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jusbrasil.com.br
14 de Setembro de 2021
Assédio Sexual no Trabalho
Difícil de ser provado, mas inaceitável se for ignorado
Assédio sexual pode ser definido como o ato de constranger alguém,
prevalecendo-se de relações de confiança e de autoridade com a
finalidade clara de obter vantagem sexual. Na prática, são comentários
de cunho sexual, elogios inoportunos, brincadeiras fora de hora,
convites invasivos, toques ou tentativas de beijo. É um problema social
que tem transtornado os ambientes de trabalho. As mulheres
geralmente são as maiores vítimas desse comportamento abusivo.
No portal da Revista Época foi publicada uma matéria sobre assédio
contra mulheres no ambiente de trabalho, cujo título afirma que ainda
há um despreparo das empresas para lidar com a denúncia de assédio
sexual. Logo de início foi relatado o drama de uma publicitária que
primeiro foi ASSEDIADA, depois DESAMPARADA e por fim terminou
DESEMPREGADA. O assédio foi praticado pelo chefe que tendo uma
atitude antiprofissional lhe fez cantadas, insinuações e elogios
constrangedores. O desamparo foi sentido quando ela buscou ajuda no
departamento de Recursos Humanos da empresa. Apesar de
formalmente ter buscado uma solução administrativa, nenhuma
providência foi tomada para protegê-la do abusador, pelo contrário, o
funcionário do RH deu entender que a culpa era dela por ser muito
bonita, e que o problema poderia ser resolvido se ela não se arrumasse
tanto para o trabalho. Diante de tudo isso e considerando que as
condições de trabalho se tornaram insuportáveis, a publicitária não viu
alternativa senão pedir demissão. Consta que a publicitária até chegou
a considerar a possibilidade de entregar o caso para advogadas
especializadas no assunto, mas desistiu temendo ficar ainda mais
prejudicada profissionalmente. (SIMÕES; TADINI, 2017)
Lamentavelmente é assim que, na maioria dos casos, as coisas
terminam. Por causa das dificuldades em provar o assédio sexual,
quase sempre muito sorrateiro, muitos silenciam e acabam se
prejudicando pessoalmente e profissionalmente. Segundo a juíza do
Tribunal Regional do Trabalho do ES, Germana de Morello, nos quatro
primeiros meses de 2017 foi recebida apenas seis denúncias de assédio
sexual. Em todo o ano de 2016, o número foi de 60. Como se vê, apesar
da gravidade e do incômodo que causam, poucos são os casos de
assédio relatados à Justiça, e um dos maiores obstáculos é a
dificuldade para comprovar o crime. Segundo nota do MPT enviada à
imprensa, “existem poucas denúncias, e as vezes elas são inverídicas ou
não é possível comprovar as acusações. A vítima precisa coletar provas
e conseguir testemunhas para apresentar e comprovar a denúncia”.
(NAIARA, 2017)
Mas ainda que difícil de ser tratado, o problema jamais deve ser
ignorado. Segue algumas dicas que podem contribuir
significativamente nos casos de assédio sexual: a) Prevenção: No
ambiente de trabalho é indispensável que as relações sejam
profissionais e respeitosas. Mantenha-se afastado das pessoas que
gostam de brincadeiras ligas ao sexo; b) Diálogo: A pessoa que se sente
vítima de assédio deve conversar diretamente com o assediador e de
forma clara e objetiva, expor que não gosta de ser assediada e que não
quer que se repita; c) Ajuda: Caso a situação não se resolva pelo
diálogo, o próximo passo é conversar com a pessoa responsável pelos
recursos humanos da empresa, para que àquele que esteja tendo uma
atitude abusiva no ambiente de trabalho seja chamado à atenção e
corrigido; d) Denuncia formal (embasada em provas): Mas se a
tentativa de resolver a questão de forma reservada não produzir o
resultado esperado e o assédio continuar, a vítima não deve abrir mão
de uma denuncia formal, ou seja, de recorrer à Justiça. Entretanto, a
pessoa que está sendo vítima de assédio sexual ou moral deve tentar
reunir provas que comprovem a situação. E-mails, conversas por
WhatsApp, além de testemunhas, são algumas maneiras de provar que
a pessoa está sendo vítima de assédio. Embora não seja imprescindível,
o Boletim de Ocorrência é prova recomendável nos âmbitos civil e
trabalhista. Outro recurso seria gravar o assédio com o celular, apesar
da validade desse tipo de prova poder ser questionada. (BURIASCO,
2017)
Do ponto de vista legal é importante ressaltar que o assédio sexual tem
implicações penais, civis e trabalhistas. Na esfera penal constitui
crime com pena de uma a dois anos (Artigo 216-A CP). Na esfera
trabalhista gera rescisão indireta do contrato de trabalho, dando
direito ao trabalhador assediado de receber verbas rescisórias como se
tivesse sido demitido sem justa causa (Artigos 482 e 483 CLT). E por
fim na esfera civil o assédio sexual gera indenização por danos
morais (Artigos 186, 187 e 927 CC). Mais um detalhe: mesmo que o
assédio não se concretize em prática sexual e configure crime tentado,
no âmbito trabalhista não afasta a possibilidade de a vítima buscar o
ressarcimento de verbas indenizatórias próprias da Consolidação das
Leis Trabalhistas, e no âmbito civil a possibilidade de a vítima buscar a
reparação por dano moral. (RODRIGUES, 2017)
Referências Bibliográficas
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28003933/artigo-216a-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10709394/artigo-482-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10708868/artigo-483-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10718759/artigo-186-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10718722/artigo-187-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677854/artigo-927-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
BURIASCO, Suely. O que é e como denunciar o assédio sexual
no trabalho. Disponível em: https://família.com.br/6707/o-queee-
como-denunciaroassedio-sexual-no-trabalho. Acesso em 18 jun. 2017.
NAIARA, Aripini. Assédio sexual no trabalho: vítimas do ES
relatam pedido de beijo e comentários sobre partes íntimas.
Disponível em: http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/assedio-
sexual-no-trabalho-vitimas-do-es-relatam-pedido-d.... Acesso em: 18
jun. 2017.
RODRIGUES, Elaine. Assédio sexual no trabalho - Atos de
insinuação, convites impertinentes, insultos, intimidações e
contatos físicos forçados. Disponível em:
http://visaojuridica.uol.com.br/2017/02/16/assedio-sexual-no-
trabalho/. Acesso em: 18 jun. 2017.
SIMÕES, Daniela; TADINI, Giovanna Wolf. Empresas ainda estão
despreparadas para lidar com a denúncia de assédio sexual:
pós escândalo, José Mayer foi denunciado e punido. Mas essa não é a
realidade no mundo corporativo, dizem especialistas. 2017. Ed. [S. L.:
s. N.], 2017. Disponível em:
http://epoca.globo.com/brasil/noticia/2017/04/empresas-ainda-
estao-despreparadas-para-lidar-com-denu.... Acesso em: 18 jul. 2017.
Disponível em: https://tompirola.jusbrasil.com.br/artigos/469696107/assedio-sexual-no-trabalho
https://familia.com.br/6707/o-que-e-e-como-denunciar-o-assedio-sexual-no-trabalho
http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/assedio-sexual-no-trabalho-vitimas-do-es-relatam-pedido-de-beijo-e-comentarios-sobre-partes-intimas.ghtml
http://visaojuridica.uol.com.br/2017/02/16/assedio-sexual-no-trabalho/
http://epoca.globo.com/brasil/noticia/2017/04/empresas-ainda-estao-despreparadas-para-lidar-com-denuncia-de-assedio-sexual.html

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