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redacao-definitiva-vestibulares-enem-edicao2021

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Os autores 
 
 
Profa. Fernanda D’Olivo 
 
Bacharel em Linguística 
(Unicamp, 2007) e mestre em 
Linguística (Unicamp, 2010) 
e Doutora em Linguística 
(Análise do Discurso – 
Unicamp e Universidade de 
Paris, 2015). Especialista de 
visibilidade nacional, tem 
atuado como corretora de redação e língua portuguesa de 
vestibulares de universidades públicas e é coordenadora 
pedagógida do Instituto de Tecnologia Educacional do 
Brasil. 
 
 
Prof. Alexandre Pioli 
 
Bacharel em Linguística 
(Unicamp, 2007) e mestre 
em Linguística 
(Fonologia/Sintaxe - 
Unicamp, 2010), com 
formação complementar na 
Universidade de Lyon 
(França). Coordena o 
desenvolvimento das 
plataformas online do Instituto de Tecnologia Educacional 
do Brasil (INTEB), mantenedor da EscreverOnline. 
 
 
 
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Apresentação 
 
A redação está presente na grande maioria dos exames de acesso 
às universidades públicas e privadas do Brasil. Com vagas cada 
vez mais disputadas, por concorrentes cada vez mais preparados, 
a redação tem se tornado uma espécie de “critério de desempate”. 
Isso quer dizer que em cursos de alta demanda, como medicina, 
direito e engenharia, por exemplo, “ir bem” na redação significa 
conseguir uma vaga na universidade dos seus sonhos. 
 
Este caráter de “critério de desempate” que tem a redação se 
justifica pelo fato de que esta se diferencia das outras matérias 
escolares, pois exige habilidades diferentes. Responder a uma 
questão de física ou de biologia, por exemplo, requer um tipo de 
raciocínio e conhecimentos técnicos específicos que são 
exaustivamente treinados nas escolas e nos cursinhos. 
 
Escrever um bom texto, em contrapartida, envolve outros 
aspectos, como a sua capacidade de interpretação e 
argumentação, seu conhecimento de mundo e sua posição crítica 
perante os problemas da sociedade. Por isso, a redação é o meio 
utilizado pelas universidades para escolherem aqueles candidatos 
que mais se encaixam no perfil de aluno que elas desejam ter, ou 
seja, um aluno que tenha as capacidades acima listadas, sendo 
estas expressas na prova de redação. 
 
 
 
A redação também é importante pelo fato de que ela pode 
diferenciar um candidato dos demais, no caso em que boa parte 
dos candidatos são muito bons em todas as matérias. Isso pode 
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ser observado na disputa de vagas que se tem geralmente para 
cursos concorridos, como os cursos de medicina. Para passar para 
a segunda fase de Medicina no vestibular da Fuvest em 2011, por 
exemplo, o candidato precisou acertar mais de 80% da prova 
objetiva. Ou seja, para conseguir uma vaga neste curso era preciso 
mais do que acertar a maior parte das questões da prova e, dessa 
forma, escrever uma boa redação poderia ajudar o candidato a sair 
à frente dos demais. 
 
O que isso significa? “Ir bem na redação” pode diferenciar você 
dos outros candidatos, aumentando suas chances de conseguir a 
vaga tão sonhada na universidade. Porém, muitos cursinhos e 
escolas que preparam para o vestibular acabam deixando a 
redação em segundo plano, priorizando outras matérias, e isso 
pode determinar o seu insucesso no vestibular. 
 
Pensando nisso, nós, professores da EscreverOnline, criamos este 
livro eletrônico completo e extensivo sobre redação no vestibular 
& ENEM para suprir essa demanda. 
 
Nos capítulos a seguir, você conhecerá o que há de mais 
atualizado sobre redação no vestibular. 
 
Obrigado por adquirir este livro e bons estudos! 
 
- Profa. Fernanda, prof. Alexandre e toda a equipe de 
professores da EscreverOnline 
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Nota à edição de 2021 
 
É um grande prazer para nós, professores, podermos lançar a 
edição 2021 do livro "Redação DEFINITIVA - Vestibulares & 
ENEM". 
 
Esta edição traz modificações menores, mas certamente valeu o 
esforço empreendido. Graças aos alunos que aproveitaram este 
livro nos últimos anos, pudemos lançar a presente edição com 
grande confiança de estarmos ajudando milhares de estudantes a 
alcançarem o sonho da vaga em uma universidade. 
 
 
ENEM 2014: lições aprendidas 
 
A repercussão do ENEM 2014 foi incomparável e vale a pena 
revisitar isso. A sociedade brasileira acompanhou em choque o 
cenário em que mais de 500 mil alunos tiraram nota zero na 
prova de redação - o pior desempenho da história da prova! 
 
Do restante, 55% tiraram menos de 500 pontos (metade do 
total), e apenas 250 atingiram a nota máxima de 1000. 
 
Diante de tal cenário, caro estudante, não se assuste: como diria 
o grande químico francês Louis Pasteur, "a sorte favorece a 
mente bem preparada". 
 
Sua postura diante disso deve ser de ação. Para não fazer parte 
da estatística ruim no ENEM deste ano, leia e releia este livro e, 
se fizer parte do nosso treinamento online com correções, treine 
com afinco e siga cuidadosamente as orientações dos nossos 
professores. 
 
Você consegue! Nós estamos aqui para ajudar. 
 
- Os autores 
 
 
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Sumário 
Começando do começo: o Projeto de Texto ...................................................................1 
Capítulo 1 ................................................................................................................................6 
Afinal... o que é cobrado em uma redação? ......................................................................... 6 
1) Tema .............................................................................................................................................................................. 6 
2) Gênero textual .......................................................................................................................................................... 7 
3) Coletânea ..................................................................................................................................................................... 7 
4) Coesão ........................................................................................................................................................................... 8 
5) Coerência..................................................................................................................................................................... 8 
6) Modalidade ................................................................................................................................................................. 9 
Aspectos formais do texto: coesão e modalidade .............................................................. 9 
a) Coesão ................................................................................................................................................................. 10 
b) Modalidade............................................................................................................................................................. 13 
Olhando para o conteúdo do texto: coerência, conhecimento de mundo e 
coletânea ....................................................................................................................................... 15 
a) Coerência ...........................................................................................................................................................15 
b) Conhecimento de Mundo ................................................................................................................................ 20 
c) Coletânea: como utilizá-la? .............................................................................................................................. 22 
Capítulo 2 ............................................................................................................................. 26 
Sobre os gêneros textuais ....................................................................................................... 26 
1. Imagem do Interlocutor .............................................................................................................................. 27 
2. Características dos Gêneros Textuais ......................................................................................................... 32 
3. Alguns exemplos de gêneros textuais ......................................................................................................... 35 
A Redação no ENEM ................................................................................................................... 60 
Capítulo 3 ............................................................................................................................. 66 
Vícios de Redação: siga estes quatro conselhos simples para não cometer os 
erros mais comuns .................................................................................................................... 66 
1) Como não começar uma redação .................................................................................................................. 67 
2) Expressões coloquiais ........................................................................................................................................ 68 
3) O falso intelectual ................................................................................................................................................. 68 
4) Generalizações e afins ........................................................................................................................................ 69 
Capítulo 4 ............................................................................................................................. 71 
Alguns erros gramaticais comuns no português ............................................................ 71 
Capítulo 5 ............................................................................................................................. 80 
Acentuação ................................................................................................................................... 80 
Regras de acentuação ............................................................................................................... 82 
Mais algumas regras! ................................................................................................................ 83 
Capítulo 6 ............................................................................................................................. 86 
Articulação textual .................................................................................................................... 86 
1. Coesão intra e interparágrafos ................................................................................................................ 86 
2. Conjunções ............................................................................................................................................................... 92 
Capítulo 7 ...........................................................................................................................103 
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Dissertação Aprofundada .....................................................................................................103 
Como iniciar um texto dissertativo? ...............................................................................................................103 
Como desenvolver as ideias em uma dissertação? ..................................................................................110 
Capítulo 8 ...........................................................................................................................123 
Notas finais e próximos passos ...........................................................................................123 
 
 
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Começando do começo: o Projeto de Texto 
 
Escrever um texto requer organização e planejamento. Se você 
começar a escrever sem saber aonde quer chegar ou que ideias 
quer defender, seu texto poderá ficar vago, confuso e incoerente. 
A organização e o planejamento são importantes, pois eles 
facilitam a leitura e, consequentemente, a adesão do leitor àquilo 
que você defende em seu texto. Afinal, um leitor atento consegue, 
muitas vezes, perceber se um texto foi planejado com 
antecedência ou se o autor foi escrevendo e pensando na 
continuidade dos fatos ou dos argumentos apenas depois de já ter 
começado a escrever. 
 
Algo similar ocorre quando assistimos a um filme. Em alguns 
casos, notamos no final do filme que os elementos que surgiram 
ao longo da narrativa eram essenciais para entender toda a 
história. Isso mostra que houve um planejamento por parte do 
autor, definindo quem são os personagens, que relação eles têm, 
por que certo objeto aparece em uma cena ou por que a câmera 
foca em uma parte determinada do cenário, etc. 
 
