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DISSECÇÃO DA AORTA DEFINIÇÃO CLASSIFICAÇÃO DISSECÇÃO DA AORTA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DIAGNÓSTICO TRATAMENTO SÍNDROMES AÓRTICAS AGUDAS: · Classe 1 – dissecção de aorta clássica · Classe 2 – hematoma intramural · Classe 3 – dissecção limitada · Classe 4 – úlcera aterosclerótica penetrante · Classe 5 – iatrogênica ou traumática · OBS.: Quando falamos em dissecção, na maioria das vezes trata-se de alguma situação que compromete agudamente a aorta, não necessariamente a dissecção propriamente dita. FATORES DE RISCO PARA DESENVOLVER DISSECÇÃO DA AORTA · Hipertensão arterial · Tabagismo · Trauma torácico (em especial de alta energia com desaceleração importante) · No trauma, o local mais comum de lesão é o istmo aórtico, seguido pela aorta ascendente · Doenças aórticas (coartação de aorta, Marfan, vasculite aórtica) · História Familiar de doença aórtica · Aneurisma torácico conhecido · Cirurgia aórtica prévia · Uso de cocaína, crack ou anfetaminas CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA · Degenerativa e não associada a quaisquer sintomas mediados geneticamente conhecidas · Mediadas geneticamente – como por exemplo a Sd de Marfan · Não sindrômica – como a válvula aórtica bicúspide · Traumática – de natureza iatrogênica ou relacionada a mecanismo de lesão contusa É importante a consideração a respeito da etiologia, pois as vezes influencia na decisão médica quanto a decisão que vai ser necessária, principalmente se for classificação Stanford B – decisão entre cirurgia aberta ou endovascular a depender da etiologia e da anatomia/ estruturas envolvidas na lesão. CLASSIFICAÇÃO POR TEMPO · Aguda: início da dor inferior a 2 semanas (14 dias) de duração · Subaguda: entre 2-6 semanas de duração · Crônica: se presente por mais de 6 semanas CLASSIFICAÇÕES ANATÔMICAS - Stanford – maior aplicabilidade para definir o tratamento · Tipo A – comprometimento de aorta ascendente · Tipo B – não tem comprometimento de aorta ascendente - DeBakey · Tipo 1 · Tipo 2 · Tipo 3a · Tipo 3b · Dor torácica: lancinante/ excruciante, mais apresentada no período matutino (pode estar relacionada com a variação diária da PA), abrupta, afiada/ rasgão · Localização (importante diferenciar aorta ascendente de descendente) · Anterior ascendente da aorta · Pescoço e maxilar arco aórtico · Interescapular aorta torácica descendente · Região lombar ou abdome envolvimento abaixo do diafragma ACHADOS CLÍNICOS DE ACORDO COM A ESTRUTURA ENVOLVIDA · Hipertensão – mais comum na dissecção tipo B · Hipotensão – mais comum na dissecção tipo A (prognóstico ruim – mais associado a ruptura ou tamponamento) · Déficit de pulso: deve necessariamente pesquisar em pacientes em unidade de emergência com dor torácica, pelo menos, pulso carotídeo, femoral e braquial (todos bilateralmente) · Insuficência aórtica – mais comum na tipo A · Dor abdominal - mais comum nas dissecções com extensão para aorta descendente · Infarto ou isquemia - mais comuns na tipo A AORTA ASCENDENTE: · Dor torácica · Regurgitação aórtica · Síndrome coronariana aguda · Tamponamento cardíaco · Hemotórax · Déficits neurológicos focais relacionados a isquemia de território cerebrovascular · Alterações de pulso de membros superiores *dissecção em aorta ascendente pode se estender até aorta descendente, podendo cursar com outros sintomas que sugerem comprometimento de aorta descendente. AORTA DESCENDENTE: · Dor em região torácica posterior (dorsal) ou