Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
HORMÔNIOS DA NEUROHIPÓFISE • Ocitocina (OCT) e ADH ➢ Peptídeos homólogos, 9 AA, PM (Peso molecular) = 1.000 ➢ Sintetizados, armazenados e secretados de forma similar (pois são derivados de genes semelhantes, que sintetizam um pré-pró-hormônio único, que origina ADH e OCT através de ações enzimáticas) ➢ São carreados por proteínas carreadoras – transporte axonal do hipotálamo para a neurohipófise: 1. Neurofisina 1 (que se liga à OCT) 2. Neurofisina 2 (que se liga ao ADH) ➢ A liberação depende de um sinal elétrico (PA) ➢ A exocitose deles é dependente do Ca++ ➢ Dissociam-se da neurofisina para ingressar na circulação sanguínea • Hormônio antidiurético (ADH) • Funções – Principal: Conservar a H2O e regular a tonicidade do LEC (ou seja, quando tenho ADH, o rim reabsorve água, que volta para a corrente sanguínea, diluindo os nossos líquidos corporais) – Secundária: Ajudar a manter o volume e o tônus vascular • Estímulo (depende de um feedback negativo) – Aumento da osmolaridade do LEC (toda vez que a osmolaridade se eleva - é um aumento pequeno, 1 a 2%, mas significativo - é o suficiente para secretar ADH) - Solutos pouco permeáveis à membrana (ex. Na+) – Reduções do volume e da PA (redução de 5 a 10%) - Resposta menos sensível, porém podem superar a regulação osmótica e evocar grandes aumentos de ADH (ex: hemorragia, queda de pressão, podem comprometer a vida do indivíduo, então estimulam a produção de ADH) – Dor, estresse emocional, náusea, vômito, calor e fármacos Explicação da imagem: Aumentou da osmolaridade, caiu a pressão, acarretou em produção de ADH, ao mesmo tempo também produz a sensação de sede. Assim, há reabsorção de água no rim e produção de urina de baixo volume e alta concentração. Já quando cai a osmolaridade, como, por exemplo, quando bebemos muita água, inibe a produção de ADH e a sede, gerando também grande volume de urina e pouco concentrada (chamamos isso de diurese osmótica). thaya Máquina de escrever Thayane Barreto Neste outro exemplo, mostrando a ação do ADH no néfron distal (TCD e ducto coletor). Com ADH, túbulo distal, final e ducto coletor reabsorvem água. Sem ADH, essa parte distal do néfron se torna impermeável à água, não a absorvendo. • Ocitocina (OCT) • Funções – Ejeção do leite materno e contração uterina • Estímulo – Sucção (o bebê suga o mamilo e PA são enviados para a hipófise - Sinapse colinérgica final dispara a secreção – Secreção cruzada com o ADH (ocorre pela semelhança entre ambos; então toda vez que um é produzida, o ADH também é) – Angústia emocional inibe a sua liberação (isso explica mães que passam por traumas e interrompem a produção de leite, pois a OCT não estimula a produção e sim a secreção de leite. A produção ocorre pela prolactina, na adenohipófise, enquanto que a OCH contrai o músculo liso que envolve os alvéolos mamários, estimulando a ejeção do leite) – A ligação com o receptor é aumentada pelo estrógeno – Papel indeterminado no sexo masculino (porém, existem diversos estudos que mostram função na regulação da pressão arterial) – Presença da OCT e do receptor nos ovários e testículos: ainda não se sabe o motivo para estar lá, então as respostas exatas não são sabidas, mas parece haver papel na reprodução. Na imagem: Bebê suga o mamilo, provoca estímulo no hipotálamo, o PA chega nos núcleos supraóptico e paraventricular, para gerar outros PA’s e liberar a OCT na corrente sanguínea materna. Esse hormônio é, então, enviado para a mama e para o útero. HORMÔNIOS DA ADENOHIPÓFISE (FOCO NO TIPO DE FEEDBACK) Composição predominante por tipos mamotrófico e somatotrófico. Os demais tipos são o corticotrófico, o gonadotrófico e tireotrófico. • Prolactina (PRL) • Estruturalmente semelhante ao GH • Ações – Lactogênese; – Diferenciação inicial do tecido mamário e sua expansão durante a gestação. É apenas na inicial porque a maior parte ocorre por conta da progesterona. – Excesso de PRL (quando a amamentação é exclusiva) bloqueia a síntese do GnRH, configurando um efeito anticoncepcional natural na maioria das mulheres. Quando a amamentação não é exclusiva, a síntese de GnRH é alta, dificultando o efeito. • Células mamossomatotróficas secretam tanto a PRL quanto o GH • Influências sobre a secreção – Gestação, níveis