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Agravo de Instrumento constitucional (estágio supervisionado 1) seção 2

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AO MERITÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº XXXXXXXXXXXXX TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO/SP
Maria XXXX, profissão tradutora, portadora do CPF XXX.XXX.XXX-XX e do RG XXXXXXX-X, residente e domiciliada à rua XXXXXX, nº X, Bairro XXX, Taubaté/SP, endereço eletrônico xxxxx@xxxxx.xxx.xx, e Ana, portadora do CPF XXX.XXX.XXX-XX e do RG XXXXXXX-X, profissão professora, residente e domiciliada à Rua XXXXXX, nº X, Bairro XXX, Taubaté/SP, endereço eletrônico xxxxx@xxxxx.xxx.xx, representadas pelo seu advogado subscritor conforme documento procuratório anexo, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com abrigo nos artigos 6º, 81º e 83º do Código de Defesa do Consumidor, propor:
CONTRAMINUTA DE AGRAVO DE INSTRUMENTO
Contra o recurso interposto pela empresa recorrente ZUMBI TELEFONIA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XXX, contra a decisão interlocutória proferida pelo Juizado Especial Cível de Taubaté /SP, a fls. () dos presentes autos digitais.
DAS PRELIMINARES AO MÉRITO RECURSAL
Do descabimento do agravo de instrumento contra decisão interlocutória do Juizado Especial Cível. 
O princípio da oralidade que norteia os Juizados prima que os atos processuais devem ser orais em sua maioria, realizados em única audiência, em que a proximidade entre as partes e o julgador é essencial, tanto para o conhecimento dos fatos quanto para proporcionar a celeridade de uma decisão tomada com o frescor das provas e das circunstâncias, trazendo maior influência das partes no deslinde da demanda.
§3º A prioridade se estende aos processos e procedimentos na Administração Pública, empresas prestadoras de serviços públicos e instituições financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defensoria Pública da União, dos Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de Assistência Judiciária.
§4º Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso aos assentos e caixas, identificados com a destinação a idosos em local visível e caracteres legíveis.
§5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade especial aos maiores de oitenta anos. (Incluído pela Lei nº 13.466, de 2017).
Diante dessa concentração de atos é diminuta a quantidade de recursos nos Juizados Cíveis, não havendo a possibilidade de interposição de recursos contra as decisões interlocutórias, segundo a Lei nº 9.099/95, sendo, para a maior parte da doutrina, incabível a interposição do Recurso de Agravo contra essas decisões.
Apesar de haver grande celeuma a respeito da irrecorribilidade, o Supremo Tribunal Federal entendeu, na decisão do Recurso Extraordinário nº 576847/BA, que excepcionalmente, quando houver um dano irreparável à parte, a ausência de Agravo de Instrumento pode ser superada pelo manejo de Mandado de Segurança, o que não se aplica ao presente caso, seja pelo seu acerto, seja pela inexistência de dano irreparável, uma vez que a tutela ordena que a empresa ré simplesmente cumpra a sua obrigação e finalidade de existência, a instalação da televisão por assinatura, para que seja fornecido o seu serviço de forma escorreita. No mesmo sentido do descabimento do recurso de agravo em sede de Juizado Especial, já se manifestaram os Tribunais de Justiça dos estados. Por todos, vejamos:
Nos Juizados Especiais Cíveis, contudo, não se admite a interposição de recurso de agravo de instrumento, uma vez que a Lei nº 9.099/95 dispõe sobre a possibilidade de interposição de recurso inominado, apenas, afastando a previsão constante no artigo 1.015 do Código de Processo Civil, em razão de sua especialidade. A jurisprudência das Turmas Recursais é pacífica acerca da inadmissibilidade do agravo de instrumento em sede de Juizados Especiais Cíveis. 
Nesse sentido, colaciona-se: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA QUE REJEITOU EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. JUIZADO ESPECIAL CÍVEL.
NÃO CABIMENTO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO NA LEI Nº 9.099/95. (TJPR - 5ª Turma Recursal dos Juizados Especiais - 0004535-53.2019.8.16.9000 - Santa Helena - Rel.: Juíza Manuela Tallão Benke - J. 08.01.2020) JURISPRUDÊNCIA PACÍFICA. RECURSO NÃO CONHECIDO.AGRAVO DE INSTRUMENTO.
DECISÃO VERSANDO SOBRE TUTELA PROVISÓRIA. PROPOSITURA DA AÇÃO NOS JUIZADOS ESPECIAIS QUE IMPORTA NA SUBMISSÃO AOS DIFERENCIAIS DO PROCEDIMENTO PREVISTO NA LEI 9.099/95. RECURSO INADMISSÍVEL.
(TJPR - 2ª Turma Recursal - 0002215-30.2019.8.16.9000 - Londrina - Rel.: Juiz Helder Luis Henrique Taguchi - J. 17.06.2019). RECUPERAÇÃO JUDICIAL. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL NO SISTEMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS. INTELIGÊNCIA DA LEI 9.099/95. Descabe o processamento do recurso de agravo de instrumento, no âmbito dos Juizados Especiais, considerando inexistir previsão legal que ampare a sua interposição.
AGRAVO DE INSTRUMENTO NÃO CONHECIDO. (Agravo de Instrumento Nº 71007672470, Segunda Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Elaine Maria Canto da Fonseca, Julgado em 17/05/2018). Portanto, o recurso tal como interposto é inadmissível e não pode ser conhecido. Pelo exposto, não se conhece do presente agravo de instrumento, julgando extinto o procedimento recursal, sem resolução de mérito, com fulcro no artigo 932, inciso III, do Código de Processo Civil.
