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Suicídio Infantil: A Autodestruição Silenciada
www.nucleodoconhecimento.com.br
DANTAS, Talyanne Nobre de Figueiredo [1], DANTAS, Thayse Elayne de Oliveira [2], SILVA,
Carlos Roberto de Morais e [3]
DANTAS, Talyanne Nobre de Figueiredo; DANTAS, Thayse Elayne de Oliveira; SILVA, Carlos
Roberto de Morais e. Suicídio Infantil: A Autodestruição Silenciada. Revista Científica
Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 08, Vol. 07, pp. 33-55, Agosto de 2018.
ISSN:2448-0959
Contents
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
2. O SUICÍDIO EM DISCUSSÃO
2.1 A CRIANÇA E A MORTE
2.2 O SUICÍDIO INFANTIL: POSSIBILIDADES DO SER CRIANÇA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
RESUMO
Esta pesquisa busca investigar os multifatores que estão por trás do suicídio infantil,
entendendo e descrevendo o porquê se manifestam de forma silenciada, utilizando o método
de pesquisa de revisão bibliográfica acerca do suicídio na infância, veiculados em bases
eletrônicas. Foram feitas pesquisas nas bases eletrônicas Pepsic, BVS, Lilacs e Scielo.
Também foram realizadas pesquisas de fontes localizadas em artigos, livros, dissertações de
mestrado e tese de doutorado. Segue uma ordem de organização de conteúdo, a qual se
inicia com o suicídio em discussão, acompanhado da exposição dos índices de suicídio geral
e infantil. Na sequência é descrito o desenvolvimento da infância e sua relação com a morte,
abordando posteriormente os multifatores influentes para o pensamento suicida até a
realização do ato, explorando as possibilidades do ser criança, e finalizando com uma
proposta interventiva para a sociedade, onde inclui profissionais, instituições e a
integralidade de ambos, para observar e refletir nas possibilidades de mudança da negativa
realidade aqui apresentada.
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Suicídio Infantil: A Autodestruição Silenciada
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Palavras-chave: Suicídio Infantil, Suicídio, Infância, Suicídio na Infância.
1. INTRODUÇÃO
O tema abordado refere-se ao suicídio como uma realidade presente na vida de muitos
indivíduos de várias faixas etárias e em vários contextos culturais, como uma maneira de
cessar os próprios sofrimentos, enxergando tal ato como solução. Algumas das possíveis
causas que influenciam o comportamento e ato suicida, como mostra a Organização Mundial
de Saúde (2012), são: a depressão, histórico familiar de suicídio, uso de álcool e drogas na
família, abuso sexual, abuso de poder, bullying, estresse, pressão interna e a dificuldade de
interação social. Entretanto, mesmo com a presença de tais fatores influentes para com o
indivíduo, como relatado pela OMS, bem sabemos, que as causas determinantes estão muito
além de fatores individuais, assim como Durkheim (2000) reflete em seus escritos, é um
problema mais social do que puramente individual, envolvendo, por exemplo, o meio cultural
e as relações sociais.
Sendo também, questões influentes para tal pesquisa, a inquietação que nos trouxe o
assunto e a necessidade de conscientização e desmistificação em relação ao tema, para criar
condições de enfrentamento e articulação de saberes e práticas de profissionais e
instituições, para combater tal realidade.
A pesquisa discorre sobre os dados mundiais e depois nacionais sobre os suicídios em geral e
em seguida, focando nos dados de suicídio infantil. Expondo sobre a construção histórica da
infância, as mudanças culturais e alguns dos principais fatores, principalmente culturais, que
tem agravado o número de suicídios infantis, tornando-o assim, um problema social e de
saúde pública. Focalizando também, na importância da expansão do tema na sociedade para
se construir uma cultura mais consciente e preparada para lidar com a morte, não apenas
em sua aceitação, mas principalmente, como prevenção.
2. O SUICÍDIO EM DISCUSSÃO
O suicídio, em uma visão geral e profunda, como cita Bouchard, (2002, apud COSTA E
ADRIÃO, 2005, p. 1) “é um meio de coerção e de vingança contra sentimento de importância
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e de incapacidade de mudar uma situação problemática. O objetivo é mais, na maioria das
vezes, mudar de vida e não, por fim à mesma”. Já a tentativa de suicídio é caracterizada
como uma ação malsucedida de pôr fim a própria vida.
De acordo com Bertolote & Fleischmann (2002 apud BARBOSA et al, 2011), estima-se que em
2020, aproximadamente 1,53 milhões de pessoas no mundo morrerão por suicídio. Isso
significa que um número de dez a vinte vezes maior de pessoas tentará suicídio.
Representando um caso de morte por suicídio a cada 20 segundos e uma tentativa a cada 1
ou 2 segundos.
Em termos globais a mortalidade por suicídio aumentou em 60% nos últimos 45 anos,
especialmente entre adultos jovens (MCGIRR et al, 2007 apud BARBOSA et al, 2011). A
Organização Mundial de Saúde (OMS) ressalta que a cada 40 segundos uma pessoa comete
suicídio, sendo cerca de 2.192 pessoas por dia, e mais de 800 mil pessoas por ano (OMS,
2014 apud ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA, 2014). E segundo a WHO (et al, 2014
apud BOTEGA 2014), esses números superam a soma de todas as mortes causadas por
homicídios, acidentes de transporte, guerras e conflitos civis.
É importante destacar que nesses dados não estão incluídas as tentativas de suicídio, que
são de 10 a 20 vezes mais frequentes que o próprio ato em si. Entretanto, é importante
ressaltar que como afirma Meleiro (2004 apud BARBOSA et al, 2011), os dados oficiais
relativos às tentativas de suicídio são mais falhos do que os de mortalidade por suicídio. E
que as informações que a OMS disponibiliza estão subnotificadas, pois nem todos os países
enviam seus dados atualizados.
