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DIRETO PENAL III 1 DIRETO PENAL III AULA I 1. FATO TIPICO Designa o conjunto conduta e tipicidade, nos chamados crimes materiais. (só se consuma com a produção do resultado naturalístico, como a morte no homicídio- crimes formais não exigem a produção do resultado para a consumação do crime) também inclui a relação do nexo da causalidade e resultado na turístico. 1.1 Conduta Ação ou omissão consciente e voluntaria dirigida a uma finalidade. 1.2 Resultado naturalístico É a alteração do mundo exterior, causada pela conduta. DIRETO PENAL III 2 Geralmente relevante não apenas para a configuração do crime, mas para o reconhecimento da forma tentada qualificadoras de aumento de pena. 1.3 Tentativa 💡 Art. 14. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime (artigo 76, parágrafo único, e 94, n. III). 1.4 Desistência voluntária O sujeito inicia a ação, mas antes de atingir a consumação, resolve voluntariamente interromper o plano executório. Exemplo: sujeito possui 6 projeteis na arma, dispara 2 e livremente decide parar com o plano executório. Responderá pelos atos já praticados. 1.5 Arrependimento eficaz O sujeito antes de atingir a consumação atua de forma eficaz para impedir que ela ocorra. Restará afastada a tentativa e o autor responderá apenas pelos atos praticados. Exemplo: O sujeito descarrega uma arma de fogo em terceiro, mas voluntariamente leva ao hospital, impedindo a morte. DIRETO PENAL III 3 1.6 Nexo de causalidade É a ligação de causa e efeito entre a conduta e o resultado, tendo relevância também para os chamados crimes materiais quanto ao resultado OBS I: Teoria da equivalência dos antecedentes → pelo critério da eliminação hipotética, afasta-se mentalmente o evento da cadeia causal, e verifica-se se, também hipoteticamente, o resultado teria ocorrido nas mesmas circunstancias. Se há alteração do resultado e suas circunstancias, o evento pode ser considerado causa. OBS II: Exceção → art. 14 §1º, CP- superveniência de causa independente. Crimes contra a vida (art. 121 ao 154-B) 1. Capitulo I, crimes contra a vida. Art.121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Classificação do crime DIRETO PENAL III 4 Bem jurídico tutelado: vida humana extrauterina, ou seja, o crime consuma-se pelo atentado contra a pessoa viva a qualquer momento após o parto. Sujeito ativo: qualquer pessoa praticante do atentado. Sujeito passivo: qualquer pessoa que sofre o atentado. Conduta (objetividade) : matar, tirar a vida de outrem Subjetividade: exige o dolo (direto ou eventual) Consumação: é crime material, ou seja, se consuma com a ocorrência de um resultado naturalístico. (a morte do sujeito passivo) É um crime plurissubsistente, ou seja, ele admite o fracionamento da execução, se modo em que a tentativa é possível. OBS A competência para julgar crimes dolosos contra a vida é do Tribunal do Júri. O homicídio simples, em regra, não é hediondo, no entanto, será considerado se praticado em atividade típica de grupo de extermínio. Quando a Ação Penal cabível, ela será pública e incondicionada, ou seja, deverá ser intentada pelo ministério público sem a necessidade de representação da vítima ou do Ministério da Justiça. HOMICÍDIO PRIVILEGIADO O crime de homicídio privilegiado está previsto no §1° do art. 121 do código penal, situado no Capítulo I. DIRETO PENAL III 5 Art. 121. Motivo de grande valor social ou moral: O valor social diz respeito aos interesses da coletividade em geral, um valor que se poderia ser visto como nobre e altruístico. Matar um traidor da pátria ou um serial killer, por exemplo, seriam hipóteses de homicídio privilegiado motivado por valor social. O valor moral liga-se aos interesses individuais do agente, entre eles, os sentimentos de piedade, misericórdia e compaixão. Por exemplo, matar com o intuito de livrar um doente terminal dos sofrimentos que o atormentam (eutanásia), ou um pai matar o estuprador da sua filha. DOMÍNIO DE VIOLENTA EMOÇÃO, LOGO APÓS INJUSTA PROVOCAÇÃO DA VÍTIMA A violenta emoção deve ser entendida como aquela que não é leve ou momentânea. Exemplo: entende-se que o cônjuge