E de que modo organizamos um texto para que ele fique claro e 
coerente? 
 
Em primeiro lugar, é muito importante que você saiba qual é o 
tema principal do seu texto, definindo que ideias quer apresentar 
ou defender. Para isso, é importante também que você conheça os 
objetivos e as principais características do gênero que vai usar. 
 
Por exemplo, para escrever uma narrativa, você tem que planejar, 
como dissemos a respeito dos filmes, quem são os personagens, 
onde e quando a história se passa, quais são as principais ações 
dos personagens, qual o clímax e como é o fechamento dos 
acontecimentos. Sabendo como a história vai terminar, fica mais 
fácil conduzir o leitor ao longo do texto. 
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O leitor também é um elemento importante que deve ser 
considerado neste planejamento, pois é muito importante que 
você tenha bem definido quem é o seu interlocutor, ou seja, a 
pessoa que vai ler seu texto. Toda produção escrita tem um 
interlocutor e aquilo que escrevemos deve estar direcionado 
especificamente a ele. 
 
No caso de uma carta, por exemplo, você tem que criar a imagem 
tanto de quem está escrevendo quanto de quem vai recebê-la. Para 
construir essa imagem, você pode pensar nas seguintes questões: 
 
• Por que essa carta está sendo enviada por essa pessoa? 
• Por que o destinatário específico foi escolhido? 
• Qual a relação entre ambos? 
 
Assim, considerando essas questões no planejamento do texto, é 
possível selecionar melhor o que deve ser escrito e, inclusive, 
qual a linguagem mais apropriada para aquele determinado 
momento. 
 
Na dissertação, um dos gêneros mais pedidos nos vestibulares e 
concursos ainda hoje, o planejamento também é essencial. É 
preciso ter bem definido qual o tema da proposta, qual será a tese 
defendida e quais argumentos são importantes para provar essa 
tese. Depois disso, fica mais simples organizar as ideias e 
relacionar os argumentos entre si. 
 
O projeto de texto, portanto, não é apenas um rascunho.Você até 
pode já começar a escrever seus parágrafos, mas também é 
possível apenas listar as principais ideias que estarão presentes 
em seu texto, como uma lista de modo mais esquemático, por 
exemplo, para que você possa ter uma visão do seu texto como 
um todo. 
 
Ele deve ser organizado de uma forma que seja entendido por 
você e facilite sua escrita. Não há um jeito único de se fazer um 
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projeto, mas fazê-lo é imprescindível para um bom resultado em 
sua redação. 
 
Para você ter uma ideia de como pode ser feito um projeto de 
texto, veja o exemplo dado a seguir, em relação à proposta de 
redação do ENEM 2006: 
 
 
 
REDAÇÃO ENEM – 2006 
 
Uma vez que nos tornamos leitores da palavra, 
invariavelmente estaremos lendo o mundo sob a influência 
dela, tenhamos consciência disso ou não. A partir de então, 
mundo e palavra permearão constantemente nossa leitura e 
inevitáveis serão as correlações, de modo intertextual, 
simbiótico, entre realidade e ficção. 
Lemos porque a necessidade de desvendar caracteres, 
letreiros, números faz com que passemos a olhar, a 
questionar, a buscar decifrar o desconhecido. Antes mesmo de 
ler a palavra, já lemos o universo que nos permeia: um cartaz, 
uma imagem, um som, um olhar, um gesto. São muitas as 
razões para a leitura. Cada leitor tem a sua maneira de 
perceber e de atribuir significado ao que lê. 
Inajá Martins de Almeida. O ato de ler. Internet: www.amigosdolivro.com.br 
(com adaptações). 
 
Minha mãe muito cedo me introduziu aos livros. Embora nos 
faltassem móveis e roupas, livros não poderiam faltar. E 
estava absolutamente certa. Entrei na universidade e tornei-
me escritor. Posso garantir: todo escritor é, antes de tudo, um 
leitor. 
Moacyr Scliar. O poder das letras. In: TAM Magazine, jul./2006, p. 70 (com 
adaptações). 
 
Existem inúmeros universos coexistindo com o nosso, neste 
exato instante, e todos bem perto de nós. Eles são 
bidimensionais e, em geral, neles imperam o branco e o negro. 
Estes universos bidimensionais que nos rodeiam guardam 
surpresas incríveis e inimagináveis! Viajamos 
instantaneamente aos mais remotos pontos da Terra ou do 
Universo; ficamos sabendo os segredos mais ocultos de vidas 
humanas e da natureza; atravessamos eras num piscar de 
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olhos; conhecemos civilizações desaparecidas e outras que 
nunca foram vistas por olhos humanos. 
Estou falando dos universos a que chamamos de livros. Por 
uns poucos reais podemos nos transportar a esses universos e 
sair deles muito mais ricos do que quando entramos. Internet: 
www.amigosdolivro.com.br (com adaptações). 
 
Considerando que os textos acima têm caráter apenas 
motivador, redija um texto dissertativo a respeito do seguinte 
tema: 
 
O PODER DE TRANSFORMAÇÃO DA LEITURA 
 
 
Nessa proposta do Enem, o tema mais amplo é LEITURA. No 
entanto, não é possível escrever uma redação de 30 linhas falando 
sobre tudo que possa estar relacionado a esse tema. Por isso, é 
necessário fazer um recorte, ou seja, decidir sobre o que, 
especificamente, se falará a respeito do tema geral. 
 
Alguns vestibulares esperam que o candidato estabeleça sozinho 
a relação entre os textos de apoio (chamados também de 
coletânea) e defina um recorte temático. Outros, já apresentam 
este recorte explicitamente na proposta, como ocorre nas 
propostas do ENEM. No segundo caso, é bastante importante que 
você fique atento ao recorte temático para não fugir do tema, pois 
isso pode fazer com que sua redação seja anulada. 
 
Definido o recorte temático, é preciso decidir qual a tese a ser 
defendida. Nessa proposta fica bastante claro que a leitura é vista 
de forma positiva, pois tem um poder transformador, que parece 
trazer grandes benefícios aos leitores. A partir dessa observação, 
podemos definir uma tese a ser defendida como, por exemplo, a 
seguinte: a leitura tem o poder de transformar as pessoas de 
forma positiva, trazendo prazer e melhorias para a vida dos 
indivíduos. 
 
Lembre-se de deixar bem claro, em sua introdução, qual a tese 
defendida. Assim, seu interlocutor já sabe quais os objetivos do 
texto que está lendo e fica mais fácil estabelecer relações com os 
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argumentos. 
 
Para definir quais serão os argumentos apresentados em seu texto, 
há dois caminhos: 
 
• Selecionar o que há de mais importante nos textos de apoio 
apresentados pela proposta. 
 
• Selecionar outros argumentos a partir do seu conhecimento 
de mundo sobre o assunto. 
 
Ou ainda você pode “cruzar” os dois caminhos, trabalhando com 
um dos argumentos da coletânea e acrescentando outro 
argumento a partir de seu conhecimento sobre o tema. É 
importante ressaltar aqui o uso da palavra “selecionar”, pois é 
inevitável que você escolha alguns argumentos que podem ser 
úteis para defender sua tese. Afinal, como se trata de um texto de 
aproximadamente 30 linhas, você não poderá falar sobre 
absolutamente tudo em relação ao tema. Por isso, é preciso 
escolher quais são os argumentos que sustentarão suas ideias e 
que podem ser melhor relacionados no texto. Geralmente, quem 
opta por apresentar muitos argumentos, acaba não se 
aprofundando em nenhum deles, o que resulta em um texto 
superficial e, muitas vezes, bastante confuso. 
 
Tendo tudo isso em mente e organizado no papel, você já pode 
estabelecer quais argumentos serão apresentados em cada 
parágrafo e de que forma eles serão relacionados, conduzindo o 
leitor à sua conclusão. Esta deve apresentar um apanhado geral 
de tudo que foi escrito, retomando a tese apresentada no início do 
texto, reforçando, assim, o seu ponto de vista sobre o tema. 
 
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Capítulo 1 
Afinal... o que é cobrado em uma redação? 
 
Ainda que as grades de correção dos vestibulares apresentem 
algumas pequenas diferenças em relação ao modo como são 
atribuídas as notas aos candidatos, os critérios avaliados são 
sempre os mesmos. 
 
Por isso, é muito importante saber quais aspectos exatamente são 
levados em consideração quando os corretores avaliam seu texto. 
Pois, conhecendo o que é esperado de nós, fica mais fácil saber o 
que é preciso ser feito para conseguir uma boa nota. 
 
Vejamos, então, quais são os principais quesitos observados em 
uma redação. 
 
 
1) Tema 
 
Toda redação deve cumprir aquilo que a proposta pede. Isso é 
muito importante, pois redações que fogem do tema acabam 
sendo anuladas. 
 
