Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TECIDO ÓSSEO • Tecido conjuntivo especialmente de sustentação, cuja matriz extracelular é calcificada • Tecido dinâmico, vascularizado e inervado • Alto grau de rigidez e resistência à pressão • Função de proteção, sustentação e alavanca para músculos • Reservatório de vários minerais do corpo, sobretudo cálcio e fósforo • Hospeda a medula óssea Periósteo • Tecido conjuntivo denso não-modelado, rico em fibras colágenas, altamente vascularizado • Cobre a superfície externa do osso e nele se insere por meio das fibras de Sharpey (continuação das fibras colágenas do periósteo com as da matriz óssea) • Ausente nas superfícies ósseas articulares, nos ossos sesamóides e nos locais onde tendões e músculos se inserem nos ossos • Composto por duas camadas: Camada fibrosa externa: ajuda a distribuir suprimento vascular e nervoso para o osso Camada celular interna: possui células osteoprogenitoras e osteoblastos Endósteo • Tecido conjuntivo delgado especializado que reveste a cavidade interna de um osso • Composto por uma monocamada de células osteoprogenitoras e de osteoblastos • Menos desenvolvido que o periósteo Matriz • Composta por fibras e substância fundamental amorfa. • As fibras que constituem o osso são basicamente de colágeno tipo I • A substância fundamental é rica em proteoglicanos (com cadeias laterais de condroitin-sulfato e queratan-sulfato), além de glicoproteínas (entre elas: osteonectina, osteocalcina, osteopontina e sialoproteína óssea) • A matriz óssea é dividida em componentes orgânicos e inorgânicos Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Componente inorgânico • Constitui cerca de 65% do peso seco do osso • Composto principalmente por cálcio e fósforo, que existem basicamente sob a forma de cristais de hidroxiapatita • Íons presentes em pequenas quantidades: bicarbonato, citrato, magnésio, sódio e potássio • Os cristais de hidroxiapatita estão ordenadamente distribuídos ao longo das fibras de colágeno tipo I e estão depositados nas regiões lacunares do colágeno (forame de Hodge Petruska) • Os íons da superfície dos cristais atraem água e formam uma capa de hidratação, que permite trocas de íons com o fluído extracelular • A dureza e força características do tecido ósseo são causadas pela associação dos cristais de hidroxiapatita com o colágeno Componente orgânico • Constitui cerca de 35% do peso seco do osso • Composto quase exclusivamente por fibras de colágeno tipo I (95% da matriz orgânica) • Presença, em pequenas quantidades, de glicosaminoglicanos (condroitin-sulfato e querartan-sulfato) e proteoglicanos • As glicoproteínas presentes ajudam na adesão das células ósseas à matriz Células • Células Osteoprogenitoras: Originam-se de células mesenquimatosas embrionárias Localizam-se na camada celular interna do periósteo, revestindo canais de Havers e no endósteo Sofrem mitose e diferenciam-se em osteoblastos Em condições de baixa tensão de oxigênio, estas células podem diferenciar-se em célula condrogênicas • Osteoblastos: Provenientes das células osteoprogenitoras Responsáveis pela síntese dos componentes orgânicos da matriz Localizam-se na superfície do osso, colocando-se em uma lâmina de células cuboides ao redor das trabéculas ósseas Lançam tanto prolongamentos curtos que entram em contato com osteoblastos vizinhos, quanto prolongamentos longos que entram em contato com osteócitos Concentram fosfato de cálcio, participando da mineralização da matriz Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Possuem receptores para o hormônio paratireoidiano, do qual sofrem influência Ao secretar matriz a célula fica aprisionada e passa a ser denominada osteócito, e o espaço ocupado por ela é denominado lacuna Quando em intensa atividade sintética apresentam citoplasma muito basófilo • Osteócito: São células maduras derivadas de osteoblastos que ficaram aprisionados dentro de suas lacunas Das lacunas irradiam-se canalículos (calcóforos), nos quais colocam-se os prolongamentos citoplasmáticos dos osteócitos. Dessa forma, osteócitos vizinhos estabelecem junções comunicantes Os canalículos também contém fluído extracelular, que transporta nutrientes e metabólitos nutrindo os osteócitos Secretam substâncias necessárias para a manutenção do osso • Osteoclasto: São responsáveis pela reabsorção do osso Células gigantes e multinucleadas, derivada da fusão de monócitos Ocupam depressões rasas denominadas lacunas de Howship, que identificam regiões de reabsorção óssea A atividade de reabsorção óssea dos osteoclastos é regulada por dois hormônios: 1. Hormônio paratireoidiano (PTH): ativa a reabsorção; produzido pela paratireoide 2. Calcitonina: inibe a reabsorção; produzida pela tireoide O controle dos níveis de cálcio no sangue é realizado pelos osteoclastos e osteoblastos a partir da mineralização ou desmineralização • Megacariócito: Célula grande localizada imersa na medula, diferentemente do osteoclasto que encontra-se na periferia da trabécula Possui núcleo multilobulado, diferentemente do osteoclasto que