Buscar

DIREITO PENAL III (INTRODUÇÃO - PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIRETO PENAL III 1
DIRETO PENAL III
AULA I
1. FATO TIPICO 
Designa o conjunto conduta e tipicidade, nos chamados crimes 
materiais. (só se consuma com a produção do resultado 
naturalístico, como a morte no homicídio- crimes formais não 
exigem a produção do resultado para a consumação do crime) 
também inclui a relação do nexo da causalidade e resultado na 
turístico. 
1.1 Conduta
Ação ou omissão consciente e voluntaria dirigida a uma 
finalidade.
1.2 Resultado naturalístico
É a alteração do mundo exterior, causada pela conduta. 
DIRETO PENAL III 2
Geralmente relevante não apenas para a configuração do crime, 
mas para o reconhecimento da forma tentada qualificadoras de 
aumento de pena.
1.3 Tentativa
💡 Art. 14. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia 
absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, 
é impossível consumar-se o crime (artigo 76, parágrafo 
único, e 94, n. III).
1.4 Desistência voluntária
O sujeito inicia a ação, mas antes de atingir a consumação, 
resolve voluntariamente interromper o plano executório. 
Exemplo: sujeito possui 6 projeteis na arma, 
dispara 2 e livremente decide parar com o plano 
executório. Responderá pelos atos já praticados. 
1.5 Arrependimento eficaz
O sujeito antes de atingir a consumação atua de forma eficaz 
para impedir que ela ocorra. Restará afastada a tentativa e o 
autor responderá apenas pelos atos praticados. 
Exemplo: O sujeito descarrega uma arma de fogo em 
terceiro, mas voluntariamente leva ao hospital, 
impedindo a morte. 
DIRETO PENAL III 3
1.6 Nexo de causalidade
É a ligação de causa e efeito entre a conduta e o resultado, 
tendo relevância também para os chamados crimes materiais quanto 
ao resultado
OBS I: Teoria da equivalência dos 
antecedentes → pelo critério da eliminação 
hipotética, afasta-se mentalmente o evento da 
cadeia causal, e verifica-se se, também 
hipoteticamente, o resultado teria ocorrido 
nas mesmas circunstancias. Se há alteração do 
resultado e suas circunstancias, o evento 
pode ser considerado causa.
OBS II: Exceção → art. 14 §1º, CP- superveniência 
de causa independente. 
Crimes contra a vida (art. 121 ao 
154-B)
1. Capitulo I, crimes contra a vida.
Art.121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Classificação do crime
DIRETO PENAL III 4
Bem jurídico tutelado: vida humana extrauterina, ou seja, o 
crime consuma-se pelo atentado contra a pessoa viva a 
qualquer momento após o parto. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa praticante do atentado.
Sujeito passivo: qualquer pessoa que sofre o atentado.
Conduta (objetividade) : matar, tirar a vida de outrem
Subjetividade: exige o dolo (direto ou eventual) 
Consumação: é crime material, ou seja, se consuma com a 
ocorrência de um resultado naturalístico. (a morte do sujeito 
passivo)
É um crime plurissubsistente, ou seja, ele admite o 
fracionamento da execução, se modo em que a tentativa é 
possível. 
OBS 
A competência para julgar crimes dolosos contra a vida é do 
Tribunal do Júri. 
O homicídio simples, em regra, não é hediondo, no entanto, será 
considerado se praticado em atividade típica de grupo de 
extermínio.
Quando a Ação Penal cabível, ela será pública e incondicionada, 
ou seja, deverá ser intentada pelo ministério público sem a 
necessidade de representação da vítima ou do Ministério da 
Justiça.
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
O crime de homicídio privilegiado está previsto no §1° do art. 
121 do código penal, situado no Capítulo I. 
DIRETO PENAL III 5
Art. 121.
Motivo de grande valor social ou moral:
O valor social diz respeito aos interesses da coletividade em 
geral, um valor que se poderia ser visto como nobre e 
altruístico. 
Matar um traidor da pátria ou um serial killer, por exemplo, 
seriam hipóteses de homicídio privilegiado motivado por valor 
social.
O valor moral liga-se aos interesses individuais do agente, 
entre eles, os sentimentos de piedade, misericórdia e compaixão. 
Por exemplo, matar com o intuito de livrar um doente terminal 
dos sofrimentos que o atormentam (eutanásia), ou um pai matar o 
estuprador da sua filha. 
