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TEMA 6 - AULA 05 - DIREITO CONSTITUCIONAL DO TRABALHO

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AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL DO 
TRABALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Sonia de Oliveira 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Neste encontro, daremos continuidade ao estudo dos direitos individuais 
do trabalho previstos na Constituição de 1988, incluindo algumas das previsões 
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT. 
Serão abordados os temas: 
• segurança e medicina do trabalho, incluindo o trabalho do menor; 
• trabalho da mulher e a proteção da maternidade e paternidade; 
• não discriminação do trabalho e o direito à aposentadoria; 
• trabalho doméstico, incluindo previsões da Lei Complementar n. 150/2015; 
• prescrição. 
Leia os materiais, assista os vídeos e bons estudos! 
CONTEXTUALIZANDO 
Você foi procurado no seu escritório pela senhora Maria dos Anjos, no dia 
01/05/2018. Ela lhe informa que trabalhou como técnica em enfermagem em uma 
clínica médica. Foi contratada em 10/01/2013 e dispensada, sem justa causa, em 
04/04/2016. 
Ela relata como era o trabalho na empresa e você conclui que ela poderia 
pleitear diferenças a título de horas extras, adicional noturno e adicional de 
insalubridade. Contudo, seria possível ingressar com a ação trabalhista ainda, 
tendo em vista a data de sua dispensa? 
Dica: Lembre-se que o aviso-prévio é tempo de serviço para todos os fins. 
TEMA 1 – SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO 
Durante muitos anos, especialmente nos idos da Revolução Industrial, 
homens, mulheres e crianças eram submetidos a trabalho exaustivo e em 
condições degradantes, sem que existisse qualquer preocupação com a sua 
saúde. No Brasil, a Revolução Industrial foi tardia, sendo que no início do século 
XX, especialmente após o término da 2ª Guerra Mundial, é que se iniciaram, ainda 
que timidamente, os processos de industrialização. 
Assim, no Brasil, o tema “saúde do trabalhador” passou a ser discutido mais 
tardiamente do que nos países da Europa. Quando da instalação de 
estabelecimentos fabris no Brasil, a Revolução Industrial já tinha ocorrido há mais 
 
 
3 
de meio século na Inglaterra, o que fez com que os operários brasileiros não 
sentissem o impacto de maneira tão marcante. 
Com o passar do tempo, normas foram sendo editadas no sentido de 
proteger a saúde do trabalhador, até se chegar ao texto constitucional de 1988, 
que não ficou alheio a isso. É o disposto no art. 7º da Constituição quanto à 
proteção da saúde do trabalhador, no que inclui a proteção do meio ambiente do 
trabalho (Brasil, 1988): 
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de 
saúde, higiene e segurança; 
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres 
ou perigosas, na forma da lei; 
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, 
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em 
dolo ou culpa; 
Neste ponto, apesar de prever a proteção, o texto constitucional merece 
crítica, pois o pagamento de adicional pela exposição a agentes insalubres, não 
impedem à violação da saúde do trabalhador, tratando-se de mera compensação 
desproporcional pela exposição ao agente de risco, que deveria ser totalmente 
eliminado para conservação do meio ambiente do trabalho e da saúde do obreiro. 
Analisando conjuntamente as redações dos artigos 10, inciso II, letra “a”, 
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias1, art. 7º, inciso XXVIII2, art. 
1963, art. 200, incisos II a VIII4, todos da Constituição de 1988, e art. 1845 da CLT, 
Raimundo Simão de Melo conclui que “é o meio ambiente do trabalho um dos 
 
1 “Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7 º, I, da 
Constituição: II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: a) do empregado 
eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o 
registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato ”. 
2 “Art. 7º, inciso XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, 
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa ”. 
3 “Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao 
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação”. 
4 “Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atr ibuições, nos termos 
da lei: II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de 
saúde do trabalhador; III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; 
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; 
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; VI - 
fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem 
como bebidas e águas para consumo humano; VII - participar do controle e fiscalização 
da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, 
tóxicos e radioativos; VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido 
o do trabalho”. 
5 “Art.184 - As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de 
partida e parada e outros que se fizerem necessários para a prevenção de acidentes do 
trabalho, especialmente quanto ao risco de acionamento acidental ”. 
 
