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A FORMAÇÃO DOS REINOS BÁRBAROS

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A FORMAÇÃO DOS REINOS BÁRBAROS 
Bárbaro – era a denominação que os romanos davam para aqueles que viviam fora das fronteiras do 
Império Romano e não falavam o latim. 
Os romanos os viam como seres violentos, “incultos” (pois desconheciam a sua língua e seus 
costumes), e que além disso, cheiravam a alho e cebola. 
Esta visão preconceituosa dos povos que habitavam além das fronteiras do Império atravessou os 
séculos. Até hoje, a palavra bárbaro pode ser usada como sinônimo de cruel, rude (desumano). 
Esses povos no entanto, não eram tão violentos como diziam os romanos. Possuíam sim, uma cultura 
muito diferente da de seus inimigos. 
Mas afinal de contas, quem eram esses povos? Onde e como viviam? Quais eram os seus costumes? 
Nas mãos de quem estava o poder? 
Existiram vários povos bárbaros. Dentre os quais destacamos os: Germanos, Eslavos e Tártaro-
Mongóis. 
# Germanos: de origem indo-europeia, habitavam a Europa Ocidental. 
As principais nações germânicas eram: Os Visigodos, os Ostrogodos, os Vândalos, os Bretões, os 
Saxões, os Francos, os Suevos, etc. 
# Eslavos: Vindos da Europa Ocidental e da Ásia, faziam parte desse grupo: os Russos, os Thecos, 
os Poloneses, os Sérvios, entre outros. 
# Tártaro-Mongóis: eram de origem asiática. Faziam parte desse grupo as tribos dos Hunos, Turcos, 
Búlgaros, etc. 
Mas aqueles que mais contribuíram para a formação da sociedade ocidental europeia foram os 
germanos. 
Veja como eles fundaram os seus reinos: 
# Reino dos Anglo-Saxões - Atual Inglaterra. 
# Reino dos Francos – Atual França e parte da atual Alemanha. 
# Reino dos Visigodos – Na Península Ibérica. 
# Reino dos Suevos – Na Galícia (atual Portugal). 
# Reino dos Vândalos – Norte da África. 
# Reino dos Ostrogodos – Na Península Itálica. 
 
OS GERMANOS 
Segundo o historiador Mário C. Giordani, os germanos eram “louros, claros ou avermelhados, 
possuíam cabelos ondulados, pele rosada, grande estatura, ossos bem desenvolvidos, nariz fino e reto, 
queijo bem desenhado e olhos azuis ou acinzentados.” 
 
ECONOMIA 
Os germanos eram ao mesmo tempo guerreiros e agricultores. Eles carregavam constantemente a 
frâncica. Uma espécie de lança que servia de arma e de instrumento para preparar a terra para o cultivo. 
Além da agricultura rudimentar, viviam da caça e da pesca e também da pecuária (criavam bois, 
cavalos e ovelhas). 
Eram seminômades, pois não sabiam reaproveitar o solo esgotado pelas plantações. 
A propriedade da terra era coletiva e quase todo o trabalho era feito pelas mulheres ou prisioneiros 
de guerra. 
Os homens quando não estavam caçando ou lutando, gastavam a maior parte do seu tempo 
bebendo ou dormindo. 
As guerras só eram interrompidas na época das colheitas. 
Os germanos também se destacaram na metalurgia, atividade essencial na fabricação de armas e 
carros de combate. 
 
A POLÍTICA 
A organização política dos germanos era bastante simples. em época de paz eram governados por 
uma assembleia de guerreiros, formada pelos homens das tribos em idade adulta. 
Essa assembleia não tinha poderes legislativos e sua função se restringia a interpretação dos 
costumes. 
Também decidia as questões de guerra e de paz ou se a tribo deveria migrar para outro local. 
Em época de guerra, a tribo era governada por uma instituição denominada COMITATUS. Era uma 
reunião de guerreiros em torno de um líder militar, ao qual todos deviam total obediência. Esse líder era 
eleito e recebia o título de HERZOG. 
 
