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Ação de Indenização por Perdas e Danos

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE DOURADOS/MS
BERNARDO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do documento de identidade RG nº, e CPF nº, residente e domiciliado à Rua, nº, Bairro, CEP, DOURADOS/MS, endereço eletrônico, neste ato representado por seu advogado que subescreve, com procuração anexa, endereço profissional à Rua, nº, Bairro, CEP, Cidade/MS, vem perante a Vossa Excelência, embasado no art. 3º, inciso I da Lei nº. 9.099/1995, artigos 186, 399, 402, 927 “caput”, do Código Civil, propor:
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS
Em face de SAMUEL, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do documento de identidade RG nº, CPF nº, residente e domiciliado à Rua, nº, Bairro, CEP, Campo Grande/MS, endereço eletrônico, pelos fatos e fundamentos a seguir a expor:
DOS FATOS
O Autor, através de contrato escrito, deveria ser restituído pelo réu, um cavalo mangalarga de nome “Tufão”, que foi avaliado no valor de R$10.000,00 (dez mil reais), devolução esta que deveria ocorrer no dia 02 de outubro de 2016.
Todavia, no mencionado dia o Réu não realizou a devolução do cavalo. E até o mês de Janeiro de 2017, não havia feito à devolução.
Após a data ao qual deveria ser feita a entrega do cavalo, em Janeiro de 2017, o Autor ficou sabendo que, em razão de fortes chuvas ocorridas na região de Campo Grande/MS, local onde reside o Réu, tendo em vista que as fortes chuvas fizeram com que a água atingisse altura considerável, bem como uma força bastante intensa, seu cavalo faleceu, em razão de força maior.
Com base e em posse de avaliação anterior ao empréstimo do seu cavalo, o Autor procurou o Réu para que lhe pagasse a quantia de R$10.000,00, pelo falecimento de seu cavalo. O Réu ao negar-se pagar a quantia proposta pelo autor, nada mais restou ao não ser buscar a tutela jurisdicional, para o impasse. 
DOS FUNDAMENTOS
Ocorrendo o perecimento do objeto emprestado durante a mora, impõe-se ao devedor o dever de responder pelo equivalente, mais perdas e danos (art. 399, CC). Trata-se, portanto, de inadimplemento absoluto e a única maneira de isentar-se de responsabilidade seria provar que o dano sobreviria ainda que a obrigação tivesse sido oportunamente cumprida, o que não ocorreu.
Conforme determina o art. 402 do CC, o credor tem direito a receber o que efetivamente perdeu (danos emergentes). Tal regra está diretamente relacionada aos arts. 186, e 927, “caput”, CC, que tratam da responsabilidade extracontratual, bem como à responsabilidade negocial (decorrente do descumprimento de uma obrigação).
Ensinam Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald (2008, p. 376) que o adimplemento representa então a efetividade da autonomia privada à luz do princípio constitucional da solidariedade (art. 3º., I, da CF), de forma a garantir que a relação obrigacional preserve a igualdade material de seus partícipes e, consequentemente, a sua liberdade (art. 421, CC)?.
Então, se o adimplemento é a realização do conjunto de interesses previsto numa relação obrigacional, inadimplemento, segundo Paulo Nader (2010, p. 432-433) é o descumprimento, total ou parcial, de uma obrigação de dar, fazer ou não fazer; é o não pagamento de dívida nas condições fixadas em negócio jurídico. [...]. Adimplemento ocorre apenas quando a satisfação do credor se faz com o objeto da prestação previsto no negócio jurídico, no lugar e nos prazos previstos. É indiferente para a caracterização da inadimplência, que o pagamento se faça pelo devedor propriamente ou por terceiro, interessado ou não.
O inadimplemento das obrigações pode ser absoluto quando a obrigação não foi cumprida (total ou parcialmente) e nem poderá sê-lo de forma útil ao credor; relativo que são considerados os casos de mora, ou seja, a prestação, ainda que cumprida tardiamente, tem utilidade para o credor; e ainda pode decorrer de violação positiva do contrato. O inadimplemento pode ser total quando se refere à totalidade do objeto; e pode ser parcial quando a prestação não foi cumprida em um ou vários de seus aspectos.
Sobre o inadimplemento absoluto, dispõe o art. 389, CC, que não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Pressupõe, portanto, o não cumprimento voluntário da obrigação (inadimplemento culposo ou voluntário). Sobre a responsabilidade contratual aqui prevista, é necessário observar que a intensidade da culpa não afeta a valoração das perdas e danos, restringindo-se sua importância na análise do descumprimento se se tratar de contrato benéfico ou oneroso segundo o art. 392, CC: nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei.
O inadimplemento absoluto pode decorrer de causas imputáveis ao devedor e de causas que não lhe podem ser imputadas. Tecnicamente, só se pode falar em inadimplemento nas primeiras situações, enquanto nas segundas o mais correto é falar em descumprimento da obrigação.
No entanto, a doutrina costuma falar em inadimplemento fortuito ou involuntário quando o descumprimento decorre de caso fortuito e força maior. Nesses casos, circunstâncias estranhas à vontade das partes determinam a impossibilidade da prestação. Assevera o art. 393, CC, que o devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior se expressamente não se houver por eles responsabilizado e se não estiver em mora (art. 399, CC).
São requisitos para a verificação do caso fortuito e da força maior: a) naturalidade do evento, ou seja, é necessário que o acontecimento seja natural; b) imprevisibilidade do evento; c) inevitabilidade do evento; d) irresistibilidade do evento; e) ausência de culpa do agente (Inácio de Carvalho Neto, 2009, p. 363). Já o inadimplemento de obrigações negativas ocorre no momento em que o devedor pratica o ato do qual deveria se abster (art. 390, CC), independente de notificação ou interpelação. Em todas as hipóteses haverá inadimplemento absoluto, uma vez que o simples ato de fazer o que deveria não fazer já caracteriza o descumprimento.
