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SISTEMA DE ENSINO
NOÇÕES DE DIREITO 
CONSTITUCIONAL
Teoria Geral dos Direitos e Garantias 
Fundamentais
Livro Eletrônico
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Luciano Dutra
Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais ..................................................... 16
1. Distinção entre Direitos e Garantias Fundamentais ....................................................17
2. Características dos Direitos e Garantias Fundamentais ............................................ 19
3. Evolução dos Direitos e Garantias Fundamentais .................................................... 20
4. Destinatários dos Direitos e Garantias Fundamentais .............................................. 30
5. Eficácia Horizontal ou Eficácia Externa ....................................................................34
6. Teoria dos Limites dos Limites dos Direitos Fundamentais ......................................35
7. Colisão entre Direitos Fundamentais – Aplicação do Princípio da Proporcionalidade .36
8. Os Quatro Status de Jellinek ....................................................................................38
Resumo ....................................................................................................................... 40
Questões de Concurso ..................................................................................................43
Gabarito ...................................................................................................................... 58
Gabarito Comentado .....................................................................................................59
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
1) Apresentação
Caro(a) aluno(a), tudo bem? Espero que este texto lhe encontre feliz e com saúde. 
Inicialmente, gostaria de manifestar a minha imensa satisfação de participar dessa impor-
tante e decisiva caminhada rumo ao tão sonhado cargo público. Muito obrigado por confiar no 
nosso trabalho.
A caminhada não será fácil, mas não se assuste, pois estamos aqui para ajudá-lo(a) nesta 
batalha. Seremos soldados de todas as horas para JUNTOS enfrentarmos essa guerra.
Antes de tudo, permita-me me apresentar. Meu nome é LUCIANO DUTRA ou apenas LD. 
Sou Professor de Direito Constitucional com ampla experiência em cursos preparatórios para 
concursos públicos e Exames de Ordem presenciais e online e autor de diversas obras, dentre 
as quais o nosso Direito Constitucional Essencial, que já se encontra na 4ª edição pela Edito-
ra Método. Sou dedicado, também, em estudar a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. 
Exerço, com muito orgulho e após intenso esforço, o cargo de Advogado da União desde 2009. 
Comecei minha caminhada na seara dos concursos públicos muito cedo, sendo aprovado no 
concurso público para Escola Preparatória de Cadetes do Exército aos 15 anos de idade. Gra-
duei-me em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora e sou especialista em Direito 
Público. Sou, ainda, graduado em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras 
do Exército Brasileiro e Pós-Graduado em Ciências Militares pela Escola de Aperfeiçoamento 
de Oficiais do Exército Brasileiro, sendo 4º colocado de minha turma. Além disso, importante 
dizer que fui aprovado em diversos concursos públicos.
Quer me conhecer um pouco mais? Acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=-
fyhpellsL_Q.
Este material foi preparado com muito carinho e dedicação para servir de ferramenta eficaz 
para a sua aprovação. 
Nosso audacioso objetivo é que você gabarite as questões de Direito Constitucional neste 
tão aguardado concurso para Polícia Civil do Estado da Paraíba.
Pois bem, agora que você já me conhece, passemos aos ensinamentos do desafiador Di-
reito Constitucional, trazendo primeiramente dicas valiosas de como estudar nossa disciplina. 
Venha comigo!!!
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2) Como Estudar o Direito Constitucional: o Tripé da Aprovação
Para ser aprovado em concurso público, independentemente do nível de exigência do cargo 
pleiteado, você precisa ultrapassar a disciplina Direito Constitucional. Para facilitar o caminho 
até a tão sonhada conquista, superando o possível trauma inicial causado pelo primeiro con-
tato com os intangíveis e incomuns conceitos do Direito Constitucional, trarei uma ferramenta 
testada e aprovada pelos meus saudosos alunos e alunas: aquilo que denominei de TRIPÉ DA 
APROVAÇÃO. 
Pois bem, meu (minha) querido(a) discente, o estudo do Direito Constitucional para concur-
sos públicos se apoia em três bases: uma boa doutrina, a jurisprudência do Supremo Tribunal 
Federal e a leitura incessante da Constituição Federal. Além, é claro, da resolução das provas 
anteriores e da escolha de um excelente curso preparatório (já começou com o pé direito, es-
colhendo o Gran Cursos Online – centro de excelência que já aprovou milhares de ex-alunos).
De início, você deve selecionar uma OBRA DE QUALIDADE. Um bom livro para concurso 
público deve trazer os assuntos mais importantes de forma objetiva, sintetizando a doutrina 
constitucionalista mais abalizada, a jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, e 
somada, se possível, a quadros sinóticos, dicas e exercícios de fixação retirados das provas já 
aplicadas.
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É importante que a obra se encaixe no seu perfil. Para ajudá-lo(a) nesta difícil tarefa, se-
guem algumas indicações bibliográficas, dentre tantas outras existentes no mercado editorial: 
• Luciano Dutra, Direito Constitucional Essencial, Editora Método (4ª edição); 
• Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, Editora Atlas; 
• Alexandre de Moraes, Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, 
Editora Atlas; 
• Dirley da Cunha Júnior, Curso de Direito Constitucional, Editora Juspodivm;
• Gilmar Ferreira Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco, Curso de Direito Constitucional, 
Editora Saraiva;
• Manoel Gonçalves Ferreira Filho, Curso de Direito Constitucional, Editora Saraiva; 
• Marcelo Novelino, Direito Constitucional, Editora Juspodivm; 
• Pedro Lenza, Direito Constitucional Esquematizado, Editora Saraiva; 
• Sylvio Clemente da Motta Filho, Direito Constitucional: teoria, jurisprudência e questões, 
Editora Campus/Elsevier; 
• Uadi Lammêgo Bulos, Curso de Direito Constitucional, Editora Saraiva; e
• Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, Direito Constitucional Descomplicado, Editora Mé-
todo.
Como a escolha da obra é algo muito pessoal, o idealé você ler alguns trechos dos livros 
selecionados e sentir se a linguagem do autor lhe é agradável. Importante lembrar, ademais, 
que nenhuma obra é “completa”, de tal forma que é fundamental acompanhar a leitura do livro 
com as informações atualizadas trazidas por nosso curso de Direito Constitucional.
Não deixe de pesquisar também a obra eletrônica disponibilizada no site do STF chamada 
“A Constituição e o Supremo”. É gratuita e ajuda o candidato no pleno entendimento da Consti-
tuição Federal à luz das decisões atuais da Suprema Corte. 
MAS, se você adotar nosso PDF como material de estudo, eu lhe asseguro que terá TUDO 
o que é necessário para gabaritar Direito Constitucional. Utilize o livro escolhido apenas como 
complemento, se for o caso.
A segunda base do TRIPÉ DA APROVAÇÃO é a JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBU-
NAL FEDERAL. A maneira mais eficiente para você estar atualizado(a) com as recentes deci-
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sões do STF é ler os Informativos de jurisprudência disponibilizados semanalmente no site da 
Corte. Mas cuidado ao manusear o Informativo! Não há necessidade de ler todas as partes, 
mas apenas aquelas que se inserem no conteúdo do edital do seu concurso. Tenha senso de 
seleção. Por exemplo, se no seu certame não cai Direito Tributário, você não precisa estudar as 
decisões afetas a esse ramo do Direito. Reconheço o quão difícil é ler e compreender os Infor-
mativos do STF. Para ajudá-lo(a), terei o zelo de trazer para dentro do nosso PDF as decisões 
recentes do STF que poderão impactar os concursos públicos. Destaque-se que a importân-
cia do estudo da jurisprudência está intimamente ligada ao grau de dificuldade do certame: 
quanto mais difícil é o concurso maior a cobrança da jurisprudência. Ou seja, concursos das 
carreias jurídicas, concursos das carreiras do Poder Legislativo, concursos para a área fiscal, 
concursos das áreas de gestão e controle cobram com mais frequência a jurisprudência do 
STF. Para você que fará concurso para estas áreas citadas, deixo ao final das aulas um repo-
sitório de súmulas e jurisprudência aplicáveis, de leitura obrigatória. Outros concursos como 
os das carreiras policiais, concursos para as demais área do Poder Executivo, concursos de 
nível médio exigem mais a literalidade da Constituição Federal e não costumam cobrar o co-
nhecimento da jusrisprudência. Caso você deseja fazer estes concursos em que a jurisprudên-
cia não é muito cobrada, as súmulas e jurisprudência aplicáveis que acompanham o material 
deverão ser encaradas como mera leitura complementar, se houver tempo. Não se trata de 
leitura obrigatória, é apenas um brinde do LD para você. Portanto, direcione a leitura deste PDF 
de acordo com a sua realidade. Para este concurso da Polícia Civil do Estado da Paraíba não é 
necessário ler a jurisprudência trazida ao final de cada aula. Considere esta parte do material 
apenas como um brinde do LD para futuros concursos.
