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Petição Inicial constitucional (Estágio Supervisionado 1) seção 1 constitucional

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AO MERITÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA (X) VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE TAUBATÉ/SP
Maria XXXX, profissão tradutora, portadora do CPF XXX.XXX.XXX-XX e do RG XXXXXXX-X, residente e domiciliada à rua XXXXXX, nº X, Bairro XXX, Taubaté/SP, endereço eletrônico xxxxx@xxxxx.xxx.xx, e Ana, portadora do CPF XXX.XXX.XXX-XX e do RG XXXXXXX-X, profissão professora, residente e domiciliada à Rua XXXXXX, nº X, Bairro XXX, Taubaté/SP, endereço eletrônico xxxxx@xxxxx.xxx.xx, representadas pelo seu advogado subscritor conforme documento procuratório anexo, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com abrigo nos artigos 6º, 81º e 83º do Código de Defesa do Consumidor, propor:
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM DANOS MORAIS, MATERIAIS E REPETIÇÃO DE INDÉBITO
Em face de Zumbi Telefonia, Pessoa Jurídica de Direito Privado, Inscrita no CNPJ nº xx.xxx.xxx/xxxx-xx, com sede na Rua xxxx, nº xx, Bairro xxxx, Cidade xxxxx/xx, Estado de São Paulo, endereço eletrônico xxxx@xxxxx.com.br, pelos motivos de fato e direito a seguir explicitados.
I - DA OBRIGAÇÃO DA TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA DO PRESENTE FEITO - ESTATUTO DO IDOSO – LEI 10.741/2003
Maria, nascida em XX de XXXXX de XXXX, tem atualmente 76 anos de idade, conforme demonstra a cópia de sua carteira de identidade ora anexa, pelo que requer de imediato o benefício da prioridade na tramitação da presente demanda, conforme previsão expressa no Estatuto do Idoso em seu Art. 71 – Lei 10.741/20031.
II – DA TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA
Considerando os requisitos necessários e indispensáveis para obtenção de providencia de natureza cautelar, o fumus boni iuris em conjunto com o periculum in mora, positivados no Art. 84 do Código de Defesa doConsumidor que determina:
“Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
Também ressaltamos o Código de Processo Civil, em seu Art 300, que estabelece a concessão de tutela de urgência, conforme abaixo:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Conforme documentos anexos que demonstram a situação, solicitamos a tutela de urgência antecipada pois a demora processual certamente acarretará em mais danos financeiros à autora devido às mensalidades que continuarão a vencerem caso a tutela não seja concedida. Assim pedimos em Tutela de urgência:
a) A desinstalação e cancelamento da linha fixa da residência da autora;
b) Cancelamento da linha de celular com respectiva devolução do aparelho indevidamente adquirido;
c) Transferência imediata do contrato para o nome da verdadeira contratante, Srª, Ana e;
d) Instalação imediata da TV a cabo contratada,
III - DOS FATOS
Maria, no dia XX/XX/XXXX, compareceu a uma loja da empresa Zumbi Telefonia, a única com esses serviços disponíveis em sua região, para adquirir um pacote de serviços de internet banda larga e televisão por assinatura.
Ao ser atendida, o vendedor informou que somente poderiam ser contratados os serviços se fossem adquiridos, de forma conjunta, um aparelho celular pós-pago, no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), e uma linha telefônica fixa, ambos com mensalidade de R$ 200,00 (duzentos reais), com vigência pelo prazo mínimo de 12 meses.
Além disso, foi exigido que a sua filha, Ana, professora do ensino fundamental, que a acompanhava, assinasse o contrato em nome dela, pois foi dito que, em razão de sua idade avançada, haveria maior risco de morte durante o contrato, inclusive por ser grupo de risco da Covid-19, o que poderia trazer prejuízos à empresa. 
Assim, apesar de o serviço ser prestado em sua residência e Maria ser a responsável pelo pagamento, somente a sua filha pode constar como contratante. Tendo em vista a extrema necessidade da internet para que pudesse prestar seus serviços de tradutora, a autora aceitou as exigências da empresa, conforme demonstrado no contrato anexo a esta.
Após a formalização do contrato, a empresa Zumbi Telefonia informou haver o prazo de 7 (sete dias) para instalação e sem agendamento prévio de data e horário, devendo a contratante aguardar em horário comercial a chegada de um funcionário credenciado.
Somente após 11(onze) dias, 4 (quatro) a mais do que a data estipulada, os funcionários compareceram em sua residência, e durante a instalação causaram danos, quebrando 2(duas) paredes e estragando o piso de sua sala, de acordo com as imagens comprovatórias em apenso. Assim instalaram a internet e o telefone fixo, deixando de instalar a televisão a cabo por alegarem falta de estrutura.
Contudo, foi informado a ela que tanto o atraso na instalação como esses prejuízos não seriam indenizados, em razão de haver no contrato uma cláusula retirando da empresa Zumbi Telefonia qualquer responsabilidade, e que isso havia sido devidamente assinado pela filha contratante, Ana.
Dois meses após a contratação, o serviço de instalação ainda não foi concluído, mas as mensalidades dos serviços, no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), foram cobradas, bem como o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) pelo serviço de instalação, debitado de sua conta de forma equivocada, pois, no contrato, constava como sendo absolutamente gratuito.
Além dessa grave lesão à sua esfera íntima, Maria perdeu o prazo de entrega de dois trabalhos de tradução já contratados, no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), devido à demora da instalação da internet em sua residência, assim como teve que despender o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para consertar as paredes avariadas pelo funcionário instalador da empresa Zumbi Telefonia.