 
 
A SOCIEDADE 
A sociedade germânica era patriarcal, (baseada na família). O casamento era monogâmico e o 
adultério era severamente punido. Em algumas tribos proibia-se até o casamento das viúvas. O direito 
era consuetudinário, ou seja, baseava-se nos costumes. 
Um conjunto de famílias formava uma comunidade (SIPP) (SIPE) que reunidas compunham uma 
tribo. 
 
A RELIGIÃO 
A religião dos germanos era politeísta. Adoravam vários deuses que representavam as forças da 
natureza. Agiam como se vivessem num campo de batalha. 
Os principais deuses germânicos eram; 
# Wotan (ou Odin) era o principal deus deles, era o deus dos combates, das tempestades e do 
comércio, o protetor dos guerreiros. 
# Tiwaz – dirigia o céu e protegia as assembleias. 
# Donar (ou Thor) – comandava os raios – o deus do trovão. 
# Frea – reinava sobre o amor e o fogo – deusa do amor. 
Os germanos acreditavam em uma vida após a morte. Segundo eles aqueles que morriam em 
combate eram levados para o Paraíso (Valhala) pelas Valquírias, que eram Donzelas Guerreiras filhas de 
Odin. Elas visitavam os campos de batalha levando os mortos. 
As pessoas que morriam de velhice ou doentes iriam para o reino de Hell, onde só havia trevas e 
muito frio. 
 
O COMEÇO DAS INVASÕES 
Desde antes da fundação do Império Romano (século I), os germanos e os romanos se relacionavam 
com frequência e de modo pacífico. 
Nesta fase, que durou até a segunda metade do século IV, os bárbaros foram penetrando em terras 
romanas de várias maneiras. 
# - Como soldados - chegando a ocupar os mais elevados postos do exército de Roma (por 
exemplo, Estilicão que se tornou general). 
# - Como camponeses – receberam terras dos romanos em áreas despovoadas ou passando a 
trabalhar nas suas grandes propriedades. 
# - Por meio do casamento ou do comércio com os romanos. 
A partir de meados do século IV, no entanto, essas relações cordiais chegaram ao fim. Os bárbaros 
deixaram de penetrar pacificamente e invadiram o Império. 
 
Entre as principais razões das invasões germânicas cabe destacar: 
# - A procura de terras para a prática da agricultura e do pastoreio ( os germanos vinham 
enfrentando sérios problemas causados pelo grande crescimento da população). 
# - A Cobiça das fabulosas riquezas de Roma. 
# - Por terem sidos atacados pelos hunos, povos mongóis originários do leste da África. 
 
A medida que os anos passavam, Roma entrava em decadência com a desunião e lutas internas. 
Isso estimulou as invasões belicosas, foi o que se chamou de “As Grandes Invasões”. 
Reino dos Visigodos – situados na Península Ibérica era o mais antigo e extenso. Sofrendo ataques 
dos hunos, forçaram as terras de Roma. Chefiados por Alarico invadiram a Itália, saquearam Roma e só 
não chegaram ao Norte da África porque Alarico faleceu em 410 d. C. 
Seu sucessor Ataulfo, aliou-se ao imperador romano Honório, com cuja irmã se casou. Através 
dessa união ocupou as terras da Galícia (atual França e parte da Espanha onde foi estabelecido o seu reino. 
Nos meados do século V, outra invasão teve lugar. Os hunos vindos da região da atual Hungria, 
sob o comando de Àtila promoveram várias investidas em direção a Gália. 
Graças a habilidade do general Aécio, os hunos foram detidos em 451 na Batalha dos Campos 
Catalúnicos. 
Ainda outra vez Átila tenta atacar Roma, mas é batido e retira-se para o vale do rio Danúbio onde 
vem a falecer subitamente. 
O Império Romano só chegaria ao fim em 476 d. C., quando o Hérulos destronam o imperador 
romano e Odoacro aceita o título de rei da Itália. A sede do seu reino foi estabelecida em Ravena.

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