Como dissemos na seção sobre Projeto de Texto, em alguns 
vestibulares é mais fácil saber qual o recorte temático da proposta 
e o que deve ser feito. Por exemplo, a proposta da Fuvest, em 
2011, pedia para que fosse redigida uma redação sobre o seguinte 
tema: “O altruísmo e o pensamento a longo prazo ainda têm lugar 
no mundo contemporâneo?”. Aqui, observamos claramente que o 
recorte temático já está definido pela pergunta e, para desenvolvê-
lo de modo adequado, era preciso aparecer uma discussão que 
respondesse à questão colocada. 
 
Outros vestibulares, no entanto, pedem para que seus candidatos 
depreendam o tema que deve ser discutido a partir da leitura dos 
textos presentes em uma coletânea apresentada na proposta. 
Nesse caso, então, cabe ao candidato definir o recorte temático. 
Por exemplo, se a proposta apresentou textos sobre educação, 
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tocando no assunto do salário dos professores, sabemos que o 
tema geral é educação, mas devemos fazer um recorte nesse 
tema, falando especificamente da questão salarial dos 
professores. Se o candidato não entrar nessa discussão e falar 
apenas sobre como os alunos não respeitam mais os professores, 
por exemplo, sua redação pode ser desconsiderada. 
 
Isso nos deixa claro que os vestibulares buscam avaliar também 
se seus candidatos são bons leitores. 
 
 
2) Gênero textual 
 
Além de escrever sobre o tema ou recorte temático solicitado pela 
proposta, é imprescindível que seu texto seja adequado ao gênero 
que está sendo pedido. 
 
Por exemplo, se a proposta pede para que o candidato escreva 
uma dissertação e ele escreve uma carta, não adequou seu texto 
ao gênero em questão. Logo, sua redação também poderá ser 
anulada. 
 
Para que isso não ocorra, é muito importante conhecer os gêneros 
pedidos nos vestibulares, para que você possa escrever seu texto 
de acordo com as características de cada um deles. Isso ainda 
serve para saber adequar a linguagem ao gênero em questão, o 
que também será avaliado em sua redação. No capítulo 2 nós 
apresentamos alguns gêneros que são mais pedidos nos 
vestibulares para que você possa conhecê-los melhor. 
 
 
3) Coletânea 
 
Alguns vestibulares apresentam na proposta da redação uma 
seleção de textos que podemos chamar de textos-base. Ou seja, 
são textos que apresentam algumas ideias e opiniões acerca do 
tema que deve ser discutido e que podem ajudá-lo a definir o que 
será escrito em sua redação. Esse critério avalia se o candidato, 
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além de ser um bom escritor, é também um bom leitor. 
 
Portanto, é importante saber usar os textos presentes na coletânea 
de forma que eles acrescentem algo à sua redação. Por isso, 
procure não copiar apenas o que está na coletânea em seu texto, 
pois seu leitor perceberá se a inclusão de um determinado trecho 
estiver deslocada ou artificial. 
 
Para que isso não ocorra, mostre que as ideias retiradas da 
coletânea estão totalmente relacionadas às suas próprias ideias. 
Mais uma vez destacamos a importância do projeto de texto para 
que se faça um bom uso da coletânea. 
 
 
4) Coesão 
 
A coesão está relacionada à estrutura de um texto e à organização 
das ideias. Nesse quesito, os corretores buscam avaliar se as 
ideias estão bem relacionadas por meio de conectivos, se a 
passagem de um parágrafo para o outro mostra relação entre eles 
e se a pontuação do texto está adequada. 
 
É importante ficar atento à coesão da redação, pois a falta de 
conexão entre as ideias pode fazer com que um texto apresente 
também problemas de coerência, que é outro quesito importante 
na avaliação. 
 
 
5) Coerência 
 
Enquanto a coesão refere-se à organização e à estrutura do texto, 
a coerência está relacionada ao conteúdo daquilo que se escreve. 
 
Um texto coerente deve sempre mostrar uma relação lógica entre 
as ideias e não pode apresentar contradições. Por isso, é 
importante organizar sua redação antes de escrevê-la, como você 
viu na seção sobre projeto de texto. 
 
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Na maioria dos textos, sobretudo em gêneros mais objetivos, 
como é o caso da dissertação, é necessário também haver uma 
coerência externa, ou seja, as informações trazidas para o texto 
devem ser verdadeiras em um contexto real. Neste momento, 
percebemos a importância de se ter um bom conhecimento de 
mundo. 
 
 
6) Modalidade 
 
Outro quesito levado em consideração na correção de redações é 
a modalidade, ou seja, a adequação da linguagem utilizada ao 
gênero em que se está escrevendo e a adequação à norma culta do 
português brasileiro. 
 
Para ter uma boa nota de modalidade, portanto, é preciso saber 
escrever corretamente, evitando erros de ortografia, de 
concordância, de regência ou de acentuação, por exemplo. Além 
disso, é preciso fazer escolhas lexicais adequadas, não apenas em 
relação ao caráter formal do texto, mas também considerando o 
sentido das palavras no contexto em que são empregadas. 
 
É importante ressaltar que, ainda que alguns vestibulares possam 
pedir gêneros menos formais (como é o caso da Unicamp, em que 
são pedidos inclusive gêneros orais), continua sendo necessário 
escrever de acordo com as regras gramaticais. 
 
Até este momento demos um panorama geral sobre os principais 
critérios considerados nas provas de redação dos vestibulares. 
Apresentaremos, nas seções a seguir, alguns destes critérios de 
modo mais detalhado, além de falarmos um pouco sobre a 
importância do conhecimento de mundo e do uso da coletânea 
para a redação. 
 
 
Aspectos formais do texto: coesão e modalidade 
 
Nesta seção, falaremos um pouco sobre dois aspectos que dizem 
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respeito à estrutura formal do texto: a coesão e a modalidade. 
 
 
a) Coesão 
 
Observe o trecho abaixo: 
 
“A menina estava brincando no balanço. A menina caiu. A menina era 
delicada. A menina chorou. A menina decidiu que nunca mais iria brincar 
no balanço. A menina achava que o balanço era perigoso”. 
 
Ao ler esse pequeno texto, percebemos que a leitura não ocorre 
de forma fluida, pois, além de uma grande repetição de palavras 
(no caso “a menina”), as frases não mostram relação umas com 
as outras e há muitos pontos finais, o que deixa o texto com uma 
impressão de texto “cortado”. 
 
No entanto, este não é um problema difícil de resolver, pois, em 
nossa língua, há diversos recursos que nos permitem organizar o 
texto, estabelecendo relação entre as ideias. A esse processo 
damos o nome de coesão, quesito muito cobrado nos vestibulares 
e que é imprescindível na escrita de qualquer texto. 
 
Para que um texto tenha uma boa coesão, então, é preciso ficar 
atento à pontuação (uso de vírgulas e pontos finais), para que a 
leitura do seu texto seja fluida, e usar os recursos coesivos de que 
dispomos na língua. Além disso, é necessário estabelecer relações 
entre as ideias tanto dentro do parágrafo (intraparágrafo) quanto 
entre um parágrafo e outro (interparágrafos), conforme 
mostraremos no capítulo 6. 
 
 
Fique atento a períodos muito longos ou parágrafos sem 
pontuação, pois isso pode prejudicar o entendimento de seu 
texto! 
 
 
Veja a seguir alguns recursos coesivos importantes: 
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1) Uso de termos que se refiram a algo que já foi dito ou a algo que 
esteja relacionado ao contexto daquilo que se fala (algo que está 
externo ao texto). 
 
Exemplos: 
I) Espero que veja este filme. 
Nesse caso, o pronome este não retoma algo que já foi 
mencionado no texto, mas faz referência a um filme que tanto 
quem escreve e como quem lê o texto sabe qual é. 
 
II) Ontem assistimos “O Discurso do Rei”. Este filme foi o 
campeão do Oscar de 2011. 
Aqui, o pronome este faz referência ao nome do filme, que já 
havia aparecido no texto (“O Discurso do Rei”). 
 
2) Substituir uma palavra ou oração inteira por algum outro termo. 
 
Exemplo: 
I) Maria quer passar no vestibular e eu também. 
O uso de também nesta frase substitui toda a oração “quer passar 
no vestibular”, evitando assim uma repetição desnecessária: 
“Maria quer passar no vestibular e eu quero passar no vestibular”. 
 
3) Omitir uma palavra, expressão ou oração.Exemplo: 
I) Júlio foi mal na prova e eu não. 
Aqui, foi omitido o trecho “foi mal na prova”, evitando a 
repetição mais uma vez. Se não houvesse a omissão, a frase 
ficaria: “Júlio foi mal na prova e eu não fui mal na prova”. 
 
4) Trocar uma palavra por um sinônimo, por uma palavra mais ou 
menos ampla ou ainda por um pronome que o substitua. 
 
Exemplos: 
I) A prova de ontem foi adiada. Ela será realizada na próxima 
semana. 
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Aqui, o pronome ela substitui o termo a prova. 
 