Fechando o TRIPÉ DA APROVAÇÃO, é imprescindível ler e reler o TEXTO DA CONSTITUI-
ÇÃO FEDERAL, palco de cobrança de infindáveis questões. O examinador de qualquer banca, 
muitas das vezes, traz para o bojo da prova a literalidade do Texto Maior. Para tanto, tenha 
sempre em mãos uma Constituição Federal atualizada, contendo as emendas constitucionais 
mais recentes. Temas como os Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (art. 5º), os Direitos 
Sociais (arts. 6º ao 11), o elenco dos bens da União (art. 20), os bens atribuídos aos Estados-
-membros (art. 26), a repartição constitucional de competências (arts. 21 a 24), as atribuições 
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do Congresso Nacional e de suas Casas - Câmara dos Deputados e Senado Federal (arts. 48 
a 52), as atribuições do Presidente da República (art. 84), as composições e as competências 
dos órgãos do Poder Judiciário (arts. 101 a 126) dependem muito mais do seu esforço pessoal 
em ler a Constituição Federal até a exaustão do que assistir uma brilhante aula expositiva ou a 
leitura de uma obra doutrinária de qualidade. Nesse viés, para facilitar a sua vida, vou transcre-
ver no PDF as partes da Constituição Federal que exigem a assimilação por você.
Além da preparação teórica proposta, que necessariamente passará pelo TRIPÉ DA APRO-
VAÇÃO, é fundamental a RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES dos concursos públicos anteriores. 
Aqui, também temos uma dica valiosa: faça as questões recentes da banca que realizará o seu 
certame, desde que de editais similares, e todas as questões passadas dos concursos anterio-
res do cargo que você pleiteia, independentemente da banca. Com isso, você fixará os conhe-
cimentos já adquiridos e levantará os temas que precisa melhorar. Nosso PDF conta, também, 
com um rol de exercícios minuciosamente selecionados para a sua preparação. Além disso, 
você pode contar com o GRAN CURSOS QUESTÕES que contém inúmeras questões para aju-
dá-lo(a) na sua aprendizagem.
Em se falando das bancas examinadoras, é importantíssimo conhecer o seu “inimigo”. En-
sina Sun Tzu em “A arte da guerra”, capítulo 10, que: “conheça o inimigo e a si mesmo e você 
obterá a vitória sem qualquer perigo; conheça terreno e as condições da natureza, e você será 
sempre vitorioso”. No seu caso, o “inimigo” é a banca examinadora e o “terreno” são as provas 
passadas desta banca. 
Para facilitar o pleno conhecimento do “inimigo” e do “terreno”, segue uma análise pessoal 
das bancas examinadoras mais importantes, à luz do TRIPÉ DA APROVAÇÃO:
CESPE Vunesp FCC FGV
DOUTRINA Importante Importante Importante Muito importante
JURISPRUDÊNCIA Muito importante Importante Importante Importante
CF/88 Muito importante Muito importante Muito importante Muito importante
Note que a leitura da Constituição Federal é SEMPRE muito importante!
Concluindo, é certo que o Direito Constitucional estará na sua prova. Não se assuste com o 
“choque” inicial que essa disciplina pode lhe causar. Está longe de ser um “bicho de sete cabe-
ças”. Apoie-se no TRIPÉ DA APROVAÇÃO (a doutrina, a jurisprudência do STF e a Constituição 
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Federal), faça infindáveis exercícios de fixação e se valha de um excelente curso preparatório 
como o Gran Cursos Online que, com isso, o seu sucesso estará garantido. Nosso PDF tem a 
audácia de garantir a você as informações necessárias para GABARITAR Direito Constitucio-
nal, basta ter foco, força de vontade e fé na missão!!!
3) O Direito Constitucional e a Constituição Federal
Valeremo-nos, doravante, deste PDF para ensinar-lhe o desafiador e saboroso Direito Cons-
titucional. Mas o que é o Direito Constitucional? Segundo as palavras do iluminado juristae, a 
nosso sentir, o maior constitucionalista do País José Afonso da Silva1, o Direito Constitucional 
pertence ao setor do Direito Público. Distingue-se dos demais ramos do Direito Público pela 
natureza específica de seu objeto e pelos princípios peculiares que o informam. Configura-se 
como Direito Público fundamental por referir-se diretamente à organização e funcionamento 
do Estado, à articulação dos elementos primários do mesmo e ao estabelecimento das bases 
da estrutura política. Conclui o citado mestre que o Direito Constitucional pode ser definido 
como “o ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas 
fundamentais do Estado”. 
Em nosso Direito Constitucional Essencial2 definimos Direito Constitucional como “o ramo 
do Direito Positivo Público que estuda a Constituição Federal, considerada como norma jurí-
dica suprema que organiza o Estado pelos seus elementos constitutivos (povo, território, go-
verno, soberania e finalidade), atribuindo-lhe poder e, ao mesmo tempo, limitando o exercício 
desse poder pela previsão de direitos e garantias fundamentais e pela separação de poderes”.
Direito Constitucional Constituição
Ramo do Direito Positivo Público 
que estuda a Constituição.
Norma jurídica suprema que cria o 
Estado, atribuindo-lhe poder limitado 
pela previsão de direitos e garantias 
fundamentais e pela separação de 
poderes.
1 Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros. 39ª edição. 2016. p. 36.
2 Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019. p. 3.
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Ainda, nos valendo do nosso Direito Constitucional Essencial, vamos diferenciar Direito 
Público do Direito Privado3. Nos ramos do Direito qualificados como Público, o Estado parti-
cipa da relação jurídica em condição de supremacia em relação aos indivíduos (em condição 
de desigualdade), prevalecendo a vontade coletiva sobre o interesse individual. Ao Estado, 
compete criar normas jurídicas que visam tutelar os interesses coletivos, os interesses gerais 
da sociedade, e aplicá-las; ao povo, cumpre obedecer a ordem jurídica estabelecida. É o Direito 
composto inteiramente por normas de ordem pública, normas cogentes, imperativas, de obri-
gatoriedade inafastável. Como exemplos, temos: Direito Constitucional, Direito Administrativo, 
Direito Penal, Direito Processual, Direito Tributário, Direito Eleitoral, Direito Ambiental. De outra 
banda, o Direito Privado trata de relações entre particulares (privadas). É composto predomi-
nantemente por normas de ordem privada (supletiva) que se direcionam a regulamentação dos 
interesses individuais. Os integrantes da relação jurídica estão em pé de igualdade, prevale-
cendo a autonomia da vontade. Como exemplos, citamos: o Direito Civil e o Direito Empresarial.
