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DOS ATOS JURÍDICOS LÍCITOS E ILÍCITOS

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DOS ATOS JURÍDICOS LÍCITOS 
Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-
se, no que couber, as disposições do Título anterior. 
 
Lícitos são os atos humanos a que a lei defere os efeitos almejados pelo agente. 
Em conformidade com o ordenamento jurídico, produzem efeitos queridos pelo agente. 
Os ilícitos são praticados em desacordo com a lei e produzem efeitos jurídicos 
involuntários, mas impostos pelo ordenamento. Em vez de direitos, criam deveres. (geram 
obrigações de reparar o prejuízo). 
 
DOS ATOS JURÍDICOS ILÍCITOS 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito 
e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
 
• O ato ilícito é, portanto, fonte de obrigação: indenizar ou ressarcir o 
prejuízo causado. Nenhuma indenização será devida, se não houver prejuízo causado. 
Ex.: um motorista comete várias infrações, mas nenhum atropelamento, nem colisão com 
outro veículo, sua conduta foi ilícita, mas não caberá indenização. 
• É uma conduta voluntária e consciente do ser humano, que transgride um 
dever jurídico. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a 
repará-lo. 
 
Responsabilidade contratual e extracontratual 
Uma pessoa pode causar prejuízo a outrem por descumprir uma obrigação 
contratual. Ex.: um ator que não compareceu ao espetáculo. O inadimplemento contratual 
acarreta a responsabilidade de indenizar as perdas e danos. Art. 389. Não cumprida a obrigação, 
responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais 
regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. 
Quando a responsabilidade não deriva de contrato, mas de infração ao dever de 
conduta imposto genericamente no art. 927, diz que é extracontratual ou aquiliana. 
Diferenças que podem ser apontadas: na contratual o inadimplemento presume-
se culposo. Ex.: o credor lesado encontra-se em posição mais favorável, pois só está 
obrigado a demonstrar que a prestação não foi cumprida; já na extracontratual o lesado 
tem o ônus de provar a culpa ou dolo do causador do dano. Ex.: um pedestre é atropelado 
e tem que provar a imprudência do motorista. 
A contratual tem origem no descumprimento da convenção, a extracontratual 
tem a inobservância do dever genérico de não lesar a outrem. 
Responsabilidade civil e penal 
Na responsabilidade penal- o agente infringe uma norma penal, de direito 
público. É pessoal e intransferível. 
Na responsabilidade civil- o interesse é privado. O prejudicado pode ou não 
requerer reparação. Patrimonial, ninguém pode ser preso por dívida civil, exceto devedor 
de pensão alimentícia. 
Responsabilidade subjetiva e objetiva 
A teoria subjetiva pressupõe a culpa como fundamento da responsabilidade 
civil. (a culpa ainda que levíssima terá que indenizar) 
Quando a lei impõe em certas situações que alguém repare dano cometido sem 
culpa é responsabilidade objetiva, não se exige prova de culpa. 
Imputabilidade e responsabilidade 
Para que alguém possa praticar um ato ilícito e seja obrigado a reparar o dano 
causado é preciso que tenha capacidade de discernimento. 
A responsabilidade dos privados de discernimento 
Sendo o privado de discernimento um inimputável, não é ele responsável 
civilmente. A responsabilidade é atribuída ao seu representante legal (curador, tutor, 
genitor). Se este, todavia, não dispuser de meios suficientes, responde o próprio incapaz. 
A indenização, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privá-lo do necessário (art. 
928, caput, e parágrafo único). Nesse caso, a vítima ficará irressarcida. 
 
 
A responsabilidade dos menores 
O código responsabiliza os pais pelos atos praticados pelos filhos menores que 
estiverem sob sua autoridade e companhia. Art. 928. 
Pressupostos da responsabilidade extracontratual 
 Ação ou omissão- por esses motivos venham causar dano a outrem. Ex.: 
ato de terceiro que esteja sob guarda do agente, animais que lhe pertençam (a culpa do 
dono é presumida). Com sua prática, o dano seria evitável. 
 Culpa ou dolo do agente- em geral, não se mede o dano pelo grau de culpa, 
é apurado com base no prejuízo comprovado pela vítima. 
 Relação de causalidade- é o nexo causal entre a ação ou omissão do 
agente e o dano verificado. Se houver dano, mas sua causa não está relacionada com o 
comportamento do agente, inexiste a relação de causalidade, e também, a obrigação de 
indenizar. Ex.: alguém com intuito de suicidar-se se joga na frente de um carro, o acidente 
foi um mero instrumento da vontade da vítima. 
 Dano- sem a prova do dano, ninguém pode ser responsabilizado 
civilmente. 
 Patrimonial (Material) ou extrapatrimonial (moral). 
Exceção-Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor 
alegue prejuízo. 
Atos lesivos não considerados ilícitos 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo 
iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o 
tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. 
 
Legítima defesa 
Se o ato foi praticado contra o próprio agressor, e em legítima defesa, não pode 
o agente ser responsabilizado civilmente pelos danos provocados. Entretanto, se por 
engano ou erro de pontaria, terceira pessoa foi atingida ou coisa de valor, o agente deve 
reparar o dano. Mas terá ação regressiva contra o agressor, para se ressarcir da 
importância desembolsada. 
O exercício regular e o abuso de direito 
O abuso de direito ocorre quando o agente, atuando dentro dos limites da lei, 
deixa de considerar a finalidade social de seu direito subjetivo e o exorbita, ao exercê-lo, 
causando prejuízo a outrem. 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, 
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-
fé ou pelos bons costumes. 
Ex.: arts. 1.277; 939 e 940 CC. 
O estado de necessidade 
Art. 188 CC: Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito 
reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de 
remover perigo iminente. 
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de 
terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que 
tiver ressarcido ao lesado. 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art188

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