II) Os nutricionistas falam da importância da maçã em qualquer 
dieta. A fruta ajuda a controlar o colesterol e diminui o risco de 
algumas doenças. 
Nesse caso, a palavra maçã foi substituída por uma palavra mais 
ampla (fruta), na qual está inserida. 
 
5) Uso de conjunções para estabelecer relações entre palavras, orações 
e parágrafos. Existem diferentes conjunções para expressar as mais 
variadas relações entre o que se quer dizer. Muitas vezes o simples uso 
de uma conjunção entre um parágrafo e outro já faz com que a coesão 
do texto fique melhor. Para isso é importante saber qual é a função de 
cada conjunção, evitando relações sem sentido e com problemas de 
coerência: 
 
Exemplos: 
I) Estudei muito, no entanto, fui mal na prova. 
II) Estudei muito, portanto, fui mal na prova. (?) 
 
Nestes exemplos, observamos que não basta apenas utilizar a 
conjunção, é precisa utilizá-la corretamente. A oração “estudei 
muito” nos leva para a conclusão de “sucesso na prova”, porém 
temos aqui uma conclusão contrária, a do insucesso, expressa por 
“fui mal na prova”. Assim, para que possamos estabelecer uma 
relação entre as duas orações é preciso utilizar uma conjunção 
que expresse uma relação de oposição, tal como é feito em (I) 
através da conjunção “no entanto”. A mesma relação não pode 
ser estabelecida pela conjunção “portanto”, já que esta é uma 
conjunção conclusiva e não opositiva. Assim, o enunciado em (II) 
nos parece estranho, pois “ir mal na prova” não é uma conclusão 
natural para “estudar muito”, mostrando assim um uso 
inadequado da conjunção, ao gerar uma incoerência. 
 
Estes são alguns dos recursos que podemos usar para a boa coesão 
de um texto. Observamos que enquanto alguns deles são usados 
quase que de modo automático, como a troca de um termo pelo 
pronome, outros precisam ser planejados de forma estratégica, 
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como o uso de conjunções. Mas, independentemente do recurso 
utilizado, o mais importante é lembrar que ideias bem articuladas 
são um grande diferencial para textos bem escritos. 
 
 
b) Modalidade 
 
Modalidade é um dos termos usados quando se avalia a 
adequação de um texto à norma culta. Por isso é importante 
conhecer as regras gramaticais da nossa língua e, mais do que 
isso, ter um vocabulário adequado ao gênero discursivo que está 
sendo escrito. 
 
Mas o que seria um vocabulário adequado ao gênero discursivo? 
Para compreendermos esta questão podemos pensar, em primeiro 
lugar que, mesmo quando estamos conversando, a maneira como 
nos comunicamos com as pessoas pode variar. Se você está 
conversando em um grupo de amigos certamente usa um 
vocabulário diferente daquele que usa ao conversar com o diretor 
de sua escola ou com o chefe de uma grande empresa. 
 
O mesmo ocorre quando estamos escrevendo. Sabemos, por 
exemplo, que ao escrever uma dissertação, não podemos usar 
linguagem informal ou coloquialismos. Por outro lado, isso é 
permitido quando você escreve um e-mail para um amigo ou um 
comentário em um blog. 
 
E para saber qual é a linguagem mais adequada a um determinado 
gênero textual, é preciso conhecer suas características. Para isso, 
mais uma vez é importante ser um bom leitor e estar atento aos 
textos presentes em nosso dia a dia. 
 
Como dissemos, além da escolha lexical, a adequação à norma 
culta também é avaliada nos vestibulares. E escrever 
corretamente independe do gênero textual. A menos que você 
esteja representando a fala de um personagem por meio do 
discurso direto em uma narrativa, não é permitido escrever com 
erros gramaticais ou com abreviações do internetês, por exemplo. 
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Assim, mesmo que seja pedido no vestibular a redação de um e-
mail ou de um comentário em blog, o melhor é mostrar para seu 
corretor que você domina a norma culta, redigindo seu texto nessa 
modalidade. 
 
Quando falamos em adequação à norma culta, estamos nos 
referindo às regras que são ensinadas na aula de gramática, que 
envolvem a acentuação, a ortografia, a concordância e a regência 
(verbal e nominal). É importante estar atento a essas regras e 
aplicá-las corretamente, pois quanto maior a quantidade dos erros 
presentes em seu texto e a sua variedade, mais prejudicada estará 
sua nota. 
 
Além disso, lembre-se de que a forma como você escreve e o 
vocabulário que seleciona para um texto é uma espécie de cartão 
de visita para seu leitor. Às vezes, um candidato tem boas ideias, 
mas estas não são compreendidas, pois sua escrita é precária ou 
confusa. Um texto bem escrito e sem erros faz com que o leitor 
veja seu texto com outros olhos e, inclusive, entenda melhor o 
que você quer lhe dizer. 
 
Para perceber a importância de se escrever corretamente, veja 
abaixo, dois trechos de redações publicadas no site da Fuvest, 
onde você encontra alguns exemplos das melhores redações deste 
vestibular. Nesses trechos, podemos observar o cuidado dos 
candidatos tanto com a escolha do vocabulário mais apropriado a 
uma dissertação, quanto com a adequação às regras gramaticais: 
 
 
 
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http://www.fuvest.br/vest2010/bestred/bestred.html
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Em ambos os textos, notamos que os candidatos têm um conjunto 
lexical bastante amplo, usando palavras como “efêmeras”, 
“cerne”, “perpetuavam”, “legado”, entre outras. No entanto, isso 
não significa que para ter uma boa nota no quesito modalidade 
seja necessário usar palavras difíceis. Aliás, evite usar palavras 
cujo significado você não conhece ou sobre o qual você tem 
dúvidas, pois usar uma palavra com seu significado errado pode 
trazer problemas de coerência para seu texto. 
 
 
Olhando para o conteúdo do texto: coerência, conhecimento de mundo e 
coletânea 
 
Como mostramos na seção anterior, para conseguir uma boa nota 
na redação é importante dominar os aspectos formais do texto, 
que envolvem a coesão e as regras gramaticais (modalidade). No 
entanto, dominar os aspectos formais não será suficiente se você 
não tiver um bom repertório (conhecimento de mundo) para 
discutir o tema proposto e se não for capaz de estabelecer relações 
coerentes entre as ideias que apresenta no texto. Além disso, não 
basta demonstrar suas habilidades de escrita, é preciso também 
demonstrar suas habilidades de leitura, sabendo, por exemplo, 
como utilizar a coletânea oferecida pela proposta de vestibular. 
Vejamos a seguir cada um desses aspectos, começando pela 
coerência. 
 
 
a) Coerência 
 
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Como já dissemos anteriormente, a coesão e a coerência são dois 
quesitos muito importantes na construção de um texto, pois 
ambos estão associados ao bom entendimento daquilo que se 
escreve. No entanto, enquanto a coesão estáno plano das 
palavras, ou seja, é definida, por exemplo, pelo uso de conjunções 
que estabelecem relações entre o que se diz em um texto (trata-se 
da parte estrutural de um texto), a coerência encontra-se no plano 
das ideias, portanto, está relacionada ao conteúdo do texto. 
 
Um texto pode ser incoerente ao apresentar ideias que não têm 
uma relação de sentido bem estabelecida e também ao apresentar 
ideias falsas ou mal organizadas. Além disso, as incoerências 
produzidas no texto podem prejudicar a sua compreensão, pois é 
exigido do leitor um esforço maior para tentar compreender as 
ideias que você discute. 
 
 
Mais uma vez, a organização das ideias depende de um 
planejamento prévio, por isso sempre destacamos a importância 
do projeto de texto antes de iniciar suas redações. 
 
Observe as frases abaixo, que nos mostram diferentes exemplos 
de incoerência: 
 
1) Hoje está chovendo… Vou para o Japão. 
 
Uma frase como essa, apesar de não apresentar problemas em sua 
estrutura, provavelmente causa estranhamento ao leitor. Afinal, 
qual é a relação entre estar chovendo e alguém decidir ir para o 
Japão? Nesse caso, temos uma frase cujas ideias não têm relação 
de sentido; logo, trata-se de uma frase incoerente. 
 
2) 60% da turma não passou no vestibular… Ainda bem que faço parte 
dos outros 70%. 
 
Neste segundo exemplo, a estrutura da frase também não 
apresenta problemas. No entanto, ela traz uma informação que 
não tem sentido, uma vez que não pode ser real. A informação em 
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questão é o fato de que não é possível que o total de uma 
porcentagem seja de 130% ao invés de 100%, como já é 
estabelecido. Neste caso, dizemos que há um problema de 
coerência externa, o que pode prejudicar seu texto por trazer 
informações que não são verdadeiras. 
 
3) Estudei muito, portanto, fui mal na prova. 
 
Aqui, retomamos o exemplo da seção anterior em que tratamos 
da coesão para mostrar novamente que o uso de uma conjunção 
que não seja adequada também faz com que o texto não fique 
coerente. Afinal, é quase impossível alguém ir mal em uma prova 
por ter estudado muito. 
 
4) A empresa resolveu extorquir seus clientes pelos danos causados. 
 