No Brasil, conforme os dados apresentados pela Associação Brasileira de psiquiatria (ABP),
em 2012 foram registradas 11.821 mortes por suicídio, aproximadamente 33 mortes por dia.
Com um aumento de 10,4% entre 2000 e 2012, e dentre esta porcentagem, 30% desse
aumento ocorreu entre jovens (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA, 2014). Os dados
sobre mortalidade por suicídio no Brasil são constatados pela verificação dos atestados de
óbitos, os quais são reunidos pelo Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério
da Saúde. Esses dados costumam estar subestimados, pois segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que 15,6% dos óbitos não foram registrados em
cartório (sub-registro), e que, segundo estatísticas do Ministério da Saúde, o IBGE calculou
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que 13,7% dos óbitos ocorridos em hospital, podem não ter sido notificados (subnotificação),
referentes ao mesmo ano (IBGE, 2006 apud BOTEGA 2014).
Tais subnotificações contribuem para que o assunto se torne camuflado e classificado como
outras causas de morte, como afogamento, acidentes automobilístico, envenenamento
acidental e mortes por causas indeterminadas. Segundo uma pesquisa, foi observado que as
mortes por causas indeterminadas têm superado o suicídio em países da America Latina,
incluindo o Brasil. Sendo que, grande parte de tais mortes são consideradas suicídios, como
em pesquisa feita no Estado de São Paulo, por exemplo, que de 496 óbitos, 11 derivou-se de
suicídio e que 66% ainda continuou com causa indeterminadas. (BOTEGA, 2014).
O órgão responsável pelo envio dessas informações das declarações de óbito ao Ministério da
Saúde, segundo Barbosa et al (2011) é o Instituto de Medicina Legal (IML), mas ainda
conforme citam as autoras, nem todas as regiões do país preenchem os dados corretamente.
Dessa maneira, conforme esclarece Barros (2003 apud BARBOSA et al, 2011), a OMS
consegue rastrear apenas 80% das mortes no país.
Diantedas publicações sobre o assunto, percebemos que o suicídio vem crescendo
significativamente nas últimas décadas e envolvendo todas as faixas etárias e também os
vários contextos socioeconômicos.
Como afirma Botega (2002 apud BARBOSA et al, 2011) refletir sobre o suicídio é também
analisar por que este fenômeno tem sido silenciado ao longo dos anos pela sociedade,
autoridades responsáveis, profissionais de saúde e familiares, camuflando assim, um grave
problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Sendo, o suicídio, um tema que ainda
permanece pouco discutido entre a população.
Enquanto, o que deveria ser feito é a propagação do assunto e a busca por cuidar e prevenir,
seja dentro e fora das escolas, das casas, nas mídias, nas políticas e até nas implantações
culturais. Pois, como diz Durkheim (2005), o suicídio está mais relacionado a um problema
social – em vista das influências e consequências sociais na vida do indivíduo – quando
comparado aos demais fatores.
Desde o nascimento o ser humano é preparado para a vida, em criação, educação, dentro ou
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fora das escolas. Mas, não sendo preparado e nem educado para lidar com a morte. E este
desenvolvimento não precisa acontecer em nenhum lugar específico ou distante, mas sim,
no seio da sociedade a qual está integrada (KOVÁCS, 2005).
Segundo a OMS (2014 apud BOTEGA, 2014), o suicídio está classificado entre as três
principais causas de morte no mundo, e conforme apontam recentes pesquisas, tem maior
ocorrência nos grupos de adolescentes, adultos jovens e crianças. E segundo Braga et al
(2013) foi constatado que entre indivíduos de 15 a 44 anos, está entre as três principais
causas de morte, e entre indivíduos de 10 a 24 anos, como a segunda principal causa de
morte. E diante os aumentos desses índices, a OMS passou a considerar o suicídio como
problema de saúde pública mundial. Assim, nota-se o quanto é preciso dar atenção especial
a esse problema, pois, como esclarece Werlang (2013 apud OSMARIN 2015), já se tem
registros de óbitos por suicídio a partir dos cinco anos de idade.
Fensferseifer e Werlang, em seus estudos, constataram que quase metade dos incidentes
com crianças são consideradas tentativas de suicídio, e que os pais ou responsáveis tem
dificuldades de perceber as pistas deixadas por essas crianças, não identificando os avisos
das idealizações de tentativas suicidas (FENSFERSEIFER E WERLANG, 2003, apud COSTA E
ADRIÃO, 2005). Outro fator importante é que 75% a 90% das pessoas que tentam ou
cometem suicídio, antes, comunicam as suas intenções suicidas com familiares e amigos,
seja de forma direta ou indireta, como ressalta Lithan (1996), Shneidman (1994), Werlang e
Botega (2002, apud COSTA E ADRIÃO, 2005).
Essa concepção também se aplica para as crianças, visto que a consciência da realidade,
como da morte, vai se aprimorando e se concretizando com o passar da idade e contato
social, com o seu desenvolvimento biopsicossocial. E como diz Friedrich (1986), Assumpção
Jr. (1997 apud COSTA E ADRIÃO, 2005, p. 5), essa criança que comete suicídio, “este ser que
tem a vida pela frente está optando reduzir seu caminho de forma trágica trocando assim a
infância pela autodestruição[4] da inocência”.
Em seus estudos, Gama (1987 apud COSTA E ADRIÃO, 2005, p. 6) ressalta que “o suicídio é o
resultado de um processo que, em muitos casos, se desenvolve durante vários anos e que o
melhor a fazer é levar a pessoa que está dando avisos, a um profissional que possa ajudá-lo
a não tentar mais cometer o ato”. Mais fácil seria se o assunto fosse mais problematizado no
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meio social em geral e, que assim, maior atenção fosse dada pela busca das soluções
adequadas.
