só dos 
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentando-a até o triplo TEMA 
COBRADO NO XXVI EXAME.
CRIME CONTINUADO COMUM CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO 
• Delitos NÃO são cometidos sem violência 
ou grave ameaça 
• Aplica-se a pena mais grave, que poderá 
ser aumentada de 1/6 a 2/3 
• Delitos cometidos com violência ou 
grave ameaça 
• Aplica-se a pena mais grave, que 
poderá ser aumentada até o triplo
10.4. APLICAÇÃO DAS PENAS NO CONCURSO DE CRIMES 
Conforme estudado acima, nas hipóteses de concurso material (art. 69 do CP) e concurso formal 
imperfeito (art. 70, caput, segunda parte, do CP), as penas previstas para os crimes cometidos 
aplicam-se cumulativamente (sistema do cúmulo material ou da acumulação), enquanto que nos 
casos de concurso formal perfeito (art. 70, caput, primeira parte, do CP) e de crime continuado 
(art. 71, do CP), aplica-se a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, 
mas aumentada até certo patamar previsto para cada caso (sistema da exasperação). TEMA 
COBRADO NOS EXAMES II e XXXIII DA OAB/FGV.
CÚMULO MATERIAL SISTEMA DE EXASPERAÇÃO 
• Concurso material 
• Concurso formal imperfeito 
• Concurso formal perfeito 
• Crime continuado 
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11. SANÇÕES PENAIS 
A sanção penal representa a reação do Estado em face do agente que cometeu infração penal, 
subdividindo-se em medida de segurança e pena. 
PENA
MEDIDAS DE 
SEGURANÇA
SANÇÕES
11.1. MEDIDA DE SEGURANÇA 
É a sanção penal cabível ao inimputável, e excepcionalmente, ao semi-Imputável, que 
reconhecidamente cometeram infração penal e tenham manifesta periculosidade. 
INIMPUTÁVEL SEMI-IMPUTÁVEL
• Inteiramente incapaz de entender o caráter 
ilícito do fato. 
• Sujeito à medida de segurança
• Não era inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato.
• Redução da pena de um a dois terços, 
podendo ser substituída excepcionalmente 
por medida de segurança se o condenado 
necessitar de especial tratamento curativo 
(art. 98 do CP). 
Existem duas espécies de Medidas de Segurança:
• Detentiva: consistente na internação em hospital de custódia e tratamento 
psicológico. Haverá, nesse caso, a privação da liberdade do agente;
• Restritiva: consistente no tratamento ambulatorial. O agente continua livre, mas terá 
restrição na sua liberdade, já que deverá comparecer ao tratamento ambulatorial. 
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Como regra geral, se o crime cometido pelo inimputável for apenado com reclusão, deverá ser 
imposta internação, enquanto que, se a pena for de detenção, o Juiz poderá optar entre uma das 
formas de Medida de Segurança (interdição ou tratamento ambulatorial). 
De acordo com o § 1º do art. 97 do CP, a medida de segurança tem prazo mínimo de 1(um) 
a 3(três) anos, mas perdura por tempo indeterminado, enquanto não for averiguada, mediante 
perícia médica, a cessação de periculosidade do agente. 
Esse dispositivo, entretanto, é muito criticado pela doutrina e pela jurisprudência, uma vez que 
a inexistência de um limite máximo para a medida de segurança ofenderia o disposto no art. 5º, 
XLVII, da CF/88, que veda “penas de caráter perpétuo”. 
Sendo assim, em razão da impossibilidade da medida de segurança assumir caráter perpétuo, o 
Superior Tribunal de Justiça sedimentou posicionamento no sentido de que a sua duração deve levar 
em conta o limite máximo da pena em abstrato do crime praticado, conforme Súmula n. 527, in verbis: 
Súmula n. 527 do STJ: O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar 
o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado. 
 Cabe destacar ainda que, se a inimputabilidade for verificada na fase de execução da pena, 
o juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da autoridade 
administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança, conforme art. 
183 da LEP TEMA COBRADO NO XI EXAME DA OAB/FGV. Se isso ocorrer, quando for verificada 
a recuperação do condenado, ele deverá voltar a cumprir a pena imposta na sentença, sendo que 
o período de internação será contado como tempo de cumprimento de pena.
11.2. PENA 
O Código Penal prevê 3 (três) espécies de pena, a saber: a) pena privativa de liberdade; b) pena 
restritiva de direitos e c) pena de multa.
RESTRITIVAS DE 
DIREITO 
MULTA 
PRIVATIVAS DE 
LIBERDADE
ESPÉCIES DE PENA 
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11.2.1. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 
A pena privativa de liberdade representa a restrição do direito de locomoção do condenado, 
podendo assumir uma das seguintes espécies: 
a) Reclusão;
b) Detenção;
c) Prisão simples, que é reservada e exclusiva das contravenções penais.
Conforme previsto no art. 33 do CP, a pena de reclusão pode ser cumprida em regime fechado, 
semiaberto ou aberto, a depender da pena imposta ao condenado. 
Já a pena de detenção deve ser cumprida em regime semiaberto, ou aberto, sendo vedada 
imposição de regime inicial fechado, que será admitido apenas em virtude de regressão. 
Já a pena de prisão simples é específica para as contravenções penais, devendo ser cumprida, 
sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em 
regime semiaberto ou aberto (art. 6º, caput, da Lei das Contravenções Penais). 
Destaca-se ainda que o condenado a pena de prisão simples fica sempre separado dos 
condenados a pena de reclusão ou de detenção e o trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não 
exceder a quinze dias (§ 1º e § 2º do art. 6º). 
Vejamos abaixo as principais características dos regimes de cumprimento de pena. 
REGIME ABERTO REGIME SEMIABERTO REGIME FECHADO 
Fixado quando o condenado não 
for reincidente em crime doloso e 
tiver pena de até 4 anos 
Fixado quando o 
condenado não for 
reincidente em crime doloso 
e tiver pena superior a 4 
anos até 8 anos. 
Fixado incialmente apenas 
em caso de reclusão, quando o 
condenado for reincidente em 
crime doloso ou quando tiver 
pena superior a 8 anos. 
Não pode ser fixado como 
regime inicial às penas de 
detenção, mas pode ser 
aplicado em caso de regressão 
de regime. 
Pena cumprida com o 
recolhimento noturno a aos finais 
de semana em casa de albergado 
ou estabelecimento similar. 
Pena é cumprida em 
colônia agrícola, industrial 
ou similar. 
Pena cumprida em 
estabelecimento de segurança 
máxima ou média. 
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Importante destacar que, se o condenado à pena de reclusão for reincidente, o regime inicial 
de cumprimento de pena deve ser o regime fechado. Entretanto, a Súmula n. 269 do STJ admite 
a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a 
quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. 
Digno de nota também que, de acordo com a Súmula n. 718 do STF, a opinião do julgador sobre 
a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea paraa imposição de regime mais 
severo do que o permitido segundo a pena aplicada. Em outras palavras, a quantidade da pena ou 
a reincidência que estabelecem o regime de cumprimento da pena, sendo irrelevante a opinião do 
julgador sobre a gravidade do crime. 
• PROGRESSÃO DE REGIME 
O Brasil adotou o sistema progressivo para cumprimento de pena privativa de liberdade, de 
modo que o condenado, cumpridas determinadas condições, tem o direito de progredir do regime 
mais rigoroso para o regime imediatamente menos rigoroso, sendo, entretanto, vedada a chamada 
progressão “por salto”, isso é, a progressão do regime fechado diretamente para o aberto.
Como regra geral, com as alterações promovidas pela Lei n. 13.964/19 (pacote anticirme), 
para ter direito à progressão de regime, o art. 112 da LEP estabelece que o condenado deve 
cumprir os seguintes requisitos: 
• Primário que praticou infração comum sem violência ou grave ameaça: 16% da pena. 
• Primário que praticou infração comum com violência ou grave ameaça: 20% da pena. 
• Reincidente que praticou infração comum sem violência ou grave ameaça: 25 % da pena. 
• Reincidente que praticou infração comum com violência ou grave ameaça: 30% da pena. 
• Primário que praticou crime hediondo sem resultado morte: 40% da pena. 
• Primário que praticou crime hediondo com resultado morte: 50% da pena, sendo vedado 
livramento condicional. 
• Reincidente específico que praticou crime hediondo ou equiparado sem resultado morte: 
60% da pena. 
• Reincidente específico que praticou crime hediondo ou equiparado com resultado morte: 
70% da pena. 
• Primário ou reincidente que praticou crime de organização criminosa destinada a prática 
de crimes hediondos ou equiparado: 50% da pena vedado o livramento condicional. 
No caso de crime contra a administração pública, a progressão de regime será condicionada, 
além dos requisitos citados, à reparação do dano que o condenado causou, ou à devolução 
do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais, conforme § 4º do art. 33 do CP. 
 TEMA COBRADO NO IX EXAME DA OAB/FGV.
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Importante registrar que a Lei nº 13.769/2018 acrescentou o § 3º ao art. 112 da LEP, criando 
um regime especial de progressão, mais brando, aplicável inclusive para os crimes hediondos, 
para condenadas: a) gestantes; ou b) que sejam mães ou responsáveis por crianças ou pessoas 
com deficiência. 
Vejamos o disposto no § 3º do art. 112 da LEP:
Art. 112 (...)
(...)
§ 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por 
crianças ou pessoas com deficiência, os requisitos para progressão de regime 
são, cumulativamente:
I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente;
III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;
IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo 
diretor do estabelecimento;
V - não ter integrado organização criminosa. 
Destaca-se ainda que o art. 115 da Lei de Execuções Penais (LEP) estabelece que o juiz pode 
estabelecer algumas condições especiais para a concessão de regime aberto: 
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão 
de regime aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias:
I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga;
II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;
IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando 
for determinado.
No entanto, não será possível a imposição de medidas que configurem pena restritiva de 
direito, como, por exemplo, a prestação de serviços à comunidade, conforme inclusive disposto na 
Súmula 493 do STJ: “É inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como condição 
especial ao regime aberto” TEMA COBRADO NO IX EXAME DA OAB/FGV.
Vejamos abaixo as principais súmulas sobre progressão de regime: 
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• Súmula n. 491 do STJ: É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional.
• Súmula n. 716 do STF: Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a 
aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado 
da sentença condenatória.
• Súmula 717 do STF: Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em 
sentença não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial.
• Súmula n. 718 do STF: A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime 
não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido 
segundo a pena aplicada.
• Súmula Vinculante n. 26 do STF: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de 
pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade 
do art. 2º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado 
preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para 
tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico.
• REMIÇÃO 
Conforme previsto no art. 126 da LEP, o condenado que cumpre a pena em regime fechado ou 
semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. 
• 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de 
ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de 
requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; 
• 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho - o tempo remido será computado 
como pena cumprida, para todos os efeitos (art. 128 da LEP). Entretanto, em caso de 
falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado 
o disposto no art. 57 da LEP, recomeçando a contagem a partir da data da infração 
disciplinar (art. 127 da LEP).
O art. 127 da LEP teve sua constitucionalidade questionada. No entanto, o STF firmou 
posicionamento no sentido de que o referido artigo foi recepcionado pela ordem constitucional 
vigente, não se lhe aplicando o limite temporal previsto no caput do artigo 58 da LEP, que prevê 
que a restrição de direitos não poderá exceder a 30 dias (Súmula Vinculante n. 9 do STF)2. 
O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a 
beneficiar-se com a remição (§ 4º do art. 126 da LEP). 
É importante consignar ainda que o trabalho é um dever do preso (art. 39, V, da LEP), sendo 
que a negativa injustificada de prestá-lo representa falta grave (art. 50 da LEP), podendo prejudicar 
o preso na aquisição de direitos durante o cumprimento da pena (progressão de regime, saída 
temporária, etc). 
2 Súmula Vinculante n.9: O disposto no artigo 127 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) foi 
recebido pela ordem constitucional vigente, e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput do artigo 58.
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• DETRAÇÃO 
Conforme previsto no art. 42 do CP, computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida 
de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa 
e o de internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta deste, de outro 
estabelecimento adequado. 
• REGRESSÃO DE REGIME 
Art. 118 da LEP. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, 
com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em 
execução, torne incabível o regime (artigo 111).
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas 
nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa 
cumulativamente imposta.
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente 
o condenado.
A regressão de regime significa a passagem de regime menos rigoroso para um mais rigoroso 
e, diferentemente do que ocorre na progressão, poderá ser “por salto”, isto é, diretamente do 
regime aberto para o fechado.
O art. 118 da LEP prevê as seguintes hipóteses de regressão de regime: 
• Prática de falta grave, ou fato previsto como crime doloso.
• Condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, 
torne incabível o regime TEMA COBRADO NO VII EXAME DA OAB/FGV. .
“X” foi condenado definitivamente à pena de 7 anos de reclusão em regime semiaberto. Após 2 
meses do início do cumprimento da pena, foi novamente condenado definitivamente, em razão da 
prática de crime anterior, à pena de reclusão de 3 anos, em regime aberto. Neste caso, somando-
se as penas, teremos um total de quase 9 anos de reclusão, o que é incompatível com o regime 
semiaberto, de modo que “X” terá a pena regredida para cumprimento em regime fechado. 
• No caso de cumprimento de pena em regime aberto se, além das hipóteses referidas 
nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa 
cumulativamente imposta.
Parte da doutrina entende que regressão do regime aberto em caso de não pagamento de multa 
foi tacitamente revogada pela lei n. 9.268/96, que proíbe a conversão de multa não paga em prisão.
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• UNIFICAÇÃO DAS PENAS 
 Estabelece o art. 75 do CP que o tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não 
pode ser superior a 40 (quarenta) anos, conforme nova redação dada pela Lei 13.964/19. 
Desse modo, quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja 
superior a 40 (quarente) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo de 40 
anos. 
Entretanto, se o condenado já estiver cumprindo pena e sobrevier condenação por fato posterior 
ao início de seu cumprimento, far-se-á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de 
pena já cumprido. 
É importante destacar ainda que a jurisprudência majoritária entende que o prazo máximo de 
40 anos não se aplica para a concessão dos demais benefícios previstos em lei, conforme disposto 
na Súmula n. 715 do STF: 
Súmula 715 do STF: A pena unificada para atender ao limite de trinta anos (obs: 
atualmente 40 anos com o PAC) de cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código 
Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento 
condicional ou regime mais favorável de execução.
11.2.2. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO 
As penas restritivas de direito representam restrições ou supressão de um ou mais direitos do 
condenado e são aplicadas em substituição à pena privativa de liberdade, desde que preenchidos 
os requisitos legais. 
De acordo com o art. 43 do CP, existem 5 (cinco) espécies de penas restritivas de direito: 
1) Prestação pecuniária;
2) Perda de bens e valores;
3) Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;
4) Interdição temporária de direitos;
5) Limitação de fim de semana.
Para ocorrer a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direito, são 
exigidos os seguintes requisitos: 
• Quantidade de pena: tratando-se de crime culposo, qualquer pena imposta admite 
a substituição por pena restritiva de direito. Entretanto, no caso de crime doloso, para 
que haja a substituição, o crime deve ser cometido sem violência ou grave ameaça 
a pessoa e a pena imposta deve ser inferior a 4 anos. TEMA COBRADO NO XXVII 
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EXAME DA OAB/FGV
Nos crimes dolosos praticados com violência ou grave ameaça não é possível a substituição 
por pena restritiva de direitos. 
• Reincidência: O Réu não pode ser reincidente em crime doloso, salvo se a 
reincidência não for específica no mesmo tipo penal e a medida for socialmente 
recomendável (§ 3º do art. 44 do CP). A reincidência em crime culposo, portanto, não 
impede a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direito TEMA 
COBRADO NOS EXAMES XXI E XXIV DA OAB/FGV.
• Circunstâncias favoráveis: A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que 
essa substituição seja suficiente.
Como regra geral, a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direito 
ocorre na própria sentença condenatória, devendo o juiz primeiro fixar a pena privativa de liberdade 
com a indicação do regime inicial de cumprimento e, na sequência, presentes os requisitos legais, 
realizar a substituição, que deve observar os seguintes critérios: TEMA COBRADO NO IV EXAME 
DA OAB/FGV. 
CONDENAÇÃO IGUAL OU 
INFERIOR A 1 (UM) ANO
CONDENAÇÃO SUPERIOR 
A 1 (UM) ANO
MULTA OU 1 (UMA) PENA 
RESTRITIVA DE DIREITO 
1(UMA) PENA RESTRITIVA DE 
DIREITO E MULTA OU 2 (DUAS) 
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO 
Vejamos agora as características de cada uma das espécies das penas restritivas de direito: 
• Prestação pecuniária: consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus 
dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância 
fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos 
e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual 
condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários (§ 1º do art. 
45 do CP). 
O § 2º do art. 45 do CP dispõe que, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária 
pode consistir em prestação de outra natureza, sendo o exemplo mais comum a doação de 
cestas básicas. 
Entretanto, o art. 17 da Lei Maria da Penha dispõe que é vedada a aplicação, nos casos de 
violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação 
pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.
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• Perda de Bens e valores: a perda de bens e valores pertencentes aos condenados 
dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, 
e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do 
provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do crime (§ 
3º do art. 45 do CP). 
• Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas: aplicável às 
condenações superiores a seis meses de privação da liberdade e consiste na atribuição 
de tarefas gratuitas ao condenado em entidades assistenciais, hospitais, escolas, 
orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou 
estatais. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser 
cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a 
não prejudicar a jornada normal de trabalho.
A pena restritiva de direito deve ter o mesmo prazo da pena privativa de liberdade substituída. No 
entanto, no caso de prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas, permite-se, caso a 
pena substituída seja superior a 1 ano, que o condenado cumpra a pena em menor tempo, desde 
que não seja inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. A título de exemplo, se a pena 
privativa de liberdade substituída era de2 anos, permite-se que o condenado concentre as horas 
de prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas em prazo menor, desde que não 
seja inferior a 1 (um) ano, que é metade da pena substituída (§ 4º do art. 46). 
• Interdição temporária de direitos: I - proibição do exercício de cargo, função ou 
atividade pública, bem como de mandato eletivo; II - proibição do exercício de profissão, 
atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização 
do poder público; III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo; 
IV – proibição de frequentar determinados lugares; V - proibição de inscrever-se em 
concurso, avaliação ou exame públicos (art. 47 do CP). 
• Limitação de fim de semana: consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e 
domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento 
adequado. Durante a permanência do condenado, poderão ser ministrados cursos e 
palestras ou atribuídas atividades educativas (art. 48 do CP).
A redação original do § 4º do art. 33 Lei n. 11.343/2006 (lei de Drogas) vedava a substituição de 
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direito nos crimes apenados com reclusão 
nela previstos. No entanto, a resolução n. 5/2012 do Senado federal suspendeu essa proibição, 
não havendo mais qualquer vedação nesse sentido. 
Por fim, é importante destacar que existem situações que vão importar na conversão da pena 
restritiva de direito em pena privativa de liberdade, ou seja, haverá a restituição da pena privativa 
de liberdade outrora substituída em decorrência do descumprimento da restrição imposta.
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CONVERSÃO OBRIGATÓRIA (§ 4º DO 
ART. 44 DO CP)
CONVERSÃO FACULTATIVA (§ 5º 
DO ART. 44 DO CP)
A pena restritiva de direitos converte-se 
em privativa de liberdade quando ocorrer o 
descumprimento injustificado da restrição imposta. 
No cálculo da pena privativa de liberdade a 
executar será deduzido o tempo cumprido da pena 
restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo 
de trinta dias de detenção ou reclusão, que serve 
para desestimular o descumprimento da restrição 
faltando poucos dias para o seu término (na 
conversão deverá cumprir no mínimo 30 dias). 
Sobrevindo condenação a pena privativa 
de liberdade, por outro crime, o juiz da 
execução penal decidirá sobre a conversão, 
podendo deixar de aplicá-la se for possível 
ao condenado cumprir a pena substitutiva 
anterior. Em outras palavras, no caso de 
uma nova condenação em pena privativa de 
liberdade, o juiz poderá deixar de converter 
a pena restritiva de direito anteriormente 
imposta se o cumprimento da nova pena for 
compatível com esta.
11.2.3. MULTA 
Trata-se de quantia em dinheiro paga em favor do Fundo Penitenciário Nacional. A multa é 
fixada em sentença com base em dois critérios: a) são fixados dias-multa (mínimo 10 e máximo 360 
dias multa) e b) atribui-se um valor para cada dia multa, que varia de 1/30 até 5 vezes o salário 
mínimo, a depender da situação econômica do condenado.
É importante destacar que, em caso de inadimplemento, a multa não pode ser convertida em 
prisão, devendo ser inscrita e executada perante o juiz da execução penal, aplicando-se as normas 
relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, conforme disposto na nova redação do art. 51 do CP. dada 
pela Lei 13.964/19: 
Art. 51 do CP - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será 
executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, 
aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que 
concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.
Salienta-se ainda que a Súmula n. 171 do STJ estabelece que cominadas cumulativamente, em 
lei especial, penas privativa de liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da prisão por multa.
 No caso da Lei Maria da Penha, a multa não pode ser aplicada de forma isolada (art. 17 da Lei 
n. 11.340/06). 
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12. APLICAÇÃO DA PENA 
Para a fixação da pena privativa de liberdade, o código penal adotou, em seu art. 68, o sistema 
trifásico, idealizado por Nelson Hungria: 
Art. 68 do CP - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; 
em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, 
as causas de diminuição e de aumento. 
Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas 
na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, 
prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.
12.1. PRIMEIRA FASE: PENA-BASE
Na primeira fase, respeitados os limites mínimos e máximos cominados em abstrato, o juiz 
fixará a pena-base, levando em consideração as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP.
Art. 59 do CP - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à 
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem 
como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente 
para reprovação e prevenção do crime: 
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; 
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. 
O primeiro critério a ser utilizado para a fixação da pena é observar se há ou não qualificadoras 
no crime. Havendo, os limites da pena base serão fixados de acordo com o preceito do crime 
qualificado, enquanto que, se não houver qualificadora, os limites serão fixados de acordo com o 
preceito do crime simples. 
Após, o juiz deverá considerar as circunstâncias judiciais para fazer a dosagem da pena, 
lembrando-se que, em relação aos maus antecedentes, estes são condenações definitivas 
(transitadas em julgado) que não geram reincidência, já que esta é analisada na segunda fase da 
dosimetria da pena.
Além disso, não se pode considerar como maus antecedentes a existência de inquéritos policiais 
e ações penais em curso, conforme previsto na Súmula n. 444 do STJ. 
Muito importante destacar ainda que, na primeira fase, a pena não pode ser menor nem maior 
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que o mínimo e o máximo previsto em abstrato para o crime. Desse modo, se todas as circunstâncias 
forem favoráveis ao agente, a pena base será fixada no mínimo abstrato previsto para do crime. 
12.2. SEGUNDA FASE (PENA INTERMEDIÁRIA) 
12.2.1. AGRAVANTES E ATENUANTES 
Na segunda fase (pena intermediária), o juiz leva em consideração as atenuantes e as 
agravantes previstas em lei, que vão atenuar ou agravar a pena-base, não podendo, entretanto, 
extrapolar o limite mínimo e máximo da pena em abstrato do crime TEMA COBRADO NO VII 
EXAME DA OAB/FGV.
Súmula n.231 do STJ: a incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à 
redução da pena abaixo do mínimo legal.
As agravantes genéricas possuem previsão no artigos 61 e 62 do CP, conforme abaixo transcrito. 
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou 
qualificam o crime:
I - a reincidência; 
II - ter o agente cometido o crime: 
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de 
outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou 
ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou 
de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente,descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação 
ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; 
(Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006)
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; 
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de 
desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
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Agravantes no caso de concurso de pessoas
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: 
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; 
II - coage ou induz outrem à execução material do crime; 
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-
punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; 
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.
Existem 3 (três) situações em que a agravante não vai agravar a pena: 1) Se a agravante já constitui 
ou qualifica o crime (ex: tratando-se de homicídio, o motivo torpe já qualifica o crime, de modo que 
a agravante genérica do art. 61, “a”, do CP, não poderá ser utilizada, sob pena de bis in idem); 2) 
Se a pena base já foi fixada no máximo, já que a agravante não poderá aumentar o limite máximo 
em abstrato da pena; 3) se houver concurso de agravante com atenuante que seja preponderante, 
como no caso da atenuante da menoridade, que prepondera sobre qualquer agravante. 
Já as atenuantes genéricas possuem previsão no art. 65 do CP TEMA COBRADO NO XXXII 
EXAME DA OAB/FGV. 
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, 
na data da sentença; 
II - o desconhecimento da lei; 
III - ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe 
ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem 
de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato 
injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.
Conforme previsto no art. 67 do CP, no concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve 
aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as 
que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. 
Para facilitar o estudo, podemos memorizar as seguintes regras: 
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• A circunstância que prepondera sobre todas as demais é a circunstância atenuante 
da menoridade (réu menor de 21 anos na data dos fatos) ou da senilidade (réu maior 
de 70 anos na data da sentença). 
• A agravante da reincidência, salvo no caso das atenuantes da menoridade ou da 
senilidade, prepondera sobre todas as demais atenuantes. 
O STJ pacificou entendimento de que a agravante da reincidência compensa-se com a atenuante 
da confissão espontânea. Entretanto, não haverá a compensação se o réu é multirreincidente. 
• Atenuantes e agravantes subjetivas prevalecem sobre atenuantes e agravantes objetivas
Muito importante frisar que a reincidência, sem dúvida alguma, é a agravante mais cobrada no exame 
da OAB/FGV, motivo pelo qual destacaremos, doravante, os pontos mais importantes sobre o tema. 
12.2.2. REINCIDÊNCIA 
Conforme previsto no art. 63 do CP, a reincidência ocorre quando o agente comete novo crime, 
depois de transitar em julgado a sentença que, no país ou no estrangeiro, o tenha condenado por 
crime anterior.
São requisitos da reincidência, portanto: a) sentença transitada em julgado pela prática de 
crime anterior e b) prática de novo crime TEMA COBRADO NOS EXAMES IV E XV DA OAB/FGV.
O art. 63 do CP, no entanto, é complementado pelo art. 7º da lei das contravenções penais que 
dispõe que “verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar 
em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, 
no Brasil, por motivo de contravenção”.
Assim, a reincidência também ocorre quando o agente é condenado por decisão irrecorrível 
pela prática de crime e posteriormente pratica crime ou nova contravenção, mas a recíproca não 
é verdadeira, ou seja, não haverá reincidência se o agente já tiver sido condenado pela prática de 
contravenção e depois praticar crime, já que a norma é silente neste caso TEMA COBRADO NO 
IX EXAME DA OAB/FGV.
Além disso, de acordo com o art. 64, II, do CP, crime militar próprio e crime político não geram 
reincidência TEMA COBRADO NO XXIII EXAME DA OAB/FGV. 