DOMÍNIO DE VIOLENTA EMOÇÃO, LOGO APÓS INJUSTA PROVOCAÇÃO DA 
VÍTIMA
A violenta emoção deve ser entendida como aquela que não é leve 
ou momentânea. 
Exemplo: entende-se que o cônjuge que flagra o seu marido ou 
esposa em ato de infidelidade se encontra em situação de 
violenta emoção.
A injusta provocação da vítima é a agressão ou qualquer conduta 
provocadora, incitante ou injuriosa da vitima contra o autor do 
crime, terceiro ou animal.
Exemplo: maus tratos relevantes a cachorro cujo dono perde a 
cabeça, matando o agressor. 
A violência deve ocorrer imediatamente após a injusta provocação 
da vitima. A demora na reação descaracteriza a privilegiadora e 
caracteriza mera vingança. 
DIRETO PENAL III 6
💡 Privilegiadora: é uma circunstância do crime que diminui 
a pena-base de um tipo penal, interferindo na primeira 
fase de dosimetria da pena.
No entanto, tal crítica serve apenas para evitar possíveis 
confusões, uma vez que a doutrina, a jurisprudência e os 
operadores do direito continuarão usando o nome homicídio 
privilegiado para se referir a este dispositivo.
Assim, nas hipóteses de homicídio "privilegiado" temos a 
diminuição da pena-base se 1/3 a 1/6.
Homicídio qualificado
O crime de homicídio qualificado se encontraprevisto nos incisos 
I a V do §2º do art. 121 do Código Penal, situado no Capítulo I 
(Crimes contra a vida).
Primeiro cabe lembrar que a qualificadora é a circunstância 
que aumenta a pena-base do tipo penal, interferindo na primeira 
fase de dosimetria da pena. Agora, vamos observar em que 
hipóteses o homicídio recebe penas mais graves.
Homicídio qualificado
HEDIONDEZ
Em regra, o homicídio simples não é considerado hediondo.
No entanto, conforme a segunda parte do inciso I do art. 1º da 
Lei 8.072/90, o homicídio qualificado é hediondo. Disso resulta 
que é um crime insuscetível de anistia, graça, indulto, fiança, 
além de outros efeitos da Lei, modulados pela jurisprudência.
DIRETO PENAL III 7
FEMINICÍDIO
O crime de feminicídio foi previsto nos incisos VI e VII do §2º 
do art. 121 do Código Penal, situado no Capítulo I (Crimes 
contra a vida).
O feminicídio é também uma forma de homicídio qualificado, que 
se diferencia de suas demais espécies pela qualidade especial da 
vítima e pelas razões que levam ao cometimento do crime.
💡 § 2° Se o homicídio é cometido: (…)
Devemos entender o ambiente doméstico como o espaço em que há um 
convívio permanente de um mesmo grupo de pessoas, 
independentemente de ligação familiar sanguínea entre elas.
A família compreende os parentes de todos os graus, 
consanguíneos, equiparados ou por afinidade, assim como os 
cônjuges.
Veja que, no caso do inciso II, explicita-se o desprezo à 
condição de mulher como motivo encorajador ou ensejador da 
agressão fatal cometida pelo autor do crime.
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
Além do próprio aumento da pena-base do feminicídio se comparado 
ao homicídio simples, essa espécie de crime contra a mulher 
poderá ainda ter a pena aumentada (na segunda fase de 
dosimetria), de 1/3 até a metade, em três casos:
Homicídio culposo
O crime de homicídio culposo está previsto no §3º do art. 121 do 
Código Penal, situado no Capítulo I (Crimes contra a vida).
DIRETO PENAL III 8
DEFINIÇÃO DE CULPA
A culpa diz respeito à subjetividade na conduta do agente: à 
intenção ou consciência quanto à prática da conduta definida 
como crime. Ela se verifica quando, não havendo propriamente a 
má intenção do agente de causar algum mal, ele não fez tudo o 
que deveria ter feito para evitar um possível estrago.
A definição de crime culposo está prevista no próprio CP, na 
parte geral:
Art. 18 –
Diz-se que a culpa se desdobra em três: a imprudência, a 
negligência e a imperícia. Vamos entender melhor estes 
conceitos:
Imprudência: corresponde a uma atitude positiva (ação), em 
que o sujeito age sem a cautela necessária, vindo a provocar 
um resultado lesivo.Sabemos que agir com imprudência é agir 
sem tomar a devida cautela. : motorista dirigindo em alta 
velocidade.
