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Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Coagulação intravascular disseminada (CID) • Envolve geração anormal e excessiva de trombina e fibrina no sangue circulante; • ↑ da agregação plaquetária e consumo de fatores de coagulação; • CID que se desenvolve lentamente (por semanas ou meses): causa manifestações primariamente trombótica venosa e embólica; • CID que se desenvolve rápido (em horas ou dias): ocasiona primariamente sangramento; ETIOLOGIA • Resulta da exposição do fator tecidual ao sangue, iniciando a cascata da coagulação; a via fibrinolítica também é ativada na CID; • Estimulação das células endoteliais pelas citocinas + alterações do fluxo sanguíneo microvascular → liberação do fator de ativação do plasminogênio tecidual (tPA) a partir das células endoteliais; o tPA e plasminogênio se ligam aos polímeros da fibrina; a plasmina (gerada pela clivagem do tPA do plasminogênio) cliva a fibrina em dímeros-D - pode ocorrer trombose e sangramento (se o consumo de plaquetas e/ou de fatores de coagulação for excessivo); • Ocorre com mais frequência: o Complicações obstétricas (descolamento prematuro da placenta, aborto terapêutico induzido por soro fisiológico, feto morto ou produtos de concepção retidos, embolismo do líquido amniótico) → o tecido placentário com atividade do fator tecidual entra ou é exposto à circulação materna; o Infecção (principalmente microrganismos Gram-negativos) → a endotoxina Gram- negativa provoca geração ou exposição da atividade do fator tecidual em células fagocíticas, endoteliais e teciduais; o Câncer (principalmente adenocarcinomas do pâncreas secretores de mucina, adenocarcinomas da próstata, e leucemia promielocítica aguda) → células cancerígenas que expressam e expõem (ou liberam) o fator tecidual; o Choque → por qualquer condição que causa lesão tecidual isquêmica e exposição ou liberação de fator tecidual; • Causas menos comuns: lesão tecidual grave por traumatismo craniano, queimaduras, úlceras por geladura ou ferimentos por arma de fogo; complicações da cirurgia da próstata permitindo que permitem material prostático com atividade do fator tecidual (juntamente com ativadores de plasminogênio) entrem na circulação; enzimas de certos venenos de cobra que entram na circulação, ativam um ou vários fatores da coagulação, e https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/hematologia-e-oncologia/hemostasia/vis%C3%A3o-geral-de-hemostasia#v47634701_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na-gesta%C3%A7%C3%A3o/descolamento-prematuro-da-placenta https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na-gesta%C3%A7%C3%A3o/descolamento-prematuro-da-placenta https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-e-complica%C3%A7%C3%B5es-do-trabalho-de-parto-e-do-parto/embolia-por-l%C3%ADquido-amni%C3%B3tico https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-e-complica%C3%A7%C3%B5es-do-trabalho-de-parto-e-do-parto/embolia-por-l%C3%ADquido-amni%C3%B3tico https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/tumores-do-trato-gastrintestinal/c%C3%A2ncer-de-p%C3%A2ncreas https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/tumores-do-trato-gastrintestinal/c%C3%A2ncer-de-p%C3%A2ncreas https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/c%C3%A2ncer-geniturin%C3%A1rio/c%C3%A2ncer-de-pr%C3%B3stata https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/hematologia-e-oncologia/leucemia/leucemia-mieloide-aguda-lma https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/medicina-de-cuidados-cr%C3%ADticos/choque-e-reanima%C3%A7%C3%A3o-vol%C3%AAmica/choque https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/mordidas-e-picadas/picadas-de-cobra#v1117469_pt Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo geram trombina ou convertem diretamente o fibrinogênio em fibrina; hemólise intravascular profunda; aneurismas aórticos ou hemangiomas cavernosos (síndrome de Kasabach-Merritt) associados a lesão da parede do vaso e áreas da estatese sanguínea; coagulação intravascular disseminada que evolui lentamente costuma resultar principalmente de câncer, aneurisma ou hemangioma cavernoso; FISIOPATOLOGIA • CID de