2.1 A CRIANÇA E A MORTE
A infância é uma construção histórica e que durante muito tempo não havia uma distinção
entre o mundo infantil e o mundo adulto. Na idade média as crianças pequenas
repentinamente transformavam-se em homens jovens, sem passar pelas etapas da
juventude. Como enfatiza Ariès (2006), as transmissões de valores e conhecimento e a
socialização da criança não eram asseguradas e nem controladas pela família. A criança logo
se afastava da família e sua educação ocorria por aprendizagem através do convívio com
outros adultos.
Segundo esse autor, as maiores atenções eram reservadas para a criança enquanto
pequena, “bonitinha” e quando poderia ainda divertir os adultos, como se fosse um
“animalzinho” de estimação. E pouco ressentimento se tinha quando essas pequenas
crianças morriam. Pensavam-se, na cultura da época, que logo viria outra para substituir. Era
como se a criança vivesse em um contínuo anonimato.
O sentimento entre cônjuges, pais e filhos, não era necessário para a existência da família. O
que mais se preservavam eram a conservação dos bens, prática de um ofício, ajuda mútua, e
proteção da honra e das vidas. Mas isso não quer dizer que o sentimento de amor não
existisse. Existia muitas vezes até antes do casamento e em outras tantas, depois do
casamento, com o convívio. Diante disso, as comunicações sociais e as trocas afetivas com
as crianças, ocorriam fora do âmbito familiar, em um meio mais acolhedor e caloroso,
formado por vizinhos, amigos, criados, homens, mulheres, velhos e crianças, com quem
podiam se expressar mais livremente. Sendo entendida como uma sociabilidade, essa
tendência à necessidade de comunicação e encontros com o outro. O autor classifica essas
características como sendo das antigas sociedades, ao contrário das características
presentes nas sociedades industriais. (ARIÈS, 2006).
No fim do século XVII ocorrem mudanças nessas formas, valores e práticas cotidianas. A
reforma de alguns aspectos sociais, advindas de influência protestante entre outras, por
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exemplo, predomina na moral dos homens. A família torna-se lugar de afeição necessária,
afeição esta, que passou a expressar sua importância para com a educação. Assim, a escola
toma o lugar do convívio e aprendizado diário com os adultos, passando a ser a forma de
educação das crianças. É nessas circunstâncias que, como cita Ariès (2006), a escola passa a
representar uma espécie de quarentena, antes das crianças disporem de um convívio mais
aberto com o mundo. E esse processo de enclausuramento, o qual se dá o nome de
escolarização, se estende até os dias de hoje.
A criança passa então, de um anonimato para um lugar muito visível, dentro das famílias e
em toda a sociedade. Os pais passam a ter uma diligência e esmero com suas crianças, o
qual foi característico dos séculos XIX e XX, mas que outrora, eram desconhecidas (ARIÈS,
2006). Passou-se a entender que a criança não estava preparada para encarar o mundo tão
facilmente apenas pelo convívio e aprendizagem com os adultos. Foi enxergada uma
necessidade de prepará-la para a vida com os adultos, diante da importância que elas
passaram a receber na transição dos tempos. Assim, a educação escolar toma a cena no
lugar das ruas e de suas experiências.
As mudanças dos tempos, sua evolução, o passar das gerações e evoluções de todos os
níveis na sociedade, ocorrem junto com novos pensamentos e consequências positivas e
negativas. Não negável, as evoluções foram muitas, juntas com seus visíveis benefícios,
como por exemplo, a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente, como cita o art. 4º do
ECA (Lei Nº 8069/90), assegurado pelo art. 227 da Constituição Federal de 1988, o qual
afirma que é dever da Família, da Sociedade e do Estado assegurar acriança e ao
adolescente o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária. E, garantindo ainda, que devem ser protegidos de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Entretanto, diante das imperfeições contidas nas criações humanas, também percebemos
grandes consequências negativas, como por exemplo, a vida muito preenchida de atividades
extra-escolares, sem tempo para o lazer e para o brincar – característico e fundamental para
o processo de desenvolvimento infantil[5] – e na maioria das vezes tendo a influência dos pais
nessa aceleração de compromissos, tendo que em muitos casos, adequar-se à modernidade,
transformando-se “em pequenos adultos”. Como cita Staviski et al, (2013), esquecem-se do
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presente e não aceita a criança como ela se encontra no agora, e sim, na expectativa do que
ela poderá vir a ser. Essas consequências negativas de acordo com Meira (2003 apud
STAVISKI et al, 2013), reforçam como a criança contemporânea é afetada pelo meio no qual
está inserida e como passa a reproduzir um viver acelerado, que, consequentemente
acarreta em prejuízos para as suas vidas, como também, para todos os demais, em todas as
faixas etárias e culturas, a curto e longo prazo.
Como sabemos, as culturas são mutáveis e o contexto influencia na maneira como ela é
adaptada pela coletividade e pelo indivíduo. Segundo Marconi e Presotto (2005 apud DINIZ,
2007) o conceito de cultura varia no tempo, no espaço e em sua essência. De acordo com
Lakatos (1999 apud DINIZ, 2007, p. 19), “as culturas mudam continuamente, assimilam
novos traços ou abandonam os antigos, através de diferentes formas. As culturas estão
sujeitas aos aspectos como crescimento, transmissão de hábitos, difusão ideológica,
estagnação, declínio e fusão”.