Exemplo
Negligência: corresponde a um deixar de fazer (omissão), ou 
seja, o sujeito se abstém de fazer aquilo que a diligência 
normal impõe. : médico que esquece de retirar um bisturi de 
dentro do paciente.
Exemplo
Imperícia: corresponde a uma inaptidão de profissional para a 
atividade ou o ofício que se está a exercer. : engenheiro 
elétrico assina um projeto de construção de um grande 
edifício sem conhecimento técnico para o fazer - o 
profissional habilitado seria o engenheiro civil.
Exemplo
DIRETO PENAL III 9
Prevê ainda o parágrafo único do art. 18 do CP:
💡 Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, 
ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, 
senão quando o pratica dolosamente. (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Ou seja, em regra, os crimes culposos só são punidos se a lei 
assim determinar expressamente.
CLASSIFICAÇÃO DE CULPA
Culpa consciente: o resultado é previsto pelo agente, mas 
este pensa poder evitar o resultado por meio de suas 
habilidades e espera que ele não aconteça. Há excesso de 
confiança do agente. Exemplo: atirador de facas de um circo. 
Ao atirar uma faca, ele certamente acredita que não machucará 
a vítima.
Culpa inconsciente: o agente não prevê o resultado apesar de 
ele ser previsível. Nesta modalidade de culpa é que se 
encaixam a imprudência, negligência e imperícia. Exemplo: em 
plena rodovia, enquanto dirigindo em alta velocidade, um 
motorista atropela alguém que atravessava a rua em lugar 
impróprio para pedestres.
Dolo eventual: muito parecido com a culpa consciente, o 
agente prevê o resultado, não quer que ele aconteça, mas 
assume seu risco escancaradamente. Exemplo: motorista que 
corre a 100km/h numa rua onde há muito movimento de pedestres 
e cuja velocidade permitida é 60km/h.
No homicídio culposo, justamente, o legislador entendeu que a 
pena-base deveria ser menor que a do homicídio comum (praticado 
com dolo).
DIRETO PENAL III 10
Causas de aumento de pena – Homicídio 
culposo e doloso
Há três hipóteses em que a pena pode ser aumentada em 1/3:
Se resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte 
ou ofício; se agente deixa de prestar socorro imediato à vítima; 
se agente não procura diminuir consequências de seus atos; 
se agente foge para evitar a prisão em flagrante.
No caso do homicídio doloso, haverá o aumento de 1/3 da pena se 
este for cometido: contra pessoa menor de 14 ou maior de 60 
anos (assim como ocorre no feminicídio); por milícia privada, 
sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por 
grupo de extermínio.
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO OU A 
AUTOMUTILAÇÃO 
🚼 INFANTICÍDO
https://www.notion.so/INDUZIMENTO-INSTIGA-O-OU-AUX-LIO-AO-SUIC-DIO-OU-A-AUTOMUTILA-O-eb2d04ec38a3411c983acc7360071da4
https://www.notion.so/INFANTIC-DO-0b221618e41d4187b81ce2a197a901cd
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO 1
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO 
OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO OU A 
AUTOMUTILAÇÃO 
O crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio ou auto mutilação está 
previsto no artigo 122 do código penal (crimes contra a vida).
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação 
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar 
automutilação ou 
prestar-lhe auxílio material para que o faça: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos
Quanto a sua classificação temos:
O bem jurídico tutelado: vida humana ou a integridade corporal
Sujeito ativo: qualquer um, por ser crime comum, ele pode ser praticado por 
qualquer pessoa.
Sujeito passivo: pessoa capaz. No caso de vítima menor de 14 anos ou incapaz 
por 
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO 2
enfermidade/deficiência induzida, instigada ou auxiliada ao suicídio - quando ocorre 
efetivamente o resultado morte - o agente responde por homicídio
Condutas quanto a objetividade: Trata-se de crime comissivo, porque decorre de 
uma atividade plurissubsistente, porque costuma se realizar por meio de vario atos:
Induzir → criar na mente da vítima o desejo do suicídio ou automutilação - 
implantar ideia até então inexistente.
Instigar → estimular, reforçar ideia preexistente, alimentar o pensamento 
suicida ou da automutilação. 
Prestar auxílio → participar materialmente, atuar no cometimento do ato, dar o 
meio para o suicídio ou automutilação.
Subjetividade: exige o dolo do agente, não possuindo forma culposa.