possui mais de um núcleo Forma as plaquetas • OBS: Osteóide: delgada camada não calcificada de matriz que separam os osteoblastos e osteócitos da parte calcificada da matriz Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Métodos de estudo do tecido ósseo • Como o osso é um tecido muito duro, empregam-se dois métodos para prepará-lo para estudo • Cortes descalcificados: são preparados descalcificando o osso em uma solução ácida. Desvantagem: os osteócitos são distorcidos pelo banho em ácido • Cortes por desgaste: preparados serrando o osso em fatias finas. Desvantagem: as células são destruídas e as lacunas e canalículos ficam cheios com restos de ossos Observação Macroscópica • Osso compacto: osso muito denso, localizado na superfície externa • Osso esponjoso: porção porosa da cavidade medular • O osso esponjoso apresenta trabéculas ósseas ramificadas e espículas projetando-se da superfície interna do osso compacto para a cavidade medular • No osso esponjoso não há sistema de Havers, mas há arranjos irregulares de lamelas que abrigam osteócitos nutridos pela cavidade medular • A medula óssea é composta por dois tipos: medula óssea vermelha (na qual formam-se as células do sangue) e medula óssea amarela (constituída principalmente por gordura) Observação Microscópica • Microscopicamente o osso é classificado como primário (imaturo) ou secundário (maduro) • Osso Primário (maduro): Primeiro osso a se formar durante o desenvolvimento fetal e durante a reparação óssea Rico em osteócitose feixes colágenos não-modelados Teor mineral muito menor do que o osso secundário É gradualmente substituído por tecido ósseo secundário No adulto, é presente apenas nos alvéolos dentários e nas suturas do crânio Apresenta um maior número de trabéculas Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce • Osso Secundário (Haversiano/Lamelar/maduro): Composto por lamelas paralelas ou concêntricas Os osteócitos nas lacunas estão dispostos em intervalos regulares Os canalículos, que abrigam os prolongamentos dos osteócitos, ligam lacunas vizinhas umas com as outras, formando uma rede de canais intercomunicantes que facilita o fluxo de nutrientes, hormônios, íons e produtos do catabolismo As fibras de colágeno do osso secundário estão dispostas paralelamente umas às outras dentro de cada lamela. Dentro de uma lamela, as fibras colágenas estão distribuídas em direções contrárias da lamela subsequente, o que confere resistência ao tecido Apresenta maior densidade óssea Apresenta quatro sistemas lamelares Sistemas Lamelares do Osso Compacto • O osso compacto é composto por delgadas camadas de osso, lamelas, que se dispõe em quatro sistemas lamelares: 1. Lamelas circunferenciais externas: Ficam logo abaixo do periósteo Formam a região mais externa da diáfise e contém fibras de Sharpey, que ancoram o periósteo ao osso Apresentam lamelas paralelas 2. Lamelas circunferenciais internas: Análogas mas não tão desenvolvidas como as lamelas circunferenciais externas Envolvem completamente a cavidade da medula óssea Formadas a partir do endósteo 3. Sistema de Canal de Havers (Ósteon): Presente em grande número Cada sistema é composto por cilindros de lamelas dispostas concentricamente em torno de uma espaço vascular denominado canal de Havers Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Cada ósteon é delimitado por uma delgada linha cimentante Cada canal de Havers abriga um feixe neurovascular com tecido conjuntivo associado Canais de Volkmann unem canais de Havers de ósteons adjacentes. Cada canal de Volkmann tem uma orientação perpendicular em relação aos canais de Havers Durante a formação dos ósteons, a primeira lamela a formar-se é a mais próxima da linha cimentante. Com a adição de lamelas adicionais ao sistema, o diâmetro do canal de Havers vai diminuindo e aumenta-se a espessura da parede do ósteon Os nutrientes vindos dos vasos sanguíneos do canal de Havers precisam passar pelos canalículos para chegar aos osteócitos, um processo pouco eficiente 4. Sistema Intermediário (Lamelas intersticiais): Durante a remodelação do osso, osteoclastos reabsorvem ósteons e osteoblastos os substituem Restos de ósteons denominados lamelas intersticiais persistem como arcos irregulares de fragmentos de lamelas As lamelas intersticiais também são envolvidas por linhas cimentantes Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Histogênese do osso • A formação do osso pode ocorrer do duas maneiras: intramembranosa (predominantemente ossos chatos) e endocondral (maioria dos ossos do corpo) • Histologicamente, o osso que se forma por qualquer uma das duas maneiras é idêntico Ossificação Intramembranosa 1. Esse processo ocorre dentro de um tecido mesenquimatoso, ricamente vascularizado 2. As células mesenquimatosas se diferenciam em osteoblastos, que secretam matriz, formando uma malha de espículas e trabéculas que possuem fibras colágenas ao acaso 3. Essa região inicial é denominada centro primário de ossificação 4. Osteoblastos presos em sua matriz tronam-se osteócitos 5. O tecido conjuntivo vascularizado