 
4 
mais importantes aspectos do meio ambiente, que agora, pela primeira vez na 
história [...] recebe proteção jurídica adequada”. (Melo, 2013, p. 37) 
A Constituição, como se lê no inciso XXIII, art. 7º, prevê o pagamento de 
adicional para os casos de trabalho insalubre, perigoso ou penoso. Igualmente, a 
CLT prevê expressamente as hipóteses de trabalho insalubre e perigoso, contudo 
inexiste regulamentação do que seja trabalho penoso para fins de pagamento do 
adicional. 
A Constituição obriga o empregador ao pagamento de seguro por acidente 
do trabalho aos seus empregados. As hipóteses consideradas como acidente de 
trabalho estão previstas na Lei n. 8.213/1991, nos art. 19, 20 e 21. 
O art. 19 da Lei n. 8.213/1991 estabelece o conceito de acidente do trabalho 
(Brasil, 1991): 
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço 
da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no 
inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação 
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou 
temporária, da capacidade para o trabalho. 
No caso de acidente de trabalho, constatando-se dolo ou culpa do 
empregador, ele deverá indenizar civilmente o empregado, de acordo com os 
ditames dos artigos 189 e 927, parágrafo único, ambos do Código Civil. 
A regra é que a responsabilidade civil do empregador seja subjetiva 
(apurando-se dolo ou culpa), mas os tribunais do trabalho têm admitido a 
responsabilidade civil objetiva nos casos em que a atividade empresarial tiver 
natureza perigosa (atividades de risco). 
A essas indenizações civis a que estão obrigados os empregadores 
também está incluída pensão ou indenização pela redução da capacidade 
laborativa do trabalhador em razão de acidente do trabalho. 
Considerando os reflexos que o acidente do trabalho é capaz de gerar para 
os empregados (dano físico e moral) e aos empregadores (indenizações), tem-se 
que o melhor “remédio” é a prevenção aos acidentes do trabalho mediante adoção 
das normas de segurança e saúde do trabalhador, treinamento dos empregados 
e investimento em equipamento de proteção individual e coletivo. 
Você pode consultar as Normas Regulamentadoras do Ministério do 
Trabalho, as quais mencionei no vídeo anterior, acessando este link: 
<http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-
regulamentadoras>. 
 
 
5 
1.1 Automação 
Atualmente, a sociedade passa pela chamada RevoluçãoTecnológica. É 
cada vez mais comum que homens sejam substituídos por máquinas que 
conseguem realizar o mesmo trabalho com maior rapidez e perfeição técnica. 
Nesse sentido, ao estabelecer a proteção do trabalho contra a automação, a 
Constituição de 1988 trouxe grande avanço ao ordenamento jurídico, sendo uma 
norma de proteção ao trabalho humano (Brasil, 1988, art. 7º, inciso XXVII). 
Arnaldo Süssekind (1999, p.279-280), ao analisar a questão da automação, 
afirma que “as despedidas coletivas, motivadas pelo implemento de nova 
tecnologia, deveriam ser submetidas a procedimentos especiais, na tentativa de 
reduzi-las ao mínimo indispensável, estipular justos critérios e promover a 
readaptação profissional dos trabalhadores atingidos”. 
Desse modo, a Constituição buscou a proteção de postos de trabalho 
tentando impedir que máquinas substituam o homem na sua essência. Mas 
pense, será que essa proteção já é violada? Até quando se poderá manter a 
“harmonia” entre homem e máquina nos meios de produção? 
1.2 O trabalho do menor 
A Constituição de 1988 não impede o trabalho do menor de 18 anos, mas 
estabelece alguns critérios para que se concretize. O art. 7º, inciso XXXIII, da 
Constituição de 1988, permite o trabalho do menor, a partir dos 16 anos. 
Entretanto, na condição de aprendiz o labor pode iniciar a partir dos 14 anos. 
Desse modo, somente está absolutamente impedido de exercer qualquer 
trabalho os menores de 14 anos, já que a partir de então podem ser aprendizes, 
fazendo com que sejam inseridos no ambiente laboral, mas sempre com o intuito 
de aprendizagem e não de se tornar mão de obra na condição de empregado. 
Entretanto, buscando proteção dos menores de 18 anos, a Constituição 
proíbe expressamente o labor deles em horário noturno, no trabalho perigoso ou 
insalubre. 
Também é importante lembrar que a Lei n. 10.097/2000 regulamenta o 
trabalho do menor aprendiz, o qual poderá manter essa condição dos 14 aos 24 
anos, salvo os deficientes, para os quais não há idade limite. O contrato de 
aprendizagem deve ser anotado na carteira de trabalho do menor e o tempo 
 