Consumação: trata-se de crime formal, ou seja, ele se consuma sem a produção 
do resultado naturalístico previsto no tipo penal: morte ou lesão corporal de 
qualquer natureza.
Ação Penal: pública e incondicionada
FORMAS QUALIFICADAS
Antes da modificação trazida pela Lei 13.968/2019, o artigo 122 só previa pena para 
as condutas que tipificava no caso de suicídio se consumar ou de tentativa de 
suicídio resultar lesão corporal de natureza grave. Atualmente, a ocorrência dos 
resultados naturalísticos lesão grave ou morte tornará o crime qualificado conforme 
parágrafos 1° e 2°. 
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta 
lesão corporal de 
natureza grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 
129 deste Código: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta 
morte: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO 3
O resultado lesão grave ou gravíssima tornará a conduta punível com a pena de 
reclusão, de 1 a 3 anos. Se o resultado for a morte, seja por consumação do 
suicídio ou como consequência da automutilação, a pena será de reclusão, de 2 a 6 
anos.
As lesões corporais de natureza grave, estão previstas nos cinco incisos do §1°, do 
artigo 129, do CP, e são elas:
I – incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 (trinta) dias; 
II – perigo de vida; 
III – debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV– aceleração de parto.
As lesões corporais de natureza gravíssima, estão previstas nos cinco incisos do § 
2º, do art. 129, do Código Penal, e são elas: 
I – incapacidade permanente para o trabalho; 
II –enfermidade incurável; 
III – perda ou inutilização de membro, sentido ou função; 
IV –deformidade permanente; 
V – aborto.
Causas de aumento de pena
Os parágrafos 3º, 4º e 5º do artigo 122, inserido pela Lei 13.968/2019, prevêem as 
seguintes 
causas de aumento de pena:
§ 3º A pena é duplicada: 
I – se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; 
II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a 
capacidade de 
resistência.
Vale lembra que o motivo egoístico consiste no interesse pessoal do agente. 
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO 4
💡 Por exemplo, alguém que induz o sujeito, com classificação superior em 
lista de espera de concorrido 
concurso, a se matar.
O motivo torpe, por outro lado, é o motivo repugnante, vil, desprezível, como por 
exemplo a vingança, a depender do caso concreto. 
Por fim, o motivo fútil é o motivo mesquinho, insignificante, é aquele que é 
desproporcional em relação ao crime praticado.
A vítima com diminuição da capacidade de resistência é aquela que, por 
qualquer motivo, está mais suscetível ao induzimento ou à instigação, como por 
exemplo a pessoa que sofre alguma enfermidade, como uma depressão.
O parágrafo 4° prevê o aumento da pena até o dobro se a conduta for realizada por 
meio de rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real. Para 
configurar este delito uma conduta típica deve ser contra uma pessoa determinada 
ou pessoas determinadas. 
Como por exemplo a utilização de chamada de vídeo, mensagens do facebook, 
instagram, etc...
No parágrafo 5° temos a causa de aumento da pena que incide no caso de o agente 
ser o líder ou o coordenador de grupo ou rede virtual. Neste caso, aumenta-sea 
pena em metade; o ponto importante dessa conduta é o fato de o agente ter uma 
posição de liderança ou de coordenação em grupo ou rede virtual, fazendo com a 
conduta tenha mais chances de ser eficaz, pois ele exerce influência sobre o 
comportamento de outras pessoas.
O parágrafo sexto traz a desclassificação para lesão corporal gravíssima, ou seja, 
se o crime 
de automutilação ou tentativa de suicídio resultar em lesão corporal natureza 
gravíssima e for 
cometido contra menor de 14 anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência 
mental, 
não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer 
outra causa, 
não pode oferecer resistência, o agente não responde por este crime qualificado de 
participação em suicídio ou automutilação (que tem pena prevista de reclusão, de 1 
a 3 anos) 
e, sim, pelo crime de lesão corporal gravíssima (previsto no art. 129, § 2º, do CP), 
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO 5
cuja pena é 
superior: reclusão, de 2 a 8 anos. 
E o parágrafo sétimo traz a desclassificação para homicídio, ou seja, se o suicídio 
se 
consuma ou se da automutilação resulta morte e o delito é cometido contra menor 
de 14 anos 
ou contra quem não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, 
por 
qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, o agente não responde por 
este crime qualificado de participação em suicídio ou a automutilação (que tem pena 
prevista de reclusão, de 2 a 6 anos) e, sim, pelo crime de homicídio (previsto no art. 
