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Camila Mariana Castro de Oliveira Medicina Nove de Julho BMF 2 – Fisiologia ➛ Controle da ventilação é duplo: voluntário e involuntário ➛ O processo automático normal da respiração se origina em impulsos provenientes do tronco encefálico ➛ Os músculos esqueléticos não são capazes de se contrair espontaneamente, então, precisam ser contraídos pelos neurônios motores somáticos, os quais são controlados pelo SNC ✓ A contração do diafragma e de outros músculos é iniciada por uma rede de neurônios no tronco encefálico, que dispara potenciais de ação de forma espontânea ➛ A presença de interações sinápticas complicadas entre neurônios cria os ciclos rítmicos de inspiração e expiração ➛ Esses neurônios são influenciados continuamente por estímulos sensoriais, principalmente a partir de quimiorreceptores que detectam CO2, O2 e H+ ✓ Sensores – reúnem informações e levam para os centros de controle ✓ Centros de controle central do cérebro – coordenam as informações e enviam impulsos para os efetores ✓ Efetores (músculos respiratórios) – promovem a ventilação - Diafragma - Intercostais - Abdominais ➛ Recebem estímulos dos quimiorreceptores, dos receptores pulmonares e de outros receptores, e do córtex ➛ O principal eferente é para os nervos frênicos e outros músculos respiratórios como os intercostais ➛ Controle neural da ventilação: 1) Geração do ritmo respiratório 2) Formação do padrão respiratório, que consiste na transformação de um ritmo oscilatório de atividade elétrica neural em movimentos coordenados de músculos respiratórios 3) Áreas centrais de controle respiratório 4) Músculos respiratórios responsáveis pelo controle do ✓ Os neurônios respiratórios do bulbo controlam músculos inspiratórios e expiratórios ✓ Os neurônios da ponte integram informações sensoriais e interagem com neurônios bulbares para influenciar a ventilação ✓ O padrão rítmico da respiração surge de uma rede do tronco encefálico com neurônios que despolarizam automaticamente ✓ A ventilação está sujeita à modulação contínua por vários reflexos associados a quimiorreceptores, mecanorreceptores e por centros encefálicos superiores Camila Mariana Castro de Oliveira Medicina Nove de Julho BMF 2 – Fisiologia raio das vias respiratórias e pelos fluxos inspiratórios e expiratórios 5) Sensores responsáveis pela modulação da atividade respiratória: quimiorreceptores centrais e periféricos e receptores pulmonares 6) Modulação da atividade respiratória durante atividade física e em situações patológicas ➛ Os neurônios respiratórios estão em 2 áreas do bulbo: ✓ Núcleo do trato solitário – NTS ✓ Grupo respiratório ventral – GRV ✓ Componente do bulbo -> recebe aferências de vísceras torácicas e abdominais ✓ Corresponde à terminação sensorial dos nervos vago e glossofaríngeo que transmitem sinais sensoriais para o centro respiratório – recebe informação sensorial dos quimiorreceptores e mecanorreceptores periféricos através dos nervos vago e glossofaríngeo ✓ Contém o grupo respiratório dorsal (GRD) -> neurônios que controlam os músculos da inspiração (nervo frênico e intercostais) ✓ Contém neurônios que disparam espontaneamente e que podem atuar como o marca-passo básico do ritmo respiratório (complexo pré-botzinger) ✓ Outras áreas controlam a expiração ativa ou aumento da amplitude inspiratória maior do que o normal (exercício físico) ✓ Inervam músculos da laringe, da faringe e da língua para manter as vias aéreas superiores abertas durante a respiração O relaxamento inapropriado desses músculos durante o sono contribui para a apneia obstrutiva do sono, uma disfunção do sono associada a ronco e a sonolência diurna excessiva ➛ Na respiração em repouso, muitos neurônios expiratórios do GRV permanecem inativos – eles funcionam normalmente na respiração forlada e na expiração ativa ✓ Na respiração forçada – a atividade aumentada dos neurônios inspiratórios estimula os músculos acessórios, que por sua vez aumenta a expansão do