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CASO CONCRETO - AULA 6 - GABARITO

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PRÁTICA SIMULADA I - CCJ0146
Semana Aula: 6
Processo de conhecimento. Procedimento Comum. Petição Inicial. Indenizatória.
Tema
Processo de conhecimento. Procedimento Comum. Petição Inicial. Indenizatória.
Palavras-chave
Procedimento Comum. Petição Inicial. Indenizatória.
Objetivos
O aluno deverá ser capaz de:
discernir os conceitos de inadimplemento contratual, mora e perdas e danos;
entender a responsabilidade do devedor nos casos de impossibilidade da prestação;
aplicar a regra de competência adequada (art. 46 do NCPC);
redigir a peça com especial atenção à narrativa lógica dos fatos;
fundamentar com os dispositivos legais pertinentes ao caso;
elaborar o pedido;
indicar as provas a serem produzidas;
atribuir o valor à causa.
Estrutura de Conteúdo
Inadimplemento:
 Inadimplemento absoluto.
 Inadimplemento Culposo.
 Inadimplemento Fortuito.
 Inadimplemento relativo ? Mora:
Mora do devedor.
Mora do Credor.
Purgação e cessação da mora.
Perdas e Danos:
 Conceito.
 
Procedimentos de Ensino
O professor deverá:
iniciar o debate oral sobre os fatos, valores e normas de direito material e processual necessários 
para a análise do caso concreto, objeto da aula;
estimular a participação de todos os alunos, provocando o debate sobre os temas e clarificando 
conceitos;
manter interação permanente entre o grupo para a construção de uma base conceitual que servirá 
de referência para a elaboração da peça;
construir no quadro o roteiro da peça processual, identificando os pontos principais da narrativa 
lógica dos fatos, do direito material e processual, elaborando uma síntese final;
manter-se disponível para os alunos durante o trabalho de redação das peças, orientando 
individualmente, de acordo com as solicitações;
instigar a pesquisa do tema objeto da aula seguinte, enfatizando a necessidade da participação 
consistente e fundamentada de todos os alunos no debate dos casos, em todas as aulas.
Estratégias de Aprendizagem
A doutrina tradicional demonstra o conceito de obrigações , as causas de 
inadimplemento, mora do devedor, mora do credor Inadimplemento absoluto, purgação 
da mora, perdas e Danos:.
Indicação de Leitura Específica
Para auxílio na elaboração do caso recomendamos a leitura de 
 J. M. Leoni Lopes de Oliveira, em sua obra Novo Código Civil anotado, vol. 1, 2ª 
edição, 2005, Ed. Lumen Júris, pág 296 
 Silvio Rodrigues em seu livro Direito Civil Parte Geral, vol. 1, 34ª edição, 2003, 
Ed. Saraiva, págs. 222 e 223.
 Rosenvald,Nelson / Braga Netto,Felipe Peixoto / Farias,Cristiano Chaves de
 Curso de Direito Civil - Responsabilidade Civil - Vol. 3 , Juspodivm
Recursos
Quadro e Pincel;
Código de Processo Civil;
Código Civil;
Jurisprudência.
Aplicação: articulação teoria e prática
 
 (EXAME ? OAB ? SP ? 130º ? 2ª fase, ADAPTADO)
Samuel, por força de um contrato escrito, domiciliado em Campo Grande/MS, deveria restituir o 
cavalo mangalarga chamado “Tufão”, avaliado em R$ 10.000,00, para Bernardo, que mora na 
cidade de Dourados/MS, no dia 02 do mês de outubro/2016. Até o mês de janeiro de 2017, Samuel 
ainda não o havia restituído por pura desídia, quando uma forte chuva causou a morte do cavalo, o 
que foi inevitável devido à altura atingida pela água, bem como à sua força. 
Bernardo procura você, advogado, para ingressar com ação no Juizado Especial Cível, no intuito de 
defender os seus interesses. Desta forma, promova a medida judicial mais adequada, considerando 
o inadimplemento contratual, mora, e perdas e dados.
 
Avaliação
ELABORAÇÃO DE PETIÇÃO INICIAL - AÇÃO INDENIZATÓRIA POR PERDAS E 
DANOS
COMPETÊNCIA
O Caso refere-se a direito pessoal, uma vez que o que se pretende é a indenização pelos 
danos causados no inadimplemento contratual, assim aplica-se a regra do art. 4, inc. II da 
Lei. 9.099/95, CPC, obrigação deve ser satisfeita). 
Neste sentido a ação deverá ser proposta no domicílio de Samuel, no Mato Grosso do 
Sul. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO _____ JUIZADO 
ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE DOURDOS ... DO ESTADO DE MATO 
GROSSO DO SUL
 
LEGITIMIDADE
Ativa: Bernardo.
Passiva: Samuel.
 
