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1 1. Stryphnodendon adstringes (Mart.) Coville 1.1. NOME CIENTÍFICO Stryphnodendon adstringes (Mart.) Coville 1.2. FAMÍLIA Fabaceae 1.3. SINONÍMIA Acacia adstringens Mart., Mimosa barbadetimam Vell., Mimosa virginalis Arruda, Stryphnodendron barbatimam Mart. Stryphnodendron ovobatum Menth. e S. barbatimam (Vell.) Mart. 1.4. NOMENCLATURA POPULAR Barbatimão, barba-de-timão, casca-da-virgindade, faveira e barbatimão- branco. Alaramotemo, charãozinho-roxo, ilatimó, ulatimó, casca da mocidade e casca do Brasil. 1.5. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA A espécie é descrita para os domínios fitogeográficos Caatinga e Cerrado, podendo ser encontrada nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Ocorrendo nos estados de Tocantins, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. 1.6. COMPOSIÇÃO QUÍMICA Nas cascas dessa planta estão presente taninos representados por pirogalol, ácido gálico e galocatequina. As folhas possuem taninos, flavonoides, saponinas e cumarinas (OLIVEIRA, FIGUEIREDO; 2007). 2 1.7. INDICAÇÕES POPULARES E ETNOFARMACOLOGIA Plantas ricas em taninos são empregadas na medicina tradicional para o tratamento de diversas moléstias, tais como diarréia, hipertensão arterial, reumatismo, hemorragias, feridas, queimaduras, problemas estomacais (azia, náusea, gastrite e úlcera gástrica), problemas renais e do sistema urinário e processos inflamatórios em geral (HASLAM, 1996 citado por SIMÕES, 2004). O principal uso do barbatimão pela população é como antibacteriano, anti- inflamatório, antisséptico, adstringente e cicatrizante (GOULART, 2010). 1.8. ATIVIDADE FARMACOLÓGICA De acordo com Rebecca et al. (2002) o extrato aquoso da casca tem significativo efeito cicatrizante sobre a ferida. Os mesmos autores demonstraram que o extrato aquoso de barbatimão possui atividade anti- inflamatória, analgésica e uma atividade protetora da mucosa gástrica. Favoreto et al., (1985) demonstraram a eficiência das preparações aquosas de barbatimão no tratamento de úlceras de contenção em ratos. Ishida e colaboradores (2006) investigaram o potencial antifúngico do extrato aquoso, frações e subfrações obtidos da casca de Stryphnodendron adstringens. Os autores mostraram por ensaio de micro diluição que a atividade antifúngica da fração aquosa foi maior que a fração acetato de etila, assim como possuiu baixa toxicidade às células humanas, e que esta fração da casca do barbatimão interferiu no crescimento e expressão de fatores de virulência da levedura, mostrando ação similar a Nistatina, entretanto foi menos eficaz que o Fluconazol, que são antifúngicos comerciais usados frequentemente contra candidíase. Em outro estudo, Thomazi, Bertolin e Pinto (2010) testaram a atividade antibacteriana da casca e da folha de S. adstringens, verificando que a casca obteve maior potencial antimicrobiano frente às seguintes bactérias: Proteus mirabilis, Staphylococcus epidermidis, Enterobacter sp, Staphylococcus saprophyticus, Staphylococcus aureus, Staphylococcus sp., Escherichia coli, BGN-NF, Citrobacter sp., Enterobacter aggomerans, Pseudomonas aeroginosa, Klebsiella oxytoca. Soares e colaboradores (2008) avaliaram a eficácia do extrato bruto de barbatimão frente aos micro-organismos responsáveis pela cárie dentária, tais 3 como: Enterococcus faecalis, Streptococcus salivarius, Streptococcus sanguinis, Streptococcus