que flagra o seu marido ou esposa em ato de infidelidade se encontra em situação de violenta emoção. A injusta provocação da vítima é a agressão ou qualquer conduta provocadora, incitante ou injuriosa da vitima contra o autor do crime, terceiro ou animal. Exemplo: maus tratos relevantes a cachorro cujo dono perde a cabeça, matando o agressor. A violência deve ocorrer imediatamente após a injusta provocação da vitima. A demora na reação descaracteriza a privilegiadora e caracteriza mera vingança. DIRETO PENAL III 6 💡 Privilegiadora: é uma circunstância do crime que diminui a pena-base de um tipo penal, interferindo na primeira fase de dosimetria da pena. No entanto, tal crítica serve apenas para evitar possíveis confusões, uma vez que a doutrina, a jurisprudência e os operadores do direito continuarão usando o nome homicídio privilegiado para se referir a este dispositivo. Assim, nas hipóteses de homicídio "privilegiado" temos a diminuição da pena-base se 1/3 a 1/6. Homicídio qualificado O crime de homicídio qualificado se encontraprevisto nos incisos I a V do §2º do art. 121 do Código Penal, situado no Capítulo I (Crimes contra a vida). Primeiro cabe lembrar que a qualificadora é a circunstância que aumenta a pena-base do tipo penal, interferindo na primeira fase de dosimetria da pena. Agora, vamos observar em que hipóteses o homicídio recebe penas mais graves. Homicídio qualificado HEDIONDEZ Em regra, o homicídio simples não é considerado hediondo. No entanto, conforme a segunda parte do inciso I do art. 1º da Lei 8.072/90, o homicídio qualificado é hediondo. Disso resulta que é um crime insuscetível de anistia, graça, indulto, fiança, além de outros efeitos da Lei, modulados pela jurisprudência. DIRETO PENAL III 7 FEMINICÍDIO O crime de feminicídio foi previsto nos incisos VI e VII do §2º do art. 121 do Código Penal, situado no Capítulo I (Crimes contra a vida). O feminicídio é também uma forma de homicídio qualificado, que se diferencia de suas demais espécies pela qualidade especial da vítima e pelas razões que levam ao cometimento do crime. 💡 § 2° Se o homicídio é cometido: (…) Devemos entender o ambiente doméstico como o espaço em que há um convívio permanente de um mesmo grupo de pessoas, independentemente de ligação familiar sanguínea entre elas. A família compreende os parentes de todos os graus, consanguíneos, equiparados ou por afinidade, assim como os cônjuges. Veja que, no caso do inciso II, explicita-se o desprezo à condição de mulher como motivo encorajador ou ensejador da agressão fatal cometida pelo autor do crime. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA Além do próprio aumento da pena-base do feminicídio se comparado ao homicídio simples, essa espécie de crime contra a mulher poderá ainda ter a pena aumentada (na segunda fase de dosimetria), de 1/3 até a metade, em três casos: Homicídio culposo O crime de homicídio culposo está previsto no §3º do art. 121 do Código Penal, situado no Capítulo I (Crimes contra a vida). DIRETO PENAL III 8 DEFINIÇÃO DE CULPA A culpa diz respeito à subjetividade na conduta do agente: à intenção ou consciência quanto à prática da conduta definida como crime. Ela se verifica quando, não havendo propriamente a má intenção do agente de causar algum mal, ele não fez tudo o que deveria ter feito para evitar um possível estrago. A definição de crime culposo está prevista no próprio CP, na parte geral: Art. 18 – Diz-se que a culpa se desdobra em três: a imprudência, a negligência e a imperícia. Vamos entender melhor estes conceitos: Imprudência: corresponde a uma atitude positiva (ação), em que o sujeito age sem a cautela necessária, vindo a provocar um resultado lesivo.Sabemos que agir com imprudência é agir sem tomar a devida cautela. : motorista dirigindo em alta velocidade. Exemplo Negligência: corresponde a um deixar de fazer (omissão), ou seja, o sujeito se abstém de fazer aquilo que a diligência normal impõe. : médico que esquece de retirar um bisturi de dentro do paciente. Exemplo Imperícia: corresponde a uma inaptidão de profissional para a atividade ou o ofício que se está a exercer. : engenheiro elétrico