121, do CP), cuja pena é superior: reclusão, de 6 a 20 anos.
INFANTICÍDO 1
🚼
INFANTICÍDO
Previsto no artigo 123 do Código Penal, situado no Capítulo I (crimes contra a vida)
Infanticídio 
 Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio 
filho, durante o 
parto ou logo após: 
 Pena - detenção, de dois a seis anos.
Sobre a classificação desse tipo penal:
Bem jurídico tutelado: a vida da pessoa humana.
Sujeito ativo: é crime praticado necessariamente pela mãe (parturiente). 
Assim, trata-se de crime próprio, ou seja, que precisa de uma qualidade 
especial do autor.
Sujeito passivo: a vítima deste crime é a pessoa do filho (ou filha), durante o 
parto ou logo após.
Conduta: neste crime, a conduta da mãe envolve matar a criança sob 
influência do estado puerperal, durante o parto ou logo após.
INFANTICÍDO 2
💡 O estado puerperal é o período pós-parto ocorrido entre a expulsão da 
placenta e a volta do 
organismo da mãe para o estado anterior a gravidez.
Durante esse período, muitas mudanças se operam no corpo e na mente da mulher, 
deixando-a mais vulnerável e levando a, possivelmente, a agir de forma como não 
agiria normalmente. Há quem diga que o estado puerperal dura somente de 3 a 7 dias 
após o parto, mas há quem entenda que pode perdurar por um mês ou, ainda, por 
apenas algumas horas. Assim, a realização da conduta “logo após” o parto não precisa 
ser imediata, isso varia.
Subjetividade: exige o dolo, não admite modalidade culposa. 
Consumação: é crime material, consumado com a morte da criança. Admite a 
tentativa (delito plurissubsistente – inclui mais de uma conduta).
Ação penal: pública e incondicionada.
Nesse crime, a pena-base é menor que a do homicídio simples. Isso se justifica na 
medida em que o estado puerperal, embora não possa ser usado como causa 
excludente de tipicidade ou culpabilidade, exerce influência inevitável sobre a autora do 
crime.
ABORTO 1
ABORTO 
Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque: 
Pena – detenção, de um a três anos.
Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: 
Pena – reclusão, de três a dez anos.
Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante: 
Pena – reclusão, de um a quatro anos.
O aborto possui três previsões diferentes:
i. conduta da gestante, que provoca o próprio aborto ou consente que um terceiro lhe provoque 
; [art. 124]
ii. conduta de terceiro, que provoca o aborto sem o consentimento da gestante; [art. 125 ]
iii. conduta de terceiro, que provoca o aborto com o consentimento da gestante. [art. 126]
ABORTO 2
É importante perceber que o crime de aborto previsto nos artigos 124 e 126 é uma exceção à 
teoria monista. 
Como assim?
No código penal brasileiro, quando dois indivíduos praticam uma conduta delituosa, responderão 
pelo mesmo crime. Entretanto, o aborto é uma exceção a essa regra, onde, caso a gestante vá a 
uma clínica de aborto e aceite que um terceiro lhe provoque aborto, ela responderá ao crime 
previsto no artigo 124, já o indivíduo que perpetrar tais manobras, responderá pelo art. 126. 
ABORTO 3
E se um terceiro provocar o aborto sem o consentimento da gestante, ele praticará o crime por 
conta própria e portanto responderá pelo previsto no artigo 125. 
Iniciado o trabalho de parto, não há crime de aborto, mas sim homicídio ou infanticídio 
conforme o caso.
Ou seja, durante o parto ou logo após, só poderá existir homicídio ou infanticídio. 
Causas de aumento de pena
As causas de aumento de pena estão previstas apenas para os artigos 125 e 126. 
ABORTO 4
💡 Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um 
terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, 
a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer 
dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Ou seja, a pena será aumentada em 1/3 se a gestante sofrer lesão corporal grave e será duplicada 
de a gestante vier a falecer. 
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é 
maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o 
consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
Se um terceiro provocar aborto em uma gestante menor de quatorze anos, alienada ou débil 
mental, ou se o consentimento for obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência, será 
aplicada a pena prevista para a provocação de aborto sem consentimento {artigo 125}. 
Excludentes de Ilicitude Específicas para o Aborto
Existem duas hipóteses em que o legislador brasileiro autoriza a prática do aborto. Vejamos o 
que diz o art. 128 do Código Penal:
Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico: 
Aborto necessário
I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
ABORTO 5
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, 
quando incapaz, de seu representante legal.