Nada tem permanecido exatamente igual, desde as primeiras gerações. Conforme Ullmann
(1991 apud NEPOMUCENO & ASSIS, 2008), as mudanças são necessárias, pois existem novas
situações históricas que devem ser enfrentadas; convulsões sociais que exigem, após seu
termino, novas respostas e soluções. Desse modo, as relações sociais são como ciclos
renováveis. O homem tem a necessidade de criar e procriar, e isso, não apenas
biologicamente, mas em todos os sentidos sociais, referindo-se tanto da matéria, como da
essência. As formas de valores e ensino também mudaram com o tempo, e a cada dia algo
novo se percebe na cultura atual.
Com decorrência das evoluções industriais, econômicas, tecnológicas, e tantas outras
mudanças, os valores, costumes e objetivos dos homens também mudaram. Dias mais
preenchidos com trabalhos, vidas ocupadas e com pouco lazer, relações sociais limitadas e
superficiais, valores sendo mudados por regras. Não generalizante, mas a grande e
considerável maioria tem se cercado por esses modos “modernos” de vida.
As pessoas têm cobrado muito de si e dos outros. Hoje, a produção acelerada e cada vez
maior, tem por objetivo o aumento das rendas econômicas. Não muito distante, mas os
noticiários e os demais recursos midiáticos têm mostrado claramente os atuais e
competitivos e consumistas modos de vida, e, que são crescentes e perpassados de gerações
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para gerações, como modelos de vida.
Os adoecimentos têm crescido, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Segundo os dados
da OMS, mais de 300 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo. Um número maior
que a população brasileira e os demais países de língua portuguesa, somados. De acordo
com os dados, houve um aumento de 18% nos casos de depressão, entre os anos de 2005 e
2015. E segundo a agência da ONU (Organização das Nações Unidas), a depressão é uma das
principais causas de mortes por suicídio, sendo aproximadamente 800 mil por ano. Já no
Brasil, segundo a OMS, foram registrados 11,5 milhões de casos de depressão, sendo quase
6% da população (ONU, 2017).
Em relação ao tratamento, conforme dados da Organização Pan-Americana de Saúde e
Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS), aproximadamente sete de cada dez pessoas
com depressão não recebem o tratamento necessário (OPAS/OMS, 2017).
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), o transtorno
depressivo maior é caracterizado por episódios distintos de no mínimo duas semanas de
duração, apesar da maioria dos episódios durarem um tempo consideravelmente maior (DSM
– V, 2014). Os elementos que mais se sobressaem nas síndromes depressivas são o humor
triste e o desânimo. Entretanto, conforme Dalgalarrondo (2008, p. 307), “elas caracterizam-
se por uma multiplicidade de sintomas afetivos, instintivos e neurovegetativos, ideativos e
cognitivos, relativos à autovaloração, à vontade e a psicomotricidade”.
Esses fatos são mostrados pelo não preparo e suporte para lidar com uma crise individual ou
social. Na maioria dos casos se percebe a existência de um adoecimento (sofrimento) na vida
de alguém através da consequência que esse adoecimento causou – o suicídio, por exemplo
– e não pelo fato de ter percebido antes o início do sofrimento, como por exemplo, em casos
que a criança comete o ato do suicídio por um sofrimento decorrente de um abuso sexual, o
qual, ela não conseguiu expressar e que igualmente, não foi percebido por terceiros.
Quando pensamos em adoecimento psíquico e somático, o senso comum geralmente tem a
tendência de excluir as crianças dessa densa realidade, como se fosse uma realidade muito
distante desses pequenos. Bem como vimos e vemos, as mudanças culturais atingem não
somente, mas principalmente, as futuras gerações, aqueles que estão no ápice de
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desenvolvimento da personalidade, aqueles que necessitam de exemplos para traçar como
metas a se seguirem e, aqueles que precisam de educação, para não serem “tabulas rasas”
na vida. São esses pequenos, os tão bombardeados pelas culturas mutáveis, e agora, pelas
culturas modernas, contemporâneas, cheias de regras e objetivos já traçados de vida.
Como reflete Costa e Adrião (2005), o mundo cada vez mais competitivo tem influenciado
para que as crianças se tornem adultas mais cedo, quando estas, ainda nem compreendem
inteiramente o mundo que as cercam.
Os dias preenchidos de estudos, aulas complementares e esportes; trabalho escravo;
situações precárias; exploração e abuso sexual; gravidez; convívio em situações
estressantes; falta de um bom convívio familiar; abandono; humilhação e desprezo
constante; influências midiáticas, dentre outras conjunturas, são exemplos de fatores que
contribuem para o adoecimento psíquico infantil. Esse adoecimento, na maioria das vezes de
forma silenciosa, pode e tem levado muitas vezes a consequências irreversíveis, como é o
caso do suicídio.
A depressão infantil, como um dos muitos fatores de adoecimento psíquico, tem aumentado
e contribuído para a crescente busca pelo suicídio como ato final, como forma de solução
para colocar um fim na situação estressante em que vivem. Mas é importante salientar, que
o suicídio pode e acontece mesmo que a pessoa não apresente alguma má formação em seu
desenvolvimento psicossocial, como bem fala Reis e Figueira (2002) e Fensterseifer e
Werlang (2003, apud COSTA E ADRIÃO, 2005).