irradiando para lombar, abdome · Dor relacionada a isquemia de vísceras (rim, mesentérica) · Dor de membros inferiores · Déficits neurológicos relacionados a isquemia espinhal ESCORE DE RISCO PARA DETECÇÃO DA DISSECÇÃO DE AORTA (ADD-RS). · Pontua 1 em cada coluna, no máximo 3. · Se o paciente for 0 ou 1, sugere-se dosagem do D dímero. · Se D dímero vier inferior a 500, está autorizada a exclusão da possibilidade de síndrome aórtica aguda. · Se > 500, partimos para a investigação adicional com exame de imagem (angiotomografia). · Se o paciente já for 2 ou 3: angiotomografia imediatamente. Não faz sentido pedir D dímero aqui, pois ele não vai ser suficiente para excluir o diagnóstico. ECOTRANSESOFÁGICO (ECO TE): · exame de escolha para pacientes instáveis · se for uma paciente sem rebaixamento do nível de consciência. Ele é muito superior ao ECO TT (transtorácico) para ver a aorta ascendente (por questões anatômicas). Pode ter um blindspot (ponto-cego) que é na aorta ascendente distal e o no arco aórtico. ANGIOTOMOGRAFIA DA AORTA: · exame de escolha para pacientes estáveis ECG: · normal, hipertrofia ventricular esquerda, alterações inespecíficas segmento ST RX TÓRAX · Alargamento mediastino, derrame pleural ECO TT (transtorácico) · Derrame pericárdico ou regurgitação aórtica TOMOGRAFIA · Visualiza aorta ascendente e descendente e lúmen falso e verdadeiro · PRESSÃO ARTERIAL: alvo <120/80 · FREQUÊNCIA CARDIACA: alvo < 60bpm CONTROLE DA DOR · Opioides: morfina ou fentanil MEDICAÇÕES VIA ENDOVENOSA · BETA-BLOQUEADORES: esmolol · VASODILATADORES: nitroprussiato, nitroglicerina · a intenção é biodisponibilidade imediata · drogas com tempo de meia vida pequeno, que permite titular exatatamente a dose necessária e suficiente para o alvo). · Fazer nessa ordem: controle da FC -vasodilatação. Começar com beta bloqueador de excelência para FC de 60 (se paciente com alguma contraindicação absoluta ou relativa, pode usar nicardipina, que é um dos poucos que NÃO faz taquicardia reflexa). · Dissecção aórtica/ síndromes aórticas agudas – emergências hipertensivas. · Esmolol – não é muito disponível. Metoprolol é mais disponível. · Vasodilatadores: nitroprussiato e nitroglicerina – adm em bomba de infusão contínua. · Nitroprussiato é mais potente, mas a nitroglicerina tem maior ação sobre as coronárias. LIMITAR A EXTENSÃO · Se tipo A de Stanford: cirurgia imediata com CEC. Alto risco complicações fatais (tamponamento, AVE, IAM · Se tipo B: avaliar se é complicada ou não. · NÃO COMPLICADA = tratamento clínico · COMPLICADA = avalia com especialista a disponibilidade do material, anatomia/ etiologia da lesão para decidir sobre endoprótese e tratamento cirúrgico. CEC – Circulação Extracorpórea. · Quando opta-se pela intervenção em dissecção tipo B complicada, tem que verificar considerações a respeito da etiologia. ETIOLOGIA · DISSECÇÃO É MEDIADA GENETICAMENTE: probabilidade de degeneração aórtica não estar só no sítio inicial de dissecção ou lesão. Podem ter outros segmentos da aorta comprometidos. Muitas vezes o profissional opta por cirurgia aberta para ter um visão melhor/ abordagem mais ampla. · DISSECÇÃO DEGENERATIVA DA AORTA TORÁCICA DESCENDENTE E ADBOMINAL: a depender da disponibilidade do aparelho, dos stents, pode-se optar por técnicas endovasculares. Na imagem: stent posicionado dentro da aorta ocluindo o ponto em que houve a lesão e impedindo que o sangue de dentro da aorta atravesse para o lúmen falso. O stent direciona o fluxo para o lúmen verdadeira da aorta.