Buscar

Desenvolvimento na infância

Prévia do material em texto

Anne Marques – 5º semestre de Medicina na Universidade Salvador 
 
â
Crescimento x desenvolvimento: 
• Crescimento: representa desenvolvimento 
físico e é quantitativo, permitindo avaliar o peso 
e estatura; 
• Desenvolvimento: capacidade do indivíduo 
realizar tarefas cada vez mais complexas 
(novas habilidades) e é qualitativo, inviabilizando a 
avaliação de forma objetiva; 
• Crescimento e desenvolvimento são 
considerados entre os melhores indicadores de 
saúde da criança. 
• O ser humano adquire várias habilidades 
motoras que progridem de movimentos simples 
e desorganizados para habilidades motoras 
altamente organizada e complexas; 
• Implica a diferenciação de células e tecido, a 
complexidade crescente de estrutura e a 
aquisição de novas capacidades mediante com 
processo de maturação; 
• Mudanças nas estruturas físicas e neurológicas, 
cognitivas e comportamentais que emergem de 
maneira ordenada e são relativamente 
duradouras – aprimoramento de movimentos 
grosseiros; 
• É processo de construção da identidade humana, 
resultante da interação entre as influências 
biológicas, a história de vida e seu contexto 
cultural e social; 
• O sucesso do desenvolvimento depende da 
integridade dos vários órgãos e sistemas, 
principalmente o sistema nervoso; 
• Tecido nervoso cresce e amadurece sobretudo 
nos primeiros anos de vida → período mais 
vulnerável aos agravos; 
• Diagnóstico precoce possibilita acesso a atenção 
adequada proporcionando melhor qualidade de 
vida: plasticidade neuronal; 
• A criança responde melhor aos estímulos e 
intervenções nesse período (intervenção 
precoce) – quanto antes há a suspeita de alguma 
alteração, melhor prognóstico; 
• Crescimento e desenvolvimento ocorrem de 
forma mútua; 
• A evolução se dá em uma sequência fixa, mas 
em um ritmo variável, ou seja, para criança 
transpor um marco, ela precisa atingir o 
anterior, como ocorre nos marcos motores; 
 
• Para transpor um marco, é necessário a 
aquisição de capacidades motoras, físicas e 
psíquicas; 
• Direção: Céfalo-caudal/ Próximo-distal 
• Desenvolvimento compreende alguns domínios 
de funções interligadas: 
 
• Modelo ecológico sugere que os diferentes 
ambientes micro e macrossociais interatuam no 
desenvolvimento humano; 
 Família como principal no desenvolvimento 
da criança, comunidade e estado (políticas 
públicas, acesso à saúde, condições 
socioeconômicas, políticas públicas); 
 