De acordo com Botega (2010), em 97% dos casos, diante os vários levantamentos
internacionais, o suicídio é um marcador de sofrimento psíquico ou de transtornos
psiquiátricos. É importantesalientar que existe distinção entre esses dois fatores. O
sofrimento psíquico é algo que todos nós desenvolvemos, pois diz respeito à vivência do
sujeito, ou seja, quando ele passa por situações estressantes e difíceis, o qual acha que não
vai suportar o sofrimento ou que vai enlouquecer. Já os transtornos psiquiátricos segundo o
DSM-V:
É uma síndrome caracterizada por perturbação clinicamente significativa na
cognição, na regulação emocional ou no comportamento de um individuo que reflete
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uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento
subjacentes ao funcionamento mental. Transtornos Mentais estão frequentemente
associados a sofrimento ou incapacidade significativos que afetam atividades sociais,
profissionais ou outras atividades importantes. Uma resposta esperada ou aprovada
culturalmente a um estressor ou perda comum, como a morte de um ente querido,
não constitui transtorno mental (DSM-V, 2014, p. 20).
Tanto os fatores de ordem do sofrimento psíquico, como de transtorno psíquico podem
influenciar negativamente a vida do indivíduo, e aqui falando, da criança. Além disso, somar-
se ao fato de que em nossa sociedade a maioria das pessoas não sabe como lidar com a
morte e tampouco buscam compreender o que ela representa, somando-se ainda, ao fato da
precária educação para com esse tema. Apesar de ser o processo final do ciclo vital, as
pessoas se negam a falar sobre o assunto transformando-o em um tabu, principalmente com
as crianças. Em muitos casos, os adultos “mentem ou ocultam a verdade à criança sobre a
morte, esta deixa de acreditar neles e pode não voltar a perguntar” Aberastury (1984, apud
SENGIK & RAMOS, 2013, p.2).
De acordo com Kovács (2002, p. 2) “existem várias possibilidades de ocultamento para a
morte, tanto culturais quanto psicológicas. Entre estas últimas podem ser destacados os
mecanismos de defesa: negação[6], repressão[7], intelectualização[8], deslocamento[9]”.
Percebemos, ainda mais, na contemporaneidade a incitação da manutenção de vida a
qualquer custo.
Segundo Morin (1970 apud KOVÁCS 2002, p. 35), “a sociedade funciona apesar da morte,
contra ela, mas só existe enquanto organizada pela morte, com a morte e na morte”. Falar
de morte na contemporaneidade é entendido como algo negativo, visto que a ciência de
forma geral trabalha incansavelmente para manter as pessoas vivas seja através de
pesquisas, medicamentos, formas de tratamento, etc. Perguntamo-nos, pois, o que a
sociedade tem a falar diante de uma morte por suicídio? E refletimos que, por remeter a um
problema maior e mais complexo, percebemos que não se discute muito o assunto.
Existe no senso comum, uma tendência a considerar alguém que tira voluntariamente a
própria vida – sendo visto e julgado – como uma pessoa “desequilibrada mental”, também
como um covarde que não soube enfrentar os problemas da vida, ou, levando para o lado
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religioso, como uma pessoa “endemoniada”, que possivelmente cometeu tal ato por falta de
fé em Deus. E é através dessa generalização que se tiram as justificativas errôneas do
porque as pessoas se matam. Diante desse “diagnóstico”, a sociedade ao mesmo tempo em
que estigmatiza esse sujeito como alguém que não está lúcido no controle de sua própria
conduta, ela se afasta do problema ou tenta empurrar o assunto para “debaixo do tapete”. E
agindo assim, acaba impedindo que a verdade apareça.
2.2 O SUICÍDIO INFANTIL: POSSIBILIDADES DO SER CRIANÇA
Múltiplos são os fatores que levam o indivíduo ir além da construção da ideação suicida, até
o ato em si. Estando ele, consciente ou não de seus atos. A questão é saber quais são estes
fatores tem mais influenciado o comportamento suicida infantil, levando em consideração a
lucidez e a noção de morte presente na vida das crianças que cometem tal ato.
Segundo Loureiro, Moreira, & Sachsida (2013), em uma análise empírica para os estados
brasileiros, a mídia é o terceiro maior motivador de suicídio, para todos os grupos de
pessoas, ficando atrás apenas do desemprego e da violência. Constatou-se que a cada 1% de
aumento na mídia, a taxa de suicídio de jovens do sexo masculino entre 15 e 29 anos, se
eleva em 5,34%. A violência também tem influência considerável para o aumento da taxa de
suicídio. Quanto mais violenta é a localidade, maior é a taxa de suicídios.
De acordo com outro estudo, o qual analisou 37 pesquisas mundiais, o bullying é outro tipo
de violência que tem sido uma das principais causas de morte por suicídio entre crianças e
adolescentes (KIM & LEVENTHAL, 2008 apud KUCZYNSKI, 2014).
O bullying é definido pelo uso de força ou coerção para afetar negativamente aos
demais, envolvendo um desequilíbrio do poder social, físico e/ou emocional, e atos
danosos voluntários e repetitivos. Pode ser persistentemente dirigido a um alvo
baseado na raça, cor, peso, origem, grupo étnico, religião, crença, deficiência,
orientação sexual, gênero, aparência física, sexo, ou outras características que
distingam o eleito no grupo. Não está limitado a, mas prevalece entre crianças e
adolescentes. Assume várias formas: verbal, física, relacional/social e eletrônica,
sendo o último mais conhecido como cyberbullying (NASP, 2012, apud KUCZYNSKI,
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2014, p. 247).
O desenvolvimento tecnológico e o crescimento midiático inegavelmente têm atingido todos
os públicos, e em especial os mais jovens, onde são atraídos pelas novidades, games, meios
rápidos e interativos de conversa, redes sociais que os permitem acompanhar a vida de
famosos e anônimos. Perceptivelmente esses meios tecnológicos têm influenciado nas
rotinas, escolhas e comportamentos das pessoas, sendo essas influências, não apenas
positivas, mas também, negativas, as quais causam danos pelo excesso e mal uso de tais
meios. Como exemplo, podemos citar o cyberbullying, caracterizado como o bullying virtual
ou eletrônico, e que segundo Nasp (2012, apud KUCZYNSKI, 2014), vem crescendo na
atualidade.