estrogênicos elevados e amamentação (sucção) • Regulação – Singularmente, a síntese é inibida pela Dopamina – inibição tônica. Mulheres que não amamentam estão em constante inibição da PRL. Regulação da secreção de PRL: São 3 tipos de feedback, como visto. O único regulador da PRL é o de alça curta, em que ela inibe o hipotálamo. Este produz a dopamina, o TRH e o PrRP, sendo a dopamina o hormônio regulador da PRL. O estrógeno também estimula a sua produção, principalmente durante a gestação. Essa PRL faz um feedback negativo para inibir a ação desses hormônios no hipotálamo. Sua ação é nas mamas, a fim de aumentar a produção de leite. A sucção, entretanto, é um feedback positivo, sendo também um estímulo para a produção de leite. Não há feedback de alça longa porque não há glândula periférica inibindo o hipotálamo. • Hormônio tireoestimulante (TSH) • Ações: 1. Hipertrofia e hiperplasia da glândula tireoide. Em níveis supra fisiológicos, níveis muito elevados de TSH acarretam consequências para o corpo, como será visto mais adiante; 2. Estímulo da síntese de tireoglobulina, importante para transportar o T3 e T4. 3. Estímulo da síntese e secreção de tiroxina (T4) e triiodotironina (T3) O hipotálamo estimula a adenohipófise através do TRH, que é o hormônio liberador de tireotrofina. Esse TSH cai na corrente sanguínea e age na tireoide para estimular a produção de T3 e T4. Há, então, um feedback de alça longa, inibindo hipófise e hipotálamo. Esses hormônios estão relacionados com o aumento do metabolismo e agem sobre os músculos, coração, fígado e rim. • Corticotrofina (ACTH) Estímulos como estresse, impulso neural e ritmo circadiano estimulam o hipotálamo a produzir o CRH, que age na hipófise para produzir ACTH, que cai na corrente sanguínea e tem efeito trófico sobre a adrenal, que regula seus hormônios, como os glicocorticoides. Este, por sua vez, regula o metabolismo dos músculos, células adiposas e fígado. • Hormônio do Crescimento ou Somatotropina (GH) • Função: efeito anabólico intenso – Crescimento e desenvolvimento pós-natal • Induz a diferenciação de células precursoras nos tecidos-alvos em condrócitos maduros, gerando crescimento; – Modulação do metabolismo, da constituição corporal e das capacidades funcionais • Secreção é regulada pelo GHRH e pela somatostatina Aqui possui presença de todos os feedbacks! Serotorina, dopamina, estresse, sono etc estimulam o hipotálamo, que produz a somatostatina ou GHRH. A somatostatina inibe a produção de GH, enquanto o GHRH estimula a produção do GH pela hipófise. Esse GH cai na corrente sanguínea e age em diversos tecidos- alvo, como o fígado. O próprio GHRH inibe o hipotálamo a produzir mais dele mesmo, através de sinapse – provavelmente ele mesmo estimule a produção de somatostatina, configurando o feedback de alça extra curta. Quanto ao, feedback de alça curta, o GH age no hipotálamo, inibindo a produção de GHRH e aumentando a produção de somatostatina. O GH também pode promover suas ações mediante um fator de crescimento chamado Somatomedina (IGF - “fator de crescimento semelhante à insulina”). O GH, neste caso, age no tecido-alvo, que produz o IGF, que por sua vez age produzindo efeitos nos órgãos periféricos. O próprio IGF faz o feedback de alça longa, ao inibir a hipófise de produzir o GH e inibe o hipotálamoa produzir o GHRH, estimulando a produção de somatostatina. FATORES QUE SUPRIMEM OU ESTIMULAM A SECREÇÃO DE GH SOB CONDIÇÕES FISIOLÓGICAS: O GH inibe a si mesmo, o tecido adiposo (gordura! e carboidratos) também o inibe, enquanto, por outro lado, a grelina (hormônio da fome), produzida pelo estômago em condições de jejum age para estimular sua produção, assim como o estresse, dieta rica em proteínas (aminoácidos) e hipoglicemia. • Somatomedinas (Fatores de Crescimento Semelhantes à Insulina – IGFs) ➢ Estruturalmente semelhantes à pró- insulina ➢ Produzidos por muitos tecidos, principalmente pelo Fígado ➢ Mediadores dos efeitos proliferativos típicos do GH sobre diversos tecidos, como catilagem, osso, músculo, tecido adiposo,o próprio fígado etc. ➢ Circulam unidos a grandes proteínas (IGFBPs), as quais mantém concentração estável e meia-vida prolongada dos IGFs ➢ Atuam endócrino, mas principalmente paracrina e autocrinamente – Expressos por condrócitos