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1 BETA-LACTÂMICOS Gizelle Felinto INTRODUÇÃO Os beta-lactâmicos, que atuam inibindo a última etapa da biossíntese da parede celular bacteriana, constituem a família mais numerosa de antibióticos e a mais utilizada na antibioticoterapia Todos os compostos, naturais ou sintéticos, deste grupo (penicilinas, cefalosporinas, carbapenemos e monobactamos) são caracterizados por possuírem um anel beta-lactâmico com uma cadeia lateral variada, que explica as características, espetros de ação e resistências às beta-lactamases de cada antibiótico Trata-se de compostos de ação bactericida lenta que interferem na síntese do peptidoglicano. São dependentes da concentração plasmática, apresentam escassa toxicidade devido ao elevado tropismo para as células bacterianas, possuindo uma ampla margem terapêutica Betalactâmicos ou Beta-lactaminas, constituem um grupo de substâncias caracterizadas pela presença de um grupamento químico heterociclíco azetidinona denominado anel beta- lactâmico LINHA DO TEMPO DA INTRODUÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS: A história dos antimicrobianos data no século XX, principalmente a partir da Segunda Guerra Mundial, onde se começa a usar, do ponto de vista industrial, os antimicrobianos 1908 Ação dos Arsenicais 1932 descoberta a Sulfanamida 1940 descoberta das Penicilinas (natural), embora tenha sido apresentada ao mundo em 1927, por Alexander Fleming 1950 Clorofenicol, Eritromicina e Vancomicina 1960 Rifamicina 2000 Linezolida 2003 Daptomicina MECANISMOS DE AÇÃO DOS BETA-LACTÂMICOS A Inibição da síntese da parede celular de peptidoglicano (compõe a membrana celular) Ligação às PBPs (Proteínas ligadoras de penicilinas), inibindo peptidoglicano ação lítica Aniquilamento do potencial de membrana celular ação não lítica Ou seja, atua inibindo a parede celular de peptidoglicano, levando a uma ação lítica, matando a bactéria MECANISMOS DE RESISTÊNCIA Crescente aumento da resistência aos beta-lactâmicos: Microorganismo intrinsecamente resistente Beta-lactamase (penicilinase) destrói o anel beta- lactâmico Diferenças estruturais nas PBPs (alvos das penicilinas) Resistência natural (bacilos gram-negativos anaeróbios) o antibiótico não ultrapassa a parede celular desses germes Alteração nas proteínas de ligação das penicilinas alteração do receptor do antimicrobiano na bactéria, ele não consegue se ligar Incapacidade do agente de penetrar no local de ação ou aumento do efluxo leva o antibiótico para fora da célula PENICILINAS INTRODUÇÃO ALEXANDER FLEMING descobriu as penicilinas por acaso. Ele estava fazendo cultura de fungos, onde houve contaminação de bactérias, assim esses fungos inibiram o crescimento dessas bactérias O QUE SÃO AS PENICILINAS: Antibióticos bactericidas que apresentam anel beta- lactâmico, sendo os primeiros a serem descobertos (Fleming, 1928) As Penicilinas são substancias ácidas e podem ser apresentadas sob a forma de sais de sódio ou potássio, ou em forma de ésteres As penicilinas e seus análogos pertencem ao grupo de substâncias conhecidas com o nome penam ou PENEMA MECANISMO DE AÇÃO Anel tiazolidínico origina ácido Penicilânico, do qual contêm um grupamento amina no carbono 6 Ácido 6-aminopenicilâmico Quando há resistência, a bactéria consegue quebrar esse anel beta-lactâmico