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Apelação no Processo Penal

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APELAÇÃO (art. 593, CPP). 
 
1. Conceito: é o recurso interposto da sentença definitiva de condenação, 
ou absolvição ou da decisão definitiva ou com força de definitiva, para a 
segunda instância, com o fim de que se proceda ao reexame da matéria, 
com a consequente manutenção, modificação parcial ou total da decisão, 
ou cassação do julgado em acolhimento a uma eventual nulidade. 
 
2. Finalidade: levar à segunda instância a apreciação da matéria decidida 
pelo juiz de primeiro grau. Portanto, constitui recurso manifestado pela 
parte, que se julga prejudicada pela decisão judicial prolatada no primeiro 
grau de jurisdição 
 
3. Características: 
a) recurso amplo: porque pode devolver ao tribunal o julgamento pleno 
da matéria objeto da decisão; 
b) instrumento residual: interposto somente nos casos em que não 
houver previsão expressa de cabimento de SER? (Princípio da uni-
recorribilidade). 
c) recurso preferível: cabível a apelação, não poderá ser interposto RSE 
contraparte da decisão; 
d) plena: (recurso dirigi-se contra a decisão em sua totalidade) ou parcial 
(visa impugnar somente em parte) – tem aplicação o princípio do “tantum 
devolutum quantum appellatum”, segundo o qual só poderá ser objeto de 
julgamento pelo tribunal a matéria que lhe foi entregue pelo recurso da 
parte; 
 
e) principal: quando interposta pelo MP e subsidiária ou supletiva 
(quando, esgotado o prazo recursal para o MP, o ofendido, habilitado ou 
não como assistente, interpuser o recurso); 
 
4. Hipóteses de cabimento nas decisões do juiz singular (art. 593, 
CPP): 
I - Das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por 
juiz singular - Trata o dispositivo das sentenças nas quais o juiz julga o 
mérito da causa, pondo fim à lide, declarando procedente ou improcedente 
a pretensão punitiva estatal. 
 
II - Das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz 
singular, desde que não cabível o recurso em sentido estrito.- 
Compreende o dispositivo duas espécies de decisão: as definitivas — que 
põe fim à relação processual ou ao procedimento, sem, contudo, condenar 
ou absolver o réu (ex.: que decide incidente de restituição de coisas 
apreendidas; que concede a reabilitação), e as com força de definitivas — 
que põem fim ao processo ou a uma fase processual, sem apreciar o 
mérito (ex.: decisão que indefere pedido de sequestro de bens de um 
traficante feito por um Promotor de Justiça; ou Juiz indefere pedido de 
levantamento de sequestro). 
 
5. Hipóteses de cabimento nas decisões do tribunal do júri (art. 593, 
III, CPP): 
 
a) quando ocorrer nulidade posterior à pronúncia: trata esse 
dispositivo dos vícios posteriores à pronúncia, uma vez que aqueles 
ocorridos anteriormente devem ser objeto de recurso tirado contra a 
própria pronúncia, sob pena de preclusão. (Ex.: podem ser objeto de 
apelação, portanto, as nulidades relativas ocorridas após a pronúncia, 
desde que alegadas oportunamente, bem como as nulidades absolutas, 
independentemente de arguição em momento determinado. Na hipótese 
de ser dado provimento ao recurso, o ato viciado, bem assim os ulteriores 
que dele dependam, serão anulados e o réu submetido a novo 
julgamento); 
 
b) quando a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa 
ou à decisão dos jurados: a sentença do juiz deve, obrigatoriamente, 
espelhar o veredicto dos jurados. Caso haja discrepância entre aquilo que 
foi decidido pelos jurados e a sentença proferida pelo magistrado, caberá 
apelação. (Ex.: quando os jurados reconhecem uma qualificadora e o juiz-
presidente condena o acusado por homicídio simples); 
 
c) quando houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou 
da medida de segurança: se a sentença ostentar erro ou injustiça no que 
se refere à aplicação da pena ou medida de segurança, será apelável. 
(Ex.: quando o juiz aplicar pena aquém do mínimo legal, bem assim 
quando determinar a sujeição a tratamento ambulatorial em razão de 
prática de crime apenado com reclusão, art. 96, do CP); 
 
d) quando for a decisão dos jurados manifestamente contrária à 
prova dos autos: é quando a decisão dos jurados não encontra qualquer 
suporte nos elementos de convicção existentes nos autos(princípio da 
soberania dos veredictos). 
 
