Prévia do material em texto
HISTÓRIA GERAL - GRÉCIA ANTIGA - PERÍODO ARCAICO A "Segunda Diáspora" resultou na expansão do território grego ocupação das regiões costeiras. Diversas pólis surgiram, fixando o modelo aristocrático das cidades estados. Entretanto, cada pólis era independente e apresentava uma estrutura funcional própria. Duas cidades-estados se destacaram neste período: Atenas e Esparta. Atenas - situada na península Ática, era formada por diversos povos, com predominância dos jônios. No começo, Atenas manteve o modelo monárquico em sua política. Posteriormente, aristocratas tomaram o poder do rei e instituiram uma oligarquia, baseada no arcontado. O arcontado era uma estrutura elitista formada por nove arcontes, que cuidavam dos três poderes regimentares: Arconte Polemarco (Poder Militar); Arconte Epônimo (Poder Religioso); Arconte Thesmothetas (Poder Judiciário). Existia também um conselho formado por eupátridas, com função de fiscalizar a ação dos arcontes, chamado de areopago. A ocupação litorânea favoreceu a expansão comercial pelos mares Egeu Mediterrâneo. Parte da demos (georgóis e thetas) aos poucos foi ganhando poder econômico, através de exportações e importações, formando uma nova classe chamada demiurgos. Também surge uma classe escrava, formada por prisioneiros de guerra que não tinham qualquer direito sócio-político (nem sobre a própria vida). Com a formação de uma complexa e desigual sociedade, a luta pelo poder e os conflitos sociais foram inevitáveis. Ao mesmo tempo em que estas lutas trouxeram um ar de instabilidade para a sociedade ateniense, elas foram fundamentais para o crescimento da cidadania e da democracia grega. Reformas legislativas garantiriam a estabilidade política na pólis. Entre os legisladores, três tiveram maior importância para a sociedade ateniense: Dracon, Sólon e Clístenes. Drácon foi o primeiro a estabelecer, por escrito, as leis e códigos de conduta de Atenas, até então transmitidos de forma oral. O código draconiano não trouxe grandes mudanças para a sociedade ateniense, mantendo os privilégios aristocráticos e reacendendo os choques entre as classes políticas. Sólon trouxe reformas profundas para a cidade de Atenas: suprimiu a escravidão por dívida; organizou as classes sociais de acordo com o nível de riqueza, permitindo a mobilidade social; criou e permitiu a participação das classes mais baixas no Conselho dos Quatrocentos (Bulé), criou a Assembleia Popular (Eclésia), que aprovava as medidas da Bulé, o Tribunal de Justiça e a Suprema Corte, da qual participavam apenas cidadãos do sexo masculino. As Reformas de Sólon não agradaram a aristocracia ateniense, que aproveitou o momento de instabilidade pra assumir o poder e instituir um regime ditatorial hereditário (tirania). No ano de 510 a.C., Clístenes iniciou uma reforma legislativa que iria consolidar a democracia ateniense. Atenas foi reorganizada em dez tribos, aumentado a participação popular no governo e reduzindo o poder dos arcontes. Outra medida tomada por Clístenes foi a criação do ostracismo (exílio por dez anos), que consistia na suspensão dos direitos políticos dos cidadãos considerados perigosos para a sociedade. Apesar do fato de que na democracia ateniense apenas homens livres, adultos, filhos de pai e mãe atenienses tinham poderes políticos, Atenas tornou-se a cidade-estado com os maiores avanços na cultura, educação, ciência, liberdade de formação humanística de toda a Grécia. Esparta - situada na península do Peloponeso, Esparta tinha sua estrutura social baseada no militarismo, no laconismo, na aristocracia e em modelos de vida provincianos. O regime político era uma diarquia oligárquica hereditária, ou seja: havia dois reis que dividiam o poder e representavam as famílias aristocráticas. Existia também a Gerusia (Senado), formada pelos reis e mais vinte e oito gerontes. Os gerontes eram senhores sexagenários com grande importância nas decisões políticas, jurídicas e administrativas de Esparta, compondo o Conselho dos Anciãos. Para fiscalizar a atividade dos reis e da Gerusia existia o Conselho de Éforos, formado por cinco membros escolhidos pela Assembleia Popular (Apela). A Apela era formada por homens maiores de trinta anos, que elegiam os membros da Gerusia e do Eforato. Diferente de Atenas, Esparta não evoluiu democraticamente e sua estrutura permaneceu com base na economia agrária, oligárquica e militarista. A educação espartana direcionava-se apenas à formação de guerreiros. Crianças com à qualquer deficiência ou sinal de fraqueza eram descartadas; as crianças consideradas fortes ficavam com sua família até os sete anos, para então serem entregues ao Estado e receberem a educação militar. O cidadão (homem) espartano só alcançava sua maturidade poder político aos trinta anos; aos sessenta eram dispensados do exército, podendo participar da Gerusia. A mulher espartana tinha como principal função gerar filhos espartanos fortes; para isso, as moças recebiam desde cedo um rígido treinamento atlético. Apesar de não possuírem poder político, as mulheres espartanas eram mais admiradas e tinham maior influência do que as atenienses.