evolução lenta: ocasiona primariamente manifestações tromboembólicas venosas (trombose venosa profunda, embolismo pulmonar); pode ocorrer vegetações da valva cardíaca; sangramento anormal é incomum; • CID de evolução rápida: causa trombocitopenia, depletação dos fatores de coagulação de plasma e fibrinogênio e sangramento; QUADRO CLÍNICO • Evolução lenta: sintomas de trombose venosa e/ou sintomas de embolia pulmonar; • Evolução rápida: locais de picadas (punções intravenosas ou arteriais) sangram persistentemente, as equimoses se formam nos locais de injeções parenterais e podem ocorrer sangramentos gastrintestinais sérias; DIAGNÓSTICO • Contagem de plaquetas, tempo de protrombina (TP), tempo de tromboplastina parcial (TTP), fibrogênio plasmático, d-dímero plasmático; • Suspeita-se de CID em pacientes com sangramento inexplicável ou tromboembolia venosa, especialmente se existir condição predisponente; • Exames de laboratório: o Plaquetopenia (geralmente < 100.000 mm3 ou com rápido declínio); o ↑ do aPTT e aumento do INR (redução percentual da atividade de protrombina); o ↑ de produtos de degradação da fibrina e do dímero D; o ↓ da atividade de antitrombina III e da proteína C da coagulação; o Níveis séricos de fibrinogênio: ▪ ↓ em fases mais avançadas; ▪ ↑ em fases iniciais (proteína de fase aguda); CID de evolução lenta: • Trombocitopenia leve; • TP normal a minimamente prolongado; • Nível de fibrinogênio normal ou moderadamente reduzido; • Aumento do nível plasmático de D-dímero; • Como várias doenças estimulam a elevação da síntese de fibrinogênio como reagente de fase aguda, declínio do nível de fibrinogênio em 2 dosagens consecutivas pode ajudar no diagnóstico de CID; CID de evolução rápida: • Trombocitopenia mais grave; • PT e PTT mais alargados; • Nível de fibrinogênio plasmático em declínio rápido; • Alto nível plasmático de D-dímero; TRATAMENTO • Tratamento da causa: terapia de reposição (plaquetas, crioprecipitado, plasma fresco congelado); o Heparina, se necessário; o Antibiótico de largo espectro em suspeita de sepsia Gram-negativa; o Evacuação do útero em descolamento prematuro da placenta; • Sangramento grave: o Concentrados de plaquetas para corrigir a trombocitopenia (no caso de queda rápida da contagem de plaquetas ou de plaquetas < 10.000 a 20.000/microL [< 10 a 20 ×109/L]); o Crioprecipitado para substituir o fibrinogênio (e o fator VIII) se o nível de fibrinogênio estiver caindo rapidamente ou for < 100 mg/dL (< 2,9 micromol/L); o Plasma fresco congelado para aumentar os níveis dos outros fatores de coagulação e anticoagulantes naturais (antitrombina, proteínas C, S e Z); • CID de evolução lenta: heparina é útil nos casos com trombose venosa ou embolia pulmonar; https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7as-da-aorta-e-seus-ramos/vis%C3%A3o-geral-dos-aneurismas-a%C3%B3rticos https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7as-venosas-perif%C3%A9ricas/trombose-venosa-profunda-tvp https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7as-venosas-perif%C3%A9ricas/trombose-venosa-profunda-tvp https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/embolia-pulmonar-ep/embolia-pulmonar-ep https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7as-venosas-perif%C3%A9ricas/trombose-venosa-profunda-tvp#v941045_pthttps://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7as-venosas-perif%C3%A9ricas/trombose-venosa-profunda-tvp#v941045_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/embolia-pulmonar-ep/embolia-pulmonar-ep#v915481_pt Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Hall, John E. Tratado de fisiologia médica.13ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. HOFFBRAND, A. V. Fundamentos em Hematologia. 7ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2018. SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia Humana - Uma Abordagem Integrada. 7ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. SOUZA, M. H. L.; ELIAS, D. O. Manual de Instrução Programada Interativa. Princípios de Hematologia e Hemoterapia. Rio de Janeiro, RJ: Centro de Estudos Alfa Rio, 2005. Tratado de hematologia. São Paulo: Editora Atheneu, 2013.
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