do antimicrobiano CLASSIFICAÇÃO DAS PENICILINAS PENICILINAS NATURAIS PENICILINA G CRISTALINA PENICILINA G PROCAÍNA PENICILINA G BENZATINA PENICILINA V AMINOPENICILINAS AMPICILINA AMOXICILINA RESISTENTES A PENICILINASE OXACILINA METICILINA AMPLO ESPECTRO UREIDOPENICILINAS CARBOXIPENICILINAS PENICILINAS NATURAIS Penicilinas G e V – Benzilpenicilina (cristalina, procaína e benzatina) e a fenoximetilpenicilina ESPECTRO DE AÇÃO: são hidrolisadas pelas penicilinases Cocos gram + 2 BETA-LACTÂMICOS Gizelle Felinto Cocos gram - Crostrídios Espiroquetas Actinomicetos; ATIVIDADE ANTIMICROBIANA: Infecções estreptocócicas: Faringoamidalites, escarlatina e erisipela Streptococos Endocardite bacteriana por S. Viridans e S. Faecalis, podendo associar com aminoglicosídeo (Gentamicina) Infecção por anaeróbio: A maioria são sensíveis, exceto B. fragilis C. Tetânico (Tétano) é a primeira escolha Infecções meningocócicas: A penicilina G Cristalina é o fármaco de escolha, pois é a única que atravessa a BHE! Não elimina o estado de portador, logo é ineficaz com medida profilática PENICILINAS G (Benzilpenicilina): PENICILINA BENZATINA Faringite, causada por Streptococcus, (dose única de 1.200.000 UI Intramuscular) e profilaxia 1ª e 2ª da Febre Reumática (a cada 3 semanas) Sífilis: Primária, secundária ou latente recente (com menos de um ano de evolução) 2,4 milhões de unidades intramuscular em 1 dose Tardia, com duração ignorada ou terciária 2,4 milhões intramuscular por semana, durante 3 semanas Penicilina de depósito (1 – 3 semanas) por isso é bem utilizada na profilaxia da febre reumática Nunca fazer endovenosa risco de TEP, PCR e morte PENICILINA PROCAÍNA Erisipela, Escarlatina 300.000 a 600.000 UI de 12/12h intramuscular por 10 dias É intermediária tem ação mais rápida que a Benzatina, mas é um pouco lenta PENICILINA CRISTALINA É a única que atravessa a Barreira Hematoencefálica (BHE) É usada somente endovenosa Neurossífilis 18 – 24 milhões, divididas de 4/4h, por 14 dias, endovenoso em SF ou SG em 30-60’ Leptospirose 1,5 de 4/4h endovenoso, diluído em SG ou SF, por 10 dias Pneumococos (Pneumonia e sepse), Enterococcus, Strpto sp. gonococos, meningococos, C. Tetaniae 6 – 24 milhões, divididos em 4/4 ou 6/6 horas de 10 – 14 dias ABSORÇÃO: Administração oral de Penicilina G Suco gástrico com pH 2 destrói rapidamente. É raramente usada (não usada no Brasil) Administração oral de Penicilina V Vantagem dessa frente à Penicilina G. Em uso oral atinge 2-5x mais níveis plasmáticos. Não se utiliza mais, pois tem outros antimicrobianos mais eficientes, principalmente para tratar amigdalites e infecções de vias respiratórias Administração Parenteral: Penicilina G Cristalina intravenoso (IV) Concentração máxima após 15-30 min Rápido declínio meia-vida de 30 min Assim, deve ser usada de 4/4h Penicilina G procaína e Penicilina G benzatina intramuscular (IM), liberação lenta DISTRIBUIÇÃO: Penicilina G Cristalina Tem ampla distribuição no corpo mas tem 60% ligação albumina Significativamente presente no fígado, bile, rins, sêmen, líquido articular, linfa, intestino e LIQUOR (Meninges em inflamação aguda, penetra bem no LCR) EXCREÇÃO: Eliminação rápida (meia-vida 30 min no adulto) pelos rins, 75 a 90% da droga inalterada pela urina Na Insuficiência Renal necessita de ajustes A penicilina G tem pequena capacidade