Como podemos perceber, diante das análises bibliográficas de dados já existentes, como
mencionado durante a pesquisa, os motivos que levam a prática do suicídio infantil não são
unicamente isolados, mas se envolvem, se influenciam, se integram. Como explanado, o
crescimento tecnológico e a mídia, juntamente com suas diversas formas interativas, se
unem em um conjunto de fatores dominantes para comportamentos, ideações e atos suicidas
entre as crianças. Apesar de alcançar outros públicos, tem se evidenciado o quanto tem
afetado as crianças – passiveis de aprendizagem e de influências externas, pelo seu ainda
evidente desenvolvimento biopsicossocial, incluindo a formação da personalidade –
principalmente no período da segunda infância até a adolescência.[10]
Outros fatores que influenciam as crianças a tentarem suicídio, segundo Friedrich (1986 apud
COSTA E ADRIÃO, 2005, p. 6), são os seguintes: “a perda de pessoas, dificuldades familiares,
cobranças nos afazeres domésticos porque os pais trabalhavam esquecendo que a criança
não pode ter o mesmo desempenho do adulto, separações com muitas brigas entre os pais”,
e também, por ser cada criança única, há outros fatores influentes para o risco suicida, como:
perdas recentes de pessoas significativas ou próximas da criança, preocupação exagerada
com a morte de pessoas próximas e/ou queridas e pouca resistência à frustração.
Durkheim (1977 apud RODRIGUES, 2009, p. 702) refere-se que a sociedade não é somente
uma finalidade que atrai os sentimentose as atividades dos indivíduos de uma forma
desigual, afirmando ser também, um poder regulador. Existindo uma relação de como ocorre
essa ação reguladora com a taxa social dos suicídios, e esta, refere-se não a tendências
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coletivas ou individuais, mas sim a um critério que quantifica por um longo período de
tempo, afinal, como bem menciona o autor, “o enfoque do suicídio como fato social mostra
que cada sociedade está predisposta a fornecer um determinado contingente de mortos
voluntários”.
Outro fator importante, também trazido pelo autor, é a justificativa errônea a qual muitas
vezes atribuímos aos casos de ideações ou atos suicidas. Embora interfiram, as questões
raciais, culturais e econômicas não são determinantes para justificar o suicídio, como
exemplo, traz a comparação de que o aumento da miséria influencia muito pouco para o
aumento dos casos de suicídio, enquanto, situações felizes, que contribuem para a
prosperidade de um país, influenciam para o suicídio, tanto quanto os desastres econômicos
(DURKHEIM, 2005).
O desejo de morte pode variar, mas sofre influência de fatores ambientais estressantes, o
que faz pontuar a importância para maior atenção a fatores de riscos cognitivos, seja para
uma primeira tentativa ou para uma recorrência de comportamento suicida. Tais fatores
podem ser: “desesperança; carência na geração de alternativas para problemáticas e na
flexibilidade para enfrentar situações; estilo disfuncional, internalizando eventos negativos,
considerando-o estável e global (associados a quadros depressivos de longa evolução);
impulsividade” (SHAFFER & PIACENTINI, 1994 apud KUCZYNSKI, 2014, p. 249).
Apesar de não haver necessariamente um desejo suicida explícito relacionado às
mortes de adolescentes, o envolvimento em condutas de risco definem atitudes pa-
rassuicidas aliadas a um descaso e uma desvalorização da vida, quer pela
concomitância de transtornos do humor (principalmente a depressão e a distimia,
não necessariamente diagnosticados), quer pela existência de estressores
ambientais associados a uma ausência (objetiva ou subjetiva) de perspectivas de
futuro (SOUZA & KUCZYNSKI, 2012 apud KUCZYNSKI, 2014, p. 249).
Um estudo epidemiológico realizado em 101 países, no período de 2000 à 2009, constatou
que 14,7% das mortes por suicídio ocorreram em crianças na faixa etária entre 10 e 14 anos.
Onde também foi verificado que, destas mortes, 74% foram provocadas por meio de
enforcamento e 13% por arma de fogo. Já no Brasil, segundo o Mapa da Violência do
Ministério da Saúde, entre os anos de 2002 a 2012 o número de mortes por suicídio
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aumentou 40% entre crianças e adolescentes na faixa etária entre 10 e 14 anos (SOUSA et
al, 2017).
Outros dados mostram que, no período de 2000 a 2008, foram constatados no Brasil, 43
casos de suicídios em crianças menores de 10 anos e de 6.574 casos de crianças e
adolescentes entre 10 e 19 anos, sendo uma média de 730 mortes por suicídio, por ano.
Entre as crianças, 80% dos meninos buscaram o meio de enforcamento e entre as meninas,
percebeu-se a preferência por meios de intoxicação medicamentosa, o uso de objetos
cortantes e afogamento (SOUZA, 2010 apud KUCZYNSKI, 2014).
Esses dados e muitos outros referentes aos casos de suicídio infantil, não inclui os casos não
notificados, assim acontecendo por escolha dos pais ou responsáveis, pedindo a alteração da
causa de morte na certidão de óbito; pela existência de cemitérios clandestinos (LOVISI et al,
2009 apud KUCZYNSKI, 2014); como também, pela desqualificação de muitos profissionais
para identificar a real causa da morte por suicídio de crianças (MACINTIRE & ANGLE, 1973
apud KUCZYNSKI, 2014).