Nas duas hipóteses acima, o aborto poderá ser praticado de forma lícita, pois a norma autoriza 
expressamente a prática da conduta para tais casos. 
ADPF 54
Permissão obtida através do julgamento pelo STF, que tornou lícita a prática do aborto de fetos 
anencefálicos, mesmo sem previsão expressa em lei. 
Lesão Corporal 1
⚔
Lesão Corporal
 
O crime de lesão corporal está previsto no art. 129 do Código Penal (capitulo II- das lesões 
corporais) 
O que vai definir qual tipo de lesão ocorreu são as circunstancias do crime, as consequências da 
lesão, a gravidade e o elemento volitivo. 
Lesão corporal 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano.
OBS→ A auto lesão (aquela que é provocada em si mesmo) não é punível. 
Bem jurídico tutelado: incolumidade pessoal do indivíduo, como também sua saúde mental 
e física. 
Lesão Corporal 2
Sujeito ativo: por se tratar de um crime comum, pode ser qualquer pessoa. 
Sujeito passivo: qualquer pessoa com vida. 
Conduta: é a ofensa a integridade corporal (física) que não objetive a morte.
Subjetividade: punível por dolo ou culpa → §6º e 7° do art 129. 
Consumação: consuma-se a partir da efetividade da ocorrência da lesão. (admite-se a 
tentativa) 
Ação penal: pública e incondicionada, em regra. 
Lesão dolosa de natureza leve e culposa: ação penal pública condicionada à representação 
da vítima ou representante legal. 
Violência doméstica e familiarcontra homem: ação penal pública condicionada à 
representação do ofendido. 
Agora, é importante veremos a classificação na natureza das lesões, o que é definido pelo próprio 
CP. 
Lesão de natureza grave
Lesão corporal de natureza grave 
 § 1º Se resulta: 
 I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
A debilidade permanente deve ser entendida como a redução ou enfraquecimento da 
funcionalidade do membro, sentido ou função corporal atingidos.
Lesão de natureza gravíssima
A lesão causa danos não apenas duradouros, mas permanentes, sem previsibilidade de cessação. 
Lesão Corporal 3
§ 2° Se resulta: 
 I - Incapacidade permanente para o trabalho;
Entende-se que também há lesão gravíssima por enfermidade incurável se a vítima, por 
consequência do dano, tiver que se submeter a cirurgias e tratamentos arriscados ou incertos
Entende-se como deformidade permanente o dano estético, aparente, relevante e irreparável 
à vítima, com aptidão para causar problemas de socialização (significativo desconforto para 
outros e para a vítima).
 
Lesão corporal qualificada pela morte
Lesão corporal seguida de morte
Essa espécie de crime, em que há intenção do agente em praticar uma conduta menos grave mas 
acaba obtendo resultado mais grave de forma culposa, é conhecido como preterdoloso. 
Nesse caso o agente responde pelo crimes menos grave na modalidade dolosa, mas pelo 
resultado mais grave na forma culposa. 
Havendo morte o crime doloso é julgado pela justiça comum e não pelo tribunal do juri. 
Periclitação da vida e da saúde 1
🎴
Periclitação da vida e da saúde
Perigo de contágio venéreo
Perigo de contágio venéreo 
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato 
libidinoso, a 
contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está 
contaminado: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§ 2º - Somente se procede mediante representação.
Classificação 
Bens jurídicos tutelados: incolumidade física, saúde e vida da pessoa.
Sujeito ativo: em geral, é considerado crime comum, que pode ser praticado por 
qualquer pessoa.
Sujeito passivo: qualquer pessoa, independentemente da capacidade e do 
consentimento para realizar o ato sexual.
Condutas (objetividade): neste crime, o agente, sabendo ou devendo saber de sua 
doença venérea, mantém qualquer espécie de contato físico sexual ou libidinoso sem 
qualquer proteção apta a evitar a transmissão do mal à vítima. 
A moléstia venérea é a doença transmissível através de contato sexual. 
Periclitação da vida e da saúde 2
No caso em concreto, o magistrado nomeará perito (médico cadastrado no CRM) 
para avaliação da enfermidade.
Subjetividade: entende parte da doutrina que o crime exige o dolo do agente; não 
possui forma culposa. No entanto, outra corrente entende que o trecho “(...) ou deve 
saber estar contaminado” significaria a possibilidade de imputação de responsabilidade 
por culpa.