Obs.: cabível a apelação com esse fundamento (decisão manifestamente 
contrária à prova dos autos) somente uma vez. Tal regra atinge ambas as 
partes, de modo que, caso uma tenha recorrido por tal motivo, não poderá 
a adversária interpor nova apelação após o segundo julgamento. (art. 593, 
§ 3º, CPP). 
 
Obs.: da decisão que impronunciar ou absolver sumariamente o réu, na 
primeira fase do escalonado do tribunal do júri, caberá apelação (art. 416, 
CPP). 
 
6. Prazo para interposição: 5 dias, a contar da intimação da sentença 
(cientificar réu e defensor); no caso de intimação ficta (por edital: 60 
dias, nas hipóteses de pena inferior a 1 ano, e 90 dias, se a pena for 
superior a 1 ano); 
 
Obs.: nos processos de competência do juizado especial criminal (rito 
sumariíssimo) é de 10 dias, devendo ser interposta por petição e 
acompanhada das razões de inconformismo. 
 
7. Efeitos: devolutivo, ou seja, é a devolução da apreciação dos fatos 
(matéria) ao 2° grau de jurisdição. 
 
Obs.: a sentença absolutória não tem efeito suspensivo, devendo o réu, 
se preso, ser colocado incontinenti em liberdade (art. 596, caput, CPP). 
Obs.: acresce a esses aspectos a ocorrência do efeito extensivo, no caso 
de concurso de agentes, a decisão do recurso interposto por um dos réus, 
se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, 
aproveitará aos outros (art. 580, CPP). 
 
8. Desistência: o Ministério Público não poderá desistir do recurso 
interposto (art. 576, CPP). 
 
9. Deserção (art. 595, CPP): ocorre somente no caso de falta de 
pagamento das custas recursais (art. 806, 2º, CPP). 
 
10. Reformatio in Pejus (pior) – art. 617, CPP: havendo recurso apenas 
por parte da defesa, o tribunal não pode proferir decisão que torne mais 
gravosa sua situação, ainda que haja erro evidente na sentença. (Ex.: 
pena fixada abaixo do mínimo legal). 
 
11. Reformatio In Pejus Indireta: anulada sentença condenatória em 
recurso exclusivo da defesa, não pode ser prolatada nova decisão mais 
gravosa do que a anulada (efeito prodrômico da sentença). (Ex.: o réu 
condenado a um ano de reclusão apela e obtém a nulidade da sentença; 
a nova decisão poderá impor-lhe, no máximo, a pena de um ano, pois do 
contrário o réu estaria sendo prejudicado indiretamente pelo seu recurso). 
 
Obs.: exceção: a regra, porém, não tem aplicação para limitar a soberania 
do Tribunal do Júri, uma vez que a lei que proíbe a reformatio in pejus 
(CPP, art. 617) não pode prevalecer sobre o princípio constitucional da 
soberania dos veredictos (RT, 596/327) e pelo vício da incompetência 
absoluta. 
 
12. Reformatio in Mellius (melhor): havendo recurso apenas por parte da 
acusação, o tribunal pode proferir decisão mais benéfica em relação 
àquela constante da sentença (Ex.: réu condenado à pena de 01 ano de 
reclusão; MP apela visando aumentar a pena; o tribunal pode absolver o 
acusado por entender que não existem provas suficientes). 
 
13. Princípio da Consunção: art. 593, § 4º, CPP - quando for cabível a 
apelação, não cabe o recurso em sentido estrito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECURSO DE APELAÇÃO 
 
1. Endereçamento: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA … VARA CRIMINAL 
DA COMARCA DE...DO ESTADO DE... 
 
2. Qualificação e fundamento: 
 
FULANO, já qualificado nos autos, vem, por seu advogado, perante Vossa Excelência 
INTERPOR RECURSO DE APELAÇÃO, com base no art. 593, …, do CPP. 
 