assina um projeto de construção de um grande edifício sem conhecimento técnico para o fazer - o profissional habilitado seria o engenheiro civil. Exemplo DIRETO PENAL III 9 Prevê ainda o parágrafo único do art. 18 do CP: 💡 Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Ou seja, em regra, os crimes culposos só são punidos se a lei assim determinar expressamente. CLASSIFICAÇÃO DE CULPA Culpa consciente: o resultado é previsto pelo agente, mas este pensa poder evitar o resultado por meio de suas habilidades e espera que ele não aconteça. Há excesso de confiança do agente. Exemplo: atirador de facas de um circo. Ao atirar uma faca, ele certamente acredita que não machucará a vítima. Culpa inconsciente: o agente não prevê o resultado apesar de ele ser previsível. Nesta modalidade de culpa é que se encaixam a imprudência, negligência e imperícia. Exemplo: em plena rodovia, enquanto dirigindo em alta velocidade, um motorista atropela alguém que atravessava a rua em lugar impróprio para pedestres. Dolo eventual: muito parecido com a culpa consciente, o agente prevê o resultado, não quer que ele aconteça, mas assume seu risco escancaradamente. Exemplo: motorista que corre a 100km/h numa rua onde há muito movimento de pedestres e cuja velocidade permitida é 60km/h. No homicídio culposo, justamente, o legislador entendeu que a pena-base deveria ser menor que a do homicídio comum (praticado com dolo). DIRETO PENAL III 10 Causas de aumento de pena – Homicídio culposo e doloso Há três hipóteses em que a pena pode ser aumentada em 1/3: Se resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício; se agente deixa de prestar socorro imediato à vítima; se agente não procura diminuir consequências de seus atos; se agente foge para evitar a prisão em flagrante. No caso do homicídio doloso, haverá o aumento de 1/3 da pena se este for cometido: contra pessoa menor de 14 ou maior de 60 anos (assim como ocorre no feminicídio); por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO 🚼 INFANTICÍDO https://www.notion.so/INDUZIMENTO-INSTIGA-O-OU-AUX-LIO-AO-SUIC-DIO-OU-A-AUTOMUTILA-O-eb2d04ec38a3411c983acc7360071da4 https://www.notion.so/INFANTIC-DO-0b221618e41d4187b81ce2a197a901cd INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO 1 INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO O crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio ou auto mutilação está previsto no artigo 122 do código penal (crimes contra a vida). Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos Quanto a sua classificação temos: O bem jurídico tutelado: vida humana ou a integridade corporal Sujeito ativo: qualquer um, por ser crime comum, ele pode ser praticado por qualquer pessoa. Sujeito passivo: pessoa capaz. No caso de vítima menor de 14 anos ou incapaz por INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO 2 enfermidade/deficiência induzida, instigada ou auxiliada ao suicídio - quando ocorre efetivamente o resultado morte - o agente responde por homicídio Condutas quanto a objetividade: Trata-se de crime comissivo, porque decorre de uma atividade plurissubsistente, porque costuma se realizar por meio de vario atos: Induzir → criar na mente da vítima o desejo do suicídio ou automutilação - implantar ideia até então inexistente. Instigar → estimular, reforçar ideia preexistente, alimentar o pensamento suicida ou da automutilação. Prestar auxílio → participar materialmente, atuar no cometimento do ato, dar o meio para o suicídio ou automutilação. Subjetividade: exige o dolo do agente, não possuindo forma culposa. Consumação: trata-se de crime formal, ou seja, ele se consuma sem a produção do resultado naturalístico previsto no tipo penal: morte ou lesão corporal de qualquer natureza. Ação Penal: pública e incondicionada FORMAS QUALIFICADAS Antes da modificação trazida pela Lei 13.968/2019, o artigo 122 só previa pena para as condutas que tipificava no caso de suicídio se consumar ou de tentativa de suicídio resultar lesão corporal de natureza grave. Atualmente, a ocorrência dos resultados naturalísticos lesão grave ou morte tornará o crime qualificado conforme parágrafos 1° e 