Convém mencionar que a divisão do Direito entre Público e Privado cumpre uma função 
eminentemente didático-metodológica (trata-se de uma conveniência acadêmica), uma vez 
que o Direito é, a rigor, uno e indivisível. Ademais, essa visão dicotômica do Direito perde mais 
espaço com o nascimento do neoconstitucionalismo (ou novo Direito Constitucional). Com 
a evolução de um novo paradigma de Estado (chamado de Estado pós-Social), as relações 
privadas passam a ser observadas à luz da Constituição Federal. Não por outra razão que os 
direitos fundamentais passam a influenciar as relações privadas (estudaremos a seu tempo o 
tema eficácia horizontal dos direitos e garantias fundamentais que está ligado à influência dos 
direitos fundamentais nas relações jurídico-privadas). Nesse contexto, o Direito Civil abando-
na seu caráter meramente patrimonialista e passa a focar no ser humano, em homenagem a 
dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil (art. 1º, inc. III) e 
princípio básico que orienta os demais direitos e garantias fundamentais4.
3 Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019, p. 3.
4 Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019. p. 3-4.
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Como vimos, o objeto de estudo do Direito Constitucional é a Constituição Federal. Mas 
o que é a Constituição? José Afonso da Silva5 demonstra que o termo Constituição assume 
vários significados (é uma palavra plurívoca), tais como: 
a) conjunto dos elementos essenciais de alguma coisa: a constituição do universo, a cons-
tituição dos corpos sólidos; 
b) temperamento, compleição do corpo humano: uma constituição psicológica explosiva, 
uma constituição robusta; 
c) organização, formação: a constituição de uma assembleia, a constituição de uma co-
missão; 
d) o ato de estabelecer juridicamente: a constituição de dote, de renda, de uma sociedade 
anônima; 
e) conjunto de normas que regem uma corporação, uma instituição: a constituição da pro-
priedade; 
f) a lei fundamental de um Estado.
Com efeito, a Constituição, que se traduz em objeto de estudo do Direito Constitucional, 
é justamente o sentido de “lei fundamental de um Estado”, ou seja, “a organização dos seus 
elementos essenciais: um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regula a 
forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o exercício do poder, o es-
tabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os direitos fundamentais do homem e 
as respectivas garantias. Em síntese, a Constituição é o conjunto de normas que organiza os 
elementos constitutivos do Estado”.6
4) Estrutura da Constituição Federal de 1988
Querido(a) aluno(a), para conseguirmos compreender o conteúdo de nossa atual Consti-
tuição Federal, promulgada em 05 de outubro de 1988, é importantíssimo entender a maneira 
pela qual ela foi estruturada. Então vamos lá! Ela possui um preâmbulo, uma parte dogmáti-
ca, um ato das disposições constitucionais transitórias, emendas constitucionais de revisão, 
5 Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros. 39ª edição. 2016. p. 39.
6 Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros. 39ª edição. 2016. p. 39-40.
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emendas constitucionais de reforma e atos internacionais equivalentes à emenda à Consti-
tuição. Vejamos cada um deles.
O PREÂMBULO é a parte precedente do texto constitucional que irradia uma pauta de valo-
res e objetivos adotados pela Constituição Federal. Diz o preâmbulo:
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir 
um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dosdireitos sociais e individuais, a liber-
dade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos 
de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprome-
tida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob 
a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
Importante informar que o Supremo Tribunal Federal fixou o entendimento de que o preâm-
bulo da Constituição Federal de 1988 não possui força normativa, reconhecendo apenas valor 
interpretativo. Vale dizer, a força do preâmbulo está na sua capacidade de nortear a interpreta-
ção e a integração do texto constitucional propriamente dito, sendo que, embora o preâmbulo 
faça parte da Constituição, não possui força autônoma, não podendo induzir a declaração de 
inconstitucionalidade tão só com base em suas disposições.7
DE OLHO NOS DETALHES
O preâmbulo:
1) não possui força normativa;
2) possui função de diretriz interpretativa do texto constitucional;
3) não é considerado verdadeiramente uma norma constitucional; 
4) não é norma de observância obrigatória pelas Constituições Estaduais e pelas Leis Orgânicas 
do Distrito Federal e dos Municípios. Ou seja, não segue o princípio da simetria; 
5) não pode ser utilizado como parâmetro de controle. 
Por seu turno, a PARTE DOGMÁTICA da Constituição Federal de 1988 constitui o seu corpo 
central, reunindo os Princípios Fundamentais (Título I), os Direitos e Garantias Fundamentais 
(Título II), a Organização do Estado (Título III), a Organização dos Poderes (Título IV), a Defesa 
do Estado e das Instituições Democráticas (Título V), a Tributação e o Orçamento (Título VI), 
a Ordem Econômica e a Ordem Financeira (Título VII), a Ordem Social (Título VIII) e as Dis-
7 Marcelo Alkmin apud Oliveira, James Eduardo. Constituição Federal anotada e comentada. Editora Forense. 2013. p. 2.
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posições Constitucionais Gerais (Título IX). Enfim, é o texto da Constituição Federal que se 
estende do art. 1º ao art. 250. Da parte dogmática, o que é que interessa para você? Depende 
do seu edital. Nesta apresentação haverá um direcionamento específico para o seu concurso.
Por sua vez, o ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS (ADCT) é o 
conjunto de normas constitucionais que assumem dupla função: 
a) realizar a transição entre a nova ordem constitucional e a que foi substituída (por exem-
plo: art. 25, do ADCT – não precisa decorá-lo); 
Art. 25. Ficam revogados, a partir de cento e oitenta dias da promulgação da Constituição, sujeito 
este prazo a prorrogação por lei, todos os dispositivos legais que atribuam ou deleguem a órgão do 
Poder Executivo competência assinalada pela Constituição ao Congresso Nacional, especialmente 
no que tange a:
I – ação normativa;
II – alocação ou transferência de recursos de qualquer espécie.
§ 1º Os decretos-lei em tramitação no Congresso Nacional e por este não apreciados até a promul-
gação da Constituição terão seus efeitos regulados da seguinte forma:
I – se editados até 2 de setembro de 1988, serão apreciados pelo Congresso Nacional no prazo de até 
cento e oitenta dias a contar da promulgação da Constituição, não computado o recesso parlamentar;
II – decorrido o prazo definido no inciso anterior, e não havendo apreciação, os decretos-lei ali men-
cionados serão considerados rejeitados;
III – nas hipóteses definidas nos incisos I e II, terão plena validade os atos praticados na vigência 
dos respectivos decretos-lei, podendo o Congresso Nacional, se necessário, legislar sobre os efeitos 
deles remanescentes.
§ 2º Os decretos-lei editados entre 3 de setembro de 1988 e a promulgação da Constituição serão 
convertidos, nesta data, em medidas provisórias, aplicando-se-lhes as regras estabelecidas no art. 
62, parágrafo único.
b) disciplinar provisoriamente determinadas situações, enquanto não regulamentadas em 
definitivo por lei (por exemplo: art. 16, do ADCT – também não há necessidade de memorizá-lo). 
Art. 16. Até que se efetive o disposto no art. 32, § 2º, da Constituição, caberá ao Presidente da República, 
com a aprovação do Senado Federal, indicar o Governador e o Vice-Governador do Distrito Federal.
§ 1º A competência da Câmara Legislativa do Distrito Federal, até que se instale, será exercida pelo 
Senado Federal.
§ 2º A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Distrito Federal, 
enquanto não for instalada a Câmara Legislativa, será exercida pelo Senado Federal, mediante con-
trole externo, com o auxílio do Tribunal de Contas do Distrito Federal, observado o disposto no art. 
72 da Constituição.
§ 3º Incluem-se entre os bens do Distrito Federal aqueles que lhe vierem a ser atribuídos pela União 
na forma da lei.
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Diga-se que não há qualquer diferença hierárquica entre as normas previstas no ADCT e 
as integrantes da parte dogmática da Constituição Federal. Ambas são formalmente consti-
tucionais com o mesmo status jurídico, ou seja, as normas constantes do ADCT servem de 
parâmetro de controle de constitucionalidade, bem como sua alteração deve seguir o modelo 
das emendas constitucionais. 