Custas pelo agravante. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Oportunamente, arquive-se. Curitiba, data da assinatura digital. Fernanda Karam de Chueiri Sanches Magistrada. (Autos nº. 0000081-93.2020.8.16.9000 Recurso: 0000081-93.2020.8.16.9000) 3ª Turma Recursal do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
Diante de todo o exposto, fica patente o descabimento do presente Recurso de Agravo, o qual não deve ser conhecido ou provido, sem sequer o enfrentamento de seu mérito.
Da incompetência absoluta do Tribunal de Justiça de São Paulo. Ainda que se houvesse recurso contra a decisão interlocutória, patente é a incompetência do Egrégio Tribunal de Justiça para o conhecimento do presente Agravo, uma vez que deveria ser endereçado ao Colégio Recursal competente.
Se, como vimos, é descabido o Recurso de Agravo ou inominado contra a decisão proferida, é cediça a impropriedade de que qualquer recurso em decisão do Juizado Cível seja julgado nos Tribunais de Justiça dos estados. Absoluta, portanto, a incompetência do recursal.
DOS FATOS
A autora da presente ação, Maria, de 76 anos, compareceu a uma loja da empresa Zumbi Telefonia, uma concessionária de telefonia fixa, telefonia móvel, internet banda larga e TV por assinatura, a única com esses serviços disponíveis em sua região, situada na cidade e comarca de Taubaté/SP, para adquirir um pacote de serviços de internet banda larga e televisão por assinatura.
Após serem apresentados os produtos, o vendedor informou que somente poderiam ser contratados os serviços se fossem adquiridos, de forma conjunta, um aparelho celular pós-pago, no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), e uma linha telefônica fixa, ambos com mensalidade de R$ 200,00 (duzentos reais), com vigência pelo prazo mínimo de 12 meses.
Além disso, foi exigido que a sua filha, Ana, professora do ensino fundamental, que a acompanhava, assinasse o contrato em nome dela, pois foi dito que, em razão de sua idade avançada, haveria maior risco de morte durante o contrato, inclusive por ser grupo de risco da Covid-19, o que poderia trazer prejuízos à empresa. Assim, apesar de o serviço ser prestado em sua residência e Maria ser a responsável pelo pagamento, somente a sua filha pode constar como contratante. Tendo em vista a extrema necessidade da internet para que pudesse prestar seus serviços de tradutora, Maria aceitou as exigências da empresa.
Após a formalização do contrato, a empresa Zumbi Telefonia informou haver o prazo de sete dias para instalação e que não poderia indicar uma data e um horário corretos, devendo a contratante aguardar em horário comercial a chegada de um funcionário credenciado.
Somente após 11 dias, quatro a mais do que a data aprazada, os funcionários compareceram na residência de Maria. Após quebrarem duas paredes e estragaremo piso de sua sala, instalaram a internet e o telefone fixo, deixando de instalar a televisão a cabo por alegarem falta de estrutura.
Contudo, foi informado a ela que tanto o atraso na instalação como esses prejuízos não seriam indenizados, em razão de haver no contrato uma cláusula retirando da empresa Zumbi qualquer responsabilidade, e que essa exclusão constante do contrato de adesão havia sido devidamente assinada pela filha contratante, Ana.
Dois meses após a contratação, o serviço de instalação ainda não foi concluído, mas as mensalidades dos serviços, no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), foram cobradas, bem como o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), debitado de sua conta de forma equivocada pelo serviço de instalação, o qual, no contrato, constava como sendo absolutamente gratuito.
Maria e Ana procuraram o escritório de advocacia de Josué para tomarem as providências necessárias, uma vez que passaram por momentos difíceis, acarretando, inclusive, um quadro de depressão em Maria em razão do tratamento preconceituoso conferido pela empresa a respeito de sua idade.
Além dessa grave lesão à sua esfera íntima, Maria perdeu o prazo de entrega de dois trabalhos de tradução já contratados no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), em razão da demora da instalação da internet em sua residência, assim como teve que despender o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para consertar as paredes avariadas pelo funcionário instalador da empresa Zumbi Telefonia.
O magistrado de primeiro grau, de forma irretocável, ao receber a inicial, acolheu integralmente o pedido liminar formulado, determinando que a empresa ré instale os serviços de televisão por assinatura na residência da autora Maria, no prazo de cinco dias, sob pena de multa diária de R$ 500,00 (quinhentos reais).
Agiu com absoluto acerto o magistrado do Juizado Especial Cível, requerendo-se a Vossas Excelências a manutenção dessa decisão.
DO DIREITO
Fez-se necessária a concessão de tutela de urgência, garantindo a efetividade e a utilidade da medida, no sentido de obrigar a empresa ré a instalar os serviços de televisão por assinatura na residência da autora Maria, sob pena de multa diária de R$ 500,00 (quinhentos reais).
É patente a necessidade de concessão de tutela de urgência prevista, nos moldes do art. 300 do CPC, pela presença da fumus boni juris (ocorrência do evento danoso e responsabilidade objetiva da empresa ré), bem como do periculum in mora consubstanciado no fato de a autora já pagar há meses o serviço a que tem direito e não poder usufruir deste por culpa exclusiva da empresa ré.
Assim, com base nos fundamentos acima expostos, deve ser deferido o pedido liminar, a fim de que sejam providenciadas medidas processuais astreintes, para que haja rápida satisfação do provimento jurisdicional.
DOS PEDIDOS
Diante do aqui exposto, requerem as autoras de Vossas Excelências que não seja conhecido ou provido o presente Recurso de Agravo de Instrumento, tanto em razão de seu descabimento quanto da incompetência absoluta do juízo recursal e, caso superadas essas preliminares, seja o recurso improvido em seu mérito.
Termos em que, pede deferimento.
Taubaté/SP - 19 de Outubro de 2021
RICHARD VIEIRA FERNANDES
OAB/MG 512.852

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