 
6 
máximo do contrato é de 2 anos. É obrigatório que o menor esteja cursando a 
escola para poder ser aprendiz. 
A OIT – Organização Internacional do Trabalho promove campanhas em 
todo o mundo para a erradicação do trabalho infantil, assunto levado bastante a 
sério. 
TEMA 2 – TRABALHO DA MULHER E PROTEÇÃO DA MATERNIDADE E DA 
PATERNIDADE 
O art. 7º, inciso XX, da Constituição de 1988, aduz expressamente que, 
nos termos da lei, é preciso promover a proteção do mercado de trabalho para as 
mulheres. O artigo trata-se de uma norma aberta, porque a Constituição não diz 
como isso deve ser feito, sendo que a lei regulatória ainda não foi editada pelo 
legislador. 
A proteção específica do trabalho da mulher representa uma 
concretização do Princípio da Igualdade, insculpido no art. 5º da Constituição 
de 1988, segundo o qual os desiguais devem ser tratados na medida de sua 
desigualdade. É importante lembrar que as particularidades socioculturais do 
nosso país pesam quando se pensa na necessidade de normas especiais para 
proteção do trabalho da mulher, que estão destinadas, na maioria dos casos, a 
conter opressões sociais e discriminação no ambiente de trabalho, salários 
menores para os mesmos cargos em relação aos homens etc. 
A CLT também tem um capítulo específico acerca da proteção do 
trabalho da mulher, que inclui não apenas o mercado de trabalho, mas também 
as condições de labor, ou seja, o ambiente de trabalho feminino. Para ver tais 
normas, acesse a CLT e leia o art. 372 e seguintes (Brasil, 1943). 
Estabelece expressamente o texto constitucional, no art. 7º, inciso XVIII, 
que toda mulher gestante terá o direito de 120 dias de licença-maternidade sem 
prejuízo ao salário e ao emprego. Essa é uma das formas pelas quais o 
constituinte originário buscou proteger o trabalho da mulher gestante, 
proporcionando a ela a tranquilidade de poder permanecer junto à criança nos 
momentos de adaptação após o nascimento, além de permitir a sua recuperação 
física e emocional. De certa forma, a norma constitucional também procura 
proteger a criança, que necessita de atenção especial. 
A Lei nº 11.770/2008, chamada de Empresa Cidadã, permite que a 
empregada gestante tenha licença-maternidade de 180 dias por meio de 
 