2°. § 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código: Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. § 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO 3 O resultado lesão grave ou gravíssima tornará a conduta punível com a pena de reclusão, de 1 a 3 anos. Se o resultado for a morte, seja por consumação do suicídio ou como consequência da automutilação, a pena será de reclusão, de 2 a 6 anos. As lesões corporais de natureza grave, estão previstas nos cinco incisos do §1°, do artigo 129, do CP, e são elas: I – incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 (trinta) dias; II – perigo de vida; III – debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV– aceleração de parto. As lesões corporais de natureza gravíssima, estão previstas nos cinco incisos do § 2º, do art. 129, do Código Penal, e são elas: I – incapacidade permanente para o trabalho; II –enfermidade incurável; III – perda ou inutilização de membro, sentido ou função; IV –deformidade permanente; V – aborto. Causas de aumento de pena Os parágrafos 3º, 4º e 5º do artigo 122, inserido pela Lei 13.968/2019, prevêem as seguintes causas de aumento de pena: § 3º A pena é duplicada: I – se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. Vale lembra que o motivo egoístico consiste no interesse pessoal do agente. INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO 4 💡 Por exemplo, alguém que induz o sujeito, com classificação superior em lista de espera de concorrido concurso, a se matar. O motivo torpe, por outro lado, é o motivo repugnante, vil, desprezível, como por exemplo a vingança, a depender do caso concreto. Por fim, o motivo fútil é o motivo mesquinho, insignificante, é aquele que é desproporcional em relação ao crime praticado. A vítima com diminuição da capacidade de resistência é aquela que, por qualquer motivo, está mais suscetível ao induzimento ou à instigação, como por exemplo a pessoa que sofre alguma enfermidade, como uma depressão. O parágrafo 4° prevê o aumento da pena até o dobro se a conduta for realizada por meio de rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real. Para configurar este delito uma conduta típica deve ser contra uma pessoa determinada ou pessoas determinadas. Como por exemplo a utilização de chamada de vídeo, mensagens do facebook, instagram, etc... No parágrafo 5° temos a causa de aumento da pena que incide no caso de o agente ser o líder ou o coordenador de grupo ou rede virtual. Neste caso, aumenta-sea pena em metade; o ponto importante dessa conduta é o fato de o agente ter uma posição de liderança ou de coordenação em grupo ou rede virtual, fazendo com a conduta tenha mais chances de ser eficaz, pois ele exerce influência sobre o comportamento de outras pessoas. O parágrafo sexto traz a desclassificação para lesão corporal gravíssima, ou seja, se o crime de automutilação ou tentativa de suicídio resultar em lesão corporal natureza gravíssima e for cometido contra menor de 14 anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, o agente não responde por este crime qualificado de participação em suicídio ou automutilação (que tem pena prevista de reclusão, de 1 a 3 anos) e, sim, pelo crime de lesão corporal gravíssima (previsto no art. 129, § 2º, do CP), INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO 5 cuja pena é superior: reclusão, de 2 a 8 anos. E o parágrafo sétimo traz a desclassificação para homicídio, ou seja, se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte e o delito é cometido contra menor de 14 anos ou contra quem não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, o agente não responde por este crime qualificado de participação em suicídio ou a automutilação (que tem pena prevista de reclusão, de 2 a 6 anos) e, sim, pelo crime de homicídio (previsto no art. 121, do CP), cuja pena é superior: reclusão, de 6 a 20 anos. INFANTICÍDO 1 🚼 INFANTICÍDO Previsto no artigo 123 do Código Penal, situado no Capítulo I (crimes contra a vida) Infanticídio Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos. Sobre a classificação desse tipo penal: Bem jurídico tutelado: a vida da pessoa