de penetrar nas células, por esse motivo não é ativa sobre microrganismos de localização intracelular AMINOPENICILINAS – PENICILINAS DE LARGO ESPECTRO AMPICILINA E AMOXICILINA: Utiliza-se muito mais a AMOXICILINA, pois tem uma melhor absorção por via oral Mantém sua ação para gram positivo e amplia sua ação para GRAM NEGATIVOS Bactericidas de gram positivo e gram negativo Ampliados para alguns gram negativos como H. Influenza, E. coli e Proteus 30-50% de E. coli e de outras enterobactérias (Salmonella e Shigella) são resistentes Podem ser usadas em associações (sulbactam e clavulanato) inibidores da beta-lactamases ação melhor, pois inibem as beta-lactamases Pode-se utilizar tanto em CRIANÇAS quanto em GESTANTES Em crianças utiliza-se bastante, pois há a possibilidade de H. influenza (principalmente se for infecção respiratória), mas se for Pseudomonas ela nãovai ter ação Espectro de Ação: Gram positivos: S. aureus, S. epidermidis com ou sem beta-lactamase, S. Pneumoniae, S. Viridans Gram negativos: H. influenza, E. coli, Proteus, Klebsiella, N. gonorrhoeae, Salmonela, Shigella. Não é indicado para pseudomonas. FARMACOCINÉTICA, METABOLISMO, INDICAÇÕES CLÍNICAS E DOSES: AMPICILINA: 3 BETA-LACTÂMICOS Gizelle Felinto Farmacocinética e Matabolismo: Estável em meio ácido Via oral (absorção de 20-30%) ou parenteral Alimento interfere usar longe das refeições Distribui-se em tecidos e líquidos orgânicos, porém a concentração nos ossos e próstata é pequena Eliminação por via urinária e biliar Indicações: Enterococos sensíveis, inclusive na endocardite em associação com aminoglicosídeos Listeria monocytogenes bactéria que pode causar, principalmente MENINGITE ou PNEUMONIA em IDOSOS ou CRIANÇAS Streptococos agalatiae (grupo B) Doses: Dose IV de 100-200 mg/kg/dia, infecções graves de 200-400mg /kg/dia; Precisa ajustar dose em insuficiência renal AMOXICLINA: Farmacocinética e Metabolismo: É uma penicilina semissintética, derivada da ampicilina (1970) Via oral (VO) e parenteral Melhor e mais rápida absorção por VO (70-80%) Alimento não interfere É inativada por beta-lactamases então muitas vezes deve-se associar ao CLAVULANATO Distribui-se em tecidos e líquidos orgânicos iguais a ampicilina Eliminação por via urinária (secreção tubular) Espectro de ação igual ao da ampicilina e há resistência cruzada para os dois antibióticos (se a bactéria é resistente à AMPICILINA, também será à Amoxicilina) Indicações: Strepto sp. Bacilos gram negativos (E.coli, Salmonella, Shigella, H. influenza) Sinusite, OMA, infecção respiratória, faringite, profilaxia endocardite PENICILINAS RESISTENTES À PENICILINASE (ISOXAZOLILPENICILINAS) OXACILINA é a mais importante CLOXACILINA DICLOXACILINA NAFCILINA Age mais contra cocos gram positivos Atua contra S. aureus produtor de penicilinase então pode-se utilizar quando o S. aureus é resistente às penicilinas naturais Antiestafilocócica quando se fala em S. aureus deve-se pensar primeiro na OXACILINA, pois ela é a ideal para esse tipo de infecção ESPECTRO DE AÇÃO: Sintetizada em 1961 Estabilidade em meio ácido, podendo ser usada Via oral (VO) Ativa contra: Cocos gram positivos (produtores de penicilinases) Aeróbios Anaeróbios Não age contra enterococos, já a AMINOPENICILINA age, essa é a diferença entre os dois grupos Pouca ativa contra cocos gram negativos RESISTÊNCIA: No ambiente hospitalar, essa resistência se dá por alteração nas proteínas ligadoras de penicilinas (PBPs), receptores dos beta-lactâmicos Também pode ser devida à ausência de algumas proteínas ligadoras e alterações na permeabilidade do envoltório bacteriano, impedindo o antibiótico de atingir o seu receptor (ORSA) FARMACOCINÉTICA E METABOLISMO: A OXACILINA é absorvida por VO e parenteral Biodisponibilidade de 30% Sofre influência da alimentação No Brasil só tem intravenosa (IV) Atinge concentrações nos tecidos e líquidos orgânicos Meia vida de 30’ Liga-se a proteína em 90% Alcança níveis no LCR quando existe inflamação Eliminação, por secreção tubular renal e, em pequena parte pela bile Não sofre acumulo em pacientes com insuficiência Renal, mantendo seus intervalos e doses PENICILINAS ANTIPSEUDOMONAS – AMPLO ESPECTRO CARBOXIPENICILINAS: CARBENICILINA TICARCILINA Primeiro antibiótico penicilínico contra a pseudomonas (1965) Não é mais fabricada no Brasil Atualmente só se usa com inibidor da Beta-lactamase Todo o grupo é sensível à penicilinase Suplantada pela Piperacilina Semissintético de amplo espectro Farmacocinética e Metabolismo: Não é absorvida por VO Ticarcilina só é absorvida por via parenteral As duas são eliminadas por via renal (filtração glomerular), assim necessita de ajuste de doses na insuficiência Renal Algumas cepas de pseudomonas e proteus (resistentes às aminopeniclinas) A ticarcilina é 2 a 4 vezes mais ativa contra pseudomonas que a Carbenicilina UREIDOPENICILINAS: PIPERACILINA 4 BETA-LACTÂMICOS Gizelle Felinto Semissintético (introduzida em 1976), com amplo espectro de ação Melhor atividade contra pseudomonas (infecções mais graves) quando de suspeita de infecção por Pseudomonas e a infecção é grave, pode -se optar pela PIPERACILINA Reservada somente para uso hospitalar No Brasil, é associado ao Tazobactam (inibidor de Betalactamases) melhora sua ação Espectro de ação espectro da Ampicilina mais: Pseudomonas principalmente Bacilos não fermentadores Anaeróbios Enterobactérias Infecções graves por gram negativos (serratia, Acinetobacter, Klebisiella-Enterobacter, Proteus indol positivo) Indicações: Sepse Pneumonia Infecções pós-queimaduras ITU resistentes Farmacocinética e Metabolismo: Via parenteral Eliminada pela por secreção tubular e filtração glomerular Necessita de ajuste na insuficiência renal grave, inferior a 10% de filtração glomerular Elevada eliminação biliar (insuficiência hepática grave, deve reduzir em 50% a droga) REAÇÕES ADVERSAS DAS PENICILINAS Náuseas Vômitos Dor abdominal Flebite no local da aplicação da penicilina assim, o ideal é que elas sejam diluídas Reações alérgicas como Urticária e Anafilaxia Hepatite colestática Hematúria transitória CEFALOSPORINAS INTRODUÇÃO Antibióticos bactericidas betalactâmicos de amplo espectro GRAM NEGATIVOS E GRAM POSITIVOS 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª geração pelo espectro e susceptibilidade às beta-lactamases São penicilinase-resistentes as cefalosporinas terão uma ação melhor sobre essas bactérias que tem como mecanismo de resistência as penicilinases (S. aureus das penicilinas) Todas podem causar hipersensibilidade semelhante à penicilina São muito parecidas com as penicilinas, o que as difere é que as Cefalosporinas apresentam como núcleo central o ácido 7- aminocefalosporâmico (7-ACA), substância constituída por 2 anéis, um dos quais é beta-lactâmico e o outro é a di-hidrotiazina A estrutura biclíclica central, constitui o grupo cefém ou cefema HISTÓRICO Sardenha em 1945 pelo italiano Giuseppe Brotzu Foram isoladas de culturas de Cephalosporium acremonium A farmacêutica Eli Lilly lançou as primeiras cefalosporinas na década de 1960 CLASSIFICAÇÃO 1ª GERAÇÃO: todas tem no Brasil (Tem ação para gram +, principalmente Strepto e Stafilo) CEFALOTINA CEFALEXINA CEFAZOLINA CEFADROXILA 2ª GERAÇÃO: perde-se um pouco a ação gram + e ganha mais na ação gram – (principalmente para H. influenza). Assim é muito utilizada em infecções de vias aéreas superiores, principalmente em crianças CEFUROXIMA CEFOXITINA CEFACLOR 3ª GERAÇÃO: tem ação mais para gram -, mas tem um pouco de ação para gram + CEFTRIAXONA CEFOTAXIMA CEFTAZIDIMA 4ª GERAÇÃO: ação para gram – (semelhante à de 3ª) e para gram + (semelhante à de 1ª) CEFEPIME 5ª GERAÇÃO: antipseudomonas e tem melhor estabilidade, e também para os Stafilococos Oxacilinoresistentes. Uso é quase exclusivo de hospital CEFTAROLINE é a que se tem no Brasil CEFTOBIPROLE Tanto a 1ª quanto a 2ª geração pode-se utilizar para o tratamento de infecções dentárias (abcessos dentários, infecções de boca) ação tanto para anaeróbias da cavidade oral, quanto para as gram + GRAM POSITIVOS 1ª e 2ª geração GRAM NEGATIVOS 3ª geração GRAM POSITIVOS E NEGATIVOS MAIS RESISTENTES 4ª e 5ª geração CEFALOSPORINAS DE 1ª GERAÇÃO CEFALEXINA e CEFADROXILA (VIA ORAL) Boa atividade contra GRAM POSITIVOS (Stafilo/Strepto) Pouca penetração no SNC não usa em infecçõesdo SNC ESPECTRO DE AÇÃO: Streptococcus pneumoniae (exceto os resistentes à penicilina), strepto sp., stafilo sp. Anaeróbios da cavidade oral 5 BETA-LACTÂMICOS Gizelle Felinto Infecções de pele, tecidos moles e Vias Aéreas (superior e inferior): Impetigo, foliculite, furunculose DOSE 500mg VO de 6/6h (máximo de 4g por dia) FARMACOCINÉTICA E METABOLISMO: Excelente absorção oral Alimentos não interferem na absorção, principalmente a cefadroxila (pode usar de 12/12h) Atravessa a barreira placentária, atingindo 15% no feto Eliminada pelos rins (filtração glomerular e secreção tubular) Corrigir na Insuficiência Renal CEFALOTINA e CEFAZOLINA (PARENTERAL) ESPECTRO DE AÇÃO: Mesmas indicações da Cefalexina infecções de moderada a grave em pacientes hospitalizados, já que é por via parenteral Profilaxia cirúrgica pacientes com cirurgia potencialmente contaminadas (principalmente a CEFAZOLINA) DOSE 1g IV de 4/4h ou 6/6h (máximo de 12g por dia). Pode-se usar intramuscular (IM) FARMACOCINÉTICA E METABOLISMO: Difundem-se rapidamente pelo organismo, em quase todos os tecidos, porém no humor aquoso e no SNC são baixas (não adianta usar para meningite, nem para infecção ocular) Atravessa a barreira placentária, atingindo 15% no feto Eliminada pelos rins por secreção tubular, e em parte por via biliar Corrigir na Insuficiência Renal Obs: Não tem ação contra Hemofilos influenza, Serratia, Providencia, Proteus indol positivo, Pseudomonas CEFALOSPORINAS DE 2ª GERAÇÃO CEFACLOR, CEFOXITINA e CEFUROXIMA (PARENTERAL) e AXITIL- CEFUROXIMA (ORAL) Amplia sua ação contra GRAM NEGATIVOS (E. Coli, Klebsiella, Proteus, H. Influenza) Menor ação contra gram + que as de 1ª Ação contra alguns anaeróbios (B. fragilis) CEFACLOR