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REINCIDÊNCIA
REINCIDÊNCIA
REINCIDÊNCIA
NÃO HÁ REINCIDÊNCIA
NÃO HÁ REINCIDÊNCIA
CRIME 
CONTRAVENÇÃO
CONTRAVENÇÃO
CRIME
CRIME
CRIME 
CRIME 
CONTRAVENÇÃO
CONTRAVENÇÃO
CRIME MILITAR 
 OU POLÍTICO
• A sentença que concede perdão judicial não gera reincidência por expressa previsão no 
art. 120 do CP. 
• Crime militar próprio e crime político não geram reincidência (art. 64, II, do CP). 
Destaca-se ainda que, de acordo com o art. 64, I, do CP, não haverá reincidência se entre 
a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de 
tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento 
condicional, se não ocorrer revogação TEMA COBRADO NO XX EXAME DA OAB/FGV.
 Tem-se, portanto, que a reincidência não é eterna e está sujeita a um período de depuração, 
também chamado de prescrição da reincidência, que se verifica a partir de 5 anos da extinção da 
punibilidade do agente. 
Havendo decisão definitiva que não gera reincidência (decurso do prazo de depuração de 
cinco anos, condenação anterior por crime militar próprio ou crime político, que, conforme art. 
64, II, do CP, não são considerados para efeito de reincidência), o condenado será considerado 
com maus antecedentes. 
12.3. TERCEIRA FASE: PENA DEFINITIVA 
Diferentemente do que ocorre nas duas primeiras fases do crime, em que o juiz fica adstrito ao 
limite mínimo e máximo da pena em abstrato (preceito secundário), na terceira fase o juiz não está 
atrelado a esses limites, podendo aumentar ou diminuir a pena além do máximo ou do mínimo 
previsto para o crime em abstrato. 
As causas de aumento ou diminuição de pena podem ser encontradas na parte geral (tentativa, 
concurso formal e concurso material, por exemplo) ou na parte especial, sendo possível identificá-
las quando o artigo se refere a frações (a pena é reduzida de um a dois terços, a pena é aumentada 
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de um terço, etc.). 
Como regra geral, primeiro devem ser aplicadas as causas de aumento de pena e, 
posteriormente, as causas de diminuição, deixando-se, por último, a análise da tentativa. 
Com relação à tentativa, salvo disposição em contrário, o agente será punido com a pena 
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. Além disso, o critério adotado 
pela doutrina e jurisprudência amplamente majoritáriaspara o juízo dosar o quantum de diminuição 
da pena é o da proximidade da consumação: quanto mais próximo o infrator chegar à consumação, 
menor a redução, e vice-versa.
Assim, se houver concurso de causas de aumento e de diminuição, o juiz deverá observar 
os seguintes critérios: 
• Existindo duas ou mais causas de aumento, o juiz deve aplicar todas, salvo se as 
causas de aumento estiverem previstas na parte especial do código, hipótese em que 
o juiz poderá aplicar apenas uma causa, desde que seja a causa que mais aumenta a 
pena (art. 68, parágrafo único, do CP). 
• Existindo duas ou mais causas de diminuição de pena, o juiz deve aplicar todas, 
salvo se as causas de diminuição estiverem previstas na parte especial do código, 
hipótese em que o juiz poderá aplicar apenas uma causa, desde que seja a causa que 
mais diminua a pena (art. 68, parágrafo único, do CP). 
• Existindo causas de aumento e de diminuição, o juiz deve primeiro aplicar a causa 
de aumento e depois a de diminuição. 
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13. SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA (“SURSIS”)
O sursis, ou suspensão condicional da pena, representa o direito do condenado de ter suspensa 
a execução da sua pena privativa de liberdade por um determinado período (período de prova), 
em que ficará sujeito a determinadas condições que, se cumpridas, acarretarão a extinção da 
punibilidade do agente. 
Não confundir suspensão condicional da pena com a suspensão condicional do processo: 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO (art. 89 da Lei n. 9.099/95): 
O Ministério Público poderá propor a denominada suspensão condicional do processo por 2 a 
4 anos, nos casos em que a pena mínima cominada ao crime for igual ou inferior a 1 (um) ano, 
desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro 
CRIME e que estejam presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional 
da pena (art. 77 do Código Penal) TEMA COBRADO NO XXIV EXAME DA OAB/FGV. 
• REQUISITOS 
Para que o sursis seja concedido, o condenado deve preencher os seguintes requisitos: 
• Pena privativa de liberdade: O beneficiário do sursis deve ter sido condenado à pena 
privativa de liberdade não superior a 2 anos. Excepcionalmente, entretanto, o sursis 
poderá ser concedido ao condenado à pena privativa de liberdade não superior a 4 
anos, desde que ele tenha mais de 70 anos de idade (sursis etário) ou por razões de 
saúde que justifiquem a concessão (sursis humanitário). Além disso, tratando-se de 
crimes ambientais, o sursis pode ser concedido ao condenado à pena privativa de 
liberdade não superior a 3 anos (art. 16 da Lei n. 9.605/98). 
A pena restritiva de direitos e a de multa não admitem sursis. 
• Não ser reincidente em crime doloso: o condenado não pode ser reincidente em 
crime doloso, salvo se a condenação anterior for à pena de multa. Em outras palavras, 
o reincidente em crime doloso que tenha sido condenado à pena de multa pode ser 
beneficiado pelo sursis. 
• Circunstâncias favoráveis: a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e 
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias devem autorizar 
a concessão do benefício.
• Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 do CP: não pode ser 
caso de substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direito. 
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• No caso de sursis especial, além dos requisitos anteriores, o condenado deve 
reparar o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo. 
• PERÍODO DE PROVA 
O período de prova é o tempo em que o condenado será submetido a certas condições para 
que a suspensão da sua pena privativa de liberdade seja considerada válida. 
O período de prova será de 2 a 4 anos, salvo nos casos de sursis etário e sursis humanitário, 
em que o período de prova será de 4 a 6 anos.
• CONDIÇÕES DO SURSIS 
As condições impostas no período de prova são classificadas em legais, quando expressamente 
previstas em lei, e judicias, quando determinadas pelo juiz, devendo-se ressaltar que, em todas as 
espécies de sursis, o juiz possui liberdade para fixar as condições que entender necessárias, desde 
que sejam razoáveis e proporcionais. 
• ESPÉCIES 
Vejamos abaixo as espécies possíveis de sursis: 
• Sursis simples: é considerado o mais rigoroso, sendo imposto ao condenado que 
podia ter reparado o dano causado, mas não o fez. No sursis simples, no primeiro ano 
do período de prova o juiz deverá impor como condição obrigatória a prestação de 
serviços à comunidade ou limitação de fim de semana.
• Sursis especial: é considerado menos grave porque o condenado reparou o dano 
ou não podia repará-lo. Neste caso, o juiz fixará as seguintes condições durante o 
período de prova: a) Proibição de se ausentar da comarca sem autorização judicial; 
b) Proibição de frequentar determinados lugares; c) Comparecimento mensal à juízo 
para comprovar e justificar atividades.
• Sursis etário: concedido ao condenado maior de 70 anos de idade, desde que a sua 
pena privativa de liberdade não seja superior a 4 anos. O período de prova será 4 a 6 
anos TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV.
• Sursis humanitário: concedido nos casos em que as condições de saúde do 
condenado justificam a suspensão da pena. Poderá ser beneficiado o condenado a 
pena não superior a 4 anos e o período de prova será de 4 a 6 anos. 
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SURSIS 
SIMPLES 
SURSIS 
ESPECIAL
SURSIS 
ETÁRIO 
SURSIS 
HUMANITÁRIO 
REQUISITOS *Pena Privativa 
de liberdade 
não superior a 
2 anos; 
*Não ser 
reincidente em 
crime doloso, 
salvo pena 
de multa; 
* Condições 
judiciais 
favoráveis 
* Não ser 
possível 
conversão em 
pena restritiva 
de direito 
Além dos 
requisitos gerais 
do simples, o 
condenado deve 
ter reparado 
o dano, salvo 
impossibilidade 
de fazê-lo 
* Pena 
privativa de 
liberdade não 
superior a 
4 anos 
No mais, deve-
se observar 
os mesmos 
requisitos do 
sursis simples 
* Pena privativa 
de liberdade não 
superior a 4 anos 
No mais, deve-
se observar 
os mesmos 
requisitos do 
sursis simples
PERÍODO DE 
PROVA De 2 a 4 anos De 2 a 4 anos De 4 a 6 anos De 4 a 6 anos 
CONDIÇÕES Primeiro ano 
do sursis: 
Prestação de 
serviços à 
comunidade ou 
limitação de fim 
de semana no 
primeiro ano 
do período 
de prova
Primeiro ano 
do sursis: 
a) Proibição de 
se ausentar da 
comarca sem 
autorização 
judicial; 
b) Proibição 
de frequentar 
determinados 
lugares;
c) Comparecimento 
mensal à juízo 
para comprovar 
e justificar 
atividades
Condições que 
podem ser as 
mesmas do 
sursis simples 
ou especial, 
dependendo 
se o 
condenado 
reparou ou 
não o dano 
Condições que 
podem ser as 
mesmas do 
sursis simples 
ou especial, 
dependendo se 
o condenado 
reparou ou não 
o dano
• REVOGAÇÃO 
A revogação será obrigatória quando, durante o período de prova, o beneficiário: I - é condenado, 
em sentença irrecorrível, por crime doloso; II - frustra, embora solvente, a execução de pena de 
multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; III - descumpre a condição do § 1º 
do art. 78 do CP, ou seja, deixar de prestar serviços à comunidade ou limitação de fim de semana no 
sursis simples, conforme art. 81, caput, do CP TEMA COBRADO NO XIII EXAME DA OAB/FGV.
Por outro lado, a revogação será facultativa, se o condenado descumpre qualquer outra 
condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a 
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pena privativa de liberdade ou restritivade direitos (art. 81, § 1º, do CP). 
Cumprido o período de prova, sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena 
privativa de liberdade
• PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE PROVA
Se o beneficiário do sursis está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-
se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo. 
A prorrogação do período de prova é necessária quando o beneficiário é processado por outro 
crime ou contravenção (art. 81, §2º, do CP). Assim, se o beneficiário for apenas indiciado em 
inquérito policial, não há que se falar em prorrogação do período de prova TEMA COBRADO 
NO VI EXAME DA OAB/FGV.
Além disso, tratando-se de hipótese de revogação facultativa do sursis, o juiz pode, ao invés de 
decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. 
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14. LIVRAMENTO CONDICIONAL 
Trata-se de um benefício legal concedido na fase de execução da pena, consistente no direito 
público subjetivo do agente, que cumpre alguns requisitos objetivos e subjetivos, de ter e sua 
liberdade antecipada.
• REQUISITOS (art. 83 do CP)
Os requisitos são divididos em objetivos e subjetivos. 
REQUISITOS OBJETIVOS:
• Pena Privativa de liberdade igual ou superior a 2 anos: o livramento condicional é 
cabível apenas para pena privativa de liberdade (não cabe para restritiva de direito 
nem para multa); 
De acordo com o art. 84 do CP, as penas que correspondem a infrações diversas devem somar-
se para efeito do livramento. Assim, se a pessoa for condenada a vários crimes, as somas dos 
crimes devem ser somadas para fins de livramento condicional. 
• Reparação do dano, salvo motivo justificado;
• Não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses (acrescida pela Lei 
13.964/19). 
• Cumprimento de parte da pena, que varia de acordo com os seguintes critérios: 
CONDENADO COM 
BONS ANTECEDENTES 
E NÃO REINCIDENTE 
EM CRIME DOLOSO 
CONDENADO 
REINCIDENTE EM 
CRIME DOLOSO 
CRIMES 
HEDIONDOS E 
ASSEMELHADOS 
E O CONDENADO 
NÃO REINCIDENTE 
ESPECÍFICO 
Cumprimento de 1/3 da pena Cumprimento de 1/2 da pena Cumprimento de 2/3 
da pena. 
Se o condenado for 
reincidente específico, 
ou se a vítima morreu 
(requisito acrescentado 
pelo pacote anticrime), 
não terá direito ao 
livramento condicional. 
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Se o condenado pela prática de crime hediondo for reincidente em crime hediondo ou 
assemelhado (reincidente específico), ou se a vítima morreu, não terá direito ao livramento 
condicional. 
É importante destacar que o STJ firmou entendimento (Súmula n. 441) no sentido de que a 
prática de falta disciplinar de natureza grave não interrompe o lapso temporal para aferição do 
tempo devido ao deferimento de livramento condicional TEMA COBRADO NO XXIII EXAME DA 
OAB/FGV.
Registra-se também que a Lei 13.964/19 (pacote anticrime) alterou o art. 83 do CP para deixar 
expresso que aquele que cometeu falta disciplinar grave nos últimos 12 meses não terá direito 
ao livramento condicional. 
REQUISITOS SUBJETIVOS: 
• Comportamento carcerário satisfatório;
• Bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído;
• Aptidão para prover a sua subsistência, mediante trabalho honesto;
• Em se tratando de crime doloso praticado com violência ou grave ameaça, é 
necessário exame para constatação que não voltará a delinquir.
• CONDIÇÕES (art. 132 da LEP)
Para que o beneficiado com o livramento condicional permaneça em liberdade, ele terá de 
cumprir determinadas condições durante o tempo restante da pena não cumprida, a saber: 
CONDIÇÕES OBRIGATÓRIAS 
• Obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;
• Comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
• Não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste.
Condições facultativas (poderão ser impostas pelo juiz, entre outras) 
• Não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da 
observação cautelar e de proteção;
• Recolher-se à habitação em hora fixada;
• Não frequentar determinados lugares.
• REVOGAÇÃO DO LIVRAMENTO 
REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA 
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A revogação do livramento condicional será obrigatória se o liberado vier a ser condenado a 
pena privativa de liberdade, em sentença: I - irrecorrível por crime cometido durante a vigência do 
benefício; II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código, ou seja, as penas 
serão somadas para verificar se há direito a novo livramento condicional. 
Condenado definitivamente por crime praticado 
durante o período de prova, com pena privativa de 
liberdade 
Condenado por crime praticado antes do 
livramento condicional, com pena privativa 
de liberdade 
O livramento será revogado e o condenado terá 
de cumprir integralmente o tempo da pena. Além 
disso, o condenado terá direito a novo livramento 
condicional apenas em relação à segunda 
condenação, salvo em se tratando de reincidente 
específico em crime hediondo, hipótese em que o 
livramento não poderá ser concedido TEMA 
COBRADO NO XXV EXAME DA OAB/FGV
O benefício será revogado, mas permite-se 
que o tempo de livramento seja descontado 
na pena, além do que poderá ser somado 
para fins de novo livramento condicional 
• “A” foi condenada a 9 anos de reclusão e, após cumprir 3 anos de pena, obteve o livramento 
condicional, restando, assim, 6 anos de período de prova. Entretanto, após 3 anos no período 
de prova, “A” é condenado a 2 anos de reclusão por crime cometido na vigência do benefício. 
Nesse caso, o livramento será revogado e “A” terá de cumprir todo o período de livramento 
condicional (6 anos) em reclusão, além da pena pelo segundo crime praticado (2 anos). 
Além disso, outro livramento condicional somente será concedido em relação à segunda 
condenação, desde que cumprida mais de metade da pena (1 ano), já que “A” é reincidente.
• “A” foi condenada a 9 anos de reclusão e, após cumprir 3 anos de pena, obteve o livramento 
condicional, restando, assim, 6 anos de período de prova para cumprir. Entretanto, após 3 
anos no período de prova, “A” é condenado a 2 anos de reclusão por crime cometido antes 
na vigência do benefício. Nesse caso, o livramento condicional será revogado, mas o tempo 
de prova cumprido (3 anos) será computado. Assim, “A” terá de cumprir o tempo restante 
do livramento revogado (3 anos), além da pena pelo segundo crime praticado (2 anos). Além 
disso, as penas poderão ser somadas para fins de novo livramento condicional, que poderá 
ser concedido após 2 anos e meio (metade da pena total de 5 anos), já que “A” é reincidente. 
REVOGAÇÃO FACULTATIVA
A revogação do livramento condicional será facultativa, se o liberado deixar de cumprir 
qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime 
ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. 
• O legislador não tratou especificamente sobre a hipótese de condenação a contravenção 
penal a pena de prisão simples. Neste caso, será caso de revogação facultativa por falta de 
previsão legal. 
• Ao contrário do sursis, em que o principal critério para diferenciar a revogação facultativa 
ou obrigatória é a condenação pela prática de crime doloso ou culposo, no livramento 
condicional o principal critério utilizado é a condenação ou não à pena privativa de liberdade.
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Aplicando-se o mesmo raciocínio da revogação obrigatória, se a condenação ocorrer por 
delito praticado antes do benefício,será descontado o tempo do livramento, ao passo que, se a 
condenação se referir a delito cometido na vigência do benefício, não haverá o desconto. 
Em qualquer caso de revogação, o juiz deve ouvir o beneficiado antes de decidir.
RESUMINDO: os efeitos da revogação variam se a situação que ensejou a revogação do benefício 
ocorreu antes ou durante o período de livramento condicional. 
Isso porque, quando a situação que acarretou a revogação do benefício ocorreu durante o 
período de prova, entende-se que o condenado traiu a confiança do Estado, motivo pelo qual 
as consequências são mais severas, de modo que o tempo cumprido de livramento condicional 
não será considerado. 
• PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE PROVA (art. 89 do CP)
O período de prova será prorrogado se, ao término do seu prazo, o beneficiado estiver sendo 
processado por crime cometido durante sua vigência. 
Nesse caso, durante a prorrogação, o beneficiado não fica sujeito a cumprir as obrigações 
impostas para o livramento condicional. No entanto, se houver condenação pela prática do crime, 
o livramento será revogado. Por outro lado, caso haja absolvição, a pena será extinta. 
• EXTINÇÃO DA PENA (art. 90) 
Se até o seu término o livramento não for revogado, considera-se extinta a pena privativa de 
liberdade.
Desse modo, se o beneficiário sofrer nova condenação no curso de livramento condicional, mas o 
período de prova do benefício decorrer sem qualquer decisão revogatória, aplica-se a Súmula nº 617 do 
STJ: “A ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional antes do término do período de 
prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena” TEMA COBRADO NO 
XXVIII EXAME DA OAB/FGV
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15. EFEITOS DA CONDENAÇÃO 
O principal efeito, efeito primário, da condenação é a aplicação da sanção penal pelo Estado, o 
que pode ser feito mediante medida de segurança ou de pena, conforme já estudado. 
Além do efeito primário, a condenação penal possui ainda diversos efeitos secundários, que 
podem possuir natureza penal ou extrapenal, conforme abaixo esquematizado: 
• Principais efeitos secundários de natureza penal: a) reincidência (art. 63 do CP); b) impede, em 
regra, o sursis (art. 77, I, do CP) e causa a sua revogação (art. 81, I, e § 1º, do CP); c) causa a 
revogação do livramento condicional (art. 86 do CP); d) aumenta o prazo da prescrição da pretensão 
executória (art. 110, caput, do CP) e e) causa a revogação da reabilitação (art. 95 do CP).
Já em relação aos efeitos de natureza extrapenal, eles podem ser genéricos ou específicos: 
• Efeitos extrapenais genéricos (art. 91 do CP): I) Tornar certa a obrigação de indenizar o 
dano causado pelo crime (art. 91, I, CP) e II) Confisco dos instrumentos e produtos do crime 
(art. 91, II, do CP).
• Efeitos extrapenais específicos (art. 92 do CP): I) Perda de cargo, função pública ou mandato 
eletivo (art. 92, I, do CP), exigindo-se, para tanto, que, nos crimes praticados com abuso de 
poder ou violação do dever para com a Administração Pública, a pena aplicada seja igual ou 
superior a 1 ano e, nos demais casos, a pena seja superior a 4 anos; II) Incapacidade para 
o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes dolosos sujeitos à pena 
de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar, contra 
filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado(art. 90, II, do CP); e III) 
inabilitação para dirigir veículo (art. 90, III, do CP), quando utilizado como meio para a prática 
de crime doloso. 
Os efeitos extrapenais específicos não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados 
na sentença (art. 92, parágrafo único, do CP). 
A Lei nº 13.715/2018 alterou a redação do inciso II do art. 92 do Código Penal, estabelecendo 
que o crime doloso, sujeito à reclusão, contra pessoa igualmente titular do poder familiar 
também é causa de incapacidade para o exercício do poder familiar. Assim, se Paulo, casado 
com Ana e com dois filhos, praticar homicídio contra sua esposa, poderá perder o poder familiar 
em relação a seus filhos.
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Importante destacar que a Lei 13.964/19 acresecentou o art. 91-A ao CP, passando a prever 
um novo efeito extrapenal para os crimes com pena máxima superior a 6 anos, como forma de 
tentar combater a corrupção. Vehamos: 
“Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima superior 
a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos 
bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja 
compatível com o seu rendimento lícito.
§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do condenado 
todos os bens:
I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício direto ou indireto, 
na data da infração penal ou recebidos posteriormente; e
II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir do 
início da atividade criminal.
§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita 
do patrimônio.
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério Público, 
por ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada.
§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e especificar os 
bens cuja perda for decretada.
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e milícias 
deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do Estado, dependendo da Justiça onde 
tramita a ação penal, ainda que não ponham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a 
ordem pública, nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos crimes.”
O efeito extrapenal previsto é a perda dos bens do condenado incompatíveis com os valores 
de seus rendimentos, mesmo que esses bens não estejam diretamente relacionados com a prática 
do crime. 
Mário é Funcionário Público há 5 anos, sem patrimônio anterior, e foi condenado 
pelo crime de corrupção ativa (art. 333 do CP – pena máxima de 12 anos), tendo 
renda mensal de R$ 10.000 (dez mil reais), mas um patrimônio de R$ 5.000.000 (cinco 
milhões de reais). Nesse caso, além dos valores relacionados diretamente com o 
crime praticado, Mário poderá perder todo o patrimônio que não é compatível com os 
seus vencimentos. Assim, se após analisar os vencimentos de Mário, ficar apurado 
que o seu patrimônio máximo poderia ser no máxio de R$ 500.000 (quinhentos mil 
reais), Mário poderá perder todo o patrimônio incompatível (R$ 4.500.000). 
É importante frisar que, de acordo com o § 1º do art. 91-A do CP, a perda poderá ocorrer 
também em relação aos bens que não estão em nome do condenado, mas sob seu domínio direto 
ou indireto, como nas hipóteses de bens em nome de laranjas, ou ainda quando transferidos 
gratuitamente ou por valores irrisórios. 
Já o §3º do art. 91-A do CP dispõe que a perda dos bens deve ser requerida expressamente na 
denúncia pelo Ministério Público (não pode ser de ofício pelo juiz) e o § 2º estabelece que o réu terá 
oportunidade de demonstrar a inexistência de incompatibilidade ou ilicitude do seu patrimônio. 
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16. REABILITAÇÃO 
Reabilitação é o instituto declaratório que garante ao condenado o sigilo dos registros sobre 
o seu processo, condenação e pena, bem como a suspensão de alguns efeitos extrapenais 
específicos, previstos no art. 92 do CP, a saber: perda de cargo, funçãopública ou mandato eletivo 
(art. 92, I, do CP), e incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela (art. 92, II, do 
CP) e inabilitação para dirigir (art. 92, III, do CP). 
A reabilitação é uma ação proposta no juízo do conhecimento onde houve a condenação e 
contra o seu indeferimento cabe apelação. Contra a decisão que defere a reabilitação cabe 
apelação e recurso de ofício. 
Cabe registrar que, com relação ao sigilo dos registros, há entendimento no sentido de que esse 
efeito da reabilitação perdeu o sentido, uma vez que a Lei de Execução Penal já garante o mesmo 
sigilo, de forma automática, com o simples cumprimento ou extinção da pena (art. 202 da LEP). 
Já em relação ao segundo efeito, qual seja, a suspensão dos efeitos extrapenais específicos, é 
importante destacar que a reabilitação, nos casos dos incisos I e II do art. 92 do CP, não reintegra o 
condenado à situação anterior, permitindo apenas o exercício do direito em relação a situações futuras.
Desse modo, o condenado à perda do cargo público ou ao exercício do poder familiar, por exemplo, 
não voltará ao cargo anterior nem terá restituído o poder familiar em relação ao filho que foi vítima 
do crime, podendo apenas ter direito a ocupar novo cargo público, a partir de nova aprovação em 
concurso, ou a exercer o poder familiar no que tange ao filho que não fora vítima do crime. 
Para que a reabilitação seja deferida, o condenado deve cumprir os seguintes requisitos: 
• Decurso de 2 anos a partir do cumprimento da pena ou da extinção da punibilidade 
por qualquer outra forma, sendo que o tempo do período de prova dos sursis e do 
livramento condicional, sem revogação, devem ser computados para este fim.
• Domicílio no Brasil durante este período de 2 anos.
• Bom comportamento público e privado.
• Reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo ou inexigência.
Importante destacar ainda que, conforme dispõe o art. 95 do CP, a reabilitação será revogada, 
de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, 
por sentença transitada em julgado, salvo se a pena imposta for pena de multa.
Com a revogação, os efeitos extrapenais que estavam suspensos voltam a incidir. 
A reabilitação não se confunde com a reincidência, nem a extingue, haja vista que os seus 
efeitos desaparecem apenas decorridos 5 anos do cumprimento da pena. Desse modo, mesmo 
que a reabilitação seja concedida, o condenado será considerado reincidente até que o período 
de 5 anos seja cumprido. 
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17. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
Conforme previsto no art. 107 do CP, são causas extintivas da punibilidade:
• Morte do agente;
• Anistia, graça ou indulto;
• Retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
• Prescrição, decadência ou perempção;
• Renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
• Retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
• Perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
17.1. MORTE DO AGENTE 
De acordo com o art. 5º, XLV, da CF/88, a pena criminal obedece ao princípio da intransmissibilidade 
(ou pessoalidade ou personalidade), já que não pode passar da pessoa do condenado, permitindo-
se apenas a extensão dos efeitos extrapenais na esfera civil referente à reparação do dano e ao 
perdimento de bens, sempre na medida do patrimônio herdado.
Desse modo, como a pena não pode passar da pessoa do condenado, havendo a morte do 
agente, sua punibilidade será extinta. Entretanto, para que a morte seja declarada, o juiz deverá 
se basear em certidão de óbito e ouvir previamente o Ministério Público (art. 62 do CP). 
O único documento hábil a declarar a morte do agente é a certidão de óbito, não podendo a 
decisão judicial se basear em outros documentos, como corpo de delito, guia de sepultamento, 
etc. Além disso, a morte somente será decretada após a oitiva do Ministério Público.
17.2. ANISTIA, GRAÇA E INDULTO 
São as formas de clemência soberana e extinguem a punibilidade do agente, salvo no caso dos 
crimes hediondos e assemelhados, em que não podem ser concedidas. 