Diante de tantas causas de mortes por suicídio entre crianças, o que se percebe é o interdito
dessa morte por parte da família e da sociedade em geral. Vemos o silêncio forçado ante tais
fatos. Tal interdito é como se fosse uma solidariedade a modernidade, acompanhando os
avanços da industrialização, urbanização e racionalidade, como cita Ariès (2003 apud
KUCZYNSKI, 2014). Como se o que valesse fosse apenas o interesse em prosseguir, sem o
peso das tragédias cotidianas causadas pela morte, criando formas egoístas de se proteger,
provocando o silêncio e a indiferença diante de tal realidade e de tais riscos agravantes e
crescentes, desrespeitando assim, aqueles fragilizados e/ou já mortos.
Como diz Durkheim (2005), estamos acostumados a encarar como anormal tudo o que é
considerado imoral. E assim, como bem se costuma fazer, estabelecendo o suicídio como
algo classificadamente imoral, o qual ofende a consciência moral da sociedade. Parece
totalmente inadmissível então, deixar de considerá-lo (o suicídio) como um fenômeno de
patologia social.
Se continuarmos caminhando em direção a resultados negativos e crescentes, como esses já
citados aqui e apontado pelos dados previstos, é inegável a necessidade de medidas
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institucionais e legais urgentes, para intervir nos meios de produção social que tem
influenciado para tais dados. Como menciona Nasp (2012 apud KUCZYNSKI, 2014), se
voltando e atuando em esforços nacionais para a prevenção, como resposta a tal questão.
Sendo, pois, necessário que a educação focalize de forma ampliada para a morte, partindo
com base e fundamento na importância da discussão do tema, visando a reumanização da
morte, em uma sociedade a qual interdita-a. “Escancarando” esse tema no cotidiano das
pessoas (KOVÁCS, 2005).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Há um questionamento perturbador de como uma criança que socialmente é tida como “ser
inocente” teria a capacidade e compreensão de planejar e tirar a sua própria vida. Diante de
tal pesquisa, percebemos que múltiplas e complexas são as causas e questões acerca do
suicídio infantil que influencia o comportamento suicida e a sua prática.
Evidenciamos que o “mito da inocência” ainda continua por ser difundido, tendo-se, ao
mesmo tempo, os crescentes índices de morte por suicídio em pessoas cada vez mais jovens,
atingindo em grande proporção as crianças, e isso, em todo meio social. Entretanto, não se
tem muitas pesquisas referentes ao assunto, que continua sendo pouco estudado, discutido e
questionado, contribuindo para permanência de algumas questões, como é o caso das
subnotificações dos índices, e estas, inclui vários fatores, como por exemplo, o pedido da
família para adulterar a causa da morte na certidão de óbito, como também, a falta de
preparo profissional para realização de um bom diagnóstico, além da antiética de alguns,
adulterando a causa da morte.
Percebemos também, que metade das subnotificações de “acidentes” envolvendo as
crianças são tentativas “camufladas” de suicídio, como ressaltado por Sengik & Ramos
(2013). Além de envolver o conhecimento dos pais ou responsáveis, de conseguir discernir
uma tentativa de suicido, também envolve o conhecimento dessa criança que tenta tal ato. E
que elas apenas começam a compreender esse fenômeno ao modo que passam a
compreenderem o conceito de morte, assim como os seus fatores de risco. É importante
ressaltar que há uma variabilidade da compreensão de morte para cada criança
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considerando a sua subjetividade e o conhecimento acerca do contexto em que estão
inseridas.Se esse conhecimento for suficiente, influenciará para uma melhor avaliação do
sofrimento, percepção das possibilidades de enfrentamento e soluções, mudando a
perspectiva e/ou ideação de autodestruir-se.
As mudanças históricas e culturais incluíram a construção da infância, influenciando os seus
diversos fatores de desenvolvimento. Tal construção envolveu uma série de questões nas
vidas dessas crianças, e se falando dos dias atuais, podemos perceber a realidade do peso
de atividades e responsabilidades diárias, que excedem o limite dessas crianças,
sobrecarregando-as e antecipando-as à vida adulta. A infância e suas etapas têm a sua
importância para um bom desenvolvimento biopsicossocial da criança, e pular essa fase ou
parte dela, rouba-lhes as premissas da inocência, do brincar, do ser criança.
Diante de tudo que já foi apresentado, quais seriam as possibilidades ante esse fenômeno?
Como as multiáreas de conhecimento e prática poderiam intervir nessa questão? Por que se
evidencia na sociedade, a omissão ao invés da discussão? É realmente pela dificuldade de
expressar/opinar sobre um assunto tão complexo e desafiador ou é por acreditar que
comportamento suicida infantil não passa de frivolidade?
É importante atentarmos para tais questionamentos, considerando a visão de muitos
indivíduos que acreditam que o sofrimento da criança não passa de algo imaturo e
irrelevante. E diante o desconhecimento de tal questão, acabam por omitir/disfarçar a
gravidade desse sofrimento não dando a importância necessária, acarretando e contribuindo
para expansão do sofrer da criança. Crianças que vivenciam situações de violência, seja
psicológica ou física, como, por exemplo, situações de humilhações e qualquer tipo de abuso,
podem almejar e buscar a morte como forma de fuga da realidade que se encontram.
Percebemos assim, a importância da família, estado e de toda sociedade, na formação da
criança, seja em sua personalidade, consciência ou demais fatores. Sendo responsabilidade
social contribuir para um bom desenvolvimento físico, psicológico, moral e social, como
ressaltado no Estatuto da Criança e do Adolescente. Devendo-se então, acolher a criança,
considerando suas questões, buscando compreender a realidade que lhe faz desejar e buscar
a morte de si mesma, visando ajudá-la a pensar e obter possibilidades de solucionar tal
problemática. Levando em consideração que independentemente da idade, o desejo de
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morrer deve ser sempre levado a sério considerando o sofrimento desse indivíduo.