maduros, atuam autocrinamente para promover sua diferenciação/seu crescimento através de seu receptor que o próprio condrócito expressa. ➢ Seus efeitos se dão sobre o tecido adiposo, o fígado e os músculos. No tecido adiposo, o GH diminui captação da glicose e aumenta a lipólise, acarretando na redução do acúmulo do tecido adiposo. Já nos músculos, aumenta massa magra, configurando-se um hormônio anabólico, visto que aumenta massa corporal magra e diminui tecido adiposo. Seus outros efeitos são: EFEITO DIABETOGÊNICO DO GH ➢ Afeta o metabolismo lipídico e dos carboidratos ➢ No mercado, existem anabolizantes com base no GH, acarretando em uso indiscriminado ➢ Ao aumentar a lipólise, o armazenamento de gordura no tecido adiposo é reduzido, mas o perfil lipídico é alterado também, pois os níveis de ácidos graxos livres e cetoácidos no plasma é aumentado. ➢ Estimula a expressão do gene da insulina ➢ Induz resistência à insulina, pois é antagonista da mesma. Acarreta em: – Inibe a captação da glicose – Hiperglicemia – Hiperinsulinemia compensatória (que tem diversos efeitos deletérios ao metabolismo) – Intensifica a lipólise e antagoniza a lipogênese – Alterações do perfil lipídico (aumento nos níveis de ácidos graxos livres e cetoácidos) CORRELAÇÕES ENTRE AS AÇÕES DO GH E DA INSULINA Numa alimentação equilibrada, que é rica em aminoácidos, proteína e glicose, o aumento dos aminoácidos promovido pela ingestão da proteína aumenta o GH e consequentemente da insulina, e ambos promovem a produção de IGF. Por sua vez, o IGF aumenta a síntese de proteína e gera um crescimento dos tecidos, mas a pessoa não engorda, pois não há aumento calórico na dieta rica em proteína. Isso ocorre porque por mais que a insulina aumente a lipogênese, o GH antagoniza a lipogênese, pois aumenta a lipólise. Sendo assim, há um crescimento de massa magra, sem aumento de armazenamento calórico. Já numa dieta rica em carboidrato e com baixa ingestão de proteína, há queda de GH por escassez de aminoácidos, enquanto há aumento de insulina, visto que ingestão de carboidrato provoca picos glicêmicos. Se há aumento de insulina e queda de GH, o nível de IGF não muda, não gerando crescimento/aumento de massa magra e nem lipólise, tornando uma condição favorável ao armazenamento calórico. Ao mesmo tempo, aumento de insulina provoca lipogênese, Em condição de jejum, há aumento de GH e inibição da insulina, acarretando em um balanço entre ambos e uma queda no IGF, pois o aumento do GH não se sobrepõe à queda de insulina, sendo essa uma inibidora do IGF, suplantando o estímulo do GH. Com queda do IGF, não há condição favorável ao crescimento. O aumento do GH em jejum é importante por conta da lipólise, pois moléculas energéticas precisam manter o metabolismo, então ocorre uma mobilização calórica (através de lipídios). Como a captação de glicose está reduzida nos músculos, ela passa a ser preservada para ser utilizada pelo cérebro, que depende unicamente da glicose para seu metabolismo. O jejum também é uma condição em que o catabolismo proteico é imprescindível. O GH minimiza-o, aumentando a mobilização de gordura. A SECREÇÃO DE GH OCORRE EM PULSOS. POR QUÊ? Pode-se perceber pelo gráfico acima que à noite ocorre um aumento na secreção de GH. Os neurônios que produzem o GH e RH estão sob controle do núcleo supra-quiasmático, que é o núcleo hipotalâmico, também conhecido como relógio biológico ou relógio endógeno. Ele que provoca a secreção pulsátil no hipotálamo, mediante à sincronia pelo núcleo supra-quiasmático. A SECREÇÃO DE GH AO LONGO DA VIDA O gráfico ao lado revela no bebê há um aumento, ao longo da infância há uma constância, enquanto que na puberdade há um pico grande, que promove um crescimento linear intenso. Na vida adulta, tem efeito metabólico importante, mas não de crescimento linear, pois se mantém constante; na velhice, redução significativa. ALTERAÇÕES DA SECREÇÃO DE GH Nanismo: causado pela falta ou deficiência na infância; Gigantismo: causado pelo excesso de GH na infância; Acromegalia: excesso de secreção de GH após a puberdade (adultos ou jovens adultos geralmente), gerando aumento dos condrócitos, tornando a propulsão da mandíbula cada vez mais evidente, além do crescimento também das mãos, pés, língua etc; CURIOSIDADE RESUMO
Compartilhar