 
7 
incentivos fiscais às empresas que adotarem esta prática. Sem dúvida, é uma 
norma de cunho social e benéfica a ambas as partes; contudo, somente empresas 
de grande porte podem adotar essa prática para incentivos fiscais. 
As convenções coletivas de trabalho também podem fixar prazos maiores 
de licença-maternidade para as trabalhadoras inseridas naquela categoria 
profissional. Nesse caso, a norma é de observância obrigatória pelo empregador. 
 O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT prevê, no art. 
10, algumas estabilidades no emprego, dentre as quais está a estabilidade da 
gestante. O art. 10, II, “b” do ADCT dispõe que a mulher gestante não pode ser 
dispensada desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto. Mas, se 
ampliado o prazo de licença-maternidade, como exposto logo acima, também será 
estendido o prazo de estabilidade gestacional. 
Com relação a proteção da maternidade, também é importante o 
conhecimento da Súmula n. 244 do TST (Brasil, 2012): 
GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item III 
alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 
185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta 
o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 
10, II, "b" do ADCT). 
 II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta 
se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia 
restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período 
de estabilidade. 
 III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista 
no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por 
tempo determinado. 
Entretanto, é importante destacar que a estabilidade antes mencionada não 
impede a dispensa por justa causa da empregada gestante que pratique atos que 
se enquadrem no art. 482 da CLT. 
O art. 7º, inciso XIX da Constituição, aduz que é direito do trabalhador a 
licença-paternidade, nos termos da lei. Todavia, essa lei ainda não foi editada; o 
ADCT prevê que, enquanto perdurar a lacuna infraconstitucional, a licença- 
paternidade será de cinco dias. 
Vale destacar que as convenções coletivas de trabalho podem estabelecer 
prazos maiores de licença-maternidade e paternidade, mas nunca períodos 
inferiores aos previstos constitucionalmente. 
Por fim, destaca-se que à mãe e ao pai adotantes também são garantidos 
os mesmos prazos de licença em relação aos pais biológicos. 
 
 
8 
Além da maternidade e paternidade, a Constituição de 1988 também 
procura proteger a criança quando prevê no art. 7º, inciso XXV, o direito a 
assistência gratuita aos filhos e dependentes do trabalhador desde o nascimento 
até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas (Brasil, 1988). 
Quanto ao tema aposentadoria, assista o vídeo do tema para saber a 
proteção conferida pela Constituição. 
TEMA 3 – NÃO DISCRIMINAÇÃO NO TRABALHO 
A Constituição de 1988 faz diversas previsões no sentido de afastar a 
discriminação em relação aos trabalhadores, seja em razão de sexo, cor, idade, 
estado civil, condição de saúde ou pelo exercício de trabalho técnico, manual ou 
intelectual (Brasil, 1988): 
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de 
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; 
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e 
critérios de admissão do trabalhadorportador de deficiência; 
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual 
ou entre os profissionais respectivos; 
Há vedação expressa no texto da Constituição de diferença salarial, função 
e admissão em razão do sexo, idade, cor ou estado civil. Por exemplo, é evidente 
prática discriminatória a contratação exclusiva de mulheres para o trabalho de 
recepcionista, quando é perfeitamente possível que o homem exerça tal atividade 
igualmente. 
A Lei n. 8213/1991 também trata do trabalho da pessoa portadora de 
deficiência e, no artigo 93, dispõe que as empresas com mais de 100 empregados 
estão obrigadas a contratação de deficiente, nas seguintes proporções: “I - até 
200 empregados: 2%; II - de 201 a 500: 3%; III - de 501 a 1.000: 4%; IV - de 1.001 
em diante: 5%”. (Brasil, 1991). 
A outra discriminação vedada pela Constituição de 1988 é quanto à 
natureza do trabalho realizado pelo cidadão. Não se pode discriminar o 
trabalhador por ele exercer trabalho intelectual, técnico ou manual. Todos 
merecem o mesmo respeito e condições de tratamento e não podem ser 
explorados em detrimento do tipo de trabalho que exercem. 
TEMA 4 – TRABALHO DOMÉSTICO 
Quando falamos de trabalho doméstico, de imediato pensamos na 
empregada mulher que trabalha na casa de outrem fazendo limpeza, cozinhando 
 