• Anistia: representa o esquecimento jurídico de determinada infração penal mediante 
lei específica. Refere-se apenas a fatos, não interferindo na previsão genérica do tipo 
penal. É de competência do Congresso Nacional TEMA COBRADO NO VIII EXAME 
DA OAB/FGV. 
• Indulto: é um ato espontâneo dado a um grupo de pessoas, mediante decreto 
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do Presidente da República, que pode delegar esse poder ao Ministro de Estado, 
Advogado Geral da União e Procurador Geral da República. 
• Graça: trata-se de medida de caráter individual, por isso também denominada 
de indulto individual, concedida por decreto do Presidente da República, que pode 
delegar esse poder ao Ministro de Estado, Advogado Geral da União e Procurador 
Geral da República. 
Conforme mencionado anteriormente, não é possível indulto, graça ou anistia nos crimes 
hediondos, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e terrorismo (art. 5º, 
XLIII, da CF/88).
17.3. “ABOLITIO CRIMINIS” 
Conforme previsto no art. 2º do CP, ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de 
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
Sendo assim, lei posterior que deixa de prever o fato como típico deve retroagir, beneficiando 
o réu e extinguindo a sua punibilidade. 
17.4. DECADÊNCIA 
A decadência representa a perda do direito de representação (ação penal pública condicionada) 
ou queixa (ação penal privada) pelo decurso do tempo, em regra 6 meses, sem o seu exercício. 
Aplica-se, portanto, somente aos crimes de ação penal privada e ação penal pública 
condicionada à representação, não incidindo nos crimes de ação penal pública incondicionada. 
Por fim, importante lembrar que o prazo decadencial não se interrompe nem se suspende. 
17.5. PEREMPÇÃO 
A perempção é uma sanção processual aplicada ao querelante inerte, que tem como 
consequência a extinção da punibilidade do agente, nos casos previstos no art. 60 do CPP: I 
– quando o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; 
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, 
para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a 
quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36 do CPP, III - quando o querelante deixar 
de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou 
deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV - quando, sendo o querelante 
pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor TEMA COBRADO NO XXIX EXAME DA 
OAB/FGV. 
A perempção é causa de extinção da punibilidade exclusiva da ação penal privada. No caso de 
perempção na ação penal privada subsidiária da pública (art. 60 do CPP), não haverá extinção da 
punibilidade, já que o Ministério Público deverá assumir da titularidade da ação.
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17.6. RENÚNCIA 
A renúncia representa o ato unilateral de vontade do ofendido de não ingressar com ação 
penal privada, podendo ser expressa ou tácita. 
De acordo com o parágrafo único do art. 104 do CP, importa renúncia tácita ao direito de queixa 
a prática de ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber 
o ofendido a indenização do dano causado pelo crime. 
A renúncia aplica-se apenas à ação penal privada, salvo no caso do Juizado Especial Criminal, 
em que o acordo homologado da composição dosdanos civis acarreta a renúncia ao direito de 
queixa ou representação (art. 74 da Lei n. 9.099/95). 
17.7. PERDÃO ACEITO 
O perdão é um ato bilateral, isto é, depende de aceitação do querelado e ocorre após iniciada a 
ação penal privada e antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, podendo ser expresso 
ou tácito e ocorrer dentro ou fora do processo, conforme art. 106 do CP, cuja leitura é importante 
para a prova da OAB TEMA COBRADO NO XXX EXAME DA OAB/FGV: 
Art. 106 do CP - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: 
I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; 
II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; 
III - se o querelado o recusa, não produz efeito.
§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de 
prosseguir na ação. 
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória.
17.8. RETRATAÇÃO 
A retratação significa a retirada daquilo que foi dito. Significa desdizer-se e, no campo moral, 
representa uma grande reparação ao ofendido. 
A retratação será considerada causa extintiva da punibilidade quando a lei expressamente 
admitir, como nos casos dos crimes de calúnia e difamação e no crime de falso testemunho ou 
falsa perícia. 
17.9. PERDÃO JUDICIAL 
O perdão judicial é causa extintiva da punibilidade e ocorre quando, apesar de comprovada a prática 
da infração penal culposa pelo agente, o juiz deixa de aplicar a pena para evitar um mal injusto ao agente. 
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“A”, por descuido, acaba esquecendo o seu filho recém-nascido dentro do carro em dia de 
intenso calor e, em razão disso, o filho falece. Se o juiz condenar “A” por homicídio culposo, 
poderá aplicar o perdão judicial, uma vez que a própria prática do crime já serviu de pena para 
o agente que, evidentemente, não queria ter matado o seu próprio filho. 
Destaca-se que o juiz somente poderá aplicar o perdão judicial nas hipóteses expressamente 
previstas em lei, como no homicídio culposo (art. 121, § 5º); na lesão corporal culposa (art. 129, § 
8º) e na receptação culposa (art. 180, § 3º). Além disso, o perdão judicial não gera efeitos para fins 
de reincidência, de modo que, se no exemplo dado acima, “A” praticar posteriormente outro crime, 
não será considerado reincidente. 
 Embora haja divergência sobre a natureza jurídica da sentença que concede o perdão judicial, 
o STJ sedimentou posicionamento no sentido de que se trata de sentença declaratória da extinção 
da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório (Súmula n. 18 do STJ). 
17.10. PRESCRIÇÃO 
Prescrição representa um limite temporal ao poder de punir do Estado, ou seja, significa a 
perda do direito de o Estado punir (prescrição da pretensão punitiva – PPP) ou executar punição 
imposta (prescrição da pretensão executória – PPE), em razão do decurso do tempo. 
A prescrição é uma garantia do cidadão para evitar o abuso do Estado, mas a própria Constituição 
Federal, em seu art. 5, XLII e XLIV, prevê dois crimes imprescritíveis: 
• Racismo; TEMA COBRADO NO XXVIII EXAME DA OAB/FGV. 
• As ações de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o 
estado democrático.
A tortura aparece como crime imprescritível em alguns tratados internacionais ratificados pelo 
Brasil, como no caso do Estatuto de Roma, mas não há jurisprudência consolidada reconhecendo 
a imprescritibilidade da tortura na seara penal. Na seara civil, entretanto, o STJ já reconheceu 
a imprescritibilidade da tortura. 
Para o direito penal, existem duas espécies de prescrição, que são classificadas de acordo com 
o critério do trânsito em julgado da decisão:
• Prescrição da pretensão punitiva (PPP), que ocorre antes do trânsito em julgado e 
impede qualquer efeito de eventual condenação (efeitos penais e extrapenais);
• Prescrição da pretensão executória (PPE), que ocorre após o trânsito em julgado e 
impede apenas a execução da pena. 
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Prescrição da Pretensão Punitiva (PPP). Prescrição da Pretensão Executória (PPE) 
TRÂNSITO EM 
JULGADO
A prescrição da pretensão punitiva, por sua vez, é subdividida em 4 (quatro) subespécies: a) 
prescrição da pretensão punitiva em abstrato (PPPA), pretensão da prescrição punitiva retroativa 
(PPPR), prescrição da pretensão punitiva superveniente (PPPS) e prescrição da pretensão punitiva 
virtual (PPPV).
17.10.1. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA 
• PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA EM ABSTRATO (PPPA) OU PROPRIAMENTE DITA 
Na PPPA, como ainda não se sabe qual será a pena imposta na sentença, o Estado adotou o 
critério da pior hipótese possível, qual seja, a pena máxima imposta em abstrato para o crime, 
conjugada com as regras estabelecidas no art. 109 do CP: 
PENA MÁXIMA PREVISTA EM 
ABSTRATO PARA O CRIME
PRAZO DA PPP
Superior a 12 anos 20 anos 
Superior a 8 anos e não excedente a 12 anos 16 anos
Superior a 4 anos e não excedente a 8 anos 12 anos 
Superior a 2 anos e não excedente a 4 anos 8 anos
Igual ou superior a 1 ano, mas não 
excedente a 2 anos
4 anos 
Inferior a 1 ano 3 anos 
No que diz respeito aos crimes do art. 28 da Lei de Drogas (lei n. 11343/2006), o prazo 
prescricional será de 2 anos, não se aplicando a tabela do art. 109 do CP.
Na busca pela pena máxima em abstrato do crime, deve-se levar em consideração as qualificadoras 
e as causas de aumento e de diminuição da pena, sendo que, na hipótese de causa de diminuição ou 
aumento variáveis (ex: de 1/3 a 2/3), utiliza-se sempre o maior aumento e a menor diminuição. 
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• Crime de roubo (pena máxima de 3 a 10 anos) cometido com emprego de arma de fogo (causa 
de aumento de 1/3 a 1/2). A pena máxima será 10 anos acrescida da maior causa de aumento 
(1/2), logo, será de 15 anos. Com base na tabela do art. 109 do CP, a PPPA será de 20 anos. 
• No exemplo acima, se houvesse tentativa de roubo com arma de fogo (pena máxima de 15 
anos), a causa de diminuição da tentativa varia de 1/3 a 2/3. Aplica-se, portanto, a fração que 
menos diminui (1/3), que equivale a 5 anos, chegando-se à pena máxima de 10 anos. Com 
base na tabela do art. 109 do CP, a PPPA será de 16 anos. 
Além disso, como regra geral, as agravantes e atenuantes não são levadas em consideração, salvo 
a atenuante da menoridade e da senilidade, que sempre reduzem o prazo prescricional pela metade. 
 A atenuante incide sobre a PPPA já calculada. Assim, no exemplo do crime de roubo cometido 
com arma de fogo, em que a PPPA será de 20 anos, se o agente era menor de 21 anos na data 
do crime, a PPPA passará a ser de 10 anos. 
Já as circunstâncias judiciais e o concurso de crimes nunca serão levados em consideração 
para o cálculo da pena máxima. 
Resumindo: 
ENTRA NO CÁLCULO DA 
PENA MÁXIMA 
NÃO ENTRA NO CÁLCULO DA 
PENA MÁXIMA 
• Qualificadoras 
• Causas de aumento e de diminuição, 
prevalecendo a fração que mais aumenta e a 
que menos diminui. 
• Atenuantes da menoridade e 
da senilidade 
• Agravantes e Atenuantes (salvo as 
atenuantes da menoridade e senilidade) 
• Circunstâncias judiciais 
• Concurso de crimes 
Como regra geral, o termo inicial da PPA começa a correr do dia em que o crime se consumou 
(teoria do resultado)3. Entretanto, pode variar nas seguintes situações (art. 111 do CP): 
• No caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; 
• Nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; 
• Nos crimes de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do 
registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido
3 O crime se considerada praticadono momento da conduta (teoria da atividade), mas a prescrição 
se inicia com a consumação (teoria do resultado).
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• Nos crimes contra a dignidade sexual ou que envolvam violência contra a criança 
e o adolescente, previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a 
vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a 
ação penal ( Osb: o inciso V do art. 111 foi alterado pela Lei 14.344/2022 para incluir 
os crimes que envolvam violência contra a criança e o adolescente)
Digno de nota que há situações que suspendem ou interrompem o prazo prescricional. No caso 
de suspensão, cessada a hipótese suspensiva, o prazo retoma o seu curso normalmente. Já na 
hipótese de interrupção, o prazo prescricional começa a correr do zero, ou seja, inicia-se novo prazo. 
CAUSAS SUSPENSIVAS 
DA PPPA
CAUSAS INTERRUPTIVAS 
DA PPPA
• Enquanto não resolvida, em outro processo, 
questão de que dependa o reconhecimento da 
existência do crime (art. 116, I, do CP)
• Enquanto o agente cumpre pena no 
estrangeiro (art. 116, II, do CP)
• Réu citado por edital que não comparece 
nem constitui advogado (art. 366 do CP) 
• na pendência de embargos de declaração ou 
de recursos aos Tribunais Superiores, quando 
inadmissíveis; e (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019)
• enquanto não cumprido ou não rescindido o 
acordo de não persecução penal. (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019)
• Recebimento da denúncia ou da queixa 
• Pronúncia 
• Decisão confirmatória da pronúncia; 
• Publicação da sentença ou acórdão 
condenatórios recorríveis 
CAUSAS INTERRUPTIVAS: 
TRIBUNAL DO JÚRI
PPPA PPPA PPPA PPPA PPPA
RECEBIMENTO 
DA INICIAL 
PRONÚNCIA DECISÃO 
CONFIRMATÓRIA 
DA PRONÚNCIA 
SENTENÇA TRÂNSITO EM 
JULGADO 
PROCEDIMENTO COMUM 
PPPA PPPA PPPA
RECEBIMENTO 
DA INICIAL 
SENTENÇA 
OU ACÓRDÃO 
CONDENATÓRIO 
TRÂNSITO EM 
JULGADO 
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Assim, para cada situação de interrupção haverá o decurso de novo prazo da PPPA, conforme 
demonstrado nos gráficos acima. 
Ressalta-se ainda que, com a PPPA, eventual sentença penal provisória será rescindida, o 
acusado não será responsabilizado pelas custas do processo e terá direito à restituição integral de 
eventual fiança paga.
• PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA RETROATIVA (PPPR) 
A PPPR passa a levar em consideração a pena fixada em sentença quando houver trânsito em 
julgado para a acusação, já que, como não é possível aumentar a pena em caso recurso exclusivo da 
defesa (non reformatio in pejus), sabe-se que a pena prevista na sentença não poderá mais ser elevada. 
Art. 110 do CP
(...)
§ 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para 
a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não 
podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou 
queixa TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/FGV.
Chama-se retroativa porque, na verdade, é um novo cálculo da prescrição para trás, mas, 
desta vez, levando-se em conta a pena fixada na decisão irrecorrível para a acusação, segundo os 
critérios do art. 109 do CP. A PPPR será analisada retroativamente da sentença com trânsito em 
julgado para a acusação e terá como termo inicial a denúncia ou queixa. 
“A” comete crime de roubo com emprego de arma de fogo (pena máxima de 15 anos, com PPPA 
de 20 anos), sendo condenado à pena de 6 anos em sentença irrecorrível para a acusação. Nesse 
caso, a PPR será de 12 anos, conforme art. 109 do CP. Assim, se entre a denúncia e a sentença 
transcorreu período superior a 12 anos, haverá prescrição da pretensão punitiva retroativa. 
Os efeitos da PPPR serão os mesmos da PPPA, ou seja, eventual sentença penal provisória 
será rescindida, o acusado não será responsabilizado pelas custas do processo e terá direito à 
restituição integral de eventual fiança paga.
• PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA SUPERVENIENTE (OU INTERCORRENTE) 
A prescrição da pretensão punitiva superveniente (PPPS), assim como a prescrição retroativa 
(PPPR), possui como base a pena concreta, mas, ao invés de ser contada “para trás”, será contada 
“para frente” TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV.
A PPPS verifica-se da publicação da sentença ou acórdão condenatórios irrecorrível para a 
acusação “para frente”, até o trânsito em julgado da decisão para a defesa.
Assim, ao mesmo tempo que o trânsito em julgado para a acusação gera a PPPR “para trás”, incide 
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ainda a PPPS para frente, que vai reger o prazo máximo para a apreciação dos recursos da defesa 
O prazo da PPPS, portanto, é o mesmo da PPPR, aplicando-o, entretanto, “para a frente”. 
“A” comete crime de roubo com emprego de arma de fogo (pena máxima de 15 anos, com PPPA 
de 20 anos) e é condenado à pena de 3 anos, sendo que apenas a defesa recorre da decisão. 
Nesse caso, a PPPS será de 8 anos (mesmo prazo da PPPR), ou seja, o Estado terá o prazo de 
8 anos para julgar todos os recursos da defesa, sob pena de prescrição. 
• PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA VIRTUAL (HIPOTÉTICA, IDEAL OU ANTECIPADA)
A prescrição da pretensão punitiva virtual (PPPV) não possui previsão legal, tendo sido criada 
pela doutrina e pela jurisprudência. 
Representa uma antecipação do cálculo da prescrição retroativa (PPPR) antes mesmo da 
condenação do réu, de modo que o juiz, analisando o tempo já transcorrido no processo e as 
circunstâncias que seriam levadas em conta para graduar a pena no caso de condenação, já 
consegue perceber que haverá a incidência da prescrição retroativa, de modo que, por economia 
processual, poderia extinguir a punibilidade do agente. 
A prescrição virtual, entretanto, não é aceita pelos Tribunais Superiores, conforme previsto na 
Súmula n. 438 do STJ: 
Súmula 438 do STJ: É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da 
pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da 
existência ou sorte do processo penal.
17.10.2. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA 
Prevista no art. 110, caput, do CP, tem como pressuposto o trânsito em julgado da decisão para 
as duas partes e o transcurso do seu prazo implica na perda do direito de o Estado executar a pena 
imposta. A PPPE leva em conta a pena imposta na decisão definitiva, aplicando-se a tabela do art. 
109 do CP, aumentando-se ainda o prazo em 1/3, em caso de reincidência TEMA COBRADO NO 
XV EXAME DA OAB/FGV.
Além disso, o prazo prescricional será reduzido pela metade quando o criminoso era, ao tempo 
do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos (art. 
115 do CP).
Conforme previsto no art. 112 do CP, a PPPE começa a correr: I - do dia em que transita em 
julgado a sentença condenatória para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da 
pena ou o livramento condicional; II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o 
tempo da interrupção deva computar-se na pena.
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O art. 113 do CP estabelece que, no caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento 
condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena.
“A” é condenado pela prática do crime de roubo a 4 anos de reclusão, tendo a decisão transitado 
em julgado. A PPPE será de 8 anos (art. 109 do CP), já que “A” não era reincidente. Se depois 
de 2 anos e 6 meses cumprindo a pena, “A” conseguir fugir, a PPPE será regulada pelo tempo 
restante da pena, qual seja, 1 ano e 6 meses. Aplicando-se novamente a regra do art.109 do CP 
ao tempo restante da pena, conclui-se que a PPPE será de 4 anos, ou seja, o Estado terá 4 anos 
para recapturar “A”, sob pena de prescrição da pretensão executória. 
São causas que interrompem o prazo da PPPE: o início ou continuação do cumprimento da 
pena e a reincidência. 
• Se à época da decisão definitiva o condenado já é reincidente, haverá o aumento do prazo 
prescricional em 1/3. No entanto, caso a reincidência seja verificada no curso da PPPE, esta 
será interrompida.
• A fuga do condenado não “zera” a PPPE, devendo esta ser regulada pelo tempo que 
resta da pena, isto é, o tempo restante será novamente enquadrado no art. 109 do CP. Se o 
condenado for recapturado, o novo prazo da PPPE será interrompido, ou seja, volta a correr 
do “zero”. 
No que tange aos efeitos, diferentemente do que ocorre na prescrição da pretensão punitiva 
(PPP), na PPPE não há rescisão da sentença condenatória, permanecendo todos os efeitos penais 
e extrapenais da condenação. 
17.10.3. PRESCRIÇÃO DA PENA DE MULTA 
Conforme previsto no art. 114 do CP, a prescrição da pena de multa obedece às seguintes regras: 
• Prescreve em 2 (dois) anos, quando a multa for a única pena cominada ou aplicada; 
• Prescreve no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa 
de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou 
cumulativamente aplicada. 
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PARTE ESPECIAL
18. CRIMES CONTRA A PESSOA 
18.1. CRIMES CONTRA A VIDA 
18.1.1. HOMICÍDIO 
• Descrição do Tipo (art. 121 do CP): matar alguém. Pena: reclusão 6 a 20 anos. 
• Bem jurídico tutelado: vida humana extrauterina, já que a eliminação da vida 
uterina é considerada aborto. Importante destacar que o direito à vida não é absoluto, 
havendo situações que a morte de outrem não será punida, como nos casos de pena 
de morte por crime militar em caso de guerra declarada, e de homicídio praticado em 
legítima defesa ou estado de necessidade. 
• Sujeitos: a) ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) passivo: qualquer pessoa 
nascida com vida. 
• Homicídio privilegiado (§ 1º do art. 121): se o agente comete o crime impelido 
por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção 
(homicídio emocional), logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode 
reduzir a pena de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço). O privilégio, portanto, foi elevado 
a status de causa de diminuição (terceira fase do sistema trifásico), permitindo que a 
pena fique abaixo do limite em abstrato. Importante lembrar ainda que o privilégio não 
se comunica aos coautores e partícipes do crime. 
O homicídio privilegiado em razão de violenta emoção não se confunde com a atenuante 
prevista no art. 65, III, “c” do CP, já que no primeiro exige-se o domínio da violenta emoção e a 
ação do agente tem de ser imediata, enquanto que na atenuante genérica basta a influência da 
emoção, além do que não há previsão requisito temporal.
• Homicídio qualificado (§ 2º do art. 121): considerado crime hediondo, é apenado 
com pena de reclusão de 12 a 30 anos e ocorre quando o homicídio é praticado: I - 
mediante paga ou promessa de recompensa (homicídio mercenário ou assassínio), ou 
por outro motivo torpe; II - por motivo fútil (motivo insignificante e desproporcional 
em relação à conduta adotada); III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, 
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - 
à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou 
torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a 
impunidade ou vantagem de outro crime; VI - contra a mulher por razões da condição 
de sexo feminino (Feminicídio); VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 
142 e 144 da Constituição Federal (autoridades das forças armadas e da segurança 
pública), integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, 
no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou 
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parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, VIII - com emprego 
de arma de fogo de uso restrito ou proibido, IX - contra menor de 14 (quatorze) anos 
O feminicídio (inciso V) ocorre quando envolver: I - violência doméstica e familiar; II - menosprezo 
ou discriminação à condição de mulher. O inciso VIII, por sua vez, foi acrescentado em razão 
da derrubada de veto do Pacote Anticrirme e o inciso IX foi acrescentado pela Lei Henry Borel. 
HOMICÍDIO QUALIFICADO PRIVILEGIADO: é possível aplicar o privilégio previsto no § 1º do art. 
121 do CP ao homicídio qualificado? Prevalece o entendimento que as hipóteses de privilégio, 
por possuírem natureza subjetiva, são incompatíveis com as qualificadoras de natureza 
subjetiva (121, §2°, I, II e V). Entretanto, nada impede aplicação do privilégio com qualificadora 
de natureza objetiva (art. 121, §2°, III e IV). Salienta-se ainda que prevalece o entendimento que 
o homicídio qualificado privilegiado não é considerado crime hediondo.
• Causas de aumento da pena no homicídio doloso: 
1. Aumenta-se de 1/3 a pena se o homicídio praticado contra pessoa menor de 
14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
2. A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado 
por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por 
grupo de extermínio
3. A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime 
for praticado: : I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; 
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta), com 
deficiência, ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição 
limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; III - na presença física ou 
virtual de descendente ou de ascendente da vítima e IV – em descumprimento 
das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do 
art. 22 da Lei nº 11.340/2006. 
4. A Lei n. 14.344 (Lei Henry Borel) acrescentou o § 2º-B ao art. 121, passando a 
prever que a pena será aumentada de um terço à metade se a vítima for pessoa 
com deficiência ou tiver doença que implique o aumento de sua vulnerabilidade, 
bem como haverá aumento da pena de 2/3 se o crime for cometido por 
ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, 
curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outra pessoa que 
tiver autoridade sobre ela.
• Homicídio culposo: com pena de 1 a 3 anos, ocorre quando o agente atua com 
negligência, imprudência ou imperícia, devendo-se destacar que o crime culposo 
praticado com veículo automotor não é tratado pelo código penal e sim pelo Código de 
Trânsito (art. 302 do CTB). 
• Causas de aumento do homicídio culposo: a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se
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1. O crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício 
 Na imperícia o agente não possui conhecimento da técnica da profissão. Na causa de aumento, 
ele tem conhecimento da técnica, mas não a utiliza. 
2. O agente deixa de prestar imediato socorro à vítima
3. O agente não procura diminuir as consequências do seu ato
4. O agente foge para evitar prisão em flagrante. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre com a morte do agente (crime 
material) que, de acordo com o art. 3º da Lei n. 9434/97, ocorre com a morte encefálica. 
A tentativa é plenamente possível. 
• Perdão judicial: na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a 
pena (extinção da punibilidade),se as consequências da infração atingirem o próprio 
agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. Apesar não 
haver disposição expressa, entende-se que o perdão judicial também pode ser aplicado 
no caso de homicídio culposo do código de trânsito. 
18.1.2. INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO OU A 
AUTOMUTILAÇÃO (ART. 122 DO CP)
• Descrição do Tipo (art. 122): Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar 
automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça: Pena - reclusão, de 6 
(seis) meses a 2 (dois) anos. 
Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave 
ou gravíssima: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte:Pena - reclusão, de 2 
(dois) a 6 (seis) anos.
• Induzir: criar, fazer nascer, a vontade na vítima. 
• Instigar: reforçar a ideia já existente na vítima. 
• Prestar auxílio: ajudar materialmente a vítima a praticar o crime. 
Com a Lei n. 13.968/2019, o crime do art. 122 passou a ser formal, já que o mero induzimento, 
instigação ou auxílio ao suicídio ou automutilação já carcateriza o crime. 
• Tipo Subjetivo: não se admite a modalidade culposa. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum), 
admitindo-se a coautoria e a participação, b) sujeito passivo: também pode ser 
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qualquer pessoa, desde que determinada e que tenha capacidade de resistência 
TEMA COBRADO NO XXIX EXAME DA OAB/FGV .
• Consumação e tentativa: a consumação do crime ocorre com o induzimento, 
instigação ou auxílio ao suicídio ou automutilação, sendo possível a tentativa. 
• ocorre com a morte ou lesão grave da vítima. Não se admite tentativa. 
Antes da Lei n. 13.968/19, para a consumação do crime do art. 122, exigia-se que a vítima 
morresse ou sofresse no mínimo lesão grave TEMA COBRADO NO XIII EXAME DA 
OAB/FGV. Com a mudança legislativa, a mera instigação, induzimento ou auxílio ao suicídio ou 
automutilação já consuma o crime (crime formal). Além disso, se da tentativa da automutilação 
ou do suicídio resulta lesão grave à vítima, a pena será de 1 a 3 anos, e se resultar morte, a 
pena será de 2 a 6 anos. 
• Causas de aumento de pena: a) duplicada se o crime é praticado por motivo egoístico, 
torpe ou fútil, b) aumentada em até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede 
de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real e c) aumentada em 
metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual.
• Trata-se de crime doloso contra a vida será julgado pelo Tribunal do Júri.
A Lei n. 13.968/19 acrescentou os parágrafos 6º e 7º ao art. 122, estabelecendo que, se o crime 
for praticado contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência 
mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra 
causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime de homicídio (art. 121), se 
resultar morte, ou de lesão corporal (art. 129 do CP).