Consumação: consuma-se com a prática sexual ou libidinosa, independentemente do 
efetivo contágio, caracterizando crime formal (aquele que independe do resultado). 
Naturalmente, a utilização de preservativo por si só desconfigurará o crime, pois 
não existe a conduta de colocar em perigo o sujeito passivo dolosa e nem 
culposamente. 
A doutrina em geral considera impossível a tentativa para este tipo penal.
Ação penal: pública, condicionada à representação do ofendido.
Perigo de contágio de moléstia grave
Perigo de contágio de moléstia grave 
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que 
está 
contaminado, ato capaz de produzir o contágio: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Bens jurídicos tutelados: incolumidade física, saúde e vida da pessoa.
Sujeito ativo: qualquer pessoa contaminada com moléstia grave contagiosa (é crime 
próprio).
Sujeito passivo: qualquer pessoa, desde que não contaminada pela mesma moléstia 
do agente.
Condutas (objetividade): neste crime, o agente, sabendo de sua moléstia grave, 
pratica um ato qualquer com o fim de transmiti-la a outrem. 
O ato poderá ser direto (contato físico) ou indireto (contaminação por seringas, por 
exemplo). A moléstia, além de grave, deve ser contagiosa.
Subjetividade: deve haver dolo (somente o direto) na conduta. Não admite punição por 
ato culposo.
Consumação: consuma-se com a prática do ato capaz de transmitir a doença, sendo 
assim crime formal. Admite-se a tentativa, por ser crime plurissubsistente (conduta é 
composta de vários atos de execução).
Ação penal: pública e incondicionada.
Periclitação da vida e da saúde 3
Perigo para a vida ou saúde de outrem
Perigo para a vida ou saúde de outrem 
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais 
grave
Bens jurídicos tutelados: incolumidade física e metal, saúde e vida da pessoa.
Sujeito ativo: agente deve ser pessoa com dever de cuidado, guarda, vigilância ou autoridade 
sobre a vítima, sendo assim um crime próprio (que exige qualidade especial do agente).
Sujeito passivo: a vítima é a pessoa incapaz de defender-se dos riscos ocasionados pelo 
abandono. Note que pode ser tanto bebê quanto criança, idoso com demência ou ainda pessoa 
portadora de deficiência física ou mental totalmente incapacitante
Condutas (objetividade): neste crime, o agente pratica um ato qualquer com 
possibilidade real de causar dano efetivo à vida ou saúde da vítima. 
Pode-se também responsabilizar a conduta omissiva (deixar de instruir 
empregado sobre os cuidados para a manipulação de substância química 
altamente danosa à saúde, etc.), devendo-se tomar cuidado para não confundir 
com o crime de omissão de socorro (em que há um dever de ajudar descumprido).
Subjetividade: deve haver dolo na conduta. Não há punição por ato praticado com 
culpa.
Consumação: consuma-se com o simples surgimento do risco, sendo assim 
classificado como crime de perigo concreto
Ação penal: pública e incondicionada.
Causa de aumento de pena
No crime de perigo para a vida ou saúde de outrem, a pena deverá ser aumentada (na 
segunda fase de dosimetria) no seguinte caso:
💡 Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da 
vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a 
prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo 
com as normas legais.
Abandono de incapaz
Assim dispõe o art. 133:
Periclitação da vida e da saúde 4
Abandono de incapaz 
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância 
ou 
autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos 
resultantes do 
abandono: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos.
Bens jurídicos tutelados: incolumidade física e metal, saúde e vida da pessoa.
Sujeito ativo: agente deve ser pessoa com dever de cuidado, guarda, vigilância ou 
autoridade sobre a vítima, sendo assim um crime próprio (que exige qualidade especial 
do agente).
Sujeito passivo: a vítima é a pessoa incapaz de defender-se dos riscos ocasionados 
pelo abandono.
Condutas (objetividade): o foco da conduta consiste na ação de abandonar a vítima, 
seja por ação (deixar bebê sob uma ponte qualquer, por exemplo) ou omissão (mudar-se de casa 
e deixar a criança na anterior, por exemplo)
Subjetividade: deve haver dolo na conduta. Não há punição por ato praticado com 
culpa.
Consumação: consuma-se quando, por razão do abandono, a vítima vem a enfrentar 
real situação de risco, sendo assim um crime de perigo concreto.
💡 Admite-se a tentativa
Ação penal: pública e incondicionada.