Requer seja RECEBIDA e PROCESSADA a apelação e ENCAMINHADA, com as 
inclusas RAZÕES ao Tribunal de Justiça do Estado de... 
 
 
Pede deferimento.Comarca, data. 
Advogado n... 
 
 
 
 
 
 
Razões de Apelação 
 
Apelante: FULANO. 
 
Apelado: Justiça Pública 
 
Egrégio Tribunal de Justiça, 
Colenda Câmara, 
Douto Procurador de Justiça, 
 
O recorrente, inconformado com a sentença condenatória proferida pelo Juiz de Direito 
da… Vara Criminal da Comarca de...do Estado de..., requer a sua REFORMA pelas 
razões a seguir: 
 
 
I - DOS FATOS 
 
II - DAS PREELIMINARES E DO DIREITO 
 
1º - NULIDADES PROCESSUAIS: veja se o juiz não é incompetente, se a parte não é 
legítima ou se houve algum erro durante a marcha processual (ex.: vício na citação, falta 
de prazo para resposta à acusação, alguma nulidade na audiência etc.). Identificada a 
nulidade, peça a anulação do processo desde a época em que o vício surgiu, e fundamente 
no art. 564 do CPP(procure o inciso adequado) e em algum outro dispositivo que tenha 
sido violado (ex.: art. 396, caso o juiz não tenha dado prazo para resposta à acusação); 
 
2º - CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE: veja se o enunciado não traz 
alguma causa de extinção da punibilidade do art. 107 do CP. Ademais, veja nas 
disposições gerais do delito que estão imputando ao réu se não existe alguma causa 
especial de extinção da punibilidade; 
 
 
3º - ABSOLVIÇÃO: procure no enunciado alguma hipótese de absolvição do art. 386 do 
CPP. Se houver mais de uma causa de absolvição, você deverá mencionar todos os incisos 
do art. 386 aplicáveis ao seu caso. Ex.: o réu praticou o fato em legítima defesa e não há 
provas suficientes contra ele. Neste caso, as duas teses devem ser sustentadas, e a 
absolvição seria pedida nos termos do art. 386, VI e VII, do CPP; 
 
4º - APLICAÇÃO DA PENA: em apelação, certamente a FGV pontuará pedidos 
referentes à correta aplicação da pena. Para não ter problemas, siga o seguinte passo a 
passo: 
 
- veja se as circunstâncias judiciais são favoráveis (CP, art. 59) e peça que a pena-base 
seja fixada no mínimo legal; 
 
- peça o afastamento de qualificadoras e a incidência de privilégios; 
 
- peça o afastamento de agravantes (61 e 62, CP) e a incidência de atenuantes (65 e 66, 
CP); 
 
- peça o afastamento de causas de aumento e a incidência de causas de diminuição; 
 
- peça o regime adequado, de acordo com o que se pede (CP, art. 33, § 2º), podendo ser o 
regime aberto ou semiaberto (a depende do caso em questão); 
 
- peça a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (CP, art. 44); 
 
- se não for possível a substituição da pena privativa de liberdade por penas restritivas de 
direitos, peça a suspensão condicional da execução da pena - "sursis penal" (CP, art. 77). 
 
.OBS - Por fim, veja se não é possível a desclassificação para um crime menos grave – 
caso isso ocorra, faça a análise de falta de justa causa, de nulidade e de extinção da 
punibilidade em relação ao crime menos grave. 
 
 
III - DOS PEDIDOS: 
 
Diante do exposto, requer seja CONHECIDA e PROVIDA a apelação, para que (...) 
 
 
Pede deferimento. 
Comarca, data. 
Advogado nº... 
- PRAZO: 
 
Cuidado com a data. Veja se o enunciado não pede para que a peça seja datada no último 
dia de prazo. O prazo para interpor o recurso de apelação é de 5 dias.

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