PACTO DE MORTE: conhecido também como ambicídio, ocorre quando duas ou mais pessoas 
firmam um pacto para morrerem ao mesmo tempo, mediante suicídio, como no exemplo clássico 
do casal de namorados que se tranca em ambiente hermeticamente fechado e abrem o registro de 
gás. Nesse caso, a responsabilidade de cada envolvido ficará caracterizada pelos atos praticados 
por cada um, ou seja, quem abre a torneira de gás responde por homicídio tentado ou consumado 
e quem não abre a torneira responde por participação em suicídio TEMA COBRADO NO X 
EXAME DA OAB/FGV.
18.1.3. INFANTICÍDIO 
• Descrição do Tipo (art. 123 do CP): matar, sob a influência do estado puerperal, o 
próprio filho, durante o parto ou logo após. Pena - detenção, de dois a seis ano. 
• Estado puerperal: representa o conjunto de alterações físicas e psicológicas sofridas 
pela mulher em razão do parto. Trata-se de elementar do crime e se comunica aos 
demais participantes na forma dos artigos 29 e 30 do CP, ou seja, o coautor e o partícipe 
também responderão por infanticídio.
Não basta a existência do estado puerperal, é necessário que o crime seja praticado sob a 
influência dele. 
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• Tipo Subjetivo: não se admite a modalidade culposa
• Sujeitos: a) sujeito ativo: apenas a mãe pode praticar infanticídio (crime próprio), b) 
sujeito passivo: apenas o filho que está nascendo ou acabou de nascer.
• Consumação e tentativa: considera-se o crime consumado com a morte do nascente 
ou do neonato. Admite-se a tentativa. 
• Trata-se de crime doloso contra a vida que será julgado pelo Tribunal do Júri. 
• O Sujeito passivo do crime é o filho que está nascendo ou acabou de nascer. Se a mãe 
mata filho de outra pessoa ou seu próprio filho adolescente, deverá responder por homicídio, 
podendo, entretanto, incidir a causa de diminuição de pena prevista no parágrafo único do 
art. 26 do CP. 
• Se a mãe, sob influência do estado puerperal, mata filho de outra pessoa achando ser seu, 
responderá por infanticídio (infanticídio putativo). TEMA COBRADO NOS EXAMES II, 
XVI E XXX DA OAB/FGV. 
• Não existe infanticídio culposo. Sendo assim, se a mãe, culposamente e sob a influência do 
estado puerperal, matar seu filho recém-nascido, deverá responder por homicídio culposo, 
mas existe doutrina que entende que o fato é atípico, já que não se pode exigir diligência de 
uma mulher em estado puerperal
18.1.4. ABORTO 
18.1.4.1. ABORTO PROVOCADO PELA GESTANTE OU COM SEU CONSENTIMENTO 
• Descrição do Tipo (art. 124 do CP): provocar aborto em si mesma ou consentir que 
outrem lhe provoque. Pena: detenção, de um a três anos.
• Tipo Subjetivo: não se admite a modalidade culposa
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado apenas pela gestante, b) sujeito passivo: 
produto da concepção, feto. 
• Consumação e tentativa: consuma-se com a morte do feto. Admite-se tentativa. 
• Trata-se de crime doloso contra a vida que será julgado pelo Tribunal do Júri. 
Conforme estudado anteriormente, no caso de concurso de agentes no crime de aborto, o 
Código Penal excepcionou à teoria monista, de modo que a gestante responderá pelo crime do 
art. 124 e o terceiro que a ajudou responderá pelo crime do art. 126 do CP. 
18.1.4.2. ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO SEM O CONSENTIMENTO DA GESTANTE 
• Descrição do Tipo (art. 125 do CP): provocar aborto, sem o consentimento da 
gestante. Pena - reclusão, de três a dez anos.
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Considera-se falta de consentimento as seguintes situações: a) ausência de concordância ou 
ciência da gestante, b) quando a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil 
mental e c) o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência
• Tipo Subjetivo: não se admite a modalidade culposa
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum), b) 
sujeito passivo: possui duas vítimas: a gestante e o feto. 
• Consumação e tentativa: consuma-se com a morte do feto. Admite-se tentativa. 
• Aumento de pena: 
• Aumenta de 1/3 se, em consequência do aborto ou dos meios empregados 
para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave. 
• É duplicada se, por qualquer dessas causas, a gestante morre. 
• Trata-se de crime doloso contra a vida que será julgado pelo Tribunal do Júri. 
18.1.4.3. ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO COM CONSENTIMENTO DA VÍTIMA 
• Descrição do Tipo (art. 126 do CP): provocar aborto com o consentimento da 
gestante. Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
A concordância dada por gestanteque não seja maior de quatorze anos, alienada ou débil 
mental, ou obtida mediante fraude, grave ameaça ou violência, não é válida, devendo o agente 
responder como se não houvesse concordância, ou seja, pelo crime do art. 125 do CP.
• Tipo Subjetivo: não se admite a modalidade culposa
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa, b) sujeito passivo: 
apenas o feto, já que a gestante consentiu com o crime. 
• Consumação e tentativa: consuma-se com a morte do feto. Admite-se tentativa. 
• Aumento de pena: 
• Aumenta de 1/3 se, em consequência do aborto ou dos meios empregados 
para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave. 
• É duplicada se, por qualquer dessas causas, a gestante morre. 
• Trata-se de crime doloso contra a vida que será julgado pelo Tribunal do Júri. 
18.1.4.4. ABORTO LEGAL 
Conforme previsto no art. 128 do CP, não se pune o aborto praticado por médico:
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I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante (aborto terapêutico) 
II - Aborto no caso de gravidez resultante de estupro (aborto humanitário). 
Nos dois casos, portanto, para que o aborto não seja punível, é necessário que ele seja realizado por 
médico. Além disso, na hipótese de aborto humanitário, deve haver ainda o consentimento da gestante. 
Importante destacar que o STF julgou procedente o pedido contido na Arguição de Descumprimento 
de Preceito Fundamental (ADPF) 54, considerando que a interrupção da gravidez de feto anencéfalo 
não é considerado crime. 
Além disso, em 2016, a primeira Turma do STF entendeu que na interrupção da gravidez no 
primeiro trimestre também não é considerada fato típico. 
18.2. LESÕES CORPORAIS 
• Descrição do Tipo: ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa, b) sujeito passivo: 
pode ser qualquer pessoa, salvo nas hipóteses do art. 129, §1º, IV e §2º V, em que a 
vítima é somente a gestante e nos casos do art. 129, §§ 9º, 10, 11, referente à violência 
doméstica. 
• Tipo Subjetivo: pode ser doloso, culposo e preterdoloso. 
• Consumação e tentativa: consuma-se com a efetiva ofensa à integridade corporal ou 
a saúde da vítima (crime material). Admite-se tentativa na modalidade dolosa. 
 Lesão Corporal Leve (art. 129, caput, do CP)
O crime de lesão corporal leve, com pena de detenção de três meses a um ano, é obtido por 
exclusão, ou seja, será assim considerada quando não se tratar de lesão grave (§1º), gravíssima 
(§2º) ou lesão seguida de morte (§3º).
Trata-se de crime de menor potencial ofensivo e a ação penal será pública condicionada à 
representação (art. 88 da Lei n. 9.099/95), salvo se a vítima for mulher no âmbito doméstico, 
hipótese em o crime será processado mediante ação penal pública incondicionada (o art. 41 Lei n. 
11.340/2006). TEMA COBRADO NO XXVI EXAME DA OAB/FGV. 
No caso de lesão corporal leve, o juiz poderá substituir a pena de detenção pela de multa 
quando se tratar de lesão corporal privilegiada (§4º) ou quando as lesões forem recíprocas.
Lesão Corporal Grave (art. 129, §1º, do CP) 
A lesão corporal é da natureza grave, com pena de reclusão de 1 a 5 anos, se resulta:
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I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias: o inciso não se refere a 
trabalho mas sim a ocupações habituais, de modo que qualquer pessoa pode ser enquadrada, 
mesmo que não exerça atividade remunerada, como o aposentado e o estudante. Além do 
exame de corpo de delito, é necessária a realização de exame complementar após o 30º dia, 
comprovando que vítima permaneceu incapacitada para as suas ocupações habituais.
II - perigo de vida: representa a probabilidade imediata de morte, comprovada por laudo pericial.
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função: significa a redução da capacidade 
funcional, que deve ser permanente, ou seja, sem a possibilidade de se estabelecer quanto 
tempo irá durar. Depende de laudo pericial. 
IV - aceleração de parto: o parto será antecipado sem acarretar a morte do feto. Ocorrendo 
a morte do nascituro, a lesão será gravíssima. 
A lesão corporal grave é processada mediante ação penal pública incondicionada. Além disso, é 
possível aplicar a suspensão condicional do processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/95, já 
que se trata de infração penal com pena mínima em abstrato até 1 (um) ano .
Lesão Corporal Gravíssima (art. 129, §2º, do CP) 
Embora a denominação seja doutrinária e não legal, a lesão corporal é gravíssima, com pena 
de reclusão de 2 a 8 anos, se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho: considera-se permanente a incapacidade 
sempre que não seja possível fixar quanto tempo irá durar. Prevalece o entendimento que 
a qualificadora se refere ao trabalho em geral, e não especificamente ao trabalho realizado 
pela vítima.
II - enfermidade incurável;
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função: perda se refere principalmente aos 
membros e ocorre principalmente no caso de mutilação ou amputação. Já a inutilização 
significa a inaptidão total a sua função específica, como no caso de cegueira total, paralisia 
completa do braço, etc. 
Para que seja caracteriza a perda de sentido referente à visão ou audição é necessário que os 
dois olhos ou ouvidos sejam prejudicados, já que a lesão de apenas um deles representará 
debilidade, nos termos do art. 129, §1º, III, do CP.
IV - deformidade permanente: representa a quebra da harmonia corporal da vítima de 
forma permanente. 
V - aborto: nesse caso o crime é preterdoloso, ou seja, o agente atua com intenção de praticar 
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lesão corporal, mas com culpa em relação ao aborto. Para a incidência da qualificadora, o 
agente deve ter conhecimento da gravidez da vítima. 
Lesão corporal seguida de morte (art. 129, §3º, do CP)
A lesão corporal seguida de morte é crime preterdoloso, apenado com 4 (quatro) a 12 (doze) 
anos de reclusão, e ocorre quando o agente possui intenção de lesionar a vítima, mas, em razão de 
conduta culposa, acaba matando-a. 
 Lesão corporal privilegiada (art. 129, §4º, do CP)
Trata-se de causa de diminuição da pena de 1/6 a 1/3 e pode ser aplicada quando o agente comete 
o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, 
logo em seguida a injusta provocação da vítima TEMA COBRADO NO XI EXAME DA OAB/FGV.
Causas de aumento da pena na lesão corporal dolosa: 
• Aumenta-se de 1/3 a pena se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
• A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por 
milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo 
de extermínio
• A pena é aumentada de 1/3 a 2/3 se a lesão for praticada contra autoridade ou 
agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal (autoridades das forças 
armadas e da segurança pública), integrantes do sistema prisional e da Força Nacional 
de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu 
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau.
• No caso de lesão corporal grave, gravíssima ou seguida de morte, a pena desses 
crimes será aumentada de 1/3 se a lesão for praticada no âmbito doméstico ou 
familiar (§ 10 do art. 129). Entretanto, tratando-se de lesão leve nessa situação, haverá 
a qualificadora prevista no § 9° do art. 129 do CP.
• Heron arremessa um vaso dolosamente contra sua esposa, causando-lhe perda da visão 
de um olho. Nesse caso, haverá lesão corporalgrave (debilidade) com a incidência da causa 
de aumento de 1/3, já que se trata de crime cometido no âmbito doméstico. 
• No mesmo exemplo acima, se a esposa de Heron tivesse sofrido pequenas escoriações 
(lesão leve), haveria o crime previsto no § 9° do art. 129 do CP.
Lesão corporal culposa 
Tratando-se de lesão corporal culposa, o § 6° do art. 129 do CP prevê pena de detenção, de dois 
meses a um ano, pouco importando se a lesão é leve, grave ou gravíssima. 
A pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime resulta de inobservância de regra técnica 
de profissão, arte ou ofício, se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura 
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diminuir as consequências do seu ato ou se foge para evitar prisão em flagrante.
No caso de lesão corporal culposa a ação penal pública condicionada à representação da 
vítima, salvo quando se tratar de lesão praticada contra mulher no âmbito doméstico, em que a 
ação será pública incondicionada, conforme posicionamento do STF. 
PERDÃO JUDICIAL: Assim como acontece no homicídio culposo, na lesão corporal culposa 
o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio 
agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
Lesão corporal doméstica (§ 9º do art. 129 do CP)
Trata-se de qualificadora da lesão corporal leve e ocorre quando a lesão for praticada contra 
ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, 
ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, o 
crime será apenado com detenção de 3 (três) meses a 3 (três) anos. 
Além disso, a pena será aumentada de 1/3 se a lesão doméstica for praticada contra pessoa 
com deficiência. 
Se a vítima for mulher, o crime será processado mediante ação penal pública incondicionada, 
já que o art. 41 Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) veda a aplicação da Lei n. 9.099/95. 
Entretanto, se a vítima for homem, a ação será condicionada à representação, já que a Lei Maria 
da Penha se aplica apenas às mulheres. 
Lesão corporal praticada contra a mulher em razão do sexo feminino (§ 13 do art. 129 do CP) 
A Lei n. 14.188/21 acrescentou o § 13 ao artigo 129 do CP para prever mais uma qualificadora 
para o crime de lesão corporal leve, quando praticada contra a mulher, por razões da condição 
do sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 do CP, ou seja, contra mulher no ambiente 
doméstico e familiar, ou ainda por preconceito, menosprezo ou discriminação quanto ao sexo.
Nesse caso, a pena, será de reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos).
18.3. PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE 
18.3.1. PERIGO DE CONTÁGIO VENÉREO 
• Descrição do Tipo (art. 130 do CP): expor alguém, por meio de relações sexuais ou 
qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber 
que está contaminado. Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
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O art. 130 do CP exige que o meio de transmissão seja ato libidinoso ou relação sexual. Se outra 
for a forma de transmissão (seringa, por exemplo), provavelmente caracterizará o crime do art. 
131 do CP. 
• Forma qualificada: se é intenção do agente transmitir a moléstia. Pena - reclusão, de 
um a quatro anos, e multa.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: deve ser alguém com moléstia venérea, b) sujeito passivo: 
Pode ser qualquer pessoa que não esteja contaminada, inclusive prostituta.
• Tipo Subjetivo: deve ser doloso. 
• Consumação e tentativa: consuma-se no momento da prática do ato sexual, mesmo 
que a vítima não seja contaminada. A tentativa é possível quando o agente deseja, mas 
não consegue manter a relação sexual. 
• Ação Penal: depende de representação (ação penal pública condicionada). 
18.3.2. PERIGO DE CONTÁGIO DE MOLÉSTIA GRAVE (art. 131 do CP)
• Descrição do Tipo (art. 131 do CP): praticar, com o fim de transmitir a outrem 
moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio. Pena - 
reclusão, de um a quatro anos, e multa.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: deve ser alguém com moléstia grave, b) sujeito passivo: 
pode ser qualquer pessoa que não esteja contaminada.
• Tipo Subjetivo: apenas o dolo direto, já que o crime se consuma apenas quando o 
agente quer transmitir a moléstia.
• Consumação e tentativa: consuma-se no momento da prática do ato (crime de forma 
livre), mesmo que a vítima não seja contaminada. 
• Ação Penal: pública incondicionada. 
18.3.3. PERIGO PARA A VIDA OU SAÚDE DE OUTREM 
• Descrição do Tipo (art. 132 do CP): expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e 
iminente. Pena: detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
• Causa de aumento de pena: a pena é aumentada de 1/6 a 1/3 se a exposição da vida 
ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de 
serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa, b) sujeito passivo: Qualquer pessoa. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa (dolo de perigo). 
• Consumação e tentativa: consuma-se no momento da prática do ato que resulta 
perigo concreto, sendo possível a tentativa. 
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• Ação Penal: pública incondicionada. 
18.3.4. ABONDONO DE INCAPAZ 
• Descrição do Tipo (art. 133 do CP): abandonar pessoa que está sob seu cuidado, 
guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos 
riscos resultantes do abandono. Pena - detenção, de seis meses a três anos.
• Forma qualificada: Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave (pena - 
reclusão, de um a cinco anos) e se resulta a morte (pena - reclusão, de quatro a doze anos).
• Causa de aumento de pena: as penas aumentam-se de um terço: I - se o abandono 
ocorre em lugar ermo; II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, 
tutor ou curador da vítima; III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos
• Sujeitos: a) sujeito ativo: quem tem o dever de cuidar (crime próprio), b) sujeito 
passivo: pessoa que esteja sob cuidado, guarda ou vigilância. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: consuma-se quando, a partir do abandono, a vítima sofre 
risco. É possível a tentativa. 
• Ação Penal: pública incondicionada. 
18.3.5. EXPOSIÇÃO OU ABANDONO DE RECÉM-NASCIDO 
• Descrição do Tipo (art. 134 do CP): expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar 
desonra própria. Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
• Forma qualificada: se do fato resulta lesão corporal de natureza grave (pena - 
detenção, de um a três anos) e se resulta a morte (pena - detenção, de dois a seis 
anos) TEMA COBRADO NO XVIII EXAME DA OAB/FGV.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: mãe ou pai que desejam esconder filho recém-nascido 
concebido por adultério, incesto, ou outra forma que possa causar desonra; b) sujeito 
passivo: recém-nascido. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: consuma-se quando o abandono ou a exposição resultar 
perigo para o recém-nascido. Possível a tentativa. 
• Ação Penal: pública incondicionada. 
18.3.6. OMISSÃO DE SOCORRO 
• Descrição do Tipo (art. 135 do CP): deixar de prestar assistência, quando possível 
fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada (perdida), ou à pessoa 
inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses 
casos, o socorro da autoridade pública. Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
• Forma qualificada: se do fato resulta lesão corporal de naturezagrave (pena - reclusão, 
de um a quatro anos) e se resulta a morte (pena - reclusão, de quatro a doze anos).
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• Causa de aumento de pena: a pena é aumentada de metade, se da omissão resulta 
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa; b) sujeito passivo: vítimas 
descritas no tipo penal (criança abandonada ou extraviada, pessoa inválida, ferida, ao 
desamparo ou em iminente perigo).
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: consuma-se no momento da omissão. Não admite tentativa 
porque é crime omisso puro. 
• Ação Penal: pública incondicionada.
• Se várias pessoas negam assistência à vítima, como no caso de acidente grave de trânsito em 
que ninguém presta socorro ou comunica a autoridade pública, todos respondem pelo crime. 
• Se várias pessoas negam o socorro, mas posteriormente alguém socorre a vítima, não 
haverá crime, já que a vítima foi socorrida. 
• No caso de acidente de trânsito, o condutor do veículo que se envolveu no acidente e 
deixou de socorrer a vítima, responderá pelo art. 303 ou art. 304 do Código de Trânsito. 
18.3.7. CONDICIONAMENTO DE ATENDIMENTO MÉDICO-HOSPITALAR 
EMERGENCIAL 
• Descrição do Tipo (art. 135-A do CP): exigir cheque-caução, nota promissória ou 
qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, 
como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial. Pena - detenção, 
de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
• Causa de aumento de pena: a pena é aumentada até o dobro se da negativa de 
atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: funcionários, médicos e diretores do estabelecimento 
médico-hospitalar emergencial, b) sujeito passivo: pessoa que precisa de atendimento 
médico-hospitalar emergencial.
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: consuma-se com a exigência de cheque-caução, nota 
promissória ou qualquer garantia, ou com a exigência de preenchimento de formulário 
para que o paciente seja atendido. O crime é consumado mesmo que depois a vítima 
seja atendida. 
• Ação Penal: pública incondicionada.
18.3.8. MAUS-TRATOS 
• Descrição do Tipo (art. 136 do CP): expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa 
sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento 
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ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer 
sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção 
ou disciplina. Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
• Forma qualificada: se do fato resulta lesão corporal de natureza grave (pena - reclusão, 
de um a quatro anos) e se resulta a morte (pena - reclusão, de quatro a doze anos).
• Causa de aumento de pena: aumenta-se a pena de 1/3, se o crime é praticado contra 
pessoa menor de 14 (catorze) anos.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: o autor do crime deve ter a guarda, vigilância ou autoridade 
sobre a vítima para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia; b) sujeito passivo: 
vítima deve ter relação de subordinação em relação ao sujeito ativo. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: consuma-se no momento da produção do perigo, sendo 
possível a tentativa nas condutas comissivas. 
• Ação Penal: pública incondicionada.
• Não configura maus-tratados a conduta do marido em face da esposa, e vice-versa, já que 
não há relação de poder, guarda ou autoridade entre ambos. 
• O crime de tortura previsto no art. 1º da Lei n. 9.455/97 não se confunde com os maus-
tratos. Isso porque no crime de tortura a vítima é submetida a intenso sofrimento físico ou 
mental, enquanto no crime de maus-tratos não. 
• Se a vítima dos maus-tratos for idoso, incide o crime previsto no art. 99 do Estatuto do 
Idoso, uma vez que se trata de norma especial. 
18.4. RIXA 
A rixa representa, de acordo com Cléber Mason, “uma luta tumultuosa e confusa que travam 
entre si 3 (três) ou mais pessoas, acompanhada de vias de fato ou violência recíprocas”4. Trata-se, 
portanto, de tumulto em que não é possível identificar exatamente de onde partiram as agressões, 
de modo que todos aqueles que participaram da briga desordenada serão punidos. 
Na rixa não há grupos definidos, já que as agressões são feitas indistintamente entre 
os envolvidos. 
• Se houver uma briga entre duas torcidas de futebol, não há rixa, uma vez que a briga 
ocorre entre grupos definidos, com ânimos opostos. Nesse caso, o tumulto caracterizará o 
delito previsto no art. 41-B do Estatuto de Torcedor. 
• Tumulto com agressões dentro de uma boate, em que cada um dos envolvidos atua por si, 
caracteriza o crime de rixa. 
4 MASSON, Cleber Rogério. Direito Penal Esquematizado, volume 2, parte especial. 3. Ed. São Paulo. 
Método, 2011. pág. 157. 
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Destaca-se ainda que, para a configuração do crime, não há necessidade de que qualquer um 
dos envolvidos sofra lesão, já que se trata de crime de perigo, ou seja, a simples troca de agressões 
caracteriza o delito. 
• Descrição do Tipo: participar de rixa, salvo para separar os contendores. Pena - 
detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. 
• Forma qualificada: se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, 
pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos. Sendo 
assim, se qualquer um dos envolvidos sofrer lesão corporal grave ou morte, todos os 
envolvidos responderão pela forma qualificada, inclusive a vítima. 
• Sujeitos: o crime de rixa é considerado crime de concurso necessário, uma vez que 
exige a participação de no mínimo 3 (três) pessoas e os envolvidos são, ao mesmo 
tempo, sujeitos ativos e passivos do delito. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: consuma-se com a troca das agressões. Prevalece o 
entendimento que não é possível tentativa. 
• Ação Penal: pública incondicionada.
18.5. CRIMES CONTRA A HONRA 
18.5.1. CONCEITO DE HONRA 
De forma simples, a honra pode ser definida como o conjunto de atributos físicos, morais e 
intelectuais que conferem autoestima ou reputação a determinada pessoa, podendo ser classificada 
em honra objetiva e subjetiva. 
• Honra objetiva: diz respeito à reputação, ou seja, refere-se ao juízo de valor feito por 
terceiros sobre os atributos de alguém. 
• Honra subjetiva: diz respeito à autoestima, ou seja, refere-se ao juízo de valor de 
determinada pessoa sobre os seus próprios atributos. 
Os crimes de calúnia e difamação atingem a honra objetiva, enquanto que o crime de injúria 
atinge a honra subjetiva.
HONRA OBJETIVA HONRA SUBJETIVA 
CALÚNIA 
DIFAMAÇÃO 
INJÚRIA 
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18.5.2. CALÚNIA 
• Descrição do Tipo: caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como 
crime. Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Na mesma pena incorre quem, 
sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. É punível a calúnia contra os mortos. 
Tanto a conduta de imputar falsamente a alguém fato definido como crime quanto a conduta de 
divulgar essa informação se enquadram no crime de calúnia. Além disso, por se tratar de crime 
relacionada à honra objetiva, o CP pune a calúnia contra os mortos. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum), b) 
sujeito passivo: qualquer pessoa. 
• Tipo Subjetivo:apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: consuma-se quando os fatos noticiados chegam ao 
conhecimento de terceiro. A tentativa é possível em algumas situações (forma escrita, 
mensagem na secretaria eletrônica, etc). 
• Exceção da Verdade: para que o crime de calúnia seja caracterizado, é necessário 
que a imputação atribuída à vítima seja falsa. Por esse motivo, o próprio código penal 
garante ao acusado a oportunidade de provar que os fatos atribuídos a vítima são 
verdadeiros (exceção da verdade), como forma de excluir a tipicidade do fato. 
• A exceção da verdade, no entanto, não será admitida em 3 (três) situações: 
1) O fato imputado constitui crime de ação privada e o ofendido não foi 
condenado por sentença irrecorrível (138, § 3º, I, do CP). A lógica dessa regra 
é que, se a vítima do crime imputado a terceiro não quis oferecer queixa, não 
cabe ao autor da imputação tratar desse fatos, já que a iniciativa era exclusiva 
da vítima. 
2) O fato é imputado contra o presidente da República ou contra chefe de 
governo estrangeiro (138, § 3º, II, do CP).
3) Se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por 
sentença irrecorrível (138, § 3º, II, do CP). Se pelos fatos imputados o ofendido já foi 
absolvido, evidentemente que a acusação é falsa, não cabendo exceção da verdade.
 TEMA COBRADO NO XXXI EXAME DA OAB/FGV. 
18.5.3. DIFAMAÇÃO 
• Descrição do Tipo (art. 139 do CP): difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à 
sua reputação. Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Na difamação, o fato imputado a terceiro é ofensivo à honra objetiva, não precisa ser falso nem 
constitui crime. A difamação contra morto não constitui crime. 
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• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum), b) 
sujeito passivo: qualquer pessoa. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: consuma-se quando os fatos noticiados chegam ao 
conhecimento de terceiro. A tentativa é possível em algumas situações (forma escrita, 
mensagem na secretaria eletrônica, etc). 
• Exceção da Verdade: a difamação se caracteriza mesmo que os fatos 
ofensivos sejam verdadeiros, por isso não cabe exceção da verdade, salvo 
se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas 
funções. TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV
• Atipicidade (art. 142 do CP): não constituem injúria ou difamação punível: I - a 
ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador; 
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando 
inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; III - o conceito desfavorável emitido 
por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de 
dever do ofício.
Nos casos dos incisos I e III, acima citados, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe 
dá publicidade.
• Dizer que determinada pessoa pratica adultério caracteriza difamação, uma vez que o 
adultério deixou de ser considerado crime. 
• Dizer que determinada pessoa usa drogas caracteriza difamação, já que o uso de droga 
não é fato típico.