tórax, elevando o esterno e as costelas superiores ✓ Na expiração ativa – os neurônios expiratórios do GRV ativam os músculos intercostais internos e abdominais, isso leva a inibição dos neurônios inspiratório ✓ Grupo presente na ponte ✓ Recebem informações do GRD e influenciam no início e o término da inspiração ✓ Em conjunto com outros neurônios pontinhos, auxiliam o centro bulbar a uniformizar o ritmo respiratório ➛ O sinal inspiratório é um sinal em rampa – indução de aumento constante do volume dos pulmões durante a inspiração e não golfadas inspiratórias ➛ Durante a respiração espontânea em repouso, um marca-passo inicia cada ciclo e os neurônios inspiratórios aumentam gradualmente a estimulação dos músculos Camila Mariana Castro de Oliveira Medicina Nove de Julho BMF 2 – Fisiologia inspiratórios ✓ Este aumento é chamado de rampa devido ao formato do gráfico de atividade neuronal inspiratória ✓ Alguns neurônios inspiratórios disparam para iniciar a rampa, isso recruta outros neurônios inspiratórios em uma nítida alça de retroalimentação positiva ✓ A medida que mais neurônios disparam, mais fibras musculares esqueléticas são recrutadas. A caixa torácica expande-se suavemente quando o diafragma contrai ✓ Ao final da inspiração, os neurônios inspiratórios param de disparar abruptamente, e os músculos inspiratórios relaxam ➛ Durante os próximos poucos segundos, ocorre a expiração passiva devido à retração elástica dos músculos inspiratórios e do tecido elástico dos pulmões ✓ Alguma atividade dos neurônios motores pode ser observada durante a expiração passiva, sugerindo que talvez os músculos das vias aéreas superiores contraiam para reduzir a velocidade do fluxo de ar no sistema respiratório Centro pneumotáxico -> sua função é controlar o ponto de “desligamento” da rampa inspiratória, controlando, assim, a duração da fase de expansão do ciclo pulmonar ➛ O objetivo principal da respiração é manter concentrações apropriadas de O2, CO2 e íons hidrogênio nos tecidos ✓ O excesso de CO2 e H+ no sangue atua de forma direta sobre o centro respiratório ✓ O O2 não apresenta efeito direto significativo sobre o centro respiratório no controle da respiração – atuam quase que exclusivamente sobre os quimiorreceptores periféricos situados nos corpos carotídeos e aórticos Excitação dos neurônios quimiossensíveis: ✓ Ions H+ -> Atua como estímulo primário, porém não atravessa a barreira hematoencefálica com facilidade, fazendo com que tenha um efeito menor quando comparado com o CO2 ✓ CO2 -> Atua como estimulo secundário, não apresenta muito efeito direto sobre a estimulação desses neurônios, mas tem efeito indireto potente, devido a sua facilidade em atravessar a barreira hematoencefálica – CO2 reage com a água formando ácido carbônico que se dissocia em H+ e HCO3- ➛ A entrada sensorial proveniente dos quimiorreceptores centrais e periféricos modifica a ritmicidade da rede de controle para ajudar a manter a homeostasia dos gases sanguíneos ➛ Estão associados à circulação arterial ➛ Se muito pouco O2 estiver presente no sangue arterial destinado ao encéfalo e a outros tecidos, a frequênciae a amplitude da respiração aumentam ➛ Se a produção de CO2 pelas células exceder a sua taxa de remoção de CO2 pelos pulmões, a PCO2 arterial aumenta e a ventilação é intensificada com o objetivo de eliminar o CO2 ➛ Esses reflexos homeostáticos operam Camila Mariana Castro de Oliveira Medicina Nove de Julho BMF 2 – Fisiologia constantemente, mantendo a PO2 e a PCO2 arterial dentro de uma faixa estreita de normalidade ➛ Respondem a alterações de pH no LCS – liquido cerebrospinal devido a difusão de CO2 ➛ Sensíveis à PCO2, mas não à PO2 do sangue ➛ Os receptores centrais primários estão na superfície ventral do bulbo, perto dos neurônios envolvidos no controle respiratório ➛ O controlador químico mais importante da ventilação é o CO2, percebido tanto pelos quimiorreceptores periféricos quanto pelos centrais, localizados no bulbo ➛ Quando a PCO2 arterial