Então, são pressupostos do inadimplemento: a) existência de obrigação válida; b) falta de pontualidade; c) liquidez do crédito.
MORA
Mora é o retardamento ou o imperfeito cumprimento da obrigação ou ainda a recusa injusta do credor em receber a prestação. Trata-se de modalidade de inexecução da obrigação decorrente de culpa do credor ou do devedor e conhecida como inadimplemento relativo.
Modalidades de mora (art. 394, CC):
1. Mora do devedor (mora solvendi ou mora debitoris): ocorre a mora do devedor quando este atrasa a entrega da coisa devida por culpa própria ou, ainda, quando realiza pagamento defeituoso, mas a prestação ainda remanesce proveitosa para o credor.
2. Mora do credor (mora accipiendi ou mora creditoris): a mora do credor pressupõe que haja impedido injustamente o devedor de adimplir; ou que tenha recusado uma oferta real de pagamento; ou ainda que o tenha exigido pagamento superior ou diverso do ajustado.
3. Mora recíproca ou conjunta: devedor e credor agiram simultaneamente culposamente e, por isso, as culpas se compensam e se anulam. Não é prevista pelo Código Civil.
4. Mora “ex re” (em razão de fato ou da coisa): arts. 397 e 398, CC.
Súmula 54, STJ: Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual.
5. Mora “ex persona” (art. 397, parágrafo único, CC): ocorre nos demais casos não previstos nos arts. 397 e 398 CC. Nestas situações, para a constituição da mora será necessário interpelar ou notificar a parte mora.
São efeitos da mora:
1. A mora do devedor conduz à responsabilidade pelos prejuízos causados ao credor, além dos juros, atualização monetária e honorária advocatícia (art. 395, CC).
2. A mora do devedor pode conduzir à resolução ou resilirãodo contrato.
3. Se o devedor está em mora quando sobrevém a impossibilidade causal da prestação, responderá ele por todos os danos ocorridos, ainda que decorrentes de caso fortuito ou força maior, salvo se demonstrar que os danos teriam acontecido ainda que a obrigação tivesse sido cumprida (art. 399, CC).
4. A mora do credor isenta o devedor de responsabilidade pela inexecução da obrigação, salvo hipótese de culpa recíproca.
5. A mora do credor confere ao devedor o direito de consignar em pagamento.
6. A mora do credor inverte o risco da conservação da coisa, salvo os danos causados por dolo do devedor (art. 400, CC). Além disso, as despesas realizadas pelo devedor com a conservação da coisa deverão ser suportadas pelo credor após a caracterização da sua mora e, neste caso, o devedor terá direito de retenção até ser ressarcido dessas despesas.
7. A mora do credor o sujeita a receber a prestação pela estimação mais favorável ao devedor.
PERDAS E DANOS
O inadimplemento voluntário dá direito ao por ele prejudicado em pleitear perdas e danos. As perdas e danos constituem forma de indenização e compreendem os danos emergentes e os lucros cessantes ('utilitasintecepta, causa rei') cujos conceitos romanos coincidem com os atualmente adotados pelo Direito brasileiro.
Paulo Nader (2010, p. 455 e ss.) ensina que entre o incumprimento, as perdas e danos e a indenização há nexos que devem ser estabelecidos para a devida compreensão dos princípios jurídicos aplicáveis à matéria:
1. As perdas e danos pressupõem sempre o inadimplemento e requerem indenização.
2. Nem todo inadimplemento provoca perdas e danos e quando tais fatos não ocorreram não há que se cogitar de indenização.
3. Pode-se verificar o incumprimento seguido pelas perdas e danos, mas sem que da associação resulte uma indenização, pois esta pressupõe a culpa do devedor, nem sempre existente.
4. Para que o incumprimento se transforme em ressarcimento é necessário que haja perdas e danos, que não são meramente presumíveis, mas devem ser verificáveis, concretos, quantificados pecuniariamente.
5. Fundamental, também, para indenizar é o nexo de causalidade entre o incumprimento e os prejuízos sofridos.
Então, as perdas e danos, conforme determina o art. 402, CC, abrangem além do que o credor efetivamente perdeu (danos emergentes), o que razoavelmente deixou de lucrar (lucros cessantes), salvo as exceções expressas em lei. Regra que está diretamente relacionada aos arts. 186 187 e 927, CC, que tratam da responsabilidade extracontratual, bem como à responsabilidade negocial (decorrente do descumprimento de uma obrigação).
DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer se digne Vossa Excelência em:
a) Determinar a Citação do Réu para integrar a relação processual, bem como para comparecimento à audiência de conciliação;
b) Acolher a presente peça inaugural, julgando PROCEDENTE o pedido para condenar o Réu a reparar os danos causados ao Autor, o que implica no pagamento do valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título de dano emergente, nos termos do art. 402 do Código Civil.
c) Condenar o Réu ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como a arcar com os honorários de sucumbência.
DAS PROVAS
Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente a produção de prova documental, testemunhal e pericial, nos termos do art. 32 da Lei nº. 9.099/1995.
Contrato escrito de empréstimo do cavalo.
Avaliação monetária do cavalo mangalarga, anterior a sua morte, acrescido de avaliação de valor atualizado em mercado em tempo atual.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Termos em que,
Requer deferimento.
Local, data
ADVOGADO
OAB/UF

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