humana. Sujeito ativo: é crime praticado necessariamente pela mãe (parturiente). Assim, trata-se de crime próprio, ou seja, que precisa de uma qualidade especial do autor. Sujeito passivo: a vítima deste crime é a pessoa do filho (ou filha), durante o parto ou logo após. Conduta: neste crime, a conduta da mãe envolve matar a criança sob influência do estado puerperal, durante o parto ou logo após. INFANTICÍDO 2 💡 O estado puerperal é o período pós-parto ocorrido entre a expulsão da placenta e a volta do organismo da mãe para o estado anterior a gravidez. Durante esse período, muitas mudanças se operam no corpo e na mente da mulher, deixando-a mais vulnerável e levando a, possivelmente, a agir de forma como não agiria normalmente. Há quem diga que o estado puerperal dura somente de 3 a 7 dias após o parto, mas há quem entenda que pode perdurar por um mês ou, ainda, por apenas algumas horas. Assim, a realização da conduta “logo após” o parto não precisa ser imediata, isso varia. Subjetividade: exige o dolo, não admite modalidade culposa. Consumação: é crime material, consumado com a morte da criança. Admite a tentativa (delito plurissubsistente – inclui mais de uma conduta). Ação penal: pública e incondicionada. Nesse crime, a pena-base é menor que a do homicídio simples. Isso se justifica na medida em que o estado puerperal, embora não possa ser usado como causa excludente de tipicidade ou culpabilidade, exerce influência inevitável sobre a autora do crime. ABORTO 1 ABORTO Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque: Pena – detenção, de um a três anos. Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena – reclusão, de três a dez anos. Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena – reclusão, de um a quatro anos. O aborto possui três previsões diferentes: i. conduta da gestante, que provoca o próprio aborto ou consente que um terceiro lhe provoque ; [art. 124] ii. conduta de terceiro, que provoca o aborto sem o consentimento da gestante; [art. 125 ] iii. conduta de terceiro, que provoca o aborto com o consentimento da gestante. [art. 126] ABORTO 2 É importante perceber que o crime de aborto previsto nos artigos 124 e 126 é uma exceção à teoria monista. Como assim? No código penal brasileiro, quando dois indivíduos praticam uma conduta delituosa, responderão pelo mesmo crime. Entretanto, o aborto é uma exceção a essa regra, onde, caso a gestante vá a uma clínica de aborto e aceite que um terceiro lhe provoque aborto, ela responderá ao crime previsto no artigo 124, já o indivíduo que perpetrar tais manobras, responderá pelo art. 126. ABORTO 3 E se um terceiro provocar o aborto sem o consentimento da gestante, ele praticará o crime por conta própria e portanto responderá pelo previsto no artigo 125. Iniciado o trabalho de parto, não há crime de aborto, mas sim homicídio ou infanticídio conforme o caso. Ou seja, durante o parto ou logo após, só poderá existir homicídio ou infanticídio. Causas de aumento de pena As causas de aumento de pena estão previstas apenas para os artigos 125 e 126. ABORTO 4 💡 Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Ou seja, a pena será aumentada em 1/3 se a gestante sofrer lesão corporal grave e será duplicada de a gestante vier a falecer. Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. Se um terceiro provocar aborto em uma gestante menor de quatorze anos, alienada ou débil mental, ou se o consentimento for obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência, será aplicada a pena prevista para a provocação de aborto sem consentimento {artigo 125}. Excludentes de Ilicitude Específicas para o Aborto Existem duas hipóteses em que o legislador brasileiro autoriza a prática do aborto. Vejamos o que diz o art. 128 do Código Penal: Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante; ABORTO 5 Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. Nas duas hipóteses acima, o aborto poderá ser praticado de forma lícita, pois a norma autoriza expressamente a prática da conduta para tais casos. ADPF 54 Permissão obtida através do julgamento pelo STF, que tornou lícita a prática do aborto de fetos