Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Patologia II 25/10 Maria Luiza G. Ferreira Fungos em odontologia Candidíase Paracoccidioidomicose Histoplasmose Aspergilose Candidíase É uma infecção fúngica causada pela Candida albicans. É um componente normal do ecossistema bucal (30 a 50%), dependendo do sistema imunológico do hospedeiro para que ocorra a infecção. Pode se apresentar em dois formatos: Forma de hifa (invasão tecidual) Forma de levedura (inócua) Além da defesa do organismo, a infecção depende também da quantidade de fungos presentes no organismo. Causadores da infecção Uso de antibióticos de amplo espectro Pacientes imunodepressivos (AIDS, câncer, diabetes mal controlada) Cepa de C. albicans Formas clínicas variáveis Pseudomembranosa É a forma de infecção mais diagnosticada, caracterizada por placas brancas removíveis por raspagem (sintomas leves ou inexistente- sensação de queimação) Eritematosa Caracterizada por uma lesão de cor vermelha, provoca sensação de queimadura por bebida quente. Candidíase atrófica aguda (uso de antibióticos de largo espectro) Candidíase atrófica crônica (estomatite por dentadura) Queilite angular 60% candidíase + Staphylococcus aureus Diminuição da dimensão vertical Patologia II 25/10 Maria Luiza G. Ferreira Glossite rômbica mediana Aparece como uma área de mancha vermelha, com depapilação lingual. Candidíase multifocal crônica (língua e palato) Crônica hiperplásica É uma condição controversa, apresenta áreas finas mescladas de vermelho e branco. Diagnóstico- Identificação de hifas de candida por citologia esfoliativa ou biópsia incisional, resolução do quadro completo com terapia apenas com antifúngicos. Método de coloração de PAS (marca carboidratos), o padrão histológico varia dependendo da forma clínica. Tratamento Nistatina- antibiótico polieno suspensão oral- 4 a 5 vezes ao dia Anfotericina B Clotrimazol Cetoconazol Fluconazol Itraconazol Iodoquinol Paciente com prótese total- remover a prótese por pelo menos 8 horas por dia e higienizá-la. Patologia II 25/10 Maria Luiza G. Ferreira Paracoccidioidomicose Infecção fúngica profunda causada pelo Paracoccidioides brasiliensis. Proteção hormonal nas mulheres (beta estradiol inibe a transformação da forma de hifas não patogênicas em leveduras patogênicas), o estradiol também favorece uma resposta imune mais efetiva contra a infecção. É uma infecção pulmonar, ou seja, o paciente aspira os esporos do fungo, pode se disseminar por vasos linfáticos ou sangue, podendo acometer outros órgãos, causando lesões. Estomatite moriforme Afeta, geralmente, mais de um sítio bucal, tais como, mucosa alveolar, gengiva e palato. Pode ser causada também pelo consumo de carne de tatu, mas normalmente se inicia no pulmão e vai até a boca. Características histológicas Tecido epitelial faz projeções para o tecido conjuntivo de todos os lados, simulando um câncer (parece que invade o conjuntivo). Caracterizada por um intenso processo inflamatório crônico granulomatoso. Dentro das células gigantes multinucleadas (ou fora) se observa as leveduras do paracoco. A levedura no paracoco tem membrana birrefringente. O diagnóstico geralmente é realizado através de exame histológico por biópsia incisional (no geral). Tratamento Depende da gravidade da doença Anfotericina B endovenosa Itraconazol oral Cetoconazol oral Patologia II 25/10 Maria Luiza G. Ferreira Histoplasmose Infecção fúngica causada pelo fungo Histoplasma capsulatum, dimórfico. Levedura- temperatura do corpo humano Filamento- temperatura ambiente Cresce em solos úmidos com excrementos de pássaros e morcegos. Paciente inala os esporos que ficam retidos nos pulmões e germinam. A maioria com casos assintomáticos ou com sintomatologia leve (semelhante a gripe). Esporos inalados são ingeridos por macrófagos e em 2 a 3 semanas o paciente desenvolve imunidade específica mediada por linfócitos T. Semanas depois desenvolve anticorpos contra o fungo. Histoplasmose aguda Infecção pulmonar autolimitante (se resolve sozinha, não progride) Histoplasmose crônica Menos comum que a aguda e também afeta os pulmões, mais acometidos- homens. Sinais clínicos semelhantes a tuberculose. Histoplasmose disseminada Disseminação progressiva, para sítios extra pulmonares, alto risco de morte, diagnóstico oral grave. Geralmente acomete pacientes idosos, debilitados ou imunodeprimidos. Se mostra como uma área ulcerada solitária, dolorosa com duração de várias semanas e margens irregulares, pode ser confundida com câncer (semelhante a neoplasia maligna). Características histológicas Infecção granulomatosa Macrófagos e células gigantes multinucleadas. Diagnóstico Exame histopatológico com biópsia incisional, cultura (demora), testes sorológicos também podem contribuir Tratamento Crônica- Anfotericina B ou Itraconazol Disseminada- Grave, faz o tratamento em hospital com Anfotericina B, Itraconazol ou cetoconazol (30% dos pacientes morrem). Patologia II 25/10 Maria Luiza G. Ferreira Aspergilose Doença fúngica causada pelo Aspergillus fumigatus (90%) ou Aspergillus flavus. São microorganismos Saprófitas, paciente inala esporos resistentes, para que a doença se inicie no pulmão. Fungos podem ser inoculados em alguma área de ferida. É a segunda infecção fúngica oportunista mais comum (afeta o sistema imune). Se dá em duas formas: Não invasiva Reação alérgica ou agrupamento de hifas, pode ocorrer destruição tecidual localizada. Sintomas- sinusite fúngica alérgica. Aspergiloma (massa de hifas- pode se calcificar formando antrólito). Invasiva Paciente imunocomprometido Invasiva local: Aspergilose oral- Inoculado no tecido depois de extração dentária ou tratamento endodôntico (complicações no paciente imunocomprometido). Podem surgir ulcerações gengivais dolorosas, tumefação difusa, necrose. Infecção pulmonar Disseminação via hematogênica para diversos órgãos. Sintomas- Febre, tosse, dor torácica, quando na boca pode causar ulcerações gengivais dolorosas, necrose, tumefação difusa em qualquer parte da boca. Características histopatológicas Hifas de 3-4 µm Ramificação em ângulo agudo Oclusão dos vasos causa necrose Resposta inflamatória granulomatosa em pacientes saudáveis. Resposta deficiente no paciente imunocomprometido – destruição extensa Diagnóstico Evidenciação das hifas em cortes histológicos (entretanto, outras infecções também podem mostrar hifas, por isso deve fazer cultura) Cultura dos microorganismos Tratamento Debridamento cirúrgico (remoção do tecido até chegar numa área que o tecido está “normal”). Corticosteróides Itraconazol Anfotericina B Voriconazol Paciente imunocomprometido- prognóstico ruim (apenas um terço dos pacientes sobrevive).
Compartilhar