aumenta, o CO2 atravessa a barreira hematoencefálica e ativa os quimiorreceptores centrais, os quais sinalizam para a rede neural de controle da respiração, provocando um aumento na frequência e na profundidade da ventilação, o que melhora a ventilação alveolar e a remoção de CO2 do sangue ➛ Se a PCO2 permanece elevada durante vários dias, a ventilação cai devido a resposta adaptativa dos quimiorreceptores ✓ A adaptação parece ser devido ao aumento das concentrações de bicarbonato no LCS – exerce um papel importante na neutralização do H+ ➛ Os quimiorreceptores centrais respondem a diminuição ou ao aumento da PCO2 arterial ✓ Se a PCO2 alveolar cair – hiperventilação – tanto a PCO2 plasmática quanto a do liquido cerebrospinal também cairão ✓ Com isso, a atividade dos quimiorreceptores centrais diminui, e a rede de controle diminui a frequência da ventilação ✓ Quando a ventilação diminui, o CO2 começa a acumular-se nos alvéolos e no plasma ✓ Eventualmente, a PCO2 arterial ultrapassa o limiar para disparo dos quimiorreceptores. Neste ponto, os receptores disparam e a rede de controle aumenta novamente a ventilação ➛ Enviam para o SNC informações sensoriais sobre as mudanças na PO2, no pH e na PCO2 plasmática ➛ Respondem à redução da PO2 arterial e ao aumento da PCO2 e H+ ➛ Quimiorreceptores periféricos primários: ✓ Corpos carotídeos – localizados perto dos barorreceptores ✓ Células especializadas tipo 1 ou células glomais nos corpos carotídeos são ativadas por uma diminuição na Uma vez que as concentrações de PO2 sejam modifica das cronicamente (hipóxia ou doenças pulmonares crônicas), a resposta dos quimiorreceptores adapta-se à elevada PCO2 . Com isso essa adaptação o mecanismo de reposta por elevada PCO2 fica danificado e a maior parte do estímulo químico para o aumento da ventilação nestas situações se deve à diminuição da PO2, detectada pelos quimiorreceptores do corpo carotídeo. Se é dado muito oxigênio a estes pacientes, eles podem parar de respirar, visto que o seu estímulo químico para a ventilação é eliminado Camila Mariana Castro de Oliveira Medicina Nove de Julho BMF 2 – Fisiologia PO2 ou no pH ou por um aumento da PCO2, desencadeando um aumento no reflexo da ventilação ✓ Em qualquer uma das 3 alterações, um estimulo inativa os canais de K+, causando a despolarização da célula receptora – abertura dos canais Ca+2 dependentes ✓ Com os canais abertos, há a entrada de Ca+2 que provoca a exocitose de neurotransmissores para o neurônio sensorial ✓ Os neurotransmissores iniciam potenciais de ação nos neurônios sensoriais, os quais conduzem a atividade elétrica às redes neurais respiratórias no tronco encefálico -> aumento na ventilação As concentrações arteriais de O2 não desempenham um papel na regulação diária da ventilação, uma vez que os quimiorreceptores periféricos respondem apenas a mudanças críticas na arterial. No entanto, em condições fisiológicas incomuns, como a grande altitude, e em algumas condições patológicas, como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), a redução da arterial pode ser suficientemente baixa para ativar os quimiorreceptores periféricos ➛ Além dos reflexos quimiorreceptores, o corpo possui reflexos protetores que respondem a danos físicos ou à irritação do trato respiratório e à hiperinsuflação dos pulmões ➛ Broncoconstrição: ✓ Principal reflexo protetor, mediado por neurônios parassimpáticos que inervam a musculatura lisa brônquica ✓ Partículas inaladas ou gases nocivos estimulam receptores de irritação na mucosa das vias aéreas, os quais enviam sinais através de neurônios sensoriais para os centros integradores do SNC que provocam a broncoconstrição ✓ A resposta protetora reflexa também inclui tosse e espirro ➛ Reflexo de insuflação de Herinf-Breuer: ✓ Quando o volume do pulmão aumenta suficientemente, os receptores de estiramento pulmonar, via aferências vagais, sinalizam para o bulbo para que ele cesse a atividade inspiratória
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