mitis, Streptococcus mutans, Streptococcus sobrinus e Lactobacillus casei. Em estudos realizados por Melo e colaboradores (2007) para avaliar a possível atividade antinociceptiva do extrato bruto e frações do barbatimão (Stryphnodendron adstringens, constatou-se o efeito antinociceptivo do extrato e das frações em dois modelos experimentais de indução de dor (teste de contorção induzida pelo ácido acético e no teste da formalina), sugerindo que este extrato levou a efeito antinociceptivo por mecanismos de ação periféricos. Lucena et al. (2009) avaliaram a estabilidade de uma pomada contendo extrato bruto de barbatimão e sua capacidade de neutralizar os efeitos locais induzidos pela peçonha de Bothrops pauloensis, popularmente conhecida como cascavel. Foi observada redução de 70% da atividade hemorrágica que é induzida pela peçonha bruta nos camundongos que foram tratados com a pomada imediatamente após a injeção; nos animais que foram tratados 15 minutos após a injeção da peçonha bruta foram observados 35% de redução de atividade hemorrágica, além de inibição significativa da atividade miotóxica em ambos os casos tratados (LUCENA et al., 2009). 1.9. PRINCIPAIS USOS E INDICAÇÕES Indicada principalmente para tratamento de infecções vaginais, feridas, verrugas genitais e cicatrizante de feridas. 1.10. POSOLOGIA: Uso tópico de 2 a 3 vezes no dia. 1.11. CONTRA INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES Não deve ser usado em lesões que apresentem ossos ou estruturas de sustentação. 1.12. TOXICOLOGIA Lima (1998) realizou estudos em animais para avaliar a ação tóxica do barbatimão e verificou que os resultados dos testes farmacológicos sugerem que, de acordo com a dose, o extrato da casca possui substâncias capazes de 4 afetar o Sistema Nervoso Central, o Sistema Respiratório e o Trato Gastrointestinal. Costa et al. (2013) avaliaram os efeitos tóxicos do heptâmero prodelfinidina (F2) obtido da casca do tronco de barbatimão em camundongos e ratos. Os resultados indicaram que o F2 da casca do tronco do barbatimão não causou toxicidade com a administração aguda nem crônica. Rebecca et al. (2002) (54) avaliaram a toxicidade subcrônica de extrato acetônico fluido obtido das cascas dos caules de S. adstringens em ratos Wistar machos tratados durante 30 dias por via oral com o extrato nas concentrações de 800 mg/ kg (N=17) e 1600 mg/ kg (N=17), ou com veículo (N=31). O peso corporal e os níveis séricos de glicose, ureia, creatinina, fosfatase ácida, aspartato amino transferase e alanina aminotransferase foram avaliados durante o período de tratamento. Após 30 dias os animais foram mortos e os órgãos vitais foram pesados e submetidos à análise macroscópica. Os resultados obtidos nesse estudo indicaram que o extrato das cascas dos caules de S. adstringens, nas concentrações de 800 mg/ kg e 1600 mg/ kg, demonstrou ser tóxico aos animais após 30 dias de tratamento, ocorrendo efeitos indesejáveis proporcionais ao aumento da dose. 1.13. PRODUTOS DISPONÍVEIS NO MERCADO Fitoscar - Pomada 60 mg/g. Caixa com uma bisnaga contendo 20g e caixa com uma bisnaga contendo 50g. 5 2. Vernonia polyantes (Spreng.) Less. 2.1. NOME CIENTÍFICO Vernonia polyantes (Spreng.) Less. 2.2. FAMÍLIA Asteraceae 2.3. SINONÍMIA Cacalia polyanthes (Less.) Kuntze, Chrysocoma arborea Vell., Chrysocoma phosphorica Vell., Eupatorium polyanthes Spreng., Vernonanthura phosphorica (Vell.) H. Rob., Vernonia corcovadensis Gardner, Vernonia psittacorum A. DC. 2.4. NOMENCLATURA POPULAR Assa-peixe, assa-peixe branco, cafera, estanca-sangue, chamarrita, tramanhém, mata-pasto, ervapreá, cambará-guassú e cambará-do-branco. 