DICA DO LD
Apesar de cumprirem importante papel na transição constitu-
cional, as normas do ADCT não são imprescindíveis às Consti-
tuições, vale dizer, a existência, ou não, de normas transitórias 
fica ao talante do constituinte originário 8 (aquele que redigiu o 
texto da Constituição Federal).
Vejamos agora as EMENDAS CONSTITUCIONAIS. Elas podem ser de reforma ou de revi-
são. Em cumprimento ao art. 3º do ADCT9, foram promulgadas seis EMENDAS CONSTITU-
CIONAIS DE REVISÃO (ECR). Por se tratar de um procedimento único e exaurido, sob o regime 
constitucional vigente, não é possível a edição de uma nova ECR. Noutro giro, o procedimento 
para a edição de uma EMENDA CONSTITUCIONAL DE REFORMA (EC) é permanente, razão 
pela qual pode, a qualquer momento, ser efetuada uma nova modificação constitucional, des-
de que respeitado o devido processo legislativo constitucional capitulado no art. 6010 (se no 
seu concurso cair processo legislativo, iremos juntos trabalhar este art. 60 no momento ade-
quado).
Por fim, a partir da promulgação da Emenda Constitucional 45, de 2004, o Brasil passou a admitir 
ATOS INTERNACIONAIS EQUIVALENTES À EMENDA À CONSTITUIÇÃO, que são os tratados inter-
nacionais sobre direitos humanos incorporados ao ordenamento jurídico pátrio com força de emen-
da à Constituição. É o que prevê o § 3º do art. 5º: “os tratados e convenções internacionais sobre 
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por 
três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”. 
O Brasil já possui dois tratados internacionais sobre direitos humanos internalizados segundo o 
quórum diferenciado do art. 5º, § 3º: 1) a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência 
8 Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição.2019. p. 64.
9 Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da 
maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.
10 Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019, p. 65. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
e de seu Protocolo Facultativo, assinado em Nova Iorque, em 2007 (Decreto Legislativo n. 186, de 
2008); e 2) o Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas às Pessoas Cegas, 
com Deficiência Visual ou com outras Dificuldades para Ter Acesso ao Texto Impresso, concluído 
no âmbito da Organização Mundial da Propriedade Intelectual, celebrado em Marraqueche, em 2013 
(Decreto Legislativo nº 261, de 2015).
Para facilitar nossa memorização quanto à estrutura da Constituição Federal de 1988, vamos a um 
mapa mental. Aliás, você encontrará mapas mentais, esquemas e dicas durante todo nosso curso.
ATOS INTERNACIONAIS = EC
EC DE REFORMA
PREÂMBULO
EC DE REVISÃO PARTE 
DOGMÁTICA
ADCT
art. 5º, §3º
art. 60
procedimento 
permanente
art. 3º do ADCT
procedimento único
6
realizar a transação entre Constituições
disciplinar provisoriamente certas matérias
SERVE PARA
normas do ADCT = normas da parte dogmática (não há hierarquia)
parâmetro de controle 
não é obrigatória a existência
parte precedente
sintetiza valores
serve para orientar a interpretação
não possui força normativa (STF)
não é verdadeiramente uma norma constitucional
não é de observância obrigatória
não é utilizado como parâmetro de controle
corpo principal
arts. 1º ao 250
parâmetro de controle
ESTRUTURA 
DA CF 1988
DOUTRINA
DIREITO CONSTITUCIONAL 
ESSENCIAL 4ª EDIÇÃO STF LER COM MUITA ATENÇÃO
JURISPRUDÊNCIA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
TRIPÉ DA APROVAÇÃO
TUDO
NO
PDF
DO
LD
Conseguiu acompanhar todo o raciocínio até aqui? Espero que sim. Então prossigamos.
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Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Agora que você já me conhece e entendeu o objeto de estudo da nossa querida disciplina, 
vou apresentar-lhe o nosso curso de Direito Constitucional em 8 aulas, para Polícia Civil do 
Estado da Paraíba assim distribuídas:
Aula um – Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais;
Aula dois – Direitos e Deveres Individuais e Coletivos;
Aula três – Direitos Sociais;
Aula quatro – Nacionalidade;
Aula cinco – Direitos Políticos e Partidos Políticos;
Aula seis – Poder Executivo;
Aula sete – Segurança Pública;
Aula oito – Ordem Social.
Está comigo até aqui? Espero que sim.
Lembre-se de que o Gran Cursos Online possui um fórum de dúvidas para que possamos 
ajudá-lo(a) na plena compreensão do Direito Constitucional. 
Gostaria de receber sua avaliação acerca das nossas aulas. Isso é muito importante para 
nós.
Então vamos ao estudo do tema Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais.
Espero tê-lo(a) como aluno(a). Conte sempre conosco. Fique com Deus, forte abraço e 
bons estudos.
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Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
TEORIA GERAL DOS DIREITOS E GARANTIAS 
FUNDAMENTAIS
Nobre aluno(a), agora vamos iniciar o estudo do Título II da CF/1988.
Em um primeiro momento, veremos a chamada teoria geral dos direitos e garantias funda-
mentais. Após, trataremos dos cinco capítulos que compõem o Título II, a saber:
• Capítulo 1: direitos e deveres individuais e coletivos;
• Capítulo 2: direitos sociais;
• Capítulo 3: nacionalidade;
• Capítulo 4: direitos políticos;
• Capítulo 5: partidos políticos.
A partir dessa análise, podemos concluir que os direitos e garantias fundamentais (Título 
II) são um gênero, cujas espécies são os cinco capítulos acima mencionados.
DIREITOS E GARAN-
TIAS 
FUNDAMENTAIS
PARTIDOS POLÍTICOS
DIREITOS POLÍTICOS NACIONALIDADE
DIREITOS E DEVERES 
INDIVIDUAIS E COLETIVOS
DIREITOS SOCIAIS
Tal afirmação pode parecer, num primeiro instante, irrelevante, mas já caiu. Perceba!
Questão 1 (CÂMARA DOS DEPUTADOS/CONSULTOR LEGISLATIVO/2014) A CF classi-
fica, para fins de sistematização, o gênero direitos e garantias fundamentais em dois grupos: 
direitos e deveres individuais e coletivos e direitos sociais.
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Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Errado.
Na verdade, o gênero direitos e garantias fundamentais é dividido em cinco espécies (grupos): 
Capítulo 1: direitos e deveres individuais e coletivos; Capítulo 2: direitos sociais; Capítulo 3: 
nacionalidade; Capítulo 4: direitos políticos; Capítulo 5: partidos políticos.
Questão 2 (MPU/TÉCNICO/2015) Na CF, a classificação dos direitos e garantias funda-
mentais restringe-se a três categorias: os direitos individuais e coletivos, os direitos de nacio-
nalidade e os direitos políticos.
Errado.
Vale o mesmo comentário da questão anterior.
Chamo a sua atenção para um importante detalhe: não precisa estar expressamente pre-
visto no edital o tema teoria geral dos direitos e garantias fundamentais (e, aliás, na maioria 
das vezes, não estará). O simples fato de cobrar o Título II da Constituição Federal já é suficien-
te para sabermos que sua teoria geral também poderá ser objeto de prova. Cuidado com isso!
1. Distinção entre Direitos e Garantias FunDamentais
Ora, o nome do Título II é “direitos e garantias fundamentais”. Será que direito e garantia 
seriam termos sinônimos? A resposta é negativa.
Os direitos fundamentais são os bens jurídicos tutelados pela Constituição Federal, de 
cunho declaratório. Por sua vez, as garantias fundamentais são instrumentos de proteção de 
um determinado direito também previstos na Constituição, de cunho assecuratório. Assim, 
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Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais
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a Constituição Federal tutela a liberdade de locomoção – direito fundamental (art. 5º, XV) e, 
caso haja restrição ilegal à liberdade de locomoção, a mesma Constituição prevê a garantia do 
habeas corpus – garantia fundamental (art. 5º,LXVIII).