Esta última frase nos mostra um exemplo em que o que está 
escrito provavelmente não é exatamente o que se queria dizer. 
Neste caso, o problema de coerência se deve ao uso inadequado 
de uma determinada palavra, o que mostra um desconhecimento 
do vocabulário por parte de quem escreve. Ou seja, a palavra 
“extorquir” significa “adquirir algo com ameaça ou violência”, o 
que faz com que a frase fique sem sentido ou, no mínimo, 
estranha. E o que provavelmente quem escreveu essa frase queria 
dizer era que “A empresa resolveu ressarcir seus clientes pelos 
danos causados”, ou seja, que a empresa irá “indenizar” seus 
clientes. 
 
Esses exemplos nos mostram que a coerência é imprescindível 
para que as ideias de um texto sejam bem compreendidas pelos 
seus leitores. Eles nos mostram também que para um texto ser 
coerente é preciso demonstrar conhecimento de mundo (sobre o 
qual falaremos na próxima seção), além de estar atento a diversos 
detalhes, inclusive à escolha de vocabulário e conjunções 
adequadas. 
 
Como já dissemos, uma outra forma de avaliar a coerência está 
relacionada à organização das ideias dentro de um texto. Se você 
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tiver um projeto de texto bastante sólido e mostrar ao seu leitor 
que suas ideias estão bem relacionadas, certamente terá uma nota 
boa de coerência. É importante deixar evidente que seu texto tem 
uma espécie de fio condutor ao qual todas as ideias estão 
relacionadas. Sem um projeto e o fio condutor, é provável que a 
organização de suas ideias fique prejudicada. 
 
Pense sempre que é preciso haver uma progressão das ideias que 
você apresenta no texto. Precisamos nos manter atentos para que 
a ordem em que as ideias aparecem no texto seja planejada e 
estratégica. 
 
Para isso é importante que, a cada parágrafo, você aprofunde mais 
a ideia que está sendo apresentada e/ou discutida, acrescentando 
novas informações ou pontos de vista, por exemplo. Dessa forma, 
é possível evitar textos caóticos (em que os parágrafos estão 
desarticulados e tratam de temas diferentes, apenas comentando-
os) ou textos circulares (em que cada parágrafo parece repetir 
sempre as mesmas ideias, ou seja, o texto não progride). 
 
Para compreender a necessidade de estar atento à coerência ao 
escrever um texto, observe a redação abaixo, publicada pela 
Comvest como uma redação abaixo da média: 
 
 
Ao longo da história, a saúde pública sempre foi um desafio, 
de um modo geral, para a política e nossos governantes bem 
como para a ciência. Ambos procuram trabalhar juntos 
visando uma população saudável através das polêmicas 
medidas preventivas. 
 
De acordo com a Constituição Federal de 1988, a saúde é 
direito de todos e dever do Estado, sendo assim, grande parte 
dos problemas da saúde pública exige a atuação deste que 
emprega tanto os mecanismos de persuação, como a 
informação, quanto os meios materiais, como a execução de 
serviços e as tradicionais medidas de polícia administrativa 
condicionando e limitando a liberdade individual. Porém, tal 
promoção da saúde pública encontra muitas dificuldades na 
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http://www.comvest.unicamp.br/vest_anteriores/2009/download/comentadas/fase1.pdf
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história de nosso país quando consideramos o papel da 
sociedade e de cada indivíduo. 
 
Quando o Rio de Janeiro possuía 800 mil habitantes era uma 
cidade perigosa devido a diversos tipos de doenças. 
 
Naquela época as políticas de saneamento de Oswaldo Cruz 
cuja lei tornou obrigatória a vacinação, mexeu com muita 
gente gerando a famosa reação popular conhecida como 
Revolta da Vacina. Tal revolta se distinguiu pelo trágico 
desencontro de boas intenções: as de Oswaldo Cruz e as da 
população. E, após 103 anos deste marco histórico, algumas 
tensões geradas por ações preventivas ainda persistem como 
no caso da dengue na qual o combate tem sido dificultado 
devido aos profissionais dos serviços de controle 
encontrarem imóveis fechados ou serem impedidos pelos 
proprietários de penetrarem nos recintos. 
 
Porém, atribuir ao doente a culpa dos males que o afligem é 
procedimento tradicional na história da humanidade, 
cabendo a ciência demonstrar que agentes causadores de 
muitas doenças são vírus e bactérias alheios às virtudes e 
fraquezas humanas. Em tais fraquezas, também podemos 
citar o controle de peso, tabagismo, ingestão de álcool, 
sedentarismo e hábitos alimentares terem um papel 
importante no bem-estar do indivíduo. 
 
Portanto, para que possamos ter um desenvolvimento cada 
vez mais crescente de nosso país visando a proteção da saúde 
da população, devemos estar conscientes e informados às 
promoções e prevenções do Estado através da medicina 
preventiva evitando assim que muitas pessoas venham a 
adoecer. 
 
 
Nessa redação, ainda que todos os parágrafos falem de saúde, eles 
não têm relação um com o outro, tanto que se alterarmos a ordem 
em que aparecem os três parágrafos do desenvolvimento, não 
haverá prejuízos no texto como um todo, pois uma ideia não está 
relacionada à outra. Esta é uma boa maneira de avaliar se seu 
texto está organizado de um modo em que as ideias progridem 
em direção à conclusão ou não. 
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Logo, não se trata de um texto cujas ideias são progressivas, pois 
elas não seguem uma ordem pré-estabelecida e estratégica. Pelo 
contrário, em cada parágrafo há apenas um comentário sobre o 
que se dizia nos textos-base presentes na coletânea apresentada 
pela proposta. No segundo parágrafo, por exemplo, fala-se da 
Constituição de 1988 e da importância da saúde pública; já no 
terceiro, o candidato começa a falar sobre o Rio de Janeiro, sem 
mostrar relação entre essas duas ideias; o quarto parágrafo está 
ainda mais desarticulado, pois começa a dizer que os doentes não 
têm culpa das doenças que os afligem. 
 
Este texto é um bom exemplo de redação sem coerência, pois, 
mesmo não havendo ideias contraditórias, problemas de coesão 
ou de veracidade das informações apresentadas, suas ideias não 
progridem ao longo do texto, fazendo com que o leitor não 
consiga compreender a relação entre elas. Pelo contrário, o texto 
se parece mais com uma lista de vários comentários aleatórios e 
desarticulados. 
 
Para que isso não aconteça, lembre-se sempre de planejar quais 
ideias estarão no seu texto e de que forma elas serão associadas. 
Verifique se todas elas seguem uma mesma linha de raciocínio e 
se progridem ao longo do texto. Um texto coerente garante que 
seu leitor entenda corretamente o que você quer dizer. 
 
Como dissemos anteriormente, a coerência do texto deve estar 
bem desenvolvida não apenas entre os seus elementos internos, 
mas também na sua relação com o mundo ou com seus fatos e 
acontecimentos. Dessa forma, ter conhecimento de mundo 
contribui para o estabelecimento de uma boa coerência externa 
do texto com os fatos/temas que ele discute. É isso que 
procuramos mostrar a seguir. 
 
 
b) Conhecimento de Mundo 
 
Você certamente já ouviu algum professor de português falar 
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sobre conhecimento de mundo. A princípio, pode parecer algo 
bastante óbvio e que se resume a ler jornal e ficar atualizado sobre 
os acontecimentos do nosso dia a dia. Isso é muito importante de 
fato, mas, na prática, o que é conhecimento de mundo e por que 
ele é tão importante na redação? 
 
Sabemos que as propostas de redação sempre trazem uma questão 
central a ser debatida. Pode ser desde um tema filosófico, como a 
amizade ou o amor, até um tema político, como a corrupção ou 
os impostos. A verdade é que, por mais que se tente adivinhar, 
qualquer assunto pode ser tema de vestibular. 
 
E como você se prepara para isso? Muitos alunos ficam 
enlouquecidos com essa ideia, pois não tem como saber tudo 
sobre tudo. No entanto, há formas práticas de ampliar seu 
conhecimento de mundo para que você não seja “pego de 
surpresa” e esteja preparado para discutir os mais variados temas 
no vestibular. 
 
Primeiramente, temos que salientar a importância das aulas de 
História e Geografia. Conhecer o passado histórico do mundo e 
suas nuances políticas e sociais é tão importante quanto ler jornal. 
Sem essa base histórica e geográfica não dá nem para começar a 
entender as manchetes estampadas nos jornais, quanto mais 
compreender as informações que suas notícias e reportagens 
discutem ou apresentam. Assim, estude essas matérias de forma 
inteligente, ligando pontos em comum e tentando relacionar os 
tópicos estudados com fatos atuais. 
 
Esse é um conhecimento de mundo com base sólida. Tendo essa 
base, você terá muito mais facilidade em entender o que dizem os 
jornais e outros meios de acesso à informação. E quanto maior o 
seu conhecimento de mundo, mais argumentos você terá para 
debater sobre qualquer que for o assunto abordado no tema da 
redação. Um conhecimento de mundo ampliado garante a você 
uma redação consistente, que não precisa recorrer a lugares 
comuns ou a clichês, pois permite que você tenha autonomia para 
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pensar, interpretar e argumentar, não importando o assunto. 
 