anencefálicos, mesmo sem previsão expressa em lei. Lesão Corporal 1 ⚔ Lesão Corporal O crime de lesão corporal está previsto no art. 129 do Código Penal (capitulo II- das lesões corporais) O que vai definir qual tipo de lesão ocorreu são as circunstancias do crime, as consequências da lesão, a gravidade e o elemento volitivo. Lesão corporal Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. OBS→ A auto lesão (aquela que é provocada em si mesmo) não é punível. Bem jurídico tutelado: incolumidade pessoal do indivíduo, como também sua saúde mental e física. Lesão Corporal 2 Sujeito ativo: por se tratar de um crime comum, pode ser qualquer pessoa. Sujeito passivo: qualquer pessoa com vida. Conduta: é a ofensa a integridade corporal (física) que não objetive a morte. Subjetividade: punível por dolo ou culpa → §6º e 7° do art 129. Consumação: consuma-se a partir da efetividade da ocorrência da lesão. (admite-se a tentativa) Ação penal: pública e incondicionada, em regra. Lesão dolosa de natureza leve e culposa: ação penal pública condicionada à representação da vítima ou representante legal. Violência doméstica e familiarcontra homem: ação penal pública condicionada à representação do ofendido. Agora, é importante veremos a classificação na natureza das lesões, o que é definido pelo próprio CP. Lesão de natureza grave Lesão corporal de natureza grave § 1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; A debilidade permanente deve ser entendida como a redução ou enfraquecimento da funcionalidade do membro, sentido ou função corporal atingidos. Lesão de natureza gravíssima A lesão causa danos não apenas duradouros, mas permanentes, sem previsibilidade de cessação. Lesão Corporal 3 § 2° Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; Entende-se que também há lesão gravíssima por enfermidade incurável se a vítima, por consequência do dano, tiver que se submeter a cirurgias e tratamentos arriscados ou incertos Entende-se como deformidade permanente o dano estético, aparente, relevante e irreparável à vítima, com aptidão para causar problemas de socialização (significativo desconforto para outros e para a vítima). Lesão corporal qualificada pela morte Lesão corporal seguida de morte Essa espécie de crime, em que há intenção do agente em praticar uma conduta menos grave mas acaba obtendo resultado mais grave de forma culposa, é conhecido como preterdoloso. Nesse caso o agente responde pelo crimes menos grave na modalidade dolosa, mas pelo resultado mais grave na forma culposa. Havendo morte o crime doloso é julgado pela justiça comum e não pelo tribunal do juri. Periclitação da vida e da saúde 1 🎴 Periclitação da vida e da saúde Perigo de contágio venéreo Perigo de contágio venéreo Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 2º - Somente se procede mediante representação. Classificação Bens jurídicos tutelados: incolumidade física, saúde e vida da pessoa. Sujeito ativo: em geral, é considerado crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa. Sujeito passivo: qualquer pessoa, independentemente da capacidade e do consentimento para realizar o ato sexual. Condutas (objetividade): neste crime, o agente, sabendo ou devendo saber de sua doença venérea, mantém qualquer espécie de contato físico sexual ou libidinoso sem qualquer proteção apta a evitar a transmissão do mal à vítima. A moléstia venérea é a doença transmissível através de contato sexual. Periclitação da vida e da saúde 2 No caso em concreto, o magistrado nomeará perito (médico cadastrado no CRM) para avaliação da enfermidade. Subjetividade: entende parte da doutrina que o crime exige o dolo do agente; não possui forma culposa. No entanto, outra corrente entende que o trecho “(...) ou deve saber estar contaminado” significaria a possibilidade de imputação de responsabilidade por culpa. Consumação: consuma-se com a prática sexual ou libidinosa, independentemente do efetivo contágio, caracterizando crime formal (aquele que independe do resultado). Naturalmente, a utilização de preservativo por si só desconfigurará o crime, pois não existe a conduta de colocar em perigo o sujeito passivo dolosa e nem