Evidenciamos a inexistente educação para com a morte na Escola, na família e em todo seio
da sociedade. Sendo, pois, uma cultura que pouco fala, pouco se interessa e muito se silencia
por muito pouco conhecer as causas que influenciam e levam ao suicídio. É essencial que a
educação sobre esse tema se difunda nas diversas culturas e em cada instituição. E que, tais
questões que envolvem esse tema, sejam levadas em consideração, juntamente com formas
interventivas, visando à redução significativa desses índices referente ao suicídio infantil,
como também, de demais faixas etárias.
Faz-se necessário que não só a psicologia, mas que demais áreas do conhecimento, insiram-
se nos vários contextos da sociedade, como equipe multi e interdisciplinar, (médicos,
psicólogos, enfermeiros, bombeiros, policiais, engenheiros, dentre outras áreas), que estejam
preparados, capacitados e qualificados para identificarem e intervirem atuando de maneira
prévia e com técnicas diretivas referentes ao assunto. E da intersetorialidade (saúde,
educação, assistência social, segurança, etc.), contribuindo para eficácia de um trabalho em
conjunto entre os diversos setores institucionais, partindo com uma mesma visão e objetivo. 
Pois, tratando-se de um fenômeno com múltiplos fatores e de complexa interação é
necessário ser analisado por profissionais de diversas áreas que possam contribuir para a
compreensão dessa ocorrência, de forma integrada. Contribuindo para propagar/difundir o
fenômeno do suicídio, visando à prevenção e o cuidado dentro dos diversos contextos
(familiares, educacionais, hospitalares, políticos, midiáticos, culturais, etc.), realizando ações
educativas que fale da morte sem tabus, preconceitos ou medos.
É necessária também a produção de mais pesquisas sobre o assunto, diante das poucas
literaturas existentes. Pesquisas que aprofundem no tema de suicídio e seus aspectos,
desenvolvendo planos de ações adequados ao contexto nacional e global. Assim,
disponibilizando aos profissionais e a população no geral, compreensão sobre as
características do comportamento suicida infantil, levando em conta que existem
multifatores para este fenômeno. Além de ofertar serviços especializados de apoio e
reabilitação para os casos de ocorrência, visando prevenir, promover e compreender de que
há sempre um sofrimento velado que necessita ser percebido.
Sendo de grande importância enfocar no tema da morte, pois, juntamente estaremos falando
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de vida e ao falar de vida a qualidade desta acaba sendo revista. Sendo o interdito da morte
um inimigo a ser vencido. Pois, quanto mais se nega a morte, mais esta se evidencia e se
apresenta através de exemplos como violência urbana, guerras e suicídio (KOVÁCS, 2005).
Portanto, se faz necessário agora, que, como sociedades, pesquisemos, aprendamos e
adotemos formas de lidar a respeito do suicídio. E assim, diante da solução encontrada e
assentida, “chegaremos à conclusão ou de que as reformas a fim a refreá-lo são necessárias
e possíveis, ou de que, pelo contrário, convém aceitá-lo tal como é, ainda que continuemos a
condená-lo” (DURKHEIM, 2005, p. 397).
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[1] Graduada em Psicologia pela Universidade Potiguar
[2] Graduada em Psicologia pela Universidade Potiguar
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Suicídio Infantil: A Autodestruição Silenciada
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[3] Orientador. Graduado em Psicologia pela UFRN
[4] De acordo com alguns autores como Kovács (1992, p. 165) o suicídio “é a autoeliminação
/autodestruição voluntária e intencional. Tomado mais amplamente, o suicídio inclui
processos autodestrutivosinconscientes, lentos e crônicos”. Autores como Cassorla & Smeke
(1994, p.3) conceituam também o termo Autodestruição diante a complexidade das
situações autodestrutivas humanas, tanto em sua vertente social como em suas
manifestações aparentemente individuais (suicídio, acidentes, homicídio, doenças,
drogadição, etc.).
[5] Segundo Oliveira (1994, p.8), o brincar promove experiências sociais, as quais contribuem
com o desenvolvimento cognitivo seja indiretamente (promovendo o crescimento da
habilidade de se colocar no lugar do outro), seja diretamente (fornecendo oportunidade das
crianças perceberem como são os outros).
[6] Na negação, segundo Silva (2010 p.2),o sujeito recusa-se a aceitar a realidade ou a
verdade de um fato ou experiência. Ou seja, “o sujeito dá como inexistente um pensamento
ou sentimento que caso, ele admitisse causaria grande angústia”.
[7] A repressão envolve meramente esquecer algo incômodo, consistindo em manter afastado
da consciência uma ideia penosa.
[8] A intelectualização conforme cita Souza (2013, p. 3) “é a tentativa de substituir uma razão
genuína, instintiva, por uma fictícia, socialmente aceitável, isto é, para tentar afastar-se de
uma situação estressante a pessoa se utiliza de discursos puramente abstratos”.
[9] O deslocamento que “é o mecanismo de defesa cuja pessoa substitui a finalidade inicial de
uma pulsão por outra diferente e socialmente mais aceita” Silva (2010, p. 5). Isto é, a
transferência de sentimentos de um alvo para outro, considerado como menos ameaçador ou
neutro.
[10] Erikson (1985, apud PAPALIA, 2006) cita a principal crise de desenvolvimento da segunda
infância sendo a iniciativa versus culpa. Nessa fase a autoestima tende a ser global e
irrealista, refletindo a aprovação adulta. Na terceira infância as crianças ainda diferem muito
no comportamento social e na personalidade. O temperamento desempenha algum papel. As
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crianças com o temperamento mais difícil são mais propensas a mostrar problemas
posteriores de comportamento ou delinquência.
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