2.5. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Nordeste (Maranhão, Bahia), Centro-Oeste (Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal), Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro), Sul (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul) (SOARES, 2010). 2.6. COMPOSIÇÃO QUÍMICA Alcalóides, glicosídeos, flavonóides (genkwanina e velutina), óleo essencial e sais minerais. 2.7. INDICAÇÕES POPULARES E ETNOFARMACOLOGIA Suas folhas e raízes, em decocção ou infusão, são empregadas na medicina popular como diuréticas, balsâmicas e antirreumáticas, usadas em 6 casos de gripe, bronquite, pneumonia e tosse persistente (Rossato, 1996; Rodrigues e Carvalho, 2001). 2.8. ATIVIDADE FARMACOLÓGICAAs folhas de Vernonia polyanthes têm sido empregadas no tratamento de problemas renais, de feridas e em torções, contusões, luxações, hemorroidas e infecções do útero. A literatura também descreve o uso como diurética, anti-hipertensiva, anti-hemorrágica, sedativa, abortiva, anti- helmíntica, antiulcerogênica, antirreumática e cicatrizante (ALVES e NEVES, 2003; BARBASTEFANO et al., 2007; GRANDE et al., 1989 apud MARTUCCI, 2012; PROBST, 2012; SILVA et al., 2012). Contudo, a principal utilização desta espécie tem sido no tratamento de afecções do aparelho respiratório, tais como tosses, resfriados, gripes e bronquites (RODRIGUES e CARVALHO, 2001; SILVA et al., 2012). 2.9. PRINCIPAIS INDICAÇÕES E USOS Indicadas para afecção da pele, afecções do útero, asma, bronquite, cálculos renais, contusões, diabete, diurética, dor muscular, gripe pulmonar, hemorroidas, litíase, pneumonia, pontadas nas costas e no peito, resfriado, reumatismo, rins, tosse rebelde, traqueobronquites. 2.10. POSOLOGIA Adultos, 1 colher de sopa 2 a 3 vezes ao dia. 2.11. CONTRAINDICAÇÕES/PRECAUÇÕES/TOXICIDADES Não foram relatados efeitos colaterais decorrentes do uso nas bibliografias consultadas. 2.12. PRODUTOS DISPONÍVEIS NO MERCADO BRASILEIRO Folha, raiz, semente e xarope. 7 3. Vernonia condensata baker 3.1. NOME CIENTÍFICO: Vernonia condensata Backer. 3.2. FAMÍLIA Asteraceae 3.3. SINONÍMIA Vernonia bahiensis Toledo, Vernonanthura condensata (Baker) H. Rob., Gymnanthemum amygdalinum (Delile) Sch. Bip. ex Walp., Vernonia sylvestris Glaz. 3.4. NOMENCLATURA POPULAR Acumã, alcachofra, alomã, alumã, aluman, árvore-do-pinguço, assa- peixe, boldo, boldo-baiano, boldo-chinês, boldo-goiano, boldo-japonês, boldo-africano, boldo-de-goiás, cambará-guaçu, fel.-de-índio, figatil, heparém, luman. 3.5. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA A espécie é nativa provavelmente da África foi trazida ao Brasil pelos escravos, disseminou-se pelo Nordeste principalmente nos estados do CE, PE e BA, região Sudeste e Centro-Oeste. 3.6. COMPOSIÇÃO QUÍMICA Carboidratos - sacarose, frutose e ácido clorogênico, flavonóides, glucosídeos esteroidais, óleos essenaciis, saponinas, lactonas sesquiterpenicas e taninos. 3.7. INDICAÇÕES POPULARES E ETNOFARMACOLOGIA Chá por infusão (20 a 30 gr de folhas secas/litro de água) para o tratamento da azia e da indisposição gástrica, o boldo também é bastante indicado para o controle da gastrite e estimulante da digestão e do apetite. 