Como posso ampliar, então, o meu conhecimento de mundo? 
 
Infelizmente, nossa geração tem sérios problemas para produzir 
reflexões mais profundas. Isso se explica pelo fato de que, 
atualmente, as informações são difundidas de modo cada vez 
mais rápido, gerando um volume grande de informações a ser 
apreendido. Além disso, essa rapidez faz com que as informações 
sejam também cada vez mais “mastigadas”, ou seja, mais 
superficiais, impedindo assim que possamos compreendê-las em 
sua complexidade. Você precisa fugir disso! Portanto, se você é 
um vestibulando e está se esforçando para entrar em uma boa 
universidade, comece o quanto antes a estudar o mundo em que 
vive de forma profunda. Isso certamente o diferenciará dos outros 
concorrentes e lhe dará uma vantagem na hora de escrever sua 
redação. 
 
Para isso, leia jornal, procure livros, conheça as guerras, as ações 
e correntes políticas, os conflitos, os assuntos polêmicos e as 
filosofias que há no mundo. Há algum tempo atrás, os estudantes 
não podiam contar com a internet para isso, mas hoje em dia a 
realidade é outra. Temos acesso a todo tipo de informação e, 
portanto, não há desculpas para não se informar. 
 
Assim, para ampliar este conhecimento, por mais óbvio que 
pareça este conselho, entre em contato com o mundo em que você 
vive! Procure refletir e se questionar sobre aquilo que você lê e 
ouve nas diferentes mídias. É impossível escrever uma boa 
redação sem esse conhecimento, portanto, use todas as 
ferramentas de que dispõe para que você possa ampliá-lo e 
garantir um melhor preparo para o vestibular. 
 
 
c) Coletânea: como utilizá-la? 
 
Como afirmamos acima, o uso da coletânea é um dos critérios 
avaliados na correção da redação de alguns vestibulares. Com 
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esse critério, pode-se avaliar não apenas se o candidato escreve 
bem, mas também se ele é um bom leitor. 
 
E o que é, afinal, a coletânea? A coletânea é o conjunto de textos 
apresentados na proposta de redação, que chamamos de textos-
base. Ou seja, são textos que têm alguma relação com o tema que 
deve ser discutido e que podem servir como ponto de partida para 
a reflexão do aluno e para a produção de seu texto. 
 
Alguns vestibulares apresentam uma coletânea bastante vasta, 
com textos de diversos gêneros discursivos e que defendem 
diferentes pontos de vista sobre o tema em questão. Um bom 
exemplo desse tipo de coletânea pode ser observado nas provas 
da Unicamp realizadas antes da mudança no seu processo 
seletivo, realizada no vestibular de 2011. Veja, no site da 
Comvest, a prova do vestibular de 2008, em que a coletânea era 
composta de uma imagem e mais oito trechos de textos retirados 
de jornais, revistas e sites. 
 
 
 
Neste caso, o uso da coletânea apresentada pela Unicamp era 
imprescindível, e as ideias contidas no texto do candidato 
deviam ser totalmente sustentadas pelos textos-base. 
 
Outros vestibulares, por sua vez, podem apresentar um único 
texto na coletânea (como é o caso de algumas propostas do 
vestibular da PUC-Campinas), ou imagens e textos curtos, como 
é comum nos vestibulares da Fuvest. Veja como exemplo a prova 
do vestibular de 2009 da Fuvest, em que a coletânea era 
composta por uma imagem, uma definição retirada do dicionário 
e uma pequena reflexão sobre o sentido do termo “fronteira”. 
 
Nestes vestibulares, a coletânea também serve como ponto de 
partida, mas se valoriza bastante aquilo que o aluno traz de 
contribuição pessoal, que chamamos de coletânea externa. Por 
isso a importância de demonstrar conhecimento de mundoao 
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http://www.comvest.unicamp.br/vest2008/F1/provafase1.pdf
http://www.fuvest.br/vest2009/provas/2fase/por/por2f2009.pdf
 24 
escrever uma redação. 
 
Conhecendo a importância da coletânea em seu texto, é preciso 
saber também qual a maneira correta de usá-la, de forma que a 
utilização de ideias que não são suas não fique artificial ou 
prejudique sua redação. 
 
Em primeiro lugar, então, é preciso ter em mente que, ao corrigir 
seu texto, o professor ou corretor vai lê-lo “a partir do zero”. Ou 
seja, ele vai se colocar no lugar de alguém que não sabe nada 
sobre o assunto, não sabe o que a proposta pedia e não conhece 
os textos-base apresentados pela coletânea. Assim, começar a 
falar de algo específico do tema antes de apresentá-lo ou 
simplesmente dizer que no texto da coletânea havia tal ideia são 
atitudes que devem ser evitadas, pois podem prejudicar muito sua 
redação. 
 
Portanto, nunca se refira aos textos-base da seguinte forma: 
“como disse o autor do texto 1 da coletânea...”. Seu leitor não 
voltará à coletânea para ter certeza do que esse autor falou ou para 
verificar se as ideias dele realmente cabem em seu texto. Além 
disso, neste caso, você está fazendo uma referência direta à 
situação de prova, o que prejudica a autonomia do seu texto. 
Lembre-se, por mais que a redação no vestibular seja uma 
avaliação, ela é uma simulação de um contexto real de produção 
de um texto e, por isso, ele deve ser autônomo. 
 
Você pode sim usar a citação de um autor da coletânea, a não ser 
que a proposta deixe explícito que essa prática é proibida, mas 
essa referência deve ser feita de modo correto. Você deve dizer 
o nome do autor e de onde o trecho foi retirado, citando o nome 
da revista, jornal, livro ou site. Dessa forma, você utiliza a 
coletânea, mas sem fazer referência direta à situação de prova, 
preservando assim a autonomia do seu texto. 
 
No entanto, isso não significa que apenas “cortar e colar” um 
trecho da coletânea demonstra um bom uso deste recurso. A 
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coletânea não pode aparecer em seu texto de forma artificial, ela 
deve ser usada de forma estratégica. Seu leitor precisa perceber 
que aquela ideia é essencial para seu texto e que ela contribui 
totalmente para a sustentação dos seus argumentos. 
 
 
Atenção! Nunca faça de sua redação uma sequência 
de comentários sobre os textos da coletânea! 
 
 
Outro ponto importante é que na coletânea não há argumentos 
prontos para seu texto. O que existem são ideias que podem servir 
de base para sua reflexão e de exemplos para os argumentos que 
quer defender. Por isso é importante articular o que é apresentado 
pela coletânea com seu conhecimento de mundo, sua experiência 
de vida e sua própria reflexão/senso crítico sobre o assunto. 
 
Além disso, não é preciso usar todos os excertos que a proposta 
apresentar na coletânea. Procure selecionar apenas aqueles que 
podem servir para sua argumentação. Isso deve ser feito no 
momento em que você for elaborar seu projeto de texto. 
 
E, por fim, o mais importante: procure sempre mostrar que você 
se apropriou das ideias da coletânea e que há integração e 
significação dos textos-base com o restante das suas ideias, 
demonstrando dinamismo entre elas. Dessa forma, ainda que você 
não domine totalmente o assunto abordado pela proposta, os 
textos-base contribuirão para uma redação completa, cujas ideias 
são bem sustentadas. 
 
 
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Capítulo 2 
Sobre os gêneros textuais 
 
A nota de gênero textual em um vestibular está relacionada à 
adequação ao gênero solicitado pela proposta. Isso quer dizer que 
se a proposta pedir que se escreva uma dissertação, você deve 
escrever um texto com as características próprias desse gênero. 
Para isso, é importante que você conheça as principais 
características de cada gênero. 
 
É claro que dificilmente uma pessoa escreve bem em todos os 
gêneros textuais, tanto que mesmo os grandes escritores acabam 
se atendo mais a um determinado gênero. No entanto, é 
importante que saibamos marcar nossa redação com 
características fixas de cada gênero. 
 
Por exemplo, se for pedido para que você escreva um artigo de 
opinião que será publicado em uma seção de “Opinião do leitor”, 
é preciso destacar características desse gênero que o diferenciem 
de uma dissertação ou de uma crônica. Uma forma de diferenciar 
o artigo destes gêneros seria fazer alguma referência ao jornal, a 
alguma notícia publicada anteriormente ou à imagem de quem 
está escrevendo o artigo. Caso contrário, seu leitor e/ou corretor 
não saberão se você realmente conhece e domina aquele gênero. 
 