Art. 5º, XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, 
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
Art. 5º, LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de 
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
DIFERENÇA ENTRE 
DIREITO E GARANTIA
DIREITO FUNDAMENTAL
GARANTIAS FUNDAMENTAIS
bens jurídicos tutelados pela Constituição Federal (exemplos: vida, 
liberdade de locomoção, direito de reunião)
natureza declaratória
instrumentos previstos na Constituição Federal para assegurar o gozo de 
um determinado direito fundamental (exemplo: para proteger o direito fun-
damental da liberdade de locomoção, a Constituição prevê o habeas corpus)
natureza assecuratória
Veja como isso é cobrado na prova!
Questão 3 (MPU/ANALISTA PROCESSUAL/2010/ADAPTADA) Os direitos são bens e van-
tagens prescritos no texto constitucional e as garantias são os instrumentos que asseguram o 
exercício de tais direitos.
Certo.
De acordo com nossa explicação.
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DICA DO LD
Não confunda direitos fundamentais com direitos humanos. Os 
direi tos fundamentais encontram-se previstos na Constituição 
Federal de um determinado Estado, ou seja, são normas jurídi-
cas internas de um certo País. Por sua vez, os direitos huma-
nos, universalmente adotados, estão assegurados em tratados 
internacionais, isto é, são normas jurídicas internacionais.
2. CaraCterístiCas Dos Direitos e Garantias FunDamentais
Muito embora não haja perfeita sintonia na doutrina com relação ao tema ora em análise, 
podemos apontar que são características dos direitos e garantias fundamentais:
• historicidade: significa que os direitos e garantias fundamentais foram criados ao longo 
da história e não num determinado momento histórico. Essa característica está ligada à 
evolução dos direitos fundamentais, que estudaremos mais a frente;
• universalidade: os direitos e garantias fundamentais destinam-se a todas as pessoas. A 
universalidade será aprofundada ao trabalharmos os destinatários dos direitos e garan-
tias fundamentais;
• relatividade: os direitos e garantias fundamentais não são absolutos, mas sim relativos. 
É bem verdade que parte da doutrina admite que certos direitos podem ser considerados 
de maneira absoluta, como a vedação à tortura e ao tratamento desumano ou degradan-
te. Mas, de maneira geral, os direitos e garantias fundamentais devem ser enxergados 
como relativos;
• irrenunciabilidade: os direitos e garantias fundamentais não podem ser objeto de renún-
cia, o que pode ocorrer é o não uso;
• inalienabilidade: os direitos e garantias fundamentais não podem ser negociados por 
não possuírem conteúdo patrimonial;
• imprescritibilidade: os direitos e garantias fundamentais não desaparecem pelo decur-
so do tempo.
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
CARACTERÍSTICAS DOS DIREI-
TOS E GARANTIAS FUNDAMEN-
TAIS
HISTORICIDADE
UNIVERSALIDADE
IMPRESCRITIBILIDADE
INALIENABILIDADE
RELATIVIDADEIRRENUNCIABILIDADE
não se perdem com o tempo criados ao longo da história
não são negociáveis destinam-se a todas as pessoas
não admitem renúncia não são absolutos
3. evolução Dos Direitos e Garantias FunDamentais
Ligada à característica histórica, vamos estudar a classificação dos direitos e garantias 
fundamentais em primeira, segunda e terceira gerações.
Para tanto, vamos nos valer do critério cronológico, isto é, levaremos em conta o momento 
em que tais direitos foram reconhecidos como fundamentais e incorporados aos textos cons-
titucionais pelo mundo.
É importante dizer que alguns doutrinadores preferem a utilização do termo “dimensão” em 
detrimento do termo “geração”, sob o argumento de que o termo geração poderia levar à ideia 
de que o advento de uma nova geração provocaria a superação da anterior, o que não corres-
ponde à classificação proposta. Na verdade, as gerações são cumulativas. Essa informação é 
muito importante porque já foi cobrada!
Para a prova, podemos considerar como sinônimos os termos geração e dimensão para 
designar a evolução dos direitos e garantias fundamentais no tempo.
Perceba como já caiu.
Questão 4 (PC-DF/AGENTE DE POLÍCIA/2009) Na evolução das conhecidas dimensões 
dos direitos fundamentais, há, sucessivamente, substituição de direitos na medida do atingi-
mento de novos estágios.
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Errado.
Conforme ensinamos, a ideia é a cumulação das gerações de direitos e garantias fundamen-
tais no tempo.
Vamos estudar, juntos, as três gerações de direitos e garantias fundamentais que são reco-
nhecidas de maneira uniforme pela doutrina e pelo STF. Venha comigo!
Direitos Fundamentais de Primeira Geração
Surgiram com as revoluções liberais do fim do século XVIII (Revolução Francesa e Inde-
pendência do Estados Unidos da América), objetivando a restrição do poder absoluto do Esta-
do, a partir do respeito às liberdades públicas, no contexto da criação de um novo modelo de 
Estado: o Estado Liberal.
São direitos negativos, pois exigem uma abstenção do Estado (um não fazer) em favor das 
liberdades públicas. Possuem como destinatários os súditos (o povo), como forma de prote-
ção em face da ação opressora do Estado. São os direitos civis e políticos, ligados ao ideal de 
liberdade.
Direitos Fundamentais de Segunda Geração
Surgiram no início do século XX, no contexto do surgimento do Estado Social, durante a 
Revolução Industrial, em oposição ao Estado Liberal. São direitos positivos, pois passaram a 
exigir uma atuação positiva do Estado (um fazer). Correspondem aos direitos sociais, cultu-
rais e econômicos, ligados ao ideal de igualdade.
DICA DO LD
Estamos estudando a segunda geração. Como é segundo em 
inglês? Second. Isto é, Sociais, Econômicos e Culturais.
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Direitos Fundamentais de Terceira Geração
Por fim, em meados do século XX, surgiram os direitos de terceira geração, denominados “di-
reitos metaindividuais” (ou transindividuais), ligados ao ideal de fraternidade (ou solidariedade).
São também direitos positivos, no bojo do Estado Social, tais como direito à preservaçãodo meio ambiente, da autodeterminação dos povos, da paz, do progresso da humanidade, do 
patrimônio histórico e cultural etc.
Perceba que há um paralelo entre os ideais da Revolução Francesa e as gerações dos di-
reitos fundamentais, ou seja, “liberdade, igualdade e fraternidade” seriam a representação dos 
direitos fundamentais de primeira, segunda e terceira gerações, nessa ordem. Cuidado: frater-
nidade é sinônimo de solidariedade!
Vejamos como isso pode cair na sua prova.
Questão 5 (DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO/2009) Os direitos de primeira geração ou dimen-
são (direitos civis e políticos) – que compreendem as liberdades clássicas, negativas ou for-
mais – realçam o princípio da igualdade; os direitos de segunda geração (direitos econômicos, 
sociais e culturais) – que se identificam com as liberdades positivas, reais ou concretas – 
acentuam o princípio da liberdade; os direitos de terceira geração – que materializam poderes 
de titularidade coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais – consagram 
o princípio da solidariedade.
Errado.
A questão retrata bem a evolução dos direitos e garantias fundamentais. O único erro está na 
correlação do lema da Revolução Francesa com as gerações. O correto seria: os direitos de 
primeira geração ou dimensão (direitos civis e políticos) – que compreendem as liberdades 
clássicas, negativas ou formais – realçam o princípio da LIBERDADE; os direitos de segunda 
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geração (direitos econômicos, sociais e culturais) – que se identificam com as liberdades po-
sitivas, reais ou concretas – acentuam o princípio da IGUALDADE; os direitos de terceira gera-
ção – que materializam poderes de titularidade coletiva atribuídos genericamente a todas as 
formações sociais – consagram o princípio da solidariedade.