8 3.8. ATIVIDADE FARMACOLÓGICA O boldo-baiano contêm diferentes tipos de compostos, entre os quais flavonoides e ácidos fenólicos, responsáveis por importantes atividades biológicas, tais como a atividade antimicrobiana, inibitória da enzima acetilcolinesterase, inibição da HMG-CoA redutase e a atividade antioxidante (ARANTES, 2014). Estudos já comprovaram que plantas com alto teor de flavonoides são utilizadas na prevenção e tratamento de hiperlipemia, hipercolesterolemia e aterosclerose (IV Diretrizes da SBC, 2007). 3.9. AS PRINCIPAIS INDICAÇÕES E USOS Abrir o apetite, afecções hepáticas do estômago e do baço, anemia, anúria, asterosclerose, bócio exoftálmico, cálculos da bexiga, cálculos nos rins, clorese, colecistite aguda, convalescença, diabete melito, diarréia, dispepsia, diurese, doenças do coração, doenças dos pulmões, doenças urinárias, escrofulose, fastio, febre, gota, hemofilia, hemorróidas, hidropisia, hipertensão arterial, hipertireoidismo, inflamação em geral, malária, nefrolitíase, obesidade, pneumonia, raquitismo, regimes de emagrecimento, ressaca, sífilis, tosse, toxemia, uremia, uretrite, vesícula (cálculo, colagogo, cólica). 3.10. POSOLOGIA Decocto das folhas - 1 copo cheio, 3 vezes ao dia, via oral para tratamento da Malária. Uso na forma de banho como cicatrizante. Folhas ingeridas após maceração em água, via oral, utilizado como auxiliar digestivo. Folhas maceradas em água ou decocto das folhas, via oral, utilizado como auxiliar digestivo e colagogo. Suco das folhas misturado com sal de potássio e mel - 1 copo, uma vez pela manhã e outra a noite via oral, tratamento de diabetes. Raízes espremidas ou mastigadas via oral com função de facilitar o trabalho de parto e nos primeiros meses de gravidez induz aborto. 9 3.11. CONTRAINDICAÇÕES/PRECAUÇÕES Gravidez, lactação. Não indicados para portadores de doenças gástricas, pois em geral, aumentam as secreções ácidas do estômago, podendo, portanto, agravar gastrites e úlceras pépticas previamente existentes. 3.12. TOXICIDADES Por meios dos estudos de toxicidade subcrônica (toxicidade de doses repetidas, de longa duração) se observou que diferentes extratos das folhas de V. condensata não apresentam sinais de toxicidade significativa, sobretudo pela via oral. (MINISTERIO DA SAUDE, 2014) 3.13. PRODUTOS DISPONÍVEIS NO MERCADO BRASILEIRO O consumo se dá através das folhas, estas sendo encontradas em farmácias ou lojas de produtos naturais na forma seca. Ou em viveiros na forma fresca. Não há relatos de produtos vendidos prontos (chás e etc). 10 REFERÊNCIAS ALVES, V. F. G.; NEVES, L. DE J. Anatomia foliar de Vernonia polyanthes Less. (Asteraceae). Editora da UFRRJ, Revista Universidade Rural, Série Ciências da Vida, v. 22, n. 2, p. 1–8, Seropédica, 2003. BARBASTEFANO, V. Atividade antiulcerogênica de extratos brutos, frações semi-purificadas e substância ativa de duas espécies do gênero Vernonia: Vernonia polyanthes e Vernonia ferruginea. Campinas, SP: Tese de Doutorado apresentada no Instituto de Biologia, Departamento de Fisiologia e Física, UNICAMP, 2007. BARBASTEFANO, V.; COLA, M.; LUIZ-FERREIRA, A.; FARIAS-SILVA, E.; HIRUMA- LIMA, C. A.; RINALDO, D.; VILEGAS, W.; SOUZA-BRITO, A. R. M. Vernonia polyanthes as a new source of antiulcer drugs. Elsevier, Fitoterapia, v. 78, n. 7–8, p. 20-42, Milano, 2007. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Brasília: ANVISA, 126p. 2011. BRASIL. 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