• Se o crime de difamação ocorrer por meio de propaganda eleitoral, ou visando a fins de 
propaganda, haverá o crime específico de difamação previsto no art. 325 do Código Eleitoral 
 TEMA COBRADO NO XIV EXAME DA OAB/FGV.
18.5.4. INJÚRIA 
• Descrição do Tipo (art. 140 do CP): injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o 
decoro. Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
• Formas Qualificadas: existem duas formas qualificadas: 
• Injúria real: quando consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza 
ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes (exemplo: tapa na cara, 
atirar tomate em quem faz discurso, etc). Pena: detenção, de três meses a um 
ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
As vias de fato são agressões dirigidas à vítima que não causa lesão corporal, como um tapa na 
cara, cusparada, etc. As vias de fato são absorvidas pela injúria real, mas as lesões corporais não. 
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• Injúria preconceituosa: quando consiste na utilização de elementos referentes à 
religião ou à condição de pessoa idosa ou com deficiência: TEMA COBRADO 
NO VI EXAME DA OAB/FGV
A Lei 14.532/23 alterou a redação do §3º do art. 140 do CP, para excluir da qualificadora as 
ofensas referentes à raça, cor, etnia ou procedência nacional, transportando a injúria racial 
para a Lei 7.716/89 (racismo).
Desse modo, a qualificadora do §3º do art. 140 do CP passou a tratar apenas da injúria referente 
à religião ou à condição de pessoa idosa ou com deficiência, sendo que a injúria com elementos 
referentes a raça, cor, etnia ou procedência nacional passou a ser prevista como espécie de 
racismo, nos termos do art. 2º-A da Lei 7.716/89:
Não há mais dúvida, portanto, que a injúria em razão de raça, cor, etnia ou 
procedência nacional passou a ser considerada espécie de racismo, sendo, 
portanto: imprescritível, inafiançável e de ação penal pública incondicionada.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum), b) 
sujeito passivo: qualquer pessoa. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: consuma-se quando a ofensa chega ao conhecimento da 
vítima. A tentativa é possível em algumas situações (forma escrita, mensagem na 
secretaria eletrônica, etc). 
• Exceção da Verdade: Não é cabível na injúria. 
• Perdão judicial: o juiz poderá deixar de aplicar a pena nas seguintes hipóteses: I - 
quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; II - no caso 
de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
• Atipicidade (art. 142 do CP): não constituem injúria ou difamação punível: I - a ofensa 
irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador; II - a 
opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca 
a intenção de injuriar ou difamar; III - o conceito desfavorável emitido por funcionário 
público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício
• O art. 141 do CP traz regras de aumento comuns para os crimes contra a honra: 
• 
A pena será aumentada de 1/3 se o crime for: I - contra o Presidente da República, ou 
contra chefe de governo estrangeiro; II - contra funcionário público, em razão de suas 
funções, ou contra os Presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados ou do 
Supremo Tribunal Federal; III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite 
a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. IV – contra pessoa maior de 60 
(sessenta) anos, com deficiência ou com doenças degenerativas que acarretem condição 
limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;. 
Se o crime contra honra é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena 
em dobro (§ 1º do art. 141 do CP)
Se o crime contra honra é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da 
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rede mundial de computadores, aplica-se em triplo a pena (§ 2º do art. 141 do CP). 
18.5.5. RETRATAÇÃO 
Conforme previsto no art. 143 do CP, o querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente 
da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
Além disso, o parágrafo único do referido artigo acrescenta que, nos casos em que o querelado 
tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação 
deverá ser feita, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. 
Não cabe retrataçãono crime de injúria. 
CALÚNIA DIFAMAÇÃO INJÚRIA
Honra OBJETIVA Honra OBJETIVA Honra SUBJETIVA
Imputação de FATO definido 
como CRIME
Imputação de FATO ofensivo 
à REPUTAÇÃO, que não seja 
definido como crime
Não há imputação de 
fato algum
Imputação deve ser FALSA Imputação falsa ou verdadeira Não há fato imputado
É cabível EXCEÇÃO DA 
VERDADE, exceto nos 
casos previstos
Não cabe exceção da verdade, 
salvo funcionário público no 
exercício da função
Nunca cabe exceção 
da verdade
(não há fato)
Consumação: quando a 
ofensa chega ao conhecimento 
de TERCEIRO
Consumação: quando a ofensa 
chega ao conhecimento de 
TERCEIRO
Consumação: quando 
a ofensa chega ao 
conhecimento da VÍTIMA
É punível quando praticada 
contra os MORTOS
NÃO é punível quando 
praticada contra os MORTOS
NÃO é punível 
quando praticada 
contra os MORTOS
Cabível a RETRATAÇÃO Cabível a RETRATAÇÃO NÃO é cabível a RETRATAÇÃO
NÃO admite PERDÃO JUDICIAL NÃO admite PERDÃO JUDICIAL Admite PERDÃO JUDICIAL
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18.5.6. AÇÃO PENAL (art. 145 do CP)
No crimes contra a honra, como regra geral, a ação penal será privada. 
Existem, entretanto, as seguintes exceções: 
• Ação penal pública incondicionada: no caso de injúria real se a violência causar 
lesão corporal. 
• Ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça: quando o crime 
for cometido em face do Presidente da República ou contra chefe de governo estrangeiro.
• Ação penal pública condicionada à representação do ofendido: no caso de injúria 
preconceituosa e no caso de crime cometido contra funcionário público, em razão de 
suas funções, mas, neste último caso, o entendimento do STF é que ofendido também 
terá legitimidade concorrente para oferecer queixa: 
Súmula 714 do STF: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do 
ministério público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por 
crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções 
TEMA COBRADO NO XXIV EXAME DA OAB/FGV. 
18.6. CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
18.6.1. CONSTRANGIMENTO ILEGAL 
• Descrição do Tipo (art. 146 do CP): constranger alguém, mediante violência ou 
grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade 
de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda. Pena 
- detenção, de três meses a um ano, ou multa.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum), b) 
sujeito passivo: qualquer pessoa. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: consuma-se quando a vítima faz ou deixa de fazer alguma 
coisa contra sua vontade. É possível a tentativa quando, apesar de empregada violência 
ou grave ameaça, a vítima não precisa agir ou deixar de agir contra sua vontade. 
• Causa de aumento de pena: as penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, 
quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego 
de armas.
• Atipicidade: não configuram constrangimento ilegal: I - a intervenção médica 
ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se 
justificada por iminente perigo de vida; II - a coação exercida para impedir suicídio.
• Ação Penal: pública incondicionada.
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Entende-se majoritariamente que, no caso de “roubo de uso”, há a prática de 
constrangimento ilegal, uma vez que a vítima é constrangida, mediante violência ou 
grave ameaça, a entregar o seu bem ao criminoso. Assim, se “A” agride “B” para levar 
o seu carro, mas o faz apenas para passear com o veículo e devolvê-lo depois, “A” não 
responderá pelo crime de roubo (“roubo de uso”), mas poderá ser responsabilizado pelo 
crime de constrangimento ilegal TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV 
18.6.2. AMEAÇA 
• Descrição do Tipo (art. 147 do CP): ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, 
ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena - detenção, 
de um a seis meses, ou multa.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum), 
b) sujeito passivo: qualquer pessoa que possa compreender a gravidade da ameaça. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: consuma-se quando a vítima recebe a ameaça, 
independentemente de qualquer outro resultado (crime formal). A tentativa é possível 
em algumas situações (forma escrita, mensagem na secretaria eletrônica, etc). 
• Ação Penal: pública condicionada à representação. 
18.6.3. PERSEGUIÇÃO (STALKING)
• Descrição do Tipo (art. 147-A do CP) : Perseguir alguém, reiteradamente e por 
qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe 
a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua 
esfera de liberdade ou privacidade. Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, 
e multa.
• O tipo penal prevê a conduta de “perseguir”, o que significa importunar 
constantemente a vítima. O tipo exige a reiteração da conduta (perseguição reiterada) 
e estará caracterizado em uma das seguintes formas: 
1) ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica: é um tipo especial em relação à 
ameaça (art. 147do CP), já que exige adicionalmente a perseguição.
2) restringindo-lhe a liberdade de locomoção: não há efetiva privação da liberdade, 
e sim mera restrição, senão estaria caracterizado o crime de sequestro ou cárcere 
privado (art. 148 do CP).
3) ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou 
privacidade: como no caso do paparazzi que persegue a vítima invadindo a sua 
privacidade, situação típica do stalking.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum), b) 
sujeito passivo: qualquer pessoa, 
causas de aumento: 
• De acordo com o § 1º do art. 147-A do CP, a pena é aumentada de metade se o crime 
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é cometido: 
I – contra criança, adolescente ou idoso;
II – contra mulher por razões da condição de sexo feminino, nos termos 
do § 2º-A do art. 121 deste Código;
III – mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas ou com o emprego 
de arma.
• Consumação e tentativa: consuma-se com a perseguição. Como o tipo penal exige 
habitualidade, caracterizada pela reiteração da perseguição, entendemos não ser 
possível a tentativa. 
• Ação Penal: pública condicionada à representação. 
O §2º do art. 147-A do CP, por sua vez, estabelece que as penas previstas no crime 
são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência. Desse modo, se houver 
outro crime decorrente da perseguição, como, por exemplo, lesão corporal, o agente deve 
responder em concurso material pelo crime de perseguição (art. 147-A do CP) e lesão 
corporal (art. 129 do CP).
18.6.4. VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONTRA A MULHER
• Descrição do Tipo (art. 147 -B do CP): Causar dano emocional à mulher que a 
prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a 
controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, 
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, 
limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde 
psicológica e autodeterminação: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e 
multa, se a conduta não constitui crime mais grave. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa , b) sujeito passivo: 
apenas mulher. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: consuma-se com a ocorrência do dano emocional. É 
possível a tentativa.mas de difícil ocorrência prática. 
• Ação Penal: pública incondicionada.
Trata-se de crime inserido pela Lei n. 14.188/2021. 
Percebam que o tipo penal não limita a ocorrência do crime ao âmbito doméstico/familiar, 
podendo ocorrer, portanto, em qualquer ambiente (ensino, religioso, trabalho, etc),
Além disso, não se exige a ocorrência de lesão à saúde psicológica da vítima (patologia), mas 
apenas a ocorrência de dano emocional (sofrimento, dor, angústia significativos). 
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A prova do dano emocional pode ser feita por diversos meios, como depoimento da vítima /
testemunhas ou relatório psicológico, não havendo necessidade de comprovação por laudo médico. 
Se houver a caracterização de dano à saúde psicológica da vítima, ou seja a ocorrência de 
patologia, comprovada por laudo técnico, com indicação da respectiva CID (identificação da doença), 
estará caracterizado o crime de lesão corporal do art. 129 do Código Penal, com pena mais grave.
Além disso, o crime de violência psicológica contra a mulher (art. 147-B do CP) não se confunde 
com o crime de perseguição (stalking) previsto no art. 147-A do CP, uma vez que neste último exige-
se a conduta reiterada do autor do crime (pelos menos dois atos), para caracterizar a perseguição, 
além do que a vítima pode ser homem ou mulher. 
18.6.5. SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO
• Descrição do Tipo: privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere 
privado: Pena - reclusão, de um a três anos.
Para a doutrina, enquanto que no cárcere privado a vítima fica em local fechado (há 
confinamento), no sequestro a vítima fica privada de sua liberdade, mas em local aberto. A lei, 
entretanto, usa as duas expressões indistintamente. 
Qualificadoras: 
• A pena é de reclusão, de dois a cinco anos, se: I –a vítima é ascendente, descendente, 
cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; II - o crime é 
praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; III - a privação 
da liberdade dura mais de quinze dias; IV – o crime é praticado contra menor de 18 
(dezoito) anos; V –o crime é praticado com fins libidinosos.
• A pena é de reclusão, de dois a oito anos, se resulta à vítima, em razão de maus-
tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum), b) 
sujeito passivo: qualquer pessoa.
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: consuma-se a partir do momento em que a vítima tem 
sua liberdade cerceada. Trata-se de crime permanente, de modo que o flagrante será 
possível até que a vítima não seja solta. A tentativa é possível. 
• Ação Penal: pública incondicionada. 
• Se o agente sequestra a vítima e depois pratica estupro, o agente responde por sequestro 
qualificado (fins libidinosos) em concurso material com o crime de estupro. 
• Se a finalidade do sequestro for a obtenção de resgate, o crime será de extorsão mediante 
sequestro (art. 159 do CP), que é um crime contra o patrimônio. 
• Se o agente sequestra ou mantem a vítima em cárcere privado e depois a tortura, o agente 
responde pelo crime de tortura (Lei n. 9.455/97). 
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18.6.6. REDUÇÃO À CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO 
• Descrição do Tipo (art. 149 do CP): reduzir alguém a condição análoga à de escravo, 
quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o 
a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua 
locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto. Pena - 
reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
• Forma equiparada: nas mesmas penas incorre quem: I – cerceia o uso de qualquer 
meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho; 
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos 
ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.
CRIME DE AÇÃO VINCULADA: O crime de redução à condição análoga a de escravo é de ação 
vinculada, ou seja, será caracterizado quando houver a prática de uma das 6 condutas a seguir 
descritas: 
• Submissão a trabalhos forçados
• Submissão a jornada exaustiva.
• Submissão a condições degradantes 
• Restrição, por qualquer meio, da locomoção em razão de dívida contraída com o 
empregador ou preposto; 
• Cerceamento do uso de qualquer meio de transporte, com o intuito de retê-la no local de trabalho; 
• Vigilância ostensiva no local de trabalho ou apoderando-se de documentos ou objetos 
pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum), 
b) sujeito passivo: qualquer pessoa. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre quando houver a prática de qualquer 
uma das ações descritas no tipo penal, ou seja, submissão do trabalhador à jornada 
exaustiva, trabalho forçado, condições degradantes, restrição de sua locomoção, 
por qualquer meio, em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto, 
cerceamento do uso de qualquer meio de transporte, com o intuito de reter o 
trabalhador no local de trabalho, vigilância ostensiva ou retenção de documentos com 
o fim de reter a vítima no local de trabalho. É possível a tentativa. 
• Causas de aumento de pena: a pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: 
I – contra criança ou adolescente; II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, 
religião ou origem.
• Ação Penal: pública incondicionada.
Conforme decidido pelo STF, a competência para julgar o crime de redução à condição análoga 
à de escravo é da Justiça Federal (Recurso Extraordinário n. 398041 de 2006).
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18.6.7. TRÁFICO DE PESSOAS 
A lei n. 13.444/2016 revogou os artigos 231 e 231-A do CP para tratar de forma mais genérica 
do tráfico de pessoas no art. 149-A, englobando outras hipóteses além da exploração sexual. 
• Descrição do Tipo (art. 149-A): agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, 
comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude 
ou abuso, com a finalidade de: I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; 
II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; III - submetê-la a 
qualquer tipo de servidão; IV - adoção ilegal; ou V - exploração sexual. Pena - reclusão, 
de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum), b) 
sujeito passivo: qualquer pessoa.
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: consuma-se quando o sujeito ativo realiza umas das ações 
nucleares, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com o dolo 
específico previsto no tipo penal. A tentativa é possível. 
• Causas de aumento: a pena é aumentada de 1/3 até a metade se: I - o crime for 
cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de 
exercê-las; II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou 
com deficiência; III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, 
de coabitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de 
superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; ou IV - a 
vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional. 
O tráfico internacional (inciso IV), portanto, é uma causa de aumento de pena do crime do art. 
149-A do CP. 
•Ação Penal: pública incondicionada. 
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19. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 
19.1. FURTO 
• Descrição do Tipo (art. 155 do CP): subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia 
móvel. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
• Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico 
(§ 3º do art. 155 do CP).
• Para o STF, a ligação clandestina para obter sinal de internet ou de televisão não é 
considerada furto, já que o sinal de televisão ou internet não é considerado energia. 
• Para que configure o furto, o objeto deve ser alheio. Assim, se determinada pessoa 
empenha um bem e depois o subtrai, não haverá crime de furto. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum), b) 
sujeito passivo: qualquer pessoa. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. Além disso, exige-se que o agente 
tenha o objetivo de ficar com a coisa ou entrega-la para terceiro, de modo que será 
considerado atípico o denominado furto de uso (o agente, por exemplo, subtrai um 
carro apenas para dar uma volta e depois o devolve ao dono). 
• Consumação e tentativa: prevalece o entendimento de o crime se que consuma 
quando o sujeito ativo consegue a inversão da posse do bem, mesmo que essa não 
seja mansa e pacífica. A tentativa é possível quando o agente pratica a ação, mas não 
consegue a inversão da posse. 
• Formas qualificadas: 
• Pena de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com 
destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso de 
confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave 
falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas TEMA COBRADO NOS 
EXAMES VIII, XXI, XXX E XXXII DA OAB/FGV. 
Consoante entendimento do STJ, a qualificadora da destreza no crime de furto pressupõe que 
o agente lance mão de uma excepcional habilidade para a subtração do objeto, de modo a 
impedir qualquer percepção por parte da vítima. Meros atos dissimulados comuns à prática 
do crime de furto, não configura a qualificadora (REsp 1.478.648/PR) TEMA COBRADO NO 
XXXI DA OAB/FGV. 
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A Lei 13.654/18 acrescentou o § 4º-A e o § 7º ao art. 155 do CP, prevendo mais duas formas de 
furto qualificado, ambas com pena de reclusão de a 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, a saber: 
• Se houver emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum (§ 4º-A)
• se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou 
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego (§ 7º).
O principal objetivo do legislador ao inserir o § 4º-A foi punir com mais rigor os furtos de caixas 
eletrônicos, que são consumados com o emprego de explosivos. Entretanto, na prática, o efeito 
foi inverso, uma vez que, pela jurisprudência majoritária, o agente que cometia o crime nessas 
condições respondia pelo crime de furto qualificado pelo rompimento de obstáculo (art. 155, § 
4º do CP) em concurso formal impróprio com o crime de explosão majorada (art. 251, § 2º do 
CP), cuja pena era superior à pena introduzida pela Lei n. 13.654/18. 
• Reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha 
a ser transportado para outro Estado ou para o exterior
• Reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, se a subtração for de semovente 
domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da 
subtração.
• O furto mediante fraude não se confunde com o crime de estelionato, já que no primeiro 
o agente emprega fraude para enganar a vítima e subtrair o bem sem que ela perceba 
(exemplo: agente que se faz passar por técnico de TV a cabo, entra na casa da vítima e, sem 
que ela perceba, furta determinado bem), enquanto que no estelionato a vítima, após ser 
enganada, entrega voluntariamente o bem ao agente. 
• O furto qualificado pelo abuso de confiança ocorre quando o agente se vale de confiança 
depositada pela vítima para furtar, como no caso de empregada doméstica ou da babá que, 
aproveitando-se dessa condição, furta bens da casa onde trabalha. 
• Para que haja a qualificadora do furto de semovente, este deve ser destinado à produção, 
ou seja, furto de animal doméstico não se enquadra na qualificadora. 
• A existência de sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por segurança 
no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do 
crime de furto (Súmula n. 567 d o STJ). 
• Reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos: A Lei n. 14.155/21 passou a prever uma 
modalidade específica de furto mediante fraude em dispositivo eletrônico, com pena 
de 4 a 8 anos. Além disso, se o crime for praticado mediante utilização de servidor 
mantido fora do território nacional (situação mais difícil de combater) ou contra idoso 
ou vulnerável a incidência das causas de aumento de pena previstas no novo § 4º-C.
• Causa de aumento de pena (§ 1º do art. 155 do CP): a pena aumenta-se de um terço, 
se o crime é praticado durante o repouso noturno.
• Repouso noturno é o período em que a coletividade se recolhe para o descanso de um dia 
para o outro, o que pode variar de uma cidade para outra. Prevalece o entendimento de que 
a majorante é aplicada mesmo que a moradia esteja desabitada ou que os moradores não 
estejam repousando. 
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• Furto privilegiado, ou furto mínimo (§ 2º do art. 155 do CP): se o criminoso é 
primário, e é de pequeno valor (não ultrapassa 1 salário mínimo) a coisa furtada, o 
juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de 1/3 a 2/3, ou 
aplicar somente a pena de multa.
Prevalece o entendimento de que é possível o furto qualificado-privilegiado, ou seja, é possível 
incidir a causa de diminuição de pena nos furtos qualificados, desde que o réu seja primário e a 
qualificadora seja de ordem objetiva (Súmula n. 511 do STJ). Assim, no caso de furto qualificado 
por abuso de confiança, não é possível incidir a causa de diminuição de pena, uma vez que a 
qualificadora é de ordem subjetiva TEMA COBRADO NO XV EXAME DA OAB/FGV 
• Ação Penal: os crimes contra o patrimônio, como regra geral, são de ação penal 
pública incondicionada. Entretanto, serão processados mediante representação 
quando cometidos em prejuízo I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; 
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
19.2. FURTO DE COISA COMUM 
• Descrição do Tipo (art. 156 do CP): subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para 
si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum. Pena: detenção, de 
seis meses a dois anos, ou multa
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado apenas por condômino (de bem móvel), 
coerdeiro e sócio (crime próprio), b) sujeito passivo: condômino, coerdeiro ou sócio 
que detinha o bem.
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: quando a coisa é retirada da esfera de disponibilidade da 
vítima, ainda que por curto espaço de tempo. A tentativa é possível quando o agente 
não conseguir ficar com a posse de fato do bem. 
• Exclusão da punibilidade: não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo 
valor não excede a quota a que tem direito o agente.
• Ação Penal: pública condicionada à representação.
19.3. ROUBO
• Descrição do Tipo (roubo próprio – art. 157, caput, do CP): subtrair coisa móvel 
alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou 
depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência. Pena 
- reclusão, dequatro a dez anos, e multa.
• Forma equiparada (roubo impróprio – art. 157, § 1º): na mesma pena incorre quem, 
logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a 
fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
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ROUBO PRÓPRIO (CAPUT) ROUBO IMPRÓPRIO (§ 1º)
A violência ou grave ameaça é empregada 
antes ou durante a subtração. 
Exemplo: “A” agride “B” para subtrair o seu relógio. 
Violência ou grave ameaça é empregada após 
a subtração para garantir a impunidade do 
crime ou a detenção da coisa. 
Exemplo: “A” subtrai o relógio de “B” e depois o 
agride para garantir que a vítima não terá tempo 
para chamar a polícia. 
• Formas qualificadas (§ 3º do artigo 157): há duas formas qualificadas de roubo:
1. Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) 
a 18 (dezoito) anos, e multa 
2. Se resulta morte (latrocínio), a pena de reclusão é de 20 (vinte) a 30 (trinta) 
anos, e multa
LATROCÍNIO: 
• O latrocínio é crime hediondo (lei n. 8.072/90)
• A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do 
tribunal do júri (Súmula 603 do STF), já que se trata de crime contra o patrimônio. 
• No latrocínio, a morte da vítima pode ser causada por dolo ou culpa. 
• Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a 
subtração de bens da vítima (súmula 610 do STF). 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: 
qualquer pessoa.
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: consuma-se quando o sujeito ativo consegue a inversão da 
posse do bem, mesmo que essa não seja mansa e pacífica, conforme Súmula n. 582 do 
STJ. A tentativa é possível quando, mesmo com a violência ou grave ameaça, o agente 
não consegue subtrair o bem. TEMA COBRADO NO XXXVII EXAME DA OAB/FGV.
Súmula 582 do STJ: “Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem 
mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em 
seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo 
prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada”.
“A” agride “B”, rouba o seu relógio e sai correndo. No entanto, “B”, exímio corredor, consegue 
alcançar “A”, recuperando o bem. Neste caso, “A” responderá por roubo consumado.
• Causas de aumento (roubo majorado): 
A pena aumenta-se de um terço até metade (§ 2º): I – revogado pela Lei n. 13.654/2018; 
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas TEMA COBRADO NO XXV EXAME 
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DA OAB/FGV; III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente 
conhece tal circunstância; IV - se a subtração for de veículo automotor que venha 
a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; V - se o agente mantém 
a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade, VI – se a subtração for de 
substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem 
sua fabricação, montagem ou emprego; VII - se a violência ou grave ameaça é exercida 
com emprego de arma branca; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
A pena aumenta-se de dois terços (§ 2º-A): I – se a violência ou ameaça é exercida com 
emprego de arma de fogo (Incluído pela Lei nº 13.654/2018); II – se há destruição ou 
rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo 
que cause perigo comum (Incluído pela Lei nº 13.654/2018).
Por outro lado, se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de 
fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput.
Resumindo: 
Roubo com arma branca – Causa de aumento da pena de 1/3 até a metade. 
Roubo com arma de fogo – Causa de aumento da pena de 2/3
Roubo com arma de fogo de uso restrito – Pena em dobro. 
• O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige 
fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação do 
número de majorantes (Súmula n. 443 do STJ). TEMA COBRADO NO XVII EXAME DA 
OAB/FGV.
• A Súmula n. 174 do STJ estabelecia que, no crime de roubo, a intimidação com arma de 
brinquedo autorizava o aumento da pena. Entretanto, a referida súmula foi CANCELADA. 
• Ação Penal: pública incondicionada. 
19.4. EXTORSÃO 
• Descrição do Tipo (art. 158 do CP): constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, 
a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa. Pena - reclusão, de quatro 
a dez anos, e multa.
• O crime de extorsão não se confunde com o crime de constrangimento ilegal (art. 146 
do CP), uma vez que no constrangimento ilegal não há finalidade de obtenção de indevida 
vantagem econômica. 
• O crime de extorsão também não se confunde com o crime de roubo. Para diferenciá-
los, podemos adotar os seguintes critérios: a) no crime de roubo o agente subtrai o bem, 
enquanto que na extorsão o agente faz com que a vítima lhe entregue o bem; b) no crime 
de roubo a colaboração da vítima é dispensável, enquanto que na extorsão é indispensável; 
c) no crime de roubo a vantagem visada é imediata enquanto que na extorsão a vantagem 
é mediata. 
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• Formas qualificadas (§ 2º e § 3º do art. 158 do CP): 
Aplica-se ao crime de extorsão, praticado mediante violência, que resulte lesão grave 
ou morte o disposto no § 3º do artigo 157, referente ao roubo qualificado. Havendo 
morte, o crime será considerado hediondo. 
Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima (sequestro 
relâmpago), e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, 
a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão 
corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º , 
respectivamente, referentes ao crime de extorsão mediante sequestro.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum), b) 
sujeito passivo: qualquer pessoa.
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. Deve haver o dolo específico de obter 
indevida vantagem econômica. 
• Consumação e tentativa: consuma-se com a exigência da indevida vantagem, 
mediante constrangimento da vítima. Trata-se, portanto, de crime formal, ou seja, não 
depende da obtenção da vantagem indevida para ser consumado (Súmula n. 96 do 
STJ). A tentativa é possível. 
• Causa de aumento: se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com 
emprego de arma, aumenta-se a pena de 1/3 até 1/2.