Questão 6 (TJ-PA/JUIZ SUBSTITUTO/2007) Os direitos fundamentais de primeira geração 
são os direitos e garantias individuais e políticos clássicos (liberdades públicas). Os direitos 
fundamentais de segunda geração são os direitos sociais, econômicos e culturais. Os direitos 
fundamentais de terceira geração são os chamados direitos de solidariedade ou fraternidade, 
que englobam o meio ambiente equilibrado, o direito de paz e ao progresso, entre outros.
Certo.
Exatamente isso!
Questão 7 (ANCINE/NÍVEL SUPERIOR/2013) Constituem os chamados direitos de primei-
ra geração os direitos civis e sociais, caracterizados pelo valor da liberdade, enquanto os deno-
minados direitos de segunda geração são aqueles relacionados aos direitos econômicos, polí-
ticos e culturais, decorrentes do ideal da igualdade, e os chamados direitos de terceira geração 
são representados pelos direitos correlacionados ao valor da solidariedade ou fraternidade.
Errado.
Trocou os direitos sociais e políticos. O certo seria: constituem os chamados direitos de pri-
meira geração os direitos civis e POLÍTICOS, caracterizados pelo valor da liberdade, enquanto 
os denominados direitos de segunda geração são aqueles relacionados aos direitos econômi-
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cos, SOCIAIS e culturais, decorrentes do ideal da igualdade, e os chamados direitos de terceira 
geração são representados pelos direitos correlacionados ao valor da solidariedade ou frater-
nidade.
Dito isso, vamos tratar dos chamados direitos de quarta e quinta gerações, mas antes, é 
importante destacar que não há unanimidade aqui. O tema é bastante controverso, justamente 
por isso não tem caído muito em provas. Na maioria das vezes que foi lembrado, o examinador 
valeu-se da doutrina de Paulo Bonavides. Portanto, vamos a ela!
Direitos Fundamentais de Quarta Geração
Segundo Paulo Bonavides11, os direitos fundamentais de quarta geração estão ligados à 
democracia, à informação e ao pluralismo (ou diversidade). Estes direitos nascem a partir do 
fenômeno da globalização política.
DICA DO LD
Pode ser que a banca cobre a quarta geração à luz do filósofo 
italiano Norberto Bobbio. Para ele, são direitos de quarta gera-
ção aqueles ligados aos avanços da engenharia genética.
Direitos Fundamentais de Quinta Geração
Paulo Bonavides defende, ainda, que o direito à paz (art. 4º, VI) representaria o direito fun-
damental de quinta geração12.
Cuidado: de maneira geral, o direito à paz é de terceira geração, por ser um direito metain-
dividual. Esse entendimento de que a paz representaria um direito de quinta geração é próprio 
de Paulo Bonavides. OK?
11 Bonavides, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 26ª edição. Editora Malheiros, 2011. Páginas 570/572.
12 Bonavides, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 26ª edição. Editora Malheiros, 2011. Páginas 579/593.
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EVOLUÇÃO – CRITÉRIO CRONO-
LÓGICO
1a GERAÇÃO5a GERAÇÃO
2a GERAÇÃO
3a GERAÇÃO
4a GERAÇÃO
Norberto Bobbio: direitos ligados aos 
avanços da engenharia genética
direito à paz
democracia
informação
pluralismo
final do século XVIII
Estado Liberal
direitos negativos (abstenção)
direitos civis e políticos
ideal de liberdade
início do século XX
Estado Social
direitos positivos (prestacionais)
direitos sociais, econômicos e culturais
ideal de igualdade
meados do século XX
Estado Social
direitos positivos (prestacionais)
direitos metaindividuais
ideal de fraternidade (solidariedade)
A evolução dos direitos e garantias fundamentais no tempo está intimamente ligada a pró-
pria evolução do constitucionalismo (a história do Direito Constitucional). Vejamos.
Sempre houve a ideia da existência de uma norma jurídica suprema (acima das demais 
normas) que apresentasse a estruturação do Estado.
Trata-se do período denominado constitucionalismo antigo, que tem suas bases históricas 
lá no povo hebreu, com o estabelecimento, mesmo que de maneira incipiente, de limitações ao 
poder político no Estado teocrático (que adota uma religião oficial).
Como isso pode cair em concurso?
Questão 8 (TJ-CE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2011) Acerca da 
história do constitucionalismo, é correto afirmar que Karl Loewenstein identificou indícios do 
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
seu surgimento entre os hebreus durante a Antiguidade, por ter lá encontrado certas limitações 
ao poder político,mormente aquelas que asseguravam aos profetas a legitimidade para fisca-
lizar os atos governamentais que extrapolassem os limites bíblicos.
Certo.
De fato, foi o jurista alemão Karl Loewenstein (o mesmo da classificação ontológica de Cons-
tituição) quem identificou indícios do surgimento do constitucionalismo entre os hebreus du-
rante a Antiguidade, por ter encontrado certas limitações ao poder político.
Entretanto, o movimento denominado constitucionalismo moderno surgiu apenas no fim 
do século XVIII, a partir das ideias revolucionárias franco-americanas, com o propósito de 
limitar o poder estatal absoluto. O seu marco histórico está na criação das Constituições dos 
Estados Unidos da América, de 1787, e da França, de 1791.
Essas ideias revolucionárias buscaram romper com o arbítrio próprio do Estado Absolu-
tista, que possuía poderes ilimitados, para implantar um novo modelo de Estado, o Estado 
Liberal, também chamado de Estado Moderno, com poder limitado pelo estabelecimento da 
separação dos poderes e de um rol mínimo de direitos e garantias fundamentais.
A característica marcante do constitucionalismo moderno foi a criação de constituições 
(normas jurídicas supremas) com o fim de limitar o exercício do poder estatal, até então abso-
luto. Para tanto, foram concebidas constituições escritas e rígidas, inspiradas nos ideais do 
Iluminismo e na proteção das liberdades públicas, marcas centrais do liberalismo político e 
econômico vigentes à época, na busca de limites ao exercício do poder do Estado.
Perceba como isso cai em prova.
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Questão 9 (TCE-MG/PROCURADOR/2007) Considerando a evolução histórica, não podem 
ser considerados como elementos que influíram na formação do constitucionalismo, dentre 
outros episódios, quando os Estados passaram a adotar leis fundamentais, também sobre a 
organização política, na transição da monarquia absoluta para o Estado Liberal de Direito, no 
final do século XVIII.
Errado.
É justamente o contrário. Pode ser considerado como elemento que influiu na formação do 
constitucionalismo, dentre outros episódios, quando os Estados passaram a adotar leis fun-
damentais (constituições), também sobre a organização política, na transição da monarquia 
absoluta para o Estado Liberal de Direito, no fim do século XVIII.
Pode-se, portanto, denominar o constitucionalismo moderno como o movimento político, 
jurídico e ideológico que idealizou a estruturação do Estado e a limitação do exercício de seu 
poder, concretizadas pela elaboração de uma constituição escrita e rígida destinada a repre-
sentar sua lei fundamental.
O conteúdo dessas primeiras constituições escritas e rígidas, de orientação liberal, resu-
mia-se no estabelecimento de normas acerca da organização do Estado, do exercício e da 
limitação do poder estatal, assegurada pela enumeração de direitos e garantias fundamentais 
dos indivíduos e pela separação dos Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário). Essa fase 
do constitucionalismo moderno corresponde à consolidação da primeira geração dos direitos 
fundamentais, ligada ao ideal de liberdade: os direitos civis e políticos.
Já no início do século XX, no contexto da crescente Revolução Industrial, com o surgimen-
to da ideologia socialista, nasce a necessidade de se concretizar a igualdade de oportunida-
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des a todos os integrantes da sociedade, uma vez que a igualdade formal não mais cumpria o 
seu o papel social.