Diante de todo tratamento preconceituoso recebido por Maria em detrimento de sua idade, em conjunto com os prejuízos ao seu ofício, a mesma desenvolveu um quadro de depressão, comprovado conforme laudo médico anexo.
Conforme a narrativa acima, as autoras vêm buscar prestação jurisdicional, no intuito de cancelar definitivamente o telefone fixo, instalar a TV a cabo, reparar os danos materiais e morais sofridos e reaver os valores indevidamente debitados de sua conta.
IV – DO DIREITO
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu Art. 1º, estabelece a dignidade da pessoa humana como um de seus fundamentos. 
Quando nos deparamos com este princípio enumerado como um fundamento, entendemos que o legislador ensejou a dignidade da pessoa humana como alicerce basilar de nosso país, e em razão deste, conjuntamente com o Princípio da Igualdade material, estabeleceu-se uma proteção especial ao idoso, tendo-se suas diretrizes no estatuto do Idoso – Lei 10.741/2003. Conforme descrito em seu Art. 4º:
“Art. 4o Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei. ”
Pois bem, diante dos fatos narrados, vemos este dispositivo sendo violado descaradamente. A empresa Zumbi Telefonia não só discriminou, como oprimiu a autora Maria, negligenciando sua capacidade civil e a ofendendo intimamente ao negar a possibilidade da mesma ser titular do serviço que ensejava contratar.
A conduta reprovável da ré se caracterizou em preconceito, contrariando os dispositivos da Carta Magna, que em seu Art. 230 afirma ser dever de todos (família, sociedade, estado...) o amparo ao idoso.
Em conseguinte temos outro aspecto da presente demanda, que é a abusividade do contrato, coercitivamente assinado por Ana em lugar de Maria, que, devido à extrema necessidade da internet para continuidade de seu ofício, e sem outros meios de satisfazer tal necessidade, devido ao fato da ré zumbi Telefonia S/A ser a única prestadora do serviço em sua localidade, restou-se obrigada a assinar o contrato. Temos então conduta contra os direitos básicos do consumidor, positivada na lei nº 8.078/90 – Código de Defesa do Consumidor– em seu artigo 6º, inciso IV:
“ IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços; ” – Grifo nosso
Cabe salientar que a defesa do consumidor, a ser promovida pelo Estado, encontra-se no rol de direitos fundamentais do Art 5º da Constituição da República Federativa de 1988. A saber, a proteção sobre a qual estamos mencionando, encontra seu regulamento do já mencionado CDC. Sobre o relato do ocorrido com as autoras, especialmente com a Srª. Ana, verificamos claro e inquestionável violação dos dispositivos constantes no CDC, conforme elencados fatos e direitos abaixo:
Quando nos deparamos com a conduta da empresa, obrigando a autora a adquirir o aparelho celular, com serviço de linha pós paga e a linha telefônica residencial, temos descumprimento do artigo 39 do CDC que diz:
“ Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
Em relação à cobrança indevida da instalação no valor de R$1.000,00 (mil reais), temos o direito da autora de ser ressarcida e dobro conforme Art 42 do CDC abaixo:
Art. 42 Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.”
A respeito da obrigação da Zumbi Telefonia em reparar os danos causados materiais causados, incluindo a perda dos serviços de tradutora pelo atraso na instalação e reparação dos danos no piso de paredes da residência da Srª Ana causados pelos funcionários da ré, diz o CDC:
“Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. ”
Ademais, a jurisprudência já tem salvaguardados estes diretos através de julgados, conforme decisão da Terceira Turma Recursal na qual a hipossuficiência do consumidor é amparada:
Nesse passo ressaltamos que por se tratar de relação de consumo, pedimos a inversão do ônus da prova constante no Art 6º do CDC em seu inciso VIII
“VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;”
V – DO PEDIDO
Diante do exposto, requer-se:
a) DEFERIMENTO do pedido liminar de Tutela de Urgência nos termos do art. 84 § 3º do Código de Defesa do Consumidor, com fixação de multa diária pelo não cumprimento do determinado;
b) Reconhecimento da relação de consumo e inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor;
c) Citação da parte Ré para que apresente contestação no prazo legal, sob pena de revelia;
d) Que a Ré arque com os seguintes custos:
O prejuízo causado pelos seus prestadores de serviço, ressarcindo a autora no valor de R$2.000,00 (dois mil reais);
Repetição de indébito do valor de instalação cobrado indevidamente, no montante de R$2.000,00 (dois mil reais);
Lucros cessantes no valor de R$2,000,00(dois mil reais) referente a prestação de serviço de tradução prejudicado pela não prestação de serviço pela ré;
Que a Ré arque com as custas do tratamento de depressão da autora, desencadeado pela discriminação sofrida, no valor de R$5.000,00 (cinco mil reais);
Danos morais no montante de R$10,000,00 (dez mil reais);
e) Que seja confirmado o pedido liminar e seja julgado PROCEDENTE o pedido formulado pela Autora
f) A condenação do Requerido ao pagamento das custas e honorários advocatícios;
g) Pretende provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito.
Nestes termos, dá-se à causa o valor de R$ 21.000,00 (vinte um mil reais)
Termos em que, pede deferimento.
Taubaté/SP - 19 de Outubro de 2021
RICHARD VIEIRA FERNANDES
OAB/MG 512.852
Anexos:
1. Procuração
2. Provas do alegado
3. Memorial Descritivos

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