Qualificadora
O abandono de incapaz tem uma pena-base ainda maior (primeira fase de dosimetria) se por 
causa dele ocorrerem danos graves à saúde e vida da vítima:
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos.§ 2º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Aumento de pena
Periclitação da vida e da saúde 5
Ademais, o abandono de incapaz também terá sua pena aumentada (na segunda fase de 
dosimetria) em três situações:
Aumento de pena 
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: 
I - se o abandono ocorre em lugar ermo; 
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou 
curador da 
vítima. 
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos
Exposição ou abandono de recém-nascido
Exposição ou abandono de recém-nascido 
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra 
própria: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Bens jurídicos tutelados: incolumidade física e mental, saúde e vida da pessoa recém nascida
Sujeito ativo: há divergência na doutrina se ambos os pais poderiam ser autores desse 
crime ou se apenas a mãe. Entendemos que qualquer dos genitores poderia cometê-lo.
Sujeito passivo: a vítima é a pessoa recém-nascida, não havendo um consenso sobre 
quando finda essa condição da criança.
Condutas (objetividade): o crime configura-se com a mera exposição ou abandono do 
recém-nascido, colocando-o diante de perigo real, com a especial finalidade de ocultar 
desonra própria. Devem estar presentes todos esses elementos.
Subjetividade: deve haver dolo especial (finalidade especial) na conduta, consistente 
em ocultar desonra própria. 
Exemplo: figura que procura ocultar filho de amante. 
Se não houver essa finalidade especial, o crime será o do artigo anterior 
(abandono de incapaz).
Consumação: consuma-se quando, por razão do abandono, o recém-nascido vem a 
enfrentar real situação de risco, sendo assim um crime de perigo concreto.
💡 Admite-se a tentativa.
Periclitação da vida e da saúde 6
Ação penal: pública e incondicionada
Qualificadora
O crime do art. 135 tem uma pena-base ainda maior (primeira fase de dosimetria) se, por 
causa dele, ocorrerem danos graves à saúde e vida da vítima:
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
§ 2º - Se resulta a morte: 
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Omissão de socorro
Omissão de socorro 
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco 
pessoal, 
à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao 
desamparo 
ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da 
autoridade pública: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Bens jurídicos tutelados: a segurança do indivíduo e a saúde e a vida da sociedade 
em geral.
Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa, sendo crime comum
Sujeito passivo: pessoas para quem tenha o agente o dever de assistência, sendo 
elas: Criança abandonada ou extraviada: é justamente a criança vítima dos artigos 
anteriores (abandono de incapaz ou recém-nascido) ou, ainda, a criança que tenha se 
perdido, por qualquer motivo, de sua casa ou de seus responsáveis. Inválido: a pessoa 
que necessita de assistência por não possuir resistência física ou psíquica apta a lhe 
permitir defesa ou cuidado próprio. Ferido desamparado: é a pessoa que apresenta 
lesões corporais e necessita de auxílio. Quem se achar em grave e iminente perigo: 
além dos casos acima, o CP inclui o dever de assistência a qualquer um que, por 
qualquer motivo, esteja correndo risco real, grave e prestes a se consumar de ter a 
saúde ou a vida prejudicadas.
Condutas (objetividade): o crime configura-se quando o agente, verificando o dever 
de auxílio, deixa de prestar assistência imediata (ele próprio) ou, na impossibilidade 
desta, assistência mediata (chamando polícia ou médico, por exemplo).
Periclitação da vida e da saúde 7
Subjetividade: deve haver dolo. Não há punição pela conduta culposa.
Consumação: entende a doutrina que este crime se consuma com a simples omissão 
de socorro, no caso da criança, ou com a existência de perigo concreto resultante da 
omissão, nos demais casos. 
💡 Não se admite a tentativa.
Ação penal: pública e incondicionada.
Causa de aumento de pena
A omissão de socorro ainda deve ter sua pena aumentada (na segunda fase de dosimetria), 
se provocar como resultado lesão corporal grave ou morte:
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta 
lesão 
corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Maus tratos
Maus-tratos 
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, 
guarda 
ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer 
privando-a 
de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho 
excessivo 
ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: 
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. 
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
§ 2º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
O crime de maus-tratos pode ter sua pena aumentada em 1/3 (segunda fase de dosimetria)no 
seguinte caso:
Periclitação da vida e da saúde 8
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa 
menor 
de 14 (catorze) anos.

Outros materiais