• Fundamental na atenção à saúde da criança; 
• Deve ser feita de forma rotineira e sistemática; 
• Não existem limites fixos – respeitar a 
individualidade de cada criança; 
• O momento da avaliação serve para estimular e 
ensinar: 
 Meta: atingir o potencial da criança; 
 Identificar precocemente crianças em risco 
e intervir. 
Acompanhamento do desenvolvimento: 
• Screening: testes rápidos em idades pré-
estabelecidas para identificar prováveis 
doenças ou agravos; 
• Vigilância do desenvolvimento: todas atividades 
relacionadas com a promoção do 
desenvolvimento e detecção de problemas 
(informações de profissionais de saúde, pais, 
professores); 
• Avaliação do desenvolvimento: investigação mais 
detalhada de crianças supostamente com 
problemas de desenvolvimento – avaliação 
multidisciplinar; 
• Deve ser um processo contínuo de 
acompanhamento capaz de detectar 
precocemente desvios e atrasos; 
• Caderneta de saúde da criança disponibiliza uma 
sistematização para vigilância do 
desenvolvimento; 
• Acompanhar aquisição dos principais marcos do 
desenvolvimento e anotar em caderneta. 
Fatores de risco: 
• Riscos biológicos: pré, peri e pós-natais; 
 Genéticos (ex.: erro inato do metabolismo, 
síndrome de Down, outras síndromes 
genéticas); 
 Adquiridos (ex.: prematuridade / baixo peso 
ao nascer, icterícia grave, meningite, hipóxia 
neonatal); 
• Riscos ambientais: experiências adversas de vida 
ligada à família, ao meio ambiente e à sociedade; 
 Condições precárias de saúde; 
 Falta de recursos sociais e educacionais; 
 Educação materna ou do cuidador; 
 Estresses familiares, como violência, abuso 
e maus tratos; 
 Problemas mentais da mãe ou cuidador; 
 Alcoolismo ou drogas em casa; 
 Consanguinidade; 
 Falta de afeto. 
Alerta no exame físico: 
• Perímetro cefálico fora dos níveis de 
normalidade (curvas OMS - normal z escore de 
-2 a +2); 
• Alterações fenotípicas: 
 Maiores: cardiopatia congênita, lábio leporino 
e fenda palatina 
 Menores: fenda palpebral oblíqua, 
hipertelorismo, implantação baixa de orelha, 
pescoço curto e alado, prega palmar única, 
quinto dedo da mão curto e encurvado 
(clinodactilia), dentre outras. 
Marcos do desenvolvimento: 
• Recém-nascido: postura e reflexos 
subcorticais; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• 0-1 mês: 
 Postura: pernas e braços fletidos, cabeça 
lateralizada; 
 Observa um rosto; 
 Reage ao som; 
 Eleva a cabeça. 
• 1-2 meses: 
 Sorri quando estimulado; 
 Abre as mãos; 
 Emite sons; 
 Movimenta os membros. 
• 2-4 meses: 
 Responde ativamente ao contato social; 
 Segura objetos; 
 Emite sons, ri alto; 
 Levanta a cabeça e apoia-se nos 
antebraços, de bruços – reflexo de Landau. 
• 4-6 meses: 
 Busca ativa de objetos; 
 Leva objetos a boca; 
 Localizar o som; 
 Muda de posição (rola). 
• 6-9 meses: 
 Brincar de esconde achou; 
 Transfere objeto de uma mão para outra; 
 Duplica sílabas; 
 Senta-se sem apoio. 
• 9-12 meses: 
 Imita gestos; 
 Faz pinça; 
 Produz “jargão”; 
 Anda com apoio. 
• 12-15 meses: 
 Mostra o que quer; 
 Coloca blocos na caneca; 
 Diz uma palavra; 
 Anda sem apoio. 
• 15-18 meses: 
 Usa colher ou garfo; 
 Constrói torre de dois cubos; 
 Fala 3 palavras; 
 Anda para trás. 
• 18-24meses: 
 Tira roupa; 
 Constrói torre de 3 cubos; 
 Aponta duas figuras; 
 Chutar bola. 
Progressão craniocaudal: 
 
Treinamento esfincteriano: 
• A criança se conscientiza sobre sua própria 
necessidade de eliminar urina e fezes → 
“treinada”; 
• Controle da evacuação geralmente precede o 
controle da micção; 
• Não deve ser forçada a iniciar o processo de 
treinamento – aguardar apresentar os sinais de 
prontidão; 
• Somente uso de elogios para reforço, 
desencorajando recompensas materiais; 
• Aproximadamente 2% a 3% das crianças 
apresentam problemas durante o processo do 
treinamento → início precoce, falta de 
homogeneidade. 
 
 
• Anamnese; 
• Exame neurológico; 
• Escalas. 
Instrumentos de avaliação do desenvolvimento: 
• Testes de triagem que são mais utilizados pela 
equipe multiprofissional: 
 Teste de Gesell; 
 Teste de triagem Denver II; 
 Escala de desenvolvimento infantil de 
Bayley; 
 Albert Infant Motor Scale; 
• Caderneta da criança: mais utilizada na atenção 
básica. 
Avaliação do desenvolvimento na caderneta da 
criança: 
• Localize a faixa etária da criança nas colunas da 
idade em meses; 
• Localize as quatro linhas coloridas da mesma cor 
correspondentes aos marcos do 
desenvolvimento da faixa etária; 
• Verifique a presença dos marcos do 
desenvolvimento ou habilidades; 
• Preencha os espaços correspondentes segundo 
a legenda a 
seguir: 
 
ATENÇÃO: caso a criança tenha nascido prematura, 
é preciso corrigir a sua idade, diminuindo da idade 
atual o tempo que faltou para completar 40 
semanas ou 9 meses de gestação.

Continue navegando