PROCEDIMENTO ESPECIAL (art. 3, INC. I, LEI 9,099/95)
DOS FATOS 
 
FUNDAMENTAÇÃO
Ocorrendo o perecimento do objeto emprestado durante a mora, impõe-se ao devedor o 
dever de responder pelo equivalente mais perdas e danos (art. 399, CC). Trata-se, 
portanto, de inadimplemento absoluto e a única maneira de isentar-se de responsabilidade 
seria provar que o dano sobreviria ainda que a obrigação tivesse sido oportunamente 
cumprida, o que não ocorreu. 
Conforme determina o art. 402 do CC, o credor tem direito a receber o que efetivamente 
perdeu (danos emergentes). Tal regra está diretamente relacionada aos arts. 186, 187 e 
927, CC, que tratam da responsabilidade extracontratual, bem como à responsabilidade 
negocial (decorrente do descumprimento de uma obrigação).
TJ-SP - Apelação APL 04926895220108260000 SP 0492689-52.2010.8.26.0000 (TJ-SP)
Data de publicação: 09/08/2013
Ementa: Compra e venda. Atraso na entrega do imóvel. Chuvas excessivas ocorridas 
antes da celebração do negócio não configuram força maior (art. 393 par. único CC). 
Chuvas excessivas posteriores à data de entrega são de responsabilidade da vendedora 
(art. 399 CC). Perdas e danos devem seguir quantificação contratual. 1% do preço do 
imóvel por mês de atraso mais 2% por a demora ter excedido 90 dias. Recurso dos 
compradores provido. Recurso da vendedora improvido.
PEDIDO
Diante do exposto, requer:
1 -citação do réu para comparecer em audiência de conciliação;
2 - seja julgado procedente o pedido para condenar o réu ao pagamento de R$... (valor da 
moto), bem como o valor de R$... (valor das perdas e danos);.
 
DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude do art. 32 da 
Lei 9.099/95.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ ... (Art. 292, VI do NCPC).
 