culposamente. A doutrina em geral considera impossível a tentativa para este tipo penal. Ação penal: pública, condicionada à representação do ofendido. Perigo de contágio de moléstia grave Perigo de contágio de moléstia grave Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Bens jurídicos tutelados: incolumidade física, saúde e vida da pessoa. Sujeito ativo: qualquer pessoa contaminada com moléstia grave contagiosa (é crime próprio). Sujeito passivo: qualquer pessoa, desde que não contaminada pela mesma moléstia do agente. Condutas (objetividade): neste crime, o agente, sabendo de sua moléstia grave, pratica um ato qualquer com o fim de transmiti-la a outrem. O ato poderá ser direto (contato físico) ou indireto (contaminação por seringas, por exemplo). A moléstia, além de grave, deve ser contagiosa. Subjetividade: deve haver dolo (somente o direto) na conduta. Não admite punição por ato culposo. Consumação: consuma-se com a prática do ato capaz de transmitir a doença, sendo assim crime formal. Admite-se a tentativa, por ser crime plurissubsistente (conduta é composta de vários atos de execução). Ação penal: pública e incondicionada. Periclitação da vida e da saúde 3 Perigo para a vida ou saúde de outrem Perigo para a vida ou saúde de outrem Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave Bens jurídicos tutelados: incolumidade física e metal, saúde e vida da pessoa. Sujeito ativo: agente deve ser pessoa com dever de cuidado, guarda, vigilância ou autoridade sobre a vítima, sendo assim um crime próprio (que exige qualidade especial do agente). Sujeito passivo: a vítima é a pessoa incapaz de defender-se dos riscos ocasionados pelo abandono. Note que pode ser tanto bebê quanto criança, idoso com demência ou ainda pessoa portadora de deficiência física ou mental totalmente incapacitante Condutas (objetividade): neste crime, o agente pratica um ato qualquer com possibilidade real de causar dano efetivo à vida ou saúde da vítima. Pode-se também responsabilizar a conduta omissiva (deixar de instruir empregado sobre os cuidados para a manipulação de substância química altamente danosa à saúde, etc.), devendo-se tomar cuidado para não confundir com o crime de omissão de socorro (em que há um dever de ajudar descumprido). Subjetividade: deve haver dolo na conduta. Não há punição por ato praticado com culpa. Consumação: consuma-se com o simples surgimento do risco, sendo assim classificado como crime de perigo concreto Ação penal: pública e incondicionada. Causa de aumento de pena No crime de perigo para a vida ou saúde de outrem, a pena deverá ser aumentada (na segunda fase de dosimetria) no seguinte caso: 💡 Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. Abandono de incapaz Assim dispõe o art. 133: Periclitação da vida e da saúde 4 Abandono de incapaz Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: Pena - detenção, de seis meses a três anos. Bens jurídicos tutelados: incolumidade física e metal, saúde e vida da pessoa. Sujeito ativo: agente deve ser pessoa com dever de cuidado, guarda, vigilância ou autoridade sobre a vítima, sendo assim um crime próprio (que exige qualidade especial do agente). Sujeito passivo: a vítima é a pessoa incapaz de defender-se dos riscos ocasionados pelo abandono. Condutas (objetividade): o foco da conduta consiste na ação de abandonar a vítima, seja por ação (deixar bebê sob uma ponte qualquer, por exemplo) ou omissão (mudar-se de casa e deixar a criança na anterior, por exemplo) Subjetividade: deve haver dolo na conduta. Não há punição por ato praticado com culpa. Consumação: consuma-se quando, por razão do abandono, a vítima vem a enfrentar real situação de risco, sendo assim um crime de perigo concreto. 💡 Admite-se a tentativa Ação penal: pública e incondicionada. Qualificadora O abandono de incapaz tem uma pena-base ainda maior (primeira fase de dosimetria) se por causa dele ocorrerem danos graves à saúde e vida da vítima: § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a cinco anos.