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ÚLCERAS DE MEMBROS INFERIORES - DIFERENÇA DE ORIGEM

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Letícia Santos – Medicina 
ÚLCERAS DE MEMBROS INFERIORES
DIFERENÇA DAS ÚLCERAS DE MMII DE ORIGEM ARTERIAL E VENOSA 
 
As úlceras de perna são um problema crescente em todo o mundo e representam um grande fardo para os 
cuidados de saúde. Os pacientes com úlceras de perna são tratados por médicos em várias especialidades, incluindo 
atendimento primário, cirurgia vascular, cirurgia plástica, podologia, tratamento de feridas e dermatologia. (PETERSEN, 
2020) 
Uma úlcera de perna é um achado físico que pode resultar de múltiplas etiologias, ao invés de um diagnóstico. 
Assim, a determinação da causa é essencial para selecionar o tratamento adequado e determinar a necessidade de 
avaliação adicional. As causas mais comuns de úlceras de perna são insuficiência venosa, insuficiência arterial e doença 
neuropática. (PETERSEN, 2020) 
As úlceras venosas (UVs) são lesões resultantes do inadequado retorno venoso e estão relacionadas à insuficiência 
venosa crônica, anomalias valvulares venosas e trombose venosa. As UVs são mais comuns nos idosos, do sexo feminino, 
porém acometem ambos os sexos, em diferentes idades. Essas lesões correspondem a 70% a 90% das lesões de 
membros inferiores. (DANTAS, 2017) 
A doença venosa crônica é a causa mais comum de úlceras nas pernas. Exemplos de fatores de risco incluem idade 
avançada, sexo feminino, obesidade, gravidez, ficar em pé por muito tempo e uma história de trombose venosa profunda. 
(KABNICK, 2020) 
As úlceras de insuficiência venosa frequentemente afetam a área de "polaina" da perna, que se estende do meio 
da panturrilha ao tornozelo. A pele imediatamente acima do maléolo medial ou lateral é o local mais comum, com a face 
medial afetada com mais frequência. As úlceras são geralmente superficiais com bordas irregulares com exsudato fibrinoso 
amarelo recobrindo o leito da ferida. A dor é leve a moderada. Os pulsos arteriais são normais, a menos que haja insuficiência 
arterial concomitante. (PETERSEN, 2020) 
Achados clínicos adicionais na doença venosa crônica incluem telangiectasias dos pés e tornozelos, edema periférico, 
varicosidades venosas e descoloração marrom da parte inferior das pernas e pés devido à deposição de hemossiderina 
nos tecidos dos macrófagos. Dermatite de estase venosa caracterizada por eritema e descamação pode se desenvolver 
em torno das úlceras (Imagem 1). A lipodermatosclerose, também conhecida como paniculite esclerosante, pode se 
desenvolver no quadro de hipertensão venosa de longa data e insuficiência. A lipodermatosclerose se apresenta como 
endurecimento e fibrose da parte inferior da perna medial, que pode ser eritematosa e dolorosa e confundida com celulite. 
(PETERSEN, 2020) 
Quanto ao diagnóstico, úlceras venosas são diagnosticadas por exame clínico. A imagem venosa não invasiva com 
ultrassonografia duplex avalia o refluxo e a obstrução nas veias superficiais, profundas e perfurantes e é indicada se o 
diagnóstico não for claro ou se a intervenção cirúrgica estiver sendo considerada. (PERTESEN, 2020) 
 
 Figura 1. Dermatite de estase envolvendo úlceras de insuficiência venosa. 
 
 FONTE: PETERSEN, 2020. 
 
Letícia Santos – Medicina 
Já a insuficiência arterial, doença arterial periférica (DAP), uma manifestação da aterosclerose, leva à redução do 
fluxo sanguíneo para as extremidades e pode resultar em necrose do tecido e úlceras nas pernas. Exemplos de fatores 
de risco para DAP incluem diabetes, tabagismo, hipertensão e hiperlipidemia. Os pacientes podem ter uma história de 
infarto do miocárdio, angina ou acidente vascular cerebral. (NESCHIS, 2021) 
As úlceras arteriais ocorrem devido à dificuldade do suprimento de sangue arterial para o membro inferior, sendo 
a aterosclerose a causa mais comum, porém, a trombose pode contribuir para a insuficiência arterial. Localizam-se 
geralmente nas polpas digitais e na região metatarsiana, no tendão do calcâneo ou pontos de atrito. São de difícil 
cicatrização e extremamente dolorosas. A pele circundante tem coloração avermelhada ou cianótica, aparência brilhante, 
seca, escamosa e com alopecia. As unhas dos pés apresentam-se espessas ou opacas. (DE MELO, 2019) 
As úlceras têm bordas bem demarcadas, dando-lhes uma aparência "perfurada", muitas vezes com uma escara 
necrótica sobreposta. Ao contrário das úlceras venosas, as úlceras arteriais geralmente são muito dolorosas. (PETERSEN, 
2020) 
Pacientes com DAP podem se queixar de claudicação intermitente ou, posteriormente, dor em repouso. No exame 
físico, pode haver diminuição da densidade do cabelo, pele brilhante e fina, pulsos periféricos diminuídos ou ausentes ou 
tempo de enchimento capilar prolongado (> 3 a 4 segundos). A palidez prolongada com elevação das pernas a 45 ° por 
1 minuto (teste de Buerger) apóia o comprometimento vascular. Pode ocorrer gangrena seca periférica com a progressão 
da doença. No que tange ao diagnóstico, a doença arterial periférica deve ser confirmada com o teste do índice tornozelo-
braquial (ITB). (NESCHIS, 2021) 
 
 Figura 2. Úlcera isquêmica 
 
 FONTE: PETERSEN, 2020. 
 
REFERÊNCIAS: 
 
 DANTAS, Daniele Vieira et al. Validação clínica de protocolo para úlceras venosas na alta complexidade. Revista 
Gaúcha de Enfermagem, v. 37, 2017. 
 DE MELO, Mariana Pequeno; OLIVEIRA, Jayne Melo; MAIA, Nathalya Sousa. O USO DO POLIHEXAMETILENO 
BIGUANIDA (PHMB) COMO AGENTE TERAPÊUTICO NA CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERAS ARTERIAIS. 2019. 
 KABNICK, Lowell S. & SCOVELL, Sherry. Overview of lower extremity chronic venous disease. UPTODATE. 2020. 
 NESCHIS, David G. & GOLDEN, Michael A. Clinical features and diagnosis of lower extremity peripheral artery 
disease. UPTODATE. 2021. 
 PETERSEN, Marta J. Approach to the differential diagnosis of leg ulcers. UPTODATE. 2020.

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