• Ação Penal: pública incondicionada. 
19.5. EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO 
• Descrição do Tipo (art. 159 do CP): sequestrar pessoa com o fim de obter, para 
si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Pena - 
reclusão, de oito a quinze anos.
• Apesar de o tipo penal se referir apenas a sequestro, é evidente que ele engloba também 
o cárcere privado. 
• O crime de extorsão mediante sequestro é sempre hediondo. 
• Se o agente sequestra um animal (cachorro, por exemplo) e exige vantagem econômica, 
o crime não será de extorsão mediante sequestro (o tipo se refere a pessoa) e sim de 
extorsão (art. 158 do CP). 
• Formas qualificadas (§ 1º, § 2º e § 3º do art. 159 do CP): 
Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor 
de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por 
bando ou quadrilha. Pena - reclusão, de doze a vinte anos. 
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• Se a vítima era menor de 18 anos no início do sequestro e atinge a maioridade durante a 
privação da liberdade, ou se a vítima tinha 59 anos e depois completa 60 anos, a qualificadora 
incidirá da mesma forma, já que se trata de crime permanente. 
• A nomenclatura bando ou quadrilha (ar. 288 do CP) foi alterada, pela Lei n. 12.850/2013, 
para a expressão associação criminosa. 
Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave. Pena - reclusão, de 
dezesseis a vinte e quatro anos. 
Se resulta a morte. Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum), b) 
sujeito passivo: qualquer pessoa.
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. Deve haver o dolo específico de obter 
indevida vantagem econômica. 
• Consumação e tentativa: prevalece o entendimento de que o crime se consuma 
com a privação da liberdade da vítima com o intuito de obter a vantagem econômica 
indevida, mesmo que a vantagem não chegue a ser exigida ou obtida. Além de formal, 
o crime de extorsão mediante sequestro é permanente. A tentativa é possível, quando 
o agente não consegue privar a liberdade da vítima TEMA COBRADO NO XII EXAME 
DA OAB/FGV. 
DICA: Quando se falar em crime permanente, é importante lembrar que: 1) o crime admite 
o flagrante a qualquer tempo da permanência (art. 303 do CPP), 2) a prescrição somente 
começa a correr após cessada a permanência (art. 111, III, do CP), 3) Lei penal nova cuja 
vigência coincide com o período de permanência será aplicada ao caso, ainda que mais 
grave (Súmula n. 711 do STF). 
• Causa de diminuição da pena (delação eficaz): se o crime é cometido em concurso, 
o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, 
terá sua pena reduzida de um a dois terços
• Ação Penal: pública incondicionada. 
19.6. EXTORSÃO INDIRETA 
• Descrição do Tipo (art. 160 do CP): exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando 
da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a 
vítima ou contra terceiro. Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
“B” deve dinheiro a “A”, e este exige que “B” lhe entregue uma carta confessando um crime, que 
será utilizada caso o devedor não pague a dívida. 
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• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum), 
mas é muito comum a prática por agiota. b) sujeito passivo: qualquer pessoa.
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: se for na modalidade “exigir” o crime é formal, mas se for 
na modalidade “receber” é material. A tentativa é possível. 
• Ação Penal: pública incondicionada. 
19.7. DANO
• Descrição do Tipo (art. 163 do CP): destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia. 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
A res nullius (coisa que nunca teve dono) e a res derelicta (coisa abandonada) não podem ser 
objeto de crime de dano, já que não são consideradas coisa alheia. A coisa perdida, por sua vez, 
tem dono, de modo quem a danificar pode responder pelo crime de dano.
• Formas Qualificadas (parágrafo único do art. 163): o crime de dano será qualificado se: 
I - com violência à pessoa ou grave ameaça; II - com emprego de substância inflamável 
ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave; III - contra o patrimônio da União, 
de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa 
pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos; 
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima. Pena - detenção, 
de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum), b) 
sujeito passivo: proprietário do bem. 
• Tipo Subjetivo: apenas a modalidade dolosa. Não existe, portanto, crime de dano 
culposo TEMA COBRADO NO III EXAME DA OAB/FGV.
• Consumação e tentativa: consuma-se no momento em que o bem é danificado. 
Se o agente objetiva destruir, mas apenas danifica o bem, o crime será consumado. 
Tentativa é possível, como no caso em que o agente lança uma granada para destruir 
um carro, mas a granada não explode. 
• Ação Penal:
• Em se tratando de dano simples ou de dano qualificado pelo motivo egoístico 
ou pelo prejuízo considerável à vítima (inciso IV), a ação penal é privada.
• Nas demais hipóteses de dano qualificado, ou seja, emprego de violência 
contra pessoa ou grave ameaça (I), substância explosiva ou inflamável (II) ou 
contra bens públicos, concessionárias de serviços públicos ou sociedades de 
economia mista (III), a ação é pública incondicionada.
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AÇÃO PENAL PRIVADA AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA 
• DANO SIMPLES 
• DANO QUALIFICADO POR MOTIVO EGOÍSTICO 
OU PREJUÍZO CONSIDERÁVEL (IV)
• DEMAIS HIPÓTESES DE DANO 
QUALIFICADO (INCISOS I, II E III)
19.8. INTRODUÇÃO OU ABANDONO DE ANIMAIS EM PROPRIEDADE ALHEIA
• Descrição do Tipo (art. 164 do CP): Introduzir ou deixar animais em propriedade 
alheia, sem consentimento de quem de direito, desde que o fato resulte prejuízo. Pena 
- detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum), 
mas é muito comum a prática por agiota. b) sujeito passivo: qualquer pessoa.
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: consuma-se o crime com o efetivo prejuízo (crime material). 
A tentativa é possível. 
• Ação Penal: ação penal privada.
19.9. APROPRIAÇÃO INDÉBITA 
• Descrição do Tipo (art. 168 do CP): apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem 
a posse ou a detenção. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
No crime de apropriação indébita a entrega do bem é livre e consciente pela vítima, diferenciando-
se do estelionato, já que neste a vítima é enganada. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum), 
mas é muito comum a prática por agiota, b) sujeito passivo: proprietário, usufrutuário 
ou possuidor do bem. 
Tratando-se de apropriação indébita contra idoso, haverá o crime específico previsto no art. 102 
do Estatuto do Idoso. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. O tipo penal contém o dolo específico 
do agente de se apropriar da coisa para si de forma definitiva, ou seja, a intenção do 
agente em não devolver o bem. Em razão do dolo específico, apropriação de uso não 
é considerada fato típico. 
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• “A” deixa seu relógio aos cuidados de “B”, para que este realize o seu conserto. “B” se 
apropria do bem e o vende para terceiro (crime de apropriação indébita). 
• “A” deixa um relógio aos cuidados de “B”, para que este realize o seu conserto. “B” conserta o 
relógio, utiliza-o em uma festa como se fosse seu dono, e depois o devolve na data combinada 
para “A” (apropriação de uso – fato atípico). 
• Consumação e tentativa: consuma-se o crime quando o agente começa a se 
comportar como dono do bem que lhe foi entregue ou quando se recusa a devolver o 
bem. A tentativa é possível, salvo na hipótese de recusa de devolução. 
• Causas de aumento de pena: a pena é aumentada de um terço, quando o agente 
recebeu a coisa: I - em depósito necessário; II - na qualidade de tutor, curador, síndico, 
liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; III - em razão de 
ofício, emprego ou profissão.
• Apropriação Indébita Privilegiada (causa de diminuição de pena): de acordo com oart. 170 do CP, aplica-se à apropriação indébita o disposto no § 2º do art. 155 do CP, 
ou seja o criminoso for primário, e de pequeno valor o bem apropriado, o juiz pode 
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou 
aplicar somente a pena de multa.
• Ação Penal: pública incondicionada. 
19.10. APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA 
• Descrição do Tipo (art. 168-A do CP): deixar de repassar à previdência social as 
contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional. 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
• Formas equiparadas: nas mesmas penas incorre quem deixar de: I – recolher, no 
prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que 
tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada 
do público; II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham 
integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação 
de serviços; III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou 
valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: responsável por recolher a contribuição à Previdência 
Social. b) sujeito passivo: Estado (Previdência Social). 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Extinção da Punibilidade (§ 2º do art. 168-A): é extinta a punibilidade se o agente, 
espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, 
importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na 
forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.
• Perdão judicial: é facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de 
multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: I – tenha promovido, 
após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição 
social previdenciária, inclusive acessórios; II – o valor das contribuições devidas, 
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inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, 
administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. 
• Ação Penal: pública incondicionada.
19.11. APROPRIAÇÃO DE COISA HAVIDA POR ERRO, CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR 
• Descrição do Tipo (art. 169 do CP): apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao 
seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza. Pena - detenção, de um mês a 
um ano, ou multa.
• “A”, que tem o mesmo nome de “B”, recebe um depósito em sua conta corrente de “C”, 
que se confundiu em razão da similitude nominal, incidindo em erro. Se “B”, sabendo do 
equívoco, se apropriar do valor depositado, cometerá o crime do art. 169 do CP. 
• Tempestade (força maior) leva objetos da casa de “A” para a casa do seu vizinho “B”. Se 
“B” se apropriar desses objetos, mesmo sabendo que são de seu vizinho, cometerá o crime 
do art. 169 do CP. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: 
qualquer pessoa. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Ação Penal: pública incondicionada. 
19.12. APROPRIAÇÃO DE TESOURO 
• Descrição do Tipo (art. 169, parágrafo único, I, do CP): quem acha tesouro em prédio 
alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do 
prédio. Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Jardineiro presta serviço em uma casa e descobre um baú de moedas valiosas enterradas 
no quintal. Se o jardineiro se apropriar das moedas sem comunicar ao dono do imóvel e lhe 
entregar sua cota parte, responderá pelo crime do parágrafo único do art. 169, parágrafo 
único, I, do CP. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum). b) sujeito passivo: 
proprietários do prédio. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Ação Penal: pública incondicionada. 
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19.13. APROPRIAÇÃO DE COISA ACHADA 
• Descrição do Tipo (art. 169, parágrafo único, I, do CP): quem acha coisa alheia 
perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou 
legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro do prazo de 15 
dias. Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
• O crime se caracteriza quando o objeto apropriado é esquecido por alguém em local 
público. Se o bem apropriado for esquecido em local privado (ex: relógio esquecido em um 
provador de uma loja) o crime será de furto. 
• Se o objeto apropriado tiver sido abandonado propositalmente por alguém, o fato será 
atípico, já que a coisa, ao ser abandonada, deixa de ser alheia. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum). b) sujeito passivo: 
proprietários do bem esquecido. 
• Consumação: trata-se de crime de prazo, ou seja, o crime será consumado após o 
transcurso de 15 dias na posse do bem, salvo se o agente tomar conduta incompatível 
com a possibilidade de devolução, como proceder à venda o bem apropriado. A 
tentativa é possível. 
Se o agente devolver o bem antes do prazo de 15 dias, o fato será atípico. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Ação Penal: pública incondicionada. 
19.14. ESTELIONATO 
• Descrição do Tipo (art. 171, caput, do CP): obter, para si ou para outrem, vantagem 
ilícita em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, 
ardil, ou qualquer outro meio fraudulento. Pena — reclusão, de um a cinco anos, e multa.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum). b) sujeito passivo: 
qualquer pessoa.
• Consumação: consuma-se com a obtenção da vantagem ilícita, com prejuízo alheio. 
A tentativa é possível. 
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DICA: 
• O estelionato é um crime material (exige a obtenção da vantagem ilícita para se consumar) 
e de duplo resultado (prejuízo da vítima e vantagem do agente). 
• O furto mediante fraude não se confunde com o crime de estelionato, já que no primeiro o 
agente emprega fraude para enganar a vítima e subtrair o bem sem que ela perceba (exemplo: 
agente que se faz passar por técnico de TV a cabo, entra na casa da vítima e, sem que ela 
perceba, furta determinado bem), enquanto que no estelionato a vítima, após ser enganada, 
entrega voluntariamente o bem ao agente TEMA COBRADO NO XXXVII EXAME DA OAB/
FGV.
• Súmula nº 17 do STJ: “Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade 
lesiva, é por este absorvido”. TEMA COBRADO NO XXXI EXAME DA OAB/FGV.
• Tipo Subjetivo: consuma-se com a obtenção da vantagem ilícita, com prejuízo alheio. 
A tentativa é possível. 
• Causas de aumento de pena (§ 3º e § 4º): a) a pena aumenta-se de um terço, se 
o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de 
economia popular, assistência social ou beneficência, b) Aplica-se a pena em dobro se 
o crime for cometido contra idoso. 
• Estelionato privilegiado: de acordo com o art. 171, § 1º, do CP, se o criminoso é 
primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o 
disposto no art. 155, § 2º, ou seja, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de 
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
• Ação Penal: pública condicionada à representação, salvo: se a vítima for: 
 I - a Administração Pública, direta ou indireta; (Incluído pela Lei nº 13.964/19)
 II - criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.964/19)
 III - pessoa com deficiência mental; ou (Incluído pela Lei nº 13.964/19)
 IV - maior de 70 anos de idade ou incapaz. (Incluído pela Lei nº 13.964/19A Lei n. 14.155/21, inseriu o § 2º-A ao art. 171 do CP, tratando da qualificadora do estelionato 
mediante fraude eletrônica e os parágrafos 2º-B e 4º, prevendo causas de aumento de pena 
no caso de o crime ser praticado mediante a utilização de servidor mantido fora do território 
nacional ou se cometido contra idoso ou vulnerável.
Outra alteração muito importante diz respeito à competência. 
A Lei n. 14.155/21 alterou a redação do § 4º do art. 70 do CP dispondo que, se o crime de 
estelionato for praticado mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente 
provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante 
transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima e, em 
caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
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19.15. ABUSO DE INCAPAZ 
• Descrição do Tipo (art. 173 do CP): abusar, em proveito próprio ou alheio, de 
necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade 
mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir 
efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro. Pena - reclusão, de dois a seis 
anos, e multa.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: menor 
de 18 anos, salvo o emancipado, ou pessoa com deficiência mental. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
19.16. FRAUDE NO COMÉRCIO 
• Descrição do Tipo (art. 175): enganar, no exercício de atividade comercial, o 
adquirente ou consumidor: I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria 
falsificada ou deteriorada; II - entregando uma mercadoria por outra: Pena - detenção, 
de seis meses a dois anos, ou multa.
• Forma qualificada: alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de 
metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor 
valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso, metal de ou outra 
qualidade. Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: empresário (crime próprio), b) sujeito passivo: qualquer pessoa. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Forma privilegiada: se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz 
pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º, do CP. 
• Ação penal: pública incondicionada. 
19.17. OUTRAS FRAUDES 
• Descrição do Tipo (art. 176 do CP): tomar refeição em restaurante, alojar-se em 
hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para efetuar o 
pagamento. Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
O crime exige que o agente não tenha dinheiro. Se o agente possuir recursos para pagar a conta 
e recusar fazê-lo por algum motivo, não gostaram do serviço, por exemplo, o fato é atípico. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: 
qualquer empresário. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Ação penal: somente se procede mediante representação, e o juiz pode, conforme as 
circunstâncias, deixar de aplicar a pena.
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19.18. FRAUDE À EXECUÇÃO 
• Descrição do Tipo: fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando 
bens, ou simulando dívidas. Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: 
qualquer empresário. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Ação penal: somente se procede mediante queixa, salvo se atingir execução 
promovida pela União, Estado ou Município, hipótese em que ação será pública 
incondicionada (art. 24, § 2º, do Código de Processo Penal).
19.19. RECEPTAÇÃO 
• Descrição do Tipo (art.180 do CP): adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em 
proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, 
de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
DICAS: 
• A receptação na modalidade adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito 
próprio ou alheio, é classificada como receptação própria (crime formal). Já na modalidade 
influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte é denominada de receptação 
imprópria (crime material). 
• A receptação é o único crime contra o patrimônio que a admite a forma culposa. 
• A receptação é considerada um crime parasitário ou acessório, já que depende de um 
crime anterior. 
• A receptação será punível mesmo que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de 
que proveio a coisa (art. 180, § 4º, do CP).
• Na receptação a coisa deve ser produto de crime. Se for produto de contravenção penal, 
não haverá o crime de receptação. 
• Quem adquire CD pirata com intuito de lucro (camelô, por exemplo) comete o crime 
específico do art. 184, § 2º, do CP (violação de direito autoral), mas o consumidor que adquire 
o produto pirata comete o crime de receptação.
• O advogado que recebe produto de crime como pagamento pelos serviços prestados para 
o criminoso comete crime de receptação. 
• Formas qualificadas: 
Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, 
montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em 
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, 
coisa que deve saber ser produto de crime. Pena - reclusão, de três a oito anos, 
e multa (§ 1º do art. 180).
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Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de 
comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência (§ 2º do art. 180 do CP).
Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de 
Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de 
economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos, aplica-se em 
dobro a pena prevista no caput deste artigo (§ 6º do art. 180, com redação dada 
pela Lei nº 13.531, de 2017).
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), salvo no caso da 
receptação qualificada, em que o sujeito ativo deve ser comerciante (crime próprio) b) 
sujeito passivo: qualquer empresário. 
• Tipo Subjetivo: único crime contra o patrimônio que admite a forma dolosa e culposa.
• Receptação culposa (§ 3º): adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou 
pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve 
presumir-se obtida por meio criminoso. Pena - detenção, de um mês a um ano, ou 
multa, ou ambas as penas.
• Causas de aumentos (§ 6º): tratando-se de bens e instalações do patrimônio da 
União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade 
de economia mista, a pena prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro. 
• Consumação e tentativa: a receptação própria é crime material e se consuma com a 
produção do resultado (adquirir, transportar, etc), admitindo tentativa. Já a receptação 
imprópria é um crime formal, se consuma quando o agente influiu terceiro de boa-fé, 
e não admite tentativa. 
• Ação penal: pública incondicionada. 
19.20. RECEPTAÇÃO DE ANIMAIS 
O art. 180-A do CP foi acrescentado pala Lei nº 13.330/2016 e pune especificamente a receptação 
de semoventes domesticáveis de produção com finalidade de produção ou comercialização. 
• Descrição dotipo: adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou 
vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável 
de produção, ainda que abatidoou dividido em partes, que deve saber ser produto de 
crime: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: 
qualquer empresário. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Ação penal: pública incondicionada. 
19.21. IMUNIDADES 
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• IMUNIDADES ABSOLUTAS OU ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS (art. 181 do CP): é isento 
de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: I - do 
cônjuge, na constância da sociedade conjugal; II - de ascendente ou descendente, seja 
o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
“A” pratica furto em face de seu próprio pai. Neste caso, incide a escusa absolutória prevista no 
art. 181 e “A” será isento de pena. 
• IMUNIDADES RELATIVAS (art. 182 do CP): somente se procede mediante 
representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: I - do cônjuge 
desquitado ou judicialmente separado; II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; III - de tio ou 
sobrinho, com quem o agente coabita.
Se “A” pratica furto em face de seu irmão “B”, a ação penal dependerá de representação 
da vítima. 
• EXCLUSÃO DAS IMUNIDADES (art. 183): não se aplicam as imunidades ora 
estudadas (absoluta e relativa): I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em 
geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; II - ao estranho 
que participa do crime; III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou 
superior a 60 (sessenta) anos TEMA COBRADO NO XVII EXAME DA OAB/FGV
No caso do inciso II do art. 183 do CP, se o filho, com a ajuda de seu vizinho, furta o seu próprio 
pai, a escusa absolutória não se aplica ao vizinho. 
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20. CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL 
20.1. VIOLAÇÃO DE DIREITO INTELECTUAL 
O art. 184 do CP é considerada uma norma penal em branco, complementada pela Lei n. 
9.610/98, cujo estudo é importante para a compreensão do tema. 
• Descrição do Tipo (art. 184, caput, do CP): violar direitos de autor e os que lhe são 
conexos. Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. 
Entende-se por direito autoral o conjunto de direitos materiais e morais que o autor detém 
sobre a obra que produz. Desse modo, o verbo “violar” do tipo penal possui significado amplo e 
abrange atos como plágio, utilização indevida, reprodução não autorizada da obra e até mesmo 
a produção de exemplares e edições em número superior ao que autorizado pelo autor. 
• Formas qualificadas: os parágrafos 1º, 2º e 3º do artigo 184 do CP preveem três 
formas qualificadas, todas com pena de reclusão de 2 a 4 anos e multa. 
§ 1º do art. 184 - Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com 
intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra 
intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa 
do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou 
de quem os represente.
§ 2º do art. 184 - Quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, 
vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, 
original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do 
direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do 
produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou 
fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem 
os represente.
§ 3º do art. 184 - Quem oferecer ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, 
ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção 
da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente 
determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou 
indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista 
intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os represente
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: titular 
dos direitos autorais. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
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• Consumação: consuma-se no momento da violação. Admite-se a tentativa em todos 
os casos. 
• Ação penal: o tipo da ação penal varia de acordo com a figura típica do crime:
Ação penal privada no caso da modalidade simples prevista no caput do art. 
184 do CP. 
Ação penal pública incondicionada nas modalidades qualificadas dos § §s 1º e 
2º do art. 184 do CP. 
Ação penal pública condicionada à representação na modalidade qualificada do 
§ 3º do art. 184 do CP. 
• Atipicidade: o art. 46 da Lei n. 9.610/98 elenca diversas situações em que não haverá 
ofensa a direitos autorais, ou seja, condutas que são atípicas. 
Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais:
I - a reprodução:
a) na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em 
diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação 
de onde foram transcritos;
b) em diários ou periódicos, de discursos pronunciados em reuniões públicas de 
qualquer natureza;
c) de retratos, ou de outra forma de representação da imagem, feitos sob encomenda, 
quando realizada pelo proprietário do objeto encomendado, não havendo a oposição da 
pessoa neles representada ou de seus herdeiros;
d) de obras literárias, artísticas ou científicas, para uso exclusivo de deficientes visuais, 
sempre que a reprodução, sem fins comerciais, seja feita mediante o sistema Braille ou 
outro procedimento em qualquer suporte para esses destinatários;
II - a reprodução, em um só exemplar de pequenos trechos, para uso privado do copista, 
desde que feita por este, sem intuito de lucro;
III - a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação, 
de passagens de qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida 
justificada para o fim a atingir, indicando-se o nome do autor e a origem da obra;
IV - o apanhado de lições em estabelecimentos de ensino por aqueles a quem elas se 
dirigem, vedada sua publicação, integral ou parcial, sem autorização prévia e expressa 
de quem as ministrou;
V - a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas, fonogramas e transmissão de 
rádio e televisão em estabelecimentos comerciais, exclusivamente para demonstração 
à clientela, desde que esses estabelecimentos comercializem os suportes ou 
equipamentos que permitam a sua utilização;
VI - a representação teatral e a execução musical, quando realizadas no recesso familiar 
ou, para fins exclusivamente didáticos, nos estabelecimentos de ensino, não havendo 
em qualquer caso intuito de lucro;
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VII - a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas para produzir prova judiciária 
ou administrativa;
VIII - a reprodução, em quaisquer obras, de pequenos trechos de obras preexistentes, 
de qualquer natureza, ou de obra integral, quando de artes plásticas, sempre que a 
reprodução em si não seja o objetivo principal da obra nova e que não prejudique a 
exploração normal da obra reproduzida nem cause um prejuízo injustificado aos 
legítimos interesses dos autores.
Art. 47. São livres as paráfrases e paródias que não forem verdadeiras reproduções da 
obra originária nem lhe implicarem descrédito.
DICAS: 
• A venda de produto pirata é fato típico, não se aplicando o princípio da insignificância ou 
adequação social (Súmula n. 502 do STJ). Assim, se“A” é pego vendendo CDs piratas, sua 
conduta se amolda ao art. 184 do CP, não podendo alegar que os produtos comercializados 
são de pequeno valor (insignificância) ou que sua conduta é socialmente tolerada. 
• Para a caracterização do crime do art. 184 do CP, não há necessidade de perícia minuciosa 
em cada bem apreendido nem identificação individualizada dos titulares dos direitos autorais 
violados, bastando a análise das características externas do material (Súmula n. 574 do STJ). 
Sendo assim, se “A” estiver comercializando DVDs pitaras, não há necessidade da realização 
de perícia em cada um dos DVDs apreendidos nem a identificação dos titulares dos direitos 
autorais de cada produto, sob pena de inviabilizar a atividade policial e a condenação do 
criminoso. No caso, basta a identificação externa de que os produtos são falsificados para 
que a conduta de “A” seja típica. 
• Quem adquire produto pirata para revender (camelô, por exemplo) comete o crime 
específico do art. 184, § 2º, do CP (violação de direito autoral), mas o consumidor que adquire 
o produto, sem intenção de lucro comete o crime de receptação.
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21. CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 
21.1. ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE TRABALHO 
• Descrição do Tipo (art. 197 do CP): constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça: I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar 
ou não trabalhar durante certo período ou em determinados dias (Pena - detenção, de 
um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência); II - a abrir ou 
fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de parede ou paralisação de 
atividade econômica (pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: 
qualquer pessoa.
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento em que a vítima cede à 
exigência do sujeito ativo, exercendo ou deixando de exercer a atividade determinada 
pelo infrator. A tentativa é possível se a vítima, apesar de constrangida, não cede à 
exigência do infrator.
• Ação penal: pública incondicionada. 
Em que pese o art. 109, VI, da CF disponha que compete à Justiça Federal processar e julgar os 
crimes contra a organização do trabalho, a jurisprudência majoritária do STF e do STJ entende que 
a competência da Justiça Federal se materializa apenas quando o crime ofender a organização 
geral do trabalho ou direitos dos trabalhadores considerados coletivamente. Quando se tratar de 
trabalhador atingido de forma individual, a competência será da Justiça Estadual
21.2. ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE CONTRATO DE TRABALHO OU 
BOICOTAGEM VIOLENTA 
• Descrição do Tipo (art. 198 do CP): constranger alguém, mediante violência ou 
grave ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a outrem ou a não 
adquirir de outrem matéria- prima ou produto industrial ou agrícola. Pena — detenção, 
de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Tipo penal possui duas figuras típicas: a) constranger mediante violência ou grave ameaça 
alguém a celebrar contrato de trabalho e b) constranger alguém mediante violência ou grave 
ameaça a não fornecer ou não adquirir matéria prima ou produto industrial ou agrícola, o que 
se denomina de boicotagem. 
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• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: 
qualquer pessoa e, no caso da boicotagem, o empresário é vítima indireta do crime. 
• Tipo Subjetivo: Apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: No caso da primeira parte do tipo, o crime se consuma 
quando o trabalhador celebra o contrato de trabalho. Já na boicotagem, o crime se 
consuma no momento em que a vítima não fornece ou adquire a mercadoria. A tentativa 
é possível se a vítima, apesar de constrangida, não cede à exigência do infrator.