A partir de então, desenvolveu-se a segunda geração dos direitos e garantias fundamen-
tais (direitos sociais, econômicos e culturais), notadamente com o surgimento da Constituição 
Mexicana de 1917 e da Constituição Alemã de 1919 (chamada de Constituição de Weimar), 
pautadas no ideal da igualdade material.
Nesse contexto, o Estado abandona seu ideal abstencionista (modelo de Estado Liberal 
que se mantém inerte – não intervencionista), passando a intervir no corpo social com a fina-
lidade de corrigir as desigualdades existentes. Passam os entes políticos a executar políticas 
públicas tendentes a garantir a fruição de direitos como a saúde, a moradia, a previdência, a 
educação. Essa nova fase inaugura o constitucionalismo contemporâneo.
Essa abordagem já foi objeto de prova. Perceba.
Questão 10 (EXAME DA OAB/2007.3) O descaso para com os problemas sociais, que veio 
a caracterizar o État Gendarme, associado às pressões decorrentes da industrialização em 
marcha, o impacto do crescimento demográfico e o agravamento das disparidades no interior 
da sociedade, tudo isso gerou novas reivindicações, impondo ao Estado um papel ativo na rea-
lização da justiça social. O ideal absenteísta do Estado liberal não respondia, satisfatoriamen-
te, às exigências do momento. Uma nova compreensão do relacionamento Estado/sociedade 
levou os poderes públicos a assumir o dever de operar para que a sociedade lograsse superar 
as suas angústias estruturais. Daí o progressivo estabelecimento pelos Estados de seguros 
sociais variados, importando intervenção intensa na vida econômica e a orientação das ações 
estatais por objetivos de justiça social. Gilmar Ferreira Mendes et al. Curso de Direito Consti-
tucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 223 (com adaptações). Esse texto caracteriza, em seu 
contexto histórico, a
a) primeira geração de direitos fundamentais.
b) segunda geração de direitos fundamentais.
c) terceira geração de direitos fundamentais.
d) quarta geração de direitos fundamentais.
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Letra b.
É exatamente o retrato da transição do Estado Liberal (absenteísta) para o Estado Social (pres-
tacional) no início do século XX, no contexto da Revolução Industrial. A única dúvida que talvez 
paire é o significado do termo État Gendarme: numa tradução literal, significa Estado de Polícia 
ou Estado Guardião, mas empregado, no caso, como sinônimo de Estado Liberal não interven-
cionista. 
No Brasil, o constitucionalismo contemporâneo surgiu a partir do estabelecimento da 
Constituição Federal de 1934 – terceira Constituição Brasileira e a primeira a tratar da ordem 
econômica e social –, tendo como fonte inspiradora a Constituição Alemã de 1919 (Constitui-
ção de Weimar).
Já em meados do século XX, as constituições passaram a se preocupar com os interesses 
metaindividuais (acima da mera individualidade dos integrantes de uma dada sociedade). São 
os denominados direitos transindividuais, aí incluídos os direitos difusos, os coletivos e os 
individuais homogêneos.
Surgiu, assim, a terceira geração dos direitos e garantias fundamentais, marcados pelo 
ideal de fraternidade (solidariedade).Exemplos: direito ao meio ambiente equilibrado, ao de-
senvolvimento, ao progresso da humanidade, à paz social, à comunicação entre os povos.
É isso. Querido(a) aluno(a), em rápidas palavras, esse foi um breve histórico que retratou a 
evolução do Estado Liberal ao Estado Social, do constitucionalismo antigo ao contemporâneo, 
dos direitos e garantias fundamentais de primeira geração aos de terceira geração.
OK?
Vamos, agora, desmistificar quem são os destinatários dos direitos e garantias fundamen-
tais. De antemão, já aviso para tomar cuidado com a cabeça do art. 5º.
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4. Destinatários Dos Direitos e Garantias FunDamentais
Querido(a) aluno(a), a interpretação literal do caput do art. 5º conduz a um equívoco cras-
so!
Estabelece a norma que: “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito 
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes [...]”.
A melhor interpretação da citada norma constitucional não leva à compreensão de que 
apenas os brasileiros e os estrangeiros residentes sejam destinatários dos direitos e garantias 
fundamentais. Na verdade, são destinatárias dos direitos e garantias fundamentais presentes 
na nossa Constituição Federal todas as pessoas físicas (nacionais, estrangeiras – residentes 
ou não – e, até mesmo, os apátridas – expressão que designa aqueles que não possuem ne-
nhuma nacionalidade) e jurídicas (de direito público ou de direito privado), desde que o direito 
tratado seja compatível com a sua natureza.
Essa parte final é muito interessante. Sem dúvida que, genericamente, podemos afirmar 
que todas as pessoas físicas e jurídicas são destinatárias dos direitos e garantias fundamen-
tais previstos na nossa Constituição Federal. No entanto, não há que se falar em direitos po-
líticos ao estrangeiro. Tampouco se pode pensar em direito à saúde de uma empresa. Esses 
direitos não são compatíveis com a natureza jurídica deles.
Vejamos como isso é cobrado!
Questão 11 (TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO-PSICOLOGIA/2011) As 
pessoas jurídicas de direito privado ou público são destinatárias dos direitos e garantias fun-
damentais compatíveis com sua natureza.
Certo.
Exatamente como tratamos.
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Questão 12 (STM/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2011) As pessoas jurídicas são beneficiárias 
dos direitos e garantias individuais, desde que tais direitos sejam compatíveis com sua natureza.
Certo.
Exatamente isso! 
Questão 13 (SRF/ANALISTA TRIBUTÁRIO/2009) Pessoas jurídicas de direito público não 
podem ser titulares de direitos fundamentais.
Errado.
Em geral, todas as pessoas podem ser titulares de direitos fundamentais, inclusive as pessoas 
jurídicas de direito público, como as entidades federativas (União, Estados-membros, Distrito 
Federal e Municípios), as autarquias, as fundações públicas de direito público.
Questão 14 (IRB/DIPLOMATA/2013) Os brasileiros, natos e naturalizados, e os estrangeiros 
residentes no país são igualmente destinatários dos direitos e garantias fundamentais. Apenas 
os estrangeiros não residentes que estejam em trânsito pelo território nacional não dispõem 
de meios jurisdicionais para assegurar a validade e o gozo desses direitos.
Errado.
Conforme afirmamos, todos os estrangeiros (residentes ou não) são igualmente destinatários 
dos direitos e garantias fundamentais.
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Questão 15 (MPU/NÍVEL MÉDIO/2013) Embora os direitos e as garantias fundamentais se 
destinem essencialmente às pessoas físicas, alguns deles podem ser estendidos às pessoas 
jurídicas.
Certo.
Um exemplo é a proteção da honra objetiva de uma empresa. De acordo com a Súmula 227, do 
STJ, a pessoa jurídica pode sofrer dano moral. Nesse caso, trata-se de proteção da chamada 
honra objetiva. Conforme reconheceu o STJ, “quando se trata de pessoa jurídica, o tema da 
ofensa à honra propõe uma distinção inicial: a honra subjetiva, inerente à pessoa física, que 
está no psiquismo de cada um e pode ser ofendida com atos que atinjam a sua dignidade, 
respeito próprio, autoestima, etc., causadores de dor, humilhação, vexame; a honra objetiva, 
externa ao sujeito, que consiste no respeito, admiração, apreço, consideração que os outros 
dispensam à pessoa. Por isso se diz ser a injúria um ataque à honra subjetiva, à dignidade da 
pessoa, enquanto que a difamação é ofensa à reputação que o ofendido goza no âmbito social 
onde vive. A pessoa jurídica, criação da ordem legal, não tem capacidade de sentir emoção e 
dor, estando por isso desprovida de honra subjetiva e imune à injúria. Pode padecer, porém, de 
ataque à honra objetiva, pois goza de uma reputação junto a terceiros, passível de ficar abalada 
por atos que afetam o seu bom nome no mundo civil ou comercial onde atua”.