Mais uma vez, percebemos que os vestibulares esperam que seus 
candidatos sejam também bons leitores, pois somente quem lê 
bastante conhece as características dos gêneros pedidos e sabe 
reproduzi-los. Portanto, esteja sempre atento aos textos que estão 
presentes em nosso cotidiano, observando o que eles têm em 
comum e quais suas características específicas. Muitos 
vestibulares não pedem mais apenas a dissertação em sua prova e 
é bastante provável que isso se torne cada vez mais comum. Nas 
seções a seguir, trabalharemos os principais gêneros discursivos 
para que você possa compreender cada um deles e perceber as 
características que os diferenciam. Mas antes trataremos um 
pouco da interlocução, um aspecto fundamental na construção de 
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qualquer texto. 
 
 
1. Imagem do Interlocutor 
 
Todo texto, independentemente do gênero a que pertence, tem um 
interlocutor, ou seja, alguém a quem o texto é dirigido. Em alguns 
casos, o interlocutor é mais geral, como, por exemplo, os leitores 
de uma revista ou de um jornal, ou ainda os alunos de uma escola 
em que um cartaz é publicado. Em outros momentos, há uma 
pessoa específica para quem se escreve, como quando estamos 
enviando uma carta pessoal, um convite ou um e-mail. 
 
Por esse motivo, sempre que vamos escrever um texto, 
precisamos saber a quem ele deve ser dirigido, adequando, assim, 
a linguagem com a qual escrevemos, assim como as informações 
que pretendemos comunicar ou discutir. Se você comparar duas 
revistas diferentes, perceberá que a linguagem de cada uma é 
distinta, pois os leitores não são os mesmos. Observe os 
exemplos: 
 
GRANDALHÃO DO BEM 
O leão marinho tem aparência de mau, mas é dócil e 
só fica bravo ao se sentir ameaçado 
 
Morador de áreas frias e rochosas, este mamífero parece 
estar sempre mal-humorado. Mas é só a cara feia mesmo! Os 
leões-marinhos não costumam atacar, a não ser quando 
notam algum perigo. Por isso, é melhor nunca mexer com 
eles! E se você acha que leão-marinho e foca são o mesmo 
bicho, está enganado! O jeito mais fácil de diferenciá-los é 
pelas orelhas: o leão-marinho tem orelhinhas, enquanto sua 
prima possui apenas um buraquinho para escutar. 
(Trecho extraído da Revista Recreio nº613, 08/12/11) 
 
 
LAGOAS CHEIAS DE VIDA 
Milhares de criaturas se apegam à rocha de uma tira 
fina de litoral chamada zona de entremarés 
A estrela-do-mar se coloca ao lado das criaturas mais 
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espetaculares da variedade de formas de vida que habita as 
praias próximas à baía Bodega Bay. Grandes (àsvezes com 
30 centímetros de diâmetro) e de cores obstinadas (algumas 
são cor de laranja, outras, roxas; ninguém sabe por que), as 
estrelas-do-mar geralmente se encontram em fissuras de 
rochas, largadas como um brinquedo deixado de lado. Mas, 
apesar de sua aparente letargia, a Pisaster ochraceus 
funciona como um dos principais predadores da zona de 
entremarés – o tigre da lagoa de maré – apesar de nem ter 
algo parecido com um cérebro. 
(Trecho extraído da Revista National Geographic, nº135 
junho/11) 
 
 
Esses dois trechos foram retirados de revistas bem diferentes: o 
primeiro, da Recreio, voltada ao público infantil, e o segundo, da 
National Geographic, voltada ao público adulto. Apesar de o 
interlocutor não ficar explícito ao longo do texto, podemos 
perceber diferenças na forma como as reportagens são escritas: 
enquanto a primeira é mais informal, parecendo que o autor 
conversa com a criança que lê a revista; a segunda traz 
informações mais objetivas, com uma linguagem mais formal. 
 
Nesses casos, o público leitor está bem marcado, uma vez que 
eles foram previamente determinados, de acordo com os 
objetivos de cada revista e podemos identificá-lo através da 
linguagem que as revistas empregam. Porém, quando você for 
escrever seus textos, nem sempre o interlocutor está estabelecido 
dessa forma, por isso, cabe a você deixar bem claro qual é o seu 
interlocutor, ou seja, a quem seu texto é dirigido. 
 
É evidente que você sabe que quem vai ler seu texto é seu 
professor ou o corretor do vestibular, mas na redação há uma 
simulação da realidade e você está sendo avaliado por isso. 
Portanto, dependendo do gênero pedido, é preciso dizer quem é 
seu interlocutor para mostrar domínio sobre o gênero em questão. 
 
Na dissertação, por exemplo, você tem um interlocutor mais geral 
e, como você não deve falar diretamente com o leitor, ele não 
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precisa ser marcado. Porém, há diversos outros gêneros em que o 
interlocutor deve aparecer e, inclusive, deve ser marcado em seu 
texto. Nesses casos, dizemos que é preciso criar uma imagem do 
interlocutor. 
 
Para entender melhor este conceito, pensemos nas cartas, sejam 
elas pessoais ou argumentativas. Toda carta tem um emissor e um 
remetente, e estes devem estar claros quando você a escreve Ou 
seja, em toda carta deve estar explícito: 
 
• Quem está enviando aquela carta e por que ele é o emissor; 
• Quem está recebendo a carta e por que ele é o receptor; 
• Por que aquela carta está sendo escrita. 
 
Para criar essas imagens, seja de quem escreve ou de quem recebe 
a carta, você pode inventar características, como se estivesse 
mesmo criando um personagem. O mais importante é deixar claro 
que só aquela pessoa poderia escrever a carta, e só a outra poderia 
receber. Para exemplificar como as imagens devem ser criadas, 
observe a redação abaixo, publicada pela Comvest (Unicamp) 
como uma redação acima da média. Nesta proposta, era preciso 
escrever uma carta ao Ministro da Saúde, justificando a 
manutenção de uma campanha promovida pelo Ministério da 
Saúde. 
 
Campinas, 18 de novembro de 2007 
 
Prezado senhor Ministro da Saúde 
 
Escrevo-lhe com o objetivo de parabenizá-lo por sua 
estratégia no controle da proliferação do vírus causador da 
AIDS, a partir do programa de redução de danos. Sou uma 
jovem estudante do Ensino Médio e, como tal, convivo 
diariamente com pessoas de minha faixa etária. Por 
estudar em um colégio particular, tanto eu quanto meus 
colegas dispomos de recursos financeiros suficientes para 
freqüentar as festas rotineiras, ocasionalmente comprando 
substâncias ilegais. Apesar de eu me posicionar contra 
esse tipo de atitude, preocupo-me com meus amigos 
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http://www.comvest.unicamp.br/vest_anteriores/2009/download/comentadas/fase1.pdf
 30 
que, ao priorizarem o “barato” e a diversão, esquecem-se das 
conseqüências letais que seus atos podem trazer para suas 
saúdes; principalmente ao lidarem com agulhas e substâncias 
injetáveis, propícios vetores de doenças como a AIDS. 
Exatamente por isso, concordo com a medida, autorizada 
pelo senhor, de distribuir seringas descartáveis ou mesmo 
drogas, de forma a controlar a proliferação do HIV. Além dos 
resultados bem-sucedidos, comprovados cientificamente, e de 
contar com países de primeiro mundo como aliados nesta 
causa, o Ministério da Saúde mostrou estar adequado ao 
princípio, ditado pela Constituição brasileira, de que o Estado 
deve ser o responsável por promover a Saúde. 
Ao adotar esta postura pragmática, o senhor 
mostrou não só estar ciente do problema que a saúde 
pública enfrenta, mas também mostrou estar aberto 
a discussões que preservem a saúde da população e, 
ao mesmo tempo, respeitem suas liberdades 
individuais. Além disso, ao adotar uma medida certamente 
“polêmica”, o Ministério está conseguindo atingir a meta de 
conscientizar e persuadir a sociedade, que se mostrasse 
interessada pela inovação da técnica utilizada. A discussão 
gerada é muito mais saudável que a negação da mesma, como 
noto entre meus colegas, que adotaram a política do governo, 
ao mesmo tempo que rejeitaram a postura puritana dos 
americanos. Ao aproximar-se da população, o senhor 
fez com que todos meditassem sobre o assunto, a fim 
de que possam chegar a um consenso para a solução 
do problema. 
Por isso, senhor Ministro, parabenizo-o por uma política que 
está dando bons resultados. Se meus colegas ainda não se 
desvincularam das drogas, ao menos têm a consciência do 
desafio que é o combate à AIDS, graças ao canal de 
comunicação aberto pelo governo. Isso demonstra um 
amadurecimento da sociedade diante da responsabilidade da 
mesma quanto à manutenção da saúde. Assim como a 
campanha de Oswaldo Cruz para a erradicação da varíola, no 
séc. XIX, o senhor mostra que sua campanha de 
erradicação da AIDS é vanguardista e eficaz. Em meu 
meio ela já foi aceita, portanto espero que seu sucesso atinja a 
todos e perdure. 
 
Atenciosamente, 
F.T.S. 
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Nesta carta, a candidata deixou bastante explícito quem está 
escrevendo (nos três primeiros trechos destacados em negrito) e 
para quem está escrevendo (nos três últimos trechos destacados 
em negrito). Vale ressaltar aqui que, ainda que o interlocutor seja 
alguém conhecido, um ministro, é preciso descrever algumas de 
suas características ou ações, deixando claro por que a carta foi 
direcionada especificamente para ele e não para qualquer outra 
pessoa. 
 