ESPECTRO DE AÇÃO: Gram (+) Streptococcus pneumoniae, strepto sp., stafilo sp. Gram (-) comunitárias E. coli, H. influenza, Proteus, Klebsiella Anaeróbios da cavidade oral Infecções de pele comunitárias (estreptococos, estafilococos) IVAS comunitárias (hemófilos, pneumococos) Sinusite, OM, PNM, ITU: cistites comunitárias (E. coli) DOSE 500mg VO de 8/8h (máximo de 4g por dia), sem alimento FARMACOCINÉTICA E METABOLISMO: Bem absorvida por VO Atravessam em pequena quantidade a barreira placentária Eliminada por via renal (ajuste na Insuficiência Renal) Não atinge níveis adequadas no LCR não serve para meningite CEFOXITINA ESPECTRO DE AÇÃO: Igual espectro do Cefaclor + anaeróbios do grupo do Bacteroides fragilis (bacilo gram -) Induz betalactameses em gram – (Enterobacter, Serratia, Pseudomonas) DOSE 1 a 2g IV ou IM de 6/6h ou de 8/8h (máximo de 12g por dia) PRINCIPAIS INDICAÇÕES: Profilaxia de cirurgias abdominais e pélvicas Infecções intra-abdominais bacterioides fragilis FARMACOCINÉTICA E METABOLISMO: Não dá concentração no LCR Não é absorvida por VO, só parenteral Não sofre metabolização Eliminada por Via renal (ajuste na Insuficiência Renal) CEFUROXIMA ESPECTRO DE AÇÃO: Ainda mais efetivo contra gram negativos Espectro do Cefaclor + Neisseria Pode alcançar concentração terapêutica no LCR, mas não oferece segurança Pele e tecidos moles (estrepto, estafilo) (VO) ITU por gram negativos entéricos (VO) Gonorréia (VO) IVAS (pneumococos e hemófilos são + mais freq.) (VO) PNM, BPNM (VO) Infecções graves: osteomielite, artrite séptica, peritonite, cistite (IV/IM) FARMACOCINÉTICA E METABOLISMO: Atravessa parcialmente a barreira placentária Elimina-se pelo rim na forma ativa, pequena quantidade pela bile (ajuste na Insuficiência Renal) DOSES: CEFUROXIMA SÓDICA (ZINACEF®) 50 – 100 mg/Kg/dia (máximo de 6g por dia) IM ou IV AXETIL CEFUROXIMA (ZINAT®): IVAS, pele, ITU 250 – 500mg de 12/12h VO Pneumonia (PNM), BPNM 500mg de 12/12h VO Uretrite e retite gonocócica 1g dose única VO CEFALOSPORINAS DE 3ª GERAÇÃO CEFTRIAXONA e CEFTAZIDIMA 6 BETA-LACTÂMICOS Gizelle Felinto Expansão ainda maior contra GRAM NEGATIVOS Perde ação contra estafilo e anaeróbios Ação ainda contra S. aureus, S. pneumoniae, S. Pyogenes, gonococcos e pseudomonas (Ceftazidima) Níveis elevados no SNC assim, são a primeira indicação para MENINGITE CEFTRIAXONA ESPECTRO DE AÇÃO: Propriedades antimicrobianas não diferem da Cefotaxima (CLAFORAN®); mas tem farmacocinética mais favorável Menor ação contra gram positivos que as de 1ª geração Não age contra MRSA nem enterococos; Atividade contra gram negativos Excelente em H. influenza, Neisseria, enterobactérias (E. coli, Proteus, Klebsiella, Shigella), Treponema Sem ação contra anaeróbios Maioria das pseudomonas são resistentes DOSE 0,5 – 2g IV ou IM de 12/12h ou de 24/24h (máximo de 4g por dia) INDICAÇÕES: Terapêutica das meningoencefalites por gram negativos Meningioencefalites do RN, lactente e pré-escolar, do adulto e até mesmo do idoso Recém-nascido (Listeria, estrepto B) associar ampicilina Neonatal cefotaxima é mais aconselhável Meningite por meningococo e pneumococo (1ª opção) Pneumonias ITU Infecções intra-abdominais comunitárias Bacteremias Gonorréia e sífilis Pé diabético FARMACOCINÉTICA E METABOLISMO: Meia vida prolongada Eliminação lenta Habitualmente não necessita de ajuste