• Ação penal: Pública incondicionada. 
21.3. ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO 
• Descrição do Tipo (art. 199 do CP): constranger alguém, mediante violência 
ou grave ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou 
associação profissional. Pena — detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: 
qualquer pessoa. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento em que a vítima cede à 
exigência do sujeito ativo, integrando ou deixando de integrar sindicato ou associação. A 
tentativa é possível se a vítima, apesar de constrangida, não cede à exigência do infrator.
• Ação penal: pública incondicionada. 
21.4. PARALISAÇÃO DE TRABALHO SEGUIDA DE VIOLÊNCIA OU PERTURBAÇÃO 
DA ORDEM 
• Descrição do Tipo (art. 200 do CP): participar de suspensão ou abandono coletivo de 
trabalho, praticando violência contra pessoa ou coisa. Pena — detenção, de um mês a 
um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. 
A suspensão do trabalho é feita pelo empregador (lockout) enquanto que o abandono se refere 
à greve dos trabalhadores. Trata-se de crime de concurso necessário, já que, para que se 
considere coletivo o abandono de trabalho, o parágrafo único do art. 200 do CP dispõe que é 
indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: no caso de greve os sujeitos ativos são os empregados e 
no caso de lockout os empregadores, b) sujeito passivo: a pessoa atingida ou, no caso 
violência contra a coisa, o seu proprietário. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento em que for empregada 
a violência. A tentativa é possível quando os infratores não conseguirem usar a 
violência, por razões alheias às suas vontades (Ex.: chegada da polícia).
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• Ação penal: pública incondicionada. 
21.5. INVASÃO DE ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL, COMERCIAL OU AGRÍCOLA. 
SABOTAGEM 
• Descrição do Tipo (art. 202 do CP): invadir ou ocupar estabelecimento industrial, 
comercial ou agrícola com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do 
trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes 
ou delas dispor. Pena — reclusão, de um a três anos, e multa.
O crime engloba duas figuras típicas: a) invadir ou ocupar com intuito de impedir ou embaraçar 
o curso normal do trabalho e b) danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou 
delas dispor com intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho (sabotagem). Em 
ambos os casos, só haverá crime se a conduta for praticada com o fim específico de impedir ou 
embaraçar o curso normal do trabalho. Não havendo esse fim específico, não há que se falar 
no crime do art. 202 do CP, podendo caracterizar crime comum (ex.: violação de domicílio, dano, 
apropriação indébita, etc.). 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: 
coletividade e empresário. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento em que ocorre a 
invasão, ocupação, danificação ou disposição do bem, sem a necessidade de prejuízo 
da atividade empresarial (crime formal). A tentativa é possível se o infrator não 
conseguir invadir, ocupar, danificar ou dispor da coisa por circunstâncias alheias à 
sua vontade.
• Ação penal: pública incondicionada. 
21.6. FRUSTRAÇÃO DE DIREITO ASSEGURADO POR LEI TRABALHISTA• Descrição do Tipo (art. 203 do CP): frustrar, mediante fraude ou violência, direito 
assegurado pela legislação do trabalho: Pena — detenção, de um a dois anos, e multa, 
além da pena correspondente à violência.
O crime disposto no art. 203 do Código Penal é considerado norma penal em branco, uma vez 
que os direitos trabalhistas estão previstos em outras leis e na própria Constituição Federal.
• Forma equiparada: na mesma pena incorre quem: I - obriga ou coage alguém a usar 
mercadorias de determinado estabelecimento, para impossibilitar o desligamento 
do serviço em virtude de dívida; II - impede alguém de se desligar de serviços de 
qualquer natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus documentos 
pessoais ou contratuais.
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• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: 
qualquer pessoa. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Causa de aumento de pena: A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima 
é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física 
ou mental.
• Consumação e tentativa: no momento em que o direito é frustrado. A tentativa é 
possível se, apesar da conduta do agente, o direito não for frustrado.
• Ação penal: pública incondicionada. 
21.7. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM INFRAÇÃO DE DECISÃO ADMINISTRATIVA 
• Descrição do Tipo (art. 205 do CP): exercer atividade, de que está impedido por 
decisão administrativa. Pena — detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pessoa que viola decisão administrativa (crime própria), b) 
sujeito passivo: Estado. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre pela reiteração de atos (crime 
habitual) que demonstrem o exercício da atividade vedada administrativamente. Não 
admite tentativa, porque se trata de crime habitual.
• Ação penal: pública incondicionada. 
DICAS: 
• Se o agente exercer profissão para qual nunca foi habilitado, haverá a prática de 
contravenção de exercício ilegal de profissão ou atividade (art. 47 da LCP), salvo se exercer 
ilegalmente medicina, arte dentária ou farmacêutica, já que haverá a prática do crime do art. 
282 do CP. 
• Se o agente exercer atividade da qual está impedido por decisão judicial, haverá o crime 
específico previsto no art. 359 do Código Penal, salvo quando se trata de exercício ilegal de 
função pública por parte de quem foi exonerado, removido, substituído ou suspenso, hipótese 
em que haverá a prática do crime do art. 324 do Código Penal.
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22. CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
É importante destacar que algumas características são comuns para todos os crimes contra a 
dignidade sexual: a) Com a Lei n. 13.718/18 todos os crimes contra a dignidade sexual passaram a 
ser de ação pública incondicionada, b) conforme previsto no art. 234-B do Código Penal, os processos 
que apuram crimes contra a dignidade sexual correm em segredo de justiça e c) conforme previsto 
nos artigos 226 e 234-A do CP, que também sofreram alterações com a Lei n. 13.718/18, os crimes 
contra a dignidade sexual terão a pena aumentada com base nos seguintes critérios: 
AUMENTO DE 
1/4
AUMENTO DE 
1/2
AMENTO DE 1/3 
(UM TERÇO) 
A 2/3 (DOIS 
TERÇOS)
AUMENTO 
DE 1/3 (UM 
TERÇO) A 
2/3 (DOIS 
TERÇOS
• Se o crime é 
cometido com 
concurso de 
duas ou mais 
pessoas. 
• Se o agente 
é ascendente, 
padrasto ou 
madrasta, tio, 
irmão, cônjuge, 
companheiro, 
tutor, curador, 
preceptor ou 
empregador 
da vítima ou 
por qualquer 
outro título 
tem autoridade 
sobre ela.
• Se resulta 
gravidez
• Se o agente 
transmite à 
vítima doença 
sexualmente 
transmissível de 
que sabe ou deveria 
saber ser portador, 
ou se a vítima é 
idosa ou pessoa 
com deficiência
• Estupro 
Coletivo 
• Estupro 
Corretivo 
22.1. CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
22.1.1. ESTUPRO 
• Descrição do Tipo (art. 213 do CP): constranger alguém, mediante violência ou 
grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique 
outro ato libidinoso. Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
• Forma qualificada TEMA COBRADO NO XIII EXAME DA OAB/FGV 
• Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima 
é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 
(oito) a 12 (doze) anos. 
• Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. 
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• Se a vítima for menor de 14 anos, haverá a prática crime de estupro de vulnerável (art. 
217-A), mesmo que não haja emprego de violência ou grave ameaça, uma vez que a violência 
é presumida. 
• As figuras qualificadas são de caráter preterdoloso, de modo que a lesão grave ou morte 
ocorrem de forma culposa. Havendo dolo em relação à lesão corporal ou morte, o agente 
responderá pelo crime de estupro em concurso material com o crime de lesão corporal ou 
homicídio.
• O crime de estupro, na forma simples ou qualificada, é considerado crime hediondo (art. 
1º, V, da Lei n. 8.072/90)
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: 
qualquer pessoa. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Causas de aumento: conforme previsto nos artigos 226 e 234-A do CP, os crimes 
contra a dignidade sexual terão a pena aumentada: I – de quarta parte, se o crime é 
cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas e II – de metade, se o agente 
é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, 
preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre 
ela; III - de 2/3, se do crime resultar gravidez; IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), 
se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de que sabe ou 
deveria saber ser portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência; V - de 
1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado: a) mediante concurso de 2 
(dois) ou mais agentes (estupro coletivo); b) para controlar o comportamento social 
ou sexual da vítima (Estupro preventivo). 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre com a conjunção carnal ou com 
a prática do ato libidinoso. A tentativa é possível se, apesar da violência ou grave 
ameaça, não há a conjunção carnal ou o ato libidinoso TEMA COBRADO NO VII 
EXAME DA OAB/FGV. 
• Ação penal: ação penal pública incondicionada. 
22.1.2. VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE TEMA COBRADO NO XIII EXAME 
DA OAB/FGV.
• Descrição do Tipo (art. 215 do CP): ter conjunção carnal ou praticar outro ato 
libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre 
manifestação de vontade da vítima. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos e, se o 
crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: 
qualquer pessoa. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Causas de aumento: aplicam-se as causas de aumento de pena previstas nos artigos 
226 e 234-A do CP.
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre com a conjunção carnal ou com a 
prática do ato libidinoso. A tentativa é possível 
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• Ação penal: ação penal pública incondicionada. 
22.1.3. IMPORTUNAÇÃO SEXUAL 
• Descrição do Tipo (art. 215-A do CP): praticar contra alguém e sem a sua anuência 
ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a próprialascívia ou a de terceiro. Pena - 
reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: 
qualquer pessoa. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Causas de aumento: a pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 
18 (dezoito) anos. Além disso, aplicam-se as demais causas de aumento previstas nos 
artigos 226 e 234-A do CP
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento da conduta do ato 
libidinoso. A tentativa é possível.
• Ação penal: ação pública incondicionada. 
• O crime de importunação sexual foi inserido no código penal a partir da Lei nº 13.718/2018, 
visando punir as condutas libidinosas contra terceiros, como nos casos noticiados pela 
mídia de sujeitos que se masturbavam e ejaculavam em passageiros de ônibus. Antes, esse 
tipo de conduta era enquadrada na contravenção penal chamada de importunação ofensiva 
ao pudor (art. 61 da Lei de Contravenções penai), que foi revogada pela Lei nº 13.718/2018. 
• Se o ato libidinoso não se destinar a uma vítima determinada, como no caso da masturbação 
em público sem ofender pessoa específica, o ato poderá configurar o crime de ato obsceno 
(art. 233 do C). 
22.1.4. ASSÉDIO SEXUAL 
• Descrição do Tipo (art. 216-A do CP): constranger alguém com o intuito de obter 
vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de 
superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou 
função. Pena — detenção, de um a dois anos
• Sujeitos: a) sujeito ativo: superior hierárquico da vítima (crime próprio), b) sujeito 
passivo: qualquer pessoa. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Causas de aumento: a pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 
18 (dezoito) anos. Além disso, aplicam-se as demais causas de aumento previstas nos 
artigos 226 e 234-A do CP
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento da conduta do assédio, 
independentemente do resultado (crime formal). A tentativa é possível, como no caso 
do assédio praticado por bilhete interceptado. 
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• Ação penal: ação penal pública incondicionada. 
22.2. CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL
22.2.1. ESTUPRO DE VULNERÁVEL 
• Descrição do Tipo (art. 217-A do CP): ter conjunção carnal ou praticar outro ato 
libidinoso com menor de 14 anos: Pena — reclusão, de oito a quinze anos.
• Forma equiparada: incorre nas mesmas penas quem pratica as ações descritas no 
caput com alguém que, por enfermidade ou doença mental, não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode 
oferecer resistência.
• O conceito de vulnerável, portanto, abrange os menores de 14 anos, os que, por enfermidade 
ou doença mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, assim como 
os que, por qualquer outra causa, não podem oferecer resistência (idade avançada, pessoa 
desmaiada, pessoa embriagada completamente, em coma, etc). TEMA COBRADO NOS 
EXAME XX E XXXV DA OAB/FGV.
• Súmula 593-STJ: O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou 
prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da 
vítima para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento 
amoroso com o agente. TEMA COBRADO NOS EXAMES XXXI E XXXVII DA OAB
• Forma majorada: 
• Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave. Pena — reclusão, 
de dez a vinte anos. 
• Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. 
• As figuras qualificadas são de caráter preterdoloso, de modo que a lesão grave ou morte 
ocorrem de forma culposa. Havendo dolo em relação à lesão corporal ou morte, o agente 
responderá por estupro de vulnerável em concurso material com o crime de lesão corporal 
ou homicídio. 
• O crime de estupro, na forma simples ou qualificada, é considerado crime hediondo (art. 
1º, VI, da Lei n. 8.072/90)
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum); b) sujeito passivo: 
qualquer pessoa vulnerável. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Causas de aumento: a pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 
18 (dezoito) anos. Além disso, aplicam-se as demais causas de aumento previstas nos 
artigos 226 e 234-A do CP
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• Consumação e tentativa: a consumação ocorre com a conjunção carnal ou com 
a prática do ato libidinoso. A tentativa é possível se, apesar da violência ou grave 
ameaça, não há a conjunção carnal ou o ato libidinoso.
• Ação penal: ação penal pública incondicionada. 
A Lei nº 13.718/2018 acrescentou o § 5º ao art. 217 do CP, dispondo que as penas previstas 
no artigo aplicam-se independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter 
mantido relações sexuais anteriormente ao crime. 
22.2.2. CORRUPAÇÃO DE MENORES 
• Descrição do Tipo (art. 218 do CP): induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a 
satisfazer a lascívia de outrem. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: menor 
de 14 anos de idade. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Causas de aumento: aplicam-se as causas de aumento previstas nos artigos 226 e 
234-A do CP.
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento em que o ato é realizado, 
mesmo que o terceiro não tenha ficado sexualmente satisfeito. A tentativa é possível. 
• Ação penal: ação penal pública incondicionada.
DICA: Não confundir o crime de corrupção de menores previsto no art. 218 do CP com o crime 
de corrupção de menores previsto no art. 244-B do ECA, já que neste último caso o crime se 
caracteriza quando o agente corrompe pessoa menor de 18 anos para praticar infração penal. 
22.2.3. SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA 
OU ADOLESCENTE 
• Descrição do Tipo (art. 218-A do CP): praticar, na presença de alguém menor de 
14 anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de 
satisfazer a lascívia própria ou de outrem. Pena — reclusão, de dois a quatro anos.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: menor 
de 14 anos de idade. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Causas de aumento: aplicam-se as causas de aumento previstas nos artigos 226 e 
234-A do CP.
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento em que o ato é realizado 
na presença do menor de 14 anos. A tentativa é possível quando, por exemplo, o 
agente induz a vítima a presenciar determinado ato sexual, mas o ato não é praticado 
por circunstancias alheias a sua vontade. 
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• Ação penal: ação penal pública incondicionada.
22.2.4. FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE 
EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL 
• Descrição do Tipo (art. 218-B do CP): submeter, induzir ou atrair à prostituição ou 
outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 anos ou que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, 
impedir ou dificultar que a abandone. Pena — reclusão, de quatro a dez anos.
• Formas equiparadas: incorre nas mesmas penas: I — quem pratica conjunção carnal 
ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 e maior de 14 anos na situação 
descrita no caput deste artigo (pune-se, portanto, o cliente que faz o programa com a 
vítima menor de 18 anos e maior de 14 anos. Se a vítima for menor de 14 anos,haverá 
o crime de estupro de vulnerável); II — o proprietário, o gerente ou o responsável 
pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo (pune-se, 
portanto, os envolvidos na casa de prostituição ou show).
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: menor 
de 18 anos de idade. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Causas de aumento: aplicam-se as causas de aumento previstas nos artigos 226 e 
234-A do CP.
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre quando a vítima passa a ser explorada 
sexualmente. A tentativa é possível. 
• Ação penal: ação penal pública incondicionada.
22.2.5. DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO OU DE CENA DE ESTUPRO DE 
VULNERÁVEL, DE CENA DE SEXO OU DE PORNOGRAFIA 
• Descrição do Tipo (art. 218-C): oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender 
ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por 
meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia, 
vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de 
vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da 
vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia. Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, 
se o fato não constitui crime mais grave.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: 
qualquer pessoa, mas, se a vítima for criança ou adolescente haverá a prática do 
crime do art. 241 ou o do art. 241-A do ECA. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa, não se exigindo dolo específico. 
• Causas de aumento: a pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o 
crime é praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto 
com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento em que um dos atos 
previsto no tipo é praticado. 
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• Ação penal: ação penal pública incondicionada.
• Excludente de ilicitude: não há crime quando o agente pratica as condutas descritas 
no caput deste artigo em publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou 
acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação da vítima, 
ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito) anos.
 O crime sob análise foi inserido no código penal a partir da Lei nº 13.718/2018, visando punir 
as condutas corriqueiras de transmissão e divulgação de cenas de estupro ou estupro de 
vulnerável ou, sem consentimento da vítima, de sexo e de nudez. Se o crime for praticado 
contra pessoa que o agente tenha mantendo relação íntima ou de afeto (ex-mulher, namorada, 
etc) ou por vingança (“revenge porn”), a pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços). 
22.3. LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO OU 
OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL
22.3.1. MEDIAÇÃO PARA SATISFAZER A LASCÍVIA DE OUTREM 
• Descrição do Tipo (art. 227 do CP): induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem. 
Pena — reclusão, de um a três anos. 
• Formas qualificadas: 
• Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o 
agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou 
curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento 
ou de guarda. Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
• Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude. 
Pena- reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à violência.
SE a vítima for menor de 14 anos de idade, o agente pratica o crime de corrupção de menores.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: 
qualquer pessoa. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento em a vítima realiza 
o ato, mesmo que o terceiro não tenha ficado sexualmente satisfeito. A tentativa é 
possível quando a vítima é induzida, mas não realiza o ato sexual. 
• Ação penal: ação penal pública incondicionada.
22.3.2. FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE 
EXPLORAÇÃO SEXUAL 
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• Descrição do Tipo (art. 228 do CP): induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra 
forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone. 
Pena — reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
• Formas qualificadas: 
• Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, 
companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se 
assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância. 
Pena — reclusão, de três a oito anos.
• Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude. 
Pena — reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à violência.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: 
qualquer pessoa. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Ação penal: ação penal pública incondicionada.
22.3.3. CASA DE PROSTITUIÇÃO 
• Descrição do Tipo: manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em 
que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do 
proprietário ou gerente. Pena — reclusão, de dois a cinco anos
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: 
pessoas exploradas sexualmente no estabelecimento e a coletividade. 
• Tipo Subjetivo: Apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre com o funcionamento do 
estabelecimento, tratando-se de crime habitual e permanente. Sendo crime habitual, 
a tentativa não é admitida. 
• Ação penal: ação penal pública incondicionada.
Entende-se majoritariamente que o fato de não existir resistência da sociedade em relação 
às casas de prostituição não retira a tipicidade do fato, ou seja, não se aplica o princípio da 
adequação social. 
22.3.4. RUFIANISMO 
• Descrição do Tipo (art. 230 do CP): tirar proveito da prostituição alheia, participando 
diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a 
exerça. Pena — reclusão, de um a quatro anos, e multa.
• Formas qualificadas: 
• Se a vítima é menor de 18 e maior de 14 anos ou se o crime é cometido por 
ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor 
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ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu por lei ou outra 
forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: Pena — reclusão, de três a 
oito anos, e multa. 
• Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça, fraude ou 
outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima. Pena 
— reclusão, de dois a oito anos, sem prejuízo da pena correspondente à violência.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: 
qualquer pessoa.
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre na participação habitual nos lucros 
da prostituta. Sendo crime habitual, a tentativa não é admitida. 
• Ação penal: ação penal pública incondicionada.
22.4. PROMOÇÃO DE MIGRAÇÃO ILEGAL 
A Lei nº 13.445/17, que institui a Lei de Migração, revogando o Estatuto do Estrangeiro, 
acrescentou o art. 232-A ao Código Penal. 
A inserção, entretanto, ocorreu indevidamente no Título dos crimes contra a dignidade sexual, 
já que o tipo penal objetiva tutelar a soberania nacional, garantindo a segurança interna do país, 
não havendo, portanto, qualquer conotação sexual. 
• Descrição do Tipo(art. 232-A do CP): promover, por qualquer meio, com o fim de 
obter vantagem econômica, a entrada ilegal de estrangeiro em território nacional ou 
de brasileiro em país estrangeiro. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
O tipo penal pune apenas o terceiro que promove a migração ilegal. O migrante ilegal não 
comete o crime.
• Forma equiparada: na mesma pena incorre quem promover, por qualquer meio, 
com o fim de obter vantagem econômica, a saída de estrangeiro do território nacional 
para ingressar ilegalmente em país estrangeiro.
• Causas de aumento de pena: a pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um 
terço) se: I - o crime é cometido com violência; ou II - a vítima é submetida a condição 
desumana ou degradante.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: Estado.
• Tipo Subjetivo: apenas na forma dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre com a entrada ilegal do estrangeiro no 
território brasileiro ou com a entrada ilegal do brasileiro em território estrangeiro e, na 
forma equiparada, com a saída do estrangeiro do território brasileiro. A tentativa é possível. 
• Ação penal: ação penal pública incondicionada.
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 O § 3º do art. 232-A do CP estabelece que a pena prevista para o crime será aplicada sem 
prejuízo das correspondentes às infrações conexas. Assim, caso o agente cometa outros crimes 
no contexto da promoção de migração material (falsificação de documento, por exemplo), 
haverá concurso material, não se aplicando princípio da consunção. Assim, é perfeitamente 
possível a ocorrência de concurso material com os crimes do art. 232-A e de tráfico de pessoas 
(art. 149-A do CP).
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23. CRIMES CONTRA A FAMÍLIA 
23.1. CRIMES CONTRA O CASAMENTO 
23.1.1. BIGAMIA 
• Descrição do Tipo (art. 235 do CP): contrair alguém, sendo casado, novo casamento. 
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
• Exceção à teoria monista do concurso de pessoas: aquele que, não sendo casado, 
contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com 
reclusão ou detenção, de um a três anos. Em outras palavras, embora o crime seja 
de concurso necessário, a pessoa casada e o terceiro com quem se casa terão penas 
diferentes pela prática do crime. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: apenas pessoa casada (crime próprio), b) sujeito passivo: 
Estado e, indiretamente, o cônjuge enganado.
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento da celebração do 
casamento.
• Ação penal: ação penal pública incondicionada.
Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, 
considera-se inexistente o crime (§ 2º do art. 235 do CP). 
23.1.2. INDUZIMENTO A ERRO ESSENCIAL E OCULTAÇÃO DE IMPEDIMENTO 
• Descrição do Tipo (art. 236 do CP): contrair casamento, induzindo em erro essencial 
o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior. 
Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: Estado 
e, indiretamente, o cônjuge enganado.
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento da celebração do casamento.
• Ação penal (art. 236, parágrafo único, do CP): a ação penal depende de queixa do 
contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a 
sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
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23.2. CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR 
23.2.1. ABANDONO MATERIAL 
• Descrição do Tipo (art. 244 do CP): deixar, sem justa causa, de prover à subsistência 
do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de 
ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os 
recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente 
acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou 
ascendente, gravemente enfermo. Pena — detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e 
multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País.
• Forma equiparada: nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou 
ilide, de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o 
pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser o cônjuge, genitor, ascendente ou descendente 
(crime próprio), b) sujeito passivo: pode ser o cônjuge, o filho enfermo, menor de 
dezoito anos ou inapto para o trabalho, ascendente enfermo, maior de sessenta anos 
de idade ou inválido.
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre com a recusa de prestar assistência. 
Não cabe tentativa. 
• Ação penal: pública incondicionada. 
23.2.2. ABANDONO INTELECTUAL 
• Descrição do Tipo (art. 246 do CP): deixar, sem justa causa, de prover à instrução 
primária de filho em idade escolar: Pena — detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, 
ou multa.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: pais do menor (crime próprio), b) sujeito passivo: filho em 
idade escolar obrigatória. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre quando o sujeito ativo, por tempo 
relevante, deixa de providenciar a instrução primária do filho. Não cabe tentativa. 
• Ação penal: pública incondicionada. 
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24. CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA 
24.1. INCITAÇÃO AO CRIME TEMA COBRADO NO IV EXAME DA OAB/FGV.
• Descrição do Tipo (art. 286 do CP): incitar, publicamente, a prática de crime: Pena — 
detenção, de 3 (três) a 6 (seis) meses, ou multa.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: coletividade.
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre com a incitação pública. Possível a 
tentativa quando a execução for pela forma escrita. 
• Ação penal: pública incondicionada. 
24.2. APOLOGIA DE CRIME OU CRIMINOSO 
• Descrição do Tipo (art. 287 do CP): fazer, publicamente, apologia de fato criminoso 
ou de autor de crime: Pena — detenção, de 3 (três) a 6 (seis) meses, ou multa.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: coletividade. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Ação penal: pública incondicionada. 
“Marcha da Maconha” - No julgamento da ADPF 187, o Supremo Tribunal Federal firmou 
entendimento no sentido de que o art. 287 do Código Penal deve ser interpretado conforme a 
Constituição Federal, de forma a não impedir manifestações públicas em defesa da legalização 
do uso de drogas ou quaisquer entorpecentes. 
24.3. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA 
• Descrição do Tipo (art. 288 do CP): associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o 
fim específico de cometer crimes. Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Se não houver combinação ou liame subjetivo entre os sujeitos que cometeram os crimes, não 
há que se falar em associação criminosa TEMA COBRADO NO XV EXAME DA OAB/FGV. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: coletividade. 
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• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. Exige-se, ainda, o doloespecífico 
consubstanciado na expressão “para o fim específico de cometer crimes”
• Causa de aumento: a pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou 
se houver a participação de criança ou adolescente.
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento em que três ou mais 
pessoas se associam para o fim específico de cometer crimes, não se exigindo que o 
crime de fato ocorra, tratando-se, portanto, de crime formal. A tentativa não é possível 
porque a associação deve ser permanente. 
• Ação penal: pública incondicionada. 
DICAS: 
• A associação de pessoas para o fim específico de cometer contravenções penais (jogo do 
bicho, por exemplo) não constitui crime de associação criminosa, já que o art. 288 se refere 
expressamente à prática de crimes TEMA COBRADO NO XVIII EXAME DA OAB/FGV.
• Para a caracterização da associação criminosa basta a associação estável e permanente 
para a prática de crimes (crime formal). Caso os integrantes da associação pratiquem os 
crimes, haverá concurso material do art. 288 do CP com os delitos cometidos. 
• A associação criminosa não se confunde com a organização criminosa prevista na Lei 
n. 12.850/2013, que se caracteriza mediante “a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas 
estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, 
com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante 
a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou 
que sejam de caráter transnacional”. TEMA COBRADO NOS EXAMES XXXI e XXXII 
DA OAB/FGV.
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25. CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA 
25.1. MOEDA FALSA 
• Descrição do Tipo (art. 289 do CP): falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda 
metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro. Pena - reclusão, de 
três a doze anos, e multa.
• Forma Equiparada: nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, 
importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na 
circulação moeda falsa (§ 1º do art. 289).