situado entre as trabéculas e espículas transforma-se em medula óssea 6. As regiões do mesênquima que permanecem não calcificadas diferenciam-se no periósteo e endósteo Ossificação Endocondral • Centro Primário de Ossificação: 1. Forma-se um molde de cartilagem hialina na região em que haverá formação óssea, e esse molde cresce durante certo tempo 2. Eventualmente, os condrócitos do centro do molde cartilaginoso se hipertrofiam e tornam-se vascularizados 3. A hipertrofia dos condrócitos leva à calcificação da matriz Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce 4. Consequentemente, a região média da diáfise da cartilagem torna-se vascularizada 5. Quando isto ocorre, as células condrogênicas tornam-se células osteoprogenitoras (devido à elevada tensão de oxigênio proveniente da vascularização), que formam osteoblastos, e o pericôndrio torna-se periósteo 6. Osteoblastos recém formados secretam matriz e formam um colar ósseo 7. O colar ósseo impede a difusão de nutrientes para os condrócitos hipertrofiados, causando sua morte 8. Este processo forma concavidades – a futura cavidade da medula óssea 9. Osteoclastos perfuram esse anel ósseo permitindo que vascularização e células osteoprogenitoras penetrem no molde cartilaginoso, ocorrendo o crescimento ósseo nessa região 10. O anel ósseo torna-se mais espesso e cresce em direção de ambas as epífises 11. Osteoclastos começam a reabsorver cartilagem na diáfise. Com a continuação desse processo, a cartilagem da diáfise é substituída por osso, exceto nas placas epifisárias que sã responsável pelo crescimento ósseo até os 18/20 anos • Centros Secundários de Ossificação: 1. Os centros secundários começam a formar-se nas epífises em ambas as extremidades 2. Processo semelhante ao do centro primário, exceto por não haver formação de colar ósseo 3. Células osteoprogenitoras invadem a cartilagem das epífises, que eventualmente é substituída por osso Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Crescimento em comprimento • O crescimento em comprimento do osso depende da placa epifisária • Histologicamente, é dividida em cinco zonas, começando pelo lado epifisário: 1. Zona da cartilagem de reserva (Repouso): condrócitos distribuídos ao acaso; cartilagem hialina em estado normal 2. Zona de proliferação: formação de grupos isógenos axiais (crescimento intersticial) 3. Zona de maturação e hipertrofia: hipertrofia dos condrócitos, crescimento das lacunas 4. Zona de calcificação e morte: condrócitos hipertrofiados morrem dentro das lacunas e matriz cartilaginosa se calcifica 5. Zona de ossificação: células osteoprogenitoras invadem essa área, diferenciam-se em osteoblastos que começam a secretar matriz óssea • Uma vez que a placa epifisária foi reabsorvida não é mais possível o crescimento em comprimento do osso. Isso ocorre em torno dos 18 a 20 anos de idade Crescimento em largura • O crescimento da diáfise em circunferência se dá por crescimento por aposição • As células osteoprogenitoras da camada celular interna do periósteo proliferam e diferenciam-se em osteoblastos, que começam a depositar matriz óssea sobre a superfície subperióstea do osso • A formação do ossono lado externo do corpo precisa ser acompanhada pela atividade osteoclástica internamente para que o espaço da medula possa aumentar Reparo ósseo • O reparo ósseo envolve a formação óssea intramembranosa e endocondral • Ocorre uma ampliação da zona da lesão em ambos os lados da fratura original, pois a falta de irrigação sanguínea (gerada pela lesão) causa o aumento da zona de osteócitos mortos • Quando se forma um coágulo na cavidade medular, o coágulo é invadido por células osteoprogenitoras provenientes do endósteo e por célula multipotentes vindas da medula óssea, formando um calo interno Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce • A camada celular interna do periósteo se diferencia em osteoblastos e começa a produzir um colar ósseo, cimentando-o ao osso morto em volta da lesão • Devido a lesão dos capilares, as células osteoprogenitoras do meio da massa em proliferação ficam sem vascularização. Isto causa uma baixa tensão de oxigênio e estas células tornam-se células condrogênicas, que formam cartilagem na parte externa do colar ósseo • No entanto, a camada mais externa das células osteoprogenitoras em proliferação possuem alguns capilares em seu meio, e continuam a proliferar como células osteoprogenitoras. • Dessa forma o colar é formado por três zonas que se fundem: (1) uma camada de osso novo cimentado ao osso do fragmento, (2) uma camada intermediária de cartilagem e (3) uma camada superficial osteogênica em proliferação • Os colares formados sobre as extremidades de cada fragmento fundem- se formando o calo externo, que une estes fragmentos • Toda a cartilagem acaba sendo substituída por osso primário através da ossificação endocondral • Posteriormente, o osso é remodelado alisando as regiões de calo e substituindo osso primário por osso secundário Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce Eron Busanello Realce
Compartilhar