 
9 
e atuando como babá. Entretanto, o empregado doméstico não se limita a esee 
importante profissional. 
O trabalhador doméstico é qualquer empregado que labore no ambiente 
residencial, para pessoa ou família que não vise fins lucrativos com o labor desse 
empregado. Desse modo, o trabalhador doméstico pode ser o motorista, o 
jardineiro, o cuidador de idoso, o fisioterapeuta etc.., desde que esteja inserido no 
ambiente doméstico. 
Importante destacar que a Lei Complementar n. 150/2015 prevê 
expressamente que o trabalhador doméstico é aquele que trabalha na residência 
da pessoa ou família mais de dois dias da semana. Assim, o trabalho em dois ou 
um dia configura o trabalho diarista, para quem não são garantidos os mesmos 
direitos. 
Os trabalhadores domésticos estão conquistando cada vez mais direitos 
laborais nos últimos anos, especialmente a partir da reforma da Constituição, por 
meio da Emenda Constitucional n. 72/2013, que ampliou os direitos 
constitucionais laborais previstos no art. 7º, parágrafo único, da Constituição de 
1988: 
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores 
domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, 
XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, 
atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação 
do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, 
decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos 
nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à 
previdência social. (Brasil, 1988) 
Estão dentre esses direitos: salário mínimo, irredutibilidade de salário, 13º 
salário, jornada diária de 8 horas de trabalho e 44 horas semanais, descanso 
semanal remunerado, pagamento de horas extras, férias, licença-maternidade e 
paternidade, aviso-prévio, aposentadoria, proibição de discriminação no salário, 
proibição de trabalho noturno ou perigoso ao menor de 18 anos etc. 
Após essa emenda constitucional, foi promulgada a Lei Complementar n. 
150/2015, que ampliou o rol de direitos previstos na Constituição de 1988. Assista 
o vídeo deste tema e conheça alguns desses direitos. 
TEMA 5 – PRESCRIÇÃO 
Ao trabalhador é garantido o acesso ao Poder Judiciário para reclamar 
direitos laborais que entenda terem sido violados na sua relação de trabalho com 
 
 
10 
empresa ou pessoa física. Contudo, esse direito não pode ser exercido 
eternamente, pois a Constituição prevê prazos limites. 
O artigo 7º, inciso XXIX, da Constituição, dispõe sobre os prazos 
prescricionais para ação relativa aos créditos trabalhistas (Brasil, 1988): “XXIX - 
ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo 
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de 
dois anos após a extinção do contrato de trabalho”. 
Observa-se que o texto trata dos créditos resultantes “das relações de 
trabalho”, o que é muito mais amplo do que somente relações de emprego (estas, 
com CTPS anotada). Então, qualquer relação de trabalho, ainda que sem 
anotação na carteira de trabalho, deve obedecer a tais prazos para reclamação. 
Em linhas gerais, considerando o contrato de emprego, o inciso antes 
transcrito prevê que após o término do contrato de trabalho o empregado tem um 
prazo de 2 anos para ingressar com a ação trabalhista contra o empregador. 
Da data da propositura da ação trabalhista, o empregado poderá reclamar 
os direitos referentes aos últimos cinco anos do contrato de trabalho. Assim, se 
um empregado trabalhou o total de 6 anos para um empregador, e ingressar com 
a ação trabalhista no dia seguinte da dispensa, não poderá reclamar nada em 
relação ao primeiro ano de trabalho. 
Mas tem alguma outra prescrição que devemos considerar? A partir de 
quando começa a contar o prazo de dois anos para propor a ação trabalhista? 
Veja o vídeo deste tema e saiba mais. 
Com relação às ações referentes a acidentes de trabalho, a prescrição 
começa a contar da data da ciência inequívoca da lesão e não da rescisão do 
contrato de trabalho, para os acidentes ocorridos posteriormente à Emenda 
Constitucional n. 45/2004. 
Vejamos o julgado abaixo que analisam o tema: 
TRT-PR-04-10-2013 PRESCRIÇÃO TRABALHISTA. ARTIGO 7º, XXIX, 
DA CF. ACIDENTE DO TRABALHO OCORRIDO EM MOMENTO 
POSTERIOR À EC 45/2004. Se o alegado acidente do trabalho ocorreu 
em novembro de 2008, a prescrição incidente é a trabalhista, do artigo 
7º, XXIX, da CF. Tratando-se de ação ajuizada em agosto de 2012, 
quando ainda em vigor o contrato de trabalho, não há que se falar em 
prescrição, pois o prazo bienal, conta-se, como taxativamente delimitado 
na Constituição Federal, com a extinção do contrato de trabalho. 
Sentença reformada. (TRT-PR-01266-2012-671-09-00-9-ACO-39790-
2013 - 6A. TURMA Relator: SUELI GIL EL RAFIHI Publicado no DEJT 
em 04-10-2013). 
TRT-PR-22-01-2014 PRESCRIÇÃO. ACIDENTE DE TRABALHO 
TÍPICO. PROJEÇÃO DOS DANOS PARA O FUTURO. MARCO 
PRESCRICIONAL. De acordo com a Súmula nº 278 do C. STJ, o prazo 
 