• Forma privilegiada: quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa 
ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com 
detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
• Forma qualificada: é punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o 
funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, 
emite ou autoriza a fabricação ou emissão: I - de moeda com título ou peso inferior ao 
determinado em lei; II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: Estado 
e pessoas prejudicadas. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre com fabricação ou alteração da 
moeda, desde que não haja erro grosseiro. A tentativa é possível quando o agente é 
pego antes de terminado a falsificação ou alteração. 
• Se a falsificação da moeda for grosseira, imediatamente perceptível pela vítima, como no 
caso de moeda falsificada de R$ 3,00, haverá crime impossível ( TEMA COBRADO NO XXVII 
EXAME DA OAB/FGV), podendo responder o agente pelo crime de petrechos para falsificação 
de moeda (art. 291 do CP), caso tenha realizado a fabricação. 
• No entanto, se a falsificação, mesmo que grosseira, enganar a vítima, a conduta poderá 
configurar o crime de estelionato, conforme Súmula73 do STJ: “A utilização de papel-moeda 
grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, de competência da 
Justiça Estadual”.
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25.2. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO 
• Descrição do Tipo (art. 297 do CP): falsificar, no todo ou em parte, documento 
público, ou alterar documento público verdadeiro: Pena — reclusão, de dois a seis 
anos, e multa.
• Documento público é o elaborado por funcionário público no exercício das suas atribuições. 
Entretanto, para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade 
paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade 
comercial, os livros mercantis e o testamento particular (§ 2º do art. 297 do CP).
• A falsidade de documento público também é chamada de falsidade material. 
• A “falsificação grosseira”, que não é capaz de atingir a fé-pública do documento e enganar 
terceiro, não caracteriza o crime de falsificação de documento TEMA COBRADO NO 
III EXAME DA OAB/FGV.
• Forma equiparada: a Lei n. 9.983/2000 acrescentou os §§ 3º e 4º ao art. 297, punindo 
com as mesmas penas quem insere ou faz inserir dados falsos na CTPS ou documento 
que deva produzir efeito perante a previdência social. Ocorre que houve um equívoco 
do legislador na inserção desses parágrafos no crime de falsificação de documento, já 
que a inserção de dados não é falsificação material e sim falsidade ideológica, prevista 
no art. 299 do CP. No entanto, para a prova da OAB, deve-se considerar o crime como 
de falsidade material. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: Estado 
e pessoas prejudicadas. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Causa de aumento: se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-
se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre com a falsificação ou alteração do 
documento público, independentemente do seu uso (crime de perigo). A tentativa é possível 
quando o agente é pego antes de terminada a falsificação ou alteração do documento. 
A comprovação do crime de falsidade material depende da realização de perícia. 
• Ação penal: pública incondicionada. 
COMPETÊNCIA: 
Justiça federal: Se o documento falsificado é de atribuição de autoridade federal (como o 
passaporte), a competência é da Justiça Federal.
Justiça Estadual: Se o documento falsificado devia ter sido emitido por funcionário público 
estadual ou municipal, a competência é da Justiça Estadual (Exemplo; CNH, já que emitida por 
autoridade estadual) 
Falsificação de Carteira de Trabalho (CTPS): Se a finalidade da falsificação é prejudicar a 
previdência social, a competência será da Justiça Federal, ao passo que, se a falsificação for 
para fins particulares, a competência é da Justiça Estadual (Súmula n. 62 do STJ). 
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25.3. FALSIDADE DE DOCUMENTO PARTICULAR 
• Descrição do Tipo (art. 298 do CP): falsificar, no todo ou em parte, documento 
particular ou alterar documento particular verdadeiro: Pena — reclusão, de um a cinco 
anos, e multa
O conceito de documento particular é obtido por exclusão, ou seja, todo documento que não for 
público ou a ele equiparado para fins penais será documento particular, inclusive os cartões de 
crédito e de débito. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: Estado 
e as pessoas prejudicadas. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre com a falsificação ou alteração do 
documento público, independentemente do seu uso (crime de perigo). A tentativa é possível 
quando o agente é pego antes de terminada a falsificação ou alteração do documento. 
• Ação penal: pública incondicionada.
Súmula n. 104 do STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e 
julgamento dos crimes de falsificação e uso de documento falso relativo 
a estabelecimento particular de ensino.
25.4. FALSIDADE IDEOLÓGICA TEMA COBRADO NO XVII EXAME DA OAB/FGV.
• Descrição do Tipo (art. 299 do CP): omitir, em documento público ou particular, 
declaraçãoque dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou 
diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou 
alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena — reclusão, de um a cinco 
anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a três anos, e multa, se o 
documento é particular.
O crime de falsidade ideológica também é conhecido como falsidade intelectual e pode recair 
sobre documento público ou particular, variando apenas quanto a pena (no documento público 
a pena é de reclusão, de um a cinco anos, e multa, e, no documento particular a pena é de 
reclusão, de um a três anos, e multa).
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: Estado 
e as pessoas prejudicadas. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa TEMA COBRADO NO XXI EXAME 
DA OAB/FGV.
• Causa de aumento: se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-
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se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, 
aumenta-se a pena de sexta parte.
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre quando o documento fica pronto com a 
omissão ou alteração dos seus dados. A tentativa é possível apenas se a conduta por comissiva.
• Ação penal: pública incondicionada.
25.5. USO DE DOCUMENTO FALSO
• Descrição do Tipo (art. 304 do CP): fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou 
alterados, a que se referem os arts. 297 a 302. Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
• Fazer uso significa apresentar o documento a alguém. A mera posse do documento não 
caracteriza o crime. Assim, se “A” obteve um documento falsificado, mas nunca o apresentou 
a ninguém não poderá responder pelo crime do art. 304 do CP. 
• A pessoa que falsificou o documento e depois o utilizou responde apenas pelo crime de 
falsificação, uma vez que o uso é considerado fato posterior não punível. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), menos quem praticou a 
falsificação b) sujeito passivo: Estado e as pessoas prejudicadas. 
• Tipo Subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre com o uso, a apresentação, do 
documento, ainda que o agente não obtenha qualquer vantagem (crime formal). A 
tentativa não é possível, porque se o agente não apresenta o documento o fato é atípico.
• Ação penal: pública incondicionada. 
DICA: O agente que usa documento falso para cometer estelionato responde apenas pelo 
estelionato, uma vez que o uso é considerado apenas crime-meio.
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26. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
26.1. CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
26.1.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS 
Os crimes praticados por funcionários públicos, chamados de crimes funcionais, possuem 
algumas características importantes que devem ser memorizadas: 
• Conceito: considera-se funcionário público, para efeitos penais, quem, embora 
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. Além 
disso, equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em 
entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou 
conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública (art. 327 do CP).
• Concurso de pessoas: nos crimes funcionais a condição de funcionário público é 
elementar do tipo, ou seja, comunica-se aos demais particulares envolvidos no delito. 
Assim, o particular que conhece da condição de funcionário do comparsa e participa 
do crime (concurso de pessoas), também responderá pelo crime funcional TEMA 
COBRADO NO XII EXAME DA OAB/FGV. 
• Efeito da pena: a condenação nos crimes funcionais pode ter como efeito a perda do 
cargo, função pública ou mandato eletivo quando aplicada pena privativa de liberdade 
por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou 
violação de dever para com a Administração Pública (art. 92, I, do CP). Esse efeito não 
é automático, devendo ser motivadamente declarado na sentença TEMA COBRADO 
NO XXVI EXAME DA OAB/FGV.
• Progressão de regime: o condenado por crime contra a administração pública terá 
a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano 
que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais 
(§ 4º do art. 33 do CP).
• Princípio da Insignificância: de acordo com a Súmula n. 599 do STJ, aprovada 
em 20/11/2017, o princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a 
Administração Pública. Entretanto, como exceção à referida súmula, embora não 
mencionado no seu texto, deve-se recordar que o STJ admite a aplicação do princípio 
da insignificância ao crime de descaminho. 
Súmula n. 599-STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes 
contra a Administração Pública.
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26.1.2. PECULATO 
• Descrição do Tipo (art. 312, caput, do CP): apropriar-se o funcionário público de 
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a 
posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio. Pena - reclusão, 
de dois a doze anos, e multa.
Peculato próprio: A figura típica do caput do art. 312 do CP contempla o peculato próprio, que abrange 
o denominado peculato-apropriação (primeira parte do tipo: “apropriar-se”) e o peculato-desvio 
(segunda parte do tipo penal: “desviá-lo”). 
• Forma equiparada (peculato impróprio ou peculato-furto): aplica-se a mesma pena, 
se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, 
ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de 
facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário (§ 1º do art. 312 do CP). 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer funcionário público (crime próprio), exceto os 
prefeitos que respondem pelos crimes específicos do Decreto-Lei n. 201/67, b) sujeito 
passivo: Estado e, em algumas situações, as pessoas prejudicadas. 
• Tipo Subjetivo: admite a modalidade dolosa e culposa. 
• Peculato culposo: se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem. 
Pena - detenção, de três meses a um ano. No caso de peculato culposo, se houver 
reparação do dano, antes da sentença irrecorrível, haverá extinção da punibilidade. Se 
a reparação for posterior ao trânsito em julgado, a pena imposta será reduzida pela 
metade (§ 2º e § 3º do art. 312 do CP). 
• Consumação e tentativa: a consumação no peculato próprio ocorre quando o 
funcionário passa a agir como proprietário do bem (peculato-apropriação) ou o desvia 
(peculato desvio), no peculato impróprio quando o funcionário retira o bem da esfera 
de vigilância da vítima e no peculato culposo quando houver a consumação do crime 
do terceiro. A tentativa não é possível apenas na modalidade peculato culposo. 
• Ação penal: pública incondicionada. 
26.1.3. PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM 
• Descrição do Tipo (art. 313 do CP): apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade 
que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Pena — reclusão, de um a 
quatro anos, e multa.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer funcionário público (crime próprio), b) sujeito 
passivo: Estado e a pessoa prejudicada. 
• Tipo Subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre quando o funcionário se comporta 
como dono do objeto. A tentativa é possível. 
• Ação penal: pública incondicionada. 
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26.1.4. PECULATO ELETRÔNICO 
A Lei nº 9.983/2000 acrescentou os artigos 313-A e 313-B ao código penal, que punem a conduta 
do funcionário público referente à inserção de dados falsos, alteração ou modificação de dados no 
sistema de informações da administração pública, o que é denominado pela doutrina de peculato 
eletrônico TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/FGV.
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, 
alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos 
de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou 
para outrem ou para causar dano:
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de 
informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente:
26.1.5. CONCUSSÃO 
• Descrição do Tipo (art. 316 do CP): exigir, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida. Pena - reclusão, de dois a 12 anos, e multa.
• Na concussão a exigência feita pelo funcionário implica uma ameaça, direta ou indireta, 
já que no caso de mero pedido, há o crime de corrupção passiva TEMA COBRADO NO 
XXIII EXAME DA OAB/FGV. 
• Na concussão a vantagem deve ser indevida. Se a vantagem for devida, poderá caracterizar 
o crime de abuso de autoridade. 
• Forma qualificada (excesso de exação): se o funcionário exige tributo ou contribuição 
social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança 
meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) 
anos, e multa.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: funcionário público (crime próprio), b) sujeito passivo: 
Estado e a pessoa prejudicada. 
• Tipo Subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento em que a exigência 
chega ao conhecimento da vítima, mesmo que o funcionário público não consiga a 
vantagem indevida (crime formal). A tentativa é possível, como no caso de exigência 
feita por carta interceptada. 
• Ação penal: pública incondicionada.
26.1.6. CORRUPÇÃO PASSIVA 
• Descrição do Tipo (art. 317 do CP): solicitar ou receber, para si ou para outrem, 
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direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em 
razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. Pena – reclusão, 
de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. TEMA COBRADO NO XXXIII EXAME DA OAB/
FGV:
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer funcionário público (crime próprio), b) sujeito 
passivo: Estado e a pessoa prejudicada. 
• Tipo Subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
• Causa de aumento de aumento (§ 1º): a pena é aumentada de um terço, se, em 
consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar 
qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
• Forma privilegiada (§ 2º): se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato 
de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem. 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Na corrupção passiva privilegiada o agente não objetiva vantagem indevida, por isso a pena é menor. 
• Consumação e tentativa TEMA COBRADO NO XXI EXAME DA OAB/FGV: a 
consumação ocorre no momento em que o funcionário solicita, recebe ou aceita a 
vantagem indevida (crime formal). A tentativa é possível na modalidade solicitar, 
quando feita por escrito. Já na corrupção passiva privilegiada, o crime se consuma 
quando o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda o ato (crime material). 
• Ação penal: pública incondicionada.
26.1.7. PREVARICAÇÃO 
• Descrição do Tipo (art. 319 do CP): retardar ou deixar de praticar, indevidamente, 
ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse 
ou sentimento pessoal. Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa TEMA 
COBRADO NOS EXAME X E XXXV DA OAB/FGV.
• Para a caracterização da prevaricação é essencial que a conduta do agente seja realizada 
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Dessa forma, se for constatado que o 
funcionário público agiu de forma irregular, mas não for possível apurar o motivo de sua 
conduta, não haverá o crime de prevaricação. 
• A prevaricação não se confunde com corrupção passiva privilegiada, uma vez que nesta 
o agente age a pedido ou influência de outrem, enquanto que na prevaricação o funcionário 
age por conta própria. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer funcionário público (crime próprio), b) sujeito 
passivo: Estado e a pessoa eventualmente prejudicada. 
• Tipo Subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento em que o funcionário omite, 
retarda ou pratica o ato (crime formal). A tentativa é possível na modalidade comissiva.
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• Ação penal: pública incondicionada.
PREVARICACÃO IMPRÓPRIA: A Lei n. 11.466/2007 inseriu o art. 319-A ao CP, prevendo uma 
nova modalidade típica, chamada pela doutrina de prevaricação imprópria, para punir Diretor de 
Penitenciária e/ou agente público que deixar de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso 
a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou 
com o ambiente externo
26.1.8. ADVOCACIA ADMINISTRATIVA 
• Descrição do Tipo (art. 312 do CP): patrocinar, direta ou indiretamente, interesse 
privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário. 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
• Forma qualificada: se o interesse é ilegítimo: Pena — detenção, de três meses a um 
ano, além da multa.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: Qualquer funcionário público (crime próprio), b) sujeito 
passivo: Estado.
• Tipo Subjetivo: Admite apenas a modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento em que o funcionário 
patrocina interesse alheio (crime formal), ainda que não consiga beneficiar o particular. 
A tentativa é possível.
• Ação penal: pública incondicionada.
26.2. CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃOA EM GERAL 
26.2.1. RESISTÊNCIA
• Descrição do Tipo (art. 329 do CP): opor-se à execução de ato legal, mediante 
violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja 
prestando auxílio. Pena — detenção, de dois meses a dois anos.
• Forma qualificada: se o ato, em razão da resistência, não se executa: Pena — reclusão, 
de um a três anos. 
Para a caracterização da resistência é necessário o emprego de violência ou ameaça. 
Assim, se determinada pessoa se jogar no chão ou sair correndo para não ser presa, não 
há crime de resistência. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: Estado.
• Tipo Subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento em que o agente 
emprega violência ou ameaça (crime formal). Se em razão da sua conduta o agente 
evitar a pratica do ato resistido, estará consumada a forma qualificada. A tentativa é 
possível, como no caso de ameaça feita por escrito.
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• Ação penal: pública incondicionada.
26.2.2. DESOBEDIÊNCIA
• Descrição do Tipo (art. 330 do CP): desobedecer a ordem legal de funcionário 
público. Pena — detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
O crime de desobediência pode ocorrer na modalidade comissiva ou omissiva. Será comissiva 
quando a ordem emanada corresponder a um não fazere o agente descumpri-la e omissiva 
quando a ordem estipular um fazer e o agente permanecer inerte. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: Estado 
e indiretamente o funcionário público.
• Tipo Subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento em que o agente 
descumpre o ordem emanada. A tentativa é possível apenas na modalidade comissiva. 
• Ação penal: pública incondicionada.
A recusa, o retardamento ou a omissão de dados técnicos indispensáveis à propositura da 
ação civil, quando requisitados pelo Ministério Público, caracteriza o crime específico do 
art. 10 da Lei n. 7.347/85
26.2.3. DESACATO 
• Descrição do Tipo (art. 331 do CP): desacatar funcionário público no exercício da 
função ou em razão dela: Pena — detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
DICA: Desacatar significa desrespeitar ou ofender o funcionário público, como no caso do 
agente que xinga, faz gestos ou sinais obscenos contra o funcionário que está exercendo as 
suas funções. Para a configuração do desacato é essencial que o funcionário público presencie 
a conduta ofensiva ou desrespeitosa. Caso a conduta não ocorra na presença do funcionário, 
poderá haver o crime de injúria majorada. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), b) sujeito passivo: Estado 
e o funcionário público.
• Tipo Subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento da ofensa. Não se 
admite a tentativa, porque a ofensa deve ocorrer na presença do funcionário público.
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• Ação penal: pública incondicionada.
A redação originária do § 2º do art. 7º do EAOAB previa que os advogados tinham imunidade em 
relação a condutas que pudessem caracterizar o crime de desacato. Entretanto, no julgamento 
da ADIN 1.127-8, o STF suspendeu a eficácia da expressão “desacato” do referido artigo, de 
modo que o advogado responde normalmente se cometer o crime de desacato, ainda que esteja 
no exercício de sua função. 
26.2.4. TRÁFICO DE INFLUÊNCIA 
• Descrição do Tipo (art. 332 do CP): solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para 
outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por 
funcionário público no exercício da função: Pena — reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
“B” está respondendo pelo crime de furto. Sabendo disso, “A” fala para “B” que é amigo íntimo 
do juiz que julgará o seu processo e exige dinheiro para ajudá-lo na causa. 
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa, b) sujeito passivo: Estado e pessoa enganada.
• Tipo Subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
• Causa de aumento de pena: a pena é aumentada da metade, se o agente alega ou 
insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário.
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento em que o agente solicita, 
exige, cobra ou obtém a vantagem ou promessa de vantagem. A tentativa é possível, 
como no caso de exigência feita por escrito que é interceptada. 
• Ação penal: pública incondicionada. 
26.2.5. CORRUPÇÃO ATIVA 
• Descrição do Tipo (art. 333 do CP): oferecer ou prometer vantagem indevida a 
funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. Pena 
– reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
A entrega de bem ou quantia solicitada por funcionário público não configura por si só corrupção 
ativa, uma vez que esta depende da ação de oferecer ou prometer vantagem indevida. Se o 
particular apenas entregar vantagem solicitada, sem praticar os verbos do tipo, será vítima de 
corrupção passiva.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa, b) sujeito passivo: Estado.
• Tipo Subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
• Causa de aumento de pena: a pena é aumentada de um terço, se, em razão da 
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica 
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infringindo dever funcional.
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento em que o funcionário 
público toma conhecimento da oferta ou promessa feita pelo agente. A tentativa é 
possível na forma escrita.
• Ação penal: pública incondicionada.
26.2.6. DESCAMINHO 
• Descrição do Tipo (art. 334 do CP): iludir, no todo ou em parte, o pagamento de 
direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria. 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.. 
• Forma equiparada: incorre na mesma pena quem: 
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; 
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza 
em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, 
mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País 
ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina 
no território nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem; 
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de 
atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, 
desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos que 
sabe serem falsos.
Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio 
irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências (§ 
2º do art. 334 do CP).
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa, b) sujeito passivo: Estado.
• Tipo Subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
• Causa de aumento de pena: a pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é 
praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento da passagem 
alfandegária sem o pagamento do tributo. A tentativa é possível.
• Ação penal: pública incondicionada.
• Princípio da insignificância: prevalece o entendimento de que se aplica o princípio da 
insignificância, incidindo, segundo o STJ, para os valores sonegados até R$ 10.000,00 e, para 
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o STF, para os valores até R$ 20.000,00 TEMA COBRADO NO XV EXAME DA OAB/FGV.
SÚMULA 151 do STJ - A COMPETÊNCIA PARA O PROCESSO E JULGAMENTO POR CRIME 
DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO DEFINE-SE PELA PREVENÇÃO DO JUIZO FEDERAL DO 
LUGAR DA APREENSÃO DOS BENS. 
26.2.7. CONTRABANDO 
• Descrição do Tipo (art. 334-A do CP): importar ou exportar mercadoria proibida. 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. 
• Formas equiparadas: Incorre na mesma pena quem:
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, 
análise ou autorização de órgão público competente; 
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação; 
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza 
em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, 
mercadoria proibida pela lei brasileira;
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de 
atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira. 
Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio 
irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências (§ 2º 
do art. 334-A do CP).
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa, b) sujeito passivo: Estado.
• Tipo Subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
• Causa de aumento de pena: apena aplica-se em dobro se o crime é praticado em 
transporte aéreo, marítimo ou fluvial.
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento da passagem 
alfandegária ou na entrada ou saída irregular do país. A tentativa é possível.
• Ação penal: Pública incondicionada.
• Princípio da insignificância: não se aplica ao crime de contrabando. 
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DESCAMINHO CONTRABANDO 
Bem lícito Bem ilícito 
Entrada ou saída de produtos permitidos, mas 
que não passaram pelos trâmites burocrático-
tributários devidos.
Entra e saída de produtos vedados por lei 
(armas, drogas, etc). 
Aplica-se o princípio da insignificância. Não se aplica o princípio da insignificância.
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27. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
27.1. DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA 
• Descrição do Tipo (art. 339 do CP): Dar causa à instauração de inquérito policial, de 
procedimento investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo 
disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra alguém, 
imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente: 
(Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020) TEMA COBRADO NOS EXAMES V, XIX 
E XXXII DA OAB/FGV.
A mera imputação a alguém de fato definido como crime, sem a instauração de investigação 
administrativa ou policial, processo judicial, inquérito civil ou ação de improbidade 
administrativa, pode configurar o crime de calúnia (art. 138 do CP), mas não configura 
denunciação caluniosa TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/FGV. 
 Antes da Lei n. 14.110/2020, para a configuração do crime de denunciação caluniosa, o 
agente deveria imputar, a alguém que sabe inocente, a prática de CRIME, dando causa à instauração 
de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito 
civil ou ação de improbidade administrativa.
 Com a nova lei, além da imputação de crime, poderá também configurar denunciação 
caluniosa a imputação de infração ético-disciplinar ou ato ímprobo a alguém que se sabe que é 
inocente.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa, b) sujeito passivo: Estado e, em segundo 
plano, a pessoa inocente.
• Tipo Subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. O sujeito ativo deve saber que 
a pessoa a quem o crime é imputado é inocente. 
• Causa de aumento de pena (§ 1º): a pena é aumentada de sexta parte, se o agente 
se serve de anonimato ou de nome suposto.
• Causa de diminuição de pena (§ 2º): a pena é diminuída de metade, se a imputação 
é de prática de contravenção.
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre com a instauração dos procedimentos 
de investigação. A tentativa é possível. 
• Ação penal: Pública incondicionada.
A Lei nº 13.834/2019 inseriu o art. 326-A ao Código Eleitoral, prevendo o crime de denunciação 
caluniosa com finalidade eleitoral. Desse modo, se alguém praticar denunciação caluniosa com 
finalidade eleitoral responderá pelo crime do art. 326-A do CE, e não pelo art. 339 do CP. 
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27.2. COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME OU DE CONTRAVENÇÃO 
• Descrição do Tipo (art. 340 do CP): provocar a ação de autoridade, comunicando-
lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado. Pena 
- detenção, de um a seis meses, ou multa.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa, b) sujeito passivo: Estado.]
• Tipo Subjetivo: Admite apenas a modalidade dolosa. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento em que a autoridade 
pública adota alguma providência para esclarecer os fatos denunciados. A tentativa 
é possível. 
• Ação penal: pública incondicionada.
Diferentemente do que ocorre na denunciação caluniosa, no crime do art. 340 do CP não se 
imputa a alguém a prática de crime, mas apenas comunica-se falsamente a ocorrência de crime 
ou contravenção, provocando a ação de autoridade. 
Ex1: “A” comunica falsamente que “B” matou “C”, dando causa à instauração de inquérito policial 
(crime de denunciação caluniosa). 
Ex2: “A” passa trote para a polícia relatando que houve um homicídio em determinada localidade, 
provocando o deslocamento de policiais ao local (comunicação falsa de crime). 
27.3. FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA 
• Descrição do Tipo (art. 342 do CP): fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade 
como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou 
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 
(quatro) anos, e multa. .
• Sujeitos: a) sujeito ativo: testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, exigindo-
se a atuação pessoal do agente (crime de mão própria), b) sujeito passivo: Estado.
• Tipo Subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
• Causas de aumento: as penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime 
é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a 
produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da 
administração pública direta ou indireta. 
• Consumação e tentativa: a consumação ocorre no momento em que a testemunha, 
tradutor ou intérprete, terminam o seu depoimento, ou na entrega do laudo pericial pelo 
perito. A tentativa é possível apenas na forma escrita (entrega de laudo, por exemplo). 
• Ação penal: pública incondicionada.
• Retratação: o fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que 
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. 
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DICAS: 
• Teoria subjetiva: Prevalece a adoção da teoria subjetiva no falso testemunho, ou seja, o 
crime estará caracterizado quando não houver correspondência entre o depoimento e aquilo 
que a testemunha de fato presenciou. Sendo assim, é possível o falso testemunho sobre fato 
verdadeiro, como na hipótese da testemunha que alega ter presenciado um crime que de 
fato ocorreu, mas ela não estava no local. 
• Súmula n. 165 do STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de falso 
testemunho cometido no processo trabalhista. 
27.4. EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES 
• Descrição do Tipo (art. 345 do CP): fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer 
pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite. Pena - detenção, de quinze 
dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.
A pretensão deve ser legítima para configurar o crime do art. 345 do CP. Caso a pretensão seja 
ilegítima, a conduta do agente pode configurar o crime de constrangimento ilegal (art. 146 do CP)
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa, mas se for funcionário público pode 
configurar o crime de abuso de autoridade, b) sujeito passivo: Estado e, em segundo 
plano, a pessoa prejudicada.
• Tipo Subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
• Ação penal: se o crime for praticado sem violência, o delito se processa mediante ação 
penal privada. Se o crime for praticado com violência, a ação será pública incondicionada.
27.5. FAVORECIMENTO PESSOAL 
• Descrição do Tipo (art. 348 do CP): auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade 
pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão. Pena - detenção, de um a 
seis meses, e multa.
Se ao crime não é cominada pena de reclusão. Pena - detenção, de quinze dias a três 
meses, e multa.
• Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa, mas se for funcionário público pode 
configurar o crime de abuso de autoridade, b) sujeito passivo: Estado.
• Tipo Subjetivo: admite apenas

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