§ 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Aumento de pena Periclitação da vida e da saúde 5 Ademais, o abandono de incapaz também terá sua pena aumentada (na segunda fase de dosimetria) em três situações: Aumento de pena § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: I - se o abandono ocorre em lugar ermo; II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima. III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos Exposição ou abandono de recém-nascido Exposição ou abandono de recém-nascido Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Bens jurídicos tutelados: incolumidade física e mental, saúde e vida da pessoa recém nascida Sujeito ativo: há divergência na doutrina se ambos os pais poderiam ser autores desse crime ou se apenas a mãe. Entendemos que qualquer dos genitores poderia cometê-lo. Sujeito passivo: a vítima é a pessoa recém-nascida, não havendo um consenso sobre quando finda essa condição da criança. Condutas (objetividade): o crime configura-se com a mera exposição ou abandono do recém-nascido, colocando-o diante de perigo real, com a especial finalidade de ocultar desonra própria. Devem estar presentes todos esses elementos. Subjetividade: deve haver dolo especial (finalidade especial) na conduta, consistente em ocultar desonra própria. Exemplo: figura que procura ocultar filho de amante. Se não houver essa finalidade especial, o crime será o do artigo anterior (abandono de incapaz). Consumação: consuma-se quando, por razão do abandono, o recém-nascido vem a enfrentar real situação de risco, sendo assim um crime de perigo concreto. 💡 Admite-se a tentativa. Periclitação da vida e da saúde 6 Ação penal: pública e incondicionada Qualificadora O crime do art. 135 tem uma pena-base ainda maior (primeira fase de dosimetria) se, por causa dele, ocorrerem danos graves à saúde e vida da vítima: § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - detenção, de um a três anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - detenção, de dois a seis anos. Omissão de socorro Omissão de socorro Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Bens jurídicos tutelados: a segurança do indivíduo e a saúde e a vida da sociedade em geral. Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa, sendo crime comum Sujeito passivo: pessoas para quem tenha o agente o dever de assistência, sendo elas: Criança abandonada ou extraviada: é justamente a criança vítima dos artigos anteriores (abandono de incapaz ou recém-nascido) ou, ainda, a criança que tenha se perdido, por qualquer motivo, de sua casa ou de seus responsáveis. Inválido: a pessoa que necessita de assistência por não possuir resistência física ou psíquica apta a lhe permitir defesa ou cuidado próprio. Ferido desamparado: é a pessoa que apresenta lesões corporais e necessita de auxílio. Quem se achar em grave e iminente perigo: além dos casos acima, o CP inclui o dever de assistência a qualquer um que, por qualquer motivo, esteja correndo risco real, grave e prestes a se consumar de ter a saúde ou a vida prejudicadas. Condutas (objetividade): o crime configura-se quando o agente, verificando o dever de auxílio, deixa de prestar assistência imediata (ele próprio) ou, na impossibilidade desta, assistência mediata (chamando polícia ou médico, por exemplo). Periclitação da vida e da saúde 7 Subjetividade: deve haver dolo. Não há punição pela conduta culposa. Consumação: entende a doutrina que este crime se consuma com a simples omissão de socorro, no caso da criança, ou com a existência de perigo concreto resultante da omissão, nos demais casos. 💡 Não se admite a tentativa. Ação penal: pública e incondicionada. Causa de aumento de pena A omissão de socorro ainda deve ter sua pena aumentada (na segunda fase de dosimetria), se provocar como resultado lesão corporal grave ou morte: Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. Maus tratos Maus-tratos Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a quatro anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. O crime de maus-tratos pode ter sua pena aumentada em 1/3 (segunda fase de dosimetria)no seguinte caso: Periclitação da vida e da saúde 8 § 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.
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