 
11 
de prescrição tem seu termo inicial a partir da ciência inequívoca da 
incapacidade laboral, ou seja, quando a vítima pode veicular com 
segurança sua pretensão reparatória, na medida em que ciente do dano 
e de sua real extensão. "In casu", embora se possa precisar a data do 
acidente, vislumbra-se que ele não foi de imediata e concreta lesividade. 
Os seus efeitos, sob o prisma da pretensão resistida, tiveram projeção 
futura, retratada em sucessivas intervenções cirúrgicas e constante 
acompanhamento médico, tendo culminado na amputação de parte de 
sua perna esquerda. Houve concessão de aposentadoria por invalidez 
em 08.11.10. Portanto, mesmo sendo aplicável a prescrição trabalhista 
estampada no art. 7º, XXIX, da Constituição Federal, pode ser 
considerada como momento de inequívoca consolidação da lesão o da 
concessão do referido benefício previdenciário, de modo a afastar a 
possibilidade de se pronunciar a prescrição, tendo em conta o 
ajuizamento da ação em 22.11.11. Recurso ordinário das Reclamadas, 
a que se nega provimento, neste ponto. (TRT-PR-01715-2011-657-09-
00-1-ACO-00923-2014 - 7A. TURMA Relator: UBIRAJARA CARLOS 
MENDES Publicado no DEJT em 22-01-2014) 
Observe que na última ementa citada, a prescrição iniciou a contagem após 
a aposentadoria por invalidez do reclamante, considerando a data da concessão 
do benefício como o da ciência inequívoca da incapacidade laborativa do 
trabalhador. 
Portanto, muita atenção quanto aos prazos prescricionais! 
E, por fim, vale mencionar que o prazo prescricionalnão contempla os 
pedidos meramente declaratórios na ação trabalhista; ou seja, se o seu cliente lhe 
procurar apenas para requerer a declaração de vínculo de emprego com uma 
determinada empresa, não se aplica o prazo de 2 anos, podendo a ação ser 
proposta a qualquer tempo. 
FINALIZANDO 
Neste encontro, finalizamos o estudo dos direitos individuais do trabalho 
previstos na Constituição de 1988. Também incluímos neste estudo alguns dos 
direitos previstos na Lei Complementar n. 150/2015 destinados aos empregados 
domésticos. 
Lembre-se que os direitos constitucionais laborais devem ser analisados 
em conjunto com as previsões da CLT, cujas previsões serão estudadas em 
matéria específica! 
 
 
 
 
 
12 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. 
BRASIL. Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 9 ago. 1943. 
_____. Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 25 jul. 1991. 
BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Súmula n. 244, de 14 set. 2012. 
Disponível em: 
<http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_201_2
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MELO, R. S. de. Direito ambiental do trabalho e a saúde do trabalhador. 5. ed. 
São Paulo: LTr, 2013. 
SÜSSEKIND, A. Direito constitucional do trabalho. Rio de Janeiro: Renovar, 
1999.

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