Questão 16 (TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2011) A jurisprudência do STF reconhece que os 
estrangeiros, mesmo os não residentes no país, são destinatários dos direitos fundamentais 
consagrados pela CF, sem distinção de qualquer espécie em relação aos brasileiros. No mes-
mo sentido, as pessoas jurídicas são destinatárias dos direitos e garantias elencados na CF, na 
mesma proporção das pessoas físicas.
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Errado.
Duplamente errado. O correto seria: a jurisprudência do STF reconhece que os estrangeiros, 
mesmo os não residentes no país, são destinatários dos direitos fundamentais consagrados 
pela CF/1988, COM distinção em relação aos brasileiros, uma vez que só gozam dos direitos 
compatíveis com sua condição de estrangeiro. No mesmo sentido, as pessoas jurídicas são 
destinatárias dos direitos e garantias elencados na CF/1988, em proporção DIFERENTE das 
pessoas físicas, haja vista que só podem usufruir daqueles direitos fundamentais compatíveis 
com sua natureza.
Questão 17 (STM/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2011) As pessoas jurídicas são beneficiárias 
dos direitos e garantias individuais, desde que tais direitos sejam compatíveis com sua natureza.
Certo.
Exatamente isso!
Questão 18 (STF/NÍVEL SUPERIOR/2013) Considerando-se que o art. 5º da CF prevê que 
todossão iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, é correto afirmar que aos estrangeiros não residentes 
no Brasil não se garantem esses direitos.
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Errado.
Conforme ensinamos, até os estrangeiros não residentes são destinatários dos direitos e das 
garantias constitucionalmente previstos. Imagine a situação de um estrangeiro que esteja fa-
zendo turismo no Brasil. Este estrangeiro não residente goza de direitos fundamentais, tais 
como, o direito à vida, o direito à liberdade de locomoção, o direito à propriedade.
5. eFiCáCia Horizontal ou eFiCáCia externa
Para explicar essa parte da teoria geral, precisamos adentrar um pouco na história geral. 
Então, vamos lá!
Na origem (fim do século XVIII), os direitos e as garantias fundamentais visavam regular 
apenas as relações entre o Estado e o particular, ou seja, foram concebidos para proteger os 
súditos (o povo) em face da ação opressora do Estado. Nessa fase, falava-se tão somente em 
eficácia vertical dos direitos e garantias fundamentais (vertical porque o Estado se situa acima 
do seu povo).
Ocorre que a evolução constitucional permitiu a aplicação de tais direitos também às re-
lações privadas ou horizontais entre pessoas privadas (horizontal porque os envolvidos estão 
no mesmo nível). Ou seja, muito embora os direitos e garantias fundamentais tenham sido 
criados para regular as relações verticais entre o Estado e os seus súditos, passaram também, 
com o tempo, a ser empregados nas relações horizontais entre pessoas privadas (eficácia 
horizontal dos direitos e garantias fundamentais).
Tenho observado uma certa dificuldade na compreensão da eficácia horizontal dos direitos 
fundamentais, especialmente por aqueles que estão estudando o Direito Constitucional pela 
primeira vez. Então, vamos tentar ser mais elucidativos.
Pensemos no princípio fundamental da dignidade da pessoa humana. Quando este princí-
pio foi positivado (ou seja, inserido na Constituição Federal pela primeira vez), a ideia era a de 
que o Estado não poderia tratar as pessoas de maneira desumana (trata-se da eficácia vertical, 
considerando que o Estado está acima das pessoas). Com a evolução da aplicação dos direi-
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tos fundamentais também nas relações privadas, o respeito à dignidade da pessoa humana 
passou a ser observado inclusive nas relações horizontais (a chamada eficácia horizontal – 
horizontal no sentido de que os partícipes estão no mesmo patamar).
Vamos a um exemplo: imagine uma residência que mantém uma empregada doméstica. O 
patrão tem o dever de tratá-la com dignidade, porque nesta relação privada deve ser observado 
o princípio da dignidade da pessoa humana. É a eficácia horizontal dos direitos fundamentais. 
Patrão e empregada estão no mesmo patamar e devem tratar-se com dignidade porque este 
princípio fundamental é de observância obrigatória nas relação jurídicas privadas.
6. teoria Dos limites Dos limites Dos Direitos FunDamentais 
Querido(a) aluno(a), vou aprofundar o estudo, dentro do nosso audacioso objetivo de GA-
BARITAR Direito Constitucional. Combinado?
Já sabemos que os direitos fundamentais possuem como característica a relatividade, isto 
é, são, em regra, não absolutos.
Isso quer dizer que é possível limitar a extensão dos direitos fundamentais. Mas essa pos-
sibilidade encontra sua limitação na manutenção do “núcleo essencial” do direito fundamental.
Essa teoria chama-se teoria dos limites dos limites dos direitos fundamentais (chamado 
pela doutrina alemã de Schranken-Schranken).
Segundo a teoria dos limites dos limites dos direitos fundamentais, a restrição ao direito 
fundamen tal, que decorre da própria Constituição, somente é válida se respeitado o seu núcleo 
essencial. Entende-se por núcleo essencial, o conteúdo mínimo e intangível do direito funda-
mental, que deve sempre ser protegido em quaisquer circunstâncias, sob pena de se criar gra-
ve situação inconstitucional. 
Vamos a um exemplo hipotético, porém elucidativo. Hoje é possível a qualquer pessoa que 
atenda aos requisitos do aplicativo, dirigir carro compartilhado e fazer disso a sua profissão. 
No entanto, o art. 5º, inc. XIII, diz que “ é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profis-
são, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. Ou seja, pode o Congresso 
Nacional editar uma lei para restringir a profissão de motorista de aplicativo. Entretanto, esse 
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poder de restrição encontra limites na manutenção do núcleo essencial da liberdade profis-
sional. Assim, se o Congresso Nacional fere o núcleo essencial da liberdade profissional, essa 
restrição será inconstitucional, por desrespeitar a teoria dos limites dos limites dos direitos 
fundamentais. Imagine se a lei federal disser que só pode dirigir carro compartilhado aquele 
que possuir carteira de motorista a mais de 30 anos e nunca ter cometido infração de trânsito. 
Nesse caso, será que o Congresso Nacional respeitou o núcleo essencial da liberdade profis-
sional? Entendo que não. Muito embora possua o poder de restringir os direitos fundamentais, 
essa limitação encontra limites na preservação do núcleo essencial do direito fundamental. 
Ficou claro agora?
7. Colisão entre Direitos FunDamentais – apliCação Do prinCípio Da pro-
porCionaliDaDe
Meu (minha) aluno(a), é possível, num caso concreto, haver conflito entre direitos funda-
mentais. Em outras palavras, em uma situação real, pode haver uma dúvida sobre qual direito 
fundamental que deverá ser aplicado. 
Para a solução de conflitos entre direitos fundamentais, uti liza-se o princípio da propor-
cionalidade, que determina que a relação entre o fim que se busca e o meio utilizado deva ser 
proporcional, ou seja, não excessiva. 
O princípio da proporcionalidade, na verdade, subdivide-se em três outros subprincípios: 1) 
adequação; 2) necessidade; 3) proporcionalidade em sentido estrito. 
O subprincípio da adequação exige que qualquer medida restritiva de direitos fundamen-
tais deve ser idônea à consecução da finalidade pretendida. Ou seja, a medida a ser adotada 
deve ser adequada para se chegar ao resultado almejado. 
Por sua vez, o subprincípio da necessidade determina que a medida restritiva deve ser 
realmente indispensável e que não possa ser substituída por outra de igual eficá cia e menos 
gravosa. 
Por fim, o subprincípio da proporcionalidade em sentido estrito impõe que o ônus deter-

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