Considerações Adicionais
Ensinam Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald (2008, p. 376) que ?o 
adimplemento representa então a efetividade da autonomia privada à luz do princípio 
constitucional da solidariedade (art. 3º., I, da CF), de forma a garantir que a relação 
obrigacional preserve a igualdade material de seus partícipes e, consequentemente, a sua 
liberdade (art. 421, CC)?.
Então, se o adimplemento é a realização do conjunto de interesses previsto numa relação 
obrigacional, inadimplemento, segundo Paulo Nader (2010, p. 432-433), é o 
?descumprimento, total ou parcial, de uma obrigação de dar, fazer ou não fazer; é o não 
pagamento de dívida nas condições fixadas em negócio jurídico. [...]. Adimplemento 
ocorre apenas quando a satisfação do credor se faz com o objeto da prestação previsto no 
negócio jurídico, no lugar e no prazo previstos. É indiferente para a caracterização da 
inadimplência, que o pagamento se faça pelo devedor propriamente ou por terceiro, 
interessado ou não?.
O inadimplemento das obrigações pode ser absoluto quando a obrigação não foi 
cumprida (total ou parcialmente) e nem poderá sê-lo de forma útil ao credor; relativo que 
são considerados os casos de mora, ou seja, a prestação, ainda que cumprida tardiamente, 
tem utilidade para o credor; e ainda pode decorrer de violação positiva do contrato. O 
inadimplemento pode ser total quando se refere à totalidade do objeto; e pode ser parcial 
quando a prestação não foi cumprida em um ou vários de seus aspectos.
Sobre o inadimplemento absoluto, dispõe o art. 389, CC, que ?não cumprida a obrigação, 
responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo 
índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado?. Pressupõe, 
portanto, o não cumprimento voluntário da obrigação (inadimplemento culposo ou 
voluntário). Sobre a responsabilidade contratual aqui prevista, é necessário observar que 
a intensidade da culpa não afeta a valoração das perdas e danos, restringindo-se suaimportância na análise do descumprimento se se tratar de contrato benéfico4 ou oneroso 
segundo o art. 392, CC: ?nos contratos benéficos, responde por simples culpa o 
contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos 
contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas 
em lei?.
O inadimplemento absoluto pode decorrer de causas imputáveis ao devedor e de causas 
que não lhe podem ser imputadas. Tecnicamente, só se pode falar em inadimplemento 
nas primeiras situações, enquanto nas segundas o mais correto é falar em 
descumprimento da obrigação.
No entanto, a doutrina costuma falar em inadimplemento fortuito ou involuntário quando 
o descumprimento decorre de caso fortuito e força maior. Nesses casos, circunstâncias 
estranhas à vontade das partes determinam a impossibilidade da prestação. Assevera o 
art. 393, CC, que ?o devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou 
força maior se expressamente não se houver por eles responsabilizado? e se não estiver 
em mora (art. 399, CC).
São requisitos para a verificação do caso fortuito e da força maior: a) naturalidade do 
evento, ou seja, é necessário que o acontecimento seja natural; b) imprevisibilidade do 
evento; c) inevitabilidade do evento; d) irresistibilidade do evento; e) ausência de culpa 
do agente (Inácio de Carvalho Neto, 2009, p. 363). Já o inadimplemento de obrigações 
negativas ocorre no momento em que o devedor pratica o ato do qual deveria se abster 
(art. 390, CC), independente de notificação ou interpelação. Em todas as hipóteses haverá 
inadimplemento absoluto, uma vez que o simples ato de fazer o que deveria não fazer já 
caracteriza o descumprimento.
Então, são pressupostos do inadimplemento: a) existência de obrigação válida; b) falta de 
pontualidade; c) liquidez do crédito.
MORA
Mora é o retardamento ou o imperfeito cumprimento da obrigação ou ainda a recusa 
injusta do credor em receber a prestação. Trata-se de modalidade de inexecução da 
obrigação decorrente de culpa do credor ou do devedor e conhecida como 
inadimplemento relativo.
Modalidades de mora (art. 394, CC):
1. Mora do devedor (mora ?solvendi? ou mora ?debitoris?): ocorre a mora do devedor 
quando este atrasa a entrega da coisa devida por culpa própria ou, ainda, quando realiza 
pagamento defeituoso, mas a prestação ainda remanesce proveitosa para o credor.
2. Mora do credor (mora ?accipiendi? ou mora ?creditoris?): a mora do credor pressupõe 
que haja impedido injustamente o devedor de adimplir; ou que tenha recusado uma oferta 
real de pagamento; ou ainda que o tenha exigido pagamento superior ou diverso do 
ajustado.
3. Mora recíproca ou conjunta: devedor e credor agiram simultaneamente culposamente 
e, por isso, as culpas se compensam e se anulam. Não é prevista pelo Código Civil.
4. Mora ?ex re? (em razão de fato ou da coisa): arts. 397 e 398, CC.
Súmula 54, STJ: Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de 
responsabilidade extracontratual.
5. Mora ?ex persona? (art. 397, parágrafo único, CC): ocorre nos demais casos não 
previstos nos arts. 397 e 398, CC. Nestas situações, para a constituição da mora será 
necessário interpelar ou notificar a parte mora.
São efeitos da mora:
1. A mora do devedor conduz à responsabilidade pelos prejuízos causados ao credor, 
além dos juros, atualização monetária e honorários advocatícios (art. 395, CC).
2. A mora do devedor pode conduzir à resolução ou resilição do contrato.
3. Se o devedor está em mora quando sobrevém a impossibilidade causal da prestação, 
responderá ele por todos os danos ocorridos, ainda que decorrentes de caso fortuito ou 
força maior, salvo se demonstrar que os danos teriam acontecido ainda que a obrigação 
tivesse sido cumprida (art. 399, CC).
4. A mora do credor isenta o devedor de responsabilidade pela inexecução da obrigação, 
salvo hipótese de culpa recíproca.
5. A mora do credor confere ao devedor o direito de consignar em pagamento.
6. A mora do credor inverte o risco da conservação da coisa, salvo os danos causados por 
dolo do devedor (art. 400, CC). Além disso, as despesas realizadas pelo devedor com a 
conservação da coisa deverão ser suportadas pelo credor após a caracterização da sua 
mora e, neste caso, o devedor terá direito de retenção até ser ressarcido dessas despesas.
7. A mora do credor sujeita-o a receber a prestação pela estimação mais favorável ao 
devedor.
PERDAS E DANOS
O inadimplemento voluntário dá direito ao por ele prejudicado em pleitear perdas e 
danos. As perdas e danos constituem forma de indenização[2] e compreendem os danos 
emergentes e os lucros cessantes ('utilitasintecepta, causa rei') cujos conceitos romanos 
coincidem com os atualmente adotados pelo Direito brasileiro.
Paulo Nader (2010, p. 455 e ss.) ensina que entre o incumprimento, as perdas e danos e a 
indenização há nexos que devem ser estabelecidos para a devida compreensão dos 
princípios jurídicos aplicáveis à matéria:
1. As perdas e danos pressupõem sempre o inadimplemento e requerem indenização.
2. Nem todo inadimplemento provoca perdas e danos e quando tais fatos não ocorreram 
não há que se cogitar de indenização.
3. Pode-se verificar o incumprimento seguido pelas perdas e danos, mas sem que da 
associação resulte uma indenização, pois esta pressupõe a culpa do devedor, nem sempre 
existente.
4. Para que o incumprimento se transforme em ressarcimento é necessário que haja 
perdas e danos, que não são meramente presumíveis, mas devem ser verificáveis, 
concretos, quantificados pecuniariamente.
5. Fundamental, também, para indenizar é o nexo de causalidade entre o incumprimento e 
os prejuízos sofridos. 
Então, as perdas e danos, conforme determina o art. 402, CC, abrangem além do que o 
credor efetivamente perdeu (danos emergentes), o que razoavelmente deixou de lucrar 
(lucros cessantes), salvo as exceções expressas em lei. Regra que está diretamente 
relacionada aos arts. 186, 187 e 927, CC, que tratam da responsabilidade extracontratual, 
bem como à responsabilidade negocial (decorrente do descumprimento de uma 
obrigação).

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