Saber criar a imagem do interlocutor faz com que você tenha uma 
boa nota de gênero textual, pois mostra a quem lê sua redação 
que você domina o gênero solicitado. Por isso, destacamos, mais 
uma vez, a importância de conhecer os diferentes gêneros. 
Considerando a importância deste conhecimento, falamos a 
seguir sobre algumas noções gerais acerca dos gêneros textuais, 
apresentando posteriormente alguns dos principais gêneros 
pedidos no vestibular. 
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2. Características dos Gêneros Textuais 
 
Bakhtin, um teórico da linguagem, em seu livro Estética da 
Criação verbal: os gêneros dos discursos, define os gêneros 
discursivos como: 
 
Tipos relativamente estáveis de enunciados elaborados pelas 
diferentes esferas de utilização da língua (p.290). 
 
Apesar de essa definição sobre os gêneros parecer um tanto 
quanto complicada, estes são bem simples de serem 
compreendidos,pelo fato de constituírem textos que já fazem 
parte do nosso cotidiano. Vemos em jornais impressos, por 
exemplo, textos como editoriais, artigos de opinião, reportagens, 
etc. Já nos blogs, há posts com crônicas, relatos de experiências 
de vida, além de comentários que os internautas escrevem sobre 
algum post que os interessam. Receita de bolo, currículo, carta de 
apresentação e carta de amor também são exemplos de gêneros 
textuais. Além dos gêneros escritos, elencados acima, temos 
também os gêneros orais, tais como a palestra, o discurso político, 
a apresentação das notícias em um telejornal, a entrevista, etc. 
Assim, observamos que os gêneros podem ser expressos tanto na 
forma oral quanto na forma escrita. 
 
Ainda que os diferentes gêneros tenham suas especificidades, eles 
têm uma característica comum: eles desempenham determinadas 
funções sociais, ou seja, têm propósitos específicos em nossa 
organização social. Além disso, há sempre uma regularidade em 
relação à estrutura e à linguagem que os caracterizam. Parece um 
pouco confuso, mas, para ficar mais claro, vamos analisar o texto 
abaixo: 
 
 
Bolo sem Farinha 
Ingredientes 7 ovos, 7 colheres (sopa) de açúcar, 7 colheres 
(sopa) de chocolate em pó, 4 colheres (sopa) de óleo, 2 colheres 
(sopa) de manteiga, 100 g de coco ralado seco e 1 colher (sopa) 
de fermento em pó. 
 
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Para a cobertura 1 copo de leite de coco ou água, 3 colheres 
(sopa) de açúcar, 3 colheres (sopa) de chocolate em pó e 1 
colher de sopa de amido de milho. 
 
Modo de preparo Bata no liquidificador os ovos, 7 colheres 
(sopa) de açúcar, 7 colheres (sopa) de chocolate em pó, 4 
colheres (sopa) de óleo e 2 colheres (sopa) de manteiga. Retire 
do liquidificador e misture 100 g de coco ralado seco e 1 colher 
(sopa) de fermento em pó. Numa forma redonda (25 cm x 4 
cm) untada e forrada com papel-manteiga, despeje a mistura 
do bolo e leve ao forno a 180ºC por 40 min. 
 
Para a cobertura Leve ao fogo o leite de coco com o açúcar, 
o chocolate e o amido de milho, mexendo sempre até 
engrossar. Cubra o bolo com a calda. 
 
 
Como você já deve ter constatado, o texto acima é um exemplo 
do gênero texto instrucional, mais especificamente, receita 
culinária. Ele está estruturado da seguinte forma: 
 
• A primeira parte do texto é organizada em tópicos, nos 
quais há a exposição dos ingredientes e as quantidades exatas 
destes para que o prato possa ser feito. 
• A segunda parte é composta pelo modo de fazer, no qual 
há instruções que informam o modo de preparo dos 
ingredientes. 
• Os verbos estão no imperativo. 
• O propósito desse texto é ensinar a preparar um prato 
específico. Neste caso, o bolo de chocolate sem farinha. 
• Geralmente, esse tipo de texto circula em livros e revistas 
de culinária ou em sites especializados. Há também algumas 
revistas e jornais que reservam um espaço para colocarem 
algumas receitas culinárias. 
 
 
As características apontadas acima também são encontradas em 
outras receitas culinárias. Desse modo, podemos dizer que 
textos que apresentam características semelhantes quanto à 
estrutura, ao propósito e ao contexto de circulação fazem parte do 
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mesmo gênero. 
 
É importante, portanto, que você fique atento aos diversos 
gêneros que circulam no seu cotidiano. Preste atenção na 
estrutura, na linguagem utilizada, para que servem e onde são 
veiculados, pois você só poderá reproduzir um gênero se 
conhecer o seu modelo. Por exemplo: você não será capaz de 
escrever um ofício se não conhecer o modelo de um. 
 
Além disso, você sempre deve estar atento ao propósito do texto 
para saber de qual gênero este texto realmente faz parte. Há 
alguns autores que utilizam a estrutura de um gênero, mas 
escrevem um texto cujo propósito corresponde a outro. Por 
exemplo, o texto Conveniência, escrito pelo autor Antônio Prata, 
segue a estrutura de uma oração, porém o texto é uma crônica, 
pois apresenta a função social deste gênero ao trazer a reflexão 
do autor sobre uma questão. 
 
O que define um gênero textual, portanto, é o seu propósito social, por 
assim dizer, e não a sua forma estrutural. 
 
Fique atento também ao fato de que os gêneros textuais não são 
estáveis, pois eles podem mudar conforme a necessidade da 
sociedade (pode haver mudança na estrutura e/ou no contexto de 
circulação). Um exemplo interessante dessas mudanças é o e-mail 
que circula na internet e é considerado o substituto eletrônico da 
carta. Nas seções seguintes, vamos analisar alguns gêneros para 
que você possa conhecê-los melhor e, consequentemente, se 
sentir seguro na hora de escrevê-los! 
 
Para resumir o que falamos até aqui sobre os gêneros, 
apresentamos o seguinte quadro: 
 
 
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http://blogdoantonioprata.blogspot.com/2008/01/convenincia.html
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3. Alguns exemplos de gêneros textuais 
 
Apresentaremos nesta seção alguns dos gêneros textuais que 
aparecem com frequência no vestibular, seja como um texto de 
apoio ou como o texto a ser desenvolvido. São eles: o relato, a 
notícia, o editorial, o artigo de opinião e a dissertação. 
Procuramos mostrar a especificidade de cada um deles, a partir 
de exemplos de textos, começando pelo relato. 
 
 
a) Relato 
 
O relato é um gênero discursivo muito comum em nosso 
cotidiano. Provavelmente, você já deve ter relatado para seus 
amigos, conhecidos e parentes, como foi a sua viagem de férias 
ou como foi a festa de casamento do seu primo, por exemplo. 
 
Por ser um gênero muito comum em nosso dia-a-dia, dificilmente 
pensamos na sua estrutura formal e em sua função social na nossa 
sociedade. Assim, para conhecer melhor esse gênero, leia um 
relato localizado no site www.museudapessoa.com.br, que 
reproduzimos abaixo e a análise que fazemos dele em seguida: 
 
 
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http://www.museudapessoa.com.br/
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Mundo dividido 
 
 Tivemos um período bastante difícil durante a Segunda 
Guerra Mundial. Os familiares do meu pai, por serem italianos 
do norte, eram muito alegres e gostavam de festas. Tudo era 
motivo para ser comemorado: um batizado, um aniversário… 
Com a 2ª Guerra, o Brasil era um dos países inimigos do Eixo. 
Os países que representavam o eixo: Itália, Alemanha e Japão. 
(...) 
 
 Os imigrantes italianos perderam muito de sua identidade com 
isso e suas famílias se afastaram não havendo mais aquela 
comunicação através do dialeto. Éramos mal vistos, porque 
havia suspeita que, se continuássemos com aquelas 
festividades, não era apenas para divertimento, mas para 
passar informações e isso era praticamente impossível. Não 
havia como comunicar com quem? Para quem? Por quê? 
(...) 
Houve fatos que marcaram muito essa época, porque as 
famílias italianas eram numerosas e muitas delas tiveram 
filhos convocados para a guerra. Alegavam que eles foram 
escolhidos porque eles tinham noção da língua italiana e eram 
preferidos, além dos alemães. Os noticiários sobre a guerra 
eram acompanhados pelo rádio, jornais ou revistas, sendo os 
únicos meios de comunicação disponíveis, mas não se sabia a 
data em que ocorriam os fatos porque até chegar ali através da 
imprensa demorava muito, 15 dias, um mês. 
A rádio local era a PRG4 e me lembro muito bem dos 
jornalistas, sendo um deles o professor Solon Borges dos Reis. 
Eu estava com 9 anos e tenho viva na memória a Segunda 
Guerra Mundial.

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