na Insuficiência Renal, contudo em anúria deve-se fazer só 2 g Penetra no LCR CEFTAZIDIMA ESPECTRO DE AÇÃO: Espectro semelhante ao da Ceftriaxona (< ação em gram +), mas com ótima ação contra pseudomonas Capacidade de induzir betalactamases Reservada para infecções em que se suspeite do envolvimento de pseudomonas (imunocomprometidos) Abscesso cerebral otogênico CEFTAZIDIMA+METRO+ OXA Neutropênicos febris (associar a AMINOGLICOSÍDEO antipseudomonas) DOSE 0,5 – 2g IV ou IM de 8/8h ou de 12/12h (máximo de 6g por dia) FARMACOCINÉTICA E METABOLISMO: Eliminada por via renal, por filtração glomerular, pequena quantidade eliminada pela bile Na Ins. Renal grave, com anúria, a dose deve ser ajustada para 0,5 g a cada 24h CEFALOSPORINAS DE 4ª GERAÇÃO CEFEPIMA Maior ação contra pseudomonas Ação contra gram + das de 1ª e contra gram - das de 3ª; Níveis elevados no SNC PODE SER USADA PARA MENINGITE ESPECTRO DE AÇÃO: Ação contra Gram + semelhante às de 1ª geração Excelente atividade contra gram – (inclusive maioria das pseudomonas) Sem ação significativa contra anaeróbios Pouco indutoras de betalactamase DOSE 1 a 2g IV ou IM de 8/8h ou de 12/12h (máximo de 6g por dia) INDICAÇÕES: Reservada para infecções hospitalares multirresistentes Pneumonias ITU Meningite Infecções intra-abdominais Bacteremias Neutropênicos febris FARMACOCINÉTICA E METABOLISMO: Absorção parenteral Eliminada por via Renal, por filtração glomerular, na maior parte sem sofrer metabolização Ajuste na Insuficiência Renal CEFALOSPORINAS DE 5ª GERAÇÃO CEFTOBIPROLE MEDOCARIL; CEFTAROLINA FOSAMIL (lançada recentemente no Brasil) Pacientes muito graves, de UTI, que já estão há muito tempo hospitalizados que fazem infecção hospitalar, principalmente pacientes entubados ou com cateter, que são os pacientes que tem maior probabilidade de desenvolver infecções por bactérias multirresistentes Ação contra GRAM POSITIVAS e GRAM NEGATIVAS, cuja principal característica é sua ATIVIDADE CONTRA ESTAFILOCOCOS SENSÍVEIS E RESISTENTES A OXACILINA, estafilococos com resistência intermediária à Vancomicina e Enterococos faecalis sensíveis e resistente à Vancomicina MECANISMO DE AÇÃO inibir todas as transpeptidases, ligando-se inclusive, à proteína ligadora de Penicilina PBP2a, enzima primariamente responsável pela resistênciade bactérias aos antibióticos beta-lactâmicos 7 BETA-LACTÂMICOS Gizelle Felinto Ativo contra Estrepto, estafilo, pneumo, Enterococos (sensíveis e resistente a ampicilina) Contra gram negativos é igual à da cefepime Contra gram positivas é melhor que a de primeira geração Bacterias gram negativas, produtoras de ESBL são resistentes betalactamases de espectro estendido, que tem resistência a quase todos os antibióticos Não tem ação sobre o B. fragilis, nem E. faecium CEFTAROLINE FOSAMIL É pouco indutora de Resistência Eliminação Renal e precisa de ajuste na Insuficiência Renal DOSE 600 mg de 12/12h, IV, diluída em SG ou SF EFEITOS ADVERSOS DAS CEFALOSPORINAS Efeitos tóxicos, alérgicos, irritativos e superinfecções principalmente as de 3ª e 4ª geração Rash cutâneos, eosinofilia, febre e prurido Mais raros anemia hemolítica e anafilaxia Reação cruzadas com as penicilinas em 7 – 10% principalmente a anafilaxia Insuficiência Renal por Necrose tubular aguda principalmente a Cefalotina (cuidado com idosos, crianças e doentes renais)